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gestão cadeia de suprimentos

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Gestão da Cadeia de Suprimentos 
e Resíduos de Saúde
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Gestão da Cadeia de Suprimentos e Resíduos de Saúde
Autoria: Aline Teotonio Rodrigues
Como citar este documento: RODRIGUES, Aline Teotonio. Gestão da Cadeia de Suprimentos e Resíduos 
de Saúde. Valinhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos 06
Assista a suas aulas 30
Unidade 2: Processos de Logística Hospitalar 37
Assista a suas aulas 60
Unidade 3: Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física 68
Assista a suas aulas 88
Unidade 4: Qualificação de Fornecedores. Qualificação de Fornecedores e Aquisição de Materiais e 
Medicamentos. Plano de Qualificação de Fornecedores
95
Assista a suas aulas 117
2/245
3/2453
Unidade 5: Gestão de Estoques 125
Assista a suas aulas 150
Unidade 6: Supply Chain Management e Informatização 158
Assista a suas aulas 182
Unidade 7: Gestão de Resíduos de Saúde 189
Assista a suas aulas 210
Unidade 8: Logística Reversa e Sustentabilidade 217
Assista a suas aulas 238
Sumário
Gestão da Cadeia de Suprimentos e Resíduos de Saúde
Autoria: Aline Teotonio Rodrigues
Como citar este documento: RODRIGUES, Aline Teotonio. Gestão da Cadeia de Suprimentos e Resíduos 
de Saúde. Valinhos: 2016.
4/245
Apresentação da Disciplina
O título da disciplina como “gestão da ca-
deia de suprimentos e resíduos de saúde” 
nos remete a um conhecimento amplo e 
extremamente importante na gestão hos-
pitalar. Essa disciplina tem por função con-
textualizar as atividades de gestão em saúde 
com os conceitos de logística e Supply Chain 
Management SCM (gestão da cadeia de su-
primentos), sua evolução e sua aplicação na 
administração das organizações de saúde. 
A princípio, a logística e a saúde podem pa-
recer temas distintos e distantes, mas à me-
dida em que nos aproximamos da realidade 
destas duas áreas é possível perceber suas 
interconexões e, principalmente, a aplicabi-
lidade gigantesca dos conceitos de logística 
para a saúde. A gestão da saúde mudou mui-
to no último século, o que fez com que diver-
sos pontos que antes não eram observados 
passassem a ser notados e valorizados para 
que os serviços de saúde pudessem evoluir. 
Essa nova visão da gestão de saúde, em que 
se prioriza a qualidade dos serviços e a se-
gurança dos pacientes, exige uma gestão 
altamente eficiente e comprometida com a 
utilização otimizada de recursos de saúde. 
Além deste ponto, temos ainda a crescente 
tendência à inclusão de equipes multidisci-
plinares nos serviços de saúde, esse conceito 
de multidisciplinariedade agrega valor a to-
dos os setores da saúde, inclusive na gestão. 
Dentro desta realidade construída com base 
na busca de eficiência e qualidade ficou clara 
à área de saúde a necessidade da agregação 
de conceitos e de profissionais especializa-
dos em supply chain management. A ges-
tão da cadeia de suprimentos e a gestão de 
resíduos de saúde são pontos cruciais para 
5/245
a qualidade dos serviços e para o sucesso 
administrativo das organizações de saúde. 
Esses temas estabelecem uma crescente 
conscientização sobre a necessidade de se 
trabalhar a gestão hospitalar com uma visão 
ampla e embasada tanto no conhecimento 
administrativo/logístico, quanto nos conhe-
cimentos relacionados às especificidades da 
área de saúde. Espera-se com esta disciplina 
oferecer um pouco desta visão, apresentan-
do os principais conceitos de gestão da ca-
deia de suprimentos em saúde e, despertar a 
reflexão ampla sobre este tema fundamental 
para uma gestão hospitalar de qualidade.
6/245
Unidade 1
Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos
Objetivos
1. Apresentar de maneira clara e obje-
tiva os conceitos de logística e de ca-
deia de suprimentos;
2. Correlacionar os conceitos de logísti-
ca e de cadeia de suprimentos à ges-
tão de recursos de saúde;
3. Contextualizar a temática da logística 
na gestão da cadeia de suprimentos 
para hospitais.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos7/245
Introdução 
Atualmente, falar de gestão hospitalar e 
não falar de logística é uma tarefa pratica-
mente impossível. A gestão da cadeia de 
suprimentos e materiais de saúde é uma 
atividade fundamental para que os serviços 
de saúde sejam oferecidos de maneira efi-
ciente, sendo assim, é imprescindível o in-
vestimento de tempo e recursos para o de-
senvolvimento de uma logística aplicada à 
gestão da saúde. 
Para muitos profissionais de saúde, com-
preender os conceitos de logística pode 
parecer algo complexo e excessivamente 
técnico. Essa percepção se deve ao fato de 
que a grande maioria dos cursos da área 
de saúde não traz o enfoque da gestão de 
materiais para a formação desses profissio-
nais, gerando uma lacuna de conhecimento 
relacionada à logística de cadeia de supri-
mentos. O oposto ocorre com os profissio-
nais da área administrativa, que quando 
se deparam com trabalhos relacionados a 
ambientes de saúde, possuem todo o em-
basamento técnico-teórico para discutir as 
estratégias de logística e gestão, mas não 
dominam as inúmeras peculiaridades dos 
materiais e insumos de saúde. Reconhe-
cendo essas características, integrar os co-
nhecimentos das duas áreas se torna uma 
ferramenta extremamente necessária aos 
gestores de saúde.
Correlacionar estas duas áreas, a logística 
administrativa e a saúde é uma ferramenta 
que começa a ser construída com a defini-
ção dos conceitos e o estabelecimento de 
correlações, aproximando os conhecimen-
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos8/245
tos e oferecendo uma visão mais completa 
sobre a gestão hospitalar. 
1. Logística, Histórico e Conceitos
Quando pensamos em logística sempre as-
sociamos essa palavra a estratégias e pla-
nejamentos, o que remete a atividades 
que demandam um investimento inicial de 
tempo e organização para que ocorram da 
maneira mais articulada possível. Diversas 
fontes apontam que o conceito de logísti-
ca esteve ligado durante muito tempo (até 
a década de 50, aproximadamente) às ativi-
dades militares. 
Por que seria necessário utilizar logística 
durante uma ação militar? A resposta para 
essa pergunta está no fato de que as ações 
militares envolvem um número elevado de 
pessoas, portanto, desenvolver estratégias 
de abastecimento que garantam recursos 
para suprir as necessidades de seus exér-
citos, poderia significar o diferencial para 
vencer ou perder uma guerra, por exemplo. 
Existem inclusive, especulações históricas 
que afirmam que a derrota do exército britâ-
nico na Guerra da Independência Norte-a-
mericana foi um exemplo de falha logística. 
A guerra em que o país Estados Unidos da 
América (EUA) conquistou sua independên-
cia durou mais de sete anos (1775 a 1783) 
e consumiu muitos recursos ingleses. Nesse 
exemplo evidenciou-se que o exército bri-
tânico não conseguiu garantir suprimentos 
adequados para que suas tropas pudessem 
suportar os longos anos de batalha. 
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos9/245
Esse é apenas um dos exemplos históricos 
do uso da logística militar, lembrando que 
as estratégias de guerra geralmente se uti-
lizavam do conhecimento sobre o abasteci-
mento de suprimentos dos exércitos inimi-
gos para programar os seus ataques a tropas 
mais enfraquecidas pela falta de suprimen-
tos. O lendário general chinês Sun Tzun, que 
vivei no século IV a.C., fez uma importante 
contribuição a esse tema em seu tratado 
sobre estratégias militares, conhecido in-
ternacionalmente como “A arte da guerra”. 
Nele, Sun Tzun afirma a necessidade de pro-
gramar as provisões para as tropas, a fim de 
garantir o sucesso das batalhas, entre ou-
tros estratagemasque trariam vantagens 
significativas aos exércitos que os aplicas-
sem eficientemente. Essa obra, cujo original 
chinês pertence ao domínio público, passou 
a ser, nas últimas décadas, uma referência 
também no campo da administração e da 
gestão da cadeia de suprimentos. Muitos 
grandes empresários passaram a citá-la, já 
que faz alusões extremamente úteis quan-
to a articulações e programações que ex-
trapolam o campo de batalha, sendo muito 
bem aplicadas em situações comerciais.
Ao longo do tempo evidenciou-se que a dis-
tribuição adequada de suprimentos não é 
necessária apenas em atividades militares, 
ela está presente em inúmeras atividades 
do dia a dia de empresas e comunidades. 
Observando o quanto a elaboração de pro-
gramações eficientes relacionadas à distri-
buição de bens materiais poderiam signi-
ficar avanços efetivos, no período entre os 
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos10/245
anos 50 e 60 passou a ser atribuída à logís-
tica uma visão relacionada à distribuição fí-
sica dos produtos. As crises (financeira e do 
petróleo) da década de 70 em conjunto com 
o desenvolvimento dos meios de transporte 
e das ferramentas de comunicação, moti-
varam as empresas a investir ainda mais nos 
setores de logística a fim de driblar as difi-
culdades da época, o que levou à integração 
entre as atividades de distribuição.
Na década de 80, os conceitos de logísti-
ca integrada se mantem e se amplificam, 
caracterizados por uma ligação estratégi-
ca entre as empresas, seus clientes e seus 
fornecedores. Nesse período, a integração 
das atividades logísticas ligadas à cadeia de 
suprimentos sofre a influência da crescen-
te globalização dos mercados. Nos anos 90, 
sofre o impacto da evolução tecnológica e 
do rápido acesso a informações proporcio-
nado pelas inovações em comunicação.
Pode-se entender então que apenas nas 
últimas décadas as empresas e serviços 
se apropriaram dos conceitos de logística 
e passaram a desenvolver suas atividades 
com base nos conhecimentos desta área do 
conhecimento administrativo. Dentro des-
te perfil histórico, os conceitos de logística 
foram se desenvolvendo e mudando ao lon-
go do tempo e de suas aplicações.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos11/245
Atualmente existem várias definições de lo-
gística, desenvolvidas por diferentes auto-
res e empregadas em diferentes contextos. 
Para iniciar a compreensão do conceito uma 
maneira de definir logística, segundo Mar-
tin Christopher, é entendê-la como:
Para saber mais
A História da Logística remonta desde a Grécia 
antiga passando por diversas fases, influencian-
do e sendo influenciada pelas mudanças e evo-
luções tecnológicas e político sociais das civiliza-
ções. Para conhecer mais detalhes dessa história 
leia o primeiro capítulo do livro “Gestão da Cadeia 
de suprimentos Integrada à Tecnologia da Infor-
mação” de Gomes e Ribeiro (2004), disponível na 
bibliografia desta aula.
Link
Para um resumo interessante sobre o tema leia o 
artigo: Histórico e evolução da logística, Oliveira e 
Farias (2010). 
OLIVEIRA, Éder Marcos de; FARIAS, Fausto 
Luiz.  Histórico da Evolução da Logística.  Dispo-
nível em: <http://www.pb.utfpr.edu.br/day-
sebatistus/sintese_3.pdf>. Acesso em: 01 jun. 
2017. 
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos12/245
O processo de gestão estratégica da aquisição, movimentação e armaze-
nagem de materiais, peças e estoques finais (e os fluxos de informação re-
lacionados) por meio da organização e seus canais de comercialização, de 
tal forma que as rentabilidades atual e futura sejam maximizadas através 
da execução de pedidos, visando custo-benefício. (Christopher, 2012, p. 2)
É importante notar que podemos entender este conceito aliando a gestão de recursos à adminis-
tração do fluxo de materiais. Uma definição simplificada, oferecida por Barbieri e Machline, nos 
apresenta a logística como o conjunto de “atividades voltadas para administrar o fluxo de materiais 
e de informações relacionadas com esse fluxo ao longo da cadeia de suprimento” (Barbieri e Machli-
ne, 2009, p. 3).
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos13/245
Para saber mais
Uma definição amplamente conhecida que também auxilia na compreensão do conceito de logística é a 
adotada pelo Concil of Logistics Management: 
Logística é o processo de planejamento, implementação e controle de flu-
xo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, materiais em 
processo, produtos acabados e informações relacionadas com essas ativi-
dades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo 
de atender às exigências dos clientes. *Esta definição, presente em vários 
livros de logística (Barbieri e Machline, 2009, p.4), já não se encontra mais 
presente no site do Council of Logistics Managemente. 
É importante perceber que esta definição traz em conjunto o fluxo de materiais, produtos e informações, 
conceito que demonstra a integração das atividades logísticas e sua abrangência que vai além dos bens 
materiais palpáveis. 
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos14/245
Conhecendo as definições teóricas, uma 
maneira de se compreender a logística é 
entender que os objetivos principais das 
atividades de planejamento logístico é fa-
zer com que os produtos certos cheguem 
aos consumidores certos, ao menor custo, 
no momento em que eles necessitam des-
tes produtos. A eficiência na gestão do flu-
xo de materiais integra desde a relação da 
empresa com seus fornecedores até a dis-
tribuição do produto ao consumidor, já que 
todas as atividades relacionadas a esse flu-
xo de mercadorias e de informações impac-
tam na qualidade do serviço prestado. Esse 
conjunto de atividades logísticas típicas 
está ilustrado na figura 1, que apresenta as 
atividades logísticas típicas desenvolvidas 
em uma empresa. Elas podem ser divididas 
em atividades de logística de suprimentos, 
que correlacionam as unidades da cadeia 
de suprimentos e os fornecedores; e ativi-
dades de logística de distribuição física, que 
se relacionam às ações da empresa junto 
aos consumidores.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos15/245
Figura 1: Segmentos e Atividades Logísticas Típicas.
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Barbieri e Machline, 2009.
Garantir a eficiência do processo de distri-
buição é trazer satisfação para os consumi-
dores ao mesmo tempo em que se utiliza de 
maneira estratégica os recursos financeiros 
das empresas, assegurando uma boa rela-
ção custo-benefício tanto para o consumi-
dor final tanto quanto para os fornecedores 
e para a própria empresa. Pode-se dizer que 
a associação de qualidade ao menor custo 
possível, ou seja, de máximo aproveitamen-
to dos processos é o objetivo final das ativi-
dades de logística.
Uma curiosidade interessante sobre as 
constantes mudanças e atualizações dos 
conceitos de logística está no fato de que 
o próprio Council of Logistics Managemen-
te (Conselho de Gestão Logística), mudou 
seu nome para Council of Supply Chain Ma-
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos16/245
nagement Professionals (Conselho de Profissionais em Gestão da Cadeia de Suprimentos). Esta 
mudança foi atribuída à harmonização deste conselho com as atualizações e exigências profis-
sionais das atualizações comerciais e empresariais. A definição de Gestão Logística também foi 
atualizada para: 
O parte da gestão da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e 
controla a eficiência e a efetividade dos fluxos (direto e reverso) e do ar-
mazenamento de bens, serviços e informações relacionadas a eles, desde 
o seu ponto de origem até o ponto de consumo para atenderadequada-
mente às necessidades dos clientes. (CSCMP Supply Chain Management 
Definitions and Glossary *traduzido pelo autor).
1.2. Cadeia de Suprimentos
Quando entendemos a logística como uma estrutura de planejamento que orienta o fluxo de 
produtos e informações, o conceito de cadeia de suprimentos fica um pouco mais acessível. A 
administração de materiais engloba uma série de atividades responsáveis por abastecer as or-
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos17/245
ganizações com os materiais necessários 
para o seu funcionamento, essas etapas 
constituem o elo entre as empresas e seus 
fornecedores de materiais. Nesse contexto, 
segundo Barbieri e Machline (2009), pode-
mos definir cadeia de suprimentos como “as 
unidades produtivas ligadas pelos fluxos de 
materiais e de informações”. Pode-se com-
preender melhor esse conceito utilizando a 
ideia central de que as empresas trabalham 
com um fluxo de materiais que envolve ativi-
dades desde o fornecedor até o consumidor, 
ao mesmo tempo em que existe estabelece 
um fluxo de informações, tanto da empresa 
para o fornecedor, quanto da empresa para 
o consumidor. Este conceito está represen-
tado na figura 1.2.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos18/245
Figura 2: Cadeia de Suprimentos Genérica: Segmentos e principais atividades.
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Barbieri e Machline, 2009 
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos19/245
A gestão da cadeia de suprimentos ou Supply Chain Management (SCM) é um conceito ain-
da mais recente e difere do conceito de logística, ampliando-o. Segundo Christopher (2011), a 
principal diferença entre os conceitos está no fato de que a SCM considera a movimentação de 
materiais e informações num contexto globalizado, incluindo todos os elementos que compõe a 
cadeia de abastecimento, entre eles: fornecedores, clientes, e a organização propriamente dita. 
Enquanto a logística considera apenas o nível micro, ou seja, a logística interna da organização. 
Podemos compreender que a SCM engloba a logística interna da organização e acrescenta a ela 
competências pautadas na colaboração e na cooperação entre os elementos, tendo como prin-
cipal objetivo agregar valor para todos os elementos envolvidos no processo.
Para saber mais
A gestão da cadeia de suprimentos é um tema bastante discutido ultimamente, ela não é difícil de ser 
compreendida no seu conceito geral de integração entre os elementos externos (fornecedor e clientes) e 
internos (logística interna da empresa), mas para compreendê-la ainda melhor vale a pena assistir a alguns 
vídeos, como esse da Universidade Estadual do Arizona, legendado pelo ISCEA - International Supply Chain 
Education Alliance, ele é bastante ilustrativo quanto à base da gestão da cadeia de suprimentos. 
SUPPLY Chain Management - Cadeia de suprimento. Si: Si, 2012. P&B. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=E1viFYWocGU>. Acesso em: 15 jun. 2017.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos20/245
2. Logística em Saúde e Logísti-
ca Hospitalar
Conhecendo os conceitos de logística e sua 
aplicabilidade na administração de recur-
sos e na gestão da cadeia de suprimentos, 
fica fácil imaginar que esta ferramenta de 
planejamento pode ser extremamente útil à 
área de saúde. Mas a utilização da logística 
para a gestão hospitalar remonta de algu-
mas décadas para cá, sendo ainda uma área 
em crescimento e com diversos conceitos a 
serem solidificados. 
As instituições de saúde são conhecidas por 
agregar à prestação em sua infraestrutu-
ra recursos tecnológicos, científicos e bens 
materiais de alto valor agregado, como me-
dicamentos e material médico hospitalar. A 
qualidade dos serviços de saúde e a garan-
tia de que o paciente receberá o melhor tra-
tamento possível, da maneira mais segura 
e no momento em que ele necessitar, está 
intimamente ligada à boa gestão dos recur-
sos de saúde. Dessa maneira podemos pen-
sar que a complexa estrutura dos serviços 
de saúde exige um olhar bastante cauteloso 
e dedicado sobre todo o seu fluxo de supri-
mentos, materiais, informações e serviços. 
Nesse contexto, a aproximação dos concei-
tos administrativos com o setor de saúde 
tornou-se quase inevitável nas últimas dé-
cadas, sendo atualmente a logística hospi-
talar e a gestão da cadeia de suprimentos 
de saúde temas em significativo desenvol-
vimento.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos21/245
A saúde é uma área que reúne diversas peculiaridades e contínua atualização, sendo assim, a 
gestão logística dos serviços de saúde exige um olhar bastante integrativo. A capacidade de 
desenvolver uma gestão da cadeia de suprimentos de saúde baseada nos princípios administra-
tivos mais eficientes e ainda assim priorizar a qualidade e a segurança dos serviços oferecidos 
aos pacientes é um dos grandes desafios da gestão hospitalar.
Link
A logística na saúde vem se destacando nas últimas décadas. Como exemplo disso temos a utilização de 
planejamentos logísticos para a oferta de serviços de saúde durante os jogos mundiais militares do Rio 
de Janeiro em 2011. O Coronel Farmacêutico Manoel Rodrigues Martins, concedeu uma entrevista à épo-
ca do evento, em que explica diversos conceitos aplicados de logística de saúde utilizados para garantir 
a segurança e o atendimento correto para os atletas. 
BRANDÃO, Aloísio. JOGOS MUNDIAIS MILITARES: Logística da saúde em boas mãos. Pharmacia Brasilei-
ra, Brasília, v. -, n. 83, p.40-42, set. 2011. Trimestral. Disponível em: <http://www.cff.org.br/sistemas/
geral/revista/pdf/134/040a042_entrevista_coronel_rodrigues.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2017.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos22/245
Nos hospitais, a gestão da cadeia de supri-
mentos se estabelece com base em uma 
organização em que os materiais e supri-
mentos, mesmo quando se destinam ao uso 
de pacientes e acompanhantes, circulam 
sempre intermediados por funcionários da 
organização hospitalar. O fluxo de medica-
mentos e materiais médicos obedece a or-
ganizações particulares, de acordo com as 
necessidades dos serviços e com os setores 
envolvidos em sua utilização. Daí a impor-
tância de uma organização que considere 
as peculiaridades do serviço e as diferentes 
equipes de profissionais envolvidas ao lon-
go de toda a cadeia de suprimentos.
De maneira simplificada pode-se entender 
que as atividades típicas de suprimentos 
em ambiente hospitalar são, entre outras: 
seleção de materiais, gestão de estoques e 
organização de almoxarifados, armazena-
gem, distribuição e atendimento aos usuá-
rios internos. A Figura 3, auxilia na visuali-
zação das atividades e dos fluxos de infor-
mação, materiais e pacientes envolvidos 
na gestão da cadeia de suprimentos de um 
hospital.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos23/245
Figura 3: Síntese dos fluxos sob responsabilidade da logística hospitalar.
Fonte: Oliveira T.S.; Musetti A. A., 2014.
 
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos24/245
Link
Para complementar ainda mais a discussão sobre 
a logística de saúde, o artigo “Revisão Compreen-
siva de Logística Hospitalar: Conceitos e Ativida-
des” Oliveira e Musetti (2014), apresenta infor-
mações detalhadas e didáticas sobre o tema. 
OLIVEIRA, Thomás Silva; MUSETTI, Marcel An-
dreotti. Revisão Compreensiva de Logística Hos-
pitalar: Conceitos e Atividades.  Revista de Ges-
tão em Sistemas de Saúde, [s.l.], v.03, n 01 p.01-
13, 1 jun. 2014. University Nove de Julho. http://
dx.doi.org/10.5585/rgss.v3i1.90. Disponível em: 
<http://www.revistargss.org.br/ojs/index.
php/rgss/article/view/90/129>. Acesso em: 01 
jun. 2017.
Unidade1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos25/245
Glossário
Gestão: Ato de gerir ou administrar
Suprimento: Aquilo que serve para satisfação de necessidades.
Almoxarifado: Depósito de uma empresa (pública ou privada) onde ficam estocados objetos, 
materiais e matérias-primas.
Questão
reflexão
?
para
26/245
A logística em saúde é uma ferramenta extremamente útil para o 
aprimoramento dos serviços de saúde. Nesse contexto foi possí-
vel observar que as atividades de gestão da cadeia de suprimen-
tos hospitalares englobam diferentes conhecimentos e diferentes 
equipes profissionais. Reflita sobre as atividades de gestão da ca-
deia de suprimentos hospitalares e responda, com os seus conhe-
cimentos e aquele obtidos em aula: Quais são os profissionais das 
instituições hospitalares que podem contribuir positivamente para 
que as atividades logísticas sejam realizadas de maneira eficiente e 
adequada? Como manter todos esses profissionais alinhados com 
suas atividades ao longo da cadeia de suprimentos?
27/245
Considerações Finais
• A logística se mostrou, ao longo da história, como uma ferramenta útil aos 
processos de distribuição de mercadorias e serviços, diminuindo os desper-
dícios e garantindo o abastecimento necessário de suprimentos.
• A logística em saúde vem se destacando como uma contribuição fundamen-
tal para o bom andamento dos serviços de saúde. 
• Garantir que a cadeia de suprimentos de um hospital seja organizada de 
maneira eficiente é uma premissa para que as atividades logísticas ocorram 
adequadamente e consequentemente, possa-se garantir a qualidade e a se-
gurança dos serviços de saúde.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos28/245
Referências
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Lo-
gística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística Hospitalar – Teoria e Prática. 2º Edição. São Paulo: Sarai-
va, 2009.
BOWERSOX, D. J.; COOPER, M. B.; CLOSS, D. J. Gestão da Cadeias de Suprimentos e Logística. 1ª 
Edição. Rio de Janeiro. Editora Campus. 2007.
CHRISTOPHER, M. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Tradução da 4ª Edição. 
São Paulo. Cengage Learning Edições Ltda. 2011.
COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS. CSCMP Supply Chain Management 
Definitions and Glossary.  Disponível em: <http://cscmp.org/CSCMP/Educate/SCM_Definitions_
and_Glossary_of_Terms/CSCMP/Educate/SCM_Definitions_and_Glossary_of_Terms.aspx?hke-
y=60879588-f65f-4ab5-8c4b-6878815ef921>. Acesso em: 01 jun. 2017.
GOMES, F. S. G.; RIBEIRO, P. C. C. Gestão da cadeia de suprimentos integrada à tecnologia da in-
formação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
Unidade 1 • Conceitos de Logística e de Cadeia de Suprimentos29/245
OLIVEIRA, Thomás Silva; MUSETTI, Marcel Andreotti. Revisão Compreensiva de Logística Hospi-
talar: Conceitos e Atividades. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde, [s.l.], v. 03, n. 01, p.01-
13, 1 jun. 2014. University Nove de Julho. http://dx.doi.org/10.5585/rgss.v3i1.90. Disponível 
em: <http://www.revistargss.org.br/ojs/index.php/rgss/article/view/90/129>. Acesso em: 01 jun. 
2017.
30/245
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Aula 1 - Tema: Conceitos de Logística e de Ca-
deia de Suprimentos. Bloco I
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
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c62a47ef6b3e29fad7bb95770e1f8414>.
Aula 1 - Tema: Conceitos de Logística e de Ca-
deia de Suprimentos. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
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cf2af71b187406ca88447fed036ebb9c>.
31/245
1. Assinale a alternativa que responde adequadamente à seguinte questão: 
Qual foi historicamente o contexto inicial em que se utilizavam atividades de 
logística?
a) Em ambiente hospitalar.
b) Em ambiente comercial.
c) Em ambiente acadêmico.
d) Em âmbito militar.
e) Em âmbito administrativo.
Questão 1
32/245
2. Assinale a alternativa correta com relação à definição simplificada de 
logística.
a) Atividades voltadas para administrar exclusivamente o fluxo informações ao longo da cadeia 
de suprimento.
b) Atividades voltadas para administrar o fluxo de materiais e de informações relacionadas com 
esse fluxo ao longo da cadeia de suprimento.
c) Atividades voltadas para administrar o fluxo de materiais ao longo da cadeia de suprimento.
d) Atividades voltadas para administrar o fluxo de materiais e de informações relacionadas com 
esse fluxo no processo de distribuição.
e) Atividades voltadas para administrar o fluxo de materiais e de informações necessárias para 
sua utilização.
Questão 2
33/245
3. Com relação à separação das atividades logísticas em atividades de su-
primentos e de distribuição física, correlacione a coluna da esquerda com 
a da direita, assinalando os números que representam a classificação cor-
reta de cada atividade:
(1) Suprimentos 
(2) Distribuição Física 
( ) Seleção dos canais de distribuição. 
( ) Seleção de Materiais.
( ) Seleção e avaliação de fornecedores.
( ) Expedição.
( ) Assistência pós-venda.
Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) 1, 2, 1, 2, 1.
b) 1, 1, 2, 2, 1.
c) 2, 1, 1, 2, 2.
d) 2, 1, 1, 2, 1.
e) 1, 1, 1, 2, 2.
Questão 3
34/245
4. Julgue como verdadeiras ou falsas as sentenças abaixo:
( ) A gestão da cadeia de suprimentos é uma atividade desvinculada da logística e da adminis-
tração de materiais.
( ) A cadeia de suprimentos compreende tanto o fluxo de materiais quanto de informações que 
são afetados pelas atividades logísticas de cada instituição.
( ) A logística hospitalar pode contribuir diretamente para a melhoria da qualidade dos serviços 
de saúde das instituições hospitalares.
( ) A gestão hospitalar nada tem a ver com a utilização do capital visando a melhor relação cus-
to-benefício para as atividades logísticas administrativas.
Assinale a alternativa que traz a sequência correta de respostas para as sentenças acima julgadas:
a) F, V, V, F.
b) F, V, F, F.
c) F, F, V, F.
d) V, V, V, F.
e) V, F, V, F. 
Questão 4
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5. Leia e analise o trecho abaixo:
A cadeia de suprimentos de um hospital compreende atividades típicas de suprimentos, tais 
como: ________________________________, compras, recebimento de materiais, gestão de esto-
ques, armazenagem, distribuição e ______________________.
Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto acima:
a) Recebimento; atendimento aos usuários internos.
b) Armazenagem de peças e matérias primas; divulgação de informações.
c) Recebimento; atendimento aos usuários internos.
d) Seleção de materiais; divulgação de informações.
e) Seleção de materiais; atendimento aos usuários internos.
Questão 5
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Gabarito
1. Resposta: D.
É sabido que historicamente a logística en-
controu sua primeira utilização em ações 
militares, onde o planejamento estratégico 
era necessário para garantir o sucesso das 
batalhas.
2. Resposta: B.
A definição simplificada de logística englo-
ba as atividades relacionadas tanto ao fluxo 
de materiais quanto de informações na ca-
deia de suprimentos.
3. Resposta: C.
A associação correta das colunas estabele-
ce como 2, 1, 1, 2, 2, identificando as ativi-
dades relacionadas aos fornecedores como 
atividades de suprimento e aqueles relacio-
nadas aos consumidores como atividades 
de distribuição física.
4. Resposta: A.
A apresentação correta do julgamento das 
sentenças é a sequência F, V, V, F.
5. Resposta: E.
A alternativa que traz a resposta correta é 
aquela que traz asduas atividades que fal-
tavam para completar a sentença, sendo 
elas: seleção de materiais; atendimento aos 
usuários internos.
37/245
Unidade 2
Processos de Logística Hospitalar
Objetivos
1. Auxiliar na compreensão do que são 
processos de logística.
2. Abordar a identificação e a classifica-
ção de materiais em ambiente hospi-
talar.
3. Discutir os principais processos de lo-
gística dentro das organizações hos-
pitalares.
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar38/245
Introdução
A logística e o gerenciamento da cadeia de 
suprimentos envolvem em si uma série de 
etapas e processos para serem bem execu-
tadas. Até aqui, já compreendemos que es-
sas atividades estão interligadas, o que pode 
ser caracterizado até mesmo pelo termo 
“cadeia” utilizado no conceito de “cadeia de 
suprimentos”. Além desta interligação, que 
deve ser extremamente bem compreendida 
e contabilizada para a administração ade-
quada de qualquer instituição, é importante 
compreender melhor como ocorrem essas 
atividades, quais são suas principais etapas 
e objetivos. 
Para a gestão hospitalar é necessário conhe-
cer todas as etapas dos processos logísticos 
a serem administrados nestas instituições. 
Não seria exatamente didático ou produtivo 
elencar uma lista engessada de atividades, 
posto que ela seria extremamente extensa e 
não completamente fiel à realidade das ins-
tituições de saúde. Um dos pontos mais im-
portantes da logística hospitalar é se com-
preender as suas peculiaridades, entre elas 
está a caracterização de cada instituição. As 
organizações hospitalares trabalham atual-
mente com diversos processos de validação 
de qualidade de seus serviços, sendo que 
esses processos de validação, conhecidos 
como acreditação hospitalar, trazem em si 
diversas orientações e diretrizes de gestão.
O conceito de padronização e o desenvol-
vimento de “procedimentos operacionais 
padrão – POPs”, têm sido estimulados nas 
instituições hospitalares que buscam es-
tas certificações de qualidade de serviços. 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar39/245
Dentro deste contexto, fica evidente que 
os processos logísticos, sendo conhecidos 
e trabalhados em função da melhoria da 
gestão da cadeia de suprimentos hospita-
lares, contribuem diretamente para qua-
lidade dos serviços de saúde oferecidos 
pelos hospitais. Nesse momento, é impor-
tante entendermos que cada organização 
hospitalar, tendo respeitadas as suas carac-
terísticas próprias, pode ter seus recursos 
melhor administrados quando os processos 
logísticos são bem planejados, construídos, 
implementados e acompanhados
Compreender que os hospitais estão atual-
mente assumindo seus valores de serviços, 
agregando os aspectos técnicos, científi-
cos, administrativos e humanos, auxilia na 
aproximação destes processos. Os hospi-
tais são bastante característicos com rela-
ção aos seus processos e serviços, atuando 
como organizações com aspectos empre-
sariais e de prestação de serviços, ao mes-
mo tempo. Não podemos falar de saúde de 
maneira somente técnica e administrativa, 
mas também não podemos falar de serviços 
de saúde sem passar pelo âmbito adminis-
trativo. Esta realidade estabelece um dos 
maiores desafios para a logística hospitalar, 
traçar o planejamento da gestão hospitalar 
com qualidade e precisão técnicas e eco-
nômicas, sem perder a visão humanizada e 
próxima da realidade dos seus clientes prin-
cipais, seus pacientes. 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar40/245
1. Processos de Logística
Inicialmente, anteriormente à década de 
60, a logística era vista como uma área em 
que as atividades eram administradas indi-
vidualmente, como numa organização em 
que se pensa em todas as atividades, mas 
não se constrói uma relação de integração 
plena entre elas. Com o desenvolvimento 
dos sistemas de transporte e os avanços 
relacionados à tecnologia de informação a 
necessidade de integração entre as ativida-
des logísticas foi se tornando cada vez mais 
uma realidade. O conceito de logística inte-
grada solidificou-se ainda mais nas últimas 
décadas, tendo evoluído a partir dos anos 
80 para o conceito de gestão da cadeia de 
suprimentos, em que o planejamento das 
etapas de transporte, estoque, armazena-
mento, entre outras, são vistas de maneira 
interligada. 
Ampliar a visão dos processos logísticos 
para compreender que eles se aplicam de 
maneira integrada desde o relacionamento 
entre a empresa e seus fornecedores, pas-
sando por suas etapas de gestão de estoque, 
entre outras, chegando até à distribuição 
dos produtos aos clientes foi fundamental 
para estabelecer essa nova visão sobre a lo-
gística e a gestão da cadeia de suprimentos. 
Gomes e Ribeiro (2004) trazem o conceito 
de que “A logística integrada é o relaciona-
mento entre fornecedor, suprimentos, pro-
dução, distribuição e cliente, havendo um 
fluxo de materiais e outro de informações” 
(Gomes e Ribeiro, 2004).
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar41/245
A logística integrada começou a ser discu-
tida e adotada efetivamente pelas empre-
sas a partir de 1950, quando o planejamen-
to dos processos de logística passou a fazer 
parte de um grande planejamento, ou pro-
cesso de logística maior, em que as etapas 
interligadas poderiam contribuir efetiva-
mente para os resultados parciais de cada 
atividade e para o resultado final, como um 
todo. 
Link
Uma boa dica de leitura sobre o assunto é a publi-
cação do:
SEGET – SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E 
TECNOLOGIA. Os modernos processos do sistema 
logístico integrado e o relevante papel da tecno-
logia da informação no mundo competitivo. Dis-
ponível em: <http://www.aedb.br/seget/ar-
quivos/artigos08/464_ArT_Sist_Log_Inte-
gr_e_a_TI.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2017.
Compreender os processos de logística at-
ravés dessa ótica ampliada e integrada 
auxilia no desenvolvimento de bons plane-
jamentos e estratégias administrativas. A 
visão de processos integrados em que todas 
as atividades podem contribuir significati-
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar42/245
vamente para o resultado final, no caso, a oferta do produto ao cliente pelo menor custo e com a 
maior qualidade possível, traz uma organização de processos mais eficiente e dinâmica. A figura 
1 apresenta um modelo de fluxo de atividades logísticas através dessa visão de processos inte-
grados.
Figura 1:  Atividades logísticas na visão de processos
Fonte: Lincoln, 2010
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar43/245
A interdependência entre as etapas dos pro-
cessos logísticos demonstra a necessidade 
de planejamento integrado, o que configu-
raria o processo logístico macro, coordenan-
do desde o contato com os fornecedores até 
a disponibilidade dos produtos aos clientes. 
Para todas as organizações essa visão é im-
portante, já que o planejamento logístico 
deve ser construído com base nas caracte-
rísticas dos processos desenvolvidos, seus 
objetivos e resultados esperados, tanto para 
as pequenas atividades e processos locais, 
quanto para o objetivo comum final.
Em uma organização hospitalar, a gestão é 
uma atividade ainda mais segmentada, já 
que engloba diversas áreas e um número 
elevado de diferentes profissionais e servi-
ços. As características peculiares das insti-
tuições hospitalares exigem uma visão de 
logística integrada para uma gestão ade-
quada de seus processos de logística. Dian-
te da importância dos serviços prestados 
e dos altos valores monetários envolvidos, 
esse processo tem de ser detalhadamente 
planejado a fim de garantir a qualidade dos 
serviços, o uso correto dos recursos de saú-
de e a maior eficiência e eficácia operacio-
nal e financeira.
1.1. Materiais e Serviços Hospi-
talares
Quando falamos da logísticahospitalar é 
importante caracterizar os processos e os 
materiais envolvidos nas atividades destas 
instituições. 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar44/245
Segundo Barbieri e Machline (2009, p.8), os 
bens materiais podem ser classificados em 
dois grupos em ambiente hospitalar, sendo 
estes bens de consumo e bens patrimoniais, 
como ilustra a figura 2. Os bens administra-
dos na cadeia de suprimentos hospitalares 
são os bens de consumo. A administração 
de materiais é responsável por organizar o 
fluxo desses bens que circulam pelo hospi-
tal, cuidando para que o fluxo de materiais 
e de informações pertinentes atendam aos 
clientes certos, nas quantidades e momen-
tos certos, com qualidade, segurança e ao 
menor custo possível.
Figura 2: Bens materiais: classificação e exemplos 
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Bar-
bieri e Machline (2009, p. 9).
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar45/245
É importante lembrar que parte dos bens 
de consumo será mantida nas organizações 
hospitalares até o seu uso, configurando os 
estoques. Os estoques armazenam todo o 
material mantido para atender a uma de-
manda futura. Sendo assim, a administra-
ção dos bens de consumo baseia-se na ges-
tão do fluxo de materiais, já a administração 
dos bens materiais baseia-se na conserva-
ção e na permanência desses bens na ins-
tituição de saúde. Pensando, sob uma óti-
ca contábil, em valores e investimento em 
bens materiais podemos separar os bens de 
consumo em ativo circulante e os bens pa-
trimoniais em ativo permanente. 
Para saber mais
Ativo circulante e ativo permanente são expres-
sões bastante usuais na área de administração e 
contabilidade. Sendo que ativo circulante se re-
fere ao capital investido em curto prazo, ou seja, 
que pode ser convertido rapidamente em capital. 
Por exemplo títulos de curto prazo, estoques, di-
nheiro corrente, etc. Enquanto o ativo permanen-
te, comumente chamado de ativo não circulante, 
é caracterizado pelo capital investido em bens ou 
direitos a longo prazo que não podem ser con-
vertidos em capital tão facilmente. Por exemplo: 
ativos imobilizados, como máquinas, terrenos, in-
vestimentos de longo prazo, ativo intangível, etc. 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar46/245
No ambiente hospitalar alguns bens ma-
teriais podem causar dúvidas quanto à sua 
categorização, já que nessas organizações 
o número de itens como instrumentos es-
pecíficos de trabalho, utensílios e peças 
de reposição é bastante elevado. Para so-
lucionar este problema são estabelecidos 
critérios de classificação, como estipular o 
valor dos bens e seu tipo de uso. É impor-
Link
Um link que pode ser útil na elucidação de termos 
contábeis é a página PORTAL DE CONTABILIDA-
DE.  GLOSSÁRIO DE TERMOS CONTÁBEIS.  Dispo-
nível em: <http://www.portaldecontabilida-
de.com.br/glossario.htm>. Acesso em: 15 jun. 
2017.
tante compreender que bens de consumo 
e bens patrimoniais obedecem a processos 
de aquisição diferentes e logísticas espe-
cíficas. Conhecer as interligações e consi-
derar as logísticas de ambos no momento 
da compra é de extrema importância para 
uma boa administração de bens. A admi-
nistração de materiais tem por objetivo dis-
ponibilizar o material certo, na quantidade 
certa, no momento certo para os usuários. 
Para que isso seja possível são estabeleci-
dos processos relacionados à escolha dos 
materiais, que são geralmente chamados 
de seleção e classificação de materiais.
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar47/245
1.2. Seleção de Materiais Hospi-
talares
A seleção e a classificação de materiais vi-
sam a alguns objetivos específicos, que em 
conjunto garantem a maior eficiência dos 
processos, são eles: a identificação correta 
dos materiais; a organização do processo de 
aquisição e a guarda e manuseio dos mate-
riais. Além disso, esta organização facilita a 
comunicação com fornecedores, usuários e 
setores contábil e financeiro, estabelecendo 
instrumentos de planejamento e de contro-
le apropriados, reduzindo custos com mate-
riais e melhorando o nível dos serviços. 
Para organizações que trabalham com um 
elevado número de materiais, a administra-
ção de bens é de extrema importância. Esse 
é o caso dos hospitais, que podem operar 
com cerca de cinco a sete mil itens mate-
riais. No ambiente hospitalar é importante 
considerar a estrutura dos serviços e o en-
volvimento de diversos setores e profissio-
nais no fluxo dos bens de consumo. 
Podemos considerar que nas organizações 
hospitalares existem dois tipos de clientes, 
os clientes internos, que recebem os mate-
riais para seu uso imediato (médicos, enfer-
meiros, hotelaria, entre outros profissionais 
das instituições) e os clientes externos, que 
recebem o atendimento de saúde (pacien-
tes e familiares que recebem os serviços de 
saúde e/ou os medicamentos necessários 
para o seu tratamento). O fluxo de bens de 
consumo precisa obedecer às diversas ne-
cessidades desses dois grupos de clientes, 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar48/245
possibilitando que os serviços sejam reali-
zados de forma segura e eficiente. A quan-
tidade de variáveis envolvidas nesta ativi-
dade é imensa, posto que tantos serviços 
diferentes e clientes diferentes exigem uma 
visão bastante apropriada de logística inte-
grativa para que o processo seja realizado 
de maneira eficiente, com qualidade e ao 
menor custo. 
A seleção de materiais deve ser realizada 
levando em conta as necessidades dos se-
tores e conciliando essas necessidades aos 
padrões necessários para manter uma boa 
gestão administrativa. Desta maneira, este 
processo envolve atividades que objetivam 
alcançar ao menos um razoável consen-
so entre os diferentes profissionais, forne-
cedores e clientes envolvidos. Esse desafio 
administrativo envolve atividades específi-
cas, tais como: especificação, simplificação, 
padronização, classificação, codificação e 
catalogação. A figura 3 ilustra essas ativi-
dades e seus objetivos principais.
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar49/245
Figura 3: Seleção de materiais: atividades básicas
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Barbieri e Machline (2009, p. 55).
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar50/245
Cada uma das atividades relacionadas à ad-
ministração de materiais em ambiente hos-
pitalar será realizada de acordo com espe-
cificações e protocolos adotados por cada 
instituição, porém, a estrutura básica e os 
objetivos são os mesmos: garantir o acesso 
aos materiais no momento certo, na quan-
tidade certa, pela melhor relação custo x 
benefício, para o cliente certo. 
Como os hospitais trabalham com um uni-
verso de tipos de manterias extremamen-
te diversificado, é importante notar que a 
classificação desses itens vai obedecer a 
processos específicos dentro de cada ati-
vidade. O objetivo final desses processos é 
garantir que os recursos das organizações 
hospitalares sejam empregados de maneira 
eficiente, garantindo a disponibilidade de 
todos os materiais necessários para o aten-
dimento dos pacientes e a realização dos 
serviços. 
Além das questões administrativas é im-
portante levar em conta que a identificação, 
a seleção e a padronização dos bens de 
consumo utilizados em hospitais impacta 
diretamente sobre a segurança dos pacien-
tes. Uma boa gestão de materiais contribui 
para que não ocorram erros no processo de 
distribuição dos medicamentos, por exem-
plo. Além de garantir aos pacientes todos os 
componentes necessários para o seu trata-
mento. A classificação e codificação de itens 
hospitalares será tratada mais detalhada-
mente na atividade de armazenamento, em 
que fica clara a utilidade de métodos admi-
nistrativos de classificação como o métodoUnidade 2 • Processos de Logística Hospitalar51/245
de Pareto ou classificação ABC, em que os 
itens são classificados por seu valor e con-
sumo, além da classificação por grau de im-
prescindibilidade do material (conhecido 
como classificação XYZ). 
Quando tratamos de bens de consumo uti-
lizados em organizações hospitalares é im-
portante ainda lembrar que esses bens per-
Para saber mais
Para aprofundar um pouco mais os conhecimen-
tos sobre a seleção e a classificação de materiais 
na logística hospitalar o capítulo 3 “Seleção e 
classificação de materiais” do livro Logística Hos-
pitalar – Teoria e Prática, de Barbieri e Machline, 
2009, é uma ótima sugestão de leitura. 
tencem a diferentes categorias e famílias de 
produtos. Os produtos para a saúde repre-
sentam a maior conta destes bens, sendo 
que nela os medicamentos figuram como 
aqueles de custo mais elevado e que obe-
decem a padrões específicos de administra-
ção, estabelecidos pela farmácia hospitalar 
em conjunto com os setores administrati-
vos e os gestores das instituições. 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar52/245
2. Processos de Logística Hospi-
talar
A logística hospitalar começou a ser discu-
tida há poucos anos, o que leva à uma re-
duzida bibliografia sobre o tema. Porém, ela 
agrega em si duas áreas em constante de-
senvolvimento, a saúde e a logística admi-
nistrativa (gestão da cadeia de suprimen-
tos). A aproximação dessas duas áreas vem 
trazendo uma nova visão para os gestores 
de saúde e tornando mais claros os pontos 
principais para se estabelecer uma gestão 
adequada da cadeia de suprimentos hospi-
talares. 
A qualidade dos serviços oferecidos pe-
los hospitais está diretamente relacionada 
com a gestão de sua cadeia de suprimentos, 
Link
Esses diferentes materiais utilizados na saúde 
obedecem a registros específicos e são regula-
mentados por legislações próprias. No site da AN-
VISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é 
possível acessar essas informações para comple-
mentação do conhecimento:
ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitá-
ria.  Regularização de Produtos - Produtos para 
a Saúde.  Disponível em: <http://portal.anvisa.
gov.br/registros-e-autorizacoes/produtos-
-para-a-saude/produtos>. Acesso em: 15 jun. 
2017. 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar53/245
já que para que o serviço seja oferecido de 
maneira adequada aos clientes é necessá-
rio que os materiais certos estejam dispo-
níveis. Atualmente, a denominação “pacote 
produto-serviço” vem sendo utilizada para 
representar o conjunto de bens tangíveis e 
intangíveis que as organizações de serviço 
oferecem aos seus clientes. Nos hospitais, 
o pacote produto-serviço é formado pe-
los serviços médicos e correlatos, além dos 
bens materiais já comentados. 
Nesse contexto, a importância dos mate-
riais que compõem esses pacotes produto-
-serviços não pode ser medida apenas pelo 
seu valor monetário, agregando-se a ele 
sua importância e essencialidade para a re-
alização dos serviços em que são utilizados. 
Compreendendo esses valores econômicos 
e não contábeis agregados aos bens mate-
riais utilizados nas organizações hospitala-
res entendemos que uma gestão eficiente 
desses recursos pode contribuir de forma 
direta na melhoria dos serviços hospitala-
res. Todo o planejamento dos processos de 
gestão da cadeia de suprimentos hospi-
talares tem como pauta o atendimento ao 
cliente com qualidade e ao menor custo. 
Para alcançar estes resultados a logística 
integrativa é fundamental. 
Os fluxos de materiais ocorrem em diversos 
locais e momentos numa organização hos-
pitalar e envolvem diferentes setores e dife-
rentes profissionais, o que exige dos gesto-
res ações ainda mais eficientes de integra-
ção entre as atividades e as equipes e uma 
otimização do fluxo de informações entre 
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar54/245
todos os atores envolvidos com esse processo total. A figura 4 exemplifica o fluxo de materiais 
em uma instituição hospitalar, destacando os processos de aquisição (relação com fornecedo-
res), armazenamento, distribuição para os pontos de consumo e as atividades de registro e his-
tórico necessárias ao longe de todas as atividades para obtenção de controle eficiente sobre a 
cadeia de suprimentos.
Figura 4: Seleção de materiais: atividades básicas
Fonte: HEALTH LEAN LOGISTICS. TER O QUE É NECESSÁRIO, QUANDO NECESSÁRIO E ONDE NECESSÁRIO. Dis-
ponível em: <http://www.hllbrasil.com.br/logistica.php>. Acesso em: 15 jun. 2017.
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar55/245
Um bom exemplo de atividade logística in-
tegrada em hospitais é a gestão de compra 
de medicamentos. Nela, os setores envolvi-
dos precisam trabalhar em conjunto e em 
sintonia para garantir que o medicamento 
certo esteja disponível para o paciente cer-
to, na quantidade certa e no momento certo. 
Essa gestão relaciona-se diretamente com 
a segurança do paciente e é um exemplo de 
processo macro que envolve uma série de 
processos menores, incluindo as atividades 
referentes ao ciclo da assistência farmacêu-
tica. 
Para saber mais
O artigo “Logística hospitalar: um estudo explo-
ratório sobre processos na gestão de compras 
de medicamentos” Rodrigues e Souza, 2014. É 
uma ótima leitura para quem quer se aprofun-
dar um pouco mais nesse tema.   RODRIGUES, 
Stênio Lima; SOUSA, João Vitor de Oliveira.  LO-
GÍSTICA HOSPITALAR: UM ESTUDO EXPLORA-
TÓRIO SOBRE PROCESSOS NA GESTÃO DE COM-
PRAS DE MEDICAMENTOS.  2014. Disponível em: 
<http://www.inovarse.org/sites/default/fi-
les/T14_0283_1.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2017.
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar56/245
Glossário
Acreditação: A acreditação tem sido uma expressão bastante utilizada nas últimas décadas 
para se referir à validação da qualidade dos hospitais. Existem agencias tanto nacionais quanto 
internacionais que avaliam protocolos, estrutura, segurança e qualidade de serviços hospitala-
res para conferir ou não o selo de “acreditação” a essas instituições.
Padronização: Tornar uniforme, ou seja, fazer com que os materiais obedeçam a critérios que 
estabelecem seu uso ou não em cada hospital.
Demanda: Procura, solicitação, necessidade.
Imprescindibilidade: Ser imprescindível, não possuir substituto, ser fundamental para que o 
serviço seja realizado.
Otimização: Obter os melhores resultados com o melhor desempenho e ao menor custo (tornar 
ótimo).
Questão
reflexão
?
para
57/245
As atividades relacionadas à gestão de cadeia de suprimentos 
hospitalares devem sempre respeitar as características dos ser-
viços em que serão desenvolvidas, visto que as organizações hos-
pitalares possuem diversas características próprias, diferindo-se 
estruturalmente de acordo com os serviços oferecidos. Nesse 
contexto, quais seriam as principais diferenças nos processos lo-
gísticos a serem desenvolvidos em um hospital geral de grande 
porte e uma unidade básica de saúde? Quais seriam as caracte-
rísticas necessárias a serem observadas para que o planejamento 
logístico seja eficiente?
58/245
Considerações Finais
• A logística integrativa, que considera os processos de maneira ampla, 
compreendendo as interligações presentes em cada etapa, é de ex-
trema importância para o sucesso da gestão da cadeia de suprimen-
tos.
• A identificação e a classificação dos materiais utilizados em organi-
zações hospitalares são atividades fundamentais tanto para a garan-
tia da qualidade dos serviços e do bom andamento administrativo 
dos hospitais quanto para a segurança do paciente, o que traz a esses 
materiais valores não somente monetários agregados ao seu uso.
• Diante da diversidade de atividades e serviços desenvolvidos em um 
hospital a logística integrativae a utilização de processos que auxi-
liem na organização do fluxo de materiais tem se mostrado uma fer-
ramenta extremamente útil para a economia e para a qualidade dos 
serviços hospitalares.
Unidade 2 • Processos de Logística Hospitalar59/245
Referências 
BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística hospitalar – teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2006.
BOWERSOX, D. J.; COOPER, M. B.; CLOSS, D. J. Gestão da cadeia de suprimentos e logística. 1ª 
Edição. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2007.
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. 2ª Edição. São 
Paulo: Thomson Pioneira, 2007.
GOMES, F. S. G.; RIBEIRO, P. C. C. Gestão da cadeia de suprimentos integrada à tecnologia da 
informação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
LINCOLN, Leonardo. Estrutura organizacional e processos integradores: importância e impactos 
no desempenho logístico – parte 1. ILOS Especialistas em Logística e Supply Chain, Artigos, 
2010. Disponível em:<http://www.ilos.com.br/web/estrutura-organizacional-e-processos-in-
tegradores-importancia-e-impactos-no-desempenho-logistico-parte-1/>. Acesso em: 13 jun. 
2017.
60/245
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lar. Bloco I
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61/245
1. Assinale a alternativa que responde adequadamente à seguinte questão: A 
logística integrada difere da logística tradicional por estabelecer qual tipo de 
visão sobre as atividades?
a) Visão de processos, em que as atividades estão interligadas.
b) Visão de função, em que cada atividade se estabelece por ela mesma.
c) Visão de processo em que nenhuma atividade está interligada.
d) Visão de função em que todas as atividades estão interligadas.
e) NDA.
Questão 1
62/245
2. A gestão da cadeia de suprimentos hospitalares torna-se mais eficiente se 
a logística integrada for utilizada para a administração do fluxo de materiais. 
Tendo isso em mente assinale a alternativa correta.
Questão 2
a) O fluxo de materiais em ambiente hospitalar é simplificado e linear, não havendo intermedi-
ários entre os fornecedores e os clientes externos.
b) O fluxo de materiais em ambiente hospitalar é segmentado, já que envolve diversos serviços 
e setores, não sendo necessário otimizar o fluxo de informações entre os profissionais envol-
vidos.
c) O fluxo de materiais em ambiente hospitalar é segmentado, já que envolve diversos serviços 
e setores, sendo necessário otimizar o fluxo de informações entre os profissionais envolvidos 
(clientes internos), para garantir a qualidade dos serviços prestados aos pacientes (clientes 
externos).
d) O fluxo de materiais em ambiente hospitalar é segmentado, já que envolve diversos serviços 
e setores, sendo necessário otimizar o fluxo de informações entre os profissionais envolvidos.
e) Atividades voltadas para administrar o fluxo de materiais hospitalares estão separadas das 
demais atividades logísticas do hospital.
63/245
3. Com relação à classificação dos bens materiais em ambiente hospitalar 
correlacione a coluna da esquerda com a da direita.
Questão 3
a) 1, 2, 1, 2, 1.
b) 1, 1, 2, 2, 1.
c) 2, 1, 1, 2, 2.
d) 2, 1, 1, 2, 1.
e) 1, 1, 2, 1, 2.
(1) Bens de consumo
(2) Bens patrimoniais 
( ) Especialidades farmacêuticas
( ) Gêneros alimentícios
( ) Móveis e utensílios
( ) Reagentes de laboratório
( ) Ambulâncias
64/245
4. Julgue como verdadeiras ou falsas as sentenças abaixo:
Questão 4
( ) A qualidade dos serviços oferecidos pelos hospitais está diretamente relacionada com a ges-
tão de sua cadeia de suprimentos.
( ) A atividade de seleção não está vinculada às atividades de compra e armazenamento de ma-
teriais hospitalares.
( ) A identificação e a classificação de itens hospitalares são atividades importantes tanto para 
a garantia de um controle efetivo de estoque quanto para a segurança dos pacientes atendidos 
pela instituição de saúde.
( ) Os fluxos de materiais ocorrem em diversos locais e momentos numa organização hospitalar 
e envolvem diferentes setores e diferentes profissionais.
Assinale a alternativa que traz a sequência correta de respostas para as sentenças acima julgadas.
a) F, V, V, F.
b) F, V, F, F.
65/245
Questão 4
c) F, F, V, F.
d) V, F, V, V.
e) V, F, V, F.
66/245
5. Nos hospitais o pacote produto-serviço é formado: _______________.
Questão 5
Dentre as alternativas abaixo assinale a que melhor completa a sentença acima.
a) Pelos bens materiais de consumo e patrimoniais. 
b) Pelos serviços médicos e correlatos. 
c) Pelos serviços médicos e correlatos, além dos bens materiais necessários para a realização 
dos serviços. 
d) Pelos serviços de hotelaria, nutrição e pelos bens patrimoniais.
e) Pelos serviços médicos e correlatos e pelas especialidades farmacêuticas.
67/245
Gabarito
1. Resposta: A.
A principal característica da logística inte-
grada é a visão de processos sobre as ativi-
dades, considerando as interligações entre 
elas.
2. Resposta: C.
O fluxo de materiais em ambiente hospitalar 
é caracteristicamente não linear, envolven-
do diversos serviços e setores, o que exige a 
otimização do fluxo de informações entre os 
profissionais envolvidos (clientes internos), 
para garantir a qualidade dos serviços pres-
tados aos pacientes (clientes externos).
3. Resposta: E.
A associação correta das colunas estabele-
ce como 1, 1, 2, 1, 2 a identificação dos bens 
materiais.
4. Resposta: D.
A apresentação correta do julgamento das 
sentenças é a sequência: V, F, V, V.
5. Resposta: C.
Nos hospitais o pacote produto-serviço é 
formado pelos serviços médicos e correla-
tos, além dos bens materiais necessários 
para a realização dos serviços.
68/245
Unidade 3
Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física
Objetivos
1. Auxiliar na compreensão da relação 
entre a utilização da logística e o cus-
to dos processos.
2. Destacar a importância da adminis-
tração da distribuição física de mate-
riais.
3. Discutir o impacto do marketing na 
economia das empresas e sua relação 
com a gestão da cadeia de suprimen-
tos.
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física69/245
Introdução
Um dos objetivos da utilização da logística 
em gestão empresarial é a garantia de que 
os processos serão realizados com o má-
ximo de eficiência e qualidade, utilizando 
para isso o menor investimento. A relação 
de custo versus benefício deve ser otimiza-
da através de uma boa gestão de cadeia de 
suprimentos. Nessa análise é fundamental 
considerar que as atividades de logística 
também possuem seus custos, o que impli-
ca em uma análise ampla e detalhada dos 
investimentos pertinentes a essas ativida-
des, a fim de que a qualidade seja garantida, 
com um custo baixo, caracterizando a efici-
ência logística.
O investimento em logística é uma realida-
de para a maioria das empresas atualmen-
te. Essa realidade é refletida inclusive na 
existência de empresas especializadas em 
supply chain management (SCM), que pres-
tam serviços a outras empresas. Esse tipo de 
serviço pode representar um investimento 
diretamente relacionado ao aprimoramen-
to da SCM de uma empresa e indica a cres-
cente absorção do conceito de otimização 
de processos por meio da logística, o que 
justifica o investimento na área.
Em saúde não é diferente. Com a comple-
xidade inerente à gestão da saúde, os ele-
vados custosenvolvidos e a importância da 
qualidade dos serviços, a otimização dos 
processos logísticos é uma realidade neces-
sária e já presente na maior parte das orga-
nizações de saúde. 
A primeira etapa para se obter um investi-
mento logístico adequado para cada orga-
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física70/245
nização é conhecer e caracterizar os custos 
logísticos. Ter uma visão ampla sobre a ad-
ministração da distribuição física e todos 
os custos envolvidos nela é um passo igual-
mente importante. Identificar, caracterizar 
e avaliar os custos envolvidos nas atividades 
logística é uma das atividades administra-
tivas que garantem a utilização correta dos 
recursos de uma empresa. 
1. Custeio Logístico
Todas as atividades de uma empresa en-
volvem algum tipo de investimento. Os re-
cursos financeiros utilizados em logística 
simbolizam atualmente uma maneira de 
se investir conscientemente os recursos de 
uma empresa, visando sempre a melhor uti-
lização dos recursos e o mínimo de perdas 
contábeis.
No Brasil, segundo o ILos Instituto de Lo-
gística e Supply Chain, os custos logísticos 
no Brasil consumiam em 2015 por volta de 
12% do PIB (Produto interno bruto) do país. 
Em uma nação de dimensões continentais, 
em que o transporte de materiais é uma das 
atividades mais dispendiosas para as em-
presas, essa porcentagem não se faz sur-
preendente. É possível relacionar o elevado 
custo logístico no Brasil a um déficit de in-
vestimento e aprimoramento da infraestru-
tura de transportes, por exemplo. A priori-
zação do transporte de carga por rodovias é 
um bom exemplo de custo logístico elevado, 
já que esta modalidade de transporte aten-
de às necessidades do setor empresarial do 
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física71/245
país a custos mais elevados que outros mo-
dais como ferroviário ou hidroviário. Esse 
exemplo destaca a necessidade de conheci-
mento e estruturação da administração de 
custos envolvidos com a logística, para que 
atividades que podem representar um pon-
to crucial de economia não se convertam 
em despesas desnecessárias.
Podemos chamar de custos logísticos todos 
os custos envolvidos com as atividades de 
transporte, estocagem, armazenamento, 
distribuição e administração, entre outras. 
Esses valores são repassados aos suprimen-
tos (produtos, matérias primas e materiais) 
adquiridos pela empresa e ajudarão a com-
por o valor final do produto. Assim, quan-
to mais se gasta em custos logísticos, mais 
tende a ficar caro o produto.
Sendo assim, identificar os custos dos pro-
cessos logísticos é a única maneira de se 
administrar corretamente os investimentos 
e consequentemente trazer eficiência à ad-
ministração de recursos na gestão da cadeia 
de suprimentos. Nesse contexto podemos 
trabalhar com a relação de eficiência ge-
rando produtividade e reduzindo custos. As 
Para saber mais
Para saber mais sobre a temática de custos logís-
ticos no Brasil a leitura do artigo disponibilizado 
pelo ILos no link abaixo oferecerá um material 
interessante para reflexão sobre o tema LIMA, 
Maurício.  CUSTOS LOGÍSTICOS NO BRASIL.  Dis-
ponível em: <http://www.ilos.com.br/web/
custos-logisticos-no-brasil/>. Acesso em: 30 
jun. 2017.
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física72/245
ferramentas logísticas são vistas como pon-
tos de agregação de qualidade e economia, 
ou seja, elas são utilizadas visando a melhor 
relação custo/benefício para a empresa, des-
tacando-se a necessidade da administração 
de custos para garantir que essa relação seja 
verdadeiramente eficiente.
A adequação das atividades de logística de 
acordo com a proposta de cada empresa e 
com os recursos financeiros a serem utili-
zados é fundamental para uma boa ges-
tão de custos. Nesse contexto, em saúde, 
não se pode pensar de maneira diferente. 
A administração das atividades de logísti-
ca em saúde passa por etapas complexas, 
tais como o transporte, a estocagem e o 
armazenamento de materiais hospitala-
res e medicamentos. O custo do transpor-
te de medicamentos é elevado justamente 
por conta das especificações técnicas ne-
cessárias para a garantia da qualidade e da 
segurança desses produtos desde o forne-
cedor até a sua distribuição aos clientes. A 
escolha adequada dos fornecedores e do 
processo de transporte de medicamentos é 
um exemplo de uma atividade logística que 
demanda atenção, avaliação, planejamento 
e investimento adequados.
É importante entender que os custos logís-
ticos fazem parte da cadeia de valor de uma 
empresa, ou seja, eles integram as ativi-
dades que garantem que o produto alcan-
ce o seu consumidor, mas essas atividades 
possuem um custo, que deve ser conhecido 
e calculado, assim como essas atividades 
agregam valor ao produto final. 
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física73/245
Os custos logísticos podem ser categorizados como custos de: armazenagem e movimentação 
de materiais; transporte; embalagens; manutenção de inventário; tecnologia da informação; tri-
butários; decorrentes de lotes e decorrentes de nível de serviço. Todos esses tipos de custos es-
tão relacionados ás atividades de logística, tais como as apresentadas na Figura 1.
Figura 1: Atividades logísticas na cadeia de suprimentos 
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Ballou, 2004, p.31
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física74/245
Atualmente, para trabalhar com uma maior 
eficiência na administração dos custos lo-
gísticos, são utilizadas diversas ferramen-
tas, desde metodologias para cálculos de 
custeio logístico até software de gestão 
que por meio de um banco de dados ali-
mentado pela empresa conseguem elabo-
rar previsões de custos e sugerir estratégias 
de distribuição. O mais importante é com-
preender que cada empresa ou organização 
de saúde fará suas escolhas com relação à 
gestão dos custos logísticos de acordo com 
as suas características e necessidades, mas 
nenhuma pode fugir da caracterização e 
identificação precisa dos custos para asse-
gurar uma gestão eficiente.
A gestão dos custos logísticos em hospi-
tais é uma tarefa delicada, já que em saúde 
as inovações tecnológicas e as atualizações 
contínuas dos equipamentos, medicamen-
Link
Para aprofundar um pouco mais o tema do in-
vestimento em ferramentas de logística, incluin-
do software de gestão, para a redução de custos 
e aumento da lucratividade, o artigo disponível 
na página Administradores.com é uma boa dica 
de leitura: VALLE, Carlos.  Investir para poupar: a 
importância de planejar o custo logístico. Dispo-
nível em: <http://www.administradores.com.
br/noticias/negocios/investir-para-poupar-
-a-importancia-de-planejar-o-custo-logis-
tico/114656/>. Acesso em: 30 jun. 2017. 
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física75/245
tos e tratamentos médicos tornam a admi-
nistração de recursos financeiros um desa-
fio constante. Aliado ao alto investimento 
estão as não menos comuns restrições or-
çamentárias e assim a gestão dos custos 
logísticos hospitalares exige planejamento 
e avaliação contínuos. Além das atividades 
referentes ao transporte e ao recebimento 
dos medicamentos, destacam-se neste as-
sunto os custos de estocagem e armazena-
gem. Barbieri e Machline (2009), apontam 
que nos Estados Unidos, cerca de 33% dos 
custos logísticos de hospitais relacionam-
-se com suprimentos (medicamentos, ali-
mentos e outros bens de consumo), o que 
evidencia a importância de uma boa gestão 
destas atividades.
Para saber mais
Para quem quiser se aprofundar um pouco mais 
na questão dos custos em saúde, já que este tema 
é extremamente pertinente e repleto de peculia-ridades, fica uma referência disponível em nossa 
biblioteca digital: BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dal-
vio José.  Gestão de custos e resultados na saú-
de: Hospitais, clínicas, laboratórios e congêneres. 
4. ed. São Paulo - Sp: Saraiva, 2008.
1.1. Metodologias para Cálculo 
de Custeio Logístico
A avaliação de custos é realizada pelas em-
presas tanto para cumprir as exigências le-
gais quanto para o conhecimento dos cus-
tos de suas operações. O conhecimento so-
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física76/245
bre os custos é o que pode auxiliar nas deci-
sões de gestão. Métodos de custeio podem 
ser definidos como formas de apuração dos 
custos dos produtos. Os três mais utilizados 
são: Custeio por absorção; Custeio direto ou 
variável; Custeio ABC. Seguem os conceitos 
segundo Castiglioni e Nascimento (2014) 
sobre estes três métodos:
Custeio por absorção ou custeio pleno: 
sistema pelo qual todos os custos incorridos 
no processo de fabricação são apropriados 
aos produtos finais, quer sejam diretamen-
te vinculados ao produto, quer se refiram à 
tarefa de produção em geral. Nesse método 
de custeio, passam a integrar o valor contá-
bil dos produtos finais, tanto os custos vari-
áveis (que só existem quando cada unidade 
é feita) quanto os fixos (que independem de 
cada unidade, relacionando-se mais com a 
criação das condições de se produzir).
É o único método exigido legalmente às 
empresas.
Custeio direto (variável): sistema de custos 
em que só os custos variáveis são alocados 
aos produtos finais. Nele os custos fixos são 
considerados como despesas do período, 
indo diretamente para o resultado.
Sistema de custeio ABC: o sistema ABC ou 
Activity Based Costing relaciona os custos às 
atividades, tendo por objetivo determinar o 
custo de cada atividade. Esse sistema pro-
cura reduzir as distorções provocadas pelo 
rateio arbitrário dos custos indiretos. Con-
sidera-se que o sistema ABC permite uma 
melhor visualização dos custos por meio da 
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física77/245
análise das atividades executadas dentro da 
empresa e suas relações com os produtos.
A escolha do sistema de custeio vai ser fei-
ta pela empresa de acordo com aquele que 
melhor atender às suas necessidades, fora a 
exigência legal de utilização do sistema por 
absorção. O sistema ABC vem sendo am-
Para saber mais
Para o detalhamento dos métodos de custeio lo-
gístico, suas vantagens e desvantagens, encon-
tram-se no capítulo 5, p. 95 do livro “Custos de 
processos logísticos”, disponível em nossa biblio-
teca digital: CASTIGLIONI, José Antonio de Mat-
tos; NASCIMENTO, Francisco Carlos do. Custos de 
Processos Logísticos. São Paulo - Sp: Érica, 2014.
plamente utilizado e discutido. Em gestão 
hospitalar, bem como em outros setores, ele 
tem ganhado destaque, justamente por evi-
denciar a relação de custo das atividades, o 
que faz com que ele forneça mais material 
para a análise de custos das atividades e 
serviços hospitalares. 
Para saber mais
Para saber um pouco mais sobre a aplicação do 
método ABC para a gestão de custos em hospitais 
leia o capítulo “4- O sistema ABC” do livro “Ges-
tão financeira e de custos em hospitais”. Esta é 
uma referência bem completa sobre o assunto, 
que está disponível em nossa biblioteca digital: 
SOUZA, Antônio Artur de. Gestão financeira e de 
custos em hospitais. São Paulo - Sp: Atlas, 2013.
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física78/245
1.2. Marketing e Custeio Logís-
tico
As atividades de marketing também pos-
suem uma relação significativa com os cus-
tos logísticos das empresas, sendo impor-
tante destacar esse setor e suas atividades 
dentro da gestão de cadeia. 
As atividades do marketing estabelecem 
a relação direta entre a empresa e os con-
sumidores, tanto fazendo a divulgação e o 
acesso aos clientes quanto trazendo para a 
empresa as perspectivas de demandas e as 
análises de mercado e preferências do pú-
blico. Apesar de terem visões estratégicas 
diferentes, a visão logística mais prática e 
baseada em conceitos concretos e quanti-
tativos, enquanto o foco do marketing ex-
plora aspectos mais abstratos e qualitati-
vos da etapa de distribuição dos produtos, o 
estabelecimento de uma boa relação entre 
esses dois setores é fundamental para que 
o supply chain mamagement - SCM obte-
nha os melhores resultados.
A integração entre marketing e logística é 
necessária e estratégica, lembrando que em 
SCM a logística interna deve estar integra-
da às relações externas da empresa, como 
as estabelecidas pelo setor de marketing, 
principalmente as atividades relacionadas 
à distribuição física de produtos. A figura 2 
ilustra essa integração entre as atividades 
de marketing e de logística interna.
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física79/245
Figura 2: Atividades logísticas na cadeia de suprimentos 
Fonte: Adaptado de Lambert e Stock, 1993
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física80/245
2. Administração da Distribui-
ção e Indicadores de Desempe-
nho Logístico
Podemos definir a distribuição física de pro-
dutos como os “processos operacionais e de 
controle que permitem transferir os produ-
tos desde o ponto de fabricação até o ponto 
em que a mercadoria é finalmente entregue 
ao consumidor”. (Novaes, 2007, p. 123).
A distribuição física trabalha com elemen-
tos predominantemente materiais, tais 
como: depósitos; veículos de transporte; 
estoques; equipamentos de carga e descar-
ga; etc. Podemos considerar que essas ati-
vidades são imediatamente ligadas às ati-
vidades das equipes de marketing e vendas, 
apesar da abordagem desses dois setores 
Link
Para essa discussão sobre marketing e logística 
ser mais embasada leia o artigo “Pesquisa sobre a 
integração da Logística com o Marketing em em-
presas de grande porte”. VALENTIN, Alexandre; 
NOGUEIRA, Heloisa; PINTO JUNIOR, Dário.  Pes-
quisa sobre a integração da Logística com o 
Marketing em empresas de grande porte. 2005. 
Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/
arquivos/artigos06/601_Seget 150806.pdf>. 
Acesso em: 30 jun. 2017.
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física81/245
ser mais ligada à comercialização dos pro-
dutos e a sua propriedade. 
Quando consideramos essas atividades 
precisamos levar em conta que na maior 
parte das vezes os produtos passam por in-
termediários até chegar ao seu consumidor 
final. Essa abordagem nos leva ao conceito 
de canais de distribuição, que podem ser 
entendidos como a sequência de organiza-
ções ou empresas que transferem a posse 
de um produto desde o seu fabricante até 
o seu consumidor final. Quanto aos canais 
de distribuição, segundo Kotler (2010) é im-
portante entendermos que eles podem ser 
divididos em até quatro níveis:
• Fabricante Consumidor; 
• Fabricante Varejista Consumi-
dor;
• Fabricante Atacadista Varejis-
ta Consumidor;
• Fabricante Atacadista Especia-
lizado Varejista Consumidor.
Quanto maior o número de intermediários 
presentes nos canais de distribuição, maior 
a complexidade de administração da distri-
buição física. Nessa etapa são necessários 
monitoramento contínuo e utilização de in-
dicadores para a avaliação da eficiência da 
gestão logística adotada pela empresa.
 2.1. Desempenho Logístico
A gestão da cadeia de suprimentos com-
preende como uma atividade de importân-
cia fundamental a avaliação contínua dos 
processos realizados. O monitoramento das 
Unidade 3 • Custeio Logístico e Administração da Distribuição Física82/245
atividades logísticas e a avaliação dos resul-
tados obtidos ao final dos processos podem 
auxiliar de forma

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