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projeto ouriço-corrigido (2)

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Luciana Ventin
Ricardo Afonso
Emmerson Lucas
Kelly Vinagre
Ana Carolina
Construção de Santuário do Ouriço-Preto para preservação da espécie no Parque Vale Encantado.
Salvador
2019.2
OBJETIVO GERAL
- Estimular a conservação do Parque Ecológico do Vale Encantado para preservação de espécies animais como o Ouriço Preto.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Divulgar a existência do Parque Ecológico do Vale Encantado e sua importância para a preservação de espécies animais e vegetais.
- Promover informação acerca de medidas mitigadoras de impactos ambientais que sejam tensores para a sobrevivência do Ouriço-Preto.
- Criar uma proposta de Santuário do Ouriço-Preto para promoção de informação acerca desta espécie animal.
JUSTIFICATIVA
A preservação de qualquer espécie animal está intimamente ligada a conservação do ambiente em que vive, de forma que ele tenha disponível seu habitat, além de alimentação e água disponível e de boa qualidade. Os animais silvestres, bem como seus criadouros naturais são propriedade do Estado, de acordo com a Lei 5.197 (BRASIL, 1967), devendo este criar ações que regulem sua utilização e preservação, fiscalizando a fim de evitar caça e destruição das espécies.
Na cidade de Salvador é possível encontrar alguns remanescentes de Mata Atlântica, como é o caso do Parque Ecológico do Vale Encantado, localizado na região de Patamares, às margens das avenidas Pinto de Aguiar. Este parque tem um milhão de metros quadrados e abriga 227 espécies de árvores, funcionando com um pulmão verde da cidade. O parque é ainda habita para 127 espécies de aves, 40 espécies de mamíferos, 41 de répteis e 19 de anfíbios (R7, 2017). Alguns destes animais que vivem no Parque Encanado estão sob ameaça de extinção, como é o caso do Ouriço Preto. A construção da Avenida Atlântica, que faz parte do Plano do Mobilidade Sustentável de Salvador, no entanto, ameaça destruir os parques de Pituaçu e do Vale Encantado, colocando centenas de espécies sob ameaça.
O Ouriço-Preto (Chaetomys subspinosus) é um roedor arborícola, de médio porte, endêmico da Mata Atlântica, também conhecido pelos nomes Gandu e Boré, pertencente a família dos Ouriços-Cacheiros, diferenciando-se apenas por uma pelagem macia e escurecida cobrindo as costas, a qual não é capaz de perfurar um agressor. Estes animais costumam pesar entre 1,5 a 2,0 kg, medindo 380 a 450 mm de comprimento do focinho a base da cauda e com cauda de 260 a 275 mm de comprimento (FARIA & GUINÉ, 2010). Existem registros de presença do ouriço-preto em florestas sob diferentes estágios de sucessão tais como, capoeiras e florestas secundárias em estágio intermediário e avançado de regeneração, assim como, restingas arbóreas. Os ouriços-pretos são animais noturnos, solitários, arborícolas, folívoros e possuem baixos níveis de atividade. Se desloca pela copa das árvores, não salta e utiliza cipós que interligam uma árvore a outra para se deslocar. Costumam se reconhecer através de “trilhas de cheiro” e dificilmente encontra-se mais de um exemplar da espécie num mesmo local. Por serem animais arborícolas especializados e apresentarem uma lenta movimentação, ficando vulneráveis a predadores e caçadores quando necessitam se deslocar pelo chão. Normalmente procuram abrigo nas copas mais altas das árvores, pois se alimentam de folhas de árvores, apresentando grande seletividade, preferindo folhas jovens, embora possam comer flores e frutos (FARIA & GUINÉ, 2010).
Embora os Ouriços-Cacheiros não sejam considerados animais em extinção, somente o ouriço-preto é considerado “Vulnerável” tanto na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e Recursos Naturais – IUCN (Catzeflis et al., 2008) como na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Brasil, 2003 e Brasil, 2008). De acordo com a ICMBIO (2010), a espécie já foi considerada comum na região cacaueira do sul da Bahia, ocorrendo também do norte do Rio de Janeiro ao sul do estado de Sergipe. Além da perda e alteração de hábitat ocorrida na Mata Atlântica, a caça é outro fator tensor que ameaça a espécie, sendo uma atividade ilícita, conforme a Lei 5197 (Brasil, 1967). Por este motivo, o presente projeto se faz relevante a fim de traçar medidas que visem reverter e/ou mitigar o processo de extinção do Ouriço-Preto, além de visar a preservação do Parque Vale Encantado.
-ETAPAS DO DESENVOLVIMENTOS
PERCEPÇÃO DA COMUNIDADE SOBRE A ESPÉCIE:
Será realizado um questionário onde irá avaliar o entendimento populacional sobre a espécie em questão para os visitantes do parque, e moradores da região. A pesquisa será feita através de cinco perguntas básicas correspondentes ao ouriço-preto. Segundo os dados do IBGE há cerca de 6200 moradores em Patamares, baseado nisso a entrevista será realizada com 370 pessoas, onde serão realizadas as seguintes perguntas:
1. Você conhece a espécie ouriço-preto (Chaetomys subspinosus)?
2. Você já presenciou essa espécie nessa região?
3. Você sabe a importante preserva a espécies?
4. Você acha importante preservar o parque?
5. Como você pode ajudar para preservação deles?
LEVANTAMENTO DOS POTENCIAIS IMPACTOS SOBRE A ESPÉCIE NA ÁREA DE ESTUDO:
Atualmente, o principal responsável pelo desequilíbrio ecológico e despovoamento do (Chaetomys Subspinosus) é o homem. Atividades como caça, desmatamento do parque ecológico Vale Encantado, lixo, aterro, queimadas, poluição do ar, processo de urbanização e, por consequência populacional, além da poluição da água e solos impacta o meio ambiente. 
CENSO POPULACIONAL DA ESPÉCIE NA AREA ALVO:
O Parque Vale Encantado é formado aproximadamente por 100 hectares de mata, possui uma biodiversidade bastante rica típica da Mata Atlântica, o ouriço cacheiro preto faz parte dessa fauna porem se encontra em extinção, devido a degradação e a perda de habitat.
De acordo com os estudos no Parque vale encantado tem cerca de 40 espécies de mamíferos, não temos informações exatas do censo populacional da espécie, como se trata de um animal silvestre que tem hábitos noturnos existe a dificuldade de se ter uma informação, mais precisa. Diante do plano de preservação da espécie será realizado um estudo mais elaborado para levantar maiores informações sobre a espécie, mas tudo indica que a população desses animais que ocupa essa área é muito menor devido algumas dificuldades de preservação ambiental, além do desmatamento os animais também são alvos de predadores e assim interfere na preservação da espécie.
MEDIDAS DE PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE: 
Devido um projeto assinado para a construção de uma avenida que irá destruir todo o vale encantado comprometendo a fauna e flora da área, e impedindo o estudo de pesquisadores de universidades que tem o intuito de ajudar e preservar essa grande área de vegetação para permitir desenvolvimento de atividades de educação ambiental, turismo e pesquisa que irá beneficiar toda a cidade.
Em função de sua importância ecológica estratégica e por sua representatividade enquanto ecossistema regional é uma região que merece uma garantia efetiva de sua preservação, com isso serão tomadas algumas medidas de preservação do ouriço cacheiro preto.
A realização de um Santuário será de extrema importância para preservar a espécie, será também um centro de recuperação onde serão hospedados ouriços que estejam precisando de atendimento ou assistência para que se recupere e volte ao seu habitat.
Em outros estados esses animais são alvo de caças, como não temos esse tipo de problema no parque vale encantando o intuito da preservação é a apenas proteger os animais e incentivar a reprodução de forma controlada para aumentar as chances de reverter a ameaça de extinção que paira sob a espécie.
O estudo do comportamento do animal será de extrema importância para que seja feita o plano de conservação, o santuário de ouriços cacheiro tem o objetivo de proteger e preservar a espécie na área. Portanto ira facilitar na conscientização da sociedade humana que os animais pertencem a natureza
e merecem ser assistidos.
Caso aconteça da localidade do parque vale encantado seja degradada para construção de vias, o Santuário de Ouriço Cacheiro ira servir para proteger esses animais e de uma forma assistida e controlada manter a procriação para tentar reverter a extinção e assim possivelmente devolver esses animais a natureza em uma localidade preservada pela Lei ambiental.
ESTRUTURA E FUNCIONAMNTO DO CENTRO DE REABILITAÇÃO:
 RECEPÇÃO: os ouriços serão encaminhados para o santuário através de resgate no próprio vale ou oriundos de apreensões realizadas pela Polícia Militar Ambiental; apreensões realizadas pelo IBAMA / MS ou doações por particulares. 
 QUARENTENA E ACONDICIONAMENTO: a quarentena consiste no isolamento do animal para observações mais detalhadas, visando evitar qualquer contaminação nos recintos. O período de quarentena é variado, não devendo ser inferior a 7 dias. Nesse período o animal é marcado, sexado e vermifugado. 
 ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL, SANITÁRIO E COMPORTAMENTAL: após a quarentena o animal é alojado no santuário. Durante o período de permanência no parque, os animais são acompanhados por um profissional qualificado em animais silvestres e entenda seus aspectos sanitários, nutricionais e comportamentais. 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
 Sabendo que os animais presentes no santuário são encontradas no próprio Valle encantado ou áreas próximas, considera-se fundamental uma atuação mais concreta junto à população de Salvador e mais especificamente da região de patamares. Neste sentido, visamos inserir um programa para informar um pouco sobre a importância do ouriço-preto e seu comportamento. Haverá visitações mediante agendamento no horário das 08:00 h às 17:00h somente as terças, quintas e sábados. A visitação será gratuita. As visitas são monitoradas por um guia treinado, que deve expor aos visitantes os hábitos e características do santuário. Visando sempre alertar as consequências negativas do tráfico e manutenção em cativeiro de animais nativos oriundos da natureza. 
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING:
As atividades relativas a educação ambiental e preservação da espécie, Ouriço preto no parque vale encantado, deve ser promovida aos turistas, visitantes e moradores próximos a localidade da instituição, com intuito direto de atingir o público e informar a importância que abrange o projeto e intensificação das ações positivas, agregando conceitos com inúmeras importâncias na preservação da espécie.
A comunicação pode ser estabelecida como um fator importante, sendo ferramenta para auxiliar na informação e na educação das pessoas, ao evidenciar as características da oferta, os aspectos de preservação ambiental, a relação existente entre ambos, a interação com o meio ambiente e as formas de preservação da espécie. Quando se pretende atuar com formas de turismo mais sustentáveis, a promoção é um elemento fundamental na estratégia de planejamento de marketing, pois com os folhetos e a publicidade, o setor pode utilizar a comunicação para aumentar a percepção dos turistas sobre aspectos importantes relacionados à sustentabilidade (SWARBROOKE, 2000). A propaganda, destaca a promoção como um importante instrumento para comunicar e disseminar as ideias relacionadas à causa ambiental, ligadas “à preservação, recuperação, prevenção e ao equilíbrio de recursos ecológicos” (Giacomini, 2004).
A falta de conhecimento e compreensão das pessoas faz com que ocorram vários danos culturais e ambientais nas destinações. Dessa maneira, um modo de evitar os impactos negativos pode ser a divulgação de informações simples e baratas, agregada às técnicas de comunicação (BLANGY; WOOD, 2002, p. 62). Por exemplo, no Parque Nacional de Galápagos, existem diversas normas que são seguidas, como treinamento dos funcionários, informação ao visitante, sinalização e monitoramento. O principal objetivo é educar o visitante, pois o impacto nos recursos naturais ocorre, principalmente, em função do tipo de comportamento do turista (WALLACE, 2002, p. 114).
 O planejamento de uma região ecoturística, deve estabelecer ações para a conscientização da população como: a realização de exposições educativas, desenvolvimento de materiais educativos e de interpretação ambiental, a criação de diretrizes que estipulem normas aos visitantes para a conservação de cenários ecológicos e culturais frágeis, por meio de folhetos ou manuais, a realização de workshops, cursos ou palestras sobre assuntos de conservação do ouriço-preto, entre outros aspectos (Sogayar ,2001).
A educação ambiental tem sua eficiência relacionada, com a sua capacidade de mudar paradigmas na relação do homem com o meio ambiente, permitindo assim a conscientização da sociedade para a conservação e preservação da natureza e animal, no desenvolvimento do ecoturismo ( Sogayar, 2001).
Inúmeras estratégias podem ser aplicadas em um programa de comunicação e marketing, visando medidas que estabelecem a conscientização das pessoas com o intuito, na preservação da espécie, como:
- Criação de uma imagem forte dos comunicadores, mostrando seu compromisso com a preservação ambiental, refletindo diretamente na proteção do ouriço-preto; 
- Divulgação dos princípios adotados, as ações que têm sido desenvolvidas em favor do meio ambiente e da espécie;
 - Demonstração das formas pelas quais os visitantes poderiam participar efetivamente para a preservação do parque vale encantado; 
- Divulgação de mensagens educacionais para que os visitantes entendam os benefícios que poderiam ser proporcionados ao meio ambiente, e que a preservação ambiental e do ouriço-preto também oferece benefícios diretos para o turista; 
- Elaboração de mensagens claras e com tom positivo, com ilustrações e exemplos sobre as conseqüências das condutas inadequadas em relação ao meio ambiente; 
- Desenvolvimento de instrumentos de avaliação, para verificar se as normas de conduta foram realmente aplicadas.
A experiência proporcionada ao turista que visita o parque vale encantado deveria conjugar momentos de lazer e diversão, entremeados com propostas educacionais e transformadoras, para que ele retorne ao lar renovado e sensibilizado, no que diz respeito às suas relações com a natureza e a importância da conservação do Ouriço-preto ( Rabinovici; Lavini 2005). 
ESTRATEGIA DE CAPTAÇÃO DE PARCEIROS E RECURSOS:
A captação de recursos é uma estratégia fundamental para o funcionamento das atividades desenvolvidas para organização do projeto, Construção de Santuário do Ouriço-Preto para preservação da espécie no Parque Vale Encantado.
A concorrência entre as ONGs por um apoio e recursos financeiros, cresceram bastante. São muitas entidades que buscam recursos para a realização de suas atividades e, por isso, é primordial determinar e seguir passos que garantem um bom desempenho e retornos favoráveis por parte dos seus apoiadores.
Devem ser estabelecidas algumas medidas fundamentais para ter a sensibilidade de pessoas, parcerias privadas ou até mesmo do governo, assim como:
-Promover benefícios aos contribuintes;
-Fazer reuniões e mostrar a importância de parcerias e a disponibilização de recursos;
-Estabelecer metas, e esclarecer o principal objetivo para captação de recursos;
-Explicitar para eles as transformações resultantes das suas ações é uma forma de prestar contas, além de estimular os colaboradores a participarem mais ativamente das suas realizações;
-Lembrar às pessoas que sua organização existe e que precisa de apoio nunca é demais;
-Se alguém indicou que deseja doar, mas não o fez, não hesite em fazer uma ligação ou lembrá-lo por e-mail, ou seja estabelecer comunicação entre os mesmos.
No processo de captação de recursos, é muito importante que você demonstre por meio de projetos e resultados os impactos que sua instituição pode causar, assim facilita o processo de reconhecimento do projeto que objetiva a criação do santuário, para a conservação da espécie Chaetomys subspinosus, no parque vale encantado.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei nº 5.197, de 3 de Janeiro de 1967. Dispõe sobre a Proteção à fauna e dá outras providências. Brasília, jan. 1967.
Catzeflis, F., Patton, J., Percequillo, A., Bonvicino, C.R. & Weksler, M. 2017. Chaetomys subspinosus. The IUCN Red List of Threatened Species 2017: e.T4366A22213335. 
FARIA, Deborah; GINÉ, Gastón Andrés F. (org.) Plano de ação nacional para conservação do ouriço preto. Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), 2010.
R7. Prefeitura e Instituto assinam acordo de cooperação técnico-científica do Vale Encantado. Bahia: 15/09/2017. 
BLANGY, Sylvie; WOOD, Megan Epler. Desenvolvimento e implementação de diretrizes
ecoturísticas... In: LINDBERG, Kreg; HAWKINS, Donald E. (Orgs.). Ecoturismo: um guia
para planejamento e gestão. 4. ed. São Paulo: Senac, 2002. p. 59-91.
GIACOMINI FILHO, Gino. Ecopropaganda. São Paulo: Senac, 2004.
SOGAYAR, Roberta Leme. Educação ambiental e a prática do ecoturismo. UNIFAC em
Revista, Botucatu: Graphpress, v.1. n. 1, p. 17-24, abr. 2001.
SWARBROOKE, John. Turismo sustentável: conceitos e impacto ambiental. São Paulo: Aleph,
2000a. v.1.
WALLACE, George N. A administração do visitante: lições do Parque Nacional de Galápagos.
In: LINDBERG, Kreg; HAWKINS, Donald E. (Orgs.). Ecoturismo: um guia para planejamento
e gestão. 4. ed. São Paulo: Senac, 2002. p. 95-139.

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