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Morte Encefálica e Exames Complementares A definição de morte encefálica ainda é muito discutida, porém a mais aceita nos dias de hoje é, a característica do término das funções vitais, não relacionada apenas com a cessação da respiração e com a assistolia, mas também com a perda das funções cerebrais. É difícil saber o momento exato da sua ocorrência por ser uma sequência de fenômenos gradativos ocorridos nos órgãos e sistemas que mantém a vida. O diagnóstico de morte encefálica é de notificação compulsória para a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). Deve, então, ser aberto o protocolo para todos os pacientes com suspeita de morte encefálica. O protocolo se inicia se o paciente estiver dentro de alguns critérios estabelecidos: - Glasgow 3; - Ausência de incursões ventilatórias voluntárias e sem condições confundidoras para o coma, como uso de sedação e bloqueadores neuromusculares, hipotermia ou distúrbios metabólicos graves; - Comprovada por exame de imagem (tomografia ou ressonância de crânio) uma lesão estrutural encefálica suficientemente grave para justificar o exame neurológico encontrado; - Testes que demonstrem ausência de reflexos de tronco encefálico e apneia e viabilidade encefálica – que são o teste de apneia e exame complementares. O teste de apneia e os exames complementares comtemplam o protocolo de morte encefálica. O exame clínico confirma que o paciente está em ausência de resposta motora após compressão do leito ungueal, que é a ausência de resposta supra-espinhal, ausência dos reflexos de tronco e de incursões respiratórias aparentes. - Teste de apneia: 1. Oxigenar o paciente com O2 a 100% por 10 minutos – garante a saturação completa da hemoglobina circulante e diminui o risco de hipóxia; 2. Coletar uma gasometria arterial inicial – deve demonstrar hiperóxia e pCO2 entre 35 e 45 mmHg; 3. Desconectar o ventilador e inserir um cateter de oxigênio com fluxo de 6-8 l/min na traquéia ao nível da carina; 4. Observar atentamente a presença de movimentos respiratórios por 10 minutos; 5. Coletar a gasometria arterial final – deve demonstrar pCO2 igual ou acima de 55 mmHg; 6. Reconectar o paciente à ventilação mecânica. O teste será considerado positivo para morte encefálica caso não existam quaisquer movimentos respiratórios e a gasometria final demonstre pCO2 igual ou acima de 55 mmHg. Deve ser interrompido imediatamente caso existam movimentos respiratórios – teste negativo para morte encefálica. Caso o paciente apresente sinais de instabilidade como hipotensão arterial (PAS < 90 mmHg), hipóxia (Saturação de oxigênio < 90%) ou arritmias, o teste deve ser interrompido e o paciente reconectado ao ventilador. Nesse caso, o teste é considerado inconclusivo. - Exames complementares: O objetivo desses exames são de demonstrar a ausência de atividade elétrica ou metabólica cerebral ou ausência de perfusão sanguínea cerebral. A indicação do tipo de exame e da necessidade de sua repetição é dependente da faixa etária. Alguns dos exames são: 1. Eletroencefalograma (EEG) = Detecta a atividade elétrica cerebral. Pode ser feito na beira do leito e tem como desvantagem, a interferência com os outros equipamentos eletrônicos; 2. Doppler transcraniano = Método não-invasivo que avalia o fluxo sanguíneo cerebral. Como vantagem, é um exame portátil, feito ao lado do leito do paciente. Como desvantagem pode apresentar falsos negativos nos pacientes submetidos à craniectomia descompressiva ou válvula de derivação ventricular, neonatos com fontanela aberta e uso de balão intra-aórtico; 3. Arteriografia cerebral = Avalia o fluxo sanguíneo após a injeção de contraste nas artérias carótidas e vertebrais. Como desvantagens, estão a necessidade de transporte do paciente para a sala cirúrgica e o uso de contraste, que pode interferir na função renal do paciente; 4. Cintilografia cerebral = Demonstra a circulação sanguínea por meio da injeção de radioisótopo tecnécio 99m. Também requer a remoção do paciente até o local adequado para realização do exame. Se um primeiro exame não for compatível com morte encefálica, é indicada a repetição após 24 a 48 horas sem a inviabilização do protocolo. Não é necessária a repetição dos exames clínicos ou do teste de apneia. O mesmo tipo de exame deve ser utilizado para a repetição. Aluna: Thais Thé Enfermagem 6º Período 14.04.20
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