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Aula_01 fase postulatoria

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2 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
A disciplina de audiência trabalhista, definida doutrinariamente como um ato 
complexo, abordará os diversos conceitos e procedimentos relativos à sequência 
dos seus atos processuais, que integram a sistemática jurídica, visando o deslinde 
de um conflito travado pelas partes, por meio do processo judicial, destacando 
que é o ato processual mais importante. 
 
No que concerne a disciplina de prova, serão examinados vários meios definidos 
pelo direito como idôneos para convencer o juiz da ocorrência ou não de 
determinados fatos, bem como seus diferentes tipos e procedimentos, realizados 
no bojo do processo para o justo cumprimento da tutela jurisidicional por parte 
do Estado-Juiz, por meio de uma decisão definitiva ou terminativa de mérito. 
 
Por fim, será definida a clássica distinção entre conciliação e transação, 
examinando os sujeitos da Relação jurídica processual e as regras a eles 
aplicáveis; bem como o termo de conciliação, a sua irrecorribilidade pelas partes 
e a natureza das parcelas envolvidas no objeto do acordo. 
 
Sendo assim, ao final desta disciplina, com base em seus objetivos: 
1. O aluno deverá ser capaz de identificar os requisitos básicos de petição inicial, 
por via das noções gerais apresentadas; 
2. O aluno deverá ser capaz de identificar os efeitos do comparecimento ou não 
das partes em audiência, e suas consequências; 
3. O aluno deverá ser capaz de diferenciar as espécies de prova, mormente no 
que tange o ônus da prova e o cerceamento de defesa no caso concreto. 
3 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Introdução 
Olá, Pessoal! Sejam bem- vindos! Hoje é nossa primeira aula e vamos iniciar o 
estudo sobre Audiência Trabalhista com uma abordagem ampla acerca da teoria 
e da pratica concernente ao Instituto apresentando, um conceito para a disciplina, 
assim como seus fundamentos, natureza jurídica e princípios. A seguir, 
trataremos da Fase postulatória e sequência de atos da audiência. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer a fase postulatória: petição inicial, requisitos, custas. Ritos. Audiência 
de conciliação, instrução e julgamento, sequência de atos da audiência. 
Prática dos tribunais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Conteúdo 
 
Dissídio individual e dissídio coletivo 
Dissídio Individual: Em termos de organização judiciária e de competência, 
de um modo geral, o Processo do Trabalho se divide em dissídio 
individual,quando as partes envolvidas no conflito são identificadas pelo 
empregado e empregador, mormente de reclamante e reclamada, seguindo a 
tradição de ser uma reclamação trabalhista, evitando requerente e requerido, 
suscitante ou suscitado, e de forma suplementar, utilizando autor e réu. 
 
Dissídio Coletivo: E em dissídio coletivo quando as partes são as entidades 
sindicais ou outras Instituições como Ministério Público do Trabalho. 
 
Neste estudo trataremos do dissídio individual do trabalho, veja a 
seguir. 
 
A fase postulatória do processo 
 
A petição apta deve observar os requisitos previstos no artigo 840 da CLT e não 
apresentar os vícios do artigo 330 do NCPC. 
 
Assim, de acordo com o artigo 330, § 1º, IV, do NCPC, considera-se inepta a 
petição inicial que tiver pedidos incompatíveis entre si, contudo se ressalta que 
diante do princípio da informalidade, não são exigidos com severidade todos os 
incisos do aludido artigo, havendo clareza na causa de pedir e repetição no 
pedido, bastará para não se declarar inepta a inicial, conforme Súmula 263 do 
TST. 
 
A petição inicial é a peça inaugural do processo, sendo também denominada 
de “peça exordial”, “peça vestibular”, “peça de ingresso”. Na justiça do trabalho 
a denominação jurídica da petição inicial é reclamação trabalhista. 
 
Princípios: da inércia/dispositivo ou da demanda – art. 2º CPC C/C 262 CPC e 
769 DA CLT. 
5 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Espécies 
Espécies (art. 840, §§1º e 2º, CLT) 
A reclamação poderá ser escrita ou verbal: 
 
 
1. Verbal (arts. 786 e 731 LT) 
2. Escrita (art. 787 CLT) 
 
Há ações que necessitam ser distribuídas por escrito, são elas: 
- Inquérito para apuração de falta grave (art. 853, CLT); 
- Dissídios coletivos (art. 856, CLT). 
 
Registros das reclamações 
Para a distribuição, da petição inicial, a CLT estabelece procedimento nos 
seguintes dispositivos legais: (art. 837, CLT), (art. 838 c/c 783 e 788, CLT). (art. 
783, CLT). As reclamações serão registradas em livro próprio (art. 784, CLT , 
art. 785,CLT). 
 
Todavia, a partir de setembro de 2009, foi implantado o Processo Eletrônico 
(Pje), pelo Conselho Nacional de Justiça. A Justiça do Trabalho aderiu por meio 
de convênio firmado com o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e 
com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os quais firmaram, por sua vez, 
convênios com todos os tribunais regionais do trabalho. 
 
A reclamação trabalhista poderá ser proposta pelos empregados e empregadores 
pessoalmente (jus postulandi), pelos sindicatos, pelo MPT. (Art. 839, CLT, em 
situações excepcionais, como por exemplo, para menores não 
representados).(Artigo 839, CLT C/C, Artigo 791, CLT C/C Súmula 425, TST.). 
 
 
 
 
 
 
6 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Requisitos 
Requisitos da petição inicial (art. 840, §1º, da CLT) 
- Designação da autoridade judiciária a quem for dirigida; 
- Qualificação das partes; 
- Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio (fundamentos fáticos e 
jurídicos); 
- Pedido; 
- Data e assinatura do reclamante ou do seu representante. 
 
Outros requisitos do artigo 319, NCPC de aplicação subsidiária 
- Valor da causa: divergência. Corrente majoritária: com o advento da Lei nº 
9.957/00, que instituiu o procedimento sumaríssimo, tornou-se obrigatória a 
inclusão do valor da causa na inicial. 
-Requerimento para citação – notificação citatória é ato processual praticado pelo 
Diretor de Secretaria (art. 841, da CLT), sendo assim, não seria necessário o 
requerimento de citação. No entanto, é praxe trabalhista constar, na petição 
inicial, o requerimento para citação do reclamado. 
-Provas: é praxe, nas iniciais trabalhistas, constar o protesto pela produção de 
todas as provas em direito admitidas. 
-Pedido: deve ser certo e determinado (art. 324, CPC/2015), e nas hipóteses de 
reclamação trabalhista pelo rito sumaríssimo, deverá ter liquidez em todos os 
pleitos que se tratem de obrigações de dar quanto às condenações e se forem 
obrigações de fazer e houver pleito de multa até cumprimento da obrigação 
também, ainda que de forma estimatória. 
 
Valor da causa 
E o valor da causa? 
O valor é fundamental para a determinação de alçada: a lei 5.584/70 criou novo 
procedimento, criticado doutrinariamente, mas mantido pelos tribunais, o 
procedimento de alçada. Então o valor da causa vai se relacionar com os ritos: 
 
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Rito Sumário: a lei 5.584/70 criou o procedimento de alçada. Nesse rito, só 
cabe recurso por violação à Constituição, e é aplicado se o valor da causa for de 
até dois salários mínimos. A lei permitiu que, se a parte não indicasse o valor, o 
juiz fizesse essa fixação. 
 
Rito Sumaríssimo: lei 9.957/00 (arts. 852-A ao 852-I da CLT). O valor da causa 
não exceda a 40 salários mínimos. Não traz a informação de que o juiz deve dar 
o valor da causa. Portanto, passou a ser necessário. Para alguns doutrinadores, 
atualmente, só existe o rito sumaríssimo e ordinário na seara justrabalhista, 
especialmente pela não utilização do procedimento de alçada. 
 
Rito Ordinário – rito inicial da CLT.O valor da causa é de 40 salários mínimos. 
 
 
Custas do processo 
E as custas do processo? 
De acordocom o art. 789, §1º, as custas serão pagas pelo vencido, após o 
trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e 
comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal, quando o reclamante 
distribui a reclamação, não paga custas, para não inviabilizar o acesso à justiça, 
mas se ele não for declarado beneficiário da gratuidade de justiça, terá que pagar 
sim. Por isso que a juntada da declaração de pobreza, conforme Súmula 463 do 
TST se faz necessária. 
 
De acordo com o art. 832, §2º 
 
 
O art. 832, §2º, CLT preceitua que as custas devem sempre ser determinadas 
na sentença, no cômputo de 2% sobre o valor da condenação (art. 789, CLT) , 
que é meramente estimativo, declarado pelo juiz. 
 
Quem paga as custas processuais? 
 
 
 
 
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Quem paga as custas processuais? A jurisprudência trabalhista entende que, 
se o empregado ganhar um pedido, o empregador deve pagar as custas, pois 
o art. 789 §1º não trata da procedência parcial, logo o fundamento aplicado é a 
hipossuficiência do empregado. Se a parte que tem interesse em recorrer, se 
reclamante, pelo indeferimento total do pedido, desde que não beneficiário da 
gratuidade processual, ou o Reclamado pela procedência em parte, devem pagar 
as respectivas custas processuais, no prazo do recurso. 
 
O pedido 
O Pedido: 
O pedido é o objeto da ação, é um resumo do que o autor pretende receber. É o 
próprio mérito, é o bem da vida deduzido em juízo. Aplica-se o CPC de modo 
supletivo, pela omissão da CLT. 
 
A interpretação dos pedidos é feita restritivamente (art. 293, CPC), mas os 
pedidos podem ser implícitos, sendo deferidos pelo juiz de ofício, como os juros 
legais (art. 293, CPC) e a correção monetária. 
 
O pedido deve ser certo e determinado (art. 286, CPC). 
O pedido pode ser genérico, (art. 286, CPC). 
Classificação dos pedidos: 
1 - Simples ou cumulados: simples é o que contém uma única postulação. 
Cumulado é a cumulação de pedidos numa mesma ação; 
2 - Principal e acessório: segue-se a mesma regra das obrigações principais e 
acessórias; 
3 - Alternativos: pode ser cumprido de mais de uma forma (Art. 288,CPC); 
 
4 - Sucessivos: o primeiro pedido é prejudicial em relação ao segundo (Art. 289, 
CPC e art. 496,CLT); 
5 - Líquidos e ilíquidos; 
6 - Pedidos cominatórios: refere-se às obrigações de fazer ou de não fazer (art. 
287,CPC). 
 
No procedimento sumaríssimo, o pedido há de ser necessariamente líquido (852-
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B, CLT). Sob pena de extinção sem resolução do mérito (§1º, 852-B,CLT). 
 
Outras definições de petição inicial 
Conheça mais informações sobre a Petição Inicial: 
 
 
A petição inicial apócrifa: 
É tida como inexistente no processo do trabalho. Juiz, verificando a ausência de 
assinatura, deve determinar a intimação da parte para que corrija a inicial, 
no prazo determinado, atualmente pelo modelo eletrônico, revela-se impossível, 
mas caso ainda haja alguma Vara do Trabalho sem o Pje, poderá ocorrer. 
 
Valor da causa: 
Apesar de haver controvérsia a respeito do valor da causa, parte da doutrina 
entende que é obrigatório apenas para as causas sujeitas ao 
procedimento sumaríssimo (art. 852-A e 852-B), nos outros procedimentos, 
se não indicado o valor da causa o juiz deve, de ofício, fixá-lo (p. ex.: art. 
2º, Lei 5584/70). 
 
Da citação: 
Nomenclatura: a doutrina chama de notificação citatória. Se necessário alterar a 
petição inicial por emenda ou aditamento, deve ser procedido tal ato antes da 
citação (art. 329, inciso I, NCPC c\c art. 769, CLT). No processo trabalhista, a 
citação é feita pelo Diretor de Secretaria (art. 841, CLT). Citação automática, 
independentemente de requerimento. 
 
Na seara trabalhista, a citação se aperfeiçoa com o comparecimento das partes 
em audiência, oportunidade em que o réu apresentará sua defesa. Por isso, o 
entendimento é que o requerimento do Reclamante para alteração da inicial seja 
deferida pelo magistrado até a hora da audiência, isto é, antes da leitura ou 
entrega da contestação ao advogado do autor, por ausência na Justiça do 
Trabalho de momento específico de saneamento do processo. 
 
 
De todo modo, a audiência será adiada para que o Réu tenha oportunidade de 
10 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
impugnar os novos fatos alegados pelo autor, mas isso se ocorrer modificação 
substancial em sua defesa, a fim de respeitar o princípio da ampla defesa e do 
contraditório, mas sempre resguardando a celeridade e economia processual. 
 
Espécies: 
1. Citação postal: art. 841, §1º CLT, art. 774, § único CLT, súmula 16 TST. Se 
não ocorrer, a citação será feita por edital. 
2. Citação por edital: art. 841, §1ºCLT. 
3. Citação por oficial de justiça: art. 880, §2ºCLT: 
a. Para o início da execução; 
b. Fora do alcance do serviço postal: apesar de não prevista em lei, os juízes em 
muitos casos autorizam a citação por oficial de justiça quando encontra-se 
dificuldades na citação postal (quando se observa que criam obstáculos, se for 
difícil de encontrar a pessoa). 
 
Audiência 
 
Agora falaremos de Audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento. 
 
O que vem a ser Audiência? 
 
 
A palavra audiência vem do latim audientia, que significa audição, ouvir, escutar. 
No Direito, significa a realização de um ato, presidido pelo juiz, no qual as partes 
se encontram com a finalidade de escutar tudo o que têm a dizer, colher as 
provas, tomar o depoimento das partes e das testemunhas. 
 
No Direito do trabalho, em vista do princípio da celeridade processual, previsto 
no inciso LXXVIII, do artigo 5°, da Constituição Federal, a audiência trabalhista 
procura reunir a maior parte dos atos processuais em uma única audiência, a 
chamada audiência UNA, porém, muitas vezes, o juiz não consegue realizar todos 
os atos em uma única audiência em virtude da complexidade do ato ou até mesmo 
pelo número de audiências quem tem que realizar em um dia, e, em alguns casos, 
as audiências são fracionadas. 
 
No processo do trabalho, há a Audiência Inicial, que, normalmente, é destinada 
11 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
apenas à tentativa de conciliação e entrega da defesa e à Audiência de instrução 
e julgamento. Quando todos os atos são realizados, em um único momento, 
denomina-se audiência UNA. 
 
No processo do trabalho, as audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho 
são públicas e realizadas na sede do juízo ou Tribunal, em dias úteis, entre 8 e 
18 horas, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, salvo matéria urgente. Em 
casos excepcionais, poderá ser designado outro local para as audiências, desde 
que se faça tal comunicado com antecedência de 24 horas. 
 
A publicidade dos atos processuais estão assegurados no art. 93, IX, 
ressalvados os casos excepcionais legalmente previstos. Nos moldes do art. 849 
da CLT, a audiência trabalhista é única, mas não impede a sua subdivisão, no 
caso de força maior. 
 
Dessa forma, a audiência trabalhista é um ato complexo do processo, cujo 
objetivo maior é o comparecimento das partes para que se reconciliem, 
mediante concessões mútuas. Mas, não sendo possível a conciliação, inicia-se a 
instrução do processo, com a produção de provas documentais e 
pericias, interrogatório das partes e testemunhas. 
 
Audiência inicial 
 
E o que vem a ser Audiência Inaugural? 
 
A Audiência Inicial é destinada apenas, em regra geral, à tentativa de 
conciliação e entrega da defesa. O artigo 847, da CLT, estabelece que o prazo 
processual para apresentação da defesa é neste momento processual. Vale 
ressaltar que, aqui também se abre prazo para que o reclamante oferte réplica 
da contestação, bem como se designa, se for o caso, perícias de insalubridade, 
periculosidade e médica, com igual abertura de prazo para quesitos eassistente 
técnico. Importante ressaltar, que tratando-se de processo judicial eletrônico (LEI 
14.419/2006) o prazo para juntada é de até duas horas antes da realização da 
audiência. 
 
12 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Vale lembrar que o princípio da conciliação é inerente ao Processo do Trabalho. 
Assim, o juiz deverá proceder à tentativa de conciliação do conflito no 
início e ao final da audiência, sob pena de nulidade dos atos praticados 
em audiência. (art. 831,CLT). 
 
E se não houver acordo? 
 
 
Caso não haja acordo, há a apresentação da defesa. 
 
 
Apresentação da defesa (art. 847 CLT) - Não havendo acordo, o reclamado 
terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando 
esta não for dispensada por ambas as partes (art. 799,CLT). Na contestação 
compete ao réu alegar, toda a matéria defesa, expondo as razões de fato e de 
direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir (art. 300, CPC). 
 
Deve ser assinada por advogado com procuração nos autos. Na contestação, 
deve constar toda a matéria de defesa (princípio da eventualidade ou da 
concentração). Aplica-se no processo do trabalho o art. 302, do CPC, pois o réu 
manifesta-se precisamente sobre todos os fatos narrados na petição inicial, (ônus 
da impugnação especificada dos fatos ou não admissão da defesa por negativa 
geral), presumindo-se verdadeiros aqueles que não forem impugnados, mas 
esta veracidade dos fatos pode ser afastada por prova em sentido contrário 
existente nos autos (juristantum). 
 
Depoimento das partes 
 
O início da audiência será anunciado pelo microfone ou pessoalmente. Em geral, 
é falado o número da Vara, o horário da audiência e o nome das partes. Este 
procedimento denomina-se pregão. 
 
Após isso, as partes entram na sala de audiência e, constando-se a presença das 
mesmas (artigo 843, CLT), o juiz do trabalho irá propor a conciliação, tendo em 
vista a natureza conciliatória no processo do trabalho. 
13 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Se houver acordo, todos os dados são registrados em ata (valor, data e forma de 
pagamento, eventuais parcelas, multa em caso de descumprimento etc.). 
Importante salientar, que o juiz do trabalho possui a faculdade (Súmula 418, 
TST) de homologar ou não o acordo. Caso o faça se transforma em título 
executivo judicial (artigo 876, CLT). 
 
Não havendo acordo será oferecida a peça de defesa. Normalmente, nesta 
audiência, não há depoimento pessoal, nem instrução probatória, e, as partes são 
intimadas do dia e da hora da próxima assentada, sendo o comparecimento 
obrigatório. 
 
Alegações finais (art. 85 e 851, ambos da CLT): Terminada a instrução, 
poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) 
minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta 
de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. Pelo princípio 
da oralidade, não é obrigatório consignar em ata o debate trazido nessa fase 
pelas partes, por se tratar de uma faculdade. 
 
Tentativa final de conciliação (art. 850 CLT): No caso do rito sumaríssimo, 
a proposta conciliatória será realizada na forma do art. 852-E da CLT. 
 
Sentença 
Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos 
(art. 203 do CPC). A sentença é ato pelo qual o juiz resolve o processo nos termos 
dos artigos 485 e artigo 487 do CPC. Na CLT, a decisão está prevista no artigo 
832, e as decisões interlocutórias no artigo 893, §1º. 
Veja como as sentenças são classificadas, segundo o entendimento trinário: 
 
 
 
 
 
 
 
Sentença declaratória 
É aquela que se encerra em uma declaração de existência ou inexistência de uma 
14 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
relação jurídica, ocorre em processos em que se requer vínculo de emprego. E 
como tal imprescritível. 
 
Sentença constitutiva 
Tem como efeito criar, modificar ou extinguir a relação, alterando uma 
determinada situação jurídica, comum em pedidos que envolvam rescisão indireta 
ou um pedido de dano moral. 
 
Sentença condenatória 
Assim, a sentença condenatória impõe ao réu uma condenação de dar, de fazer 
ou de não fazer, conforme o objeto da pretensão, via de regra, a maior parte 
dos processos trabalhistas pleiteiam uma condenações em dinheiro em verbas 
trabalhistas. 
 
Limites e elementos da sentença 
Limites da sentença: é defeso ao juiz, ressalvados alguns casos especiais, 
decidir acima, fora ou aquém dos limites da lide, ou seja, do pedido, nos termos 
do artigo 492 e parágrafo único do CPC, aplicando-se ao processo do trabalho 
por força do artigo 769 da CLT. 
Os elementos da sentença estão previstos no artigo 832 da CLT. 
 
Relatório: 
Sentença sem relatório: nula de pleno direito (832, CLT c/c 489, I, NCPC). O 
procedimento sumaríssimo dispensa o relatório (852-I). 
 
Fundamentação: 
São as razões de decidir do juiz - Art. 93, IX, CRFB/88, e artigo 489, II, NCPC. 
 
Dispositivo: 
É a conclusão, ou seja, a parte final da sentença, a qual transita em julgado. 
(art. 489, III, NCPC 
 
Intimação da sentença: art. 852, CLT - partes serão intimadas da sentença 
15 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
na própria audiência. (art. 841, §1º, CLT.), podendo ser pela aplicação da 
Súmula 197 do TST, em que a data designada na ata, será a data que as partes 
tomarão ciência do teor da decisão, ou, por Diário Eletrônico, em que as partes 
aguardarão até que a sentença esteja prolatada e serão intimados deste ato. 
 
Ata de audiência e coisa julgada 
Ata de audiência: deve ser juntada em 48 horas. Se não for observado o 
prazo para juntada, as partes serão novamente intimadas da sentença. 
 
Súmula 30, TST: INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 
19, 20 e 21.11.2003: Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, 
 
contadas da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para 
recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença. 
 
Coisa julgada: a doutrina a define como a qualidade conferida à sentença 
judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e 
indiscutível. O fundamento da coisa julgada reside na segurança nas relações 
jurídicas e pacificação dos conflitos. 
 
Prática dos tribunais 
Prática dos Tribunais: 
1. Audiência inicial (conciliação): se não tiver acordo, junta a defesa, intima as 
partes e marca nova data (fases 1 e2); 
2. Prosseguimento ou instrução – fases 3 a6; 
3. Sentença. 
 
 
Tire suas dúvidas no Fórum e participe do debate proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Referências 
JUNIOR, José Cairo. Curso de direito processual do trabalho. 8ª ed. Bahia: 
Juspodivm. 
PINTO, José Augusto Rodrigues. Processo de conhecimento. 5. ed. São 
Paulo: Editora LTR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Exercícios de fixação 
 
Questão 1 
C1– (FCC – 2016 – TRT – 20 Região) Zeus ajuizou reclamação trabalhista em 
face de seu empregador que tramita pelo rito sumaríssimo, convidando 
verbalmente as suas testemunhas. Ocorre que, na audiência designada, as 
testemunhas não compareceram e não houve nenhuma comprovação sobre o 
convite feito às mesmas. No caso, 
A. as testemunhas deverão ser intimadas em razão do princípio da busca da 
verdade real, impondo-se o adiamento da audiência. 
 
B. a audiência prosseguirá porque somente será deferida intimação de 
testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. 
 
C. a audiência será adiada para outra data e as testemunhas deverão 
comparecer espontaneamente, sob pena de pagamento de multa, além da 
preclusão da prova. 
 
D. no rito sumaríssimo,não cabe condução coercitiva de testemunhas ou 
adiamento de audiência por tal motivo, mas para garantir a paridade de 
tratamento, deverá o juiz encerrar a instrução processual sem ouvir 
testemunhas da reclamada. 
 
E. as testemunhas deverão ser conduzidas coercitivamente uma vez que não 
se pode tolerar o descumprimento do dever cívico de colaboração com a 
Justiça. 
 
Questão 2 
 
(FCC – 2016 – TRT – 20 Região) O reclamante Perseu e seu advogado 
compareceram na audiência designada em reclamação trabalhista para às 
13h00min. Naquele dia, o juiz iniciou a pauta de audiências pontualmente, mas, 
em razão da complexidade das audiências anteriores, a audiência de Perseu 
somente foi apregoada às 13h20min. Adentraram à sala de audiência a 
18 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
reclamada e o advogado do reclamante, informando ao juiz que seu cliente 
Perseu já tinha ido embora, em razão do atraso no pregão. Nessa, 
A. será decretada a revelia na própria audiência, porque o atraso não foi 
superior a 30 minutos e o reclamante deveria ter esperado. 
B. independente do tempo do atraso não haverá consequência processual ao 
reclamante porque o seu advogado estava presente e o representará, 
sendo realizada normalmente a audiência. 
C. a audiência não deve ser adiada e o processo será arquivado diante da 
ausência do reclamante. 
D. o juiz deverá designar outra audiência porque seu atraso foi superior a 15 
minutos, saindo intimados sobre a data da nova audiência a reclamada e 
o reclamante, este por seu advogado presente. 
E. se o atraso fosse superior a 30 minutos a audiência deveria ser adiada, 
mas como foi de apenas 20 minutos o processo deverá ser arquivado. 
 
Questão 3 
 
(FCC – 2016 – TRT 23 Região) Hercules ajuizou reclamação trabalhista em face 
da empresa Deuses da Paixão S/A, pretendendo o pagamento de indenização 
por dano moral e adicional de insalubridade. O valor da somatória dos dois 
pedidos não ultrapassa 40 vezes o salário mínimo na data do ajuizamento. Para 
tentar provar suas alegações, o reclamante pretende ouvir cinco testemunhas, 
bem como requerer a prova pericial. Nessa situação, em relação à matéria de 
provas, 
A. poderá ouvir somente duas testemunhas e deve ser realizada a prova 
pericial. 
 
B. poderá ouvir três testemunhas e a prova pericial não pode ser realizada em 
razão do rito processual. 
 
C. todas as cinco testemunhas podem ser ouvidas e deve ser realizada a prova 
pericial. 
19 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
D. somente poderá ouvir duas testemunhas e a prova pericial não pode ser 
realizada em razão do rito processual. 
 
E. poderá ouvir três testemunhas desde que a reclamada também traga três 
testemunhas e deve ser realizada a prova pericial. 
 
Questão 4 
 
(FCC – 2016 – TRT 23 Região) Conforme legislação própria quanto às audiências 
no Processo Judiciário Trabalhista, 
A. serão públicas e realizadas nos dias úteis das seis às vinte horas. 
 
B. se, até quinze minutos após a hora marcada, o juiz não houver 
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar 
de registro próprio. 
 
C. não poderão ultrapassar três horas seguidas, ainda que houver matéria 
urgente. 
 
D. o juiz manterá a ordem nas audiências, mas não poderá mandar retirar do 
recinto os assistentes que a perturbarem em razão do caráter de 
publicidade que reveste esse ato processual, devendo no caso, adiar a 
sessão. 
 
E. é facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer 
outro preposto que tenha conhecimento do fato, mas cujas declarações, 
nesse caso, não obrigarão o proponente. 
 
 
 
 
20 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Questão 5 
 
FCC – 2016 – TRT 23 Região - Ernesto ajuizou reclamação trabalhista em face 
da Empresa T, dando à causa o valor de R$ 20.000,00. Na audiência designada, 
o advogado de Ernesto informou que sua testemunha Joana, convidada 
oralmente, não compareceu, razão pela qual requereu a designação de nova 
data para realização da audiência. Neste caso, o Juiz deverá: 
A. indeferir a designação de nova data para a audiência, pois Ernesto deveria 
ter arrolado sua testemunha cinco dias antes da data de sua realização. 
 
B. indeferir a designação de nova data para audiência, pois Ernesto deveria 
comprovar documentalmente o convite para sua testemunha. 
 
C. indeferir a designação de nova data para a audiência, pois Ernesto deveria 
ter arrolado suas testemunhas com a petição inicial, o que não fez. 
 
D. deferir a designação de nova audiência, pois, no processo trabalhista, as 
testemunhas comparecerão à audiência independentemente de notificação 
ou intimação, podendo ser intimadas as que não comparecerem, a 
requerimento da parte. 
 
E. deferir a designação de nova audiência, pois, no processo trabalhista, o 
reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados de 
suas testemunhas, apresentando, nesta ocasião, as demais provas, sendo 
facultada a redesignação de nova data, se solicitado pelas partes, ante o 
não comparecimento de suas testemunhas. 
21 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
 
Questão 1 - B 
 
Questão 2 - C 
 
Questão 3 - A 
 
Questão 4 - B 
 
Questão 5 - B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
Márcia dos Santos Pimentel Nunes possui Graduação em Ciências Jurídicas 
pela Universidade Cândido Mendes e Pós-Graduação em Direito pela Universidade 
Cândido Mendes, com Especialidade em Direito Processual Civil pela Universidade 
Cândido Mendes. Atualmente, é Professora de Direito e Processo do Trabalho da 
Pós-Graduação da Universidade Estácio de Sá. Atuou como Professora de Direito 
e Processo do Trabalho da Universidade Estácio de Sá, Professora de Pós-
Graduação em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, ministrado pelo método 
EAD da UNESA, e como advogada orientadora do NPJ da Universidade Estácio de 
Sá. Professora convidada do Curso Lexus para exame da OAB. É Advogada 
Associada do Escritório NPA Advogados Associados, atuando nas áreas de 
consultoria e contencioso trabalhista. 
 
David Bezerra de Medeiros é Mestre em Direito pela FADISP; Pós-graduado 
em Direito Previdenciário pela UNIFMU; Pós-graduado em Docência de Ensino 
Superior pela Uninove; Pós-graduando em Direito do Trabalho e Processo do 
Trabalho pela EPD (Escola Paulista de Direito); advogado trabalhista e 
previdenciarista. 
	Introdução
	Conteúdo
	Dissídio individual e dissídio coletivo
	Neste estudo trataremos do dissídio individual do trabalho, veja a seguir.
	A fase postulatória do processo
	Espécies
	Registros das reclamações
	Requisitos
	Valor da causa
	E o valor da causa?
	Custas do processo
	E as custas do processo?
	De acordo com o art. 832, §2º
	Quem paga as custas processuais?
	O pedido
	Classificação dos pedidos:
	Outras definições de petição inicial
	A petição inicial apócrifa:
	Valor da causa:
	Da citação:
	Espécies:
	Audiência
	O que vem a ser Audiência?
	Audiência inicial
	E se não houver acordo?
	Depoimento das partes
	Sentença
	Limites e elementos da sentença
	Relatório:
	Fundamentação:
	Dispositivo:
	Ata de audiência e coisa julgada
	Prática dos tribunais
	Referências
	Exercícios de fixação
	Questão 1
	Questão 2
	Questão 3
	Questão 4
	Questão 5
	Aula 1
	Exercícios de fixação

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