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Bio 9 - Ambiência SUÍNOS

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Ambiência na produção de SUÍNOS
Prof. Rony Antonio Ferreira
DZO - UFLA
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Nesta aula vamos estudar:
1. sistema termorregulador dos suínos.
2. Ambiência:
2.1. na gestação
2.2. para reprodutores machos
2.3. na maternidade
2.4. na creche;
2.5. do crescimento à pós terminação.
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1. Sistema termorregulador dos suínos
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Tabela 1.Temperatura crítica inferior (TCI), zona de conforto térmico (ZCT) e temperatura crítica superior para suínos
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Reações dos suínos no calor para 
Manutenção da HOMEOTERMIA
Dissipação de calor
Aumentam
Gasto de energia
Frequência respiratória
Catecolaminas
Reduzem:
Hormônios tireóide
Glicose sanguínea
Menor taxa de crescimento
IGF-1 circulante
Consumo de ração
Menor síntese protéica
Produção de insulina
Produção de calor
RESULTADOS:
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Ambiente térmico
Calor, vento, U.R., luz. 
Ambiente social
Densidade populacional
Manejo dos animais
Alterações na alimentação
Qualidade do ar
Gases
Fontes de estresse em uma criação
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Huynh et al. (2005): nos suínos em crescimento para cada 1°C de aumento da temperatura, acima da zona termoneutra, o CR diminuiu:
Temperatura e umidade do ar são muito importantes!
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Ventilação na suinocultura
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Exigência diária de água, fluxo e altura dos bebedouros para as diversas categorias
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Temperatura da telha: 45°C
Água quente
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2.1. Ambiência na gestação
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GESTAÇÃO:
Galpões abertos e bem ventilados com fêmeas em gaiolas
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GESTAÇÃO:
Galpões abertos e bem ventilados com fêmeas em baias coletivas
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Radiação solar na baia prejudica o bem-estar das matrizes suínas
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Galpões climatizados
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Resfriamento evaporativo (processo adiabático)
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Termografia na gestação
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Termografia na gestação
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2.2. Ambiência para reprodutores machos
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Sistema reprodutor masculino
Bulbo uretral
Gl .Vesiculares
Ducto deferente
Divertículo prepucial
Cremaster
Pênis
Testículo
Cab. epidídimo
Fonte: POPESKO
A posição do saco escrotal dificulta a dissipação de calor
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Alojados em grupo, inicialmente:
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Instalações individuais
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Instalações para IA
→ Alojamento dos animais
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2.3. Ambiência na maternidade
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MATERNIDADE:
→ ZCT das porcas = 12 a 18˚C.
→ ZCT Dos leitões:
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ESCAMOTEADOR: micro ambiente aquecido para os leitões
SALA: macro ambiente adequado à porca.
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RECÉM NASCIDOS
Baixa capacidade de reter calor:
Não controla sua dissipação de calor para o ambiente (60% das mortes ocorrem nas primeiras 72h);
Suas reservas energéticas estão baixas
	(1 a 2% de gordura corporal suficientes para 15 a 20h);
Possui pouco tecido adiposo marrom;
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RECÉM NASCIDOS
Baixa capacidade de reter calor:
menor isolamento térmico de tecido;
esparsa cobertura de pelos;
alta relação superfície:massa.
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Recém nascidos = ambiente mais quente.
Informações importantes:
TR = 39˚C , com queda de 3 a 5˚C nas primeiras 35 horas.
Hipotermia Neonatal :
reduz atividades motoras
reduz ingestão de colostro (17,2 → 12,3 g/mamada)
aumenta incidência de doenças 
mais leitões esmagados.
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Meios fisiológicos para obter calor:
Vasoconstrição periférica;
Calafrios;
Aumento na taxa metabólica:
Pico metabólico de leitões
 Utiliza estas reservas nas primeiras 12 horas
Berthon et al. 1993
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Recomendações:
→ Aumentar o peso ao nascimento: mais tolerantes ao frio.
→ Não expor os animais a temp. superiores a 36˚C.
→ O escamoteador é fundamental para os leitões. 
Dissipação de calor predominante é a de forma sensível.
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Escamoteador
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Escamoteador
com fonte aquecimento.
piso aquecido
lâmpada infravermelha
ou comum
campânula a gás
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Escamoteador
ATENÇÃO ao comportamento leitões !!!!
Ajustar potência ou altura da fonte de aquecimento.
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Sem escamoteador, a porca é
a única fonte de calor para os leitões:
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Consumo de ração por porcas em lactação em função da temperatura e do peso corporal
16 18 20 22 24 26 28 30
Temperatura (°C)
8000
6000
4000
2000
Consumo de ração (kg/d)
270 250 230 210
Adaptado: Quiniou e Noblet (1999).
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Diminuição da produção de leite
 
Leitegada mais leve
Fêmeas a 32˚C: produz menos de 25% da produção normal de leite.
Fêmeas lactantes acima de 18˚C
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→ Peso dos leitões de porcas em 27˚C é 20% menor do que leitegadas de porcas em 18˚C, e levarão duas semanas a mais para atingir o peso de abate.
 
→ Porcas lactantes mantidas a 32˚C tem perda de peso de até 11,4 kg durante a lactação.
 
→ Animais bem alimentados suportam temperatura ambiente mais baixa do que aqueles que estão em jejum ou se alimentaram pouco.
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Duto de ventilação:
Ar frio na cabeça da porca.
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Cooling para maternidade de suínos:
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Controle de temperatura acima da gaiola (Canadá)
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Corredor central com acesso às salas de suinocultura no Canadá:
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Inovações para maternidade:
EuroTier 2012:
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2.4. Ambiência na creche
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 DESMAME
→ Altamente estressante para os animais.
→ Ainda com pouca cobertura tecidual e de pelos
→ 1 a 2 semanas pós-desmame, incremento térmico via dieta é determinante na manutenção da homeotermia.
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 DESMAME
→ Balanço energético negativo:
baixo consumo de ração;
alta atividade física.
→ Consumo das reservas de tecido adiposo, reduzindo ainda mais o isolamento térmico.
→ Quanto maior o consumo de alimento, menor será a TCI
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Tabela 2. TC), calculada para leitões em três níveis de alimentação
(M = mantença)
Adaptado de VERSTEGEN e DE GREEF (1992).
Leitões bem criados terão maiores desempenhos e serão mais resistentes às adversidades do ambiente.
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Influência do tipo de piso na creche
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Inovações para creche:
EuroTier:
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2.5. Ambiência do crescimento à pós terminação
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Temperatura da Terra ao longo dos últimos 11.300 anos
CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO
Nos últimos 5000 anos esfriou 0,7ºC
Nos últimos 100 esquentou na mesma proporção
Modelos de aquecimento: 2 a 6ºC até 2100
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CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO
→ Menor relação superfície/massa.
→ Maior isolamento térmico.
→ Dissipação de calor de suínos de 20 a 40 kg aumentou quando a temp. ambiente diminuiu de 20 para 7°C.
→ Acima de 15˚C > efeito da evaporação aumento da FR.
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Tabela 3. Efeito da temperatura sobre a FR eTR (30 aos 60 kg)
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A temperatura influencia os pesos dos órgãos.
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Paredes vazadas em concreto
Piso compacto com lâmina d'água
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Ambiente inadequado
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Como melhorar a ambiência nestas fases?
Adotar as modificações ambientais primárias;
Construir galpões abertos, bem ventilados;
Utilizar modificações secundárias quando necessário.
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Orientação inadequada do galpão:
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Inclinação do telhado:
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Lanternim:
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Nebulização na terminação:
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Nebulização na terminação:
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SISCAL (Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre)
Bom desempenho técnico;
Baixo custo de implantação e manutenção;
Número reduzido de
edificações;
Sistemas alternativos de criação
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Características do SISCAL
 Reprodutores e leitões são mantidos em piquetes específicos
 
CRESCIMENTO E TERMINAÇÃO são confinados
REPRODUTORES em piquetes
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Poucos equipamentos
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Criação em cama sobreposta
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Cama sobreposta em Nepomuceno
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3. Falhas em sistemas de climatização
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Resultados de
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 COMPORTAMENTO DE MATRIZES SUÍNAS LACTANTES COM O USO DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL NA MATERNIDADE
Oito matrizes (LW x LD) tendo seus comportamentos
avaliados na primeira semana de lactação;
Enriquecimento ambiental: 6 ventiladores e 2 aspersores de telhado;
Foram comparados os ambientes com e sem enriquecimento;
Fonte: RICCI, G. D. et al. ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE MATRIZES SUÍNAS LACTANTES COM O USO DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL NA MATERNIDADE. Interação, v. 51, n. 49, p. 48-51, 2013.
*
Resultados
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Conclusão
O uso de ventiladores e aspersores de telhado são eficientes no incremento ao bem-estar das matrizes suínas. 
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Respostas de suínos em terminação mantidos em diferentes ambientes térmicos
Realizado na câmara climática, no DZO da UFMS;
Tratamentos: conforto (21°C) e calor (32°C);
Duração de 28 dias;
Fonte: KIEFER, C.; et al. Respostas de suínos em terminação mantidos em diferentes ambientes térmicos. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 11, n. 2, 2010.
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Resultados
Tabela: Atividades comportamentais, em minutos, de suínos mantidos em conforto (21ºC) ou calor (32ºC)
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Resultados
Tabela: Respostas fisiológicas de suínos mantidos sob temperaturas de conforto (21ºC) ou de calor (32ºC)
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Tabela 3. Desempenho e características quantitativas de carcaça de suínos sob conforto (21ºC) ou calor (32ºC)
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Conclusão
Suínos no calor apresentaram carcaças mais leves, com maior rendimento e menor percentual de carne, o que resultou em menor índice de bonificação. 
O calor afeta negativamente o comportamento, as respostas fisiológicas, o desempenho e as características quantitativas da carcaça de suínos em terminação. 
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Caracterização bioclimática de sistemas ao ar livre
e confinado para a criação de matrizes suínas gestantes
Realizado em SPS comercial em Monte Mor, SP.
Tratamentos: ar livre (AL) e confinado (CONF:baia coletiva);
Fêmeas alojadas nos tratamentos a partir do 30° dia de gestação.
NAZARENO, A. C. et al. Bioclimatic characterization of outdoor and confined systems for pregnant sows. Rev. Bras. Eng. Agríc. Amb. v. 16, n. 3, p. 314-319, 2012.
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Resultados
Valores médios e desvio padrão das variáveis ambientais para os sistemas de criação ao ar livre (AL) e confinamento total (CONF)
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Resultados
Tabela: Valores médios das variáveis fisiológicas para os sistemas de criação ao ar livre (AL) e confinamento total (CONF)
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Conclusão
O sistema de criação ao ar livre permitiu, às matrizes suínas na fase de gestação, melhor condicionamento térmico ambiental.
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São valores referenciais.
Variáveis biológicas com propriedades dinâmicas e temporais.
Influenciados por fatores de manejo.
TEMPERATURAS AMBIENTAIS EFETIVAS
Muito importante:
Conhecer o comportamento
dos animais
*
 Aspectos comportamentais dos animais
		 Comportamento estereotipado
		 Baia suja: problemas ambientais
Animais jovens sensíveis ao frio
Animais adultos sensíveis ao calor
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Observação do comportamento:
*
Algumas pesquisas com ambiência em suinocultura
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Redução no incremento calórico da ração:
	
		Inclusão de óleo ou gordura
	
		Uso de aminoácidos industriais
Estudos em AMBIÊNCIA: 1990 a 2000
(Mullan et al., 1992; Messias de Braganca et al., 1998; Quiniou et al., 2000)
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Efeito do calor e da proteína da ração sobre a produção de leite
Conforto (20°C)
Calor (29°C)
(RENAUDEAU, NOBLET J. Anim. Sci. 2001. 79:1540–1548)
Estudos mais recentes
Redução de 30% na
produção de leite
*
Termografia
*
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Hipótese: O estresse por calor (agudo ou crônico) na gestação altera a composição corporal pós-natal e a resposta termorreguladora dos suínos em crescimento.
*
*
Resultados:
Leitões de matrizes que passaram por calor (28 a 34ºC) na primeira semana de gestação, apresentaram parâmetros metabólicos alterados (aumento de insulina) e composição corporal prejudicada.
 Os suínos não conseguiram responder eficientemente quando expostos ao estresse agudo por calor.
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Porcas lactantes 
Tratamentos:
RAE + ventilação;
Ar sobre as fêmeas + manejo de cortinas
Manejo de cortinas.
Morales, O. E. S. Tese 2012 (UFRS) 
*
Resultados
Ambiente climatizado: menor temperatura (23,0ºC) e maior consumo de ração.
Peso dos leitões ao desmame:
	Climatizado 6,2 kg
	Ar sobre as fêmeas 6,2 kg
	Manejo de cortinas 5,9 kg
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Porcas lactantes 
Tratamentos:
Resfriamento evaporativo + ventilação;
Ar sobre as fêmeas + manejo de cortinas;
Manejo de cortinas.
Morales, O. E. S. Tese 2012 (UFRS) 
Efetivos em diminuir a temperatura ambiente e prover conforto térmico às fêmeas lactantes
*
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O resfriamento do piso da gaiola de maternidade favoreceu a dissipação de calor corporal, melhorando a condição térmica, a capacidade de consumo e o desempenho produtivo de porcas em lactação durante o verão.
CONCLUSÃO do autores 
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 COMPORTAMENTO DE MATRIZES SUÍNAS LACTANTES COM O USO DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL NA MATERNIDADE
Tratamentos;
Sem modificação ambiental;
Com modificação : 6 ventiladores e 2 aspersores de telhado.
Fonte: RICCI, G. D. et al. Interação, v. 51, n. 49, p. 48-51, 2013.
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Ventiladores e aspersores de telhado foram eficientes no incremento ao bem-estar das matrizes suínas. 
Menor temperatura
	 do telhado.
Menor CTR.
Resultados
*
Respostas de suínos em terminação mantidos em diferentes ambientes térmicos
Tratamentos: conforto (21°C) e calor (32°C);
Suínos no calor apresentaram carcaças mais leves, com maior rendimento e menor percentual de carne. 
O calor afetou negativamente o comportamento, as respostas fisiológicas, o desempenho e as características quantitativas da carcaça de suínos em terminação.
KIEFER, C.; et al. Rev. Bras. Saúde e Prod. Anim., v. 11, n. 2, 2010.
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Níveis de ractopamina para suínos machos castrados em terminação mantidos sob estresse por calor 
Machos castrados em 31,8ºC (ITGU de 82,7)
Rações com teores de ractopamina (0 a 20mg/kg).
RAC não influenciou CRD mas melhorou CA e GPD.
CONCLUSÃO: 20 mg/kg de RAC para suínos machos castrados no calor. 
Sanches, J. et al. Rev. Bras. Zoot. v. 39 n.7 p.1523; 2010
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Conforto térmico (ração à vontade)
Calor (ração à vontade)
Conforto térmico (ração controlada)
S. C. PEARCE et al. The effects of heat stress and plane of nutrition on metabolism in growing pigs. J. Anim. Sci. 2013.91:2108–2118
7 dias
*
Resultados
Efeito do ambiente sobre o ganho de peso (kg/d)
Conforto
Ração
à vontade
Conforto
pareado
Calor
Dia 7
kg
7,76
-2,47
1,65
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Pelos resultados...:
Os animais apresentaram menor ganho de peso no calor.
Mesmo com consumo pareado, o calor promoveu alterações fisiológicas pós absortivas.
A maior mudança foi na concentração de insulina.
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Concentração de insulina plasmática
Dia 7
Conforto
Ração
à vontade
Conforto
pareado
Calor
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Segundo os autores:
Parece haver uma diferença de resposta entre músculo (resistente) e tecido adiposo (sensível) no calor;
Suínos estressados não mobilizaram triglicerídeos mas aumentaram a proteólise;
Esta mudança explica a maior deposição de gordura na carcaça no calor. 
*
Suínos em crescimento mantidos em estresse agudo (48h) por calor
FORTUNATO et al, (2015) Dados parciais
*
Suínos em crescimento e terminação mantidos em conforto ou calor (34ºC)
FORTUNATO et al, (2015) Dados parciais
-40%
*
Evidências atuais indicam que animais hipertérmicos iniciam várias mudanças metabólicas no estado pós-absortivo.
Tais alterações são, independente da redução no consumo de ração.
RHOADS, R.P. et al. 2011 and 2012 Metabolic priorities during heat stress with an emphasis on skeletal muscle. J. Anim. Sci. 2013.91:2492–2503.
Artigo de revisão
*
Alterações na partição de nutrientes são mecanismos adaptativos utilizados para priorizar a manutenção da homeotermia.
Na mesma intensidade de ingestão
energética, no calor, o suíno tem incapacidade de utilizar mecanismos "poupadores" de glicose para priorizar o desempenho.
*
NO CALOR há uma alteração coordenada molecular, celular e sistêmica na fisiologia dos animais.
Estas alterações resultam na redefinição de prioridades de uso de substratos oxidativos para produção de energia durante o calor, como importante adaptação fisiológica à hipertermia.
*
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