Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Distúrbios endócrinos: Diabetes Mellitus Enfa. Julianne Melo O Diabetes Mellitus, configura-se hoje como uma epidemia mundial, tornando- se um desafio para o sistema de saúde de todo o mundo. O Diabetes Mellitus é um conjunto de doenças metabólicas que provocam hiperglicemia por deficiência de insulina. Existem vários tipos, todos caracterizados por hiperglicemia crônica, por deficiência absoluta (baixa produção) ou relativa (resistência à ação) da insulina. TIPOS: Diabetes Mellitus tipo 2 (tipo adulto): É a forma mais frequente (90-95% dos casos). É uma doença crônica relacionada à resistência e perda progressiva de capacidade de secreção de insulina e, após anos sem controle adequado, causa uma série de complicações cardiovasculares, cerebrovasculares, renais, oftalmológicas, entre outras. A doença tem forte relação com o excesso de peso (sobretudo com obesidade abdominal), sedentarismo alimentação inadequada e idade acima de 50 anos. Sintomas: - Geralmente silenciosa; - Fadiga ou mal estar; - Poliúria ou noctúria; - Prurido generalizado; - Poliúria, polidipsia; - Disfunção erétil;; - Infecção urinária, piodermite; - Vulvovaginite (candidíase). Sintomas do Diabetes não tratado: - Cicatrização lenta de feridas e pé diabético; - Retinopatia diabética (visão embaçada, perda da acuidade); - Nefropatia (proteinúria); - Neuropatia (dor neuropática parestesias); - Cetoacidose durante doenças ou estresse. Diabetes tipo 1: É a forma típica da infância, mas pode ocorrer em qualquer idade. O início é mais agudo, com perda da capacidade pancreática de produzir insulina , geralmente por doença autoimune ou causa idiopática. O tratamento exige insulinoterapia por toda a vida e a cetoacidose é a complicação mais frequente. Sintomas: - Evolução rápida; - Cãibras; - Polifagia; - Perda de peso; - Poliúria e polidipsia; - Desidratação progressiva; - Fraqueza, tonturas; - Noctúria Diabetes gestacional: Hiperglicemia ou intolerância à glicose detectada pela primeira vez durante a gravidez. Ocorre em 4% das gestações, geralmente do 2° ou 3° trimestres. Quase sempre desaparece após o parto porém metade dessas mulheres desenvolverão diabetes tipo 2 em 5 a 10 anos. O diabetes tipo 1 também pode ser precipitado pela gravidez. Como confirmar? A confirmação do diabetes é feita pela dosagem da glicemia de jejum ou, quando necessário, pela reposta à sobrecarga de glicose pelo TOTG. Glicemia de jejum: Qualquer paciente com glicemia de jejum acima de 126 mg/dL em dois exames em dias diferentes deve ser considerado portador de diabetes. Sendo desnecessária a repetição quando o paciente apresenta sintomas sugestivos da doença. Glicemia de jejum 110 e 126 mg/dL deve ser considerada para vigilância anual da glicemia e medidas profiláticas para controle de peso e melhora dos hábitos alimentares. Sintomas de poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso, com glicemia acima de 200 mg/dL, independente do tempo da última refeução, estabelece o diagnóstico de diabetes. Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG): Indicado em casos selecionados para diagnosticar diabetes ou pré- diabetes. O diabetes é confirmado quando a glicemia, duas horas após a ingestão pela manhã de 75g de glicose anidra dissolvida de 300 mL de água (após jejum noturno), estiver acima de 200 mg/dL. Quando acima de 140 mg/dL o paciente é considerado pré- diabético, seguindo para a execução das medidas profiláticas. Rastreamento e diagnóstico do Diabetes Mellitus Gestacional (DMG): O teste de tolerância a glicose é indicado como rotina entre a 24ª e 28ª semana de gestação em toda gestante que tenha algum fator de risco para o diabetes. A glicemia é medida em jejum e 1,2 horas após 75g de glicose oral. Os níveis normais são menos que 92 mg/dL em jejum; menos que 180 mg/dL com 1 hora e menores que 153 mg/dL e 2 horas. Para a glicemia de jejum os valores de referência para normalidade são inferiores a 85 mg/dL. Mulheres que tiveram diabetes devem repetir os exames entre 6 e 12 semanas após o parto, posteriormente a cada 3 anos. Gicosúria: Não é mais recomendado como exame de rastreamento. Torna-se positivo quando a glicemia está acima de 180 mg/dL. Hemoglobina glicada: Em um indivíduo saudável, a hemoglobina glicada representa 4 a 6 % da hemoglobina. Quanto maior o nível de hemoglobina glicada maior o risco de complicações renais, oftalmológicas, cardíacas, neurológicas e microvasculares do diabetes, Deve ser repetida 2 a vezes no ano para monitorar a qualidade no controle da doença. Um diabético é considerado bem controlado se seus níveis estão abaixo de 7%. Níveis entra 7% e 8% podem ser aceitáveis em idosos, em pacientes com mais de 15 anos de doença. Níveis acima de 8% indicam a necessidade de reajustar o tratamento. Tratamento: Várias são as medicações que podem ser prescritas para os portadores de diabetes tipo 2. A metformina é o primeiro passo, sendo uma droga que melhora a sensibilidade das células à ação da insulina do paciente. Com a progressão da doença, existem outros agentes farmacológicos que auxiliam o controle desta doença. A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de DM1. A escolha do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as características das insulinas, idade, estágio puberal, horário de escola/trabalho, atividades físicas, padrão de alimentação e, mais importante, aceitação do esquema proposto pelo paciente e pela família. Tipos de Insulina Insulina regular (R) Insulina humana, a R deve ser usada para correções de glicemias elevadas ou como insulina pré-prandial, com aplicação 30 minutos antes da refeição para que o pico de ação coincida com a absorção do alimento. Insulina intermediária (NPH - Neutral Protamine Hagedorn) A NPH é baseada na adição de protamina à insulina, que retarda a absorção da insulina após aplicação no subcutâneo. Seu aspecto é de uma suspensão de aspecto turvo, que exige uma mistura prévia à aplicação para homogeneização para estabilização. Complicações do diabetes Neuropatia diabética; Problemas arteriais e amputações; Doença renal; Pé diabético; Retinopatia; Infecções; Sensibilidade cutânea; Depressão, ansiedade, problemas sexuais. Cetoacidose diabética O primeiro passo para que uma pessoa com diabetes entre em cetoacidose é a falta de insulina em seu organismo. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea entre nas células do nosso corpo e gere energia. Quando há falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no sangue vai aumentando e as células sofrem com a falta de energia. Para evitar que as células parem de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia. Só que nesse processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam-se as cetonas. As cetonas são substâncias ácidas que vão desequilibrar o Ph do sangue, ou seja, vão causar um desequilíbrio na composição sanguínea, que se não for tratado pode levar até ao coma e à morte. O estado hiperglicêmico hiperosmolar é uma complicação metabólica do diabetes melito caracterizada por hiperglicemia grave, desidrataçãoextrema, hiperosmolaridade do plasma e alteração do nível de consciência. Com mais frequência, ocorre em pacientes com diabetes melito tipo 2, em geral por ocasião de um estresse fisiológico. O diagnóstico do EHH é feito por hiperglicemia grave e hiperosmolaridade plasmática e ausência de cetose significativa. O tratamento se faz com solução fisiológica e insulina IV. As complicações incluem coma, convulsões e morte.
Compartilhar