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Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima - • Células beta correspondem a cerca de 60% das células das ilhotas→insulina (hormônio peptídico). • Células alfa correspondem a cerca de 25% das células das ilhotas→glucagon. : Metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas • Lipídeos → ausência de insulina pode causar aterosclerose e acidose (insulina ausente ou em níveis muito baixos, como ocorre no diabetes tipo 1). O paciente com diabetes tipo 2, a característica central é resistência à insulina, não sua falta. Negligencia de tratamento pode evoluir, podendo levar ao comprometimento efetivo das células beta. • Proteínas → ausência de insulina causa consumo de tecidos e distúrbios celulares funcionais (características de um mal prognóstico do diabetes). Papel no armazenamento do excesso de energia • Formação de glicogênio hepático e muscular; se excede o limite, glicose será transformada em gordura que será armazenada no tecido adiposo. Síntese: pré-proinsulina → proinsulina (RER) → insulina (Golgi) A síntese da insulina parte de tradução de um RNAm, partindo dos ribossomos que ficam presos na superfície do RER. Essa proteína é encaminhada para o interior do RER (na forma de pré-próinsulina) e, no RER, ocorrerá uma clivagem da pré-proinsulina, que será transformada em proinsulina. Será encaminhada ao Golgi e lá será transformada em insulina. Formação de hormônios peptídicos: geralmente tem elementos co-secretados: nesse caso é a proinsulina, que ao ser encaminhada ao Golgi, será alocada em um granulo secretor, lá será clivada em insulina em duas cadeias A e B ligadas em pontes de sulfeto. Junto com essa insulina, há o peptídeo C dentro da vesícula (não tem perfil insulinogênico), que tem o papel de quantificar a quantidade de células beta-pancreáticas. Peptídeo C: auxiliar de diagnóstico da atividade das células beta-pancreáticas. Esse armazenado da vesícula será secretado em forma de exocitose mediante necessidade. Quando os níveis glicêmicos se elevarem, já tem uma quantidade pronta de insulina para ser liberada vinda dessas vesículas de armazenamento. Insulina tem expressão de receptores em todos tecidos do corpo (exceto cérebro). SNC depende de glicose, mas não requer insulina, já que os neurônios são permeáveis à glicose. A insulina livre liga-se a um receptor proteico de membrana. Os receptores de insulina são acoplados a enzimas: tem expressão passível de modificação (↑ ou ↓ da quantidade de receptores expressos) → regulação de expressão. O receptor da insulina é ligado à enzima: 2 dominios: Os domínios beta: atravessam a membrana e os domínios alfas: completamente expostos para o lado externo. Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima Insulina tem um local no sítio alvo (nas subunidades alfa, completamente expostas), onde irá se ligar. Essa ligação da insulina na subunidade alfa, promove a auto fosforilação da subunidade beta e, uma vez autofosforiladas, elas fosforilam outras enzimas: isso quer dizer que essa atividade tirosina-cinase do receptor de insulina, ativará substratos de receptores de insulinas (que são vários tipos diferentes, em vários tecidos diferentes, que irão mediar ações diferentes. Ações como: síntese de proteínas, lipídios, glicogênio; expressão gênica; crescimento e principalmente maior permeabilidade à glicose. A fosforilação de enzimas pode levar ao transporte dessas vesículas, que tem em seu interior canais de glicose, serão translocadas para a membrana e expressar esses canais: com isso, a glicose adentra a célula. Resumindo: insulina tem papel importante dirigindo a maquinaria metabólica celular, de modo a produzir os efeitos desejados no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. A insulina promove pronta captação, armazenamento e utilização da glicose por quase todos os tecidos, em especial pelo músculo, tecido adiposo e fígado. • O músculo atende grande parte de suas necessidades metabólicas de repouso com ácidos graxos (se a célula muscular está em repouso, ela não fica utilizando as reservas de glicose ou a que está circulando. A célula privilegia o uso de ácidos graxos); após as refeições quando os níveis de glicemia sobe e durante o exercício físico, o consumo de carboidratos aumenta significativamente. → Depois da refeição: consumo dependente de insulina. → Na atividade física não é dependente de insulina: pela própria contração a célula muscular, há o aumento da permeabilidade à glicose. Isso pode inclusive diminuir os níveis de glicose circulante. Há o predomínio do uso da glicose como substrato energético pela célula muscular quando há excesso de glicose após uma refeição, particularmente mediado pela insulina; após exercício físico a glicose também será utilizada como substrato energético: se o exercício é intenso, a primeira coisa que se quebra são as reservas de glicogênio armazenadas dentro do músculo. Outro ponto, é que a contração muscular por si só, transloca o transportador GLUT4 para a membrana, facilitando a difusão da glicose. • OBS.: A contração muscular transloca GLUT4 para a membrana, facilitando a difusão da glicose. Gráfico: célula muscular em repouso: glicose intracelular não tende a aumentar. Ela só aumentaria se começasse exercício intenso ou se houvesse uma refeição, que, com os níveis de insulina, irá elevar os níveis de glicose. Nesse repouso, as concentrações externas de glicose aumentando, não condizem com um aumento intracelular. Na refeição, como a insulina aparece, aí sim a glicose entra para dentro da célula. O exercício físico pode reduzir os nives de insulina circulantes, e se não tivéssemos essa Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima compreensão de que a célula muscular não precisa de insulina no exercício físico. O exercício diminui a insulina: diminuindo a insulina, diminui a entrada da glicose em outros tecidos, ficando livre para entrar nas células musculares. • O armazenamento de glicose na forma de glicogênio muscular acontecerá caso a oferta de glicose à célula exceda sua demanda naquele momento - Limite de concentração: 2-3%: se tem mais glicose daquilo que está precisando em determinada circunstância, armazena essa glicose. • O glicogênio é útil durante períodos curtos de uso energético extremo pelo músculo e, até mesmo, para fornecer picos de energia anaeróbia durante alguns minutos por meio da conversão de glicogênio em ácido lático. • O glicogênio hepático é importante para garantir níveis glicêmicos adequados nos períodos entre as refeições; este armazenamento hepático é uma das mais importantes funções da insulina. O corpo tem sinais importantes para indicar hipoglicemia (algo ruim, já que o tecido nervoso depende de glicose para funcionar), contando com o glicogênio hepático para realizar manutenção da glicemia. Se o paciente não faz insulinoterapia correta: pode entrar em quadro de hipoglicemia grave. Insulina garante armazenamento hepático de glicogênio, de modo que atenda os níveis de glicogênio adequados entre as refeições. Processos mediados pela insulina na glicogênese hepática: • Inativação da fosforilase hepática (enzima importante para a quebra do glicogênio hepático em glicose): se está construindo glicogênio, não pode quebrar ele em glicose, por isso é importante sua inativação. • Aumento da atividade da glicocinase (enzima de fosforilação inicial da glicose), isso quer dizer que a hora que a glicose entra na célula, ela adiciona grupo fosfato na glicose, a membrana deixa de ser permeável a glicose (a glicose não consegue maissair, permanecendo dentro do hepatócito e posteriormente possa ser polimerizada em glicogênio). • Aumento da atividade da glicogênio-sintase (enzima de polimerização dos monossacarídeos): junta os monômeros de glicose para formar cadeia de glicogênio. • Glicogênio pode corresponder a até 5-6% da massa hepática (100 g) → Todos os eventos acima são revertidos no jejum: passa a ativar a fosforilase hepática e suprime a atividade da glicocinase e glicogênio-sintase. No jejum há decréscimo da secreção de insulina. Imagem: há uma alta taxa de glicose, estimulando a produção de insulina pelas células beta, levando o fígado a armazenar isso na forma de glicogênio. A queda da glicose no sangue estimula as células alfa a produzirem glucagon, diminuindo a atividade da insulina, revertendo todos os efeitos de glicogênese. • Se a quantidade de glicose hepática excede o limite, a insulina promove a conversão de todo o excesso em ácidos graxos (engorda), os quais são empacotados na forma de triglicerídeos em VLDL (lipoproteína de baixa densidade) e encaminhados para depósito no tecido adiposo. • A insulina inibe a gliconeogênese (parte de substratos não glicidicios: construir glicose a partir de aminoácidos) dado que reduz a liberação de aminoácidos dos músculos (diminui efeitos Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima catabólicos). • No cérebro, a demanda por glicose é alta e seu aporte independe da insulina (neurônios são permeáveis à glicose) :é essencial que a glicemia se mantenha sempre acima do nível crítico, sendo esta uma das funções mais importantes do sistema de controle da glicose sérica. Além da insulina, outros hormônios também aumentam os níveis glicêmicos, como o GH. • A insulina é um “poupador de gordura” na maioria dos tecidos do corpo. • A insulina promove a síntese hepática de ácidos graxos especialmente quando o aporte de carboidratos estiver em excesso. Para fazer isso: aumenta o transporte da glicose para os hepatócitos (glicose transformada em → piruvato → acetilcoenzima A (substrato para síntese de ácidos graxos). A maior parte dos ácidos graxos é utilizada para formar triglicerídeos que serão liberados ao sangue; a insulina ativa a lipoproteína lipase nas paredes dos capilares do tecido adiposo: essa enzima é importante no transito de ácido graxo do sangue para o tecido adiposo. • A insulina inibe a ação da lipase hormônio-sensível (responsável pela liberação dos ácidos graxos do tecido para o sangue) • Ainda no tecido adiposo, o transporte de glicose para as células fornece substrato para a porção glicerol da molécula de gordura, indiretamente promovendo a deposição de gordura nos adipócitos ↓ Efeitos múltiplos que levam ao armazenamento de gordura no tecido adiposo • A deficiência de insulina aumenta o uso de gordura como fonte de energia a partir do estímulo à lipólise das gorduras armazenadas (atividade intensa da lipase hormônio-sensível, já que falta insulina) → haverá maior formação e menor utilização periférica de ácido acetoacético → cetose (acidose). A deficiência da deficiência da insulina, ao recrutar o metabolismo de lipídeos substancialmente, aumenta a produção de cetoácidos: pacientes com risco de cetoacidose. Alguns ácidos graxos podem sofrer conversão hepática a colesterol Esse gráfico mostra: remoção do pâncreas:concentração glicose aumenta, só que muito mais rapidamente aumenta a concetração de ácidos graxos livres. Precisa-se dos ácidos graxos livres prontamente disponíveis para utilizar como substrato enérgico. Como em longo prazo produzem ácidos (principalmente o acetoacético), que vão aumentando ao longo do tempo. Ácidos graxos aumentando rapidamente e glicose sérica mais Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima devagar. Existem células permeáveis a glicose (como as musculares em atividade), fazendo não aumentar sua concentração rapidamente, fazendo com que os níveis não subam abruptamente. A insulina promove síntese e armazenamento de proteínas, fazendo: • Estimula o transporte de muitos aminoácidos para as células, assim como o faz, de modo complementar, o GH (também coloca alguns aa para dentro das células). Vários aa entram na célula por intermédio de insulina: leucina, isoleucina, tirosina, fenilalanina, valina. A entrada de potássio na célula também tem a ver com a insulina. • Forma novas proteínas por estímulo aos processos de tradução do mRNA (acionamento da maquinaria ribossômica). • A longo prazo, a insulina aumenta a transcrição de sequências genéticas selecionadas de DNA (aumenta o conjunto de enzimas envolvidas no armazenamento de lipídeos, proteínas e carboidratos). • Inibe o catabolismo proteico: níveis adequados da insulina mantém a estrutura muscular integra. • Deprime a gliconeogênese hepática (conserva aminoácidos nas reservas proteicas do corpo) ↓ Promove a formação de proteínas e impede sua degradação O que podemos observar neste aspecto no diabetes? Perda de massa muscular, fraqueza, deficiência proteica, ureia elevada na urina por conta do catabolismo proteico elevado. GH e insulina interagem de modo sinérgico na promoção do crescimento. O GH coloca alguns aminoácidos dentro da célula e a insulina coloca outro. Gráfico → animal pancreatectomizado e hipofisectomizado (sem pâncreas e hipófise) – avalia administração independente de ambos os hormônios. Administração de GH e insulina sozinhos: pouco crescimento. Administração de GH e insulina associados: crescimento aumenta muito – ocorre construção de tecido, pois a insulina coloca alguns aminoácidos dentro de célula e o GH coloca outros → atuam em sinergismo. Diabetes insipidus não é tipo 1, nem tipo 2 (mellitus). O diabetes insipidus diz respeito na liberação do ADH. Os níveis glicêmicos de um diabetes insipidus podem ser e normais. Poliuria diabetes insipidus: falta de ADH. Poliuria diabetes mellitus: osmolalidade (excesso de glicose no túbulo). Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima Controlador primário da secreção de insulina: aumento da glicemia Quando a glicemia sobe (após uma refeição, por ex) o processo de glicólise está ocorrendo na mitocôndria para a geração de ATP. Esse ATP terá papel importante no canal de K- ATPdependente: na hora que o ATP é fornecido pela atividade mitocondrial, esse canal é fechado. Quando o canal de K é fechado, o potencial da célula é aumentando, despolarizando a célula. Essa despolarização causa abertura de canais Ca-voltagem dependentes, vão fazer com que o cálcio entre na célula. Calcio dentro da célula repleta de vesículas vai levar à exocitose da insulina. • Aminoácidos (arginina e lisina) potencializam o estímulo da glicose na secreção de insulina. • GIP (peptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon): são chamados de incretinas → aquilo que vai estimular secreção de insulina; também inibem a secreção de glucagon. • Glucagon, GH, cortisol: potencializam o estímulo da glicose para a secreção de insulina, porque são hiperglicemiantes (exaustão das células beta). GH e cortisol são ditos diabetogênicos, porque, por longos períodos, podem causar exaustão das células beta que param de produzir insulina. COMO AS CÉLULAS BETA- PANCREÁTICAS DETECTAM O AUMENTO DA GLICEMIA? ATRAVÉS DE CANAIS GLUT2 QUE TEM PERMISSIVIDADE AOS NIVEIS ELEVADOS DE GLICOSE Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima Nos níveis normais de glicemia de jejum (80-90mg/100mL), a secreçãode insulina é mínima (25ng/min/kg), apresentando apenas ligeira atividade fisiológica • A insulina aumenta em dois estágios caso a glicemia aumente subitamente e se mantenha elevada (feedback): A partir da ingestão de uma refeição, há a liberação de hormônios do TGI (GLP-1 e GIP) em resposta à presença de carboidratos. Além disso, os próprios receptores de estiramento do TGI, estimulam o SNC a aumentar o input parassimpático característico de quando há a refeição. Há uma inervação muito expressiva nas células beta, então esse estimulo parassimpático aumentado também atua estimulando as células beta, assim como GLP1 e GIP. O aumento tanto dos aminoácidos no plasma e glicose, levarão à liberação de insulina por Pamela Barbieri – TXXIII Profª Dra. Priscila Lima estimulo das células beta. A alta concentração de glicose plasmática, inibirá as células-alfa produtoras do glucagon. A insulina atuará no músculo (atuação da insulina após refeição e sem insulina em exercícios), no tecido adiposo, no fígado (aumentando glicólise, glicogênese, lipogênese e síntese proteica). Tudo isso irá diminuir os níveis de glicose. Esse controle do nível da insulina segue perfil de feedback negativo. • Tem como efeito mais importante o aumento da concentração de glicose sanguínea (opostamente à insulina) → hormônio hiperglicêmico Promove: • Glicogenólise (quebra do glicogênio hepático que a insulina ajudou a formar). • Aumento da gliconeogênese hepática, então o processo de formação de glicogênio a partir de substrato ou precursores não glicídicos também é atividade do glucagon. • Sua secreção é inibida pela alta glicemia e estimulada por aumento de aminoácidos no sangue e por exercício físico • Relativamente aos efeitos dos aminoácidos, as respostas do glucagon e da insulina não são opostas (glucagon promove a conversão rápida dos aminoácidos em glicose, disponibilizando-a aos tecidos). Glucagon leva a produção da glicose e aminoácidos levam à secreção da insulina. • O glucagon aumenta no exercício extenuante sem necessariamente a glicemia cair (isso pode se dever ao aumento dos aminoácidos circulantes) → impede a redução da glicemia. Em uma situação de refeição, glicemia (em pontilhado) irá aumentar. Os níveis de glucagon caem e o de insulina aumentam. Em relação à efeitos de aminoácidos, as respostas do glucagon e insulina não são opostas