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1 APOSTILA 08 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 2 Assuntos Abordados: Demonstração do Resultado e Demonstração do Resultado Abrangente: Apresentação, aspectos conceituais, finalidades e normatização, forma de elaboração e seus elementos. 1. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ................................................... 3 1.1 Receitas e Despesas ........................................................................................... 5 1.2 Estrutura ............................................................................................................... 8 1.3 Demonstração do Resultado de acordo com o CPC 26 ..................................13 2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE .................................................... 18 3. QUESTÕES ......................................................................................................................... 27 3 1. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A Demonstração do Resultado do Exercício, também conhecida como DRE, é um documento contábil de demonstração cujo objetivo é detalhar a formação do resultado líquido de um exercício pela confrontação das receitas, custos e despesas de uma empresa, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência (receitas e despesas devem ser incluídas na operação do resultado do período em que ocorrem). Ou seja, apresenta o resumo financeiro dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa. Para fins legais de divulgação, ela abrange o período estabelecido como exercício financeiro, que normalmente vai de janeiro a dezembro (12 meses). Entretanto, também pode ser elaborada mensalmente para fins administrativos e trimestralmente para fins fiscais. Em outras palavras a DRE é a demonstração contábil que apresenta o confronto entre receitas e despesas da entidade. Todas as mutações do patrimônio líquido que não sejam resultantes das transações com os sócios devem estar reconhecidas em duas demonstrações: demonstração do resultado do exercício e demonstração de resultados abrangentes, que serão apresentadas no decorrer deste material. Se as receitas forem maiores que as despesas, haverá LUCRO. Caso seja ao contrário, despesas maiores que receitas, haverá PREJUÍZO. O regime utilizado é o de COMPETÊNCIA, pelo qual as despesas e receitas devem ser reconhecidas independentemente de pagamento ou recebimento, e sim, pelo seu fato gerador. Afinal, para que serve a DRE? A DRE é uma ferramenta contábil utilizada para verificar a saúde financeira de uma empresa, ou seja, ela mostra qual lucro (ou prejuízo) a empresa terá se conseguir realizar o que está sendo planejado. Esse tipo de controle financeiro ajuda os gestores a terem uma visão mais realista sobre as decisões que devem ser tomadas, a fazer provisões mais realistas e saber se existe viabilidade econômica para determinados investimentos, por exemplo. 4 Outro aspecto importante sobre a DRE é que ela integra o chamado capital próprio. Ou seja, o lucro ou prejuízo auferido ao término do exercício deverá compor o patrimônio líquido. Por isso, as contas que integram a demonstração do resultado são zeradas ao fim do exercício. O resultado será integrado ao patrimônio líquido, seja lucro, seja prejuízo. Conforme o CPC 26: 81. A entidade deve apresentar todos os itens de receita e despesa reconhecidos no período em duas demonstrações: demonstração do resultado do período e demonstração do resultado abrangente do período; esta última começa com o resultado líquido e inclui os outros resultados abrangentes. Além do CPC 26, o art. 187 e seus autos também citam a DRE, veja: SEÇÃO V - Demonstração do Resultado do Exercício Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou DRE Regime de Competência 5 fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. 1.1 Receitas e Despesas De um modo geral: Receitas e despesas são termos de estudos da contabilidade e finanças em geral, onde é ensinado que as despesas são gastos para direta ou indiretamente gerarem receitas, seja para pessoas físicas ou jurídicas. O principal conceito de receitas são os recursos provenientes da venda de mercadorias ou de uma prestação de serviços. As despesas, por sua vez, são todos os gastos que uma empresa precisa ter para obter uma receita. Alguns exemplos de despesas são os salários, a conta de água, luz, telefone, os impostos e etc. As despesas podem ser divididas em antecipadas e não operacionais. Despesas antecipadas são as pagas antecipadamente e que serão consideradas como despesas no decorrer do exercício seguinte, como seguros a vencer. Despesas não operacionais são aquelas decorrentes de transações não incluídas nas atividades principais ou acessórias que constituam objeto da empresa. A comparação entre receitas e despesas ocorre na apuração do resultado do exercício (ARE), que é o saldo do confronto entre elas, depois de um ciclo de operações em uma empresa, se o resultado for positivo a empresa teve lucro, se o resultado for negativo a empresa teve prejuízo. Veja a representação gráfica da ARE: 6 Para encerrar as contas de Despesas, é necessário o seguinte lançamento: D – Apuração do Resultado do Exercício C – Despesas Já para encerrar as Receitas: D – Receitas C – Apuração do Resultado do Exercício Apuração do Resultado do Exercício Débito Despesas Crédito Receitas Saldo Devedor Prejuízo R<D Saldo Credor Lucro R>D Despesas Receitas SALDO DEVEDOR SALDO CREDOR CRÉDITO DÉBITO 7 O CPC 00, no item 4.25, esclarece as definições de Receitas e Despesas: “4.25. Os elementos de receitas e despesas são definidos como segue: (a) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o períodocontábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais; (b) Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.” R E C E I T A Aumento nos benefícios econômicos Forma Resulta em aumento do Patrimônio Líquido Sem relacionamento com subscrição de capital Entrada de Recursos; Aumento de Ativos; Diminuição de Passivos. D E S PE S A Decréscimo nos benefícios econômicos Forma Sem relacionamento com proprietários Saída de Recursos; Redução de Ativos; Aumento de Passivos. 8 1.2 Estrutura A estrutura de acordo com a Lei nº 6.404/76 é a seguinte: Faturamento bruto (venda bruta + IPI sobre faturamento) (-) IPI sobre faturamento bruto (=) Vendas brutas/Receita bruta de vendas/Receita operacional bruta (-) Deduções da receita bruta Devoluções e cancelamento de vendas Abatimentos sobre vendas Descontos incondicionais concedidos/descontos comerciais Impostos e contribuições sobre vendas e serviços (ICMS, ISS, PIS, COFINS) Ajuste a valor presente sobre clientes (=) Vendas líquidas/Receita líquida de vendas/Receita operacional líquida (-) Custo da mercadoria vendida (CMV = Est. inicial + Compras líq. – Est. final) (=) Lucro bruto/Resultado operacional bruto/Resultado com mercadorias (-) Despesas operacionais Com vendas Administrativas Gerais Financeiras líquidas (despesas financeiras – receitas financeiras) Outras despesas operacionais + Outras receitas operacionais (=) Resultado operacional líquido/Lucro ou prejuízo operacional líquido (-) Outras despesas (antigas despesas não operacionais) + Outras receitas (antigas receitas não operacionais) (=) Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (-) Despesa com provisão para Imposto de Renda e CSLL (=) Resultado após o Imposto de Renda/CSLL e antes das participações (-) Participações estatutárias sobre o lucro Debenturistas Empregados Administradores Partes beneficiárias Fundo de assistência/previdência a empregados (=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício 9 De uma forma mais resumida: RECEITA BRUTA: é o produto da venda de bens e serviços. Em outras palavras, é a receita total decorrente das atividades-fim da organização, isto é, das atividades para as quais a empresa foi constituída, segundo seus estatutos ou contrato social. DEDUÇÕES: é tudo aquilo que é retirado das receitas, sendo elas: Devoluções de Vendas/ Vendas Canceladas; Descontos Incondicionais Concedidos; Impostos e Abatimentos. ✓ DEVOLUÇÕES DE VENDAS e/ou VENDAS CANCELADAS: Mercadoria devolvida. ✓ DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS: redutora da receita, pois foi concedido ao cliente. Ou seja, desconto incondicional é aquele concedido independentemente de qualquer condição, ou seja, não é necessário que o adquirente pratique qualquer ato subseqüente ao de compra para fruição do benefício. ✓ IMPOSTOS: ou tributos sobre vendas, aqueles que guardam proporcionalidade com o preço da venda, mesmo que integrem a base de cálculo do tributo. Os mais comuns são PIS, COFINS e ICMS. ✓ ABATIMENTOS SOBRE VENDAS: é uma ferramenta de redução de preço, combinada pelo vendedor e o cliente, para que não haja a devolução da venda ou para que o cliente não se recuse a aceitar o serviço prestado. 10 AJUSTE A VALOR PRESENTE SOBRE CLIENTES: Ajustar algo a valor presente significa trazer um valor que está previsto para se realizar em data futura a termos monetários de hoje. As vendas e as compras, quando feitas a prazo, inserem no valor da operação, juros e encargos financeiros referentes à remuneração de um capital no futuro. Assim, a contabilização pelo valor nominal faz com que essas operações sejam demonstradas de forma superavaliada no Balanço Patrimonial. Fica difícil, também, diferenciar o resultado financeiro do resultado realmente apurado com operações da atividade empresarial. O ajuste a valor presente (AVP) veio para que possamos dirimir esse problema. E por que o ajuste a valor presente pode aparecer como dedução da receita bruta de vendas?! Pelos motivos já expostos acima. A venda, quando efetivada pela empresa, deve ser, o máximo possível, líquida de juros. Desta forma, um usuário das demonstrações contábeis será capaz de comparar balanços de empresas que trabalham com preços à vista e que trabalham com preços a prazo. Tecnicamente falando, o correto é registrar o valor dos juros e encargos financeiros como receitas financeiras. RECEITA LÍQUIDA: a receita bruta com deduções. CMV (CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA): considera todas as despesas/custos acumuladas na produção, no transporte e no armazenamento dos produtos de uma empresa até que os mesmos sejam vendidos. CSP (CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS): Valor dos gastos incorridos no processo de prestação dos serviços para que a empresa gerasse receita de prestação de serviços. CPV (CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS): Valor dos gastos incorridos no processo de produção dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de vendas de produtos. LUCRO BRUTO: se refere à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços e o custo das mercadorias e serviços vendidos/prestados. DESPESAS DE VENDAS: representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda. Ex.:Comissões sobre vendas, representantes comerciais, fretes sobre venda; propaganda e publicidade, etc. DESPESAS FINANCEIRAS: reflete os juros que a empresa deve pagar aos seus credores oriundos de empréstimos por ela contraídos. DESPESAS GERAIS: necessária para o funcionamento e desenvolvimento das operações da entidade. 11 DESPESAS ADMINISTRATIVAS: que dizem respeito as despesa para administrar a empresa. Ou, é usada quando entende-se que haverá separação das despesas em Administrativos, comerciais, Pessoal e financeiras. RECEITAS FINANCEIRAS: os juros recebidos; os descontos obtidos; o lucro na operação de reporte; os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa; prêmios de resgate de títulos ou debêntures; as variações monetárias positivas em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis, por dispositivo legal ou contratual, dos direitos de crédito do contribuinte; assim como os ganhos cambiais e monetários realizados no pagamento de obrigações. LUCRO ANTES DO IR (LAIR): com o lucro operacional estimado na DRE, as despesas e receitas que sobraram, as “não operacionais” – não destinadas à atividade fim da empresa –, são deduzidas para chegar ao LAIR: Lucro Antes do Imposto de Renda. É o LAIR que será base para os cálculos de IR a pagar. IR – IMPOSTO DE RENDA: o valor anual descontado do rendimento do trabalhador ou da empresa e entregue ao governo federal. O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza é tributo instituído pela União, no exercício da competência regular que lhe confere a Constituição Federal (CF, art. 153, III). As pessoas jurídicas estão sujeitasa um dos seguintes regimes jurídicos para apuração do imposto de renda: a) lucro presumido; b) lucro arbitrado; c) lucro real. O lucro presumido pode ser utilizado pelos contribuintes cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ 78 milhões, no ano calendário anterior, ou R$ 6,5 milhões por mês se ano calendário tiver menos de 12 meses. No lucro presumido o imposto é calculado trimestralmente. Para achar a base de cálculo, basta que saibamos achá-la por presunção (resultado da receita bruta total x alíquota da presunção). Uma vez encontrada, procede-se à apuração pela multiplicação com a respectiva alíquota. A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15%. O lucro arbitrado é lançado de ofício pela Secretaria da Receita Federal, por meio de seus auditores fiscais, geralmente, quando flagradas fraudes, vícios, omissões, inconsistências na escrituração de sujeito passivo. O lucro real, por seu turno, é o lucro líquido do período ajustado por adições, exclusões e compensações. Funciona da seguinte forma: Lucro apurado na contabilidade antes do IR (LAIR) (+) Adições (-) Exclusões (-) Compensações (=) Base de cálculo do IR 12 Ressalte-se que o deferimento do Imposto de Renda é feito somente para fins fiscais no LALUR, não alterando o lucro líquido na contabilidade, pois em função do regime de competência, na contabilidade não há postergação do reconhecimento do resultado. CSLL – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO: é uma contribuição criada para que todas as Pessoas Jurídicas (PJ) e as equiparadas pela legislação do Imposto de Renda (IR) possam apoiar financeiramente a Seguridade Social. A alíquota da CSLL é de 9% (nove por cento) para as pessoas jurídicas em geral, e de 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas consideradas instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização. A apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o IRPJ. DEBÊNTURES: são títulos de crédito de longo prazo emitidos pelas companhias de capital aberto, representativas de empréstimos contraídos pelas mesmas, cada título dando, ao debenturista, idênticos direitos de crédito contra as sociedades, estabelecidos na escritura de emissão. PARTES BENEFICIÁRIAS: são títulos negociáveis sem valor nominal e estranhos ao capital social, que podem ser criados a qualquer tempo pelas Sociedades por Ações de Capital Fechado. Esses títulos podem ser negociados pela companhia ou cedidos gratuitamente aos acionistas, fundadores ou terceiros, em remuneração pelos serviços prestados à companhia, de acordo com a vontade desta, nos termos de seu estatuto ou conforme deliberação em assembléia geral dos acionistas. FUNDOS: visam complementar a renda do investidor durante a aposentadoria, proporcionando uma renda extra para o aposentado. LUCRO LÍQUIDO: é o ganho que se obtém depois de realizar os descontos correspondentes. Ou seja, é o lucro concreto que a empresa recebe. Depois de deduzidas as participações, chegamos ao lucro líquido do exercício. Daí, temos de transferir o resultado para o patrimônio líquido, pois as receitas e despesas da entidade integram o chamado capital próprio. Do lucro líquido do exercício, podemos extrair o valor do lucro por ação do capital social. Se, por exemplo, o capital social for composto por R$ 1.000.000,00, com 100.000 ações, teremos um lucro de R$ 10,00/ação. LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO = LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO/TOTAL DE AÇÕES A transferência do lucro ou prejuízo do exercício se dá para conta lucro ou prejuízos acumulados do PL. Todavia, vale ressaltar que a entidade, com as modificações contábeis recentes, não mais poderá reter lucros injustificadamente. Repita-se: a conta lucros acumulados não pode mais constar no Balanço Patrimonial, quando do fechamento da demonstração. Alguns autores afirmam, erroneamente, que esta conta deixou de existir. Tal afirmação está inconsistente, posto que a conta lucros acumulados pode ser 13 utilizada temporariamente (antes do fechamento do balanço), sendo que a partir dela distribuímos os lucros do exercício as mais diversas finalidades. Sendo uma conta de PL, o seu saldo é credor. Ressalve-se, contudo, que a conta prejuízos acumulados, essa sim pode subsistir ao término do exercício, diminui o PL, tendo, assim, saldo devedor. 1.3 Demonstração do Resultado de acordo com o CPC 26 O Pronunciamento Técnico do CPC nº 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis – determina que a entidade deve apresentar todos os itens de receita e despesa reconhecidos no período em duas demonstrações: 1) demonstração do resultado do período (DRE); e 2) demonstração do resultado abrangente do período; esta última começa com o resultado líquido e inclui os outros resultados abrangentes. Vimos anteriormente como a Lei 6.404/76 estabelece a estrutura da DRE, porém, o CPC 26 também trouxe outra estrutura, vamos compará-las: LEI Nº 6.404/76 CPC 26 Receita Bruta (-) Deduções das Vendas (=) Receita Líquida (-) CMV (=) Lucro Bruto Receitas (-) CMV (=) Lucro Bruto (-) Despesas • Vendas • Gerais e administrativas • Outras despesas operacionais • Financeiras, deduzidas as receitas (-) Despesas • Vendas • Gerais e administrativas • Outras despesas e receitas operacionais • Resultado equivalência Patrimonial Lucro ou prejuízo operacional Resultado antes das Receitas e Despesas financeiras Resultado antes do IR (-) Provisão IR (-) Participações: • Debêntures • Empregados • Administradores • Partes Beneficiárias • Fundos de pensão Lucro ou prejuízo líquido do exercício Lucro ou prejuízo por ação Resultado antes dos tributos sobre o lucro (-) Despesas de tributos sobre o lucro (=) Resultado das operações continuadas +/- Resultado líquido das operações descontinuadas Resultado líquido do período 14 A Lei 6404/76 inicia a DRE a partir da Receita Bruta, demonstrando as deduções de vendas para chegar na receita líquida. A estrutura que aparece no pronunciamento CPC 26 já inicia da Receita Líquida. As empresas estão publicando suas DREs iniciando da receita líquida, conforme o modelo do CPC 26. O modelo no Pronunciamento CPC 26 apresenta um subtotal, chamado de “Resultado antes Receitas e Despesas Financeiras”. Seguem-se as despesas e receitas financeiras e após o Resultado antes dos tributos sobre o Lucro. A apresentação apartada do resultado financeiro ocorre para separar o resultado operacional do resultado obtido com a sobra (ou a falta) de caixa. Resultado das operações descontinuadas: uma operação descontinuada é um componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido para venda. (item 32, CPC 31). Vamos resolver algumas questões para melhor entendimento do assunto até aqui abordado: (1º) FCC – Contabilidade/TRT 3/2015 Considere os dados extraídos do Sistema de Informação Contábil da Comercial Agix S.A, referentes ao mês de abril de 2015: Receita Bruta de Vendas............................. R$ 120.000,00 Comissões sobre Vendas................................R$ 3.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas.................R$ 47.000,00 Descontos Financeiros Concedidos.............R$ 1.500,00 Tributos sobre Vendas...................................R$ 14.000,00 Abatimentos sobre Vendas..............................R$ 1.000,00 Com base nestas informações, o lucro bruto de abril de 2015 foi, em reais, a) 59.000,00 b) 56.500,00 c) 72.000,00 d) 55.000,00 e) 58.000,00 RESOLUÇÃO É só relembrar a estrutura, veja: Receita Bruta de Vendas__________R$ 120.000,00 (-) Tributos sobre Vendas _________(R$ 14.000,00) (-) Abatimentos sobre Vendas _____(R$ 1.000,00) (=) Receita Líquida _______________R$ 105.000,00 (-) Custo das Mercadorias Vendidas_(R$ 47.000,00) (=) Lucro Bruto __________________ R$ 58.000,00 GABARITO: E 15 (2º) FGV – Auditor Fiscal/ ISS – Cuiabá/2016 Uma empresa apresentava em 31/12/X0 o seguinte balanço patrimonial: No ano X1, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 50.000,00 e incorreu em despesas à vista no valor de R$ 80.000,00. Em 31/12/X1 foi feito um estudo e constatou-se que a empresa apresentava perspectivas de lucros futuros. No ano X2, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 90.000,00 e incorreu em despesas, também à vista, no valor de R$ 70.000,00. Assinale a opção que indica a provisão para o imposto sobre a renda e contribuição social da empresa em 31/12/X2, considerando alíquota de 34%. a) Zero. b) R$ 2.040,00. c) R$ 3.400,00. d) R$ 4.760,00. e) R$ 6.800,00 RESOLUÇÃO Receita ___________________R$ 50.000,00 (-) Despesa _______________R$ (80.000,00) (=) Prejuízo Acumulado ______(R$ 30.000,00) O prejuízo acumulado, para efeito de IR, é apurado no LALUR (Livro de apuração do Lucro Real). E apresenta a seguinte particularidade, em relação ao Prejuízo contábil: só pode abater 30% do Lucro Real apurado no exercício. Lembre-se que a empresa já retinha Prejuízos Acumulados no valor de R$ 10.000,00. Porém, e X2 ela teve lucro no exercício: Lucro _________________________R$ 90.000,00 (-) Despesa ____________________(R$ 70.000,00) (=) Lucro de X2__________________R$ 20.000,00 (-) Prejuízo acumulado de X1_______(R$ 30.000,00) (=) Prejuízo Acumulado __________(R$ 10.000,00) Como há prejuízo, não há constituição de reserva e pagamento de dividendos. Mas a questão quer saber o IR. Para o IR, só pode compensar até 30%do lucro. Veja: Lucro do Exercício X2___R$ 20.000,00 Prejuízo fiscal (30%) ____(R$ 6.000,00) Base para IR __________R$ 14.000,00 IR (34% x 14.000)_______R$ 4.760,00 GABARITO: D 16 (3º) FCC - Assistente Técnico (ARSETE)/Administrativo/Técnico Contábil/2016 A empresa Comércio & Comércio S.A. adquiriu, em 02/01/2016, mercadorias para serem revendidas no valor de R$ 250.000,00, pagando 40% em fevereiro e o restante em março de 2016. No dia 5 de fevereiro de 2016, a empresa vendeu 80% dessas mercadorias por R$ 380.000,00, recebendo 50% à vista e o restante em março de 2016. Desconsiderando os efeitos tributários, o resultado apurado pela empresa Comércio & Comércio S.A. com a venda destas mercadorias foi, em reais, a) 130.00,00 em fevereiro de 2016. b) 90.000,00 em fevereiro de 2016. c) 180.000,00 em fevereiro de 2016. d) 90.000,00 em fevereiro de 2016 e 40.000,00 em março de 2016. e) 110.000,00 em fevereiro de 2016 e 70.000,00 em março de 2016. RESOLUÇÃO Lembre-se que devemos utilizar o regime de competência, não importando as datas do efetivo pagamento ou recebimento. A receita Bruta dada pelo enunciado totaliza R$ 380.000,00. Note que não houve nenhuma dedução, logo: Receita Bruta = Receita Líquida = R$ 380.000,00 O CMV vale 80% do valor das mercadorias adquiridas, já que apenas 80% delas foram vendidas CMV = 80% de R$ 250.000,00 = R$ 200.000,00 Assim: Lucro Líquido_____________R$ 380.000,00 (-)CMV _________________(R$ 200.000,00) (=) Lucro Bruto __________R$ 180.000,00 Ou seja, o resultado apurado pela empresa com a venda de mercadorias foi de R$ 180.000,00, em fevereiro de 2016, pois a receita deve ser reconhecida no momento da venda. GABARITO: C 17 (4º) FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ MA)/Administração Tributária/2016 Um lote de mercadorias foi adquirido à vista por uma empresa em 31/10/2015. O valor total da compra foi R$ 1.120.000,00 e engloba um imposto compensável pela empresa no valor de R$ 120.000,00. Em 18/12/2015 a empresa vendeu 70% dessas mercadorias por R$ 900.000,00 à vista e no valor total da venda está incluído um imposto sobre vendas de R$ 90.000,00. O valor do Resultado Bruto com Mercadorias reconhecido no resultado de 2015, exclusivamente em relação a estas mercadorias vendidas, foi, em reais: a) 116.000,00. b) 26.000,00. c) 200.000,00. d) 110.000,00. e) 137.000,00. RESOLUÇÃO Vamos calcular, primeiramente, o custo de aquisição dos estoques: Preço de compra __________________R$ 1.120.000,00 (-) Imposto Recuperável ____________(R$ 120.000,00) (=) Custo de aquisição______________R$ 1.000.000,00 Como foram vendidas 70% das mercadorias adquiridas, restaram no estoque apenas 30%, logo: R$ 1.000.000,00 x 30% = R$ 300.000,00 Estoque inicial _________________0,00 (+) Entradas ___________________R$ 1.000.000,00 (-) Saídas _____________________(R$ 700.000,00) (=) Estoque Final _______________R$ 300.000,00 A nossa DRE ficará da seguinte maneira: Receita Bruta _____________R$ 900.000,00 (-) Impostos s/ Vendas _____(R$ 90.000,00) (=) Receita Líquida _________R$ 810.000,00 (-) CMV __________________(R$ 700.000,00) (=)Lucro Bruto ____________R$ 110.000,00 GABARITO: D 18 2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE A demonstração de resultados abrangentes é uma importante ferramenta de análise gerencial. Não está prevista na Lei n. 6.404/1976, contudo, tem sua obrigatoriedade determinada pela Resolução CFC n. 1.185/2009 e pelo CPC 26. Deve ser apresentada como uma demonstração separada. Resultado abrangente é “uma alteração no patrimônio líquido de uma sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias não originadas dos sócios”. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período, exceto aquelas resultantes de investimentos dos sócios (aporte de capital e reservas de capital) e distribuições aos sócios, como dividendos e juros sobre capital próprio. O conceito de acordo com o CPC 26: Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. A demonstração de resultados abrangentes tem característica de ser gerencial, pois apresenta informações que atualizam o capital próprio, por meio do ajuste no patrimônio líquido das receitas e despesas já incorridas que possuem uma realização financeira “incerta” e ainda não afetaram o resultado do exercício, uma vez que decorrem de investimentos de longo prazo, sem data prevista de resgate ou outra forma de alienação. É uma demonstração que presta informações de caráter societário; assim, atende os anseios de investidores. Sabemos que o patrimônio líquido pode se alterar. As alterações, portanto, segundo o CPC 26, serão evidenciadas na demonstração das mutações do patrimônio líquido por dois valores totais: - Mutações ocorridas de operações com os sócios (integralização de capital, por exemplo). - Resultado abrangente total. Sua composição envolve: Resultado líquido do período; outros resultados abrangentes e reclassificação de outros resultados abrangentes para o resultado do período. Resultado Abrangente Mutação no PL que não decorre de transação com sócios enquanto proprietários. 19 Logo, as receitas e despesas de uma entidade devem figurar na demonstração do resultado do exercício. Entretanto, as outras variações do patrimônio líquido, que, futuramente, poderão transitar pelo resultado ou irem para lucros ou prejuízos acumulados são apresentadas como outros resultados abrangentes, na chamada demonstraçãode resultados abrangentes, desde que não sejam valores provenientes dos sócios. Na prática, o resultado abrangente visa apresentar os ajustes efetuados no patrimônio líquido como se fossem lucro da empresa. Por exemplo: a conta ajuste da avaliação patrimonial registra as modificações de ativos e passivos a valor justo que, pelo princípio da competência, não entram na DRE; no entanto, no lucro abrangente, essas variações serão computadas, a fim de apresentar o lucro o mais próximo da realidade econômica da empresa. Outro exemplo que afeta o PL e não entra na DRE é o do ajuste de exercícios anteriores, feito diretamente na conta lucros ou prejuízos acumulados. Contudo, esses ajustes entrarão na apuração do lucro abrangente. Assim, todas as mutações patrimoniais, que não sejam as transações de capital com os sócios, integram a demonstração do resultado abrangente. Dessa forma, podemos dizer que a mutação do patrimônio líquido é formada por apenas dois conjuntos de valores: transações de capital com os sócios (na sua qualidade de proprietários) e resultado abrangente total. Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa que não são reconhecidos na DRE e incluem: • Os efeitos de correção de erros e mudanças de políticas contábeis apresentados como ajustes de exercícios anteriores; • Ganhos e perdas provenientes da conversão de demonstrações contábeis de operação no exterior; • Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão; • Ganhos e perdas na avaliação a valor justo de ativos financeiros disponíveis para venda; e • Parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação de hedge de fluxo de caixa. A DRA não sofre influência tributária. Assim, o lucro líquido apresentado na DRE continua sendo a base de cálculo do imposto de renda. Vale ressaltar que a elaboração da demonstração do resultado abrangente não envolve lançamentos contábeis, mas, sim, um ajuste para apresentar o patrimônio líquido o mais real possível. A DRA pode ser apresentada junto com a DRE; pode ser apresentada de forma isolada, a partir do lucro líquido do exercício; ou até mesmo ser incluída na DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Quando for apresentada conjuntamente com a DRE, as demonstrações devem apresentar, além das seções da demonstração do resultado e de outros resultados abrangentes, as seguintes informações: 20 a) resultado do período atribuível a: • participação de não controladores, e • sócios da controladora; b) resultado abrangente atribuível a: • participação de não controladores, e • sócios da controladora. Se a entidade apresentar a demonstração do resultado separada da demonstração do resultado abrangente, ela não deve apresentar a DRE incluída na demonstração do resultado abrangente. Nesse caso, deverá elaborar as duas demonstrações de forma separada. O resultado abrangente será calculado a partir do lucro líquido apurado na DRE. Assim, a demonstração do resultado abrangente deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas: a) Resultado líquido do período; b) Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natureza (outras receitas e outras despesas abrangentes); c) Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência patrimonial; e d) Resultado abrangente do período. Segundo pronunciamento do CPC, a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada da DRE. No entanto, considerando que, no Brasil, a demonstração das mutações do patrimônio líquido é obrigatória para as companhias abertas, existe a possibilidade da apresentação da demonstração do resultado abrangente como parte da demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL). a) Exemplo de demonstração do resultado do exercício com evidenciação dos outros resultados abrangentes. DRE Receita de vendas (-) custo das vendas (=) lucro bruto (+) receita operacionais (-) despesas operacionais (=) lucro operacional (+) outras receitas (-) outras despesas (=) lucro antes da CSLL/IR (-) CSLL/IR (=) lucro líquido (+-) Outros resultados abrangentes (+/-) diferenças de câmbio na conversão de operações no exterior (+/-) resultado líquido sobre ativos financeiros disponíveis para venda (+/-) parcela de outros resultados abrangentes de coligadas 21 (+/-) resultado de atuarial sobre planos de pensão (+/-) ajustes de exercícios anteriores (=) resultado abrangente total do exercício Por fim, a DVA demonstra toda a riqueza gerada pela entidade e como ela foi distribuída no período. Veja a estrutura: TOTAL DAS RECEITAS (-) INSUMOS (=) VALOR ADICIONADO BRUTO (-) RETENÇÕES (=) VALOR ADICIONADO LÍQUIDO (VAL) (+) VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA (=) VALOR ADICIONADO A DISTRIBUIR (=) DISTRIBUIÇÃO (-) PESSOAL (-) TRIBUTOS (-) JUROS S/ CAPITAL PRÓPRIO (-) JUROS S/ CAPITAL DE TERCEIROS (-) LUCRO OU PREJUÍZO LEMBRE-SE! Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Ou seja, todas as mutações patrimoniais, que não as transações de capital com os sócios, integram a demonstração do resultado abrangente; ou seja, a mutação do patrimônio líquido é formada por apenas dois conjuntos de valores: transações de capital com os sócios (na sua qualidade de proprietários) e resultado abrangente total. E o resultado abrangente total é formado, por sua vez, de três componentes: o resultado líquido do período, os outros resultados abrangentes e o efeito de reclassificações dos outros resultados abrangentes para o resultado do período. CMV, serviços adquiridos de terceiros, energia elétrica consumida no período. Depreciação/Amortização/Exaustão • Resultado da Equivalência Patrimonial (REP); • Receitas Financeiras (REFIN). Na DVA, não se retiram os Impostos. 22 Vamos resolver questões relacionadas à DVA. (5º) CONSULPLAN - Técnico de Contabilidade (MAPA)/2014 Identifique, a seguir, a Demonstração Financeira cuja finalidade é demonstrar a riqueza gerada pela sociedade e sua distribuição para os empregados, financiadores, acionistas, governos, entre outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. a) Balanço Patrimonial. b) Demonstração dos Fluxos de Caixa. c) Demonstração do Valor Adicionado. d) Demonstração do Resultado do Exercício. RESOLUÇÃO A DVA demonstra toda a riqueza gerada pela entidade e como ela foi distribuída no período. GABARITO: C (6º) FCC - Analista do Tesouro Estadual (SEFAZ PI)/2015 A Cia. Piauiense é uma empresa comercial. As seguintes informações, referentes ao ano de 2014, são conhecidas sobre ela: − Receita de Vendas: R$ 1.000.000,00 − Impostos sobre vendas: R$ 180.000,00 − Custo das Mercadorias Vendidas: R$ 430.000,00 Sabendo que não havia estoques iniciais, que todo estoque adquirido em 2014 foi vendido e que os impostos recuperáveis incluídos no valor total dos produtos adquiridos em 2014 foram de R$ 64.000,00, o Valor Adicionado Gerado pela Cia. Piauiense em 2014 foi, em reais, a) 1.000.000,00 b) 570.000.00 c) 506.000,00 d) 390.000,00 e) 454.000,00 RESOLUÇÃO O valor adicionado Bruto é a diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Dentro do valor das vendas está a venda de mercadorias, produtos e serviços, incluindo o valor dos tributos. Dentro dos insumos, estão os custos dos produtos, mercadorias e serviços vendidos, considerandoos tributos incluídos no momento da compra. Assim, o valor adicionado será: Receita de Vendas _______R$ 1.000.000,00 (-) CMV ________________(R$ 430.000,00) 23 (-) Impostos Recuperáveis __(R$ 64.000,00) (=) Valor Adicionado ______R$ 506.000,00 GABARITO: C (7º) FCC - Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual (SEFAZ PE)/2015 A Cia. Valor & Riqueza, empresa comercial, apresentou as seguintes informações referentes ao ano de 2014, com os valores expressos em reais: Receita Bruta de Vendas .................................................................................. (−) Impostos sobre vendas .............................................................................. (=) Receita Líquida ......................................................................................... (−) Custo das Mercadorias Vendidas ............................................................... (=) Lucro Bruto ................................................................................................. (−) Despesas operacionais Despesa de depreciação ............................................................................ Despesa com salários.................................................................................. (=) Lucro antes do IR e CSLL.......................................................................... (−) IR e CSLL ................................................................................................... (=) Lucro Líquido .............................................................................................. 700.000,00 (120.000,00) 580.000,00 (340.000,00) 240.000,00 (30.000,00) (20.000,00) 190.000,00 (42.000,00) 148.000,00 O valor dos tributos recuperáveis que estavam incluídos no valor da compra dos produtos comercializados no ano de 2014 foi de R$ 35.000,00. Considerando estas informações, o valor adicionado a distribuir gerado pela Cia. Valor & Riqueza no ano de 2014 foi, em reais, a) 700.000,00. b) 240.000.00. c) 325.000,00. d) 330.000,00. e) 295.000,00. RESOLUÇÃO Através da Lei nº 11.638/2007, a DVA tornou-se obrigatória para todas as companhias abertas. Porém, as normas técnicas relativas à sua elaboração se encontram no CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado. Lembrando novamente, tem objetivo de demonstrar o valor da riqueza econômica gerada e sua distribuição. Então, veja: Receitas ________________________________________________R$ 700.000,00 (-) Insumos (CMV + tributos incidentes no momento da compra = 340 + 75) ____ (R$ 375.000,00) (=) Valor Adicionado Bruto __________________________________R$ 325.000,00 (-) Depreciação __________________________________________(R$ 30.000,00) (=) Valor Adicionado Líquido ________________________________R$ 295.000,00 (+) Valor Adicionado Recebido ________________________________0,00 (=) Valor Adicionado Total a Distribuir _______________________R$ 295.000,00 GABARITO: E 24 (8º) FBC - Bacharel em Ciências Contábeis (CFC)/2º Exame de Suficiência/2013 Em relação às informações relativas à riqueza criada e sua distribuição apresentada na Demonstração do Valor Adicionado de uma empresa industrial, assinale a opção INCORRETA. a) A distribuição do valor adicionado abrange, entre outros, a remuneração direta com pessoal, benefícios, FGTS, imposto, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais e a remuneração de capitais próprios, tais como dividendos e juros do capital próprio. b) A remuneração de capital de terceiros abrange, entre outros, os fornecedores, as contas a pagar, os juros passivos, as provisões judiciais e as reservas patrimoniais. c) O valor adicionado recebido em transferência abrange, entre outros, o resultado da equivalência patrimonial e as receitas financeiras. d) Os insumos adquiridos de terceiros abrangem, entre outros, os custos das matérias- primas incluídos no custo dos produtos vendidos, energia e serviços de terceiros. RESOLUÇÃO Uma questão que exige o entendimento da NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado equivalente ao CPC 09. Vamos analisar o que diz cada alternativa: a) A distribuição do valor adicionado abrange, entre outros, a remuneração direta com pessoal, benefícios, FGTS, imposto, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais e a remuneração de capitais próprios, tais como dividendos e juros do capital próprio. Esta alternativa menciona a distribuição do valor adicionado, item constante na segunda parte da DVA, que evidencia, de forma detalhada, como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Os principais componentes (resumidamente) dessa distribuição, de acordo com a NBC TG 09 são: Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de: • Remuneração direta - valores relativos a salários, 13º salário, honorários da diretoria, férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc. Impostos, taxas e contribuições - valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a entidade esteja sujeita. • Federais - inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias, etc., tais como: IRPJ, CSSL, etc. Inclui também a contribuição sindical patronal. • Estaduais - inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias, etc., tais como o IPVA. • Municipais - inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte a Autarquias ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU. 25 Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas. • Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do próprio período, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em lucros acumulados de exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram gerados. Portanto, alternativa CORRETA. b) A remuneração de capital de terceiros abrange, entre outros, os fornecedores, as contas a pagar, os juros passivos, as provisões judiciais e as reservas patrimoniais. De acordo com a Norma, a remuneração de capital de terceiros abrange: • Aluguéis - valores de aluguéis (incluindo-se as despesas com arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos. • Outros - valores de remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas de capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc. Portanto, alternativa INCORRETA. c) O valor adicionado recebido em transferência abrange, entre outros, o resultado da equivalência patrimonial e as receitas financeiras. O valor adicionado recebido em transferência abrange os seguintes itens: Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar receita ou despesa, devendo esta última ser considerada como redução ou valor negativo; Outras receitas - inclui dividendos relativos a investimentos avaliados pelo custo, aluguéis, direitos de franquia, etc. Portanto, alternativa CORRETA. d) Os insumos adquiridos de terceiros abrangem, entre outros,os custos das matérias-primas incluídos no custo dos produtos vendidos, energia e serviços de terceiros. De acordo com a norma, os insumos adquiridos de terceiros abrangem os seguintes itens: Materiais, energia e outros - valor dos materiais e energia consumidos, despesas gerais e administrativas e todas aquelas que não possuem tratamento específico, adquiridos de terceiros. Serviços de terceiros, comissões líquidas - valor dos recursos pagos a terceiros por prestação de serviços, além das comissões pagas aos corretores. 26 Variação das despesas de comercialização diferidas - valor do ajuste das despesas de comercialização (basicamente, comissões) para o regime de competência de acordo com a vigência de cada apólice de seguro. Perda e recuperação de valores ativos - inclui os valores relativos a valor de mercado de investimentos (se no período o valor líquido for positivo, deve ser somado). Depreciação, amortização e exaustão - inclui a despesa contabilizada no período. Portanto, alternativa CORRETA. GABARITO: B 27 3. QUESTÕES (1º) FCC – Contabilidade/TRT 3/2015 Considere os dados extraídos do Sistema de Informação Contábil da Comercial Agix S.A, referentes ao mês de abril de 2015: Receita Bruta de Vendas............................. R$ 120.000,00 Comissões sobre Vendas................................R$ 3.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas.................R$ 47.000,00 Descontos Financeiros Concedidos.............R$ 1.500,00 Tributos sobre Vendas...................................R$ 14.000,00 Abatimentos sobre Vendas..............................R$ 1.000,00 Com base nestas informações, o lucro bruto de abril de 2015 foi, em reais, a) 59.000,00 b) 56.500,00 c) 72.000,00 d) 55.000,00 e) 58.000,00 (2º) FGV – Auditor Fiscal/ ISS – Cuiabá/2016 Uma empresa apresentava em 31/12/X0 o seguinte balanço patrimonial: No ano X1, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 50.000,00 e incorreu em despesas à vista no valor de R$ 80.000,00. Em 31/12/X1 foi feito um estudo e constatou-se que a empresa apresentava perspectivas de lucros futuros. No ano X2, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 90.000,00 e incorreu em despesas, também à vista, no valor de R$ 70.000,00. Assinale a opção que indica a provisão para o imposto sobre a renda e contribuição social da empresa em 31/12/X2, considerando alíquota de 34%. a) Zero. b) R$ 2.040,00. c) R$ 3.400,00. d) R$ 4.760,00. e) R$ 6.800,00 (3º) FCC - Assistente Técnico (ARSETE)/Administrativo/Técnico Contábil/2016 A empresa Comércio & Comércio S.A. adquiriu, em 02/01/2016, mercadorias para serem revendidas no valor de R$ 250.000,00, pagando 40% em fevereiro e o restante em março de 2016. No dia 5 de fevereiro de 2016, a empresa vendeu 80% dessas mercadorias por R$ 380.000,00, recebendo 50% à vista e o restante em março de 2016. Desconsiderando os efeitos tributários, o resultado apurado pela empresa Comércio & Comércio S.A. com a venda destas mercadorias foi, em reais, 28 a) 130.00,00 em fevereiro de 2016. b) 90.000,00 em fevereiro de 2016. c) 180.000,00 em fevereiro de 2016. d) 90.000,00 em fevereiro de 2016 e 40.000,00 em março de 2016. e) 110.000,00 em fevereiro de 2016 e 70.000,00 em março de 2016. (4º) FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ MA)/Administração Tributária/2016 Um lote de mercadorias foi adquirido à vista por uma empresa em 31/10/2015. O valor total da compra foi R$ 1.120.000,00 e engloba um imposto compensável pela empresa no valor de R$ 120.000,00. Em 18/12/2015 a empresa vendeu 70% dessas mercadorias por R$ 900.000,00 à vista e no valor total da venda está incluído um imposto sobre vendas de R$ 90.000,00. O valor do Resultado Bruto com Mercadorias reconhecido no resultado de 2015, exclusivamente em relação a estas mercadorias vendidas, foi, em reais: a) 116.000,00. b) 26.000,00. c) 200.000,00. d) 110.000,00. e) 137.000,00. (5º) CONSULPLAN - Técnico de Contabilidade (MAPA)/2014 Identifique, a seguir, a Demonstração Financeira cuja finalidade é demonstrar a riqueza gerada pela sociedade e sua distribuição para os empregados, financiadores, acionistas, governos, entre outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. a) Balanço Patrimonial. b) Demonstração dos Fluxos de Caixa. c) Demonstração do Valor Adicionado. d) Demonstração do Resultado do Exercício. (6º) FCC - Analista do Tesouro Estadual (SEFAZ PI)/2015 A Cia. Piauiense é uma empresa comercial. As seguintes informações, referentes ao ano de 2014, são conhecidas sobre ela: − Receita de Vendas: R$ 1.000.000,00 − Impostos sobre vendas: R$ 180.000,00 − Custo das Mercadorias Vendidas: R$ 430.000,00 Sabendo que não havia estoques iniciais, que todo estoque adquirido em 2014 foi vendido e que os impostos recuperáveis incluídos no valor total dos produtos adquiridos em 2014 foram de R$ 64.000,00, o Valor Adicionado Gerado pela Cia. Piauiense em 2014 foi, em reais, a) 1.000.000,00 b) 570.000.00 c) 506.000,00 d) 390.000,00 29 e) 454.000,00 (7º) FCC - Julgador Administrativo Tributário do Tesouro Estadual (SEFAZ PE)/2015 A Cia. Valor & Riqueza, empresa comercial, apresentou as seguintes informações referentes ao ano de 2014, com os valores expressos em reais: Receita Bruta de Vendas .................................................................................. (−) Impostos sobre vendas .............................................................................. (=) Receita Líquida ......................................................................................... (−) Custo das Mercadorias Vendidas ............................................................... (=) Lucro Bruto ................................................................................................. (−) Despesas operacionais Despesa de depreciação ............................................................................ Despesa com salários.................................................................................. (=) Lucro antes do IR e CSLL.......................................................................... (−) IR e CSLL ................................................................................................... (=) Lucro Líquido .............................................................................................. 700.000,00 (120.000,00) 580.000,00 (340.000,00) 240.000,00 (30.000,00) (20.000,00) 190.000,00 (42.000,00) 148.000,00 O valor dos tributos recuperáveis que estavam incluídos no valor da compra dos produtos comercializados no ano de 2014 foi de R$ 35.000,00. Considerando estas informações, o valor adicionado a distribuir gerado pela Cia. Valor & Riqueza no ano de 2014 foi, em reais, a) 700.000,00. b) 240.000.00. c) 325.000,00. d) 330.000,00. e) 295.000,00. (8º) FBC - Bacharel em Ciências Contábeis (CFC)/2º Exame de Suficiência/2013 Em relação às informações relativas à riqueza criada e sua distribuição apresentada na Demonstração do Valor Adicionado de uma empresa industrial, assinale a opção INCORRETA. a) A distribuição do valor adicionado abrange, entre outros, a remuneração direta com pessoal, benefícios, FGTS, imposto, taxas e contribuições federais, estaduais e municipais e a remuneração de capitais próprios, tais como dividendos e juros do capital próprio. b) A remuneração de capital de terceiros abrange, entre outros, os fornecedores, as contas a pagar, os juros passivos, as provisões judiciais e as reservas patrimoniais.c) O valor adicionado recebido em transferência abrange, entre outros, o resultado da equivalência patrimonial e as receitas financeiras. d) Os insumos adquiridos de terceiros abrangem, entre outros, os custos das matérias- primas incluídos no custo dos produtos vendidos, energia e serviços de terceiros.
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