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07 Nov 19 Aula 12 Prisão e Liberdade provisoria e medidas cautelares alternativas à prisão

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Prof. Me. Joel de Freitas
Mestre em Direito da Sociedade da Informação, pelo Complexo das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Especialista em Direito Previdênciário, Ciências Criminais, pela Universidade Salesianas (UNISAL) e Direito Militar, pela Universidade Castelo Branco (UCB), Bacharel em Direito pela Universidade de Taubaté (UNITAU), Advogado, Parecerista do IBCCRIM e Professor da Faculdade de Direito em Direito do Trabalho do Proordem de Capinas-SP, Curso de Medicina da Universidade de Morón, da Argentina e em Cursos Preparatórios, em São Paulo, Palestrante e Ex-Auxiliar da Assessoria Jurídica Militar do Centro de Instrução de Aviação do Exército (CIAvEx), Ex-Membro das Comissões de Direito Militar e de Direitos e Prerrogativas dos Advogados da OAB/SP - Subseção Santo Amaro-SP. 
Telefone: 66 999-002709 (whatsapp)
Contato: Profjoeldefreitas2012@yahoo.com.br
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Disciplina:
PROCESSO PENAL II
Tópico: DA PRISÃO E DA LIBERDADE PROVISÓRIA E MEDIDAS CAUTELARES
12ª Aula – 07 Nov 2019
ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃOSUPERIOR
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTA FLORESTA 
CURSO DE DIREITO
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EMENTA: Disciplina: 60 Horas = 15 Aulas
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL II
Carga horária semanal: 4 horas		Créditos: 4 créditos
Ementa: Questões e Processos Incidentes. Teoria Geral da Prova. Provas em espécie. Sujeitos do Processo. Prisões Cautelares. Liberdade Provisória. Medidas cautelares diversas da prisão. 
Bibliografia Básica
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. São Paulo: Atlas.
RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. São Paulo: Atlas.
TÁVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: JusPodivm.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. São Paulo: Saraiva. 
Bibliografia Complementar
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal, vol. I. Niterói. Impetus.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado, São Paulo: RT.
PACHECO, Denílson Feitosa. Direito Processual Penal. Uberaba: Impetus. 
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1 Considerações iniciais
 Supremacia Estatal e o direito de punir
 a) Externo: independência.
 Soberania
 b) Interno: supremacia interna: (submissão de todos ao Estado): Relações políticas;
 
> Limitação da ordem jurídica. “Na evolução do relacionamento indivíduo-Estado houve a necessidade de normas que garantissem os direitos fundamentais do ser humano contra o forte poder estatal intervencionista”.(ANTONIO SCARANCE FERNANDES)
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Controle social Punitivo
 “Controle social é condição básica da vida social. Com ele se asseguram o cumprimento das expectativas de conduta e o interesse das normas que regem a convivência, conformando-os e estabilizando-os contrafaticamente, em caso de frustração ou descumprimento, com a respectiva sanção imposta por uma determinada forma ou procedimento. O controle social, determina, assim, os limites da liberdade humana na sociedade, constituindo-se ao mesmo tempo, um instrumento de socialização de seus membros.”
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Controle social Punitivo
 a) Controle social primário ou imediato ou direto: é o realizado pelo Estado – exercício do direito de Punir, é o chamado controle social punitivo institucionalizado
b) Controle social secundário ou mediato ou indireto: realizado por instâncias informais, como escolas, igreja, família, escolas, opinião pública, imprensa: adequam os membros da sociedade no cumprimento das regras formais.
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Sistemas Penitenciários
 a) Sistema de Filadelfia: isolamento e passeio isolado, sem trabaçho ou visitas, apenas incentivam à leitura. A característica é o isolamento durante todo o período de confinamento; há disciplina severa;
b) Sistema de Alburn: isolamento noturno, em que os prosioneiros dormem em celas separadas. O trabalho existe em cela e fora com os demais presos, com o silêncio absoluto. A criação da terminologia “sistema de Alburn” foi inspirada na construção da prisão de Alburn, em 1816. A característica é o trabalho como forma de reeducar o preso par ao retorno ao convívio social; há uma disciplina cruel, com castigos corporais, educação elementar e profissional além da proibição de contatos com o mundo exterior;
c) Sistema progressivo: é baseado em fases em que o preso deveria passar para obter a boa conduta e retornar ao convívio social: 1) isolamento inicial diurno e noturno: é a fase da reflexão sobre o comportamento delituoso; 2) trabalho em comum e com silencio durante o dia, com o isolamento noturno: é a fase do contato social; 3) livramento condicional: é a fase da soltura provisória; se não fizesse nada desabonador, após determinado período, conquistava a liberdade definitiva. A característica do sistema progressivo é fazer com que o preso passe por fases que visem estimular a boa conduta e a readaptação ao convívio na sociedade.
Sistema progressivo inglês: pena=dano causado/ Sistema progressivo Irlandês: fase intermediária entre trabalho e liberdade, sem uniformes, ar livre, prisões agrícolas; /Montesinos (Espanha): Poder disciplinar na prisão deve seguir a legalidade.
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DA PRISÃO 
1.1 Conceito
	Prisão consiste na privação da liberdade de locomoção, mediante clausura, decretada por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, ou decorrente de flagrante delito. Conforme o art. 5.º, inc. LXI, da Constituição Federal, ninguém será preso senão em flagrante delito, ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
	A prisão será efetuada sem o respectivo mandado somente nos casos de prisão em flagrante, transgressão militar, durante estado de sítio e no caso de recaptura do evadido.
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DA PRISÃO 
	O Código Eleitoral prevê que, 5 dias antes e 48h depois do dia da eleição, não podem ser cumpridos mandados judiciais de prisão processual. Tal disposição visa assegurar o exercício do direito político. Podem, entretanto, ser efetuadas as prisões em flagrante e as decorrentes de sentença penal condenatória com trânsito em julgado.
Lei 4.737, de 16 de julho de 1975. (Código Eleitoral)
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
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DA PRISÃO 
	§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
	§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.
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DA PRISÃO 
1.2 Espécies
	As espécies de prisão são:
Prisão Penal ou Prisão com Pena. É a prisão decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado, irrecorrível.
> Prisão Processual, Provisória ou Cautelar. É a prisão decretada no curso do processo. Como tem natureza cautelar, precisam estar presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora para ser decretada. 
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DA PRISÃO 
São espécies de prisão processual: 
prisão em flagrante;
prisão preventiva;
prisão temporária;
prisão para apelar;
prisão por sentença de pronúncia.
Prisão Civil. A Constituição Federal não permite a prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia
e a do depositário infiel (Súmula 25, STF), conforme art. 5.º, inc. LXVII, da Constituição Federal.
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DA PRISÃO 
Prisão disciplinar. É a prisão para as transgressões militares e os crimes propriamente militares.
Prisão administrativa. Com a Constituição Federal de 1988, a autoridade administrativa não pode mais aplicar a pena de prisão, sendo necessária a decretação pelo Poder Judiciário, respeitando-se o devido processo legal.
Art. 319.  A prisão administrativa terá cabimento:
I - contra remissos ou omissos em entrar para os cofres públicos com os dinheiros a seu cargo, a fim de compeli-los a que o façam;
II - contra estrangeiro desertor de navio de guerra ou mercante, surto em porto nacional;
III - nos demais casos previstos em lei.
§ 1o  A prisão administrativa será requisitada à autoridade policial nos casos dos ns. I e III, pela autoridade que a tiver decretado e, no caso do no II, pelo cônsul do país a que pertença o navio.
§ 2o  A prisão dos desertores não poderá durar mais de três meses e será comunicada aos cônsules.
§ 3o  Os que forem presos à requisição de autoridade administrativa ficarão à sua disposição.
 (texto original MODIFICADO pela Lei nº 12.403, de 2011).
	
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DA PRISÃO 
1 .3 Mandado de Prisão
	O Código de Processo Penal, nos arts. 285 e ss., trata do mandado (ordem) de prisão. Conforme dispõe esse diploma, a autoridade judicial que ordenar a prisão expedirá o respectivo mandado, que será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade competente. Além de designar pelo nome ou sinais característicos a pessoa a ser presa, o mandado mencionará a infração penal que motivou a prisão, declarará o valor da fiança, se afiançável o delito, e será dirigido a quem tenha qualidade para executá-lo. O mandado será apresentado em duplicata, e o preso passará recibo em uma das vias. 
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DA PRISÃO 
1 .3 Mandado de Prisão
	
	A execução do mandado será realizada em qualquer dia e horário, guardadas as disposições sobre inviolabilidade de domicílio. Na prisão em flagrante, não há inviolabilidade de domicílio. 
Exemplo: guardar entorpecentes em casa é um crime permanente, sua consumação se prolonga no tempo. A prisão em flagrante pode ocorrer a qualquer momento.
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DA PRISÃO 
1.4 Prisão em Domicílio e em Perseguição
	A prisão decorrente de mandado deve respeitar a inviolabilidade do domicílio, prevista no art. 5.º, inc. XI, da Constituição Federal. O mandado de prisão só poderá ser cumprido durante o dia, compreendido o interregno das 6 às 18h. Alguns entendem que o direito ao cumprimento do mandado de prisão se inicia com a aurora e se encerra com o crepúsculo. Nesse período, a prisão pode ser efetuada ainda que sem o consentimento do morador, podendo o executor arrombar as portas se preciso, conforme art. 293 do Código de Processo Penal. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa cometerá o crime de favorecimento pessoal, art. 348 do Código Penal. Estão excluídos o cônjuge, ascendente, descendente e irmão (cadi) do réu.
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DA PRISÃO 
	Durante a noite, o mandado de prisão só será cumprido se houver concordância do morador. A recusa, nesse caso, não configura crime, é um exercício regular do direito. Se não houver concordância do morador, como cautela, as saídas devem ser vigiadas, tornando a casa incomunicável. Ao amanhecer será efetuada a prisão.
	No caso de perseguição, passando o réu para outra Comarca, o executor da prisão poderá prendê-lo onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade policial local, que lavrará o auto de prisão em flagrante, se for o caso, e providenciará sua remoção para apresentação ao juiz que determinou a prisão.
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DA PRISÃO 
1.5 Prisão Especial
	Algumas pessoas, em razão de sua função, cumprirão a prisão processual em celas especiais ou quartéis – tal prisão só vigora até a sentença condenatória definitiva. É assegurado: alojamento condigno, alimentação, recreio, uso de vestuário próprio, assistência do advogado, assistência religiosa, assistência médica particular, visita de parentes e amigos em horário previamente fixado, visita de parentes próximos durante o expediente, sem horário determinado, recepção e transmissão de correspondência livremente, salvo casos especiais, e transporte diferenciado. O art. 295 do Código de Processo Penal relaciona aqueles que têm direito à prisão especial. Além desses, há outros previstos em leis especiais também.
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DA PRISÃO 
	Se não houver estabelecimento adequado, poderá ser concedido o regime de prisão provisória domiciliar, na própria residência, de onde o preso não poderá se afastar sem prévio consentimento judicial.
	Conforme art. 86, § 3.º, da Constituição Federal, o Presidente da República não estará sujeito à prisão enquanto não sobrevier sentença condenatória. (transitada em julgado).
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DA PRISÃO 
1.6 Prisão em Flagrante
	A palavra “flagrante’ vem do latim, significando ‘queimar’. Flagrante delito é o crime que ‘ainda queima’, isto é, que está sendo cometido ou acabou de sê-lo. A prisão em flagrante é uma medida restritiva da liberdade de natureza processual e cautelar. Consiste na prisão – independente de ordem escrita e fundamentada de juiz competente – de quem é surpreendido enquanto comete ou acaba de cometer a infração penal. Aplica-se também à contravenção.
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DA PRISÃO 
1.6.1 Espécies de flagrante
Flagrante próprio: é o flagrante propriamente dito, real ou verdadeiro. O agente é preso enquanto está cometendo a infração penal ou assim que acaba de cometê-la– art. 302, incs. I e II, do Código de Processo Penal.
Flagrante impróprio: é o flagrante irreal ou “quase-flagrante”. O agente é perseguido logo após cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração– art. 302, inc. III, do Código Penal.
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DA PRISÃO 
Flagrante presumido: é o flagrante ficto ou assimilado. O agente do delito é encontrado, logo depois, com papéis, instrumentos, armas ou objetos que fazem presumir ser ele o autor do delito– art. 302, inc. IV, do Código de Processo Penal.
Flagrante compulsório: as autoridades policiais e seus agentes têm o dever de efetuar a prisão em flagrante, não possuindo qualquer discricionariedade.
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DA PRISÃO 
Flagrante facultativo: é a faculdade que qualquer um do povo tem de efetuar ou não a prisão em flagrante, conforme os critérios de conveniência e oportunidade.
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DA PRISÃO 
Flagrante preparado ou provocado: é o delito de ensaio, delito de experiência, delito putativo por obra do agente provocador. Ocorre quando alguém, de forma insidiosa, provoca o agente à prática de um crime e, ao mesmo tempo, toma providências para que ele não se consume. No flagrante preparado, o policial ou terceiro induz o agente a praticar o delito e o prende logo em seguida, em flagrante. O Supremo Tribunal Federal considera atípica a conduta, conforme a Súmula n. 145.
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DA PRISÃO 
Flagrante esperado: essa hipótese é válida. O policial ou terceiro esperam a prática do delito para prender o agente em flagrante. Não há qualquer induzimento.
Flagrante prorrogado: é o flagrante previsto no art. 2.º, inc. II, da Lei n. 9.034/95, que trata das organizações criminosas. O policial tem a discricionariedade para deixar de efetuar a prisão em flagrante no momento da prática delituosa, tendo em vista um momento mais importante para a investigação criminal e para a colheita de provas. Só é possível nesses crimes.
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DA PRISÃO 
Flagrante forjado: é o flagrante maquinado, fabricado ou urdido. Policiais ou terceiros criam provas de um crime inexistente para prender em flagrante. 
Exemplo: o policial, ao revistar o carro, afirma ter encontrado drogas, quando na verdade foi ele quem colocou a droga dentro do carro, visando a incriminação. Apesar da dificuldade de sua prova, quando ela se dá é considerado crime inexistente, e o policial responde por abuso de autoridade.
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DA PRISÃO 
Atenção:
O flagrante em crime
permanente pode ocorrer enquanto não cessar a permanência do delito. 
No tocante ao flagrante em crime habitual, surgiram duas correntes:
- A primeira entende que o crime habitual exige a reiteração de condutas, logo, não cabe a prisão em flagrante.
 - A segunda afirma que, se já existe prova da habitualidade, pode ocorrer a prisão em flagrante.
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DA PRISÃO 
Atenção:
	A ação penal privada não impede a prisão em flagrante, desde que o ofendido autorize a lavratura do auto e o ratifique no prazo da entrega da nota de culpa, ou seja, em 24h.
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DA PRISÃO 
Atenção:
	Não podem ser presos em flagrante:
Menor de 18 anos (menor é apreendido).
Diplomatas estrangeiros.
Presidente da República.
Agente que socorre a vítima de trânsito – art. 301 da Lei n. 9.503/97.
Aquele que se apresenta espontaneamente à autoridade após o cometimento do delito. Nada impede, entretanto, que lhe seja decretada a prisão preventiva, se necessário.
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DA PRISÃO 
Atenção:
Aquele que se apresenta espontaneamente à autoridade após o cometimento do delito. Nada impede, entretanto, que lhe seja decretada a prisão preventiva, se necessário. (Observadas condições, primariedade, residência fixa, boa conduta, etc)
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DA PRISÃO 
Atenção:
	Podem ser presos em flagrante apenas nos crimes inafiançáveis:
membros do Congresso Nacional;
deputados estaduais;
magistrados;
 membros do Ministério Público;
advogados no exercício da profissão.
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DA PRISÃO 
Atenção:
	A autoridade policial competente, para lavrar o auto de prisão, será aquela do local onde se efetivou a prisão. Se for local diferente de onde ocorreu o delito, os autos devem ser posteriormente para lá remetidos a fim de instauração do inquérito policial e propositura da ação penal. Se se desrespeitar essa regra, o auto será válido, haverá mera irregularidade. 
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DA PRISÃO 
Atenção:
No caso de infração militar, o auto de prisão em flagrante é lavrado pela autoridade oficial militar. Nos crimes cometidos no interior da Câmara ou do Senado, a Mesa da Câmara ou outra autoridade competente, designada no regimento interno, lavrará o auto.
Se o fato foi praticado contra autoridade ou em sua presença, ela própria, desde que investida de suas funções, poderá lavrar o auto.
Como o prazo para a entrega da nota de culpa ao preso é de 24 horas, por dedução lógica, o prazo para lavratura do auto também é de 24 horas.
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DA PRISÃO 
1.6.2 Etapas da prisão em flagrante (Art. 304-310, CPP).
Comunicação ao preso de seus direitos, dentre eles os de permanecer em silêncio no interrogatório. Deve-se também comunicar sua família ou seu advogado sobre a prisão. O direito do preso é o de comunicar e não o de ser assistido.
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DA PRISÃO 
Iniciam-se as oitivas do condutor do preso e depois, no mínimo, de duas testemunhas. Na falta de uma testemunha, o próprio condutor poderá ser a testemunha. Não havendo testemunhas, devem ser ouvidas duas testemunhas que presenciaram a apresentação do preso à autoridade policial – são as testemunhas instrumentárias. Se for possível, ouve-se também a vítima.
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DA PRISÃO 
Interrogatório do preso. Segue os mesmos requisitos do interrogatório judicial. 
Em até 24 horas (após a realização da prisão), deve ser entregue ao preso a nota de culpa, que é o instrumento que informa ao preso os motivos da prisão. Deve ser assinado pelas testemunhas. A falta da nota de culpa também acarreta o relaxamento da prisão.
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DA PRISÃO 
Encerrada a lavratura do auto, a prisão é comunicada ao juiz, que dará vistas ao Ministério Público. Com essa comunicação, a autoridade policial se desincumbe da sua obrigação.
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DA PRISÃO 
1.7 Prisão Preventiva
A prisão preventiva é uma prisão processual de natureza cautelar. Pode ser decretada desde o inquérito policial até antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Como é exceção, só pode ser decretada quando demonstrado o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
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DA PRISÃO 
Será decretada a requerimento do Ministério Público, por representação da autoridade policial, ou de ofício pela autoridade judicial, tanto em ação penal pública como em ação penal privada.
Se o Ministério Público, ao invés de oferecer a denúncia, devolver os autos para diligências complementares, não poderá ser decretada a preventiva, pois não estão caracterizados os indícios da autoria – falta o fumus boni iuris.
A apresentação espontânea do acusado não impede a decretação da preventiva.
A decisão que denega o pedido de prisão preventiva comporta recurso em sentido estrito, conforme art. 581, inc. V, do Código de Processo Penal. A decisão que concede pedido de prisão preventiva comporta o pedido de habeas corpus.
A prisão preventiva não pode ser decretada nas infrações penais em que o réu se livra solto.
Pressupostos para decretação da prisão preventiva:
Fumus boni iuris: Prova da materialidade e indícios de autoria.
Periculum in mora: 
Garantia da Ordem Pública (GOP): Visa impedir que o agente, solto, continue a delinqüir ou acautelar o meio social. Maus antecedentes e reincidência evidenciam provável prática de novos delitos. Também cabível quando o crime se reveste de grande violência e crueldade.
Conveniência da Instrução Criminal (CIC): Visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas.
Garantia da Aplicação da Lei Penal (GALP): Há iminente risco de o acusado fugir, inviabilizando a aplicação da lei penal. Cabível principalmente nos casos do agente não ter residência fixa ou ocupação lícita.
Garantia da Ordem Econômica (GOE): Foi introduzida pela lei antitruste (Lei n. 8.884/94), visando coibir graves crimes contra a ordem econômica, ordem tributária e o sistema financeiro. 
Só se admite a decretação da preventiva nos crimes dolosos:
punidos com reclusão;
punidos com detenção, se o acusado for vadio ou de identidade duvidosa;
se o réu foi condenado por outro crime doloso em sentença transitada em julgado.
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DA PRISÃO 
A apresentação espontânea do acusado não impede a decretação da preventiva.
A decisão que denega o pedido de prisão preventiva comporta recurso em sentido estrito, conforme art. 581, inc. V, do Código de Processo Penal. A decisão que concede pedido de prisão preventiva comporta o pedido de habeas corpus.
A prisão preventiva não pode ser decretada nas infrações penais em que o réu se livra solto. 
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DA PRISÃO 
	Pressupostos para decretação da prisão preventiva:
Fumus boni iuris: Prova da materialidade e indícios de autoria.
Periculum in mora:  É o risco de decisão tardia, perigo em razão da demora, nos casos de:
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DA PRISÃO 
Garantia da Ordem Pública (GOP): Visa impedir que o agente, solto, continue a delinqüir ou acautelar o meio social. Maus antecedentes e reincidência evidenciam provável prática de novos delitos. Também cabível quando o crime se reveste de grande violência e crueldade.
Conveniência da Instrução Criminal (CIC): Visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas.
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DA PRISÃO 
Garantia da Aplicação da Lei Penal (GALP): Há iminente risco de o acusado fugir, inviabilizando a aplicação da lei penal. Cabível principalmente nos casos do agente não ter residência fixa ou ocupação lícita.
Garantia da Ordem Econômica (GOE): Foi introduzida pela lei antitruste (Lei n. 8.884/94), visando coibir graves crimes contra a ordem econômica, ordem tributária e o sistema financeiro. 
 
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DA PRISÃO 
	Só se admite a decretação da preventiva nos crimes dolosos:
punidos com reclusão;
punidos com detenção, se o acusado for vadio ou de identidade duvidosa;
se o réu foi condenado por outro crime doloso em sentença transitada em julgado*.
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DA PRISÃO 
1.8 Prisão Temporária
	A prisão temporária não está prevista no Código de Processo Penal, mas na Lei n. 7.960/89. Suas principais características são:
Somente é decretada durante o inquérito policial;
Nunca
pode ser decretada de ofício, somente por requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial;
Tem prazo determinado ( Art. 2º). 
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DA PRISÃO 
	Esgotado o prazo, o acusado deve ser solto. Em regra, o prazo é de 5 dias, prorrogáveis por mais 5 em caso de extrema e comprovada necessidade. Nos crimes hediondos e assemelhados (Lei n. 8.072/90 - § 4º, do art. 1º ), o prazo é de 30 dias prorrogáveis por igual período. Apesar de ter prazo predeterminado, pode ser revogada antes disso.
	É uma prisão de natureza cautelar, só tem razão de ser quando necessária. Após esgotado o prazo, o acusado pode continuar preso, se houver a conversão da prisão temporária em prisão preventiva. 
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DA PRISÃO 
	O art. 1.º da Lei n. 7.960/89 determina os requisitos necessários para a decretação da prisão temporária. 
São eles:
quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos suficientes para sua identificação;
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DA PRISÃO 
	Quando houver fundadas razões – provas de o agente ser autor ou ter participado dos seguintes crimes:
atentado violento ao pudor;
crimes contra o sistema financeiro nacional;
extorsão;
extorsão mediante sequestro;
estupro;
epidemia com resultado morte;
envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificados por morte;
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DA PRISÃO 
Genocídio (extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso. Ex:. de judeus na Segunda Guerra Mundial"
homicídio doloso;
quadrilha ou bando;
roubo;
rapto violento;
sequestro ou cárcere privado;
tráfico de drogas.
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DA PRISÃO 
	O rol do art. 1.º, inc. III, da Lei n. 7.960/89 é taxativo, mas não se esgota ali; a Lei n. 8.072/90 o complementa.
	Os requisitos do art. 1.º, incs. I a III, são alternativos ou cumulativos?
	Posições:
Uma primeira corrente, sustentada pelos Profs. TOURINHO e MIRABETE, afirma que os requisitos são alternativos.
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DA PRISÃO 
	Uma segunda, sustentada pelo Prof. SCARANCE, estabelece que os requisitos são cumulativos e que todos devem estar presentes para que seja decretada a temporária. Inviabiliza, na prática, a aplicação da lei.
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DA PRISÃO 
Uma terceira corrente, sustentada pelo Prof. VICENTE GRECO FILHO, entende que os requisitos são alternativos, porém, o juiz só poderá decretar a prisão temporária se presentes os fundamentos da preventiva (GOP, GOE, GALP, CIC).
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DA PRISÃO 
Uma quarta, sustentada pelos Profs. DAMÁSIO DE JESUS e MAGALHÃES GOMES FILHO, sustenta que, como em toda prisão cautelar, devem estar presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora. Na temporária, o periculum in mora é o requisito do art. 1.º, incs. I ou II, da Lei n. 7.960/89; e o fumus boni iuris é o requisito do art. 1.º, inc. III, da Lei 7.960/89. O juiz, portanto, no caso concreto, vai decretar a temporária se estiverem presentes: 
 - o inc. III combinado com o inc. I;
 - o inc. III combinado com o inc. II. 
	É a posição dominante e acolhida pela jurisprudência.
 
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