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A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 1 Coordenação de Ensino FAMART A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 2 A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO D P ENDIZAGE A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 AUTISMO, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO INCLUSIVA ......................................... 7 POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO ............................... 9 A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA A INCLUSÃO DO ALUNO COM PARALISIA CEREBRAL ........................................................................................... 16 A PSICOPEDAGOGIA E A INCLUSÃO DO ALUNO COM PARALISIA CEREBRAL 17 ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE DOS SUJEITOS CEGOS DEFICIENTES MÚLTIPLOS .............................................................................................................. 28 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 4 INTRODUÇÃO O autismo é um transtorno do desenvolvimento estudado pela ciência há mais de seis décadas. Além disso, é condição que afeta o desenvolvimento humano de forma global, apresentando um complexo quadro de sintomas que repercute no padrão evolutivo- comportamental. Apesar dos avanços nas pesquisas acerca dos sintomas e tratamento do autismo nos últimos anos, ainda há muito a ser descoberto sobre a etiologia desse transtorno (GOMES et al., 2014). Em 1911, o psiquiatra suíço Eugene Bleuler utilizou pela primeira vez o termo “autismo” para se referir à perda de contato com a realidade, da qual resultava grande dificuldade ou impossibilidade na comunicação. Em 1943, após alguns anos de observação a 11 casos de crianças que possuíam inabilidade inata para estabelecer contato afetivo e interpessoal, o psiquiatra Leo Kanner foi o primeiro a definir a síndrome do autismo. Além da incapacidade em estabelecer conexões socioafetivas e da resistência excessiva a mudanças no meio ambiente, os autistas observados por Kanner também apresentavam severas dificuldades em utilizar a linguagem com o objetivo de se comunicarem (GADIA, 2006). Um ano depois, Asperger descreveu outros casos de crianças com algumas características semelhantes ao autismo que também manifestavam dificuldades na comunicação social. No entanto, apresentavam o diferencial de terem inteligência normal. Em vista da multiplicidade dos modelos explicativos até então existentes a respeito do assunto, conforme Schmidt e Bosa (2013), na década de 1980, houve uma mobilização para uniformizar esse diagnóstico, o que se efetivou a partir dos manuais de classificação, nos quais o autismo foi abordado em três domínios: interação social e empatia; comunicação e imaginação; flexibilidade cognitiva e A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 5 comportamental. Esses três domínios formam a tríade diagnóstica (FERREIRA, 2014). Hoje, sabe-se que o autismo é um distúrbio de desenvolvimento complexo, definido de um ponto de vista comportamental, que apresenta etiologias múltiplas e se caracteriza por graus variados de gravidade (GADIA, 2006). Atualmente, conforme o DSM-V (APA, 2013), o autismo pertence à categoria denominada transtornos de neurodesenvolvimento, a qual recebe o nome de Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), e, neste, os níveis de comprometimento estão classificados em leve, moderado ou grave. Assim, o TEA é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico, que precisa estar presente desde a infância, apresentando déficit nas dimensões sociocomunicativa (déficits na comunicação social e interação social) e comportamental (comportamentos restritos repetitivos, interesses e atividades), sendo ambos os componentes necessários para o diagnóstico de TEA (FERREIRA, 2014). Sabe-se que a prevalência de crianças diagnosticadas com TEA vem crescendo em todo o mundo. Estatísticas recentes estimam que uma em cada 50 crianças, em idade escolar (6-12 anos), é diagnosticada com autismo nos Estados Unidos (BLUMBERG et al., 2013). No Brasil, não existe uma estimativa epidemiológica oficial (BRASIL, 2013), mas o número de brasileiros afetados pelo TEA também vem aumentando. Isso ocorre, em parte, pelo maior acesso às informações sobre o transtorno e às ferramentas de identificação precoce (CAMARGO; RISPOLI, 2013). Até o presente momento não é conhecida cura para o autismo e sua gravidade oscila bastante, produzindo diferenças significativas no quadro clínico. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 6 Assim, há necessidade de intervenção multiprofissional, com a participação do neuropediatra, psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo, entre outros. Entre os objetivos de trabalho da equipe multiprofissional, está o apoio para o processo de inclusão e permanência da criança com TEA na escola. De acordo com a Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, como consta no art. 1, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência promete garantir e proporcionar, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades essenciais, por pessoa, que possua deficiência, com o intuito de promover sua inclusão social e cidadania (BRASIL, 2015). A inclusão escolar favorece a vida em sociedade, além de proporcionar um espaço para que crianças com diagnóstico de autismo possam relacionar-se com outras. Por isso, incluir crianças com TEA poderá evitar os impactos nocivos do isolamento social, promovendo oportunidades de interação e redução de rejeições. Embora a inclusão escolar seja um desafio complexo, o engajamento e a capacitação de profissionais da educação como o psicopedagogo podem contribuir para viabilizar o processo na prática. A psicopedagogia instituiu-se como saber independente e complementar a outras áreas de estudo, tendo como objeto de estudo o processo aprendizagem e recursos diagnósticos próprios. A partir disso, a psicopedagogia apresenta um caráter interdisciplinar, pois busca na psicologia, psicanálise, linguística, pedagogia, neurologia e outras áreas afins os conhecimentos necessários à compreensãodos processos de aprendizagem. Segundo Bossa (2000), o psicopedagogo ensina como aprender e, para isso, necessita apreender o aprender e a aprendizagem. Para o psicopedagogo, aprender é um processo que coloca em ação diferentes sistemas que interferem em todo sujeito. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 7 Devido às características do autismo, entre elas, a deficiência intelectual que está presente na maioria dos casos, as crianças com autismo apresentam dificuldades de aprendizagem e têm a necessidade de acompanhamento especializado para auxiliar sua vida escolar. AUTISMO, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO INCLUSIVA É importante considerar a enorme importância dos aspectos multifacetados do meio social (família, escola e sociedade) que podem interferir e incorrer em problemas de adaptação e dificuldades de desenvolvimento do sujeito. Logo, para desenvolver esse “olhar” apurado, faz-se necessário ter-se conhecimento sobre as influências e inter- relações que são estabelecidas com o sujeito da aprendizagem, sendo essas experiências inicialmente oriundas do contexto familiar e posteriormente, do contexto escolar. Todavia, todas são permeadas por influências nem sempre diretas, mas igualmente importantes, tais como a ideologia, crenças, valores, religião etc. A proposta da Educação Inclusiva traz como pressuposto que todos os alunos, independentemente de quaisquer condições, devem ter a possibilidade de estudar no ensino regular, com promoção de aprendizagem. Para o alcance dessa meta, o Governo Federal vem atuando sistematicamente, a partir da década de 90, na consolidação da Educação Inclusiva como política pública e proposta educacional (MENEZES, 2012). Contudo, para que a inclusão aconteça de forma satisfatória, é preciso que haja reestruturação e adaptação das escolas e dos professores. Dessa forma, Cacciari, Lima e Bernardi (2005) asseguram que, no processo de inclusão, a A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 8 instituição e os professores demandam a mesma atenção que a criança. Silveira e Neves (2006) explicam que é possível verificar consenso em relação a um aspecto: a educação inclusiva é uma proposta viável, mas somente será efetivada quando ocorrerem profundas transformações na política social e no sistema de ensino vigente. Também, por muito tempo, comentou-se que a criança com autismo não demonstrava afeto, não se comunicava e tendia a se isolar, porém estudos comprovam que é o grau do comprometimento cognitivo que define esta condição. Há muitas evidências sobre a capacidade da criança com autismo de desenvolver relações de apego e de responder à interação social (SANINI et al., 2013). Dessa forma, conforme explicam Camargo e Bosa (2009), proporcionar às crianças com autismo oportunidades de conviver com outras da mesma faixa etária possibilita o estímulo às suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo. Isso porque a interação com pares é a base para o desenvolvimento de qualquer criança, e com ela, são desenvolvidas habilidades sociais fundamentais como cooperação e competição. Serra (2004) verificou os efeitos da inclusão em escola comum, no comportamento de um menino de sete anos com autismo. Os resultados obtidos através de avaliação da dinâmica familiar e escolar e da própria criança mostraram que a inclusão trouxe benefícios para ela. A criança apresentou melhora significativa da concentração nas atividades propostas, bom estabelecimento de relacionamentos com os colegas e no comportamento de atender a ordens. Também se podem destacar efeitos positivos da inclusão na família, em função do maior investimento desta na aprendizagem da criança e um aumento na credibilidade nas potencialidades do filho. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 9 Em vista disso, destaca-se a importância do papel da escola e, principalmente, de professores na inclusão escolar de forma que algumas convicções distorcidas a respeito de crianças com autismo sejam reduzidas. É crucial para qualquer educador e/ou terapeuta, assim como para o psicopedagogo entender, em todas as suas dimensões, os aspectos que compõem o desenvolvimento humano, a fim de que possam promover um atendimento efetivo aos sujeitos com os quais realiza seu trabalho. Diante disso, cabe ressaltar que o homem é por natureza um ser social, e é através da cultura que nós vamos interagindo com o mundo, formamos experiências, significamos e ressignificamos contextos que serão forte influência na construção de nossa personalidade e identidade. Por isso, pode-se concluir que o movimento, o pensamento e a linguagem são uma unidade inseparável. Assim como o brincar e o faz de conta são fundamentais para o desenvolvimento de uma criança, pois a troca com o outro é necessária para conceder um significado, um sentido ao sujeito, o qual está enlaçado a um corpo. Portanto, é imprescindível que o psicopedagogo amplie seu olhar considerando sempre o aluno na sua totalidade: físico-cognitiva e afetiva (DANTAS et al., 1992), bem como o compreenda sujeito autor de sua aprendizagem (FERNANDEZ, 1991), a fim de que o trabalho psicopedagógico seja voltado às possibilidades e potencialidades do sujeito. POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO Assim como o diagnóstico, o tratamento também depende de uma abordagem multidisciplinar. Alguns objetivos devem nortear o trabalho educacional com crianças A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 10 autistas, segundo Gadia (2006), a linguagem, a responsabilidade social e a capacidade adaptativa são os objetivos que, frequentemente, devem ser ensinados à criança autista e que não fazem parte de um programa de educação para crianças com desenvolvimento típico. A criança com autismo pode receber o acompanhamento do psicopedagogo desde o diagnóstico, mas segundo Silva, Gaiato e Reveles (2012), é na fase da alfabetização que a maioria das crianças com autismo precisa de auxílio psicopedagógico. No entanto, antes da alfabetização é necessária a aquisição de alguns comportamentos como permanecer sentada, ficar em sala de aula, identificar e reconhecer letras iguais e diferenciá-las. De acordo com os autores referidos, a alfabetização precisa ter uma função, um objetivo para criança com funcionamento autístico. Por isso, é preciso que o psicopedagogo tenha muita criatividade para adaptar materiais e inserir as letras de forma atraente e estimulante, além de utilizar computadores e tablets como um recurso para alcançar objetivos no processo de aprendizagem. Nesse viés, o psicopedagogo precisa estar muito atento às preferências da criança para ativar as possibilidades de aprender. Atualmente, há vários métodos utilizados para estimular, desenvolver e ensinar crianças com autismo. Um dos métodos de intervenção comportamental utilizados no tratamento dos sintomas do autismo é a análise do comportamentoaplicada, ou ABA (no inglês, Applied Behavior Analysis), que consiste em uma abordagem da psicologia que é usada para a compreensão do comportamento e vem sendo amplamente utilizada no atendimento de pessoas com desenvolvimento atípico (RIBEIRO, 2010). A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 11 Características gerais de uma intervenção baseada no método ABA, tipicamente envolvem identificação de comportamentos e habilidades que precisam ser melhorados, como por exemplo, comunicação com pais e professores, interação social com pares, etc. Esses devem ser seguidos por métodos sistemáticos de selecionar e escrever objetivos para, explicitamente, delinear uma intervenção, envolvendo estratégias comportamentais exaustivamente estudadas e comprovadamente efetivas. Sabe-se que o método ABA possui grande suporte científico e tem sido o método de intervenção mais pesquisado e amplamente adotado, sobretudo nos Estados Unidos, para promover a qualidade de vida de pessoas com transtorno do espectro do autismo (CAMARGO; RISPOLI, 2013). Esse é um programa intensivo e deve ser feito de 20 a 30 horas por semana. É importante ressaltar que o programa não é aversivo e rejeita qualquer tipo de punição. A participação dos familiares da criança no programa é de grande contribuição para seu sucesso e assegura a generalização e manutenção de todas as habilidades aprendidas pela criança (RIBEIRO, 2010). Outro método utilizado para o tratamento de autistas é o DTT (Treinamento por Tentativas Discretas) que, segundo Smith (2001), Corsello (2005) e Fazzio e Martin (2011), é mais um tipo de técnica do método ABA do que propriamente uma intervenção em si. Esse mecanismo visa ensinar habilidades em passos simplificados. Ao invés de se ensinar uma habilidade completa, esta é quebrada em pequenas tentativas discretas a serem ensinada uma de cada vez. Tentativas se referem às oportunidades de aprendizagem ofertadas às crianças. Depois de selecionada a habilidade a ser ensinada à criança, as oportunidades são oferecidas para que a resposta ocorra. Diante de um antecedente (seja o material ou um prompt verbal), a resposta-alvo ocorre (JESUS, 2013). A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 12 O funcionamento do método DTT tem conseguido aumentar a motivação para a aprendizagem da criança autista, pois as tentativas são curtas. Então, muitas tentativas de ensino podem ser completadas, permitindo assim numerosas oportunidades de aprendizagem. Já o método de ensino um a um permite que o programa seja completamente individualizado de acordo com a necessidade de cada criança. A estrutura do programa é clara, facilitando a compreensão da criança. Além disso, a quebra das tarefas em pequenas tentativas e o uso apropriado de ajudas maximizam o sucesso da criança e minimizam as falhas (SMITH, 2001). A metodologia PECS (Picture Exchange Communication System) também é baseada no método ABA e, nele se utiliza uma pasta de plástico revestida com velcro, bem como figuras que serão afixadas nela. Esse método possui seis fases: na primeira, o estudante troca uma figura por um item por ele desejado. Em seguida, o estudante procura pelas figuras que mais gosta, mas que estão dispostas a uma distância maior. Na terceira fase, o propósito é discriminar os itens desejados. Na quarta fase, o estudante aprende a formar frases, por meio da utilização das figuras. Na penúltima fase, o estudante aprende a responder a perguntas utilizando as figuras e, na última, cria comentários por meio da justaposição das figuras. A metodologia PECS pode ser aplicada não somente em crianças, mas também em diferentes fases de desenvolvimento e em diferentes transtornos (NETO et al., 2013). Outra ferramenta muito utilizada com autistas é o modelo TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children), que consiste em uma intervenção específica, caracterizada por adequar o ambiente à criança com o propósito de reduzir a ansiedade, possibilitando-lhe melhor aprendizagem. Esta metodologia fundamenta sua dinâmica funcional através A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 13 do fornecimento de padrões de referência, especialmente visuais. O modelo TEACCH proporciona, através de um ambiente bem estruturado e organizado, a garantia de padrões de referência. Padrões esses que são muito importantes tanto para crianças autistas, como para crianças com dificuldades cognitivas (NETO et al., 2013). O modelo baseia-se em uma intervenção direta com as crianças em um programa curricular centrado nas áreas fortes e emergentes, identificadas na avaliação especializada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado), levando em conta tanto os pontos fortes como fracos do repertório da criança. Dessa forma, os programas específicos de ensino e tratamento devem ser individualizados e baseados em uma compreensão personalizada de cada indivíduo (SCHOPLER et al., 1990). Os objetivos principais do TEACCH são aumentar a independência do indivíduo e desenvolver a comunicação. No método também há quatro componentes principais: estrutura física (organização da sala de aula); painéis de informação visual informando onde, quando e quais atividades devem ser realizadas; sistemas de trabalho, que informam o que deve ser feito na atividade ou na área de lazer e, por fim, a organização das tarefas (HUME; ODOM, 2007). Independentemente da estratégia metodológica escolhida pelo psicopedagogo cabe ressaltar a necessidade de um programa de trabalho singular e específico, adequado às necessidades de cada criança. Conforme Silva, Gaiato e Reveles (2012), são fundamentais palavras de incentivo, bem como premiações, por exemplo, a comida favorita ou o direito de escolher a próxima brincadeira, quando conseguir realizar avanços, desenvolvendo-lhe assim a autoestima e o vínculo entre profissional e paciente. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 14 O autismo é um termo amplo utilizado para descrever um espectro de transtornos. Definido como uma condição de desenvolvimento associado à função cerebral atípica, o autismo tem muitas apresentações que são geralmente acompanhadas por algum grau de dificuldade de aprendizagem. A dificuldade da criança com autismo para transmitir seus pensamentos e se relacionar ao seu ambiente torna o tratamento do autismo, em relação às dificuldades de aprendizagem, ainda mais desafiador. O psicopedagogo deve trabalhar com o propósito de minimizar as limitações e ampliar as potencialidades do sujeito, independentemente da estratégia metodológica escolhida, entre tantas possibilidades difundidas em publicações recentes e já referidas anteriormente. Para isso, ele deve montar uma intervenção adequada e singular, considerando as características individuais da criança, pois devido à variação da gravidade dos sintomas que envolvem o transtorno, o tratamento deve ser delineado conformecada caso. Alguns sintomas do autismo se modificam ao longo da vida, em decorrência das demandas da faixa etária e das intervenções propostas no tratamento multidisciplinar. Portanto, eles podem desaparecer diminuir de intensidade, ou ainda, permanecer sem alterações ao longo do desenvolvimento. O psicopedagogo precisa estar atento e acompanhar essas mudanças, ou seja, o planejamento do tratamento deve ser estruturado e reestruturado de acordo com as etapas da vida do paciente. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 15 A intervenção psicopedagógica deve ser abrangente, o foco precisa considerar aspectos sociais, emocionais, comportamentais e cognitivos, além de orientação e apoio para a família e escola. A escola necessita ser um local, no qual os alunos consigam desenvolver seu potencial e superar seus limites. A atuação do psicopedagogo pode contribuir para a eliminação de barreiras e para criação de estratégias à adequação do currículo escolar. No contexto escolar, também é papel do psicopedagogo auxiliar na adaptação da criança com autismo. Estando inserido em uma escola, o psicopedagogo deve auxiliar na adaptação do autista na interação com o meio social e na compreensão das crianças com desenvolvimento típico em relação à criança com autismo, buscando relações interpessoais de reciprocidade no ambiente escolar. Ressalta-se a importância de trabalhar em consonância com os demais profissionais envolvidos no atendimento à criança, de estabelecer possibilidades de comunicação, desenvolver e sustentar modos de brincar, promovendo a interatividade e avanço na capacidade de simbolizar. Além disso, deve despertar o desejo de aprender e favorecer que a criança aprenda a aprender, dentro de suas possibilidades. Por fim, cabe salientar que o psicopedagogo é um profissional de importância primordial no tratamento da criança com autismo. Para que isso ocorra, é imprescindível primar pela qualificação da formação desse profissional, com o intuito de construir como base uma boa sustentação teórica aliada ao desejo de atualização permanente de conhecimentos. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 16 A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA A INCLUSÃO DO ALUNO COM PARALISIA CEREBRAL Os estudos sobre a psicopedagogia anteriormente se concentravam nas dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos, podendo ser associadas a distúrbios ou a fatores: sociais, emocionais e/ou educacionais. Com o tempo, o campo de estudo da psicopedagogia se ampliou e sua área de atuação também. Atualmente, este profissional além de estudar o desenvolvimento da aprendizagem, ele poderá vir atuar com alunos da modalidade da educação especial (ALMEIDA JÚNIOR, 2012). A modalidade da educação especial é transversal, pode está inserida desde a educação infantil ao ensino superior e, demais modalidades de ensino. Nesse sentido, a atuação do psicopedagogo com educandos público da educação especial deverá ser compreendida como um trabalho colaborativo em razão de sua interdisciplinaridade, isto é, mediante a contribuição de profissionais de múltiplas áreas do conhecimento. Além disso, o psicopedagogo tem que estar e fazer parte da equipe da organização do trabalho pedagógico dentro da escola. Perante esse contexto, observa-se que a inserção do aluno com necessidades educacionais especiais é realidade na escola, e com isso a educação precisa adotar uma nova postura para atender a multiplicidade dos educandos com algum tipo de deficiência, com ressalvas ao educando com paralisia cerebral, mediante seu desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem. Logo, o interesse o em querer pesquisar e estudar sobre a temática psicopedagogia e a inclusão do aluno com paralisia cerebral foi originada por sucessivas inquietações e dúvidas, no tocante em querer saber como o A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 17 psicopedagogo poderá contribuir para a inclusão do aluno com paralisia cerebral no ambiente socioeducacional. Desse modo, o estudo é importante pelo fato de contribuir com discussões e reflexões críticas e analíticas acerca do trabalho psicopedagógico que, poderá ser realizado na educação especial com a possibilidade de introduzir propostas psicopedagógicas para desenvolver as estruturas cognitivas, afetivas e sociais do aluno com paralisia cerebral. Portanto, a relevância do estudo existe pela razão de este evidenciar como ideia central a transversalidade, caracterizada pelo discurso da educação inclusiva e configurada pela democratização do ensino, porque se deseja analisar a contribuição do psicopedagogo para a inclusão do educando com paralisia cerebral, considerando as relações que ele estabelece com meio, mediante o uso de estratégias psicopedagógicas para o desenvolvimento da aprendizagem (AUGÉ, 2008). A PSICOPEDAGOGIA E A INCLUSÃO DO ALUNO COM PARALISIA CEREBRAL Os estudos da psicopedagogia tiveram início na Europa, mais precisamente na França, ainda no século XIX, com a Psicopedagoga Janine Mery. No século seguinte, a psicopedagogia se consolidou na Argentina, suas investigações concentravam-se na educação e na saúde, pois se acreditava que grande parte dos problemas de aprendizagem decorria de fatores neurológicos, tanto que os atendimentos psicopedagógicos restringiam-se a consultórios e/ou a clínicas médicas (BOSSA, 2007). A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 18 Todavia, essa compreensão paulatinamente começou a ser redimensionada. Segundo Grassi (2009), a psicopedagogia atualmente encontra-se também no ambiente educacional, cuja sua concepção além de estudar as dificuldades de aprendizagem manifestadas pelos alunos, ela estuda o desenvolvimento da aprendizagem, isto porque agrega conhecimento de múltiplas áreas do conhecimento. No Brasil, os conhecimentos psicopedagógicos começaram a serem estudados e investigados na década de 80 (oitenta), com sua inserção no ambiente educacional. Além disso, hoje a atuação psicopedagógica poderá ser concebida na modalidade da educação especial, haja vista que colaborará com a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais – NEE, no ambiente socioeducacional (ALMEIDA JÚNIOR, 2012). De acordo com a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, o púbico da educação especial caracteriza-se por alunos com Deficiência, Transtorno Global do Desenvolvimento e, Altas Habilidades/Superdotação (BRASIL, 2008). Dessa maneira, entende-se como alunos com deficiência os que possuem deficiência sensorial (auditiva ou visual); múltipla (duas ou mais deficiência) e; física, sendo esta última que o estudo irá se concentrar. A deficiência física é um comprometimento do aparelho locomotor, que envolve o sistema osteoarticulatório, o sistema muscular e o sistema nervoso (SILVA, 2014). Logo, é necessárioque o profissional da educação reflita sobre as necessidades educacionais que o aluno com deficiência motora irá precisar, para que sua inclusão seja efetiva. Tal reflexão é necessária, pois a deficiência desse A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 19 aluno poderá ter origem: cerebral, espinhal ou nos órgãos referentes (musculares ou ósseos-articulares). Conforme Augé (2008), ao investigar o cenário que circunda o contexto da deficiência motora (física), o educador deve procurar compreender sobre as necessidades educacionais especiais com que poderá vir a trabalhar. Além disso, deve-se considerar que cada aluno com deficiência física possui sua particularidade, com desafios dentro ou fora do esperado. Nesse sentido, é interessante observar que o aluno com paralisia cerebral (PC) apresenta maiores comprometimentos, refletido em necessidades educacionais mais globais. Isto porque, segundo Silva (2014, p. 75). O termo paralisia cerebral é referido como sendo um grupo de afecções caracterizadas pela disfunção motora, cuja principal causa é uma lesão encefálica não progressiva, acontecida antes, durante ou após o parto. As sequelas da paralisia cerebral podem provocar o comprometimento da linguagem, da locomoção, da postura, dos movimentos, dos usos das mãos, entre outros aspectos. Apesar destes comprometimentos que afetam a criança com paralisia cerebral, em alguns casos sua cognição permanece preservada, assim o médico neurologista precisa orientar os pais no que tange ao seu desenvolvimento. Também, faz-se necessário a criação de uma rede de colaboração entre os genitores e os profissionais que irão cuidar desse ser, incluindo o psicopedagogo, por possibilitar o estabelecimento de laços de confiança entre estes, como também auxiliar a inclusão social e, sobretudo educacional do educando com PC. A atuação da psicopedagogia para o momento da criança com paralisa cerebral é muito importante, considerando que durante a estimulação o meio, somado a sua supervisão profissional, pode dar o início correto para a pré-formação A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 20 para esta etapa do trabalho. Considerando que a psicopedagogia trabalha em conjunto com os outros profissionais, é conhecido por esta o nível de funcionamento neuropsicomotor da criança, e a inclusão com a escola recebe, desta, um preparo para a fase escolar (SILVEIRA; KROEFF 2012, p. 216). Esse momento é muito salutar, pois a inclusão deverá ser respeitada no instante em que a criança com paralisia cerebral for matriculada, até a sua saída exitosa da escola. Contudo, para que isso ocorra satisfatoriamente é fundamental que haja a adaptação curricular de grande e pequeno porte. A adaptação curricular de grande porte diz respeito à organização do trabalho pedagógico da escola. Enquanto que, a adaptação curricular de pequeno porte referencia-se ao planejamento educativo e a didática em sala de aula do educador (BRASIL, 2009). Todavia, considera-se que adaptar para o aluno com paralisia cerebral não deve e jamais ocorrer somente no momento da avaliação de aprendizagem. Adaptar não é retirar determinado conteúdo, e sim possibilitar a este educando realizar atividades respeitando suas características biológicas no intuito de atingir rendimentos satisfatórios. Além disso, a adaptação curricular deverá ocorrer mediante todo o processo de ensino-aprendizagem. Para que esse processo venha acontecer de maneira qualitativa, se considera essencial que os profissionais da educação tenham recebido e adquirido em sua formação concepções inclusivas, no tocante em estimular e favorecê-los à prática constante da reflexão e da análise crítica sobre a política educacional inclusiva que fora imposta, num contexto de exclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais. Dessa forma, é fundamental que o processo de formação possibilite aos professores identificar os mecanismos escolares que geram a exclusão, bem como A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 21 conhecer os processos que favorecem a organização de uma escola inclusiva, especialmente nos aspectos referentes à inclusão escolar, à organização curricular e à avaliação de desempenho (VITALIANO; MANZINE, 2010, p. 53). De acordo com essa prerrogativa, tal formação tem que possibilitar ao educador uma intervenção considerável para transformar a realidade social, no momento em que for mediar a construção do conhecimento para o aluno sem e com deficiência, inserindo neste contexto o educando com paralisia cerebral. Como também, desenvolver uma metodologia que combata as injustiças sociais, a partir de uma educação que respeite e inclua socioeducacionalmente o aluno com necessidades educacionais especiais (CASTRO; FACION, 2010). Para a inclusão do aluno com paralisia cerebral acontecer significativamente o psicopedagogo deverá manter contato com outros profissionais que auxiliam na reabilitação do educando, com o propósito de estimular sua autonomia e independência. Tal trabalho deve ser concebido como colaboração, pois apesar de que cada profissional apresenta uma particularidade em relação à área que atua, estes trabalham objetivando a inserção social e educacional do educando com PC. Segundo Imbernón (2009), o trabalho colaborativo pressupõe a troca permanente de experiências, como a criação de diálogos fecundos para com intuito de modificar satisfatoriamente a realidade que sofre intervenção. Nesse sentido, de acordo com Maia (2011), o tratamento do aluno com paralisia cerebral precisa ser interdisciplinar, pois irá viabilizar na reabilitação e, principalmente, no desenvolvimento e aprimoramento das habilidades sociais e educacionais desse educando. Mediante essa concepção, o trabalho que o psicopedagogo fará com o aluno com paralisia cerebral é analisá-lo primeiramente numa concepção A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 22 holística. Isto é, observar o contexto, os ambientes e as relações que esse indivíduo possui com todos os organismos, em razão deste sofrer influências diretas, para posteriormente elaborar estratégias psicopedagógicas. Cabe aqui mencionar o psicopedagogo analisa o sujeito inserido num contexto relacional complexo. É preciso conhecer e considerar o sujeito, sua família e todos os elementos envolvidos nessa teia relacional – sua história, sua origem, crenças e valores, cotidiano, comunidades, escola, colegas e professor – além das determinantes do processo de aprender e de não aprender (GRASSI, 2009, p. 144) Para que essa análise venha corroborar com o trabalho psicopedagógico junto ao aluno com paralisia cerebral, é de extrema importância que o psicopedagogo crie vínculos de acolhimento, confiança e, sobretudo, segurança com o educando. Nesse sentido, reafirma-se que o trabalho psicopedagógico se fundamentará não só em relações de não aprendizagem, massem dúvida no desenvolvimento da aprendizagem. E de acordo com esse contexto, a criança com paralisia cerebral antes de ser inserida no ambiente escolar ela tem uma história de vida que, precisa ser considerada e respeitada. Diante dessa premissa, o psicopedagogo tem que estar no ambiente de ensino regular, compondo a equipe permanente da escola, em razão de colaborar com todos os profissionais da educação para que a inclusão do aluno com PC transcorra harmoniosamente. Ao matricular esse educando na escola, o psicopedagogo junto com outros profissionais que irão atender a criança com paralisia cerebral precisam estudá-lo e, não permanecer como uma visão limitante em face de diagnósticos, informes ou termos clínicos-médicos. É essencial que tais itens sirvam para A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 23 possíveis esclarecimentos, para procurar compreender no intuito de intervir da melhor forma possível (AUGÉ, 2008). É necessário que o psicopedagogo, assim como os demais profissionais conceba o aluno com paralisia cerebral como uma pessoa que apresenta potencialidades para desenvolver e aperfeiçoar. Dessa maneira, Brasil (2004) contribui expondo que, o trabalho com o educando com PC perpassa pela interdisciplinaridade, no tocante ao psicopedagogo auxiliar os pais e outros profissionais para chegarem à criança e desenvolverem uma intervenção satisfatória. Além disso, é interessante observar que a criança com paralisia cerebral possui características peculiares à sua deficiência como a lentidão. Para tanto, deve- se tomar cuidado para não tratar essa peculiaridade como preguiça ou desinteresse, pois o objetivo do psicopedagogo e demais profissionais será em programar tarefas para que ele consiga realizá-las com êxito. Perante essa realidade, o psicopedagogo deverá elaborar estratégias psicopedagógicas que favoreçam o desenvolvimento, como também o aperfeiçoamento de suas qualidades, visto que ao estabelecer metas, o uso de propostas pedagógicas irá favorecer o progresso das dimensões: sociais, cognitivas e afetivas em razão destas se encontrarem e/ou estarem integradas. Vale mais a pena concentrar as propostas educacionais em duas ou três ideias centrais. Dispersão demais pode desorientar. Inúmeras soluções diferentes para problemas diversos não constituem necessariamente a melhor saída. As propostas educacionais, os materiais as estratégias habilitadoras e reabilitadoras, etc., devem estar integradas a propostas curriculares coerentes. As opções que A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 24 foram válidas em uma área também podem ser em outra área e/ou em outro ano (AUGÉ, 2008, p. 255). É notório considerar que para o trabalho psicopedagógico ocorrer com qualidade em relação à elaboração de estratégia se faz necessário atribuir a paciência e a calma, pois o bem estar do aluno com paralisia cerebral é fundamental. Assim sendo, é preciso definir com muita cautela as propostas educacionais para que a intervenção interdisciplinar aconteça no propósito de colaborar significativamente para uma boa evolução do quadro. Além disso, o clima entre todos os membros desse trabalho têm que ser de cooperação para possibilitar o progresso do aluno com PC no intuito de garantir e conquistar sua autonomia e sua independência em razão de sua inclusão socioeducacional. E para que sua inclusão seja efetivada com sucesso, o ambiente educacional precisa estar desprovido de barreiras arquitetônicas, bem como atitudinais. De acordo com Fernandes e Orrico (2012), o ambiente educacional tem que oportunizar e assegurar a supressão de barreiras arquitetônicas, respeitando o direito de ir e vir, como também conceder uma boa qualidade de vida ao educando no momento de seu ingresso, permanência e saída com êxito da escola. Bem como, eliminar as barreiras atitudinais da comunidade escolar, em vista de acreditar e incluir o aluno com paralisia cerebral. Nesse sentido, o psicopedagogo deverá coletar dados no ambiente escolar para produzir e/ou traçar estratégias psicopedagógicas no intuito de favorecer a inclusão do aluno com paralisia cerebral. Para tanto, esse profissional precisa conhecer a legislação educacional para fomentar discussões frutíferas sobre os direitos do educando com PC, com também quebrar a barreira comunicacional entre A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 25 os profissionais que atuam direta e indiretamente com o educando, objetivando possibilidades comunicacionais proveitosas entre os mesmos. O psicopedagogo considerando esse contexto tem que propor aos profissionais da educação o redimensionamento da concepção curricular educacional, modificando-a para um currículo que seja funcional à criança com paralisia cerebral. Isto é, que estimule sua autonomia e dê possibilidades de independência para que sua inclusão aconteça. Ao modificar o currículo estar-se realizando uma adaptação, a qual não deve e nem tem a pretensão de servir como instrumento de exclusão, que acentua as desigualdades sociais ao esvaziar conteúdos, como também criar baixas expectativas na aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais, é preciso respeitar seus limites e possibilidades para vislumbrar o desenvolvimento de suas estruturas cognitivas, afetivas e sociais. Segundo Beyer (2006), a adaptação curricular requer dos profissionais da educação uma reflexão constante sobre sua prática pedagógica, isto porque atualmente a diversidade estudantil é visível nos ambientes escolares, onde se inclui os alunos com necessidades educacionais especiais. É preciso propor o equilíbrio do currículo na hora de adaptar, para que todos sejam contemplados incluindo o aluno com paralisia cerebral. De certo, para que essa concepção ocorra tranquilamente é preciso que o educador tenha vontade e confie na proposta psicopedagógica orientada e/ou direcionada pelo psicopedagogo, pelo fato de se observar que é um desafio constante elaborar uma didática que consiga contemplar e atender toda a heterogeneidade que está concentrada no ambiente educacional. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 26 Logo, tal proposta deverá priorizar as relações sociais estabelecidas entre os indivíduos. Pois, de acordo com Vigotski, citado em Grassi (2009), o indivíduo ao entrar em contato com o meio social, haverá uma transformação significativa entre ambos por meio da linguagem que é produzida culturalmente. Além disso, a figura do professor é essencial nesse processo, porque atuará como mediador ativo na relação sócio-histórico. A concepção sociointeracionista resgata a natureza social da educação ao conceber o homem como ser social que aprende e se desenvolve por meio das relações e das interações com osoutros, pela mediação. Nesse movimento, ele se transforma e transforma o mundo, se apropria de conhecimentos produzidos histórica e culturalmente, se produz do conhecimento e gera conhecimentos (GRASSI, 2009, p 48). O aluno com paralisia cerebral é um ser ativo, que está inserido no meio na busca incessante pelo conhecimento que se edifica, consolida-se e se refaz constantemente numa concepção dialética. Essa dialeticidade é percebida claramente quando o psicopedagogo realiza o estudo sobre a história de vida do educando com paralisia cerebral. Também, é interessante ressaltar que para realizar esse estudo é preciso ter paciência, tranquilidade, ética e comprometimento, pois os dados precisam ser fidedignos. Desse modo, o psicopedagogo deverá observar as possibilidades de expressão e compreensão do aluno com paralisia cerebral, como também seus potenciais para o desenvolvimento de suas dimensões cognitivas, afetivas, sociais, linguísticas e psicomotoras para posteriormente elaborar e/ou produzir o diagnóstico psicopedagógico. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 27 O diagnóstico psicopedagógico é composto de vários momentos que temporal e espacialmente tomam dimensões diferentes conforme a necessidade de cada caso. Assim, há momento de anamnese só com os pais, de compreensão das relações familiares em sessão com toda a família presente, de avaliação da produção pedagógica e de vínculos com objetos de aprendizagem, busca da construção e funcionamento das estruturas cognitivas (diagnóstico operatório), desempenho em testes de inteligência e visiomotores, análises de aspectos educacionais por meio de testes expressivos, sessões de brincar e criar (WEISS, 2008, p. 37- 38). Isso porque, o diagnóstico psicopedagógico representa uma forma de relatório que, constitui a história de vida da criança com paralisia cerebral, desde o momento em que a genitora possuiu conhecimento sobre sua gravidez, como também as fases de seu desenvolvimento e outras questões pertinentes. Nota-se que tais informações a priori são realizadas por meio de sessões psicopedagógicas (WEISS, 2008). Todavia, ressalta-se que o presente momento é e deve ser realizado respeitando as particularidades do educando com PC primando pelo código de ética estabelecido pela Associação Brasileira de Psicopedagogia – ABPp. O diagnóstico psicopedagógico após ser realizado, oportunizará aos profissionais que atendem o aluno com paralisia cerebral orientações expressivas sobre o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem deste, com ganhos inigualáveis, bem como consideráveis em razão do aperfeiçoamento das estruturas cognitivas, afetivas e sociais, visto que tal possui em seu interior sugestões de direcionamentos à família e aos profissionais de como proceder na educação do educando supracitado. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 28 Tais sugestões podem ou não ser aceitas pela família e pela equipe interdisciplinar. Porém, ao ser aceita por todos os educando com paralisia cerebral poderá apresentar um progresso surpreendente dentro das propostas educacionais, com propósitos da aquisição de aprimorar suas habilidades e potencialidades dentro do processo de ensino e aprendizagem. Em suma, percebe-se que ao atribuir o trabalho psicopedagógico junto ao educando com paralisia cerebral, haverá uma contribuição significativa ao estimular a criança com paralisia cerebral para adquirir um progresso que o possibilite possuir autonomia e independência em razão de sua inclusão socioeducacional. ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE DOS SUJEITOS CEGOS DEFICIENTES MÚLTIPLOS Weishaln (apud MACHADO et al., 2003) define orientação e mobilidade como um processo de utilização dos sentidos remanescentes para o indivíduo situar-se e no espaço e relacionar-se com outros objetos significativos no meio ambiente, possibilitando uma locomoção com segurança e eficiência. Empregou-se o modelo ecológico funcional, que “[…] percebe a criança em interações complexas com as forças ambientais”, valorizando sua realidade total dentro da comunidade a que pertence, como sujeito participativo (JESUS, 2013). Segundo a mesma autora (2013), uma das principais metas a serem atingidas é o desenvolvimento de habilidades consideradas mais relevantes da vida diária do aluno e que vão possibilitar-lhe uma participação tão independente quanto possível em sua comunidade. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 29 Para desenvolver conceitos e concretizar os necessários à orientação e mobilidade por meio da percepção do ambiente, das imagens corporais dos sujeitos dentro do espaço, utilizando seus sentidos remanescentes, foram elaborados histórias e jogos pedagógicos, vivenciando o dia a dia dos alunos, favorecendo sua autonomia. O comprometimento da visão, da fala e da audição pode representar um fator determinante na dissocialização dos indivíduos deficientes. Para isso, é necessária uma ação transformadora para minimizar esses obstáculos. Nunes (2004) diz que a comunicação feita pela linguagem representa o mais importante processo no desenvolvimento humano. Vygotsky (apud LA TAILLE, 1992) diz que, quando a linguagem é utilizada para nomear determinado objeto, na verdade esse objeto está sendo classificado em categoria e classe, pois os conceitos são construções culturais internalizadas e a utilização da linguagem facilita os processos de abstração e generalização. Nesse sentido, os autores que fundamentaram principalmente este estudo foram Cardoso (1997a), que focaliza alternativas metodológicas baseadas em uma abordagem ecológica de currículo e valoriza a realidade do aluno com uma visão comunitária e participativa; Kirk e Gallagher (2002), cuja obra inspira adaptações específicas para deficientes múltiplos com uma proposta de atendimento inclusivo; Siaulys (2010), de quem experiências contribuíram para uma prática educativa que viabilize o ensino e o processo de aprendizado; e Nunes (2004), que enfatiza com pesquisas inovadoras, voltadas para investigações comunicativas de jovens com necessidades especiais, a importância da utilização de recursos apropriados para atender às dificuldades de comunicação. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 30 Vygotsky (1993) diz que é necessário estimular o indivíduo a atingir as habilidades que ainda não domina. Ao referir-se a conceitos, aponta que se trata de algo a mais do que um simples hábito mental: é um ato real e complexo de pensamento que não pode ser ensinado por meio de treinamento, só podendo ser realizado quando o próprio desenvolvimento mental da criança já tiver atingido o nível necessário. Portanto, a escolha de metodologias é o cerne da questão para facilitar a aquisição e a formação de novos conceitos eficientes para favorecer ainclusão social dos deficientes em questão. Os sujeitos do estudo estavam inseridos no Programa Educacional Alternativo, que é fundamentado no método ecológico funcional, cujos pressupostos filosóficos estão baseados na capacidade, no direito e na necessidade da convivência comunitária. Trata- se de uma abordagem dinâmica e flexível, que atende às peculiaridades de cada aluno. Do ponto de vista educacional, os sujeitos têm direito ao pleno desenvolvimento de suas habilidades (BRONFENBRENNER, 2011; CARDOSO, 1997b). Por isso, os alunos que frequentam esse Programa têm um currículo individualizado, incluindo atividades que envolvem seu relacionamento interpessoal, atividades específicas para deficientes visuais, e, entre outras habilidades, a de orientação e mobilidade. Acrescenta-se que geralmente os alunos que iniciam a frequência ao referido Programa o fazem apresentando defasagem em seu desenvolvimento global, necessitando, pois, de atenção especial à sua diversidade, incluindo seus processos psicológicos, sua participação dinâmica nos ambientes e principalmente sua construção sociocultural (BRONFENBRENNER, 2002). A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 31 Martín (2003) afirma que é considerado cego o indivíduo com ausência total de visão ou simples percepção luminosa que faz uso dos sentidos remanescentes e é usuário do Sistema Braille. Segundo Kirk e Gallagher (2002), o deficiente múltiplo é aquele que tem mais de uma deficiência, considerada moderada ou grave, necessitando de atenção diferenciada e especial para que sejam minimizadas ou superadas suas limitações. Trabalhar com esse grupo de deficientes é um desafio para qualquer profissional, pois as propostas de intervenção pedagógica precisam ser adaptadas às peculiaridades individuais a fim de se obterem resultados favoráveis. A orientação e mobilidade possibilita aos deficientes visuais múltiplos o aprendizado do deslocamento de um lugar para outro de forma independente, orientando-os no espaço por meio de informação sensorial. Portanto, é importante ter conhecimento de como esse aluno se locomove, como ele utiliza o corpo e como se percebe no tempo e espaço. Cardoso (1997a) diz que quase todas as atividades realizadas requerem o uso da motricidade. Ou seja, o sujeito, desde que acorda até a hora de adormecer, executa movimentos amplos, de coordenação motora fina e de equilíbrio. Para realizá-los, é necessário que haja habilidade motora, boa postura para locomoção pessoal, orientação e consciência espacial. Jogos são atividades cuja natureza ou finalidade é recreativa; diversão, entretenimento, competição física ou mental sujeita a regras (HOUAISS; VILLAR, 2004). Os jogos carregam em seu bojo possibilidades que contribuem para o exercício das funções cognitivas e afetivas dos sujeitos. Incluem atividades utilizadas no cotidiano e, consequentemente, estimulam o desenvolvimento das relações interpessoais, principalmente quando praticados em grupo (VISCA, 2009). O jogo A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 32 não é pronto, ele pode ser submetido a diferentes e adequadas convenções, construindo-se dinamicamente no momento que acontece. Utilizado pedagogicamente, facilita a apropriação de conceitos e conhecimentos feitos de forma lúdica, instigando e motivando as reproduções e apreensões de regras, o que demonstra ser o jogo uma ferramenta mais abrangente que um simples divertimento (RAMOS, 2005). A Enciclopédia Larousse (LAROUSSE NOVA CULTURAL, 1998) define história como uma narrativa baseada em acontecimentos e personagens reais ou imaginários, contos, fábulas, aventuras. Nesta pesquisa, histórias foram utilizadas com o objetivo de envolver os indivíduos para uma construção imaginativa, incluindo seus múltiplos sentidos. As características das histórias não têm um único desfecho, envolvem os ouvintes que se identificam com os protagonistas. Nesse ponto há uma construção imaginativa, atribuindo múltiplos sentidos para olhares, gestos, silêncio, ações e palavras, que contribuem para a comunicação e permitem a compreensão da realidade, facilitando a interação social. Contribuem para que os ouvintes se expressem, manifestem seus desejos e necessidades e, por meio de sua socialização, estabeleçam a comunicação, permitindo-lhes conhecer o modo de viver, pensar, agir, perceber os costumes e comportamentos sociais. Nesse caso, após a narrativa de uma história, o indivíduo, de acordo com sua imaginação e possibilidades, poderá recontá-la e ilustrá-la. Portanto, uma das coisas mais importantes que envolvem essa prática pedagógica é possibilitar que o sujeito se desenvolva e amadureça cognitivamente. Isso envolve atenção, memória sequenciada e lógica, habilidades de abstrair, comparar e diferenciar (VYGOTSKY, 1993). A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 33 Há um consenso entre os profissionais de saúde e educação de que entre alunos com características de deficiências múltiplas não há regras quanto à sua aptidão para uma escolaridade regular (BRUNO, 2009). Dessa forma, autores como Cardoso (1997b), Cunha (2010) e Suplino (2005) esclarecem que um dos primeiros passos a serem tomados com sujeitos cegos deficientes múltiplos, pautados pelo currículo funcional, é avaliar quais habilidades individuais necessitam ser conquistadas e priorizá-las. Logo, as histórias e jogos podem servir de recursos facilitadores para o amadurecimento cognitivo e a aquisição de conceitos básicos para a orientação e mobilidade das crianças e adolescentes atendidos no Programa Educacional Alternativo. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLINICA E INSTITUCIONAL, DIANTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM www.famart.edu.br | atendimento@famart.edu.br | +55 (37) 3241-2864 | Grupo Famart de Educação 34 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação – referências – elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, ago. 2002. 24 p. . NBR 6024: informação e documentação – numeração progressiva das seções de um documento escrito – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, ago. 2002. 3 p. . NBR 6027: informação e documentação – sumário – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, maio 2003. 2 p. . NBR 6028: informação e documentação – resumo – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, nov. 2003. 2 p. . NBR 10520: informação e documentação – citação em documentos – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, ago. 2002. 7 p. BRONFENBRENNER, Urie. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Tradução de Maria Adriana Veríssimo Veronese. 2. reimpr. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. 310 p. . Bioecologia do desenvolvimento humano: tornando os seres humanos mais humanos. Tradução de André de Carvalho-Barreto. Porto Alegre: Artmed, 2011. 310 p. BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Avaliação educacional de alunos com baixa visão e múltipla deficiência na educação infantil.Dourados/MS: UFGD, 2009. 198 p. CARDOSO, Maria Cecília de Freitas. Abordagem ecológica em educação especial: fundamentos básicos para o currículo. Uma abordagem ecológica em educação especial dentro de uma visão comunitária participativa. Brasília: Corde, 1997a. v. 1, 80 p. . Adaptando o conteúdo utilizando grandes áreas curriculares: uma abordagem ecológica em educação especial dentro de uma visão comunitária participativa. Brasília: Corde, 1997b. v. 2, 120 p. CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2010. 135 p. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 839. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. 2. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.