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farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S FARMACOVIGILÂNCIA T A T I A N A R O D R I G U E S Ciência e as atividades relativas a detecção, determinação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou qualquer outro possível problema relacionado a medicamentos. EVENTO ADVERSO Qualquer ocorrência médica desfavorável que pode ocorrer durante o tratamento com um medicamento, mas que não possui, necessariamente, relação causal com esse tratamento. O ponto básico é a coincidência no tempo. Abrange uma série de problemas relacionados ao uso dos medicamentos, como por exemplo a reação adversa e o erro de medicação. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S REAÇÃO ADVERSA Qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um medicamento, que ocorre nas doses usualmente empregadas para profilaxia, diagnóstico ou terapia de doenças. Pode-se observar a existência de uma relação causal entre o uso do medicamento e a ocorrência do prob lema e que se refere a uma resposta individual. ERRO DE MEDICAÇÃO Qualquer evento evitável que pode causar ou levar a um uso inapropriado de medicamentos ou causar dano a um paciente, enquanto a medicação está sob o controle dos profissionais de saúde, pacientes ou consumidores. O erro de medicação pode ocasionar um evento adverso ao paciente. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Notificação feita pelo profissional de saúde quando observado um afastamento dos parâmetros técnicos ou legais de qualidade exigidos para a comercialização ou aprovação no processo de registro de um produto farmacêutico. Poderá ou não causar um evento adverso. De maneira geral, as queixas técnicas se referem aos casos que não acarretaram dano à saúde do paciente, mas que poderiam acarretar. Ex: ampolas com material particulado (partículas visíveis); rótulo descolando; solução que deveria ser incolor e apresenta outra coloração; produto irregular ou clandestino; presença de corpo estranho; defeito na tampa, etc. QUEIXA TÉCNICA farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S CLASSIFICAÇÃO Superdosagem relativa: ocorre quando um fármaco é administrado em doses terapêuticas, porém apresenta concentrações superiores às normais. Ex: maior ocorrência de surdez em pacientes com insuficiência renal tratados com antibióticos aminoglicosídeos como a amicacina, e a intoxicação digitálica em pacientes com insuficiência cardíaca tratados com digoxina → em ambos os casos ocorrem alterações funcionais (função renal diminuída) que podem provocar aumento do risco de concentrações elevadas do fármaco no organismo. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Efeitos colaterais: são característicos da própria ação farmacológica do medicamento, porém, seu aparecimento é indesejável em determinado momento da sua aplicação. Ex: broncoespasmo provocado por beta- bloqueadores, sonolência pelos benzodiazepínicos e arritmias provocadas por glicosídeos. Efeitos secundários: consequência do efeito desejado do medicamento. Ex: deposição de tetraciclina (antimicrobiano de ação bacteriostática) nos dentes (descolorindo o esmalte) e ossos (provocando redução do crescimento ósseo), se utilizada na pediatria. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Idiossincrasia: sensibilidade peculiar a um determinado produto, devido a sua estrutura singular. Ex: a anemia hemolítica por deficiência de glicose-6- fosfato desidrogenase (G6PD) pode acometer indivíduos que utilizem primaquina (medicamento antimalárico), medicamento bem tolerado pela maioria dos pacientes, mas que em uma pequena parcela da população pode causar hemólise, conduzindo a grave anemia. Hipersensibilidade: produzida após a sensibilização prévia do paciente, ocorrendo mediação de algum mecanismo imunitário. Ex: anafilaxia, uma reação súbita e potencialmente fatal, causada pela liberação de histamina e de outros mediadores, que não tem relação com a dose administrada. É caracterizada principalmente por erupções urticariformes, edemas dos tecidos moles, broncoconstrição e queda na pressão arteria. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Tolerância: redução progressiva da intensidade dos efeitos farmacológicos, provocada pela administração frequente de um fármaco na mesma dose, fazendo com seja necessário aumentar progressivamente a dose na tentativa de manter a intensidade dos efeitos. Ex: tolerância produzida por barbitúricos, reduzindo sua ação anticonvulsivante. MECANISMO Maior frequência; Previsíveis; Menos graves; Ajuste da dose. Dose maior que a apropriada; Superdosagem relativa: dose convencional do medicamento, mas metabolismo ou excreção individual mais lenta que o usual → dose sérica elevada Reações tipo A (aumento): relacionadas à dose farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Menor frequência; Imprevisíveis; Mais graves; Suspender fármaco; Podem ser consequência de reações de hipersensibilidade/imunológicas, ou ainda podem constituir reações idiossincráticas; Mais difíceis de predizer e identificar foco principal da farmacoepidemiologia; Possíveis causas são alterações na formulação farmacêutica, como a decomposição dos princípios ativos. Reações tipo B (bizarras): não relacionadas à dose farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S EXPECTATIVA Esperada ou descrita ou conhecida: aquela cuja descrição consta nos documentos de registro do medicamento. Inesperada ou não descrita ou desconhecida: aquela cuja descrição NÃO consta nos documentos de registro do medicamento. Pode ser rara ou desconhecida. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S GRAVIDADE Leve: não necessita d e tratamentos específicos ou antídotos e não é necessário suspender o medicamento Moderada: requer modificação terapêutica, porém o medicamento agressor não precisa ser suspenso. Pode ser necessário prolongar o tempo de hospitalização e a utilização de tratamento específico Grave: potencialmente letal e exige interrupção da administração do medicamento e adoção de tratamento específico para a reação adversa. É motivo de hospitalização ou prolongamento do tempo de internação Letal: contribui direta ou indiretamente para a morte do paciente farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S efeito nocivo, que ocorre durante tratamento medicamentoso e pode resultar em morte ameaça à vida: risco de morte incapacidade persistente ou significante anomalia congênita hospitalização ou prolongamento de hospitalização já existente efeito clinicamente importante: necessitam de intervenção médica para evitar danos não se enquadra no conceito de reação adversa grave Grave: Não grave: farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S FREQUÊNCIA Subnotificação de suspeitas de reações adversas e incerteza em estimar o número de pacientes que fazem uso do medicamento (denominador) → empecilhos para se definir a frequência com que ocorre uma reação adversa farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S CAUSALIDADE Conexão entre o medicamento suspeito e o efeito clínico. Pode ser avaliada com a aplicação de algoritmos desenvolvidos para essa finalidade e, dependendo da consistência da hipótese, da gravidade da RAM observada, do volume de notificações e do número potencial de pessoas afetadas, são tomadas as decisões e as medidas cabíveis. farmacologia R E A Ç Õ E S A D VE R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Algoritmo de Naranjo farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S FATORES DE RISCO Gênero: As mulheres apresentam maior risco de desenvolver reações adversas possivelmente devido a um conjunto de fatores como o uso de contraceptivos, maior concentração de tecido adiposo, uso de medicamentos para a dismenorreia e complicações obstetrícias farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Extremos de idade: neonatos, crianças e idosos. Algumas alterações farmacológicas podem alterar os padrões de desenvolvimento das crianças, como por exemplo os transtornos do desenvolvimento ósseo provocado por tetraciclinas. Já os pacientes idosos podem demonstrar dificuldade de adesão ao tratamento, por diversos motivos, entre eles: esquecimento, incompreensão da terapia, dependência física, polimedicação, entre outros. Ex: menor sensibilidade de idosos ao propranolol, provavelmente devido ao menor número e afinidade dos receptores, em comparação a pacientes jovens. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Gestantes: durante a gestação é necessário monitorar o uso de medicamentos, pois nesse período a mulher passa por alterações farmacocinéticas que podem alterar o efeito terapêutico dos medicamentos. Ex: aumento do volume sanguíneo que pode aumentar o volume de distribuição de medicamentos hidrossolúveis e uso de diuréticos que ao depletar o volume plasmático, reduzem a perfusão placentária e provocam atraso no desenvolvimento do feto Hipersensibilidade: ocorre alteração na reatividade causada pela exposição a um alérgeno. Se caracteriza por não ser dependente de dose, ser recorrente, não ter relação com a atividade farmacológica e por existência de sensibilização prévia. Ex: anafilaxia, doença do soro, febre medicamentosa, reação autoimune contra determinados tecidos e reações cutâneas. farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Patologias: As principais doenças que interferem com as reações adversas são a insuficiência renal e a insuficiência hepática. Pacientes portadores de insuficiência renal apresentam complicações em relação ao uso de medicamentos devido às alterações funcionais do rim que podem provocar retenção de água e sódio, acidose, uremia, entre outros. Em pacientes com insuficiência hepática podem ocorrer sérias alterações na farmacocinética das drogas, podendo provocar diminuição do nível sérico de albumina, proteínas plasmáticas defeituosas, acúmulo de bilirrubina, entre outros. Polimedicação: pacientes hospitalizados estão muito sujeitos a interações medicamentosas, pois recebem entre 10 e 13 medicamentos durante uma internação. Estas interações muitas vezes não são corretamente identificadas e são confundidas com outras patologias → importância da orientação farmacêutica na prevenção de interações medicamentosas, preservando a saúde dos pacientes e diminuindo os custos farmacologia R E A Ç Õ E S A D V E R S A S A M E D I C A M E N T O S T A T I A N A R O D R I G U E S Variabilidade genética: são respostas anormais a medicamentos que ocorrem em determinada população e podem ser provocadas por mudanças farmacocinéticas ou farmacodinâmicas causadas por polimorfismo genético. Ex: succinilcolina (bloqueador neuromuscular) é inativada por hidrólise pela enzima colinesterase, esta enzima possui atividade geneticamente determinada, possuindo variantes com importância clínica como a colinesterase atípica, que acomete aproximadamente 1 em cada 20 00 indivíduos da população caucasiana, aumentando o efeito de bloqueio neuromuscular devido a hidrólise muito lenta da ligação droga receptor.
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