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A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PESSOAS NO AMBIENTE DE TRABALHO Denilson Motta RESUMO O presente artigo tem como objetivo apresentar os benefícios e a importância da gestão de pessoas nas empresas. Serão analisados os processos norteadores da gestão de pessoas, sua evolução histórica e como ela deve ser apresentada e colocada em prática dentro no meio empresarial. Busca-se conhecer os mecanismos utilizados pelas empresas para que a gestão dos funcionários seja cada vez mais voltada para a valorização da mão de obra e o bem estar coletivo. Para alcançar os resultados desejados, a capacitação e a preparação dos funcionários passam a ser primordial para o alcance de bons resultados. A título de exemplificação, será utilizada a Contrutora, onde poderemos verificar como a gestão de pessoas vem sendo abordada na referida empresa e quais as melhorias a serem realizadas em busca da qualidade e excelência dos serviços oferecidos para os clientes. Palavras-Chave: Gestão; Pessoas; Processo; Organização. 1 INTRODUÇÃO O mercado empresarial tem sofrido constante transformação devido às inovações tecnológicas e globalização, assim aumentando drasticamente a competitividade. Para sobreviver as organizações necessitam investir em estratégias, e uma delas é a Gestão de Pessoas. Segundo Camacho (2016, p. 10) “gestão de pessoas tem caráter estratégico, pois o elemento humano tornou-se o principal ativo das organizações modernas”. Diante disso esse artigo abordará a Gestão de Pessoas no ambiente da Construtora., no qual será demonstrada a aplicabilidade dos seis processos pilares, através da pesquisa exploratória de estudo de caso. O presente estudo visa melhoria nos processos internos, refletindo na qualidade do serviço/produto oferecido. Quando se fala em qualidade logo nos lembramos de certificações, e essas agregam valor no produto/serviço, ou seja, aumentam o lucro. Esse é o objetivo desse artigo, demonstrando que investir em Gestão de Pessoas, é uma forma estratégica de agregar valor à organização, diferenciar-se no mercado e aumentar a lucratividade. 2 A GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES As pessoas até a Era da Industrialização Neoclássica eram simplesmente uma parte da engrenagem produtiva, que poderiam ser facilmente substituídas. A necessidade do trabalhador era a recompensa financeira para sua sobrevivência e de sua família. Já a partir da Era da Informação a necessidade desses trabalhadores se expande, e o conhecimento torna-se seu maior capital. 2.1 Evolução Histórica De acordo com Chiavenato (2010. p.34) os primeiros sinais de gestão de pessoas foram identificados no final do século XIX e início do século XX. Diversos autores elaboraram esquemas para representar essa evolução que veremos a seguir. Era Clássica 1900 - 1950 Início da industrialização Estabilidade Pouca mudança Previsibilidade Regularidade e certeza Administração Científica Teoria Clássica Relações Humanas Teoria da Burocracia Era Neoclássica 1950 - 1990 Desenvolviment o Industrial Aumento da mudança Fim da Teoria Neoclássica Teoria Estruturalista Teoria previsibilidade Necessidade de inovação Comportamental Teoria de Sistemas Teoria de Contingência Era da Informação Após 1990 Tecnologia da Informação Globalização Ênfase nos serviços Aceleração da mudança Imprevisibilidad e Instabilidade e incerteza Ênfase na: produtividade, qualidade, competitividade, cliente e globalização Fonte: adaptado de Chiavenato (2010, p. 34-37). 2.1.1 Era da Industrialização Clássica Inicia-se no final do século XIX e vai até a década de 1950 já no século XX. Foi nesse período que surgiram a Teoria da Administração Científica, de Taylor, e a Teoria Clássica da Administração, de Fayol. Esse período foi marcado pela mecanização do processo produtivo, objetivando a redução dos custos e otimização da produtividade a fim de padronizar as tarefas, ou seja, adequar o homem à máquina, e com isso reduzir a fadiga do homem. Nessa época a transformação era lenta e gradual. A estrutura organizacional era centralizada, pouco flexível, burocrática e funcionava muito bem para a época. 2.1.2 Era da Industrialização Neoclássica É o período compreendido entre 1950 e 1990, iniciando após a Segunda Guerra Mundial, onde as transformações mundiais ocorrem mais rápidas e intensas. Com essas transformações as transações comerciais passam de regionais para internacionais, aumentando a competitividade. O modelo estrutural é revisado para atender a constante transformação do mercado, tornando-se matricial, mas que também não perdurou devido à sua volatilidade. Sua principal característica é a descentralização. 2.1.3 Era da informação Inicia-se no princípio da década de 1990 e vigora até os tempos atuais. É a era da globalização. A competitividade torna-se cada vez mais intensa e complexa. O mercado não tem fronteiras. Chiavenato (2010. p. 37) diz: “Em uma época em que todos dispõem da informação em tempo real, são mais bem sucedidas as organizações capazes de tomar a informação e transformá-la rapidamente em oportunidade de novo produto ou serviço, antes que outras o façam.” O conhecimento é o maior capital atribuído às pessoas e organizações. 2.2 A Construtora 2.2.1 História A Construtora foi fundada em 1945, e durante 8 anos dedicou-se inicialmente a serviços de construção industrial e civil. A partir de 1953 estendeu suas atividades para serviços de terraplanagem e pavimentação. Hoje é especializada em construção pesada, onde possui em seu know-how (conhecimento especializado) de 73 anos grandes projetos executados de norte a sul do território nacional, que trouxeram prosperidade econômica para o país. Em 2012 associou-se a Construtora Portuguesa tornando-se luso-brasileira e conquistando mercados internacionais. 2.2.2 Cenário atual Atualmente a empresa possui um departamento de pessoal, que devido ao seu crescimento perante o mercado vem transformando-se em recursos humanos, mas de forma gradativa. A empresa não tem uma política bem definida de benefícios e não possui um plano de cargos e salários. As atividades também não são bem definidas e avaliação de desempenho foi implantada recentemente. Os processos internos do departamento ainda estão sendo padronizados e formalizados através de procedimentos e formulários. As relações sindicais são feitas exclusivamente entre sindicatos patronais e laborais, sem maior participação direta da empresa, delegando autonomia total para o sindicato patronal nas negociações coletivas e relações sindicais. O investimento em treinamento é realizado somente quando há mudança brusca nos processos internos, influenciado pelo ambiente externo. A área de medicina do trabalho é subordinada a gerência de recursos humanos, enquanto a segurança do trabalho possui sua própria gerência, e ambas subordinadas a diretorias distintas. Os gestores possuem conhecimento somente superficial do sistema utilizado, dos processos para se chegar no resultado final, e da legislação trabalhista que é premissa básica para evitar passivos trabalhistas e consequentemente acarretar prejuízos. Segue abaixo organograma da empresa para melhor visualização da estrutura: Fonte: 3 OS SEIS PROCESSOS PILARES DA GESTÃO DE PESSOAS “É um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos” (Chiavenato, 2010, p. 15). O quadro 3.1 apresenta em síntese os processos e suas ações: Fonte: adaptado de Chiavenato (2010, p. 15). 3.1 Agregar Pessoas Processo de recrutar e selecionar pessoas. É trazerpra dentro da empresa conhecimento e capital intelectual. É investimento, e como todo investimento o objetivo é agregar valor, aumentar a produtividade e obter retorno. Esse recrutamento pode ser interno e externo. Para recrutar as organizações podem utilizar meios de comunicação tradicionais como jornais e revistas, por anúncios em cartazes, através de parceria com escolas, universidades e agremiações, ou ainda meios modernos, como as plataformas digitais e redes sociais. Deve ser destacado o método de recrutamento por indicação de funcionários, pois é bem visto pelas organizações pelo baixo custo, alto rendimento e efeito rápido, e é considerado o mais eficiente e mais amplo. Ainda há muita variabilidade no método de agregar pessoas às organizações. Esses métodos são caracterizados como tradicionais ou modernos. Na abordagem tradicional predomina o enfoque operacional e burocrático: o processo de recrutamento e seleção de pessoas obedece a um conjunto de rotinas e procedimentos executados de maneira seqüencial e uniforme. A ação é microorientada, pois cada cargo vago detona o processo que é totalmente orientado para seu preenchimento. (CHIAVENATO, 2010, p. 100) Na abordagem moderna predomina o enfoque estratégico: o processo de agregar pessoas é um meio de servir às necessidades organizações a longo prazo. A ação é macroorientada, pois transcende cada cargo e envolve a organização em sua totalidade. Daí a abordagem molar e global. (CHIAVENATO, 2010, p. 101) Logo, de acordo com Chiavenato (2010), na abordagem convencional o objetivo é o preenchimento do cargo, e já na abordagem moderna há uma estratégia para atendimento a organização em longo prazo. Deve ficar claro que nesse processo, o papel do Recursos Humanos é de staff, ou seja, assessorando, pois a responsabilidade são dos gestores de linha e suas equipes. 3.2 Aplicar Pessoas Processo de definição das atividades inerentes a cada pessoa. Esse processo varia conforme a política interna de cada organização, podendo ser burocrático, caracterizando-se pela divisão do trabalho e fragmentação da tarefa, ou pode ser sofisticado, caracterizando-se pela visão sistêmica e abrangente. No método burocrático a atividade é preestabelecida e orientada por procedimentos, e já no método sofisticado, a atividade tem um modelo adaptável e flexível. Esse processo também inclui a avaliação de desempenho que é medir o desempenho de seus funcionários. Essa avaliação servirá de base para recompensar (justificar aumentos salariais, promoções, transferências e demissões), avaliar o desenvolvimento (pontos fortes e pontos de melhoria), avaliar o relacionamento do colaborador com os demais da organização, avaliar sua percepção perante os demais colaboradores (o que os outros pensam a seu respeito) e avaliar o potencial de desenvolvimento a fim de definir programas de treinamento e desenvolvimento (T&D), sucessão, carreiras etc. Enquanto o processo anterior visa localizar no mercado de trabalho as pessoas e selecioná-las para agregar valor à organização, esse processo tem como objetivo integrá-las e avaliar seu desempenho. Nesse processo também deve ser considerada a cultura organizacional, que é modo de vida da organização, ou seja, “equivale ao modo de vida da organização em todos os seus aspectos, como idéias, crenças, costumes, regras, técnicas etc”. (CHIAVENATO, 2010, p. 172) Já no âmbito da modelagem do trabalho, trata-se de descrever as atividades atribuídas ao cargo. É um conjunto de deveres e responsabilidades que o distingue dos demais cargos. Na realidade, os cargos constituem os meios pelos quais a empresa aloca e utiliza seus recursos humanos para alcançar objetivos organizacionais por meio de determinadas estratégias. Na outra ponta, os cargos constituem os meios pelos quais as pessoas executam as suas tarefas dentro da organização para alcançar determinados objetivos individuais. (CHIAVENATO, 2010, p. 200) O modelo de desenho dos cargos é dividido em: clássico, humanístico e contingencial. 3.2.1 Clássico Tem como aspecto a pessoa como apêndice da máquina, ou seja, a pessoa é um mero recurso produtivo para servir à tecnologia e aos processos. O trabalho é dividido e fragmentado, onde cada pessoa realiza subtarefas simples e repetitivas. Enfatiza a eficiência, pois regras e procedimentos estabelecidos devem ser seguidos, e é medido pelo estudo de tempos e movimentos. Presume estabilidade e permanência a longo prazo, não cogitando mudanças. Tem como vantagens a redução de custos, padronização das atividades e apoio a tecnologia. Como desvantagem possui a simplificação de cargos, tornando o trabalho monótono e chato; desmotivação pelo trabalho em si; trabalho isolado e individualizado, sem contato interpessoal com os demais trabalhadores; monopolização da chefia, onde tudo passa pelo seu superior, e o trabalhador apenas executa e não pensa, sendo impedido de exercer autodireção e autocontrole, forçando a empresa a controlar, monitorar e fiscalizar seu comportamento. 3.2.2 Humanístico O modelo humanístico também é denominado por modelo de relações humanas, que substituiu a engenharia industrial pelas ciências sociais, organização formal pela informal, a chefia pela liderança, o incentivo salarial pelas recompensas sociais e simbólicas, o comportamento individual pelo comportamento em grupo e o organograma pelo sociograma. 3.2.3 Contingencial É um modelo mais complexo e amplo, pois tem como vaiáveis as pessoas, a tarefa e a estrutura da organização. Baseia-se na contínua mudança e é dinâmico, ao contrário dos modelos anteriores. O trabalhador tem autonomia para planejar e executar sua tarefa. Ele se identifica com ela, entende seu significado e consegue perceber seu esforço nos resultados da produção. Os cargos devem ser descritos de tal forma que motive o trabalhador, que possa adaptar-se ao potencial de desenvolvimento dele. Para isso o cargo deve ser enriquecido, pois além de motivar, aumenta o desempenho, eleva a satisfação, reduz o absenteísmo e o turnover. 3.3 Recompensar Pessoas Constituiu em incentivar e motivar os funcionários da organização, com dois objetivos: fazer com que os funcionários alcancem os resultados esperados e os satisfaça individualmente. Da mesma forma que as organizações investem esperando resultado, os colaboradores também investem nas organizações. Investem em dedicação, comprometimento e engajamento, esperando o reconhecimento de seu esforço e retorno de recompensa. Chiavenato (2010. p. 278) “... o engajamento das pessoas no trabalho organizacional depende do grau de reciprocidade percebido por elas...”. As recompensas são divididas em tradicional e moderna, financeira e não- financeira caracterizadas a seguir. 3.3.1 Tradicional Nessa abordagem as pessoas são motivadas exclusivamente por incentivos salariais, financeiros e materiais. A remuneração é padronizada, rígida e imutável. O processo de avaliação de cargo é padronizado, generalizado e não distingue as competências e desempenho individuais das pessoas, e essas são remuneradas com base no tempo. 3.3.2 Moderna Já na abordagem moderna supõe-se que as pessoas podem ser motivadas e incentivadas de várias formas, transcendendo à remuneração. É baseada no salário, objetivos e metas a atingir, satisfação no cargo e na organização, necessidades de auto-realização, estabilidade etc. 3.3.3 Financeira São obtidas através de remuneração básica (salário negociado no momento da contratação), incentivos salariais (premiações, comissões, bônus, participações nos resultados, etc) e benefícios (seguro de vida, assistência saúde, subsídio alimentação, etc). 3.3.4 Não-financeira Baseada na oportunidade de desenvolvimento, auto-estima,estabilidade no emprego, liberdade e autonomia no trabalho, etc. As organizações desenvolvem sistemas de recompensas no intuito de provocar impacto direto na sua capacidade de atrair, reter e motivar os funcionários. Por um lado visa incentivar as contribuições das pessoas aos objetivos e à lucratividade da organização. Por outro lado essas recompensas afetam os custos laborais, onerando a folha de pagamento 3.1 Desenvolver Pessoas É o processo de treinamento e desenvolvimento da mão de obra. De acordo com os autores Miramar Vargas e Gardênia Abbad (2006), os conceitos de treinamento e desenvolvimento são distintos, pois nem todas as situações que geram aprendizagem são ações formais de treinamento, desenvolvimento ou educação, e outras ações de indução devem ser consideradas, como informação e instrução. Além dessas duas ações já citadas também temos o treinamento, desenvolvimento e educação. Segundo esses mesmos autores, treinamento é “qualquer procedimento de iniciativa organizacional cujo objetivo seja ampliar a aprendizagem dos profissionais da empresa.” e educação são “programas ou conjunto de eventos educacionais de média e longa duração que visam a formação e à qualificação contínua dos empregados”. Ou seja, são ações formais de desenvolvimento. E por último temos o desenvolvimento, que é “conjunto de experiências e oportunidades de aprendizagem proporcionadas pela organização” (Camacho, 2016, p. 48) e tem por objetivo direcionar o empregado a um caminho específico. Uma observação importantíssima do desenvolvimento de pessoas é que “a gestão de carreira deixa de ser responsabilidade exclusiva da organização e passa a ser também do indivíduo; à organização, cabe o papel de suporte, de estímulo e de oferta das condições” (PAROLIN E ALBUQUERQUE, 2010, p. 4). 3.4 Manter Pessoas É o processo de criar condições dentro das organizações para reter a mão de obra, criando condições ambientais e psicológicas satisfatórias para o trabalhador, mantendo-os motivados em um ambiente de trabalho agradável e seguro, bem como assegurar relações sindicais amigáveis e cooperativas. Uma das dificuldades atuais das organizações é reter talentos e de acordo com o artigo das autoras Ferrazza, Burtet e Scheffer (2015), “gestão de talentos ocupa o topo da lista de tendências e políticas e práticas de gestão de pessoas no país”. Esse processo além de reduzir o turnover (rotatividade de pessoal), garante trabalhadores mais satisfeitos, que consequentemente produzem mais. Um alto percentual de turnover, dependendo do segmento, é um indicador que algo está errado, sendo necessária avaliação. Segundo Chiavenato (2010, p. 436) “a organização viável é aquela que não somente consegue captar e aplicar adequadamente os seus recursos humanos, como também os mantém satisfeitos a longo prazo na organização”. Sendo assim, o estilo de administração das organizações influencia diretamente nesse processo. Para isso recordaremos os dois conjuntos de pressuposições, a Teoria X e Teoria Y de McGregor (1961). 3.5.1 Teoria X A abordagem é tradicional, envolvendo convicções negativas a respeito das pessoas e influencia o estilo de administração dos gestores, moldando-os em características autocráticas e impositivas. Nessa teoria predomina a manipulação de pessoas, a coação e o temor. A administração da organização enxerga os trabalhadores como recursos inertes que precisão ser explorados e monitorados continuamente. A cautela sobrepõe à confiança. “Em geral as pessoas são consideradas incompetentes, interesseiras e procurarão tirar vantagens se puderem.” (CHIAVENATO, 2010, p. 440) 3.5.2 Teoria Y A abordagem é moderna, envolvendo convicções positivas que levam os gestores a assumir uma postura democrática e consultiva. É baseado no respeito às pessoas e nas diferenças individuais. Aos olhos da organização “cada indivíduo representa uma riqueza de recursos que podem ser explorados por uma adequada administração”. (CHIAVENATO, 2010, p. 441) Essa teoria tem uma visão mais aberta e humana. A organização é estruturada de tal forma que propicia a auto- realização e satisfação das pessoas. “A ordem natural é a democracia. O reconhecimento é o estímulo primordial. A autenticidade e os valores sociais são básicos. A liberdade e a autonomia são sagradas. A contribuição é o resultado esperado”. (CHIAVENATO, 2010, p. 441) 3.6 Monitorar Pessoas É o processo de acompanhar e controlar as atividades das pessoas e as operações. “Monitorar significa acompanhar essas operações e atividades para garantir que o planejamento seja bem executado e que os objetivos sejam alcançados adequadamente.” (CHIAVENATO, 2010, p. 498). Esse processo, conforme o processo de manter pessoas, também segue o paradigma da Teoria X e Teoria Y de McGregor. 3.6.1 Teoria X Com abordagem tradicional, baseado na desconfiança a respeito das pessoas e controle sobre seu comportamento. Possui um esquema de controle externo e rígido, com intuito de fiscalizar e vigiar, impondo disciplina severa através de códigos, restrições e limitações, em um sistema centralizado. Os desvios de comportamento são castigados e penalizados. 3.6.2 Teoria Y Possui abordagem moderna, baseado na confiança a respeito das pessoas e incentivo ao seu comportamento. Também possui um esquema de autocontrole e flexibilidade, atribuindo as pessoas total autonomia, induzindo a criatividade e inovação. Além dos gestores, as pessoas e as equipes também possuem poder de decisão, com o objetivo de aumentar o comprometimento e participação dessas. O sistema é totalmente descentralizado. A parceria com o departamento de tecnologia da informação é essencial em todos os processos, mas neste é primordial, pois são através de ferramentas de hardwares e softwares que serão implantados os sistemas de informações e monitoração. Esses sistemas têm como objetivos reduzir custos, tempo de processamento da informação e proporcionar suporte online para tomada de decisão, tanto para os gestores e especialistas, quanto para os próprios colaboradores. Um desses sistemas é o banco de dados, que tem o objetivo de manter um histórico de seus colaboradores e ser transformado em informação. Esse banco de dados contém informações integradas como cadastro de pessoal, cargos, remunerações, benefícios, treinamentos, candidatos, segurança, saúde e demais cadastros relevantes. Já os sistemas de monitoração objetiva controlar o comportamento dos funcionários, como a jornada de trabalho. 4 MELHORIAS PROPOSTAS À CONSTRUTORA Primeiramente entender o conceito de gestão de pessoas e conhecer os processos aqui citados. A partir daí podemos avançar para os passos abaixo: 4.1 Recrutamento e Seleção Implantar área de recrutamento e seleção, e essa deverá ser especializada e capacitada, que possua conhecimento e experiência. Uma forma de descobrir talentos é dentro da própria organização. As vagas poderão ser disponibilizadas tanto internamente quanto externamente. Também poderá estabelecer uma rede de networking corporativa, que tem sido bem sucedida nas organizações. 4.2 Modelagem do Trabalho e Avaliação de Desempenho Descrever todos os cargos existentes na empresa, analisar as competências exigidas e divulgar as atividades desses cargos a cada colaborador. Assim as responsabilidades e autoridades serão bem definidas e compreendidas, facilitando a execução das tarefas e evitando desvios de função. Avaliação gerencial do desempenho dos colaboradores diante das responsabilidades atribuídas. Realizar feedback pontuando claramente os pontos positivos e negativos, sugerindo melhorias e conhecendo as expectativas do colaborador. 4.3 Remuneração, Benefícios e Incentivos Implantar na empresa a política de cargos e salários,uniformizando-os, assim evitando conflitos internos e passivos trabalhistas, para os que desempenham a mesma função, porém com remunerações e cargos distintos. Os benefícios oferecidos pela empresa atualmente já são atraentes e estão no mesmo patamar das demais empresas no mercado, porém devem ser melhor administrados evitando desperdício e desvios. Uma sugestão de melhoria é gerenciar pela sede os benefícios fornecidos nas obras, assim evitando esses desperdícios e desvios. Incentivar os colaboradores, motivando-os tanto de forma financeira quanto não-financeira. De forma financeira poderia implantar programas de premiações e bonificações. De forma não-financeira poderia oferecer aos que se destacarem bolsas de estudo, que a empresa já possui para disponibilização devido valores de encargos pagos ao Estado que devem ser revertidos em educação (através de subsídio), firmar convênio com escolas e faculdades que possam oferecer bolsas, e criar programas de promoção de talentos internos, onde o trabalhador possa ter uma perspectiva de crescimento e fazer carreira dentro da organização. 4.4 Treinamento, Desenvolvimento e Aprendizagem Nesse processo sugiro utilizar os subsídios oferecidos pelo Estado através da folha de pagamento referente a contribuição à terceiros, para investir na qualificação e capacitação da mão de obra. A empresa teria como retorno agilidade no processo, redução do retrabalho, abertura para inovações e melhorias, formação de gestores internamente, motivação aos trabalhadores e melhoria no clima organizacional. 4.5 Higiene e Segurança, Qualidade de Vida e Relações com Sindicatos Primeiramente sugiro unificar a gestão dos setores, onde a segurança, medicina e recursos humanos devem estar alinhados e interligados, subordinados ao mesmo gestor, pois assim facilitará a mediação de conflitos entre as áreas. Referente à qualidade de vida sugiro promover campanhas de saúde, reduzindo o absenteísmo. Programas de preparação à aposentadoria. Preparar e planejar as atividades, evitando as horas extraordinárias habituais. Participação mais ativa nas relações sindicais, tanto com parte patronal quanto parte laboral. Bom relacionamento sindical facilita na elaboração de acordos, resguarda a empresa através do compliance e aproxima a empresa do trabalhador. 4.6 Banco de Dados e Sistema da Informação Implementar banco de dados bem estruturado e de fácil acesso e compreensão para pesquisa de mão de obra, histórico de empregados sobre treinamento, saúde e segurança, recebimento de currículos, etc. Melhorar os procedimentos de evidenciação de informações, pois muitas empresas são prejudicadas em ações na justiça do trabalho por não possuir evidências de um fornecimento de EPI, de um benefício, de pagamento de verbas, etc. Elaborar e viabilizar projetos junto à Tecnologia da Informação, agilizando processos, melhorando a qualidade e confiabilidade das informações. Essas auxiliarão na tomada de decisão, no momento do recrutamento e seleção, no momento da promoção e no momento de desligamentos. Esses sistemas também auxiliam no acompanhamento de desempenho, monitoramento de gastos e previsibilidade de custos. Disponibilizar aos trabalhadores de forma sistematizada informações sobre si mesmos, referente a informações pessoais que a empresa tem conhecimento, sobre benefícios que tem direito, sobre sua remuneração e sobre suas férias. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo teve como objetivo principal apontar a importância da gestão de pessoas dentro das organizações visando um melhor aproveitamento da mão de obra. Foi possível verificar que o tema começou a ser abordado, mesmo que, de maneira sutil no final do século XIX e veio ganhando força com o passar do tempo. A todo instante surge um novo aprendizado, uma nova forma de fazer melhor e as pessoas quando recebem treinamento adequado e reconhecimento pelo serviço por elas realizado, tendem a produzir mais e melhor e com isso as empresas conseguem manter seus funcionários e satisfazer os seus clientes. Atualmente na maioria das organizações a gestão de pessoas tem adotado tanto o estilo operacional, quanto tático e estratégico, integrada aos seus stakeholders, com isso ultrapassando fronteiras organizacionais. Hoje é um parceiro da organização com o objetivo de impulsionar os negócios, buscando novas oportunidades, assessorando fusões e aquisições, e atuando para ampliar o leque de atividades da empresa. 6 REFERENCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel do recursos humanos nas organizações 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 579p. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações 4. ed. Barueri: Manole, 2014. 512p. CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal: como agregar talentos à empresa 7. ed. Ver. e atual. Barueri: Manole, 2009. 196p. DOUGLAS, McGregor, The Human Side of Enterprise, Nova York: McGarw-Hill, 1961. FERRAZZA, Dayane Scopel; BURTET, Cecília Gerhardt; SCHEFFER, Angela Betariz Busato. O que as organizações entendem por gestão de talentos? Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/read/article/view/49054/33239> Acesso em: 21 de outubro de 2018. NUNOMURA, Eduardo. Guia das Boas Práticas. VocêRH, São Paulo, ed.47, Dez 2016/Jan 2017, p.24-37. PAROLIN, Sonia Regian Hierro; ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão. Gestão de pessoas para a criatividade em organizações inovativas. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/read/article/view/38830/25030> Acesso em: 21 de outubro de 2018. VARGAS, Miramar R.M.; ABBAD, Gardênia. Bases conceituais em treinamento,desenvolvimento e educação – TD&E. In: BORGES-ANDRADE, Jairo E.; ABBAD,Gardênia; MOURÃO, Luciana. Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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