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Microbiota e Cárie Dental


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Microbiota associada à cárie dental
1
Fitzgerald & Keyes
CÁRIE DENTAL:
Doença infecciosa endógena multifatorial
ETIOLOGIA DA CÁRIE DENTAL
2
Dieta
cariogênica
Placa dental cariogênica
Hospedeiro suscetível
Cárie
As interações dieta	micro-organismo tem um papel
determinante da microbiota que coloniza a cavidade bucal desde o
nascimento
3
PLACA DENTAL CARIOGÊNICA
Supragengival
Composição	e	espessura	ou	localização suficientes para retardar a ação do tampão salivar
4
Placa associada à saúde
Equilíbrio com o hospedeiro e entre os membros da microbiota
Cárie dental
Ingestão frequente de carboidratos (sacarose)
Baixo pH na placa
Adaptado de Marsh 2006
5
Desequilíbrio! Disbiose???
Placa cariogênica
Portanto…
Cárie dental ocorre como resultado de :
Dieta cariogênica (associada à sacarose)
+
Metabolismo (açúcares) de microbiota disbiótica da placa dental
+
Hospedeiro susceptível
Portanto…
É mais importante detectar o desequilíbrio ecológico oral que leva à disbiose, do que a detecção de algumas bactérias alvo.
7
Microbiota oral na saúde e na cárie
Placa associada à saúde
Estreptococos não mutans Actinomyces
Lesão de cárie
Microbiota acidogênica fortemente associada à doença
S. mutans
S. sobrinus
Bifidobacterium Lactobacillus Scardovia wiggsiae Atopobium Prevotella Corynebacterium Propionibacterium
(Colonizadores iniciais)
Mira et al. 2017
Placa dental carigênica – fatores de virulência
 Atividade acidogênica intensa
	Matriz polissacarídica
	Mecanismos de colonização da cavidade bucal – biofilme ou retenção mecânica
	Aciduricidade ou acidofilia
8
 Atividade acidogênica intensa
	Matriz polissacarídica
	Mecanismos de colonização da cavidade bucal – biofilme ou retenção mecânica
	Aciduricidade ou acidofilia
Placa dental carigênica – fatores de virulência
9
Lamont e Jenkinson 2010
 Atividade acidogênica intensa
A microbiota deve: Produzir ácido orgânico forte (ácido lático) Grandes quantidades
Rapidamente
10
Placa dental carigênica – fatores de virulência
Propionibacterium
Lamont e Jenkinson 2010
 Atividade acidogênica intensa
Bactérias que possuem este fator de virulência:
Lactobacilos
Estreptococcus do grupo mutans (S. mutans e S. sobrinus)
Sistemas de transporte de açúcares (PEP-PTS - fosfoenolpiruvato : fosfotransferase)
Obtenção de carboidrato mesmo em baixas concentrações
> produção de ácidos
Estreptococos não-mutans produtores de pH baixo (S. anginosus, S. gordonii, S. mitis, S. oralis)
Bifidobacterium Actinomyces
11
Placa dental carigênica – fatores de virulência
12
Tanner et al. 2018
Estreptococos do grupo mutans
Espécie
Hospedeiro
S.mutanssorotiposc,e,f
Homem
S.sobrinus
Homem
S.rattus
S.ferus
S.cricetus
13
Adaptado de Takahashi e Nyvad 2011
Bactéria
pHfinal
Lactobacilos
3,6–4,0
Bifidobacterium
3,9–4,0
Estreptococosgrupomutans
4,0-4,4
Estreptococosnãomutans
4,2-5,2
Actinomyces
4,3–5,7
Acidogenicidade de bactérias associadas à cárie dental
14
 Atividade acidogênica intensa
Lesão inicial
Desmineralização causada por ácidos	na camada subsuperficial do esmalte (30 m da superfície)
Yanagisawa & Miake, 2003
15
Fatores de virulência de bactérias cariogênicas
 Atividade acidogênica intensa
	Matriz polissacarídica
	Mecanismos de colonização da cavidade bucal – biofilme ou retenção mecânica
	Aciduricidade ou acidofilia
16
-Aumenta a aderência de microrganismos
-Fonte de energia e nutrientes
-Protege microrganismos aumentando a tolerância a antimicrobianos
-Afeta a difusão de substâncias no biofilme
-Concentra íons de metais e outros nutrientes no biofilme
Influencia a virulência da placa:
	Matriz polissacarídica
17
	Matriz polissacarídica
18
Principais componentes da matriz da placa cariogênica:
-Polissacarídeos como glucanos e frutanos produzidos por S. mutans e S. sobrinus
-Glucanos solúveis e frutanos produzidos por outras espécies
-Polissacarídeo híbrido amido-glucano (mais complexo e insolúvel que os glucanos)
-eDNA: ativamente secretado ou produto da lise celular; possui propriedades tipo amilóide; liga-se a componentes poliméricos da matriz; serve como fonte de nutrientes.
Sacarose
(Sacarase)
Glicose


G-F
Glucanos
Frutose

Hidrolisado de amido

GTFs
19
Mutano Dextrano
Frutano
PEC = Polissacarídeo extracelular
GTFs = Glicosiltransferases (exoenzimas) FTF = Frutosiltransferase
S. mutans
	Matriz polissacarídica
Produção de PEC por S. mutans a partir da sacarose
Glucano solúvel
Ligações α-1,6
Glucano insolúvel
Ligações α-1,3
S. mutans
S. sobrinus
Dextrano > Mutano (Solúvel>Insolúvel) Mutano > Dextrano
(Insolúvel>Solúvel)
Características dos glucanos
Dextrano
20
Mutano
GtfB
GtfC
GtfD
Afinidade
Superfíciesbacterianas
Películaadquirida
>nodesítiosdeligaçãoàPAqueGtfBeD
Películaadquirida
epelículaadquirida
S.mutans
poucossítiosde
A.viscosus
ligaçãoàPA
L.casei
Candidaspp
convertenão
produtoresdeglucano
emprodutores
Glucanoproduzido
>Insolúvel(mutano)
(ligaçõesα-1,3)
Insolúvel =Solúvel
Solúvel(dextrano)
(ligaçõesα-1,6)
Gtfs de S. mutans
21
Podem ser convertidos em ácidos nos períodos entre refeições
(Frutanases e Dextranases)
Participam da colonização sacarose- dependente de S. mutans na placa dental
(adesão e co-adesão)
Aumentam a estabilidade mecânica da placa por manterem as bactérias unidas entre si e à superfície dental (> dificuldade de remoção mecânica)
22
PEC de S. mutans são considerados fatores de virulência para a cárie dental
Frutano
Metabolização de PEC por S. mutans
23
Dextrano
VG = via glicolítica
Glicose
Frutose
Frutanases
Dextranases
G G G G G G
F F F F F F
Energia +	Ácido
Energia + Ácido
VG
VG
Fatores de virulência de bactérias cariogênicas
24
 Atividade acidogênica intensa
	Matriz polissacarídica
	Mecanismos de colonização da cavidade bucal – biofilme ou retenção mecânica
	Aciduricidade ou acidofilia
deve estar presente na placa dental
É necessário que a bactéria produza e concentre o ácido junto à superfície dental
S.	mutans:	adesão	e	coadesão	por	mecanismos	sacarose dependentes e independentes
S.	sobrinus:	adesão	e	coadesão	somente	por	mecanismos sacarose dependentes
Microbiota cariogênica da placa dental
		Mecanismos de colonização da cavidade bucal – biofilme ou retenção mecânica
25
ou deve estar retida mecanicamente em sulcos e fissuras
Lactobacilos
 Mecanismo sacarose independente
Colonização de S. mutans
Adesina : Receptor na PA:
26
Ag I/II (Proteína P1, SpaP) Glipoproteína salivar (gp340)
Glicosiltransferases (GtfB, GtfC e GtfD)
(proteínas com atividade enzimática)
 Enzimas extracelulares
 Apresentam afinidade de ligação
superfície de S. mutans	ou outras bactérias película adquirida
glucano
 Produzem glucanos in situ
 Mecanismos sacarose dependentes
27
Glucan Binding Proteins (GbpA, GbpB, GbpC e GbpD)
(proteínas sem atividade enzimática)
 Presentes na superfície de S. mutans
	Ligam-se a glucanos presentes na superfície:
de S. mutans ou de outras bactérias (coadesão) da película adquirida
 Mecanismos sacarose dependentes
28
Adaptado de Lamont e Jenkinson 2010
Mecanismos de colonização de
S. mutans
29
Mecanismos de colonização de S. mutans
Koo et al, J. Dent. Res 2013
30
Fatores de virulência de bactérias cariogênicas
31
 Atividade acidogênica intensa
	Matriz polissacarídica
	Mecanismos de colonização da cavidade bucal – biofilme ou retenção mecânica
	Aciduricidade ou acidofilia
	Aciduricidade ou acidofilia
32
Capacidade de bactérias da placa sobreviverem e até metabolizarem melhor em pH ácido.
permanecem viáveis
são metabolicamente mais ativos em baixos pHs
Takahashi e Nyvad. J Dent Res, 2011
☺	aumento insaturados
da	proporção	de na		membrana,
ácidos	 graxos	mono- que	diminuem	a
permeabilidade dos prótons
☺ produção de proteínas específicas em resposta ao stress ácido
(chaperonas, proteases e proteínas de reparo de DNA)
S mutans e S. sobrinus
☺ extrusão de íons H+ através do sistema F1-F0 ATPase
	Aciduricidade ou acidofilia
33
 Ácido lático metabolizado por Veillonella, Eubacterium, Arachnia  ácido propiônico e ácido acético  ácido butírico ou capróico  < acidez
 Neutralização pela amônia proveniente da hidrólise:
-da uréia (S. salivarius, Actinomyces)
-da lisina e arginina (S. gordonii) por bactérias do biofilme
Ácidos formados na placa dental:
34
 Neutralização pelo tampão salivar
(pH 5,0 - 5,2)
Ca	-	PO4	da
	Neutralização 	pelo	tampão superfície dental (pH < 5,0)
 Desmineralização do Esmalte
	CAVITAÇÃO
35
36
Idade (tipo de dentição, maturação da superfície)
Higiene oral
Fatores genéticos, etnicidade
Densidade do esmalte
Quantidade de matéria orgânica (esmalte, dentina)
Nível sócio-econômico
Acesso ao flúor (composição superfície do esmalte)
Função salivar (fluxo e capacidade tampão)
37
Suscetibilidade do hospedeiro
Cinética da produção de ácidos na placa	dental Curva de Stephan
38
pH da placa dental após bochecho de glicose a 10%
Queda rápida de pH
Produção rápida e intensa de ácidos
Permanência abaixo do pH crítico
Seleção de acidúricos
Desmineralização
Recuperação do pH
Remineralização
39
Perfil de pH em microcolônias após introdução de sacarose a 1%
40
Xiao et al. PLoS Pathogens 8:e1002623, 2012
pH in situ 30 minutos após introdução de sacarose a 1%
41
Xiao et al. PLoS Pathogens 8:e1002623, 2012
42
Sacarose Amido
Sacarose	+ amido
Hidrolisados de amido podem ser incorporados durante a síntese de glucanos
GtfB e amilase – sHA		atuam em conjunto aumentando a síntese	de glucanos mais insolúveis
Dieta cariogênica
43
Fácil difusão na placa dental
Sacarose
Molécula pequena
Não carregada
Altamente solúvel
Cariogenicidade da sacarose e do amido
Elaboração de PEC
Maior produção de ácidos por S. mutans
Amido
S. mutans possui diversos sistemas de transporte envolvidos na aquisição de hidrolisados de amido (e.g. maltose e maltotriose)
44
Dinâmica populacional do biofilme após
introdução de carboidratos
 
45
Como a ingestão frequente de sacarose leva ao estabelecimento de uma microbiota disbiótica na placa dental???
Matriz extracelular rica em PEC Produção de ácidos Aciduricidade
Fatores de Virulência
Introdução de sacarose a 0,1%
Introdução de sacarose a 1%
Introdução de glicose a 1%
Xiao et al. PLoS Pathogens 8:e1002623, 2012
46
Estudos antropológicos
Dentes de crânios antigos exibem cáries cervicais e oclusais, mas são raras as cáries nas superfícies lisas do esmalte.
Estudos epidemiológicos
Populações que se desenvolvem isoladas e não utilizam a sacarose na sua alimentação, apresentam padrão de cárie semelhante aos de crânios antigos
Cárie experimental em seres humanos
Estudo de Vipeholm (Suécia)
47
Fatores relacionados aos produtos
 Tipo de carboidrato – sacarose, glicose, frutose, amido, substitutos da sacarose, etc
 Quantidade de carboidrato
 Concentração de carboidratos
 Viscosidade
 Resistência à mastigação
Fatores que determinam a cariogenicidade dos alimentos
48
 
Cariogenicidade de sacarose, frutose e xilitol
49
 Freqüência de ingestão
Uso racional da sacarose
Durante as principais refeições, com grande intervalo de tempo para que ocorra a remineralização
 Liberação oral
 
Fatores relacionados ao indivíduo
50
8:30 h – Café da manhã
11:00 h – Fruta 13:30 h – Almoço 16:30 h – Fruta 19:30 h – Jantar 23:00 h - Chá
8:30 h – Café da manhã 10:00 h - Doce
11:30 h – Café 12:30 h - Chocolate 13:30 h – Almoço 15:30 h - Doce 17:00 h – Café 19:30 h – Jantar 21:30 h – Doce 22:30 h -Biscoito 23:00 h - Chocolate
DIETA 1
DIETA 2
51
consumo de sacarose  seleção de acidúricos
 
placa cariogênica
52
Remoção de carboidratos da cavidade oral
53
 Executada durante e após a mastigação:
Fluxo salivar + atividade dos músculos mastigatórios, dos lábios e bochechas
 Tempo de remoção prolongado por:
Fatores retentivos: cáries, restaurações inadequadas, próteses, apinhamentos
Fatores salivares: secreção reduzida, alta viscosidade
Baixa atividade muscular
Recursos práticos para acelerar a remoção
54
Higienização imediata
Indução de aumento de secreção salivar no final da alimentação:
alimentos duros e/ou de sabor agradável
Microrganismos associados à cárie de dentina e à cárie radicular
2
Mira et al. 2017
1. ETIOLOGIA - Microrganismos
Lesão de cárie de dentina
Propionibacterium Atopobium Prevotella Corynebacterium
Lactobacillus
Redução da diversidade microbiana na lesão dentinária
(ambiente altamente ácido)
Elevada variabilidade da microbiota Grandes diferenças na composição bacteriana:
- em lesões de cárie de diferentes indivíduos
- em lesões de cárie do mesmo indivíduo
~200 sp
3
Cárie de superfície radicular
Significante problema de saúde pública:
melhora nos cuidados de saúde
aumento da expectativa de vida e maior longevidade da população
maior demanda de cuidados da saúde oral
aumento da longevidade dos dentes na cavidade oral
Cárie radicular ocorre no cemento ou dentina radicular exposta, e é causada por um biofilme supra-gengival
Propionibacterium acidifaciens Streptococcus mutans Olsenella profusa
Prevotella multisaccharivorax Lactobacillus crispatus
Scardovia wiggsiae Cryptobacterium curtum Lactobacillus salivarius Bifidobacterium dentium Lactobacillus panis Lactobacillus paracasei Shuttleworthia satelles Lactobacillus gasseri Parascardovia denticolens
Lachnospiraceae [G-7]
Apenas detectados em CR
Abundância
gene	16S	rRNA,
Chen	et	al.	2015	–	sequenciamento	do superfícies radiculares cariadas
A. Composição mineral
Grande quantidade de matéria orgânica na SR
Maior quantidade de carbonato e magnésio
Túbulos dentinários
pH crítico SR		6,0 a 6,8
SR exposta à saliva  camada hipermineralizada (fosfato de cálcio)
Lesão inicial de subsuperfície, passível de remineralização
2. ETIOLOGIA - Hospedeiro
58
Curva de pH da placa após bochecho com glicose
59
B. Fatores ambientais SALIVA
Redução do fluxo salivar no idoso: Causas:
Patológicas – infecção crônica das glândulas salivares, síndrome de Sjögren, diabetes, hipertensão
Iatrogênicas – radioterapia de cabeça e pescoço e uso de medicamentos que têm como efeito colateral a redução de fluxo salivar
2. ETIOLOGIA - Hospedeiro
60
Medicamentos que reduzem fluxo salivar
Cardiotônicos Antihipertensivos Antiparkinsonianos Analgésicos narcóticos Ansiolíticos Moderadores de apetite Diuréticos Antipsicóticos Antidepressivos Antihistamínicos
Descongestionantes
7
Consequências:
Capacidade de limpeza prejudicada
Tempo de permanência do alimento aumentado

Maior período de desmineralização
62
B. Fatores ambientais
FATORES MECÂNICOS
Maior acúmulo de placa no indivíduo idoso:
Maior número de restaurações e próteses
Menor eficiência de escovação
2. ETIOLOGIA - Hospedeiro
63
Sacarose e amido
Quantidade
Consistência
Frequência de ingestão (mudanças de estilo de vida)
Outros alimentos
Dieta não cariogênica para E, mas cariogênica para SR
3. ETIOLOGIA – Dieta cariogênica
64
Efeito da ingestão de batata “chips” sobre o pH da placa
65
Medida primária – prevenção de gengivites e periodontites
Medidas secundárias
Promover dieta não cariogênica para a SR
Adequada remoção de placa
Uso de agentes apropriados de Flúor dentifrícios
agentes tópicos
Medidas terciárias – estratégias de tratamento
MEDIDAS PREVENTIVAS
66

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