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HISTORIA-E-EDUCACAO

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1 
 
 
 CENTRO ECUMÊNICO SUPERIOR PIAUIENSE – CESPI 
 CURSO LIVRE: PEDAGOGIA DO ENSINO RELIGIOSO 
 PROFº.: FRANCISCO RAFAEL SOARES DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO: PEDAGOGIA DO ENSINO RELIGIOSO (CURSO LIVRE) 
DISCIPLINA: HISTÓRIA E EDUCAÇÃO CARGA HORÁRIA: 60 H/A 
 
PLANO DE CURSO: 
 
EMENTA 
Grandes tendências do pensamento filosófico e suas implicações na Educação. Principais 
correntes do pensamento pedagógico a partir da modernidade. História da Educação no Brasil a 
partir do século XX. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Grandes tendências do pensamento filosófico e suas implicações na Educação; 
 Principais correntes do pensamento pedagógico a partir da modernidade; 
 História da Educação no Brasil a partir do século XX. 
 
AVALIAÇÃO 
O aluno será avaliado por atividades diversas que possibilitem o seu crescimento individual, 
considerando: frequência, pontualidade, participação e qualidade nos trabalhos (atividades em 
sala de aula). 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
ALMEIDA, Jane Soares de; SOUZA, Rosa Fátima de; VALDEMARIN, Vera Teresa. O legado 
educacional do século XX no Brasil. 2.ed. Campinas: Autores Associados, 2006. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2000. 
GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. História da Educação. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez, 1994. 
ROMANELLI, O. de O. História da Educação no Brasil. 36 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 
 
 
 
 
CESPI
 CHABAD 
 
CENTRO ECUMÊNICO SUPERIOR PIAUIENSE 
 
Mantido pela Associação Beneficente Ecumenista do Estado do Piauí – 
ABECEPI, CNPJ nº 08.849.314/0001-75. 
SEDE REGIONAL: RUA FELINTO RESENDE, 1119 – CENTRO. 
 CEP: 64.260 – 000 / PIRIPIRI – PIAUÍ 
 
Escritório Piripiri (86) 999581652 ou 994461074 
 
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3 
 
HISTÓRIA & EDUCAÇÃO 
 
“Em matéria de educação os governantes têm algo a comemorar. Pois 
nunca, antes, na história desse país, as pessoas escreveram tanto 
como estão escrevendo agora. É a magia das redes sociais. Os 
governantes só não perceberam, ainda, que a maioria dessas pessoas 
está com problemas de alfabetização.” (Suzana Pedroso) 
 
 
A História da Educação no Brasil é o estudo da evolução da Educação, do ensino, da 
instrução e das práticas pedagógicas no Brasil. Como um processo sistematizado de transmissão 
de conhecimentos, evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas. 
De início, a História da educação brasileira é indissociável da Companhia de Jesus. As 
negociações de Dom João III, junto a esta ordem missionária católica pode ser considerado um 
marco. 
A História da Educação no Brasil inicia-se no período colonial, quando começam as 
primeiras relações entre Estado e Educação, por meio dos jesuítas que chegaram em 1549, 
chefiados pelo Padre Manoel da Nóbrega. Em 1759, com as reformas pombalinas, houve a 
expulsão dos jesuítas, passando a ser instituído o ensino laico e público, e os conteúdos 
basearam-se nas Cartas Régias. Muitas mudanças ocorreram até que se chegasse à pedagogia 
dos dias de hoje. As principais reformas foram Benjamim Constant (1890), Epitácio Pessoa 
(1901), Rivadávia Correia (1911), Carlos Maximiliano (1915), João Alves da Rocha Vaz (1925), 
Francisco Campos (1932), Gustavo Capanema (1946) e as Leis de Diretrizes e Bases de 1961, 
1968, 1971 e 1996. 
 
CHOQUES CULTURAIS 
 
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território 
do Novo Mundo. Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses levaram ao Brasil um 
padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que viviam no 
Brasil já não possuíssem características próprias de se fazer educação. A educação que se 
praticava entre as populações indígenas não tinha as "marcas repressivas" do modelo 
educacional europeu. 
A educação no Brasil não teve o mesmo incentivo que nas demais colônias européias na 
América, como as espanholas. Enquanto na América Hispânica foram fundadas diversas 
universidades desde 1538 (Universidade de Santo Domingo) e 1551 (Universidade do México, 
Universidade de Lima), a primeira universidade brasileira só surgiu em 1912 (Universidade 
Federal do Paraná. 
4 
 
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: 
UMA LONGA JORNADA RUMO À UNIVERSALIZAÇÃO 
 
Desde a chegada dos jesuítas ao Brasil, no período colonial, muitas mudanças ocorreram na educação - alguns 
problemas porém, ainda assombram os brasileiros 
 
Uma educação focada exclusivamente na catequização. Foi assim que nasceu o embrião 
do ensino no Brasil, em 1549, quando os primeiros jesuítas desembarcaram na Bahia. A 
educação pensada pela Igreja Católica - que mantinha uma relação estreita com o governo 
português - tinha como objetivo converter a alma do índio brasileiro à fé cristã. Havia uma divisão 
clara de ensino: as aulas lecionadas para os índios ocorriam em escolas improvisadas, 
construídas pelos próprios indígenas, nas chamadas missões; já os filhos dos colonos recebiam o 
conhecimento nos colégios, locais mais estruturados por conta do investimento mais pesado. 
“Os índios são papel em branco”, escreveu, certa vez, o líder jesuíta no Brasil, o padre 
Manuel de Nóbrega, em carta enviada à corte portuguesa. A educação dos índios, em especial da 
tribo curumim, era uma tarefa encampada pelo padre José de Anchieta, homem considerado um 
dos mais atuantes pedagogos da Companhia de Jesus. Para educar os indígenas, Anchieta 
lançava mão de recursos ainda atuais em algumas escolas brasileiras, como o teatro, a música e 
a poesia. Por causa de sua obra preservada, especialmente as cartas em que documentava as 
rotinas escolares, Anchieta pode ser apontado como um dos nomes de maior destaque da 
história da educação brasileira. 
Em outra ponta da educação, com um atendimento diferenciado, estavam os filhos de 
portugueses. Os descendentes de europeus também frequentavam as aulas dos jesuítas, mas 
recebiam um ensinamento mais aprofundado, inclusive de outras matérias. 
O conhecimento repassado aos alunos não se restringia à propagação do ensino religioso, 
e envolvia mais conteúdo voltado às letras. A diferenciação do ensino para este público 
5 
 
privilegiado era um pedido que vinha de cima, feito pela própria elite colonial que morava no 
Brasil. 
De acordo com os registros históricos, a hierarquia familiar dos portugueses funcionava da 
seguinte maneira: o primogênito teria direito sobre todas as propriedades da família; o segundo 
filho era enviado aos colégios e, possivelmente, completaria seus estudos superiores na Europa; 
já o terceiro seria entregue à Igreja para seguir a vida religiosa. A educação letrada no Brasil 
colonial era direcionada somente aos homens. As mulheres não tinham acesso aos colégios e 
eram educadas somente para a vida doméstica e religiosa. 
Ainda que houvesse uma segregação clara entre os ensinamentos repassados aos índios 
e aos filhos dos colonos, a educação jesuítica seguia (ou tentava seguir) um documento 
curricular: o Ratio Studiorum. Elaborado em 1599, a diretriz curricular era a base do conteúdo 
pensada pela Igreja. No Ratio, constava o ensino da gramática média, da gramática superior, das 
humanidades, da retórica, da filosofiae da teologia. A partir do ensino das letras, começava a se 
formar no país uma organização da sociedade hierarquizada pelo acesso à alfabetização. Isto é: 
teria mais chances de prosperar na colônia aquele que aprendesse a ler e escrever. Nos locais de 
ensino da Companhia de Jesus, os comportamentos exemplares eram bastante cobrados pelos 
padres. Os alunos que desrespeitassem os princípios morais cristãos eram punidos com castigos. 
 
 
Ratio Studiorum, de 1599: conteúdo elaborado pela Igreja 
 
6 
 
Ao todo, até ser expulsa do Brasil, a Companhia de Jesus criou 25 residências, 36 missões 
e 17 colégios e seminários. “Talvez a Companhia tenha sido a mais importante, mas tivemos 
outras ordens religiosas operando no ensino brasileiro”. 
Em 1750, ano da assinatura do Tratado de Madrid entre Portugal e Espanha, a até então 
confortável situação da Companhia de Jesus no Brasil começou a se deteriorar. Nove anos 
depois, ocorreu a expulsão desta ordem religiosa das terras brasileiras. A educação jesuítica 
guarda poucas semelhanças com o que vemos hoje em dia nas escolas. O legado deixado pelos 
soldados de Cristo, porém, ainda é muito debatido na academia. Afinal, eles foram os predadores 
ou construtores da cultura? 
 
UM ENSAIO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA 
 
A expulsão dos jesuítas, comandada pelo então primeiro-ministro de Portugal, Marquês do 
Pombal, significou uma remodelação total do sistema de ensino brasileiro. Por ordem do Estado, 
os jesuítas tiveram seus livros e manuscritos destruídos pelos portugueses, e a religião foi 
deixada de lado nos currículos. Tratava-se de uma tentativa de introduzir matérias mais práticas 
no dia a dia escolar. Entre a expulsão dos jesuítas e a organização de um novo modelo no Brasil, 
no entanto, o país amargou um hiato de cerca de dez anos sem uma escola estruturada. 
Influenciado pelos ideais iluministas, Pombal tinha convicção de que era preciso modificar 
a educação no Brasil. E isso ocorre formalmente em 1772, com a chamada reforma pombalina. 
Após a instauração dessas mudanças, o Brasil dá seus primeiros passos na criação de um ensino 
público. A desestruturação da escola jesuíta, porém, fez com que os índios perdessem espaço no 
sistema de ensino. Por outro lado, a reorganização tornou o professor uma figura central do 
processo educacional. Neste período, foram criadas as aulas régias, ministradas por docentes 
concursados, que eram funcionários do Estado. 
Curiosamente, as aulas régias eram realizadas nas casas dos próprios professores. Essa 
pulverização dos locais de ensino foi uma das principais dificuldades enfrentadas pelo governo 
português, que, além de não conseguir dar conta da formação de professores - uma carência 
histórica no país -, deixou vários jovens sem acesso às aulas. Não havia, também, uma 
sistematização da idade escolar. Eram atendidas crianças a partir dos sete anos, mas não existia 
um limite estabelecido para o tempo de estudo. Ainda há muito o que se pesquisar sobre este 
período, mas o que se tem de documentação histórica mostra que o alcance do ensino após as 
reformas pombalinas foi menor do que as práticas estruturadas pela Companhia de Jesus, cujo 
trabalho se espalhou por quase todo o país. 
 
 
7 
 
EDUCAÇÃO VIRA LEI 
 
Um dos momentos mais importantes da história da educação no Brasil ocorre com a 
chegada da família real ao Brasil, em 1808, fugida da Europa por conta da invasão napoleônica a 
Portugal. Em um dos navios vindos da Europa, desembarcaram no Rio de Janeiro cerca de 60 mil 
livros que, mais tarde, dariam origem à Biblioteca Nacional, na própria capital carioca. A presença 
da coroa portuguesa impulsionou alguns investimentos na área da educação, aportes que 
culminaram na criação das primeiras escolas de ensino superior. Estes locais tinham como foco, 
exclusivamente, preparar academicamente os filhos da nobreza portuguesa e da aristocracia 
brasileira. 
 
 
Material didático de Português, utilizado em 1915 
 
De acordo com a historiadora Maria de Lourdes de Fávaro, esses locais tiveram duas 
características marcantes: o ensino profissionalizante e a preparação para o trabalho no serviço 
público - ou seja, para exercer diferentes funções na corte portuguesa. Na Bahia, os primeiros 
cursos criados foram nas áreas de Medicina e Economia. Em 1818, em Salvador, também foi 
criado o curso de Desenho Industrial. No Rio de Janeiro, além do curso de Medicina, foram 
abertos locais onde eram ensinadas práticas de agricultura e química. Inicialmente, apenas 
nesses dois estados as escolas de ensino superior foram instaladas. 
Apesar de o país ter se tornado independente em 1822, a educação, durante o período 
Imperial, não contabilizou muitos avanços práticos. A gratuidade do ensino, estabelecida por 
determinação da corte portuguesa, não representou, de fato, investimentos em construção de 
escolas com espaços físicos adequados, muito menos contratação de professores bem formados 
8 
 
e uso de métodos e materiais didáticos aprofundados. A falta de prioridade do investimento em 
educação prejudicou de forma mais significativa as classes populares do país. Os filhos das 
famílias mais ricas, por outro lado, tinham acesso facilitado ao colégio, e poderiam cursar 
universidades em Portugal. 
Em 1827, foi sancionada a primeira lei brasileira que tratava exclusivamente da educação. 
O texto, em seu artigo 1º, afirmava que “Em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, 
haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias”. A nova regra também foi um 
marco para as garotas, que passaram a se misturar aos meninos nas escolas de letras do 
Estado. Não havia, ainda, uma duração de tempo definida para o ensino primário, mas a lei foi o 
início de uma nova forma de organizar o ensino brasileiro. 
No artigo 6º, a lei versava sobre as matérias que os professores deveriam ensinar em sala 
de aula. Constava do texto da lei o ensino da leitura, da escrita e da matemática, além princípios 
de moral cristã da religião católica e da história do Brasil. No mesmo texto, estranhamente, havia 
a previsão de que os professores considerados pouco qualificados para lecionar deveriam 
complementar a sua formação de forma individual - o Estado não bancaria a capacitação do 
docente. Neste ponto, o governo se isentou de investir e direcionar a capacitação dos 
profissionais de ensino - sendo que ainda predominavam os professores régios no país, 
decorrentes da reforma pombalina do século 18. 
Só depois de alguns anos que a preocupação com a formação do professor voltou a se 
tornar uma prioridade. Os concursos para contratação de professores públicos avaliavam, como 
critério mais importante do que a formação formal, o nível de conhecimento sobre os assuntos de 
sala de aula. Em 1834, o governo monárquico inaugurou a primeira escola de formação de 
professores, a Escola Normal de Niterói. Durante os primeiros 50 anos de funcionamento, as 
escolas normais eram frequentadas quase que exclusivamente por homens. 
Durante o período regencial, ocorreu uma reforma na Constituição que dura até hoje. No 
chamado Ato Adicional, instituído pelo governo, foi definido que o ensino elementar, o secundário 
e a formação de professores seriam de responsabilidade das províncias, e o ensino superior 
ficaria sob o guarda-chuva do poder central. Com isso, foi fortalecida a descentralização do 
ensino, com consequências negativas para a organização da educação no país. 
 
EFERVESCÊNCIA DE PENSAMENTO 
 
Após a proclamação da República, algumas reformas pontuais foram realizadas. A primeira 
delas foi do ministro da Instrução, Benjamin Constant, realizada em 1890, com foco no ensino 
superior. As escolasde base, no entanto, não entraram nas prioridades dos primeiros governos 
republicanos. Uma das heranças do período imperial brasileiro na Constituição Republicana de 
9 
 
1891 foi a manutenção da dualidade do sistema escolar: boas e poucas escolas para as elites e 
escolas de qualidade duvidosa para os demais. Basicamente, as escolas mantidas pelo governo 
federal eram destinadas aos mais ricos. Sobravam para as camadas mais pobres os colégios do 
sistema estadual, que, mesmo com um investimento maior após a lei republicana, eram locais 
com estrutura carente e composto por professores de baixa qualificação. 
A tentativa de mudar essa realidade teve maior impulso a partir da década de 1920. O 
movimento da Escola Nova ganhou força no ambiente educacional, que sofreu reformas 
estaduais inspiradas nas ideais escolanovistas. Nomes como o do educador Anísio Teixeira 
despontaram como lideranças do movimento. A Escola Nova, no Brasil, ficou marcada pela 
tentativa de tornar a educação mais inclusiva e adotar um modelo mais moderno de ensino, 
voltado para uma educação prática da vida, tendo como base as ideias do filósofo americano 
John Dewey. 
O modelo de escolas parque, por exemplo, implantado na Bahia e no Distrito Federal, 
embora tenha fracassado, foi um produto das ideias da Escola Nova. “Alguns estados conseguem 
se desenvolver mais, como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mas 
em toda parte vemos esse esforço”, diz Rosa Fátima. Neste período, mesmo que com caráter 
privado, inicia-se uma preocupação com a educação infantil. 
Ainda na década de 1920, é fundada a Associação Brasileira de Educação (ABE), criada 
por Heitor Lira. A entidade tinha a função era promover os primeiros grandes debates sobre a 
educação em nosso país. Apesar dos esforços para tentar avançar na implantação de um sistema 
educacional consistente, o analfabetismo entre jovens e adultos, um problema de âmbito 
nacional, continua assolando a sociedade. De acordo com o IBGE, a taxa de analfalbetismo na 
década de 1920, para pessoas a partir dos 15 anos, era de 65%. O percentual só foi baixar da 
metade da população na década de 1940, quando caiu para 40%, o que representava cerca de 
15 milhões de pessoas. 
 
ESCOLAS PROFISSIONALIZANTES E A LDB 
 
Com o golpe de 1930, alguns nomes de projeção na educação da década anterior 
ocuparam posições de destaque no cenário educacional. É no governo ditatorial de Getúlio 
Vargas que, apesar do controle ideológico que havia nas salas de aula, inicia-se um movimento 
em direção à criação de um sistema organizado de ensino. Uma das primeiras iniciativas do 
governo foi a criação do Ministério da Educação - ocupado primeiramente por Francisco Campos 
- e das secretarias estaduais de Educação. 
A Constituição de 1934 foi a primeira a incluir em seu texto um capítulo inteiro sobre a 
educação. Fruto da forte centralização nacional que marcou o período varguista, o sistema 
10 
 
educacional seguia as orientações e determinações do governo federal. A autonomia dos Estados 
era bastante limitada e regulada. Em 1942, foi regulamentado o ensino industrial. No mesmo ano, 
surgem as escolas do SENAI, direcionadas, especialmente, às camadas mais pobres da 
população. 
Mas foi só após o governo varguista que a educação apareceu na Constituição como “um 
direito de todos”. No fim da década de 1940, as escolas secundárias têm forte expansão e, aos 
poucos, vão perdendo seu caráter elitista, embora o acesso ainda não fosse de todos. Segundo 
dados do Serviço de Estatística do Ministério da Educação e Cultura, em 1940, eram 155 mil 
frequentadores dessa etapa escolar. Dez anos depois, o número sobre para 365 mil. No ensino 
profissionalizante, também, a quantidade de alunos mais que dobra. É nesta época, inclusive, que 
as ideia do pedagogo pernambucano Paulo Freire ganham repercussão nacional, em especial 
seus métodos de alfabetização e de educação da população carente. 
 
 
Capa de livro de História usado pelo Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1945 
 
Em 1961, é promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Histórico, 
o documento institui um núcleo de disciplinas comuns a todos os ramos. Mas é na segunda 
versão da LDB, porém, que se torna possível enxergar um sistema de ensino mais parecido com 
o atual. Outra questão é que, neste período, cresce a participação das mulheres no ensino 
público; a divisão entre os sexos fica quase metade a metade, compara a professora. Neste 
documento, de 1971, fica obrigatória a conclusão do primário, fixado em oito anos, e passam a 
ser utilizados os termos 1º grau e 2º grau - nesta segunda fase escolar, procura-se imprimir um 
caráter mais técnico, por preferência dos militares que comandavam o país. Essa ideia prevalece 
até 1982. 
11 
 
Essa estrutura permanece até LDB de 1996, quando entra em vigor a denominação de 
Ensino Fundamental e Ensino Médio. A mudança ocorrida naquele ano incluiu ambos os períodos 
como etapas da educação básica, e integrou, oficialmente, a educação infantil, que ganhou mais 
relevância no cenário nacional. 
Apesar da construção educacional brasileira ter uma trajetória de quase 500 anos, o país 
ainda enfrenta gargalos na área. E o analfabetismo é um deles. O Plano Nacional de Educação 
(PNE), por exemplo, estabelece que o problema deve ser erradicado até 2025. Números do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porém, são desanimadores. Em 2017, foram 
computados 12 milhões de analfabetos, o que representa 7,2% da população adulta - o mesmo 
PNE, inclusive, estabeleceu uma meta de 6,5% até 2015. 
Embora o Ensino Fundamental esteja praticamente universalizado no Brasil, o acesso à 
educação para crianças entre 4 e 5, que se tornou obrigatório, é de 90%. O dado é ainda pior nas 
faixas entre 15 e 17 anos, cuja taxa de escolarização é de 87,2%. A valorização do magistério e 
as condições de estrutura das escolas são exemplos de coisas que avançamos pouco. Temos 
escolas ótimas, mas em várias regiões do país há uma precariedade absurda. A valorização do 
professor é um problema secular no Brasil, o que faz da qualidade do ensino, desde a educação 
infantil, nosso maior gargalo. 
 
 
DIVISÃO HISTÓRICA EDUCACIONAL NO BRASIL 
 
 
Período Jesuítico (1549-1759) 
 
A educação indígena foi interrompida com a chegada dos jesuítas. Os primeiros chegaram 
ao território brasileiro em março de 1549. Comandados pelo Padre Manoel da Nóbrega, quinze 
dias após a chegada edificaram a primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como 
mestre o Irmão Vicente Rodrigues, de apenas 21 anos. Irmão Vicente tornou-se o primeiro 
professor nos moldes europeus, em terras brasileiras, e durante mais de 50 anos dedicou-se ao 
ensino e a propagação da fé religiosa. 
No Brasil os jesuítas se dedicaram à pregação da fé católica e ao trabalho educativo. 
Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e 
escrever. De Salvador a obra jesuítica estendeu-se para o sul e, em 1570, já era composta por 
cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São 
Paulo de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia). 
12 
 
Quando os jesuítas chegaram ao território, eles não trouxeram somente a moral, os 
costumes e a religiosidade européia; trouxeram também os métodos pedagógicos. Todas as 
escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, o Ratio Studiorum, escrito por Inácio 
de Loiola. Eles não se limitaram ao ensino das primeiras letras; além do curso elementar, 
mantinham cursos de Letras e Filosofia, consideradossecundários, e o curso de Teologia e 
Ciências Sagradas, de nível superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava-
se Gramática Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava-se Lógica, 
Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. 
 
Período Pombalino (1760-1808) 
 
Este método funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova 
ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de 
Pombal. 
No momento da expulsão, os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e 
seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as 
cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou 
uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo 
educacional. 
Com a expulsão, saíram do Brasil 124 jesuítas da Bahia, 53 de Pernambuco, 199 do Rio 
de Janeiro e 133 do Pará. Com eles levaram também a organização monolítica baseada no Ratio 
Studiorum. Desta ruptura, pouca coisa restou de prática educativa no Brasil. Continuaram a 
funcionar o Seminário Episcospal, no Pará, e os Seminários de São José e São Pedro, que não 
se encontravam sob a jurisdição jesuítica; a Escola de Artes e Edificações Militares, na Bahia, e a 
Escola de Artilharia, no Rio de Janeiro. 
Os jesuítas foram expulsos das colônias em função de radicais diferenças de objetivos com 
os dos interesses da Corte. Enquanto os jesuítas preocupavam-se com o proselitismo e o 
noviciado, Pombal pensava em reerguer Portugal da decadência que se encontrava diante de 
outras potências européias da época. Além disso, Lisboa passou por um terremoto que destruiu 
parte significativa da cidade e precisava ser reerguida. A educação jesuítica não convinha aos 
interesses comerciais emanados por Pombal. Se as escolas da Companhia de Jesus tinham por 
objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos 
interesses do Estado. 
Pelo alvará de 28 de junho de 1759, ao mesmo tempo em que suprimia as escolas 
jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, Pombal criava as aulas régias de Latim, Grego e 
Retórica. Criou também a Diretoria de Estudos que só passou a funcionar após o seu 
13 
 
afastamento. Cada aula régia era autônoma e isolada, com professor único e uma não se 
articulava com as outras. 
Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer 
uma solução. Para isso, instituiu-se o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primário e 
médio. Criado em 1772, o “subsídio” era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne 
verde, o vinho, o vinagre e a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e 
os professores ficavam longos períodos sem receber vencimentos a espera de uma solução vinda 
de Portugal. 
Os professores geralmente não tinham preparação para a função, já que eram 
improvisados e mal pagos. Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se 
tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias. 
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação 
brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que 
pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação. 
 
Período Joanino (1808–1821) 
 
A mudança da Família Real, em 1808, permitiu uma nova ruptura com a situação anterior. 
Para atender as necessidades de sua estadia no Brasil, D. João VI abriu Academias Militares, 
Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e, sua iniciativa mais 
marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia. Segundo alguns autores, o Brasil foi 
finalmente "descoberto" e a nossa História passou a ter uma complexidade maior. O surgimento 
da imprensa permitiu que os fatos e as idéias fossem divulgados e discutidos no meio da 
população letrada, preparando terreno propício para as questões políticas que permearam o 
período seguinte da História do Brasil. 
Na verdade não se conseguiu implantar um sistema educacional nas terras brasileiras 
mas, segundo alguns autores, o Brasil foi finalmente "descoberto" e a História do país passou a 
ter uma complexidade maior. 
A educação, no entanto, continuou a ter uma importância secundária. Para o professor 
Lauro de Oliveira Lima (1921- ) "a 'abertura dos portos', além do significado comercial da 
expressão, significou a permissão dada aos 'brasileiros' (madereiros de pau-brasil) de tomar 
conhecimento de que existia, no mundo, um fenômeno chamado civilização e cultura". 
 
 
 
 
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Período Imperial (1822-1889) 
 
D. João VI volta a Portugal em 1821. Em 1822, seu filho D. Pedro I proclama a 
Independência do Brasil e, em 1824, outorga a primeira Constituição brasileira. O Art. 179 desta 
Lei Magna dizia que a "instrução primária é gratuita para todos os cidadãos". 
Em 1823, na tentativa de se suprir a falta de professores, institui-se o Método Lancaster, 
ou do "ensino mútuo", pelo qual um aluno treinado (decurião) ensinava um grupo de 10 alunos 
(decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor. 
Em 1826, um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), 
Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827 um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em 
todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. 
Propunha ainda a abertura de escolas para meninas. 
Em 1834, o Ato Adicional à Constituição dispõe que as províncias passariam a ser 
responsáveis pela administração do ensino primário e secundário. Graças a isso, em 1835, surge 
a primeira Escola Normal do país, em Niterói (Escola Normal de Niterói). No entanto, os bons 
resultados pretendidos não aconteceram, já que, pelas dimensões do país, a educação brasileira 
perdeu-se, obtendo resultados pífios. 
Em 1837, onde funcionava o Seminário de São Joaquim, na cidade do Rio de Janeiro, é 
criado o Colégio Pedro II, com o objetivo de se tornar um modelo pedagógico para o curso 
secundário. Efetivamente, o Colégio Pedro II não conseguiu se organizar até o fim do Império 
para atingir tal objetivo. 
Consta que o Imperador D. Pedro II, quando lhe perguntaram que profissão escolheria não 
fosse Imperador, afirmou que gostaria de ser "mestre-escola". Apesar de sua afeição pessoal 
pela tarefa educativa, pouco foi feito, em sua gestão, para que se criasse, no Brasil, um sistema 
educacional. 
Por todo o Império, incluindo D. Pedro I e D. Pedro II, pouco se fez pela educação 
brasileira e muitos reclamavam de sua qualidade ruim. Com a Proclamação da República, 
tentaram-se reformas que pudessem dar uma nova guinada, mas a educação brasileira não 
sofreu um processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em 
termos de modelo. 
 
República Velha (1889-1929) 
 
A República proclamada adotou o modelo político estadunidense baseado no sistema 
presidencialista. Na organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista. A Reforma 
de Benjamin Constant tinha como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como 
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também a gratuidade da escola primária. Estes princípios seguiam a orientação do que estava 
estipulado na Constituição brasileira. Uma das intenções desta Reforma era transformar o ensino 
em formador de alunos para os cursos superiores e não apenas preparador. Outra intenção era 
substituir a predominâncialiterária pela científica. 
Esta Reforma foi bastante criticada: pelos positivistas, já que não respeitava os princípios 
pedagógicos de Comte; pelos que defendiam a predominância literária, já que o que ocorreu foi o 
acréscimo de matérias científicas às tradicionais, tornando o ensino enciclopédico. 
O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a Lógica entre as matérias e retira a Biologia, a 
Sociologia e a Moral, acentuando, assim, a parte literária em detrimento da científica. 
A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundário se tornasse 
formador do cidadão e não como simples promotor a um nível seguinte. Retomando a orientação 
positivista, prega a liberdade de ensino, entendendo-se como a possibilidade de oferta de ensino 
que não seja por escolas oficiais, e de freqüência. Além disso, prega ainda a abolição do diploma 
em troca de um certificado de assistência e aproveitamento e transfere os exames de admissão 
ao ensino superior para as faculdades. Os resultados desta Reforma foram desastrosos para a 
educação brasileira. 
Num período complexo da História do Brasil surge a Reforma João Luiz Alves que introduz 
a cadeira de Moral e Cívica com a intenção de tentar combater os protestos estudantis contra o 
governo do presidente Artur Bernardes. 
A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de mudança das 
características políticas brasileiras. Foi nesta década que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte 
(1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do Partido Comunista do Brasil (1922), a 
Rebelião Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 a 1927). 
Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas reformas de 
abrangência estadual, como as de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na 
Bahia, em 1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas Gerais, em 1927, a de 
Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, 
em Pernambuco, em 1928. 
 
Segunda República (1930-1936) 
 
A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no modelo capitalista de 
produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse 
investir no mercado interno e na produção industrial. A nova realidade brasileira passou a exigir 
uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 
1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório 
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sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda 
inexistentes. Estes Decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco Campos". 
Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da 
época. Em 1934, a nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a 
educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos. Ainda 
em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São 
Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades 
Brasileiras de 1931. Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a 
Universidade do Distrito Federal, no atual município do Rio de Janeiro, com uma Faculdade de 
Educação na qual se situava o Instituto de Educação. 
 
Estado Novo (1937-1945) 
 
Refletindo tendências fascistas, é outorgada uma nova Constituição em 1937]. A 
orientação político-educacional para o mundo capitalista fica bem explícita em seu texto 
sugerindo a preparação de um maior contingente de mão-de-obra para as novas atividades 
abertas pelo mercado. Neste sentido a nova Constituição enfatiza o ensino pré-vocacional e 
profissional. Por outro lado propõe que a arte, a ciência e o ensino sejam livres à iniciativa 
individual e à associação ou pessoas coletivas públicas e particulares, tirando do Estado o dever 
da educação. Mantém ainda a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário Também dispõe 
como obrigatório o ensino de trabalhos manuais em todas as escolas normais, primárias e 
secundárias. 
No contexto político o estabelecimento do Estado Novo, segundo a historiadora Otaíza 
Romanelli, faz com que as discussões sobre as questões da educação, profundamente ricas no 
período anterior, entrem "numa espécie de hibernação". As conquistas do movimento renovador, 
influenciando a Constituição de 1934, foram enfraquecidas nessa nova Constituição de 1937. 
Marca uma distinção entre o trabalho intelectual, para as classes mais favorecidas, e o trabalho 
manual, enfatizando o ensino profissional para as classes mais desfavorecidas. 
Em 1942, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, são reformados alguns ramos do 
ensino. Estas Reformas receberam o nome de Leis Orgânicas do Ensino, e são compostas por 
Decretos-lei que criam o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e valoriza o 
ensino profissionalizante. 
O ensino ficou composto, neste período, por cinco anos de curso primário, quatro de curso 
ginasial e três de colegial, podendo ser na modalidade clássico ou científico. O ensino colegial 
perdeu o seu caráter propedêutico, de preparatório para o ensino superior, e passou a se 
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preocupar mais com a formação geral. Apesar dessa divisão do ensino secundário, entre clássico 
e científico, a predominância recaiu sobre o científico, reunindo cerca de 90% dos alunos do 
colegial. 
 
República Nova (1946-1963) 
 
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova Constituição de cunho 
liberal e democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade 
de se cumprir o ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases 
da educação nacional. Além disso, a nova Constituição fez voltar o preceito de que a educação é 
direito de todos, inspirada nos princípios proclamados pelos Pioneiros, no Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova, nos primeiros anos da década de 30. 
Ainda em 1946 o então Ministro Raul Leitão da Cunha regulamenta o Ensino Primário e o 
Ensino Normal, além de criar o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, 
atendendo as mudanças exigidas pela sociedade após a Revolução de 1930. 
Baseado nas doutrinas emanadas pela Carta Magna de 1946, o Ministro Clemente Mariani, 
cria uma comissão com o objetivo de elaborar um anteprojeto de reforma geral da educação 
nacional. Esta comissão, presidida pelo educador Lourenço Filho, era organizada em três 
subcomissões: uma para o Ensino Primário, uma para o Ensino Médio e outra para o Ensino 
Superior. Em novembro de 1948 este anteprojeto foi encaminhado à Câmara Federal, dando 
início a uma luta ideológica em torno das propostas apresentadas. Num primeiro momento as 
discussões estavam voltadas às interpretações contraditórias das propostas constitucionais. Num 
momento posterior, após a apresentação de um substitutivo do Deputado Carlos Lacerda, as 
discussões mais marcantes relacionaram-se à questão da responsabilidade do Estado quanto à 
educação, inspirados nos educadores da velha geração de 1930, e a participação das instituições 
privadas de ensino. 
Depois de 13 anos de acirradas discussões foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de 
dezembro de 1961, sem a pujança do anteprojeto original, prevalecendo as reivindicações da 
Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que 
defendiam o monopólio estatal para a oferta da educaçãoaos brasileiros. 
Se as discussões sobre a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional foi o fato 
marcante, por outro lado muitas iniciativas marcaram este período como, talvez, o mais fértil da 
História da Educação no Brasil: em 1950, em Salvador, no estado da Bahia, Anísio Teixeira 
inaugura o Centro Popular de Educação (Centro Educacional Carneiro Ribeiro), dando início a 
sua idéia de escola-classe e escola-parque; em 1952, em Fortaleza, estado do Ceará, o educador 
Lauro de Oliveira Lima inicia uma didática baseada nas teorias científicas de Jean Piaget: o 
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Método Psicogenético; em 1953, a educação passa a ser administrada por um Ministério próprio: 
o Ministério da Educação e Cultura; em 1961, tem início uma campanha de alfabetização, cuja 
didática, criada pelo pernambucano Paulo Freire, propunha alfabetizar em 40 horas adultos 
analfabetos; em 1962 é criado o Conselho Federal de Educação, que substitui o Conselho 
Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação e, ainda em 1962, é criado o 
Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional de Alfabetização, pelo Ministério da 
Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire. 
 
Regime Militar (1964-1985) 
 
Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação 
brasileira, sob o pretexto de que as propostas eram "comunizantes e subversivas". 
O Regime Militar espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua proposta 
ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; 
estudantes foram presos e feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os 
estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 
477 calou a boca de alunos e professores. 
Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. Para acabar com os 
"excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para serem aprovados, mas não conseguiam 
vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório. 
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização – 
MOBRAL, aproveitando-se, em sua didática, do expurgado Método Paulo Freire. O MOBRAL se 
propunha a erradicar o analfabetismo no Brasil: não conseguiu. E, entre denúncias de corrupção, 
acabou por ser extinto e, no seu lugar criou-se a Fundação Educar. 
É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos 
interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 
5.692, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais 
marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante. 
 
Nova República (1986- aos dias atuais) 
 
No fim do Regime Militar a discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o 
seu sentido pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais 
ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num 
sentido mais amplo do que as questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação 
direta entre professor e estudante e à dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em 
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suas funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais de outras áreas, 
distantes do conhecimento pedagógico, passaram a assumir postos na área da educação e a 
concretizar discursos em nome do saber pedagógico. 
No bojo da nova Constituição, um Projeto de Lei para uma nova LDB foi encaminhado à 
Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elísio, em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge 
Hage enviou à Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta 
um novo Projeto que acabou por ser aprovado em dezembro de 1996, oito anos após o 
encaminhamento do Deputado Octávio Elísio. 
Neste período, do fim do Regime Militar aos dias de hoje, a fase politicamente marcante na 
educação, foi o trabalho do economista e Ministro da Educação Paulo Renato de Souza. Logo no 
início de sua gestão, através de uma Medida Provisória extinguiu o Conselho Federal de 
Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado ao Ministério da Educação e 
Cultura. Esta mudança tornou o Conselho menos burocrático e mais político. Jamais houve 
execução de tantos projetos na área da educação numa só administração. 
O mais contestado deles foi o Exame Nacional de Cursos e o seu "Provão", onde os alunos 
das universidades têm que realizar uma prova ao fim do curso para receber seus diplomas. Esta 
prova, em que os alunos podem simplesmente assinar a ata de presença e se retirar sem 
responder nenhuma questão, é levada em consideração como avaliação das instituições. Além do 
mais, entre outras questões, o exame não diferencia as regiões do país. 
Em 2003, ante a percepção de que Fernando Henrique e seu partido de certo modo se 
acomodaram no poder, o PT, com Luís Inácio Lula da Silva, terá dois mandatos para mostrar seu 
projeto para o Brasil. Destacam-se a política externa, que se aproximou da África e da América 
Latina, além dos programas de auxílio à população carente, enquanto o governo opta por manter 
as conquistas econômicas do Plano Real, gerindo seu crescimento. Pela primeira vez, o Brasil irá 
quitar suas dívidas no plano externo, passando a ser até mesmo credor internacional, inclusive da 
grande potência mundial, os Estados Unidos. 
Com a percepção de que seus dois mandatos foram um sucesso, o povo garante a Lula e 
ao PT a eleição de sua candidata, Dilma Rousseff, em 2010. Entretanto, o Governo de Dilma 
enfrentou grande insatisfação popular. Em 2016, Dilma sofreu Impeachment por crime de 
responsabilidade, tendo como sucessor o vice-presidente Michael Temer. É importante destacar 
que no ano de 2018 o candidato Jair Bolsonaro entraria na disputa presidencial e seria eleito com 
a maioria dos votos, enfrentando vários desafios no ano de 2019, como exemplo: pela mudança 
constantes de seus secretários, conflitos nas politicas públicas do processo educacional e 
também na distribuição de investimentos na Educação do país. 
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Concluindo podemos dizer que a História da Educação Brasileira tem um princípio, meio e 
fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em rupturas marcantes, onde em cada 
período determinado teve características próprias.

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