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A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: O importante papel do professor na mediação do conhecimento

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A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM:[1: Artigo produzido a partir do estagio]
O importante papel do professor na mediação do conhecimento
Lucas Fernando do Prado[2: Aluno do curso de licenciatura em química turma 4 do instituto federal farroupilha campus Panambi. lucas_prado@tche.com]
RESUMO
Apresenta um relatório do estágio curricular supervisionado 2 no qual procura mostrar como foi a experiência vivida em sala de aula, trazendo em questionamento o importante papel do professor na mediação do conhecimento e destacando que um bom relacionamento entre professor-aluno, considerando a falta de motivação e dificuldades dos alunos, pode ser usado como uma ferramenta eficaz no processo de aprendizagem. 
Palavras-chave: Educação. Aprendizagem. Relação professor-aluno
1 INTRUDUÇÃO
Nos dias atuais, a formação de professor está cada vez mais focada em buscar novas formas da aquisição de conhecimentos, mas muitas vezes um professor que atua em escola não se dá conta da importância que tem o seu papel na vida de um aluno. É de extrema importância a relação do professor com os alunos, sendo sábio o suficiente para educar, ensinar e incentivar ao estudo. É esse um dos principais aspectos desse artigo, ressaltar a importância da relação entre o professor e os alunos. 
Segundo GADOTTI (2009: 2), o educador para pôr em prática o diálogo, não deve se colocar na posição de detentor do saber, mas deve antes se colocar na posição de quem não sabe coisa alguma, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida. Desta maneira o aprender se torna mais interessante, pois o aluno se sente competente pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. O prazer pelo aprender não é um sentimento que surge espontaneamente nos alunos, pois estudar não é uma tarefa que cumprem com satisfação - sendo que muitas vezes é encarado como obrigação. Para que isso possa ser melhor cultivado, o professor deve despertar a curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no desenvolver das atividades e cultivando uma relação amigável em sala de aula.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A importância do professor
Não há como desenvolver uma educação adequada às necessidades dos alunos em uma escola, sem o comprometimento ativo do professor no processo educativo. Entretanto, ao observar a figura de alguns professores, percebe-se que muitos acreditam que ser professor é apropriar-se de um conteúdo e apresenta-lo aos alunos em sala de aula. Essa realidade pode ser mudada – e para isso é importante compreender que a tarefa docente tem um papel social e político essencial.
Nas últimas décadas, a história da educação por todo o mundo foi bastante afastada do currículo da formação de professores. Porém é de muita importância que o educador esteja ciente de sua importância e seu valor na vida do aluno e na sociedade. Essa é uma das profissões mais antigas e mais importantes pelo seu papel na formação do cidadão. O professor é um parceiro de visão e experiência na construção do conhecimento, assumindo o papel de orientador, mediador, motivador e gestor na aprendizagem, sendo fonte de motivação para o aluno.
Há mais de um século, o sociólogo da educação Emile Durkheim apresentou pela primeira vez seu curso sobre a história da educação na França. Esse curso era baseado diretamente na relação entre a teoria e prática, assim como também relacionou mudanças na educação com o contexto histórico de longo prazo (Fox, 1956). No primeiro capítulo da versão publicada desse trabalho, o assunto apresentado é a formulação clássica do raciocínio lógico a respeito da história como parte dos estudos sobre a educação e do treinamento de professores em gerais. Durkheim argumentou que o ensino daquela época sofria reformas importantes e previu que, se elas ocorressem, seria fundamental que os professores responsáveis por encaminhá-las as compreendessem inteiramente e as colocassem em prática. Assim, de acordo com Durkheim, cabe aos professores serem capazes de avaliar e apreciar as prescrições do conteúdo proposto para identificarem seus objetivos e suas características e tomar decisões de forma independente e utilizando conhecimento adequado, para passar de forma clara e objetiva a fim de sanar as necessidades dos alunos. 
Para que isso ser possível, o professor deve ser familiarizado com os problemas relacionados à educação pela qual é responsável e com os métodos sugeridos para resolvê-los. Observar o desenvolver dos alunos para compreender a melhor forma de ensiná-los é essencial, assim como um pré-estudo do conteúdo pelo professor para uma prática e objetiva explicação. Cabe a equipe de professores de uma escola identificar as expectativas e necessidades de desenvolvimento dos estudantes, e articular oportunidades educativas capazes de atende-las. Assim, cabe ao professor:
- Ser coerente: Atuar em sintonia com as políticas pedagógicas da escola, compreendendo seu papel e cumprindo suas metas.
- Ser compreensivo: compreender o estudante de forma integral, buscando identificar seu desenvolvimento e suas necessidades, estabelecendo uma relação igualitária e dialógica com os alunos, reconhecendo seus saberes e legitimando a sua capacidade de contribuição com seu próprio processo de desenvolvimento.
- Ter empatia: Acolher as diferenças, sendo compreensível e paciente, entendendo que cada estudante é único, aprende de uma forma particular e vive em um contexto próprio.
- Acompanhar: conhecer os interesses, focos, anseios ou projetos de vida de seus alunos e apoiá-los a alcançar seus objetivos. Avaliar continuamente os processos de ensino-aprendizagem, em conjunto com seus estudantes, estimulando que reconheçam o que precisam fazer para alcançar seus focos individuais e coletivos.
- Aprender: admitir que pode errar e aprender enquanto ensina, inclusive com seus alunos.
2.2 Interação e relação professor-aluno
No processo de aprendizagem, a interação social e a mediação do outro têm fundamental importância. Em uma escola, a interação do professor-aluno é imprescindível para que ocorra o sucesso no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, existem tantos projetos e trabalhos na área da educação relacionados a esse tema, os quais procuram destacar a interação social e o papel do professor mediador como requisitos básicos para qualquer prática educativa eficiente.
Segundo o dicionário Aurélio, “interação” significa: ação que exerce mutuamente entre duas ou mais coisas ou duas ou mais pessoas. Portanto, interação professor-aluno implica mutualidade, troca, entre pessoas diferentes. 
Apesar da importância dessa afetividade, confiança e empatia entre professores e alunos, para que se desenvolva uma aprendizagem coerente, também deve-se considerar que os educadores não podem permitir que tais sentimentos interfiram no cumprimento ético de seu dever de professor. O valor pedagógico dessa interação entre professor e aluno é inegável, pois, mediante dessas trocas, constrói-se conhecimento. Nesse processo, o professor é aquele que incentiva, estimula, ativa e orienta a construção do conhecimento. Há uma sábia afirmação de ABREU et MASETTO (1996), que diz:
“é o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade”.
Se por um momento o professor procurar entender a forma de pensar e o desenvolvimento do aluno, saberá como proceder suas aulas de forma atrativa para a turma. Isso normalmente é possível de ser analisado logo nas primeiras aulas, no começo do ano letivo ou da efetivação do professor. Essa fase também é essencial para o professor começar uma relação amigável com a turma, procurando sempre ser compreensivo e paciente, conversando e interagindo com cada indivíduo na classe. 
Após o entendimento inicial dos alunos, cabe ao professor ter paciência em educar
sem sobrecarregar. Isso é possível com uma preparação dinâmica de aulas – não apenas seguindo leituras e exercícios. O aluno é atraído pelo novo e pelas boas impressões. Procurar trazer conteúdo relacionado ao cotidiano, mostrando exemplos do dia-a-dia, onde e como se aplica. Tentar integrar o conteúdo de livros com a real visão de vida do aluno. Essa ideia pode ser aplicada tanto com materiais diversos em sala de aula quanto passeios organizados fora da escola, visitações, pesquisas, trabalhos em equipe, etc. 
Algumas formas de atrair e melhorar essa relação entre o aluno e o professor no processo de aprendizagem é aplicando trabalhos interessantes que desafiem a capacidade do estudante, e não gerem angústia, desânimo ou desinteresse pelo grau de dificuldade. Avaliação é sempre desafiador. Raros são os alunos que se sentem confortáveis ou atraídos por avaliações. Para isso, o professor precisa estar ciente de que o conteúdo aplicado em uma avaliação tenha sido passado de forma clara e com o entendimento de todos. Uma boa forma de incentivo é fazer questões do mesmo nível das avaliações e aplica-las ao decorrer das aulas. Com isso, o professor prepara o aluno para encarar as avaliações e também memorizar o conteúdo passado. 
Outra importante função do professor em sala de aula se consiste em fomentar, dentro da sala de aula, o espírito de grupo e de pertencimento dos alunos. Esse sentimento deve estar sempre presente e em vigor para estimular o engajamento dos estudantes nos estudos e também a vida social escolar como um todo. 
2.3 Processo ensino-aprendizagem
	Durante anos, o professor na estrutura da educação era colocado como centralizador do conhecimento, e o aluno como uma mente limpa e aberta que deveria ser preenchida com informações transmitidas pelos educadores. Mas segundo Paulo Freire, “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. ” Por isso, é de extrema importância proporcionar um ambiente educacional que encoraje o diálogo. Os desafios educativos colocados pela sociedade atual estão cada vez mais exigentes e em constante mudança. Para se ter a educação como uma fonte transformadora do ser humano e da sociedade, é preciso que o professor se coloque como mediador e em contínuo processo de formação. É preciso estar aberto ao novo, e se desprender das antigas ideias.
	Não existe ensino sem aprendizagem. Na relação em sala de aula, o educando aprende ao passo que ensina seu educador, e o educador ensina e aprende com seu estudante. O professor é uma pessoa em construção, e ser professor hoje implica assumir uma profissão que está em constante processo de redefinição e ressignificação. Também é de muita importância que tanto o aluno quanto o professor assumem seus papéis conscientemente, tendo em mente que não são apenas sujeitos do “ensinar” e do “aprender”, e sim, seres humanos com histórias e trajetórias únicas. Nesse processo de ensino-aprendizagem cabe ao professor reconhecer nos alunos em toda sua complexidade, suas diferenças culturais, psicológicas, familiares.
	Analisando as práticas educativas atuais em escolas, é de se identificar diversos problemas, como: o grande uso do processo de memorização, pouco enfoque em desenvolvimento de habilidades para reflexão crítica e auto-crítica do que se aprende, pouco reconhecimento e entendimento entre professor e aluno. A solução para tais problemas está no aprofundamento de como o processo de ensinar pode conduzir à aprendizagem.
	Ana M. Ferreira (2004) cita em uma de suas publicações: 
“Formar gerações comprometidas com uma sociedade mais justa e democrática requer educadores críticos, competentes e atuantes, não só com relação ao domínio de conteúdo, da didática, mas também que sejam portadores de compromissos profissionais embasados numa visão dialógica do processo ensino-aprendizagem, onde educadores e educandos sejam sujeitos da construção e apropriação do conhecimento e não apenas executores”.
	Adequar a metodologia e os recursos didáticos de uma forma que haja a comunicação com os alunos é também uma forma de fazer da aula um momento inspirador à aprendizagem. A competência humana na parte do professor é de extrema importância para que possa valorizar e estimular os alunos a cada momento do processo de ensino e aprendizagem. Bons resultados de aprendizagem e desenvolvimento estudantil só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, querer saber mais, comparar, discutir, questionar e ampliar ideias.
	ABREU e MASETTO (1996) classificam a aprendizagem em três categorias – cognitiva (ou de conhecimento), de modificação de valores e atitudes, e de habilidades (aprender a fazer, a usar) – indicando que o professor lida o tempo todo não só com o que o aluno aprende cognitivamente, mas também com atitudes e habilidades. Pode se concluir que aprender não tem o mesmo significado de ensinar, pois aprender é um processo que acontece com o aluno e do qual o aluno é o agente essencial. Dessa forma, é essencial que o educador compreenda de forma clara esse processo, sabendo o seu papel como o de facilitador de aprendizagem de seus alunos, ou seja, sem estar preocupado em ensinar, mas sim em ajudar o aluno a aprender.
	Na atualidade, somente a experiência profissional e docente não é o suficiente. O professor está em constante processo de ensino e aprendizagem. Ao mesmo tempo que ensina (ou melhor, ajuda a aprender), também aprende com seus alunos, sobre novas descobertas, diferentes técnicas, didáticas, postura profissional, adquirindo novos conhecimentos, se atualizando. Assim, o professor reavalia o seu método e passa a ensinar e estimular seus alunos a serem pensadores, e não apenas repetidores de informação. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAS
	A relação entre professor e aluno é de extrema importância no processo de educação, e é necessária a compreensão dos valores sociais e políticos do papel de educador. Mas apesar da importância dessa afetividade, também deve-se considerar que professores não podem permitir que tais sentimentos interfiram no cumprimento ético de seu dever. Essa interação entre aluno e professor possui um valor pedagógico imenso, pois mediante essas trocas, constrói-se conhecimento. Nesse processo, o professor é aquele que incentiva, estimula, ativa e orienta a construção do conhecimento.
	 O educador está em constante processo de ensino e aprendizagem. Ao mesmo tempo que ensina (ou melhor, ajuda a aprender), também aprende com seus alunos, sobre novas descobertas, diferentes técnicas, didáticas, postura profissional, adquirindo novos conhecimentos, se atualizando. Assim, o professor reavalia o seu método e passa a ensinar e estimular seus alunos a serem pensadores, e não apenas repetidores de informação. 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GADOTTI, M. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: MG Editores Associados, 1990.
DURKHEIM, E. Educação e Sociologia. Traduzido e introduzido por Sherwood D. Fox, 1956. 
ABREU, Maria Célia e MASETTO, Marcos Tarciso. O professor universitário em sala de aula: prática e princípios teóricos. São Paulo: MG Editores associados, 1996.
FERREIRA, Ana Maria Rotta. Contexto Escolar e Processo Ensino-aprendizagem: Ações e Interações. By Raimunda Abou Gebran (org.), Arte & Ciência Editora, 2004.

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