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1 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT ENGENHARIA DE ALIMENTOS MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS Profa. Dra. Ana Flávia Santos Coelho Profa. Dra. Juliana Fonseca Moreira da Silva 2 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT SUMÁRIO Normas para trabalho em laboratório de microbiologia ----------------------------------------03 Considerações gerais ----------------------------------------------------------------------------------04 Relatórios--------------------------------------------------------------------------------------------------05 Aula prática nº01- Coleta, transporte e estocagem de amostras para análise microbiológica---------------------------------------------------------------------------------------------06 Aula prática nº02 - Recepção e preparo de amostras para análise microbiológica-------- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------09 Aula prática nº03 – Controle da população microbiana I --------------------------------------13 Aula prática nº04 – Controle da população microbiana II -------------------------------------16 Aula prática nº05 – Controle da população microbiana III ------------------------------------18 Aula prática nº06 - Contagem total de microrganismos aeróbios mesófilos e psicrotrófilos em placas --------------------------------------------------------------------------------20 Aula prática nº07 - Contagem total de bolores e leveduras em placas --------------------23 Aula prática nº08 - Análise microbiológica de água potável ----------------------------------26 Aula prática nº09 - Análise microbiológica de frutas e hortaliças ---------------------------29 Aula prática nº10 - Análise microbiológica de produtos cárneos ----------------------------33 Aula prática nº11 - Análise microbiológica de produtos lácteos -----------------------------37 Anexo 1 ----------------------------------------------------------------------------------------------------39 Anexo 2 ----------------------------------------------------------------------------------------------------41 Anexo 3 ----------------------------------------------------------------------------------------------------42 Anexo 4 ----------------------------------------------------------------------------------------------------43 Anexo 5 ----------------------------------------------------------------------------------------------------45 Anexo 6 ----------------------------------------------------------------------------------------------------49 Referências Bibliográficas -----------------------------------------------------------------------------50 3 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT NORMAS PARA TRABALHO EM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 1. Os alunos deverão adquirir, para uso individual, o seguinte material: a) Fósforo ou isqueiro. b) Caneta de retro projetor. c) Lápis preto Nº 2 e de cor. 2. O uso do avental é obrigatório. 3. Os alunos deverão respeitar os horários das aulas e estarem sempre munidos do material. 4. O laboratório deve ser um recinto calmo. Os alunos devem ocupar sempre o mesmo lugar, evitando falar em voz alta e sair, desnecessariamente de seus lugares. 5. Deve ser evitado o acúmulo de objetos sobre a bancada. 6. Em caso de acidente ou dano em equipamento, o professor deve ser comunicado imediatamente. 7. As alças, pinças, pipetas, tubos e demais materiais devem ser acondicionados em local apropriado. 8. Todo o material contaminado deve ser descartado em recipiente apropriado. 9. O aluno deve seguir com rigor todas as normas de segurança, principalmente no manuseio de material contaminado e bico de gás. 10. Ao acender o bico de gás, aproximar primeiro a chamo do bico e em seguida abrir o registro de gás, a chama deverá ficar acesa somente o tempo necessário para realização dos trabalhos. 11. Alunos com cabelo comprido devem prendê-lo. 12. Os alunos devem utilizar sapatos adequados, fechados. 13. As alças, agulhas e espátulas de repicagem devem ser flambadas antes e após sua introdução nos tubos de cultura. Estes deverão ter as suas bocas flambadas após a retirada da rolha e também antes de recolocá-la. 14. Ler o roteiro de aulas práticas antes de iniciar os trabalhos. 15. Os meios de cultura utilizados devem ser devidamente identificados e acondicionados em local apropriado. 16. Antes de qualquer observação microscópica, devem ser verificadas as condições gerais do microscópio. Para a objetiva de imersão (100x), sempre utilizar o óleo de imersão. 17. Após o uso do microscópio com objetiva de imersão, limpar a lente com lenço de papel. 18. Ao término da aula prática, guardar todo o material utilizado deixando a bancada pronta para ser utilizada pela próxima turma. 19. Lavar sempre as mãos com água e sabão antes de deixar o laboratório. 20. Manter portas e janela fechadas. 4 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT CONSIDERAÇÕES GERAIS 1.1 CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA Utilizar as barreiras de proteção necessárias a cada procedimento. Toda amostra deve ser tratada como potencialmente patogênica. Usar frascos e meios de transporte apropriados. Não manusear a amostra em trânsito. 1.2 USO DO MICROSCÓPIO FOCALIZAÇÃO COM OBJETIVAS DE AUMENTO 10 E 45 X. 1- Retirar a cobertura do microscópio; 2- Ligar a lâmpada; 3- Centrar o microscópio observando a posição da objetiva, do condensador e do diagrama, para se obter um campo bem iluminado; 4- Colocar a lâmina preparada na platina do microscópio e com a objetiva de 10 X em posição de foco, abaixar o canhão do microscópio por meio do parafuso macrométrico até o aparecimento da imagem. Com o parafuso micrométrico, ajustar a sua nitidez; 5- Sem mover o canhão e a platina do microscópio, mudar a objetiva para o aumento de 45X. Caso haja necessidade, ajustar a iluminação e foco (micrométrico). FOCALIZAÇÃO COM OBJETIVA DE IMERSÃO 1- Retirar a cobertura do microscópio; 2- Ligar a lâmpada; 3- Suspender o condensador ao máximo. Abrir todo o diagrama. Verificar se o campo do microscópio está bem iluminado; 4- Colocar a lâmina, com uma gota de óleo para imersão sobre o objeto a ser observado; 5- Baixar o canhão do microscópio de modo a mergulhar a objetiva de imersão no óleo. Suspender o canhão do microscópio por meio do parafuso micrométrico até o aparecimento da imagem e focalização do objeto. 5 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT RELATÓRIOS Os relatórios são documentos preparados com o objetivo de estabelecer um balanço dos resultados alcançados por um programa de trabalho. Desta forma, o relatório deverá conter e abranger o conjunto de práticas executadas sobre um mesmo assunto e deverá ser composto dos resultados obtidos na prática, no Inal de cada prática existe um questionário que deverá ser entregue via moodle e individual. O cabeçalho do relatório deverá conter : 1- Titulo da prática 2- Nome do aluno 3- RESULTADOS: Os resultados de acordo com o questionário e acompanhados, se necessário de desenhos e tabelas. 4- .CONCLUSÃO: Interpretação dos resultados restrita aos dados obtidos ou seja, os resultados foram os esperados? OPCIONAL Sugestões: Os alunos podem e devem apresentar sugestões paraa melhoria das aulas práticas, bem como para a resolução de dúvidas surgidas no decorrer dos trabalhos. 6 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 01 COLETA, TRANSPORTE E ESTOCAGEM DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA Objetivo: Fornecer ao aluno noções básicas sobre os procedimentos de coleta, transporte e estocagem de amostras para análise microbiológica. Plano de amostragem: A coleta de amostras para a avaliação de lotes de alimentos processados, deve obedecer a planos de amostragem que permitam tomar decisões a respeito do destino dos lotes. Para a seleção de planos de amostragem adequados a cada tipo de produto, consultar International Commision on Microbiological Specifications for Foods (1978), cujas recomendações foram adotadas como oficiais pela Resolução RDC n° 12, de 02/01/01 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (Anexo 1). 1. Definções Lote: quantidade de alimento de mesma composição e características físicas, químicas e sensoriais, produzidos sob mesma condição, com produção dentro de um intervalo de tempo em uma linha de produção. Amostra de lote: Determinado número de entidades individuais escolhidas ao acaso. Unidade de amostra: são as entidades individuais. Unidade analítica: é a quantidade de alimento efetivamente utilizada na análise de uma unidade de amostra. A unidade de amostra tem uma quantidade variável de produto devendo sempre tomar o cuidado de tomar quantidades suficientes para estocagem de contra- amostras e prevenção de perdas por acidentes. Uma amostra de lote é composta de “n” unidades de amostra e cada unidade de amostra é sempre analisada individualmente. Os resultados da análise de uma única amostra não podem ser tomados como representativos do lote. 2. Coleta de amostras para análise 2.1 Alimentos acondicionados em embalagens individuais • Coletar e encaminhar o alimento ao laboratório para análise em sua embalagem comercial original, fechada e intacta; • A embalagem unitária deverá conter quantidade de alimento maior que duas vezes o peso ou volume da unidade analítica, no mínimo. Se não, recomenda-se coletar várias embalagens unitárias, como parte de uma mesma unidade de amostra. No momento da análise, juntar o conteúdo das diversas embalagens em um único frasco estéril, misturando bem e retirar a unidade analítica da mistura. Se o produto não permitir mistura, tomar de cada uma das embalagens unitárias, porções de peso aproximadamente igual, para compor a unidade analítica daquela unidade de amostra. 7 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT 2.2 Alimentos acondicionados em embalagens não individuais • Exemplo: alimentos contidos em tanques ou grandes embalagens, impossíveis de serem transportadas para o laboratório. • Transferir porções representativas da massa total para frascos de coleta ou sacos estéreis (material aprovado para contato com alimentos, autoclavável, tampa a prova de vazamento, tamanho adequado – quantidade recomendável • 200g de alimentos sólidos ou 300-500mL de produtos líquidos), sob condições assépticas; • Utilizar no máximo ¾ da capacidade do frasco de coleta na tomada da unidade analítica para facilitar posterior mistura da amostra na tomada da unidade analítica; • Frascos e utensílios utilizados na coleta devem ser previamente esterilizados; Procedimento para coleta: promover uma mistura de toda a massa de alimento antes de iniciar a coleta das unidades de amostra. Se não for possível a mistura, compor a unidade de amostra com porções de diferentes partes do conteúdo. Obs.: Para amostras em pó utilizar amostradores. Usar um amostrador estéril diferente para cada unidade de amostra coletada ou desinfetar o instrumento entre uma amostragem e outra. Para compor uma unidade de amostra com porções de diferentes pontos em amostras sólidas, usar facas e pinças para cortar pedaços menores do alimento. 2.3 Alimentos envolvidos em surtos de toxinfecções alimentares • Coletar a amostra o mais cedo possível; • Não coletar amostras que tenham sofrido abuso de temperatura ou que já se encontrem em estado de parcial deterioração; • Se não houver sobras do alimento suspeito: • Coletar vasilhames onde o mesmo encontrava-se acondicionado; o Coletar amostras do lote de ingredientes e matéria-prima utilizados em seu preparo; o Coletar amostras de refeições similares, preparadas posteriormente sob as mesmas condições. 2.4 Água As amostras de água clorada devem ter o cloro residual neutralizado imediatamente após a coleta, para a continuação do seu efeito bactericida sobre a microbiota presente. • Procedimento de neutralização: Adicionar 0,1mL de uma solução 10% de tiossulfato de sódio aos frascos de coleta, antes da esterilização, para cada 100mL de amostra que se pretende coletar. • Para amostras de torneiras e tubulações limpar a área externa com etanol 70%, flambar se o material for resistente ao fogo e deixar a água fluir por 2 a 3 minutos antes da coleta; • Caso aconteça da amostra ser coletada e enviada ao laboratório pelo próprio interessado, sem prévia neutralização do cloro, adicionar a solução de tiossulfato de sódio estéril, imediatamente após a chegada da amostra, sob condições assépticas. 8 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT 3. Informações que devem acompanhar a amostra • Tipo de amostra e processo utilizado na fabricação; • Fabricante, data de fabricação, código do lote; • Solicitante da análise; • Data e local de coleta da amostra; • Razão da análise. 4. Transporte e estocagem das amostras para análise • Regra geral: transportar e estocar amostras de alimentos da mesma forma como o produto é normalmente transportado e estocado na sua comercialização: Tipos de alimentos Transporte e estocagem Estéreis em embalagens herméticas Temperatura ambiente e protegidos de temperaturas acima de 45ºC. Obs: Latas estufadas deverão ser transportadas e mantidas sob refrigeração. Desidratados, secos ou concentrados Temperatura ambiente e protegidos contra a umidade. Perecíveis comercializados na forma Refrigerada Refrigerados até o momento da análise. O tempo de estocagem máxima da amostra não deverá ultrapassar 36 horas. Perecíveis comercializados na forma Congelada Congelados até o momento da análise. A temperatura de estocagem não deve ser superior a –10ºC. • O transporte de amostras perecíveis resfriadas ou congeladas pode ser feito em caixa de isopor com gelo (mantido dentro de sacos plásticos, para evitar o acúmulo de líquido nas caixas, durante 24-30 horas se bem fechadas e com gelo suficiente, envolvendo toda amostra); • No transporte prolongado usar gelo seco. 9 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 02 RECEPÇÃO E PREPARO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA Objetivo: Fornecer ao aluno noções básicas sobre a importância dos procedimentos de recepção e preparo de amostras para análise microbiológica de maneira a obter resultados laboratoriais válidos. 1. Recepção • Observar as condições da embalagem; • Observar as condições em que foi feito o transporte; • Recusar qualquer amostra com embalagem rasgada, furada, violada, com corpos estranhos; • No caso de amostras encaminhadas por consumidores (embalagem aberta) anotaras condições em que a embalagem foi recebida. 2. Preparação Etapas: • Retirada da unidade analítica; • Preparação de diluições decimais seriadas da unidade analítica, para inoculação nos meios de cultura. Técnica de diluição decimal seriada (Figura 1): • O diluente utilizado deve ser o mesmo em todas as diluições (Tipos de solução diluente – Anexo 2); • O número de diluições requeridas dependerá do nível de contaminação; • Na transferência de volumes entre as diluições, usar sempre pipetas diferentes para cada diluição, e que tenham capacidade no máximo 10 vezes superior ao volume a ser pipetado. A pipeta deve ser completamente preenchida e o volume descarregado a partir da marca superior, com a ponta da pipeta encostada na parede interna do tubo. Obs.: Não flambar pipetas. Figura 1. Esquema do preparo da diluição decimal seriada. 2.1 Preparação de amostras de alimentos sólidos ou líquidos concentrados a) Antes de abrir a embalagem desinfetar a área externa com etanol 70% (Tipos de solução desinfetante – Anexo 2) para remover contaminantes presentes; 10 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT b) Promover a homogeneização da amostra; c) Abrir a embalagem utilizando um utensílio (faca, tesoura etc) previamente esterilizado. O intervalo entre a homogeneização e a retirada da unidade analítica não deverá exceder 15 minutos; d) Retirar assepticamente a unidade analítica (25 gramas para maioria dos alimentos) da amostra a ser utilizada na análise e transferir para um frasco de homogeneização esterilizado e tarado. Casos especiais: e) Adicionar o diluente e homogeneizar (pode-se agitar manualmente o frasco, usar “shaker” rotativo, triturar em liquidificador 8000 -15000rpm durante 1 a 2 min., usar “stomacher” por 30 a 60 segundos) a unidade analítica para permitir diluição e inoculação nos meios de cultura. O intervalo entre a homogeneização e o preparo das diluições não deverá ultrapassar 3 minutos; 2.2 Preparação de amostras líquidas a) Antes de abrir a embalagem desinfetar a área externa com etanol 70% (Tipos de solução desinfetante – Anexo 3) para remover contaminantes presentes. Abrir a embalagem utilizando utensílio (faca, tesoura etc) previamente esterilizado; b) Para amostras líquidas promover a agitação quando acondicionadas em frascos com espaço suficiente, antes da retirada da unidade analítica. Se não houver espaço suficiente, utilizar um segundo frasco estéril, transferindo a amostra de um frasco para outro por três vezes; c) Realizar a diluição decimal seriada (primeiramente transferindo 1,0mL da amostra para 9,0mL de diluente ou 10mL da amostra para 90mL de diluente ou ainda 25 a 50mL para 225mL a 450mL de diluente, dependendo do grau de contaminação esperado); Obs.: Amostras de bebidas e refrigerantes gaseificadas, quando não analisadas pelo método de filtração em membrana, devem ser agitadas, em frasco estéril, até expulsão completa dos gases. 11 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT d) O intervalo entre a retirada da unidade analítica não deve ultrapassar 3 minutos; 2.3 Preparação de amostras pela técnica da lavagem superficial • Transferir toda a amostra ou parte dela (50g) para um frasco estéril tarado e pesar; • Adicionar o volume de diluente requerido para diluição inicial desejada (1:1 na maioria dos casos); • Lavar a amostra agitando vigorosamente o frasco por cerca de 50 vezes; • Realizar as diluições e proceder a análise microbiológica; Cálculo dos resultados Os resultados podem ser expressos em unidades formadores de colônias (UFC/grama) ou em número mais provável (NMP/grama); • Primeiramente calcular em UFC ou NMP por mL de água de lavagem, em função das diluições inoculadas dessa água, com concentração inicial de 100; • Em seguida, converter o UFC ou NMP obtido em UFC ou NMP por grama de amostra, em função da diluição inicial utilizada na lavagem (peso de amostra: volume de diluente). o Exemplo: Se a diluição for 1:1, cada mL de lavado corresponderá a 1,0g de amostra e o valor do NMP ou UFC/g será igual ao valor obtido por mL. Se a diluição for diferente de 1:1, deve-se primeiro calcular a quantos gramas de amostra corresponde 1,0mL de lavado. Por exemplo: se uma carcaça de frango de 1,5kg for lavada com 300mL de diluente, cada mL de lavado corresponderá a 5,0g de amostra. Neste caso o NMP ou UFC/g de amostra será igual ao NMP ou UFC/mL de lavado, dividido por cinco. 2.4 Preparação de amostras pela técnica do esfregaço de superfície • Delimitar a área amostrada usando um molde estéril; • Aplicar o swab” com pressão, numa inclinação aproximada de 45º, descrevendo movimentos da esquerda para direita e depois de cima para baixo. Rodar continuamente o “swab” para que toda superfície do algodão entre em contato com a amostra. Se a superfície estiver seca, umedecer o “swab” no diluente antes da sua utilização e remover o excesso; Exemplos: Tipos de superfícies Procedimento Meias carcaças de bovinos e suínos Selecionar 5 pontos, aplicar um “swab” em cada um dos pontos; colocá-los em um mesmo frasco com 25mL de diluente; agitar por 2 min. Cortes comerciais de carcaças Selecionar 5 pontos de 10cm2 na superfície dos cortes e proceder como descrito anteriormente. Carcaças de aves Selecionar 5 pontos de 10cm2 na superfície da carcaça (dorso, asas, ante-coxas e pescoço) e proceder como anteriormente. Peixes Selecionar 5 pontos de 10cm2 na superfície de peixes grandes ou amostrar a peça inteira, no caso de peixes pequenos. Proceder como descrito anteriormente. 12 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Cálculo dos resultados • Os resultados podem ser expressos em UFC ou NMP por cm2 de amostra; • Primeiramente calcular em UFC ou NMP por mL de diluente onde foi suspendido o material coletado com os “swabs”. Considerar essa suspensão com concentração inicial de 100; • Em seguida, converter o UFC ou NMP obtido em UFC ou NMP por cm2 de amostra, calculando quantos cm2 corresponde cada mL da suspensão. • No caso de meias carcaças de bovinos, por exemplo, cada mL de suspensão corresponde a 2 cm2 de amostra, porém, essa relação pode ser alterada a critério do analista, dependendo do tipo de amostra e objetivo da amostragem. É recomendável trabalhar sempre com volumes de diluente múltiplos das áreas amostradas, para facilitar os cálculos. No caso das meias carcaças de bovinos, o NMP ou UFC/ cm2 será igual ao valor obtido por mL de suspensão, dividido por dois. Numa outra situação, em que um esfregaço de 100 cm2 de área fosse suspendido em 10,0 mL de diluente, por exemplo, cada mL de suspensão corresponderia a 10 cm2 de área e o NMP ou UFC/ cm2 seria igual ao valor obtido por mL de suspensão, dividido por dez. 3. Material requerido para análise - 1 Frasco para 225mL; - 2 Tubos de cultura para 9mL; - Água destilada – 1000mL; Peptona – 1,0g; cloreto de sódio – 8,5g; - Béquer, proveta, balão volumétrico, bastão de vidro, pipeta, espátula e balança, Papel kraft e barbante. 4. Procedimento - Dissolver os componentes em água destilada; - Distribuir em frascos e tubos em volumes apropriados; - Esterilizar em autoclave a 121°C/15min. 13 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática Nº03 CONTROLE DA POPULAÇÃO MICROBIANA I1. Introdução A microbiota das mãos, das fossas nasais, da garganta dentre outros, apresentam uma população de microrganismos representada por diferentes gêneros, e por uma diversificação muito grande de indivíduo para indivíduo, e em um mesmo indivíduo, de um momento a outro. Os folículos pilosos da pele são colonizados por bactérias não virulentas, que impedem a implantação de microrganismos patogênicos, constituindo a “microbiota normal ou residente”. Na superfície da pele são encontrados microrganismos da mais variadas fontes, mas que não colonizam e são de fácil remoção. A chamada “microbiota transitória”. Segundo a atividade profissional do indivíduo (Microbiologista, Médico, Enfermeiro, Dentista, Manipulador de alimentos, etc.) os microrganismos presentes em sua microbiota da mão, das fossas nasais e da garganta podem representar elevado risco para outros indivíduos, porque agem como um veículo de transmissão de microrganismos patogênicos. Muitos surtos de intoxicação alimentar, de infecções intestinais, podem ser evitados com um simples atos como por exemplo: lavar as mãos, evitar conversas, usar mascaras antes de preparar e manipular os alimentos. A lavagem das mãos com água e sabão ou detergente remove a microbiota transitória, mas a microbiota resistente persiste, havendo a necessidade de emprego de anti-sépticos e uso de luvas estéreis, quando for manipular alimentos. Para a anti-sepsia das mãos existe uma série de produtos comerciais, cabendo ao usuário uma escolha de critérios fundamentais em trabalhos científicos, que apontam as vantagens e desvantagens de cada um dos produtos. 2. Objetivo Controlar a população microbiana por métodos químicos (ação de anti-sépticos sobre a microbiota das mãos). 3. Material 1- Placas com ágar simples (01 /grupo); 2- Soluções anti-sépticas – álcool iodado e anti-séptico comercial; 3- Sabão ou detergente; 4- Toalhas de papel 4. Execução CONTROLE DA POPULAÇÃO MICROBIANA POR MÉTODOSQUÍMICOS 14 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT 1. Tomar uma placa de ágar simples e com uma caneta de retro-projetor dividir o fundo em três setores: 1 2,3. 2. Sem lavar as mãos, abrir a placa, próximo da chama e tocar diretamente o dedo indicador no setor 1. em seguida fechar aplaca. 3. Lavar e esfregar as mãos com sabão. Enxugar as mãos em toalha estéril e repetir o item 2, colocando o dedo indicador no setor2. 4. Passar nas mãos álcool iodado: enxugar em toalha estéril. Repetir o item 2, colocando o dedo indicador no setor3. 5. Incubar a placa a 35°C. 5. Leitura e interpretação 1. Retirar as placas de ágar simples da estufa. 2. Observar o crescimento bacteriano nos diferentes setores da placa, caracterizando os tipos morfológicos das colônias e seu número em cada um dos setores. Setor 1 = microbiota transitória Setor 2 = microbiota residente Setor 3 = microbiota resistente ao anti-séptico empregado. 6. Resultados Procedimento Setor N° total de colônias Mãos antes da lavagem 1 Mãos após a lavagem 2 Mãos após a anti-sepsia 3 Aspecto morfológico das colônias Setor1 Setor2 Setor3 VII. COMENTÁRIOS 15 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT O controle artificial da população microbiana, por agentes físicos e químicos, propicia a obtenção de condições assépticas e de esterilidade em ambientes e de materiais. O controle de população microbiana na pele e mucosas é um problema constante. A pesquisa de microbiota das mãos, fossas nasais e garganta devem ser feitas periodicamente em todos que manipulam alimentos. Não raro estes profissionais têm sido colonizados por bactérias patogênicas como Pseudomonas, E. coli e Staphylococcus aureus, Streptococcus sp. o que representa um grande risco de contaminação para os alimentos. Outro cuidado que deve ser tomado é em relação aos anti-sépticos indicados para a assepsia das mãos, verificando, antes de seu uso rotineiro, se os componentes de sua fórmula são germicidas nas concentrações indicadas; se no preparo das soluções são seguidas as especificações do fabricante, não deixando de se observar o tempo de validade das soluções em uso. Muitos produtos já lançados no mercado mostraram-se menos eficientes que o sabão neutro. Com relação ao álcool iodado, deve se salientar que, embora seja um anti-séptico de grande poder germicida. Seu uso constante provoca o ressecamento da pele e que pessoas alérgicas não devem usá-lo havendo, então, necessidade de substituí-lo por outro produto de eficiência comprovada e equivalente. MÉTODO DE GRAM (modificado por Kopelov e Beerman) Colocar a lâmina com esfregaço seco e fixado, voltado para cima, sobre suporte: 1. Cobrir o esfregaço com solução de cristal violeta, acrescido de três gotas de solução de bicarbonato de sódio e deixar atuar por 1 minuto; 2. Lavar o esfregaço com água cobri-lo com lugol e deixar atuar por 1 minuto; 3. Lavar o esfregaço com água descorá-lo rapidamente com solução de éter-acetona (5 a 10 segundos); 4. Lavar o esfregaço com água cobri-lo com solução de safranina e deixar atuar por 10 segundos; 5. Lavar o esfregaço com água e secá-lo próximo à chama do bico de Bunsen; 6. Pingar uma gota de óleo de imersão na região do esfregaço e observar ao microscópio usando a objetiva de imersão (100x). LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA COLORAÇÃO DE GRAM 1. Observar cada esfregaço isoladamente; 2. Diferenciar: Células Gram positivas – coradas em roxo ou violáceo; Células Gram negativas – coradas em róseo ou vermelho; 3. Caracterizar os tipos e agrupamentos de bactérias Gram - positivas (cocos, diplococos, sarcinas, estafilococos, estreptococos e bacilos) e Gram - negativas (cocos, diplococos, bacilos, espirilos e vibriões). 16 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática Nº 04 CONTROLE DA POPULAÇÃO MICROBIANA II I. OBJETIVOS: 1. Realizar a coleta e a semeadura do espécime das fossas nasais de um estudante a fim de obter colônias isoladas; 2. Estabelecer portadores nasais de microrganismos; II. MATERIAL 1- Bateria de Gram; 2- Placas de ágar hipertônico manita; 3- Tubos contendo caldo tioglicolato; 4- ”Swabs” ou cotonetes estéreis 1 / grupo; III. EXECUÇÃO Coletar secreção da mucosa nasal de ambas as narinas com o “swab” ou cotonete e semeá-la no tubo com caldo tioglicolato e no meio hipertônico manita. Identificar os meios e incubá-los a 35 ºC por 24 horas. Meio Hipertônico Manita: meio seletivo que permite o crescimento de microrganismos do gênero Staphylococcus uma vez que a alta concentração de sal (7,5 %) presente neste meio é capaz de selecioná-los. A presença de manitol, como fonte de carbono, possibilita sua utilização por via fermentativa pelas espécies de S. aureus, que poderá ser evidenciada pela viragem do pH do meio de cultura. Outro fator importante na sua identificação encontra-se no fato de que tais bactérias crescem neste meio apresentando cor amarela. As colônias suspeitas de S. aureus, são aquelas que crescem no meio hipertônico (sal), viram o pH (fermentação do manitol) e apresentam cor amarela. Caldo Tioglicolato: meio rico, não seletivo que proporciona rapidez de crescimento de grande número de microrganismos, assim como admite o crescimento de microrganismos aeróbios, anaeróbios e microaerófilos. IV. LEITURA E RESULTADOS 1. Observar a placa e o tubo Descrever o crescimento bacteriano observado no meio de tiogliclolato a) terço superiorb) terço médio c) terço inferior d) em todo o tubo e) ausência de crescimento Descrever o crescimento bacteriano observado na placa de Petri 17 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Observar e anotar os diferentes tipos de colônias desenvolvidas no meio de cultura e suas características; a) tamanho relativo das colônias; b) cor das colônias; c) forma das colônias; d) brilho das colônias; e) cor do meio de cultura (verificação se houve “viragem” do meio de cultura) modificação da cor, de vermelho para amarelo. A modificação na cor do meio se deve a alteração no pH do meio pela fermentação do manitol • fermentação positiva = pH ácido = amarelo • fermentação negativa = pH neutro ou básico = vermelho 2. Coloração de Gram Caracterização morfológica: o simples crescimento em meio seletivo indicador não permite tirar qualquer conclusão quanto à morfologia bacteriana, havendo a necessidade imediata de se comprovar a forma bacteriana do microrganismo bem como o tipo de agrupamento da células (cocos dispostos em cachos). Isto é feito através da coloração de Gram. 18 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática Nº 05 CONTROLE DA POPULAÇÃO MICROBIANA III I. OBJETIVOS: 1. Realizar a coleta e a semeadura do espécime da garganta de um estudante a fim de obter colônias isoladas; 2. Estabelecer portadores de microrganismos na garganta; II. MATERIAL 1. Bateria de Gram; 2. Lâminas de microscopia; 3. Alça de platina; 4. Tubo com soro fisiológico estéril (cloreto de sódio a 0,85%); 5. Placa de Petri estéril; 6. Cultura bacteriana a ser analisada; III. EXECUÇÃO A PARTIR DE SALIVA 1. Preparo do esfregaço 1.1. Colher saliva em placa de Petri estéril; 1.2. Marcar a lâmina, delimitando a área do esfregaço; 1.3. Fazer o esfregaço: com a alça de platina flambada e resfriada, retirar pequena porção de saliva, colocá-la sobre a lâmina, distribuí-la em movimentos circulares, a fim de se obter uma camada delgada bem dispersa na área delimitada; 1.4. Secá-lo próximo à chama do bico de Bunsen; 1.5. Fixá-lo passando a lâmina na chama (3 vezes); 1.6. Corar pelo método de Gram A PARTIR DE CULTURAS PURAS 2. Exame das culturas presentes nas placas sobre a bancada; 2.1. Observar e anotar os diferentes tipos de colônias (caso obtivermos) desenvolvidas no meio de cultura e suas características; 2.2. Marcar uma lâmina; 2.3. Fazer o esfregaço: com a alça de platina flambada e resfriada, colocando uma pequena porção (uma gota) de soro fisiológico no setor delimitado. Escolher uma colônia e tocá-la com a alça. O material removido será distribuído e misturado ao soro fisiológico em movimentos circulares, a fim de se obter uma camada bem dispersa na área delimitada; 2.4. Secá-lo próximo à chama do bico de Bunsen; 2.5. Fixá-lo passando a lâmina na chama (3 vezes); 2.6 Realizar a coloração pelo método de Gram. 19 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT V. RESULTADOS Verificar os tipos de células e agrupamentos presentes na saliva e nas colônias das placas de Petri. Comparar a diferença dos tipos de microrganismos presentes nas placas e na saliva do estudante. PLACAS DE PETRI SALIVA VI. COMENTÁRIOS A primeira caracterização que se deve fazer de uma célula bacteriana é quanto à sua forma e ou seu comportamento frente ao Gram. Sendo uma informação primordial, é necessário que o método de coloração seja bem executado, com agentes testados e de boa qualidade e a metodologia empregada de forma rigorosa, afim de que os resultados encontrados sejam fidedignos. A coloração deve ser feita com células jovens obtidas no “habitat natural” ou cultivadas em meios de cultura, observando-se sistematicamente, o tempo de atuação de cada reagente, como condição essencial ao mérito e finalidade da técnica. Células Gram-positivas (+), em cultura velha, podem apresentar-se como Gram–negativas (-), devido à perda de certas particularidades físico-químicas, que determinam seu comportamento anormal, sendo, por isso, seu uso desaconselhado. Uma descoloração muito rápida ou intensa pode alterar também a informação. A adição do bicarbonato de sódio ou oxalato de amônio e descoloração pela mistura éter-acetona são modificações do método original que visam corrigir o fenômeno da Gram- labilidade, ou seja, uma célula normalmente Gram-positiva (+) se comportar como Gram-negativa (-). As bactérias Gram-positivas (+), devido à sua constituição química estrutural, principalmente da parede, retêm o complexo iodo-pararosalina, não se descorando pela ação solvente (éter-acetona), permanecendo roxas. As bactérias Gram-negativas não retêm o complexo quando submetidas à ação do solvente orgânico, sendo descoradas e novamente corados pelo corante de fundo (safranina ou fucsina). Entre os métodos de coloração, o de Hans Christiam Gram (1884) é o mais usado pelos bacteriologistas porque cora a maioria das células bacterianas, dando informações diretas e conclusivas. Além disto, podemos enumerar como exemplos, as seguintes aplicações para a coloração de Gram: 1. Na morfologia bacteriana, estabelecendo os grupos e tipos morfológicos fundamentais; 2. Na taxonomia, dividindo as bactérias em dois grandes grupos: Gram-positivas (+)e Gram-negativas (-); 3. No diagnóstico bacteriológico, qualificando os tipos de microbiota normal ou patogênica de diferentes áreas ou espécimes biológicos. Na elucidação de determinados quadros clínicos, é indispensável para uma primeira indicação de um surto de toxinfecções alimentares ou de alguma de alguma doença clínica 20 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 06 CONTAGEM TOTAL DE MICRORGANISMOS AERÓBIOS MESÓFILOS E PSICROTRÓFILOS EM PLACAS 1. Material requerido para a análise 1.1 Preparação da amostra e diluições seriadas - Diluente: 225mL de solução salina peptonada; - Tubos de diluição: 2 tubos com 9,0mL de solução salina peptonada/tubo; - Pipetas: 3 pipetas com capacidade de 1,0mL. 1.2 Contagem total de microrganismos aeróbios mesófilos em profundidade - Meio de cultura: 3 Placas de Petri esterilizadas; - Ágar Padrão para Contagem (PCA); - Estufa incubadora: 1 estufa regulada à 35ºC. 1.3 Contagem total de microrganismos aeróbios psicrotrófilos em superfície - Meio de cultura: 3 Placas de Petri com Ágar Padrão para Contagem (PCA); - Alça de espalhamento: 1 alça de Drigalsky mergulhada em álcool; - Estufa incubadora: 1 estufa regulada à 7ºC. 2. Procedimento (Figura 2): 2.1 Preparação das amostras e diluições seriadas 2.2 Contagem pelo método de plaqueamento em profundidade • Selecionar três diluições adequadas da amostra e inocular 1,0mL de cada diluição em Placas de Petri separadas, estéreis e vazias, abrindo as placas apenas o suficiente para inserir a pipeta, próximo ao Bico de Bunsen; • Adicionar o meio de cultura: verter nas placas inoculadas, 15 a 20mL de Ágar Padrão para Contagem (PCA), previamente fundido e resfriado a 45ºC. Misturar o inóculo com o meio de cultura movimentando suavemente as placas, numa superfície plana. Os movimentos podem ser na forma de oito ou movimentos circulares, 8 a 10 vezes no sentido horário e 8 a 10 vezes no sentido anti-horário; • Incubação: aguardar a completa solidificação do meio de cultura, inverter as placas e incubar a 35º por 48 horas; • Contagem das colônias e cálculo dos resultados: selecionar as placas com 25 a 250 colônias e contá-las com auxílio de uma lupa ou contador de colônias. Calcular onúmero de unidades formadoras de colônia (UFC) por grama ou mL da amostra multiplicando o número de colônias pelo inverso da diluição inoculada. Expressar o resultado em UFC/mL ou UFC/g. 2.3 Contagem pelo método de plaqueamento em superfície 21 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT • Preparação das placas: para o plaqueamento em superfície, as placas devem ser previamente preparadas, com 15 a 20mL do meio adequado ao grupo de microrganismos que se objetiva determinar; • Inoculação: selecionar três diluições adequadas da amostra e inocular 0,1mL de cada diluição na superfície das placas previamente preparadas e, usando uma alça de Drigalsky, espalhar o inóculo por toda a superfície do meio, até que todo o excesso de líquido seja absorvido; • Incubação: aguardar que as placas sequem (15 minutos), inverter e incubar o 7ºC/10 dias, 17ºC/16 horas seguidas de 7ºC/3 dias; • Contagem das colônias e cálculo dos resultados: seguir as recomendações anteriores, porém, multiplicar o resultado por 10, para levar em conta o volume dez vezes menor inoculado. Expressar o resultado em UFC/mL ou UFC/g. Obs.: Caso tenha sido utilizada mais de uma placa diluição, considerar como número de colônias a média aritmética da contagem obtida em cada uma da placas. Figura 2. Esquema geral da análise para contagem total de microrganismos aeróbios mesófilos em placas. 22 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT 3. Informações relativas à amostra - Tipo de amostra e processo utilizado na fabricação: - Fabricante, data de fabricação, código do lote: - Solicitante da análise: - Data e local de coleta da amostra: - Razão da análise: 4. Resultados 4.1 Contagem pelo método de plaqueamento em profundidade: 4.2 Contagem pelo método de plaqueamento em superfície: 5. Conclusão Obs: Utilizar as regras para cálculo dos resultados na contagem de microrganismo por plaqueamento – Anexo 4). 23 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 07 CONTAGEM TOTAL DE BOLORES E LEVEDURAS EM PLACAS 1. Material requerido para análise 1.1 Preparação da amostra e diluições seriadas - Diluente: 225mL de solução salina peptonada; - Tubos de diluição: 2 tubos com 9,0mL de solução salina peptonada/tubo; - Pipetas: 3 pipetas com capacidade de 1,0mL. 1.2 Contagem de bolores e leveduras em superfície - Meio de cultura: 3 Placas de Petri com Ágar Padrão para Contagem suplementado com 100mg de cloranfenicol para 1000mL de meio de cultura (PCA-cloranfenicol). - Alça de espalhamento: 1 alça de Drigalsky mergulhada em álcool; - Estufa incubadora: 1 estufa regulada a 25ºC. Obs: Outros meios que podem ser usados: Ágar Dicloran Glicerol 18 (DG18) – alimentos com atividade de água baixa; Ágar Dicloran Rosa de Bengala Cloranfenicol (DRBC) – demais alimentos; Ágar Batata Dextrose Acidificado (PDA – acidificado) Ágar Batata Dextrose com antibióticos (PDA – antibióticos); 2. Procedimento (Figura 3): 2.1 Preparação da amostra e diluições seriadas 2.2 Contagem pelo método de plaqueamento em superfície • Preparação das placas: para o plaqueamento em superfície, as placas devem ser previamente preparadas, com 15 a 20mL do meio adequado ao grupo de microrganismos que se objetiva contar; • Inoculação: selecionar três diluições adequadas da amostra e inocular 0,1mL de cada diluição na superfície das placas previamente preparadas e, usando uma alça de Drigalsky, espalhar o inóculo por toda a superfície do meio, até que todo o excesso de líquido seja absorvido; • Incubação: aguardar que as placas sequem (15 minutos), inverter e incubar a 25ºC/5 dias, placas não invertidas (observar as placas aos 3 dias de incubação e, caso haja crescimento de bolores com colônias espalhadas, efetuar a contagem, para prevenir a perda das placas por espalhamento total dessas colônias. Caso não seja observado risco de espalhamento, reincubar as placas e contar com 5 dias de incubação). • Contagem das colônias e cálculo dos resultados: contar placas com 10 a 150 colônias. Multiplicar o resultado por 10, para levar em conta o volume dez vezes menor inoculado. UFC/g ou mL = nº colônias X 10/diluição. Obs.: Caso tenha sido utilizada mais de uma placa diluição, considerar como número de colônias a média aritmética da contagem obtida em cada uma das placas. 24 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Figura 3. Esquema geral da análise para contagem de bolores e leveduras em placas. DRBC (Agar Dicloran Rosa de Bengala Cloranfenicol), DG18 (Agar Dicloran Glicerol 18). 3. Informações relativas à amostra - Tipo de amostra e processo utilizado na fabricação: - Fabricante, data de fabricação, código do lote: - Solicitante da análise Data e local de coleta da amostra: - Razão da análise: 4. Resultados Obs: Utilizar as regras para cálculo dos resultados na contagem de microrganismo por plaqueamento – Anexo 4). 5. Conclusão 25 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT 26 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 08 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ÁGUA POTÁVEL 1. Definições Água potável é a água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos (Tabela 1 – Anexo 5), físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. - Coliformes totais (bactérias do grupo coliforme): bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos, fermentam a lactose com produção de ácido e gás a 35,0 ± 0,5ºC em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima ß-galactosidase. A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo; - Coliformes termotolerantes: subgrupo das bactérias do grupo coliforme que fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2ºC em 24 horas, tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal; - Escherichia coli: bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2ºC em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, apresenta atividade das enzimas ß-galactosidase e ß-glucoronidase, sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos. 2. Amostragem Para a análise microbiológica, as amostras devem ser tomadas do ponto representativo do sistema de distribuição ou do reservatório a ser examinado. Quantidade > 100mL. 3. Determinação 2.1 Teste de presença e ausência 2.2 Técnica da membrana filtrante 2.3 Técnica dos tubos múltiplos A. Material requerido para análise - 1 Frasco esterilizado para coleta de água; - 1 Pipeta com capacidade de no máximo 10 mL; - 10 tubos com 10 mL de Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST); - 1 Alça de níquel-cromo; - 10 Tubos com 10 mL de Caldo E coli (EC); - 10 Tubos com 10 mL de Caldo Verde Brilhante Bile (VB); - 1 Alçade Drigalsky; 27 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT - Placas com Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB). B. Procedimento (Figura 4): b.1 Preparação da amostra: Homogeneizar a amostra por agitação. b.2 Teste presuntivo: Com uma pipeta de 10mL ou 25mL, adicionar 10 porções de 10mL em tubos contendo 10mL do meio Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) com tubos de Durhan. Incubar os tubos a 35ºC/24 horas e observar se há crescimento com produção de gás. Em caso positivo passar aos ítens subseqüentes. Em caso negativo, reincubar até completar 48 horas e repetir a leitura. Se continuar negativo indica ausência de coliformes (totais, termotolerantes e E. coli) nos 100mL da amostra. b.3 Teste confirmativo - Coliformes totais: A partir de cada tubo positivo da etapa anterior, transferir uma alçada bem carregada da cultura para tubos com Caldo Verde Brilhante Bile (VB). Incubar os tubos a 35ºC por 24-48 horas e observar se há crescimento com produção de gás, confirmativo para coliformes totais. Anotar o número de tubos VB com gás e determinar o Número Mais Provável de coliformes totais/100mL (Tabela 2 – Anexo 5). A não ocorrência de gás após 48 horas de incubação indica ausência de coliformes totais na amostra. b.4 Teste confirmativo - Coliformes termotolerantes: A partir de cada tubo positivo da letra b.2, transferir uma alçada carregada da cultura para tubos de Caldo E. coli (EC). Incubar os tubos a 44,5ºC por 24 horas e observar se há crescimento com produção de gás, confirmativo de coliformes termotolerantes. Anotar o número de tubos de EC com gás e determinar o Número Mais Provável (NMP) de coliformes termotolerantes/100mL (Tabela 2– Anexo 3). A não ocorrência de gás após 24 horas de incubação indica ausência de coliformes termotolerantes na amostra. b.5 Confirmação de E. coli: Tomar uma alçada de cada cultura obtida em cada tubo de EC com produção de gás e estriar em placas de Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB). Incubar as placas a 35ºC/24 horas e observar se há desenvolvimento de colônias típicas de E. coli (nucledas com centro preto, com ou sem brilho metálico). Havendo colônias típicas, transferir duas delas bem isoladas para tubos com Ágar Nutriente (NA) inclinado e incubar os tubos a 35ºC/24 horas. A partir das culturas puras em NA, fazer coloração Gram e inocular os meios testes para realização das provas bioquímicas. b.6 Provas bioquímicas - Produção de Indol (+ ou -) - Prova vermelho de Metila (VM) (+) - Prova de Voges-Proskauer (VP) (-) - Utilização de citrato (-) C. Informações relativas à amostra - Tipo de amostra e processo utilizado na fabricação: - Fabricante, data de fabricação, código do lote: - Solicitante da análise: - Data e local de coleta da amostra 28 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT - Razão da análise: D. Resultados d.1 Coliformes totais: d.2 Coliformes termotolerantes: d.3 Confirmação de E. coli: D. Conclusão Figura 4. Esquema de análise de coliformes totais, termotolerantes e E. coli em água pelo método do NMP (Hunt e Rice, 2005 apud Silva et al., 2007). 29 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 09 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE FRUTAS E HORTALIÇAS 1. Padrão microbiológico para frutas, produtos de frutas e similares Obs: Consultar o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos (Anexo 6). 2. Material requerido para análise � 1 Frasco/recipiente estéril; � Diluente: 225 mL de solução salina peptonada; � 3 Pipetas com capacidade de 1 mL; � Tubos de diluição: 2 tubos com 9,0 mL de solução salina peptonada/tubo; � 9 Tubos com 10 mL de caldo Lauril Sulfato Triptose (LST); � 1 Alça de níquel-cromo; � 9 Tubos com 10 mL de caldo Verde Brilhante Bile (VB); � 9 Tubos com 10 mL de caldo E. coli (EC); � 1 Alça de Drigalsky; � Placas com Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB); � 1 Tubo com 10 mL de caldo Rappaport Vassilidis (RV); � 1 Pipeta com capacidade de 2 mL; � 1 Tubo com 10 mL de caldo Tetrationato (TT); � 2 Placas com Entérico de Hectoen (HE); � 2 Placas com Ágar Bismuto Sulfito (BS); � 2 Placas com Ágar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD). 3. Procedimento 3.1 Determinação de Coliformes totais, Coliformes termotolerantes e E. coli - Técnica dos tubos múltiplos (Figura 5): a. Preparação da amostra: Observar os cuidados na abertura de embalagens se houver, e na retirada da unidade analítica (quantidade e cuidados assépticos). b. Homogeneização e preparo da diluição seriada: a homogeneização é precedida de uma diluição inicial de 1:10 (10-1), adicionando-se às 25g da amostra, 225mL de um diluente adequado (água peptonada 0,1% ou solução salina peptonada, são os mais comuns). Para a preparação da segunda diluição (10-2), transferir assepticamente 1,0 mL da diluição 10-1 para 9,0 mL de diluente, sendo as diluições subseqüentes obtidas da mesma maneira. 30 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT c. Teste presuntivo: Selecionar três diluições adequadas da amostra e, com uma pipeta de, no máximo 10 mL, inocular uma série de três tubos de Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) por diluição, adicionando-se 1,0 mL da diluição por tubo com 10 mL de Caldo. d. Incubação: Incubar os tubos de LST a 35ºC por 24 horas e observar se há crescimento com produção de gás. Em caso positivo, passar para os itens subsequentes. Em caso negativo, reincubar até completar 48 horas e repetir a leitura. 4. Teste confirmativo 4.1 Coliformes totais: A partir de cada tubo positivo da letra d) transferir uma alçada bem carregada da cultura para tubos com Caldo Verde Brilhante Bile (VB). Incubar os tubos a 35ºC por 24-48 horas e observar se há crescimento com produção de gás. Anotar o número de tubos VB com gás e determinar o Número Mais Provável de coliformes totais NMP/g ou mL na em tabela apropriada às diluições inoculadas (Tabela 1 – Anexo 7). 4.2 Coliformes termotolerantes: A partir de cada tubo positivo da letra d) transferir uma alçada carregada da cultura para tubos de Caldo E. coli (EC). Incubar os tubos a 44,5ºC (maioria dos alimentos) por 24 horas e observar se há crescimento com produção de gás, confirmativo de coliformes termotolerantes. Anotar o número de tubos de EC com gás e determinar o Número Mais Provável NMP/g ou mL na em tabela apropriada às diluições inoculadas (Tabela 1 – Anexo7). 5. Contagem de E. coli: Tomar uma alçada de cada cultura obtida em cada tubo de EC com produção de gás e estriar em placas de Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB). Incubar as placas a 35ºC/24 horas e observar se há desenvolvimento de colônias típicas de E. coli (nucledas com centro preto, com ou sem brilho metálico). Havendo colônias típicas, transferir duas delas bem isoladas para tubos com Ágar Nutriente (NA), inclinados e incubar os tubos a 35ºC/24 horas. A partir das culturas puras em NA, fazer coloração Gram e inocular os meios para realização de provas bioquímicas de indol (+ ou -), VM (+), VP (-) e citrato (-) (IMVC). 6. Pesquisa de Salmonela (Figura 6): a. Pré-enriquecimento: Objetiva a recuperação de células injuriadas, conseguida incubando-se a amostra em condições não seletivas, por pelo menos 18 horas. Os meios disponíveissão variados, porém existe o mais utilizado é a água peptonada tamponada, recomendado pela International Commission on Microbiological Specifications for Food (ICMSF), International Organization for Standardization (ISO) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esta etapa consiste em retirar 25g ou 25mL de unidade analítica e transferir para um frasco de homogeneização, previamente esterilizado e tarado. Adicionar 225mL de caldo de pré-enriquecimento e homogeneizar a amostra. Incubar os frascos a 35º/18-24 horas, com as tampas ligeiramente afrouxadas. 31 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT b. Enriquecimento seletivo: Objetiva inibir a multiplicação da microbiota acompanhante e promover a elevação preferencial do número de células de Salmonella sp., incubando a amostra pré-enriquecida em caldo seletivo, por 18 a 24 horas. É recomendado o uso de dois diferentes meios de enriquecimento, porque a resistência de Salmonela aos agentes seletivos varia de cepa para cepa. Nesta etapa agitar delicadamente o frasco com caldo de pré- enriquecimento e transferir 1,0 mL para 10 mL de Caldo Tetrationato (TT) e 1,0 mL para 10 mL de Caldo Selenito Cistina (SC) ou Caldo Rappaport Vassilidis (RV). Incubar ambos os caldos a 35ºC por 24 horas. c. Plaqueamento diferencial: Objetiva promover o desenvolvimento preferencial de colônias de Salmonela, com características típicas que as diferencie dos competidores, para posterior confirmação sorológica e bioquímica. Nesta etapa, agitar os tubos de enriquecimento seletivo em agitador tipo “vortex” e estriar uma alçada do caldo TT em placa de Ágar Entérico de Hectoen (HE), Ágar Bismuto Sulfito (BS) e Ágar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD). Repetir este procedimento com caldo SC ou RV. Incubar as placas invertidas a 35ºC por 24 horas e verificar se há desenvolvimento de colônias típicas de Salmonela. d. Confirmação: Objetiva verificar se as colônias típicas obtidas nas placas são realmente colônias de Salmonela através de provas bioquímicas. As colônias podem ser submetidas a seguinte seqüência de testes: crescimento em Ágar Tríplice Açúcar Ferro (TSI), crescimento em Ágar Lisina Ferro (LIA), teste da urease (-), teste de lisina descarboxilase (+), teste de Voges-Proskauer (-), teste de indol (-) e teste de �-galactosidase (-). É importante ressaltar que existem outras seqüências de provas bioquímicas além da citada. Além das provas bioquímicas, também é utilizado o teste sorológico. 7. Informações relativas à amostra - Tipo de amostra e processo utilizado na fabricação: - Fabricante, data de fabricação, código do lote: - Solicitante da análise: - Data e local de coleta da amostra: - Razão da análise: 8. Resultados 8.1 Determinação de Coliformes totais, Coliformes termotolerantes, E. coli: a. Coliformes totais: b. Coliformes termotolerantes: c. Confirmação de E. coli: 8.2 Detecção de Salmonela: 9. Conclusão 32 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Figura 5. Esquema de análise para determinação de coliformes totais/termotolerantes e E.coli pelo método do número mais provável (NMP). 33 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Figura 6. Esquema geral de análise para pesquisa de Salmonela em alimentos. 34 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 10 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE PRODUTOS CÁRNEOS 1. Padrão microbiológico para carnes e produtos cárneos. Obs: Consultar o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos (Anexo 6). 1. Material requerido para análise � 1 Frasco/recipiente estéril; � Diluente: 225 mL de solução salina peptonada; � 3 Pipetas com capacidade de 1 mL; � Tubos de diluição: 2 tubos com 9,0 mL de solução salina peptonada/tubo; � 9 Tubos com 10 mL de caldo Lauril Sulfato Triptose (LST); � 1 Alça de níquel-cromo; � 9 Tubos com 10 mL de caldo Verde Brilhante Bile (VB); � 9 Tubos com 10 mL de caldo E. coli (EC); � 1 Alça de Drigalsky; � Placas com Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB); � 1 Tubo com 10 mL de caldo Rappaport Vassilidis (RV); � 1 Pipeta com capacidade de 2 mL; � 1 Tubo com 10 mL de caldo Tetrationato (TT); � 2 Placas com Entérico de Hectoen (HE); � 2 Placas com Ágar Bismuto Sulfito (BS); � 2 Placas com Ágar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD); � 3 Placas com Àgar Sal Manitol ou Ágar Baird Parker (BP); � 3 Placas de Petri esterilizadas; � 1 Erlenmeyer com 60mL de Ágar Triptose Sulfito Cicloserina (TSC) fundido; � 1 Jarra de anaerobiose; � 1 Gerador/indicador de anaerobiose. 2. Procedimento 3.1 Determinação de Coliformes totais, Coliformes termotolerantes e E. coli - Técnica dos tubos múltiplos. 3.2 Detecção de Salmonela 3.3 35 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT 3.3 Contagem de Estafilococos coagulase positivo (Figura 7) a. Preparação da amostra b. Homogeneização e preparo das diluições seriadas c. Inoculação: selecionar três diluições adequadas da amostra. Inocular 0,1mL de cada diluição na superfície de placas de Ágar Baird-Parker (BP) ou Ágar Sal Manitol, previamente preparadas e secadas. Espalhar o inóculo com uma alça de Drigalsky, até que todo excesso de líquido seja absorvido; d. Incubação: Aguardar que as placas sequem completamente e incubar invertidas, a 35ºC por 48 horas; e. Contagem de colônias presuntivas: selecionar placas com 20 a 200 colônias e contar as colônias típicas de S. aureus. No meio de cultura Ágar Baird-Parker (BP): colônias circulares, pretas, pequenas (máximo 1,5mm em diâmetro), lisas, convexas, com bordas perfeitas, massa de células esbranquiçada nas bordas, rodeadas por uma zona opaca e/ou um halo transparente se estendendo para além da zona opaca. No meio de cultura Sal Manitol: amarela, com o halo amarelo, lisas e pequenas. f. Confirmação das colônias típicas: Teste de coagulase (+), teste de termonuclease (+) e teste de catalase (+). g. Cálculo dos resultados: UFC/g ou mL em função do número de colônias típicas, diluição inoculada e percentagem de colônias confirmadas. Exemplo: diluição 10-1, com 30 colônias típicas, 10 submetidas à confirmação, 2 confirmadas (20%). UFC/g ou mL = 30x101x0,2x10 = 6,0 x 102 UFC/g ou mL. 3.4 Contagem de Clostrídios Sulfito Redutores a. Preparação da amostra. b. Homogeneização e preparo das diluições seriadas. c. Inoculação: selecionar três diluições adequadas da amostra e inocular em placas de Ágar Triptose Sulfito Cicloserina (TSC), plaqueamento em superfície ou em profundidade. Quando em superfície fazer uma sobrecamada após o espalhamento do inoculo. d. Incubação: Aguardar completa solidificação da sobrecamada e incubar as placas sem inverter, a 46ºC por 18 a 24 horas, em atmosfera anaeróbia (sistema gerador e indicador de anaerobiose); e. Contagem de colônias presuntivas de clostrídios sulfito-redutores: selecionar placas com 20 a 200 colônias e contar apenas as colôniaspretas, típicas de clostrídios sulfito-redutores em Ágar TSC. 36 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT f. Confirmação de colônias típicas de clostrídios sulfito-redutores: Selecionar várias colônias típicas e transferir para tubos de Caldo Infusão Cérebro Coração (BHI), previamente desaerado. Incubar os tubos inoculados a 35ºC/24 horas, preparar um esfregaço da cultura para coloração de Gram e utilizar o caldo remanescente para teste de catalase (adição de peróxido de hidrogênio 3% observando a formação de bolhas). Os clostrídios sulfito-redutores são bastonetes Gram positivos catalase negativos. g. Cálculo dos resultados: UFC/g ou mL em função do número de colônias típicas, diluição inoculada e percentagem de colônias confirmadas. Exemplo: diluição 10-2, com 25 colônias típicas, 10 submetidas à confirmação, 8 confirmadas (80%). UFC/g ou mL = 25x102x0,8 = 2 x 103 UFC/g ou mL. Obs: Multiplicar o resultado por 10 caso seja realizado plaqueamento em superfície. 3. Informações relativas a amostra - Tipo de amostra e processo utilizado na fabricação: - Fabricante, data de fabricação, código do lote: - Solicitante da análise: - Data e local de coleta da amostra: - Razão da análise: 5. Resultados 5.1 Determinação de Coliformes totais, Coliformes termotolerantes, E. coli: a. Coliformes totais: b. Coliformes termotolerantes: c. Confirmação de E. coli: 5.2 Detecção de Salmonela: 5.3 Contagem de Estafilococos coagulase positivo 5.4 Contagem de Clostrídios Sulfito Redutores 7. Conclusão 37 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Figura 7. Esquema geral de análise para enumeração de Estafilococos coagulase positivo em alimentos. 38 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Aula Prática nº 11 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE PRODUTOS LÁCTEOS 1. Padrão microbiológico para leite e derivados. Obs: Consultar o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos (Anexo 6). 2. Material requerido para análise � 1 Frasco/recipiente estéril; � Diluente: 225 mL de solução salina peptonada; � 3 Pipetas com capacidade de 1 mL; � Tubos de diluição: 2 tubos com 9,0 mL de solução salina peptonada/tubo; � 9 Tubos com 10 mL de caldo Lauril Sulfato Triptose (LST); � 1 Alça de níquel-cromo; � 9 Tubos com 10 mL de caldo Verde Brilhante Bile (VB); � 9 Tubos com 10 mL de caldo E. coli (EC); � 1 Alça de Drigalsky; � Placas com Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB); � 1 Tubo com 10 mL de caldo Rappaport Vassilidis (RV); � 1 Pipeta com capacidade de 2 mL; � 1 Tubo com 10 mL de caldo Tetrationato (TT); � 2 Placas com Entérico de Hectoen (HE); � 2 Placas com Ágar Bismuto Sulfito (BS); � 2 Placas com Ágar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD); � 3 Placas com Àgar Sal Manitol ou Ágar Baird Parker (BP); 3. Procedimento 3.1 Determinação de Coliformes totais, Coliformes termotolerantes e E. coli - Técnica dos tubos múltiplos; 3.2 Detecção de Salmonela 3.3 Contagem de Estafilococos coagulase positivo - Contagem direta em placas 39 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT 4. Informações relativas à amostra: 4. Tipo de amostra e processo utilizado na fabricação_ 5. Fabricante, data de fabricação, código do lote: 6. Solicitante da análise: 7. Data e local de coleta da amostra: 8. Razão da análise: 5. Resultados: 5.1 Determinação de Coliformes totais, Coliformes termotolerantes, E. coli: a. Coliformes totais: b. Coliformes termotolerantes: c. Confirmação de E. coli: 5.2 Detecção de Salmonela: 5.3 Contagem de Estafilococos coagulase positivo 6. Conclusão: 40 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos –UFT Anexo 1 Planos de amostragem - Planos variáveis: fornecedor e matéria-prima conhecidos e dentro de padrões; - Planos por atributo: planos de 2 classes e de 3 classes. Condições presumíveis de manipulação e consumo após a amostragem Tipo de risco à saúde Condições reduzem o risco Condições mantém o risco inalterado Condições aumentam o risco Sem risco direto à saúde categoria 1 3 classes n = 5 c = 3 categoria 2 3 classes n = 5 c = 2 categoria 3 3 classes n = 5 c = 1 Risco baixo e indireto categoria 4 3 classes n = 5 c = 3 categoria 5 3 classes n = 5 c = 2 categoria 6 3 classes n = 5 c = 1 Risco moderado, direto e difusão restrita categoria 7 3 classes n = 5 c = 2 categoria 8 3 classes n = 5 c = 1 categoria 9 3 classes n = 10 c = 1 Risco moderado, direto e difusão extensa categoria 10 2 classes n = 5 c = 0 categoria 11 2 classes n = 10 c = 0 categoria 12 2 classes n = 20 c = 0 Risco direto, grave categoria 13 2 classes n = 15 c = 0 categoria 14 2 classes n = 20 c = 0 categoria 15 2 classes n = 60 c = 0 n = número de unidades submetidas à análise; c = número de unidade fora do padrão tolerado Fonte: ICMSF (1978) � Plano de duas classes: n = número de unidades submetidas à análise; c = número máximo aceitável de unidades que podem exceder o valor de m; m = número máximo de microrganismos/g tolerado. Exemplo: n = 5; c = 0; m = 0 (ausência). � Plano de três classes: n = número de unidades submetidas à análise; c = número máximo aceitável de unidades que podem exceder o valor de m; m = limite inferior do número de microrganismos/g tolerado; M = limite superior do número de microrganismos/g tolerado. Obs: uma unidade é considerada aceitável se o resultado for inferior a m e inaceitável se for superior a M. resultados entre m e M conferem ao produto uma qualidade chamada marginal Exemplo: n = 5; c = 2; m = 10; M = 102 Interpretação: - Se X > M = Inaceitável; - 2 unidades entre 5 podem conter entre 10 e 102 UFC/g; - Se 3 unidades entre 5 tem contagem entre 10 e 102 UFC/g, o lote é rejeitado. 41 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos – UFT � Definição dos microrganismos que devem ser estudados: a) Microrganismos sem risco direto à saúde: importância limitada quanto a capacidade de causar alterações nos alimentos, sem serem patogênicos. Ex: Fungos e bactérias aeróbias mesófilas; b) Microrganismos que oferecem um risco indireto à saúde do consumidor: indicadores de condições higiênico-sanitárias do produto, sem serem patogênicos, mas que podem indicar a possível presença de patógenos. A maioria é causadora de alterações nas características originais dos alimentos; c) Microrganismos que oferecem risco direto à saúde do consumidor: patógenos de interesse em alimentos. Dependendo da gravidade da patologia que provocam e do tamanho dos surtos que são capazes de causar. São classificados em três grupos: - Risco direto, moderado e difusão limitada: mic. potencialmente patogênicos que causam doenças relativamente brandas. Ex: S. aureus, C. perfringens tipo A, Coxiella burnetti, Yersinia enterocolitica, Campylobacter jejuni e o nematóide Trichinella spiralis; - Risco direto, moderado e difusão extensa: mic.potencialmente patogênicos que causam doenças mais graves que as do grupo anterior, e em doses infectantes mais baixas. Ex: Salmonella Typhimurium, E. coli patogênica, Shigella, Vibrio parahaemolyticus e estreptococos beta- hemolíticos;holeras - Risco direto e grave: mic. altamente patogênicos, que não devem estar presentes em nenhum alimento. Ex: C. botulinum, Salmonella Typhi, Salmonella Paratyphi A e B, Salmonella Cholerasuis, Shigella dysenteriae tipo I, Vibrio cholerae, Brucella melitensis, Clostridium perfringens tipo C e vírus da hepatite infecciosa. 42 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos – UFT Anexo 2 Soluções diluentes Solução salina-peptonada: Cloreto de sódio 8,5g Peptona 1,0g Água destilada 1000mL Dissolver os componentes em água destilada; Distribuir em frascos em volumes apropriados; Esterilizar em autoclave a 121ºC/15min. Solução citrato de sódio: Citrato de sódio 1,25g Água destilada 100mL Dissolver o citrato de sódio em água destilada; Distribuir em frascos em volumes apropriados; Esterilizar em autoclave a 121ºC/15min. Solução salina a 0,85%: Cloreto de sódio 0,85g Água destilada 100mL Dissolver o cloreto de sódio em água destilada; Distribuir em frascos em volumes apropriados; Esterilizar em autoclave a 121ºC/15min. 43 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos – UFT Anexo 3 Soluções desinfetantes Solução hipoclorito de sódio: Hipoclorito de sódio 100mg Água 1000mL Dissolver o hipoclorito em água. Concentração 100ppm. Solução de álcool iodado: Iodo 2,0g Álcool etílico a 70% 100mL Dissolver o iodo em álcool etílico 70%. Preparo do álcool 70%: - Álcool comercial 96ºGL = 92,8 INPM (Instituto Nacional de Pesos e Medidas – peso/volume) 1000mL de álcool ---- 92,8% X -------------------------- 70% X = 745,31mL de álcool 1000mL – 745,31mL = 245, 69mL - Para simplificar esta preparação sem perda significativa do poder bactericida do álcool 70%, adicionar 250mL de água a 750mL de álcool 92,8 INPM. 44 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos – UFT Anexo 4 Regras para cálculo dos resultados na contagem de microrganismos por plaqueamento Obs: As regras abaixo estão exemplificadas considerando o cálculo dos resultados na contagem de microrganismos por plaqueamento em profundidade. Regra 1 – Se a contagem for feita numa placa inoculada com a amostra sem diluição, sem duplicata, o número de unidades formadoras de colônias (UFC) é igual ao número de colônias (Exemplos 1 e 2 – Quadro 1). Se foi feita em duplicata, o número de UFC é igual à média aritimédica da contagem obtida em cada uma das placas da duplicata (Exemplos 3 e 4 do Quadro 1). Quadro 1. Exemplo N° de colônias na(s) placa(s) da diluição Contagem UFC/ml Sem diluição (100) 10 -1 10-2 Sem duplicata 1 199* 8 0 199 = 2,0 x 102 2 245* 22 2 245 = 2,5 x 102 Com duplicata 3 62* - 57* 6 – 5 (62+57)/2 = 59,2 = 6,0 x 101 4 123* - 136* 12 – 10 0 - 0 (123+136)/2 = 129,5 = 1,3 x 102 *Contagens efetivamente utilizadas no cálculo do resultado. Regra 2 – Se a contagem foi feita numa placa inoculada com a diluição 10 -1 ou maior, sem duplicata, calcular o número de UFC/g ou ml multiplicando o número de colônias pelo inverso da diluição inoculada. O inverso da diluição 10 -1 é 10 1 , o inverso da 10 -2 é 10 2 e assim por diante (Exemplos 5 e 6 do Quadro 2). Se foi feita duplicata, considerar como número de colônias a média aritmética da contagem obtida em cada uma das placas da duplicata e multiplicar pelo inverso da diluição (Exemplos 7 e 8 do Quadro 2). Quadro 2. Exemplo N° de colônias na(s) placa(s) da diluição Contagem UFC/ml 10 -1 10-2 10-3 Sem duplicata 5 199* 8 2 199 x 101 = 2,0 x 103 6 Inc 245* 22 245 x 102 = 2,5 x 104 Com duplicata 7 Inc – Inc 62* - 57* 6 - 5 [(62+57)/2] x 102 = 59,2 x 102 = 6,0 x 103 8 Inc – Inc Inc – Inc 239*-242* [(239+242)/2] x 103 = 240,5 x 103 = 2,4 x 105 *Contagens efetivamente utilizadas no cálculo do resultado. Inc = Incontável 45 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos – UFT Exemplo N° de colônias na(s) placa(s) da diluição (volume inoculado) Contagem UFC/ml 10 -1 (2ml) 10-2 (1ml) 10-3 (1ml) Sem duplicata 9 199* 18 2 (199/2) x 101 = 1,0 x 103 10 123* 2 0 (123/2) x 101 = 6,2 x 102 Com duplicata 11 62* - 57* 6 - 5 0 - 0 [(62+57)/2]/2 x 101 = 29,75 x 101 = Regra 3 – Se o volume inoculado da primeira diluição (ou da amostra sem diluição) foi diferente de 1 ml e a contagem foi feita na placa inoculada com esse volume, valem as regras anteriores mas o número de colônias deve ser dividido pelo volume inoculado, para calcular o resultado (exemplos 9, 10, 11 e 12 do Quadro 3). Quadro 3. 3,0 x 102 12 27* - 35* 3 – 3 0 - 0 [(27+35)/2]/2 x 101 = 15,5 x 101 = 1,6 x 102 *Contagens efetivamente utilizadas no cálculo do resultado. Regra 4 – Se a diluição não for decimal (1:20, 1:50, 1:200, etc.), valem as regras 2 e 3 mas é necessário inserir nos cálculos a diluição inicial aplicada. Considerando uma unidade analítica de m gramas ou mililitros, diluída em v mililitros de diluente, a diluição inicial é igual a m/(m+v), ou seja, unidade analítica dividida pelo volume total (diluente + unidade analítica). As diluições decimais subsequentes são a inicial multiplicada por 10-1(1° decimal), a inicial multiplicada por 10 -2(2° decimal) e assim por diante. Por exemplo, para uma unidade analítica de 50g preparada com 950ml de diluente, a diluição inicial é de 50/(50+950) = 50/1000 = 1:20. A 1° decimal é 10 -1/20, a 2° decimal é de 10 -2/20 e assim por diante. O cálculo dos resultados ainda é feito multiplicando-se o número de colônias pelo inverso da diluição mas, nesse caso, o inverso da diluição é a fração invertida: inverso da diluição 1/20 = 20/1, inverso da 10 -1/20 = 20 x 10-1, inverso da 10 -2/20 = 20 x 102 e assim por diante (exemplos 13, 14, 15, 16, 17 e 18 do Quadro 4). Quadro 4. Exemplo Unidade analítica Volume diluente Diluição inicial N° de colônias na(s) placa(s) da diluição UFC/g ou ml amostra Inicial 1° decimal 2° decimal Sem duplicata 13 10g 490ml 10/500=1/50 199* 18 2 199x50=1,0x104 14 25g 350ml 25/375=1/15 280 30* 2 30x15x101 = 4,5 x103 15 25g 975ml 25/1000=1/40 Inc Inc 133* 133x40x102= 5,3 x 105 Com duplicata 16 25g 475ml 25/500=1/20 273*- 229* 21 – 20 2 – 1 [(237+229)/2]x20=4,7x103 46 Coelho, A.F.S.; Silva, J. F. M. Apostila de aula prática de microbiologia de alimentos – UFT 17 10g 490ml 10/500=1/50 Inc - Inc 62* - 57* 6 – 5 [(62+57)/2]x50x101=3,0x104 18 10g 290ml 10/300=1/30 Inc - Inc Inc - Inc 239*- 242* [(239+242)/2]/2x30x102= 7,2x105 *Contagens efetivamente utilizadas no cálculo do resultado. Inc = Incontável Os exemplos acima são os de cálculos em condições ideais, com número de colônias na faixa de 25 a 250, em placas da mesma diluição, sem espalhamento. Mas são bastante frequentes as situações em que as placas não se apresentam em condições tão ideais, sendo aplicadas algumas regras básicas para o cálculo dos resultados. Essas regras são apresentadas a seguir, com exemplos no Quadro 4. Regra 5 – Uma placa da duplicata com contagem acima ou abaixo