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Reações Adversas e Farmacovigilância Farmacovigilância: ciência e atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a medicamentos. REAÇÃO ADVERSA À MEDICAMENTO (RAM) Qualquer resposta nociva ou indesejada ao medicamento que ocorre na dose normalmente usada para profilaxia diagnóstico ou tratamento de doença ou para modificação de função fisiológica, mas não devido a um erro de medicação. Farmacotoxicidade MECANISMOS DE FARMACOTOXICIDADE Efeitos adversos no alvo. Efeitos adversos fora do alvo. Efeitos adversos mediados pelo sistema imune. Respostas idiossincrásicas. EFEITOS ADVERSOS NO ALVO E FORA DO ALVO EFEITOS ADVERSOS NO ALVO Alterações na farmacocinética da substância (ex.: em virtude de doença hepática ou renal ou de interações com outros fármacos). Alterações na farmacodinâmica da interação fármaco receptor, modificando a resposta farmacológica (mudanças na quantidade de receptores). Ligação ao receptor em tecido diferente do pretendido. o Ex.: sonolência provocada pelos anti-histamínicos de primeira geração → EFEITO COLATERAL São os inerentes à própria ação farmacológica do medicamento, porém, o aparecimento é indesejável num momento determinado de sua aplicação. EFEITOS ADVERSOS FORA DO ALVO Fármaco interage com alvos não pretendidos. Ligação a receptor não pretendido (não seletivo). o Ex.: propranolol beta bloqueador não seletivo o Diarreia por uso de alguns antimicrobianos o EFEITOS SECUNDÁRIOS São os devidos não à ação farmacológica principal do medicamento, mas como consequência do efeito buscado. EFEITOS ADVERSOS MEDIADOS PELO SISTEMA IMUNE Para sua produção, é necessária a sensibilização prévia do indivíduo e a mediação de algum mecanismo imunitário. Trata-se de reação de intensidade claramente não relacionada com a dose administrada. Ex.: hipersensibilidade do tipo I → anafilaxia, uma resposta súbita e potencialmente letal, provocada pela liberação de histamina e de outros mediadores. As principais características incluem erupções urticariformes, edema dos tecidos moles, broncoconstrição e hipotensão. Respostas imunes deletérias e imunotoxicidade o Síndrome do homem vermelho. o Exantemas cutâneos (erupções), incluindo afecções graves e potencialmente fatais, como síndrome de Stevens Johnson e necrólise epidérmica tóxica. o Os fármacos também podem comprometer a função normal do sistema imune (imunotoxicidade), resultando em efeitos secundários, como risco aumentado de infecção. RESPOSTAS IDIOSSINCRÁSICAS Mecanismo não é conhecido. Reações nocivas, às vezes fatais, que ocorrem em uma minoria dos indivíduos. Em geral considera-se que as respostas idiossincrásicas se devem ao polimorfismo genético. Ex.: anemia hemolítica por deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) → um traço herdado na forma recessiva ligada ao sexo, esse tipo de anemia pode acontecer, por exemplo, em determinados indivíduos que utilizam o antimalárico primaquina. o 5-10% dos negros do sexo masculino. RESPOSTAS ADVERSAS GRAVES INDUZIDAS POR FÁRMACOS INCLUEM: Hepatotoxicidade Nefrotoxicidade Neurotoxicidade Cardiotoxicidade Toxicidade do músculo esquelético Toxicidade Pulmonar Teratogênese CLASSIFICAÇÃO DAS RAM QUANTO A GRAVIDADE LEVE: o Pequena importância clínica. Curta duração, podem não requerer tratamento. o Ex.: cefaleia, tosse MODERADA: o Alteram a atividade habitual do paciente e podem necessitar hospitalização. Invalidez transitória. Não é necessário interromper o tratamento. o Ex.: úlceras por AINES GRAVE: o Ameaçam a vida. Implica risco de morte ou invalidez permanente ou de duração maior que um dia. Requer interrupção do medicamento e consequente administração de tratamento específico. o Ex.: choque anafilático LETAL CLASSIFICAÇÃO RAWLINS E THOMPSON Classifica as reações em dois grandes grupos: TIPO A: o Resultam de efeitos farmacológicos normais, no entanto aumentados. o Essas reações seriam o resultado de uma ação e um efeito farmacológico exagerado de um fármaco administrado em doses terapêuticas habituais. TIPO B: o Reações que possuem efeitos farmacológicos totalmente anormais e inesperados (bizarras), também em doses habituais. FATORES QUE PREDISPÕEM A RAM Grupo I → extremos de idade o Neonatos e crianças (imaturidade das enzimas hepáticas) o Idosos (polifarmácia) Grupo II → gênero Grupo III → gestantes Grupo IV → patologias o Insuficiência Renal o Insuficiência Hepática Grupo V → hipersensibilidade Grupo VI → variabilidade genética Grupo VII → polimedicação COMO RECONHECER UMA RAM? CRITÉRIOS ÚTEIS PARA MINIMIZAR A DIFICULDADE DE RECONHECER REAÇÕES ADVERSAS Certificar-se de que o paciente utilizou o medicamento prescrito e na dose recomendada. Questionar se a RAM suspeita ocorreu após a administração do medicamento. Determinar se o intervalo de tempo entre o início do tratamento com o medicamento e o início do evento é plausível. Avaliar o que ocorreu com a suspeita RAM após a descontinuidade do uso do medicamento e, se reiniciado, monitorar a ocorrência de quaisquer eventos adversos. Analisar as causas alternativas que poderiam explicar a reação. Verificar, na literatura e na experiência profissional, a existência de reações prévias descritas sobre essa reação. FATORES QUE DIFICULTAM O RECONHECIMENTO DE RAM Polifarmácia. Intervenções não medicamentosas. Ausência de teses diagnósticos específicos. Presença de patologias associadas que poderiam explicar o efeito clínico em questão. Dificuldade em definir a cronologia dos fatos. Reações transitórias e irreversíveis. Medicamento recente no mercado. ERRO DE MEDICAÇÃO Qualquer evento evitável que podem levar ou causar o uso não apropriado de medicamentos ou danos a pacientes, quando sob controle de profissionais da saúde, pacientes ou consumidores. Causas mais comuns: o Comunicação insuficiente ou inexistente o Ambiguidade nos nomes dos produtos, recomendações de uso, abreviações médicas ou formas de escrita o Procedimentos ou técnicas inadequadas ou incorretas o Uso indevido pelo paciente pela pobre compreensão do uso adequado QUEIXAS TÉCNICAS Alterações físico-químicas, adulterações, falsificações, problemas de rotulagem. AÇÕES REGULADORAS EM FARMACOVIGILÂNCIA Identificação de novas reações adversas Modificação das informações sobre o medicamento, inclusive nos textos de bula Publicação de alertas e orientações para uso racional Limitação de indicações ou de subgrupos da população Inclusão de contra indicações Ajuste das doses recomendadas Modificação do status do medicamento Retirada de lotes do mercado Cancelamento de registro Suspensão do princípio ativo
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