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Aula 03
Passo Estratégico de Direito Penal p/ PM-BA (Soldado) - Pós-Edital
Telma Vieira
86490183510 - Alane
 
 
 
 
 
Crimes contra a Pessoa: 
Dos Crimes Contra a Vida; Das Lesões Corporais 
e Da Rixa 
1. Introdução .............................................................................................................. 2 
2. Análise Estatística .................................................................................................... 2 
3. Análise das Questões ............................................................................................... 2 
4. Pontos de Destaque ................................................................................................17 
5. Aposta Estratégica ..................................................................................................28 
6. Questionário de Revisão .........................................................................................29 
7. Conclusão ...............................................................................................................38 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
Olá, pessoal, tudo bem? 
Neste relatório, vamos analisar os assuntos “Dos crimes contra a vida (art. 121 a 128, CP)”; “Das 
Lesões Corporais (art. 129, CP)” e “Da Rixa (art. 137, CP)”, que estão inseridos no Título relativo aos 
Crimes contra a Pessoa no Código Penal. 
Dito isso, vamos ver como o tópico foi exigido nas provas analisadas e quais os pontos que merecem 
uma atenção especial nos seus estudos. 
Vamos à análise! 
 
2. ANÁLISE ESTATÍSTICA 
Vamos, então, verificar como foi feita a cobrança do assunto nas provas dos últimos anos: 
 
Assunto 
Total de questões 
das provas de Di-
reito Penal 
Total de questões em que o as-
sunto foi efetivamente abor-
dado 
% de incidência do 
assunto nas ques-
tões 
Dos crimes contra a 
vida 
46 02 4,35% 
Das lesões corpo-
rais 
46 04 8,70% 
Da rixa 46 0 0% 
 
3. ANÁLISE DAS QUESTÕES 
1. IBFC - Soldado (PM PB)/Combatente/2018 (e mais 1 concurso) 
 
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Tício, logo após haver sido provocado injustamente por Mévio, sob o domínio de violenta 
emoção, pratica atos de violência contra Mévio, que vem a falecer imediatamente em fun-
ção dos golpes de barra de ferro desferidos por Tício contra a sua cabeça. Em função de 
seu comportamento ilícito, Tício deverá responder pelo delito de: 
 a) homicídio qualificado por motivo torpe 
 b) homicídio privilegiado 
 c) homicídio qualificado por emprego de meio cruel 
 d) homicídio qualificado por emprego de forma insidiosa 
 
Comentários 
 
O §1º do art. 121 do CP traz a figura do homicídio PRIVILEGIADO: 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, OU sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
Vejam que não basta estar sob o domínio de violenta emoção. É necessário que tal estado se dê logo 
em seguida a injusta provocação da vítima, o que ficou claro no enunciado. 
 
GABARITO LETRA B. 
 
 
2. IBFC - Juiz Federal (TRF 2ª Região)/2018/XVII 
 
Sobre o crime de homicídio qualificado, é possível assinalar apenas como afirmativa cor-
reta: 
a) São meios de execução que o qualificam: o veneno; a emboscada; a asfixia ou outro 
meio insidioso ou cruel. 
b) São formas de execução que o qualificam: a traição; a dissimulação; a tortura ou outro 
recurso que dificulte ou tome impossível a defesa da vitima. 
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c) O motivo fútil consiste numa escala de desvalor que vai da desproporção entre o crime 
e a causa, passando pela insignificância, até a ausência de motivo. 
d) O fogo é um meio cruel para a execução do homicídio, e também pode resultar perigo 
comum conforme as circunstâncias. 
e) A superioridade de armas e a força física, são circunstâncias que sempre qualificam o 
homicídio, como meios que dificultam a defesa da vítima. 
 
Comentários 
 
a) INCORRETA. Os MEIOS de execução que qualificam o crime são os seguintes: 
CP, art. 121, §2º, III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso 
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
A emboscada, embora também qualifique o crime (art. 121, §2º, IV), não se insere nos meios de 
execução. 
b) INCORRETA. Os MODOS de execução (não confundir com os meios!) vem listados no art. 121, §2º, 
IV: IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossivel a defesa do ofendido; 
c) INCORRETA. Motivo fútil NÃO é o mesmo que ausência de motivos: 
(...) 1. A ausência de motivo não caracteriza a qualificadora do inciso II do parágrafo 2º do artigo 121 
do Código Penal (por motivo fútil), sob pena de violação ao princípio da reserva legal. (...) (STJ, AgRg no 
REsp 1718055 / GO, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Sexta Turma, DJe 30/08/2018). 
d) CORRETA, na forma do art. 121, §2º, III: “com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura 
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;”. Vejam que o dispositivo 
legal primeiro faz menção a alguns meios, de forma exemplificativa, encaixando-os nos conceitos 
expostos na parte final do artigo. 
e) INCORRETA. “Meios que dificultam a defesa da vítima” = vítima não espera o ato agressivo + é 
surpreendida, conforme entendimento jurisprudencial: 
O recurso que dificulta ou torna impossível a defesa do ofendido é aquele que se assemelha à traição, 
emboscada ou dissimulação. Não basta que a vítima não espere o ato agressivo, é necessário que se 
configurem hipóteses de surpresa para a vítima. Trata-se de fórmula genérica em que se exige que o 
recurso utilizado tenha a mesma natureza das qualificadoras da traição, emboscada e dissimulação 
(fórmulas estas casuísticas). Essa qualificadora traduz um modo insidioso da atividade executiva do 
crime, que obsta a defesa da vítima, comprometendo total ou parcialmente seu potencial defensivo 
(TJRS, RSE 70035215474, 3ª Câmara Criminal, Rel. Des. Odone Sanguiné, DJERS 30/7/2010). 
 
GABARITO LETRA D. 
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3. IBFC - Agente de Polícia Judiciária (PC SE)/2014 
 
No crime de homicídio, previsto no título “Dos Crimes contra a Pessoa” do Código Penal, 
são circunstâncias qualificadoras, exceto: 
a) Se o crime é cometido contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) 
anos. 
b) Se o crime é cometido para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vanta-
gem de outro crime. 
c) Se o crime é cometido com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro 
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. 
d) Se o crime é cometido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. 
 
Comentários 
 
A única quenão traduz QUALIFICADORA do crime de HOMICÍDIO é a hipótese descrita na assertiva 
A, eis que, na verdade, configura causa de aumento de pena do FEMINICÍDIO: 
Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
(...) 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impos-
sível a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
(...) 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância 
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo do-
loso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 
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GABARITO LETRA A. 
 
 
4. IBFC - Analista de Promotoria (MPE SP)/Agente de Promotoria/2013 
 
Com relação ao crime de Homicídio, analise as assertivas abaixo: 
I. A prática por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou 
por grupo de extermínio, qualifica o crime de homicídio. 
II. Também qualifica do crime de homicídio, se praticado contra pessoa menor de 14 (qua-
torze) anos ou maior de 60 (sessenta) anos. 
III. Se o agente comete o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima, o juiz pode reduzir a pena. 
IV. O Homicídio é qualificado, se praticado para assegurar a vantagem de outro crime. 
Está CORRETO, apenas, o que se afirma em: 
 a) I. 
 b) I e II. 
 c) I, II e III. 
 d) IV. 
 e) I e IV. 
 
Comentários 
 
I – ERRADA. Trata-se de causa de aumento de pena, e não de qualificadora, prevista no art. 121m, 
§6º do CP. 
II – ERRADA. Como já vimos, trata-se de causa de aumento de pena prevista no art. 121, §4º, parte 
final, do CP. 
III – ERRADA. As bancas adoram fazer essa confusão: não é sob a influência de violenta emoção, mas 
sim sob o DOMÍNIO, na forma do art. 121, §1º, CP. 
IV – CORRETA. Art. 121, §2º, V. 
 
GABARITO LETRA D. 
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5. IBFC - Oficial de Cartório (PC RJ)/2013 
 
Um policial civil regularmente designado para atuar como responsável pela carceragem de 
uma Delegacia de Polícia é cientificado por familiares de um preso temporário que este 
sofre de "diabetes" grave e que necessita de constantes injeções de "insulina" para manter 
a doença sob controle, sendo-lhe exibido respectivo laudo médico. O agente público sim-
plesmente ignora esta informação e não a transmite aos seus superiores hierárquicos, 
mantendo o indivíduo no cárcere sem qualquer assistência médica. Dias depois, o preso é 
encontrado caído no chão da cela com visíveis sinais tanatológicos, sendo o óbito consta-
tado e a causa mortis apurada como decorrente da ausência de controle glicêmico. 
No caso em tela o policial civil estará sujeito à responsabilização penal pela prática do 
crime de: 
a) Homicídio. 
b) Omissão de socorro. 
c) Prevaricação. 
d) Tortura. 
e) Abuso de autoridade. 
 
Comentários 
 
Pessoal, vejam que o caso indica que o agente tinha o DEVER legal de cuidado, vez que era o policial 
responsável pela carceragem, o que atrai a sistemática do art. 13, §2º do CP. Como o preso veio a 
óbito, restou consumado o homicídio, na forma do art. 121 do CP. 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu 
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
(...) 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resul-
tado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
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GABARITO LETRA A. 
 
Pessoal, como foram encontradas poucas questões da sua banca, exploraremos outras, para re-
forço dos estudos. 
 
6. (2019 – VUNESP – ENGENHEIRO CIVIL – PREF. ITAPEVI) 
 
Segundo o Art. 121 do Código Penal, se o desmoronamento de uma edificação em obra 
motivar a morte de um funcionário e a circunstância for caracterizada como homicídio cul-
poso, o engenheiro responsável estará sujeito à pena de 
a) detenção de 1 a 3 anos. 
b) detenção de 4 a 6 anos. 
c) detenção de 8 a 12 anos. 
d) reclusão de 2 a 4 anos. 
e) reclusão de 5 a 10 anos. 
 
Comentários 
 
Vejamos o que dispõe o CP acerca do homicídio culposo: 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
GABARITO LETRA A. 
 
 
7. (2019 – VUNESP – INSPETOR FISCAL DE RENDAS – PREF. GRU) 
 
Determina a CR/88 que é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der 
a lei, com competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Ainda, são prin-
cípios constitucionais expressos, nos termos do art. 5º, XXXVIII: 
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a) a plenitude de defesa, o parcial sigilo das votações e a soberania dos veredictos. 
b) a plenitude de defesa, o sigilo das votações e a ampla recorribilidade dos veredictos. 
c) a plenitude de defesa, o sigilo das votações e a soberania dos veredictos. 
d) a ampla defesa, o parcial sigilo das votações e a soberania dos veredictos. 
e) a ampla defesa, o parcial sigilo das votações e a ampla recorribilidade dos veredictos. 
 
Comentários 
 
Vejamos o que dispõe a CF/88 a respeito do assunto: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
... 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
GABARITO LETRA C. 
 
 
8. (2018 – VUNESP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – PC/BA) 
 
Quanto aos crimes contra a vida, assinale a alternativa correta. 
a) Suponha que “A” seja instigado a suicidar-se e decida pular da janela do prédio em que 
reside. Ao dar cabo do plano suicida, “A” não morre e apenas sofre lesão corporal de na-
tureza leve. Pode-se afirmar que o instigador deverá responder pelo crime de tentativa de 
instigação ao suicídio, previsto no art. 122 do Código Penal. 
b) Considera-se qualificado o homicídio praticado contra pessoa menor de 14 anos ou 
maior de 60 anos. 
c) O Código Penal permite o aborto praticado pela própriagestante quando existir risco de 
morte e não houver outro meio de se salvar. 
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d) O feminicídio é espécie de homicídio qualificado e resta configurado quando a morte da 
mulher se dá em razão da condição do sexo feminino. Se o crime for presenciado por des-
cendente da vítima, incidirá ainda causa de aumento de pena. 
e) O aborto provocado pela gestante, figura prevista no art. 124 do Código Penal, cuja pena 
é de detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, admite coautoria. 
 
Comentários 
 
Vejamos as alternativas: 
a) ERRADA. Não é cabível a tentativa de participação em suicídio, já que o CP só pune o crime se o 
suicídio se consumar ou se resultar lesão corporal de natureza grave. 
b) ERRADA. As hipóteses de homicídio qualificado estão previstas no §2º, do artigo 121, do CP, e, 
dentre elas, não se encontra esta hipótese. 
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra 
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos, o que configura causa de aumento 
de pena, e não qualificadora (art. 121, §4°, CP). 
c) ERRADA. Não há essa previsão no CP. 
d) CERTA. 
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
(...) 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: 
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou porta-
dora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou men-
tal; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei 
nº 13.771, de 2018) 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do 
art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) 
e) ERRADA. Trata-se de crime de mão própria, que não admite coautoria. 
 
GABARITO LETRA D. 
 
 
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9. (2018 – VUNESP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – PC/BA) 
 
Adalberto decidiu matar seu cunhado em face das constantes desavenças, especialmente 
financeiras, pois eram sócios em uma empresa e estavam passando por dificuldades. Pre-
parou seu revólver e se dirigiu até a sala que dividiam na empresa. Parou de fronte ao 
inimigo e apontou a arma em sua direção, mas antes de acionar o gatilho foi impedido pela 
secretária que, ao ver a sombra pela porta, decidiu intervir e impedir o disparo. Em face 
do ocorrido, pode-se afirmar que Adalberto poderá responder por 
a) constrangimento ilegal. 
b) tentativa de homicídio. 
c) tentativa de lesão corporal. 
d) fato atípico. 
e) arrependimento eficaz. 
 
Comentários 
 
Trata-se de tentativa de homicídio porque o agente foi impedido de prosseguir com o iter criminis 
pela secretária. Ou seja, ele não desistiu do homicídio, mas foi impedido de consumar o crime. Ve-
jamos o que dispõe o artigo 14, inciso II, do CP: 
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
GABARITO LETRA B. 
 
 
10. (2019 – VUNESP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO – PM/SP) 
 
O juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
Trata-se de hipótese que o Código Penal prevê em crime de 
a) autoaborto. 
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b) infanticídio. 
c) auxílio a suicídio. 
d) homicídio culposo. 
e) lesão corporal dolosa leve. 
 
Comentários 
 
Vejamos o que dispõe o artigo 121, §5º, do CP: 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
(Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 
GABARITO LETRA D. 
 
 
11. (2018 – VUNESP – JUIZ ESTADUAL – TJ/MT) 
 
Em conversa reservada, José expõe a João o desejo de acabar com a própria vida, no que 
recebe o apoio e incentivo de João à empreitada. Posteriormente, José tenta se suicidar, 
mas é socorrido por sua mãe e sobrevive com lesões corporais leves. 
 Considerando a situação hipotética, assinale a alternativa correta. 
a) João responderá por lesões corporais leves. 
b) João responderá por tentativa de instigação a suicídio. 
c) João responderá por tentativa de homicídio. 
d) João responderá por instigação a suicídio. 
e) João não responderá por crime por ser o fato atípico. 
 
Comentários 
 
Só se configura o crime do artigo 122 do CP se o suicídio se consuma ou se da tentativa de suicídio 
resulta lesão corporal de natureza grave. 
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GABARITO LETRA E. 
 
 
12. (2019 – VUNESP – GUARDA CIVIL MUNICIPAL – PREF. ITAPEVI) 
 
É correto afirmar que, nos termos do Código Penal, 
a) a pena do crime de lesão corporal é aumentada quando a vítima for, entre outros, côn-
juge de um Policial Militar, e a infração penal for perpetrada em razão dessa condição. 
b) o feminicídio admite modalidade culposa quando o agente, por imprudência, negligên-
cia ou imperícia, matar a sua esposa. 
c) o crime de omissão de socorro, para a sua consumação, exige a constatação de lesão 
grave ou a morte da vítima. 
d) para tipificar o crime de difamação, exige-se a imputação de fato definido como crime. 
e) a violação de domicílio configura um crime que somente poderá ser consumado pelo 
ingresso clandestino em uma residência durante o período noturno. 
 
Comentários 
 
Coloquei essa questão por ela tratar, em algumas assertivas, dos dispositivos que nos interessam. 
Vejamos: 
a) CERTA. É o que dispõe o artigo 129, §12, do CP: 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei 
nº 13.142, de 2015) 
b) ERRADA. Não há previsão de feminicídio culposo. 
c) ERRADA. Se resultar em lesão grave a pena será aumentada de metade; se resultar morte, será 
triplicada. 
d) ERRADA. Não se exige que o fato seja criminoso, conforme artigo 139, do CP. 
e) ERRADA. O artigo 150 do CP não exige tal condição. 
 
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GABARITO LETRA A. 
 
 
13. (2018 – VUNESP – JUIZ ESTADUAL – TJ/RS) 
 
O feminicídio (CP, art.121, § 2o, VI) 
a) está ausente do rol dos crimes hediondos (Lei no 8.072/90). 
b) demanda, para seu reconhecimento, obrigatória relação doméstica ou familiar entre 
agressor e vítima. 
c) é o homicídio qualificado por condições do sexo feminino. 
d) foi introduzido em nosso ordenamento pela Lei Maria da Penha (Lei no 11.340/06). 
e) admite a modalidade preterdolosa. 
 
Comentários: 
 
a) INCORRETA. Está previsto no art. 1º, I, da Lei 8.072. 
b) INCORRETA. Não há essa demanda para configuração do crime. 
c) CORRETA. Vamos ao CP: 
Art. 121. Matar alguém: 
(...) 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
(...) 
VI - contra a mulher por razões da condição do sexo feminino. 
 
§2º-A. Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
d) INCORRETA. Foi introduzido pela Lei nº 13.104/15. 
e) INCORRETA. A figura do homicídio preterdoloso (dolo no antecedente, culpa no resultado) não foi 
previsto dentro dos crimes contra a vida. Logo, o feminicídio não admite a modalidade preterdolosa, 
por ausência de previsão legal. Se o agente praticar o resultado qualificador morte à título de culpa, 
o crime será de lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º, do CP). 
 
GABARITO LETRA C. 
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14. (2018 – VUNESP – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/SP) 
 
Maria e Mariana, ambas nascidas com genitais femininos, auto-identificadas e socialmente 
reconhecidas como mulheres, convivem em união estável e monogâmica. Ocorre que Ma-
ria, às escondidas, passa a manter relações sexuais com José. Mariana flagra Maria em ato 
sexual com José e, nesse contexto, Maria provoca injustamente Mariana, dizendo a José, 
em tom de escárnio, que Mariana é “xucra, burra e ruim de cama”, e que, além disso, 
Mariana “gosta de ser traída e não tomará qualquer atitude, por ser covarde e medrosa”. 
Embora nunca tenha praticado ato de violência doméstica, Mariana é tomada por violenta 
emoção e dispara projétil de arma de fogo contra a cabeça de Maria, que morre imediata-
mente. 
 
É correto afirmar que Mariana praticou 
a) feminicídio. 
b) ato típico, mas amparado por causa excludente de ilicitude. 
c) homicídio privilegiado. 
d) homicídio qualificado, por motivo torpe. 
e) homicídio qualificado, por meio insidioso. 
 
Comentários 
 
Pela narrativa, Mariana praticou o crime previsto no art. 121, §1º do Código Penal: homicídio privi-
legiado. 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
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Não se trata de feminicídio, pois o enunciado não apresentou dados que demonstrassem que Mari-
ana cometeu o crime por razões de sexo feminino. 
Não é ato amparado por causa excludente de ilicitude, pois não se enquadra em nenhuma das hipó-
teses do art. 23 do CP. 
Não se trata de motivo torpe, que é conceituado como motivo repugnante ou vil. Também não se 
trata de meio insidioso, que demanda que o agente atue sem que a vítima perceba, não deixando 
pistas. 
 
GABARITO LETRA C. 
 
 
15. (2015 – VUNESP – ANALISTA DE PROMOTORIA – MPE/SP) 
 
Sobre o feminicídio, introduzido no Código Penal pela Lei nº 13.104/2015, assinale a alter-
nativa correta. 
a) Acrescentou uma hipótese de homicídio qualificado no § 2º do artigo 121, CP. 
b) Foi introduzido como um novo crime no Código Penal, incidindo sempre que mulheres 
figurarem como vítimas de homicídio tentado ou consumado. 
c) Estabeleceu uma modalidade de homicídio qualificado, mas manteve as penas do homi-
cídio simples, considerando as causas de aumento previstas no § 7º do artigo 121, CP. 
d) Trata-se de mais uma hipótese de homicídio simples, mas que terá sua pena aumentada 
em 1/3 pelo fato da vítima ser mulher. 
e) Não foi incluído no rol dos crimes hediondos, considerando as graves consequências já 
estabelecidas nas causas de aumento do § 7º do artigo 121, CP. 
 
Comentários 
 
Da rápida leitura do CP é possível constatar que a Lei nº 13.104/2015 acrescentou uma hipótese de 
homicídio qualificado no art. 121, §2° - o inciso VI. 
 
GABARITO LETRA A. 
 
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4. PONTOS DE DESTAQUE 
Nesse momento, iremos abordar, de forma sucinta e estratégica, os principais pontos relacionados 
aos crimes contra a pessoa, trazendo entendimentos jurisprudenciais sobre o tema. 
 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguem: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o do-
mínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena 
de um sexto a um terço. 
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impos-
sivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
A consumação do homicídio se dá com a morte da vítima, que ocorre com a cessação da atividade 
encefálica (morte cerebral), a teor do art. 3º, da Lei 9.437/97. 
O crime é processável mediante ação pública incondicionada, em todas as suas modalidades, sendo 
a competência do Tribunal do Júri, exceto o homicídio culposo, que será julgado no juízo comum. 
Nesse passo, sobre o homicídio culposo, é cabível a suspensão condicional do processo, uma vez 
preenchidos os requisitos do art. 89 da lei 9.099/95. 
 
O homicídio privilegiado está previsto no §1º do art. 121, CP: “Se o agente comete o crime impelido 
por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida 
a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço”. 
Em verdade trata-se de causa de diminuição de pena, com caráter de NATUREZA SUBJETIVA. Isso 
trará diversas implicações, como a não comunicação aos coautores e partícipes quando o crime for 
praticado em concurso de pessoas. Igualmente, tendo natureza subjetiva, é possível a sua aplicação 
concomitante com as qualificadoras de natureza objetiva do art. 121, §2º, incisos III e IV, CP. 
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Assim, destacamos que a doutrina e jurisprudência entendem pela possibilidade da existência do 
homicídio qualificado-privilegiado, desde que a haja compatibilidade lógica entre a qualificadora e 
o privilégio. Em regra, pode-se aceitar a existência concomitante entre qualificadoras objetivas com 
as circunstâncias legais do privilégio, de ordem subjetiva,não podendo, entretanto, a concomitân-
cia de qualificadora subjetiva, com privilégio, também subjetivo. O raciocínio é lógico aqui. Como 
imputar, por exemplo, a qualificadora motivo fútil e ao mesmo tempo o privilégio do crime cometido 
por motivo de relevante valor moral? Seria um contrassenso não é mesmo rs. Em geral, convivem 
em harmonia as qualificadoras dos incisos III e IV com as causas de diminuição de pena do §1º. Em 
contrapartida, não 
Esquematizando: 
Privilégio (art. 121, §1º, CP) Qualificadoras (art. 121, §2º, CP) 
✓ Relevante valor social ou moral 
 
✓ Violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima; 
 
SUBJETIVAS 
I. Mediante paga ou promessa de recom-
pensa, ou motivo torpe = SUBJETIVA; 
II. Motivo Fútil = SUBJETIVA 
III. Veneno, Fogo, Explosivo, Asfixia, Tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
possa resultar perigo comum = OBJETIVA 
IV. Traição, Emboscada, Dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossível a 
defesa do ofendido = OBJETIVA 
V. Para assegurar a execução, ocultação, im-
punidade ou vantagem de outro crime = 
SUBJETIVA. 
 
Explicando, o privilégio do §1º (SUBJETIVO), não pode ser imputado concomitantemente com as 
qualificadoras I, II e V (SUBJETIVAS). Entretanto, nada impede a aplicação do privilégio (SUBJETIVO) 
juntamente com as qualificadoras III e IV (OBJETIVAS), porquanto não há incompatibilidade lógica 
entre àquela e essas. Por falta de previsão legal da lei 8.072/90, o homicídio privilegiado não é con-
siderado crime hediondo. 
Cleber Masson ensina que é possível a incidência do privilégio se o homicídio é cometido com erro 
na execução (aberratio ictus), quando o agente supõe erroneamente a existência do motivo, indu-
zido pelas circunstâncias do fato. 
 
Quanto ao domínio de violenta emoção, ele deve ocorrer logo em seguida a injusta provocação da 
vítima. Para tanto, deve-se considerar o instante em que o sujeito toma ciência da provocação in-
justa e não em que ela realmente ocorreu, sendo possível que a provocação injusta tenha ocorrido 
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em momento distante, desde que o agente tenha tomado conhecimento dela pouco antes do homi-
cídio. A seguir, verifique-se o entendimento do STF nesse sentido: 
HABEAS CORPUS. CRIME DE FURTO QUALIFICADO. INCIDÊNCIA DO PRIVILÉGIO DA PRIMARIEDADE E 
DO PEQUENO VALOR DA COISA SUBTRAÍDA. POSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. A jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido da possibilidade de homicídio privilegiado-qualifi-
cado, desde que não haja incompatibilidade entre as circunstâncias do caso. Noutro dizer, tratando-
se de qualificadora de caráter objetivo (meios e modos de execução do crime), é possível o reconhe-
cimento do privilégio (sempre de natureza subjetiva). 2. A mesma regra de interpretação é de ser 
aplicada no caso concreto, dado que as qualificadoras do concurso de pessoas e da destreza em nada 
se mostram incompatíveis com: a) o fato de ser a acusada penalmente primária; b) inexpressividade 
financeira da coisa subtraída. Precedentes de ambas as Turmas do STF: HCs 94.765 e 96.843, da rela-
toria da ministra Ellen Gracie (Segunda Turma); HC 97.051, da relatoria da ministra Cármen Lúcia (Pri-
meira Turma); e HC 98.265, da minha relatoria (Primeira Turma). 3. Ordem concedida para reconhecer 
a incidência do privilégio do § 2º do art. 155 do CP” (HC 97.034/MG, Rel. Min. Ayres Britto). 
 
Homicídio culposo: 
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aumento de pena 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância 
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo do-
loso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, 
sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
No homicídio culposo, o agente realiza uma conduta voluntária, com violação do dever objetivo de 
cuidado a todos imposto, por imprudência, negligência ou imperícia, vindo a produzir o resultado 
morte involuntário e não querido. 
O crime culposo é incompatível com a tentativa, ressalvada a culpa imprópria. 
O Perdão Judicial está contido no §5º do art. 121, CP: “Na hipótese de homicídio culposo, o juiz 
poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de 
forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”. Trata-se de extinção da punibilidade, 
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sendo considerado direito subjetivo do réu, não precisando ser aceito para surtir efeitos (é ato uni-
lateral). O mesmo pode atingir o próprio autor da conduta culposa, seus familiares ou ainda pessoas 
próximas e queridas. 
 
 Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio: 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da 
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único - A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
Inicialmente, destaca-se que tal crime não admite a modalidade culposa nem a tentativa, pois a 
norma somente pune esse crime se o suicídio se consuma ou se da sua tentativa resulta lesão cor-
poral grave. Em outras palavras, é preciso que ocorram os resultados lesivos descritos na norma no 
tocante ao suicídio ou a sua tentativa, para a caracterização do crime de induzimento, instigação ou 
auxílio ao suicídio. Esse é um crime de ação penal pública incondicionada, cuja competência para 
julgamento é do Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII, “d”, CF/88). Nele, cabe a suspensão condicional do 
processo se do resultado resultar lesão grave. 
 
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela 
Lei nº 13.104, de 2015) 
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II- menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
O feminicídio foi incluído no CP pela Lei 13.104/15, sendo uma figura qualificada de homicídio do-
loso. 
Conforme art.1º, I da Lei. 8072/90, trata-se de crime hediondo. 
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O CP deixou bem claro que não se trata de um homicídio com vítima mulher. É preciso que o crime 
se dê contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. 
Na verdade, trata-se de um crime cometido por razões de gênero. 
O próprio CP, no §2º-A do art. 121, define o que são “razões da condição do sexo feminino”, nos 
seguintes termos: 
“§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído 
pela Lei nº 13.104, de 2015) 
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).” 
 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: 
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou porta-
dora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou men-
tal; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei 
nº 13.771, de 2018) 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do 
art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) 
 
Uma observação é importante: 
 
FEMICÍDIO X FEMINICÍDIO: 
Semelhanças: Ambos são homicídios. 
Diferenças: 
• FEMINICÍDIO significa praticar homicídio contra mulher por razões de condição de sexo femi-
nino. 
• FEMICÍDIO: significa praticar homicídio contra mulher. 
 
Voltando.... 
§2º-A, I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
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A doutrina entende que, no caso deste inciso, não basta simplesmente reconhecer a violência do-
méstica ou familiar contra a mulher. É preciso também que a motivação do homicídio tenha sido 
razões da condição do sexo feminino e daí resulte violência doméstica e familiar contra a mulher1. 
Ou seja, é preciso haver uma interpretação sistemática do inciso I do §2º-A com o inciso VI do §2º 
do art. 121 do CP e com o art. 5º da Lei 11.340/062, não apenas realizando uma mera interpretação 
literal do dispositivo, que levaria à desnecessidade de se comprovar a motivação de gênero. 
Desse modo, conclui-se que, mesmo no caso do feminicídio baseado no inciso I do § 2º-A do art. 
121, será indispensável que o crime envolva motivação baseada no gênero (“razões de condição de 
sexo feminino”). 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).” 
Este é o típico caso de homicídio contra a mulher por esta ser vista como um ser inferior, com menos 
direitos ou não capacitada. 
Ex: funcionário de uma empresa que mata sua colega de trabalho em virtude de ela ter conseguido 
a promoção em detrimento dele, já que, em sua visão, ela, por ser mulher, não estaria capacitada 
para a função.3 
 
Qual a natureza jurídica da qualificadora do feminicídio? 
 
 
 
1 Masson, Cleber. Direito Penal. Parte Especial. Vol. 2. Editora Gen Método. 11ª Edição, p.45. 
2 Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação 
ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e 
dano moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, 
com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, 
independentemente de coabitação. 
 
3https://www.dizerodireito.com.br/2015/03/comentarios-ao-tipo-penal-do.html 
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Ainda não há um consenso quanto a este ponto. Enquanto parte da doutrina entende ser uma qualifi-
cadora de natureza subjetiva4, pois diz respeito à motivação do agente, não havendo ligação com os 
meios e modos de execução do delito, o STJ vem entendendo se tratar de qualificadora de natureza 
objetiva, pois incide nos crimes praticados contra a mulher por razão do seu gênero feminino e/ou 
sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica familiar propriamente dita, assim o animus 
do agente não é objeto de análise, conforme Acórdão a seguir: 
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. HOMICÍDIO TRIPLAMENTE QUALIFICADO. 
OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. ALEGADO BIS IN IDEM DO MOTIVO TORPE COM A AGRAVANTE PREVISTA NO 
ART. 61, INCISO II, ALÍNEA "F", DO CP. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Verifica-se que o acórdão recorrido apre-
ciou as teses defensivas com base nos fundamentos de fato e de direito que entendeu relevantes e 
suficientes à compreensão e solução da controvérsia, o que, na hipótese, revelou-se suficiente ao exer-
cício do direito de defesa, inexistindo qualquer omissão. 
2. O Tribunal a quo decidiu em conformidade com o entendimento desta Corte superior, porquanto, 
tratando-se o motivo torpe (vingança contra ex-namorada) de qualificadora de natureza subjetiva, e o 
fato de a vítima e o acusado terem mantido relacionamento afetivo por anos, sendo certo, que o crime 
se deu com violência contra a mulher na forma da Lei n° 11.340/2006, ser uma agravante de cunho 
objetivo, não se pode falar em bis in idem no reconhecimento de ambas, de modo que não se vislumbra 
ilegalidade no ponto. 
3. Nessa linha, trecho da decisão monocrática proferida pelo Ministro Felix Fischer, REsp n. 
1.707.113/MG (DJ 07/12/2017), no qual destacou que considerando as circunstâncias subjetivas e 
objetivas, temos a possibilidade de coexistência entre as qualificadoras do motivo torpe e do femini-
cídio. Isso porque a natureza do motivo torpe é subjetiva, porquanto de caráter pessoal, enquanto o 
feminicídio possui natureza objetiva, pois incide nos crimes praticados contra a mulher por razão do 
seu gênero feminino e/ou sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar pro-
priamente dita, assim o animus do agente não é objeto de análise. 
4. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no REsp 1741418/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado 
em 07/06/2018, DJe 15/06/2018).” 
Nesse passo, O STJ vem entendendo que a qualificadora do FEMINICÍDIO possui NATUREZA OBJE-
TIVA, pois incide nos crimes praticados contra a mulher por razão do seu gênero feminino e/ou 
sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica familiar propriamente dita. Assim o ani-
mus do agente não é objeto de análise. Nesse passo, como sabemos, tanto a doutrina como a juris-
prudência autorizam o reconhecimento conjunto de diferente qualificadoras, quando forem de: NA-
TUREZA OBJETIVA + NATUREZA SUBJETIVA. É o que o ocorre no exemplo dado pelaquestão, não 
sendo caracterizado bis in idem imputar ao agente a agravante do motivo torpe (art. 65, II, CP, com 
o Feminicídio. 
 
 
 
4 Masson, Cleber. Direito Penal. Parte Especial. Vol. 2. Editora Gen Método. 11ª Edição, p.46 e Cunha, 
Rogério Sanches. Manual de Direto penal. Parte Especial. V. único. Ed. Juspodium, 9ª Ed., p. 121. 
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 Infanticídio: 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
O infanticídio é considerado uma forma privilegiada de homicídio, prevendo uma pena menor pelo 
fato de ser praticado pela mãe contra o filho, nascente ou recém-nascido, influenciada pelo estado 
puerperal. Nele, não se admite a modalidade culposa. 
Segundo a literatura, estado puerperal é o conjunto de alterações físicas e psíquicas que acometem 
a mulher em decorrência das circunstâncias relacionadas ao parto e que afetam sua saúde mental. 
A jurisprudência firmou entendimento de ser prescindível a perícia para a sua comprovação, haja 
vista ser efeito normal e inerente ao parto. 
Se a mãe, em erro, influenciada pelo estado puerperal, logo após o parto, mata outra criança acre-
ditando ser seu filho, responderá ainda sim pelo infanticídio (infanticídio putativo). 
Detalhe importante trazido pela doutrina, é o fato de que se a mãe, sob o estado puerperal e logo 
após o parto, praticar qualquer conduta visando a morte do filho, acometido de anencefalia, restara 
caracterizado o crime impossível por impropriedade absoluta do objeto matéria (art. 17, CP). O 
mesmo se dá se a criança já nascer morta (natimorto). 
O crime é de ação penal pública incondicionada de competência do Tribunal do Júri, e, tendo em 
vista o elevado potencial lesivo, não se aplicam os institutos despenalizadores da lei 9099/95. 
 
 Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
 II - perigo de vida; 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 IV - aceleração de parto: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
 I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
 II - enfermidade incuravel; 
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 IV - deformidade permanente; 
 V - aborto: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
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Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o 
risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Diminuição de pena 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio 
de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um 
sexto a um terço. 
Substituição da pena 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de 
duzentos mil réis a dois contos de réis: 
 I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
 II - se as lesões são recíprocas. 
Lesão corporal culposa 
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 Aumento de pena 
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012) 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 
1990) 
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com 
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste 
artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido 
contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal,integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da fun-
ção ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro 
grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, 
de 2015) 
A lesão corporal é crime comumente cobrado pelas bancas nas provas de concurso, valendo atenção 
especial ao assunto. A banca costuma confundir o candidato com as hipóteses de lesão corpora de 
natureza grave. 
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A tentativa é cabível nas modalidades dolosas, não sendo admitida na lesão culposa ou lesão corpo-
ral seguida de morte. 
A Lesão Corporal Leve e Lesão Corporal Culposa são de Ação Penal Pública Condicionada à Repre-
sentação. 
Nas demais espécies de Lesão Corporal Dolosas são de Ação Pública Incondicionada. Nesse passo, 
também se enquadra a Lesão Corporal, independentemente da gravidade, contra a mulher, resul-
tante de violência doméstica e familiar. 
Súmula 542 STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica 
contra a mulher é pública incondicionada. 
 
Súmula 536 STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese 
de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. 
 
É importante destacar que, segundo a doutrina e jurisprudência, na lesão corporal leve, o consenti-
mento do ofendido é causa supralegal de exclusão da ilicitude, desde que expresso, livre de coação, 
não seja imoral ou desrespeite os bons costumes, seja anterior à consumação da infração penal e 
manifestado por pessoa capaz. Noutro giro, é irrelevante o consentimento da vítima na lesão grave, 
gravíssima e seguida de morte. 
É possível a aplicação do Princípio da Insignificância ou Bagatela na lesão dolosa leve ou lesão cul-
posa, quando a conduta resultar ofensa mínima à integridade corporal ou à saúde da vítima. 
Em regra, não se pune a autolesão (Princípio da Alteridade), salvo se caracterizar crime autônomo 
como a fraude para receber valor de seguro do art. 171, §2º, V, CP. 
Em geral, também não há crime nos esportes em que os ferimentos decorrem naturalmente de sua 
prática, em razão da exclusão da ilicitude pelo exercício regular do direito. 
Igualmente, o médico que atua sem o consentimento do paciente ou seus representantes legais nas 
cirurgias de emergência dotadas de risco concreto de morte do paciente, estão acobertados pelo 
estado de necessidade de terceiro, não havendo crime. Ausente a situação de emergência, deve-se 
buscar a prévia anuência dos envolvidos. 
O §1ºdo art. 129 elenca as hipóteses de lesão corporal grave. 
Lesão corporal de natureza grave 
 § 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
 II - perigo de vida; 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 IV - aceleração de parto: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
O §2º elenca a lesão corporal gravíssima. 
§ 2° Se resulta: 
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 I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
 II - enfermidade incuravel; 
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 IV - deformidade permanente; 
 V - aborto: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Uma observação importante, é a de que nada impede a ocorrência simultânea de duas ou mais mo-
dalidades de lesão corporal - grave ou gravíssima. Apesar de ser crime único, tais circunstâncias de-
verão ser utilizadas como desfavoráveis ao réu na dosimetria da pena-base. 
A lesão corpora seguida de morte é o exemplo típico do chamado Crime Preterdoloso, pois o agente 
agiu como dolo no crime antecedente (lesão corporal), mas com culpa no crime subsequente (não 
quis nem assumiu o risco da morte). 
 Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o 
risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
Por fim, vamos ao crime de RIXA: 
Rixa 
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da partici-
pação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
É a briga entre três ou mais pessoas, donde não é possível identificar quem são os autores e quem 
são as vítimas. Ou seja, cada um briga com qualquer um dos participantes. É a “pancadaria indiscri-
minada”. Não se confunde com a briga entre duas gangues, por exemplo. 
Quanto à classificação doutrinária: 
• Crime comum, qualquer pessoa pode praticar. 
• Crime de perigo concreto, pois há efetivamente a criação de um risco com a prática do crime; 
• Doloso; 
• De forma livre; 
• Comissivo ou, caso o agente seja GARANTIDOR (art. 13, §2º do CP), pode ser omissivo impró-
prio; 
• Instantâneo; 
• Plurissubjetivo, ou seja, é crime de concurso necessário; 
• Plurissubsistente, pois admite fracionamento do iter criminis. 
Quanto à punição da rixa, o Código Penal adotou o sistema da autonomia, ou seja, o CP pune todos 
aqueles que participaram da rixa como rixosos, independente da morte ou lesão produzida em al-
gum deles. Se tais resultados ocorrerem, aí estaremos diante da rixa qualificada. 
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O crime de rixa não admite modalidade culposa. O elemento subjetivo é exatamente a vontade de 
agredir-se reciprocamente. 
Trata-se de crime de condutas convergentes, eis os agentes dirigem suas ações uns contra os outros. 
O bem jurídico tutelado é a integridade física das pessoas e subsidiariamente, a ordem pública. 
Para consumação do crime, são necessários atos de violência, o que não implica, necessariamente, 
em contato físico. Pode haver arremesso de objetos, por exemplo. Porém, a doutrina afirma que 
condutas que se limitem a palavrões ofensivos não configurariam a rixa. 
Não admite tentativa, pois a conduta e o evento exaurem simultaneamente. 
Além disso, se o agente ingressa na rixa e a deixa, e há resultado morte mesmo após sua saída, 
responderá pela rixa qualificada. Agora, se o resultado ocorreu antes do agente ingressar na rixa, e 
este resultado não se repete após seu ingresso, este participante responderá na forma simples do 
crime. 
Quanto às formas de rixa: 
Rixa ex improviso - surge do nada, sem planeja-
mento 
Rixa ex propósito - aquele que demanda prévia 
preparação, agendamento. 
Quanto ao concurso de crimes, segundo entendimento jurisprudencial, é possível. Há também cor-
rente doutrinária que defende que a rixa qualificada em concurso com homicídio ou lesão não con-
figura bis in idem, pois alegam que o agente, na rixa qualificada, responde pela participação na rixa, 
e não pelo resultado propriamente. 
 
5. APOSTA ESTRATÉGICA 
Nossa Aposta estratégica da aula de hoje vai para as recentes alterações do artigo 121, §7º, do CP, 
que tratam das causas de aumento do feminicídio. Vejamos o dispositivo legal: 
 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: 
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou porta-
dora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou 
mental; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei 
nº 13.771, de 2018) 
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IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput 
do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) 
 
 
6. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO 
Nesta seção iremos apresentar os principais pontos do tópico organizados em forma de questioná-
rio, com o objetivo de servir como orientação de estudo, funcionando, portanto, como um checklist, 
com respostas simples, que devem ser guardadas pelo candidato. 
Lembrando que neste momento vamos apenas passar pelos pontos mais importantes da matéria 
sem, contudo, esgotar o tema. Deste modo, como sempre digo, o estudo do material didático de 
vocês é fundamental, não servindo o Passo Estratégico como um substituto dele. 
Deixaremos para trazer questões no estilo como cobrado pela banca no nosso simulado, que será 
no próximo relatório. Por ora, apenas faremos um apanhado dos pontos mais básicos do assunto. 
Para o aluno iniciante na disciplina sugiro que utilize o questionário como uma orientação para 
destacar os pontos mais importantes e que devem ser estudados de forma mais criteriosa. 
Agora, para o aluno que já estudou a matéria, sugiro que utilize o questionário como roteiro de 
revisão e, assim, eventualmente, aperfeiçoe suas próprias anotações. 
 
Analise as assertivas a seguir e responda Certo ou Errado. 
1. De acordo com o CP, em relação ao crime de homicídio, se o agente comete o crime impelido 
por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob a influência de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
2. O homicídio simples é caracterizado como crime hediondo, segundo a lei 8072/90. 
3. Todas as qualificadoras previstas no §2º do art. 121 do CP se comunicam aos coautores do ho-
micídio. 
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4. A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado, 
dentre outras circunstâncias previstas no §7º do art. 121 do CP contra pessoamenor de 15 (quinze) 
anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência. 
5. Constitui uma qualificadora do homicídio se este for cometido contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu côn-
juge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
6. É possível homicídio privilegiado-qualificado? É classificado como crime hediondo? 
7. Quais são as causas de aumento de pena previstas no CP para o homicídio culposo? 
8. No ordenamento jurídico brasileiro, a conduta suicida é considerada crime hediondo. 
9. No ordenamento jurídico brasileiro, é punível a tentativa de participação em suicídio. 
10. Aquele que auxilia a mãe, que se encontra em estado puerperal, a matar seu próprio filho não 
responde por infanticídio, pois o estado puerperal é uma elementar personalíssima, que não se 
comunica. 
11. Segundo assentado pelo STF, é possível aborto de feto anencefálico. 
12. O CP previu uma exceção à teoria monista do concurso de pessoas nos casos de aborto provo-
cado por terceiro com o consentimento da gestante. 
13. No caso de lesões corporais, nos termos do previsto no CP, se a lesão for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convi-
vido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospita-
lidade a pena é de detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
14. A rixa é classificada como crime de perigo abstrato. 
15. Se do crime de rixa resulta morte, a pena é aumentada de 1/3 a 2/3. 
16. O participante da rixa só responde pela rixa qualificada se o resultado lesão ou morte tiverem 
ocorrido antes da sua saída das agressões simultâneas. 
 
 
 
 
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1. De acordo com o CP, em relação ao crime de homicídio, se o agente comete o crime impelido 
por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob a influência de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Errada. Trata-se do chamado homicídio privilegiado, previsto no §1º do art. 121 do CP. O erro da 
assertiva está em afirmar que a redução da pena pode ocorrer se o agente estiver “sob influência” 
de violenta emoção. A redação correta, prevista no CP, afirma que, para que haja o reconhecimento 
do homicídio privilegiado, o agente precisa ter cometido o crime “sob o domínio” de violenta emo-
ção, e não apenas sob influência de violenta emoção. Vejamos. 
 
Homicídio simples 
 Art. 121. Matar alguém: 
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Caso de diminuição de pena 
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena 
de um sexto a um terço. 
 
E qual a diferença? Estar sob o domínio de violenta emoção exige uma fortíssima alteração no ânimo 
do agente, ou seja, o agente precisa estar irado, revoltado, perturbado em decorrência da provoca-
ção injusta da vítima, não se controlando e cometendo o crime. 
Obs: O CP, em seu art. 28, determina que a emoção não exclui o crime. Contudo, quando conjugada 
com outros elementos (injusta provocação da vítima, reação imediata), pode levar à redução da 
pena. 
E qual a diferença entre o privilégio previsto no §1º do art. 121 do 
CP e a atenuante genérica prevista no art. 65, III, c do CP? 
 
“Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
III - ter o agente: 
c) Cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade su-
perior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima. 
 
São duas as principais diferenças: 
1- No privilégio do art. 121, exige-se que o agente esteja sob domínio de violenta emoção. Já na 
atenuante, se exige apenas a influência de violenta emoção. 
2- No privilégio, a reação precisa ser imediata (logo em seguida à injusta provocação da vítima). Na 
atenuante, a reação não precisa ser imediata, pode ocorrer tempos depois que, ainda assim, incidirá 
a atenuante. 
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 As hipóteses de privilégio possuem caráter subjetivo, ou seja, estão 
ligadas à motivação do agente. Assim, nos termos do art. 30 do CP, não se comunicam aos demais 
coautores ou partícipes do delito. 
 
2. O homicídio simples é caracterizado como crime hediondo, segundo a lei 8072/90. 
Errada. Conforme visto nas questões comentadas, as hipóteses de crime hediondos estão previstas 
na Lei 8072/90. E, consoante o art. 1º, I da referida lei, o homicídio simples não é considerado hedi-
ondo. 
“Art.1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: 
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por 
um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII).” 
 
3. Todas as qualificadoras previstas no §2º do art. 121 do CP se comunicam aos coautores do ho-
micídio. 
Errada. As qualificadoras de índole subjetiva (I, II, V, VII), por dizerem respeito ao agente em si e não 
aos fatos (estão ligadas à motivação do agente), não se comunicam aos demais coautores do crime, 
consoante o art. 30 do CP. 
Já aquelas de índole objetiva (se referem ao meio e ao modo de execução- III, IV, VI), por serem 
atinentes ao fato em si praticado se comunicam, desde que tenham ingressado na esfera de conhe-
cimento dos agentes. 
 
4. A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado, 
dentre outras circunstâncias previstas no §7º do art. 121 do CP contra pessoa menor de 15 (quinze) 
anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência. 
Errada. Consoante redação do art.121, §7º do CP, 
 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: 
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou porta-
dora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou men-
tal; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018) 
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III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei 
nº 13.771, de 2018) 
 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do 
art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018) 
 
5. Constitui uma qualificadora do homicídio se este for cometido contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu côn-
juge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
Certa. É a previsão contida no art. 121, §2º, VII doCP: 
Homicídio qualificado 
“§ 2° Se o homicídio é cometido: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra 
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela 
Lei nº 13.142, de 2015) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.” 
Alguns doutrinadores chamam tal homicídio de “homicídio funcional”5. Tal qualificadora foi inserida 
no CP para tentar prevenir ou diminuir os crimes contra pessoas que atuam na área da segurança 
pública ou pessoas a estes ligadas pelo casamento, união estável ou pelo parentesco. 
Entendeu-se que tal conduta criminosa atenta contra às estruturas do Estado Democrático de Di-
reito, causando um maior temos às pessoas em geral, aumentando a sensação de insegurança pú-
blica. 
Tal homicídio possui natureza hedionda, consoante o art. 1º, I da lei 8072/90. 
 
6. É possível homicídio privilegiado-qualificado? É classificado como crime hediondo? 
Sim. O STF6 admite tal figura, desde que as qualificadoras sejam de natureza objetiva (já que o privi-
légio possui natureza subjetiva). 
Tal delito não possui natureza hedionda. 
 
 
 
5 Cunha, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. V. Único. 9ª Edição. P. 121, Editora 
Juspodium. 
6 HC 98265/MS, REL. MIN. CARLOS BRITTO, j.25.08.2009, Informativo 557. 
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7. Quais são as causas de aumento de pena previstas no CP para o homicídio culposo? 
As causas de aumento de pena previstas no CP para homicídio culposo estão elencadas no art. 121, 
§4º do CP, nos seguintes termos: 
“§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância 
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, 
não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo do-
loso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor 
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.” 
 
8. No ordenamento jurídico brasileiro, a conduta suicida é considerada crime hediondo. 
Errada. O suicídio não é considerado crime pelo ordenamento jurídico brasileiro, não havendo que 
se falar, desta forma, em crime hediondo. 
Tendo em vista o princípio da alteridade, o Direito Penal só pune comportamentos que ultrapassem 
a figura do seu autor. 
A figura criminosa é a participação em suicídio (induzimento, instigação ou auxílio a suicídio alheio), 
previsto no art. 122 do CP. 
 
9. No ordenamento jurídico brasileiro, é punível a tentativa de participação em suicídio. 
Errada. Não se admite a tentativa de participação em suicídio. Isso porque ou o suicida morre ou 
sofre lesões graves, estando consumado o delito de participação (art. 122 do CP), ou sobrevive ou 
sofre lesões leves, se tratando de fato atípico. 
Assim, trata-se de “crime condicionado”, uma vez que a lei só pune a participação se o suicídio se 
consuma ou se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal grave. 
 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
“Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da 
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.” 
 
10. Aquele que auxilia a mãe, que se encontra em estado puerperal, a matar seu próprio filho não 
responde por infanticídio, pois o estado puerperal é uma elementar personalíssima, que não se 
comunica. 
Errada. Essa opinião de que o estado puerperal seria elementar personalíssima (e não apenas pes-
soal) e que não se comunicaria não prevalece, mas foi sustentada por Nelson Hungria durante mui-
tos anos, até o mesmo alterar seu entendimento. 
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==1449f9==
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o art. 30 do CP, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pes-
soal, salvo quando elementares do crime. 
Assim, as elementares de caráter pessoal comunicam-se aos comparsas que não possuírem a mesma 
condição. Como o estado puerperal e a condição de mãe da criança são elementares do infanticídio 
e o CP não faz distinção entre elementar personalíssima ou não, ela se comunica a todos os coauto-
res e partícipes do delito. 
 
11. Segundo assentado pelo STF, é possível aborto de feto anencefálico. 
Errada. No julgamento da ADPF 54/DF, o Plenário do STF decidiu que não é crime a interrupção da 
gravidez de fetos anencefálicos, não havendo que se falar em aborto nos casos em que tal cirurgia 
de interrupção é realizada. 
Entendeu-se que se trata de crime impossível, uma vez que não há possibilidade de vida do feto fora 
do útero (haveria impropriedade absoluta do objeto material, nos termos do art. 17 do CP). 
“ESTADO – LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo absolutamente neutro quanto às religi-
ões. Considerações. FETO ANENCÉFALO – INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ – MULHER – LIBERDADE SEXUAL 
E REPRODUTIVA – SAÚDE – DIGNIDADE – AUTODETERMINAÇÃO – DIREITOS FUNDAMENTAIS – CRIME 
– INEXISTÊNCIA. Mostra-se inconstitucional interpretação de a interrupção da gravidez de feto anencé-
falo ser conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal. 
(ADPF 54, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 12/04/2012, ACÓRDÃO ELE-
TRÔNICO DJe-080 DIVULG 29-04-2013 PUBLIC 30-04-2013 RTJ VOL-00226-01 PP-00011).” 
 
12. O CP previu uma exceção à teoria monista do concurso de pessoas nos casos de aborto provo-
cado por terceiro com o consentimento da gestante. 
Correta. Muito embora pela Teoria Unitária os dois devessem responder pelo mesmo crime, pois 
agiram com unidade de desígnios em busca da morte do feto (art. 29 CP), o legislador excepcionou 
a teoria unitária do concurso de pessoas e criou dois crimes distintos nesses casos: a gestante que 
consente com o aborto responde pelo art. 124, parte final e o terceiro que comete o aborto com o 
consentimento da gestante é enquadrado no art. 126 do CP. 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54) 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
 Aborto provocado por terceiro 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 
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13. No caso de lesões corporais, nos termos do previsto no CP, se a lesão for praticada contra 
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convi-
vido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospita-
lidade a pena é de detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
Correta. É a previsão do §9º do art. 129 do CP: 
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
 “§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou 
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, 
de coabitação ou de hospitalidade:(Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três)meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006).” 
 
Importante frisar que tal pena se aplica nos casos de lesão leve. Se a lesão for grave, gravíssima ou 
seguida de morte, incidirá o aumento de 1/3 previsto no §10 do art. 129 do CP: 
“§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste 
artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
 II - perigo de vida; 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
 IV - aceleração de parto: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: (Gravíssima) 
 I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
 II - enfermidade incuravel; 
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 IV - deformidade permanente; 
 V - aborto: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o 
risco de produzí-lo: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
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Importante observar que tal dispositivo não se restringe às mulhe-
res vítimas de lesão leve. Ambos os sexos podem ser sujeitos passivos do §9º do art. 129 do CP, 
desde que presentes os demais requisitos. 
 
O que ocorreu é que a Lei Maria da Penha alterou o §9º do art. 129 do CP, aumentando sua pena, 
não mais se enquadrando tais lesões leves no conceito de infração de menor potencial ofensivo, 
sendo inaplicáveis os institutos da Lei 9099/95. 
 
O que há de especial em relação às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar são as dispo-
sições contidas na Lei 11.340/06, que contém regras preventivas e repressivas mais rigorosas, tra-
zendo mecanismos que visam coibir essa agressão. 
 
 
 
Súmula 542 STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica 
contra a mulher é pública incondicionada 
 
Súmula 588 STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave 
ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restri-
tiva de direitos. 
 
Súmula 589 STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais prati-
cados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. 
 
14. A rixa é classificada como crime de perigo abstrato. 
Errada. Trata-se de crime de perigo concreto, segundo a doutrina, ou seja, é necessária a efetiva 
comprovação do perigo, mediante atividade probatória regular. 
 
15. Se do crime de rixa resulta morte, a pena é aumentada de 1/3 a 2/3. 
Errada. Se resulta lesão ou morte, teremos a rixa QUALIFICADA. 
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16. O participante da rixa só responde pela rixa qualificada se o resultado lesão ou morte tiverem 
ocorrido antes da sua saída das agressões simultâneas. 
Errada. Se o agente ingressa na rixa e a deixa, e há resultado morte mesmo após sua saída, respon-
derá pela rixa qualificada. Agora, se o resultado ocorreu antes do agente ingressar na rixa, e este 
resultado não se repete após seu ingresso, este participante responderá na forma simples do crime. 
 
7. CONCLUSÃO 
Pessoal, encerramos aqui nosso relatório do “Passo Estratégico” da disciplina Direito Penal. 
Até a próxima aula. 
Bons estudos! 
Telma Vieira.
 
 
 
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