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História da Música - Romantismo e Século XX

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História da Música – Românticos e Século XX
Romantismo – 1ª Geração
Compositores do séc. XIX encontraram novas maneiras de engajar os gêneros musicais do séc. XVIII. 
Segundo alguns escritores, porque a música é livre da concretude das palavras e das imagens visuais, ela podia evocar emoções que as palavras não eram capazes de fazer.
A canção alemã, o Lied, foi um importante meio de expressão das tendências literárias e líricas do Romantismo.
A balada, poema narrativo inspirado nas baladas folclóricas, inspirou compositores a usarem temas e texturas mais variados e a fazer a parte do piano ser tão importante quanto a voz para expressar a poesia.
Compositores de Lieder (plural) muitas vezes agrupavam suas canções em coleções ou ciclos.
Melhorias técnicas na fabricação do piano o tornaram ideal para música caseira e também para concertos públicos.
A maioria da música de câmera do início do século XIX vem de compositores fortemente influenciados pela tradição clássica como Schubert, Mendelssohn e Schumann. 
Romantismo – 1ª Geração
Franz Schubert (1797-1828)
Nasceu e viveu em Viena onde seu pai tinha uma escola em regime de internato. Desde cedo mostrou seu talento musical excepcional mas formou-se como professor trabalhando com seu pai.
Apesar de ter morrido com apenas 31 anos compôs uma obra vasta com contribuições significativas para a canção, piano solo, sinfonia e música de câmara.
As características do Lied romântico são exemplificadas nas canções de Schubert que escreveu mais de 600 Lieder:
Belas melodias que capturam o carácter dos personagens e a situação da poesia;
Uso expressivo da harmonia e frequentes modulações para a mediante ou sub-mediante;
Uso de poesias dos grandes escritores da época incluindo Goethe e Wilhelm Müller;
A forma das canções eram escolhidas para reforçar o sentido do texto;
Uso de figuras no acompanhamento que sugerem o clima psicológico e a personalidade do personagem.
https://www.youtube.com/watch?v=MY0eeotSDi8 < Gretchen am Spinnrade (Gretchen na Roda de Fiar)
https://www.youtube.com/watch?v=JS91p-vmSf0 < Erlkönig (O Rei dos elfos)
https://www.youtube.com/watch?v=q9wrsXjhTa4 < Der Lindenbaum (A Tília)
Romantismo – 1ª Geração
Franz Schubert (1797-1828)
Escreveu 7 sinfonias completas mas foi a “Inacabada” que veio a ser a mais célebre após sua morte
Na “Inacabada” usa o material da introdução (mais motívico) no desenvolvimento enquanto as áreas temáticas são tomadas por melodias líricas e memoráveis com a das suas canções. https://www.youtube.com/watch?v=0mnrHf7p0jM
Sinfonia em Dó Maior “A Grande” mistura liricismo romântico com drama beethoveniano dentro das forma clássica expandida – teve forte influência em Schumann
Importante repertório para piano incluindo tanto pequenas obras (uma tendência nova do romantismo. Ex. Momentos Musicais ) como sonatas de grande porte. Sua última sonata, em Si bemol maior dura mais de 40 minutos. https://www.youtube.com/watch?v=MAZ8PA5_gVA
Suas primeiras obras de música de câmera seguem os modelos de Haydn e Mozart e forma concebidas para entreter os amigos mas os últimos quartetos e o quinteto são obras de música de concerto de grande duração e impacto dramático. Exemplo: Quarteto “A Morte e a Donzela”
Romantismo – 1ª Geração
Hector Berlioz (1803-1869)
Grande orquestrador, escreveu um tratado sobre o tema, usado até hoje, que foi estudado por grandes compositores como Mussorgsky, Mahler, Richard Strauss e Rimsky-Korsakov.
Introduziu o conceito da sinfonia com programa literário, um drama musical onde as palavras não são cantadas mas escritas num programa distribuído à plateia, influenciando muitos compositores.
Sinfonia Fantástica (1830), autobiográfica e psicodélica. O tema “ideia fixa” representa a obsessão do herói por sua amada e aparece em todos os 5 movimentos transformando-se de acordo com o drama. Usa uma orquestra de mais de 90 músicos incluindo 4 fagotes, 4 tímpanos (2 músicos), 2 Tubas (Ophicleides), Percussão, 2 harpas, Trombones, Requinta, Clarineta Baixo, além dos instrumentos convencionais.
Obs: A orquestra romântica dobrou o tamanho daquela usada por Haydn e Mozart com maior número e variedade de madeiras, metais e percussão e muito mais cordas. Os instrumentos individuais ganharam em potência sonora. E o regente usando a batuta tornou-se padrão.
Romantismo – 1ª Geração
Felix Mendelssohn (1809-1847)
Fundiu influência clássicas (harmonia e forma) e até barrocas (sobretudo as cantatas e oratórios de Bach) com a estética romântica (uso de imagens extramusicais e referências literárias). Tendo sido regente da orquestra de Leipzig, trouxe de volta a vida obras importantes de Bach.
Vindo de uma família (alemães de origem judaica) de intelectuais (avô filósofo: Moses Medelssohn) e banqueiros, juntamente com irmã Fanny, foi educado pelos melhores professores disponíveis.
Dominava a arte do desenho de paisagem e algumas de suas obras orquestrais mais importantes podem ser consideradas paisagens sinfônicas, relatos de suas viagens (Sinfonia Nº3 Escocesa, Sinfonia Nº 4 Italiana, Abertura A Gruta de Fingal)
Aos 17 anos compôs a Abertura para a comédia de Shakespeare Sonhos de uma noite de verão e mais tarde fez a música incidental para a peça incluindo a Marcha Nupcial.
Outras obras importantes incluem as Canções sem palavras para piano e cantatas oratórios com Elijah. Sua família havia se convertido ao protestantismo e sobretudo após o contato profundo com a obra de Bach, Mendelssohn, abraça a fé luterana inclusive compondo a Sinfonia da Reforma em homenagem aos 300 anos do manifesto de Lutero.
Romantismo – 1ª Geração
Felix Mendelssohn (1809-1847)
Fundiu influência clássicas (harmonia e forma) e até barrocas (sobretudo as cantatas e oratórios de Bach) com a estética romântica (uso de imagens extra-musicais e referências literárias). Tendo sido regente da orquestra de Leipzig trouxe de volta a vida obras importantes de Bach.
Vindo de uma família (alemães de origem judaica) de intelectuais (avô filósofo: Moses Medelssohn) e banqueiros, juntamente com irmã Fanny, foi educado pelos melhores professores disponíveis.
Dominava a arte do desenho de paisagem e algumas de suas obras orquestrais mais importantes podem ser consideradas paisagens sinfônicas, relatos de suas viagens (Sinfonia Nº3 Escocesa, Sinfonia Nº 4 Italiana, Abertura A Gruta de Fingal)
Aos 17 anos compôs a Abertura para a comédia de Shakespeare Sonhos de uma noite de verão e mais tarde fez a música incidental para a peça incluindo a Marcha Nupcial.
Outras obras importantes incluem as Canções sem palavras para piano e cantatas oratórios com Elijah. Sua família havia se convertido ao protestantismo e sobretudo após o contato profundo com a obra de Bach, Mendelssohn, abraça a fé luterana inclusive compondo a Sinfonia da Reforma em homenagem aos 300 anos do manifesto de Lutero.
Romantismo – 1ª Geração
Robert Schumann (1810-1856)
Alemão, compôs obras importantes nos seguintes gêneros. Dedicou-se a cada gênero em períodos distintos de sua carreira (ex. o ano da música de câmera).
Música para piano, nenhuma sonata, peças curtas coloridas muitas vezes agrupadas em coleções, sugerindo personagens e cenas como no Carnaval Op. 9
Lieder, foi o mais importante sucessor de Schubert. Diechterliebe (Um amor de poeta)
4 Sinfonias – A nº 4 integrou os 4 movimentos numa forma cíclica sem interrupções
Música de Câmera – os Trios para piano, violino e violoncelo estão entre as mais importantes.
Importante como crítico e divulgador da música (incentivou fortemente Brahms), fundou e dirigiu uma importante revista de música clássica que existe até hoje: Die Neue Zeitschrift für Musik.
Romantismo – 1ª Geração
Fryderyk Chopin (1810-1849)
Compositor polonês, escreveu quase que exclusivamente para o piano, abrindo novas possibilidades para o instrumento. Em 1830 se estabelece em Paris. Sua música alterna gestos dramáticas, harmonias ricas por vezes ousadas, melodias líricas típicas do romantismo,ímpeto rítmico e virtuosismo.
Compõe danças (Valsas, Polonaises e Mazurkas), Noturnos, Prelúdios, Balladas e Scherzos, além de Estudos. 
Ópera no Século XIX
A ópera se torna uma referência cultural de grande importância nas sociedades europeias. Embora servisse como entretenimento da elite, a música de ópera se tornou popular em todas as classes e profissões. Adaptações de obras literárias, referências nacionalistas e exploração de temas exóticos onde aparecem outras culturas foram tendências amplamente exploradas neste período. Veremos a seguir quais foram os caminhos percorridos pela ópera nas três vertentes mais importantes: francesa, italiana e alemã. 
Ópera no Século XIX
França: Grand Opera e outros gêneros
Criada sob a liderança do compositor Giacomo Meyerbeer (1791-1864) e do libretista Eugéne Scribe, a Grand Opera pode ser comparada em muitos aspectos a gênero de filmes épicos do cinema de Hollywood: um grande espetáculo explorando temas históricos, políticos ou religiosos, repleto de efeitos especiais, balés, coros e cenas com multidões. Les Huguenots (1836), baseada na história do massacre de São Bartolomeu na França do séc. XVI, conta a história trágica de dois amantes, ele protestante e ela católica.
Berlioz segue esta tendência em suas 4 óperas, entre elas Les Troyens (Os Troianos) baseada em trecho da Eneida de Virgílio. 
Opera bouffe – gênero criado por Jacques Offenbach (1819-1880) satirizava as convenções sociais e a própria ópera. Orfeu nos Infernos satiriza o casamento, a moral burguesa, a religião e a ópera de Gluck. Teve influência na Inglaterra (Gilbert and Sullivan).
Lyric Opera – menos grandiosa que a Grand, geralmente com temas da literatura. Jules Massenet e Charles Gounod (Faust) são os principais representantes
Carmen (1875) de Georges Bizet – combinou o exotismo (a história se passa na Espanha) com o realismo e a crítica social (uma cigana-operária, um cabo do exercito, um toureiro e sua ‘noivinha’). O cabo, movido pela paixão, se torna um fora-da-lei. 
Ópera no Século XIX
Ópera italiana
Gioachino Rossini (1792-1868), o compositor de ópera mais popular e influente de sua geração, combinava aspectos da opera seria e da opera buffa em suas obras e ajudou a estabelecer o bel canto, um estilo mais elegante e leve de canto que contrastava o estilo mais pesado e dramático que então dominava. Estudou no conservatório de Bologna e aos 18 anos recebeu sua primeira encomenda de uma ópera. Escreveu 41 óperas de grande sucesso (até hoje), entre elas O Barbeiro de Sevilha (1816) e Guilherme Tell (1829). Aos 40 anos, com muito dinheiro provindo do seu sucesso, resolveu parar de compor óperas e ficar na ‘boa vida’ o resto dos seus dias. Seu estilo é marcado por frases claras, orquestração leve e bem definida, harmonia simples, agilidade rítmica e melodias memoráveis. Suas aberturas de ópera estão entre as preferidos do repertório sinfônico. 
Suas arias patter (arias em estilo silábico e andamento rápido) tiveram grande sucesso. Sua aria Una você poco fa, do Barbeiro, combina elementos de bel canto e aria patter. Largo al factótum é sua aria mais conhecida.
Outros compositores de destaque nesta geração são Gaetano Donizzeti (1797–1848) e Vincenzo Bellini (1801–1835). Ambos tiveram influência sobre Verdi e se destacaram no estilo do bel canto.
Ópera no Século XIX
Ópera italiana – Giuseppe Verdi (1813–1901)
Dominou a cena da ópera italiana por 50 anos, após Donizetti. Antes de ir para Milão onde se consagrou sofreu a perda em dois anos de sua esposa e dois filhos. Escreveu 26 óperas sendo que cerca de dez delas estão entre as mais executadas em todos os tempos.
Suas primeiras óperas de sucesso contavam histórias de tragédias pessoais como ll Trovatore, Rigolleto e La Traviata. O tema da morte e o amor é recorrente.
Muitas de suas primeiras óperas que incluem coros que foram ouvidos como apelos pela união na luta pela unificação nacional da Itália, Risorgimento. Seu nome se converteu num símbolo patriótico e um grito de revolta: Viva Verdi significava para os italianos, Viva Vittorio Emanuele Re di Italia.
Verdi unificava suas obras dramaticamente e musicalmente usando motivos de reminiscência que remetam a personagens ou a cenas anteriores. Ex: Addio del passato
No período intermediário se voltou ao gênero da Grand Opera (porém em italiano). Como em Aida, Les Vêpres Siciliennes, Nabucco. 
O período final é marcado pelas óperas baseadas em Shakespeare, Otello e Falstaff, sendo esta última uma revolucionária ópera cômica. Tutto nel mondo é burla (cena final de Falstaff).
Ópera no Século XIX
O Exotismo – muitos compositores (a pedido de produtores) usaram temas, ritmos e timbres de outras culturas pois exerciam forte fascinação e tinham grande aceitação comercial.
Entre outros exemplos importantes temos Aida (1871) de Giuseppe Verdi e Il Guarany (1870) e Lo Schiavo de Carlos Gomes (Campinas, 1836- Belém, 1896 ). Em 1861 estreou sua primeira ópera no Rio de Janeiro e chamou a atenção de Pedro II que que o condecorou e o incentivou a ir a Europa. D. Pedro preferia a Alemanha mas a imperatriz Teresa Cristina, nascida em Nápoles sugeriu a Itália. 
O Guarani foi estreado em Milão, teve enorme sucesso e Gomes recebeu encomendas de outras óperas (incluindo não exóticas). Verdi disse que a obra era “ expressão de um verdadeiro gênio musical”. Foi o primeiro compositor não europeu a ser aceito na tradição dos grandes da música clássica. Foi condecorado pelo Rei Vittorio Emanuele II. Escreveu 9 óperas sendo o Guarani a terceira, todas as que vieram depois do Guarani até hoje estão no repertório (Fosca, Salvator Rosa, Maria Tudor, Lo Schiavo, Condor e Colombo). Suas árias são gravadas pelas principais estrelas do canto operístico. Era abolicionista. 
Ópera no Século XIX – Ópera Romântica Alemã
Der Freischütz de Carl Maria von Weber (1786–1826) estabeleceu o estilo da ópera romântica alemã caracterizado por tramas extraídos de histórias medievais ou lenda, muitas vezes com presença de elementos sobrenaturais, ambientação campestre e temas do bem contra o mal. Musicalmente há referências ao estilo folclórico, assim como harmonias cromáticas e coloração orquestral para efeito dramático. 
 Richard Wagner (1813–1883) defendia que a função da música era servir a expressão dramática. Ele acreditava que poesias, cenários, ação, música e encenação devem trabalhar juntos para compor o que ele chama de Gesamtkunstwerk (trabalho conjunto das artes). Em suas obras as linhas vocais são parte de uma textura completa onde a orquestra tem o papel principal. Há o uso de Leitmotives, tema ou motivo associado a um personagem ou ideia que sofre transformações ao logo da ópera (assim como a ideé fixe de Berlioz). 
Wagner foi regente da corte real da Saxônia in Dresden e participou ativamente de uma movimento de rebelião (1848) que almejava a unificação da Alemanha em um estado-nação e a introdução de liberdades civis. Com a derrocada do movimento se exilou na Suíça para não ser preso. Em 1862 foi anistiado pelo governo da Saxônia e voltou, tendo ido depois para a Baviera onde foi patrocinado pelo Rei Ludwig II que construiu para o Teatro de Bayreuth feito para receber uma grande orquestra no fosso de ópera. 
Em 1850 Wagner escreveu um artigo anti-semita intitulado ‘Judaismo na Música’ que no século seguinte seria apropriado pelo regime nazista, que também o promoveu como ídolo pela exaltação que fez da cultura e mitologia alemã. Por conta dessa apropriação pelos nazistas sua música foi banida do Estado de Israel até hoje. Neste século houve algumas tentativas de executar a sua música mas sempre cercada de protestos levando muitas vezes a cancelamentos.
Ópera no Século XIX – Óperas de Wagner
1º Período >
2º Período >
3º Período
As Fadas (raramente executada)
O Navio Fantasma (1841)
Influência de Carl Maria von Weber
Tristão e Isolda (1858), considerada como um dos picos de todo o repertóriooperístico até hoje, uso sem precedentes decromatismo, ambiguidade tonal, colorido orquestral e suspensão harmônica, teve enorme impacto influenciando compositores importantes como Mahler,Schoenberge RichardStraus. Exemplo de usoLeitmotivese do que costuma ser descrito como ‘melodias infinitas’ na qual a esperada resolução de uma linha melódica é sobreposta ou adiada pelo início de uma nova linha.
Amor Proibido (raramente executada)
Tannhäuser(1845)
Os Mestres Cantores deNurenberg(1867), única comédia
Rienzi(1840) influência deMeyerbeer
Lohengrin(1848)
OAnel doNibelungo= Tetralogia
Baseada na mitologia germânica
O Ouro do Reno (1854)
AsVallquírias(1856)
Siegfried (1871)
Crepúsculo dos Deuses (1874)
Parsifal(1882), baseada na lenda do Santo Gral
Perspectiva lateral do Bayreuth Festspielhaus
A Segunda Geração dos Românticos
Ao longo do século XIX e suas inovações houve também um crescente interesse pela música do passado com a publicação de edições completas de compositores de outras eras e a execução de suas músicas. Era possível apreciar as novidades e também explorar a tradição do repertório musical. De certa forma Brahms e Richard Wagner representavam lados opostos de uma disputa que opunha música absoluta e música de programa, tradição e inovação, cultivo de gêneros clássicos e a invenção de novos gêneros.
Franz Liszt (1811–1886), nascido na Hungria, virtuoso do piano, foi adepto da música de programa tendo escrito 13 poemas sinfônicos, obras para orquestra que seguem um roteiro que é divulgado ao público. Teve grande influência em outros compositores. Suas obras incorporam elementos da música húngara, exploram harmonias cromáticas (especialmente nas últimas obras), e fazem uso de transformações temáticas (Ex: Les Preludes). Explorou harmonias não convencionais sendo um dos pioneiros a fazer uso extensivo de acordes aumentados
Anton Bruckner (1824–1896), organista e compositor austríaco que absorveu o estilo e as ideias de Wagner na sinfonia tradicional (escreveu 9 sinfonias, e tinha a Nona de Beethoven como modelo, exceto pelo uso do coral) além de compor um repertório de música sacra que incorporava as técnicas do século XIX mantendo uma abordagem de reverência aos textos sacros. Usava constantemente da repetição de motivos e suas transposições.
A Segunda Geração dos Românticos
Johannes Brahms (1833–1897) foi o principal compositor alemão de sua época em todos os gêneros exceto a ópera (música para piano, música de câmara, sinfonias, concertos, obras corais e lieder). Brahms respeitava e admirava a tradição clássica e compositores como Beethoven e Schubert e sua música reverenciava esta tradição trazendo porém um elemento pessoal e um estilo próprio (nota do professor: algo como faz Chico Buarque na MPB). Destacam-se em sua obra as 4 sinfonias, 2 concertos para piano, um concerto para violino, um concerto duplo (violino e violoncelo), uma extensa obra de música de câmara, 3 sonatas para piano e o Requiem Alemão. Suas obras possuem forte unidade temática e intervalar. Em algumas obras fundia o conceito de desenvolvimento e de variações criando ‘variações contínuas’, como na 4ª Sinfonia, conceito que seria também levado adiante por Schoenberg, um grande admirador da sua obra. 
A 2ª Geração dos Românticos
Piotr Il’yich Tchaikovsky (1840–1893). 
Havia uma corrente de compositores russos que se opunha ao estudo acadêmico por considerá-lo muito voltado às tradições ocidentais. Não era o caso Tchaikovsky que estudo no conservatório de São Petersburgo e lecionou no conservatório de Moscou. Mesmo assim pode-se dizer que sua música tem traços nacionalistas marcantes. Era homossexual e sofreu muito pois não podia expor sua sexualidade. Recentemente foram publicadas cartas em que ele confirma isto mas até hoje o governo russo quer negar pois ele sempre foi tratado como herói nacional e a Rússia tem uma forte herança homofóbica.
Seus balés estão entre os mais tocados em toda a história, incluindo O Quebra Nozes, O Lago dos Cisnes e A Bela Adormecida. Exploram variedade timbrística (era excelente orquestrador, obtendo sempre sonoridades característica do seu estilo pessoal e tratando as seções da orquestra em blocos separados), imaginação rítmica alternadas com melodias marcantes e cheias de lirismo. 
Escreveu 6 sinfonias sendo as 3 últimas entre as mais tocadas do repertórios sinfônico. A Sinfonia Nº 6 “Patética” inova a concluir com um movimento lento e incluir uma valsa em 5/4. . 
Suas óperas mais famosas Eugene Onegin e A Dama de Espadas foram escritas em russo e baseadas em obras de Alexander Pushkin. Durante muito tempo foram poucos executadas em países não eslavos mas nos últimos anos tem sido muito executadas.
A 2ª Geração dos Românticos
Dois compositores românticos fortemente nacionalistas foram os boêmios (hoje a Boêmia é a mairo região da República Tcheca) Bedřich Smetana (1824–1884) e Antonín Dvořák (1841–1904). Escreveram diversas óperas, mas fora da sua terra natal são mais conhecidos pela música instrumental. Ambos têm um significativa obra de música de câmara além de importantes obras orquestrais
De Smetana destaca-se o ciclo de 6 poemas sinfônicos Má Vlast (Meu País), descrevendo lendas e lugares de sua nação, incluindo O Moldau (principal rio da região).
De Dvorak destacam-se as 3 últimas sinfonias (9 no total) em especial a Sinfonia “Novo Mundo” feita por ocasião de sua viagem aos EUA (foi muito evocada no versões de hollywood sobre a conquista do oeste americanao) e também as Danças Eslavas.
O Final do Século XIX
Panorama: Após um período, século XVIII, de profusão de um estilo internacional, o século XIX viu um movimento em direção ao nacionalismo com ênfase nas tradições literárias e linguísticas locais, interesse pelo folclore, patriotismo e busca de uma identidade própria. O final do século XIX vê surgir na França a exploração de novos caminhos se afastando da tradição austro-germânica. A ópera italiana torna-se mais realista.
Na tradição Austro-Germânica nota-se uma forte influência de Wagner e destacam-se dois compositores: Mahler e Richard Strauss. Ambos tiveram uma importante carreira como regentes paralelamente ao sucesso como compositores.
Gustav Mahler (1860–1911), de origem judaica, nasceu numa família alemã que residia na Boêmia. Aos 15 anos vai estudar em Viena onde mais tarde se tornaria regente do teatro de ópera. Encontrando oposição anti-semita foi para NY em 1907 onde iria reger o Metropolitan Opera e a Filarmônica. Escreveu 9 sinfonias, todas colossais em termos de uso de forças (grande orquestra, solistas vocais, coros) e duração (exceção da Sinfonia Nº4). Além destas sinfonias destacam-se os ciclos de canções para solo e orquestra. Além do gigantismo sinfônico (A 3º Sinfonia dura pouco mais de 100 min), o tema recorrente da morte, as referências ao militarismo, o uso de material musical do folclore (alemão, austríaco e judaico), passagens de evocação bucólica, são características encontradas em suas obras. Ex: Sinfonia Nº 1 “Titan”
O Final do Século XIX
Richard Strauss (1864–1949) destaca-se pelos poemas sinfônicos, entre eles Assim Falou Zarathustra, baseado em Nietzsche, Don Juan e Don Quixote, e as óperas Salomé, Elektra e Der Rosenkavalier. Esteve no Brasil por duas vezes em turnês (1920 e 1923, com a Filarmônica de Viena) onde regeu 19 programas de concertos um deles incluindo a Abertura O Garatuja de Alberto Nepomuceno cuja orquestração foi por ele considerada excelente.
Na Rússia, a ópera foi um importante veículo para a criação de uma identidade nacional e o Czares (Nicolau I, Alexandre II) usaram a ópera como propaganda de seus governos absolutistas.
Mikhail Glinka (1804–1857) foi o primeiro compositor russo a receber reconhecimento internacional. Suas óperas mais famosas são Uma Vida pelo Czar (1836), primeira cantada inteiramente em russo, e Ruslan e Ludmila (1842) cuja música inclui escalas de tons inteiros, cromatismo e fortes dissonâncias. 
Glinkafoi seguido por outros compositores nacionalistas que formaram o que se chamou de o ‘grupo dos cinco’, liderados por Balakirev, e incluindo Alexander Borodin, Modest Mussorgsky, Nikolai Rimsky-Korsakov e Cesar Cui. Além de serem contra a formação dada em conservatório, incorporaram aspectos da música folclórica russa como escalas exóticas e modais e polifonia ‘folclórica’ advinda da tradição de coros daquele país.
O Final do Século XIX
De Borodin (1833-1887) destacam-se a ópera Príncipe Igor e poema sinfônico Nas Estepes da Ásia Central.
De Modest Mussorgsky (1839–1881) destacam-se a ópera Boris Godunov e o genial Quadros em uma Exposição, originalmente escrita para piano que recebeu diversas orquestrações por outros compositores incluindo uma de Maurice Ravel, a mais consagrada delas, e até do grupo de rock Emerson, Lake & Palmer.
Nikolay Rimsky-Korsakov (1844–1908) é considerado um dos maiores mestres de orquestração de todos os tempos. Seu livro Princípios da Orquestração foi publicado postumamente em 1912 e até hoje é uma referência importante. Além da orquestração magistral, outra característica que encontramos em sua música é o exotismo e o orientalismo. Serviu a Marinha Russa e depois tornou-se professor no conservatório de São Petersburgo tendo influenciado toda uma geração de compositores, incluindo Stravinsky e Glazunov. Escreveu 15 óperas e mias celebrado por suas obras sinfônicas programáticas entre elas Scheherazade e Capriccio Espagnol.
O Final do Século XIX
Outros nacionalistas de destaque pelo mundo foram o norueguês Edvard Grieg (1843–1907), escreveu obras par piano, canções em norueguês, e obras para orquestra incluindo Peer Gynt (mostra além do nacionalismo, uma influência wagneriana) e o inglês Edward Elgar (1857–1934), que mostra uma influência brahmsiana. 
Grieg foi uma espécie de mentor e padrinho de casamento do primeiro compositor nacionalista brasileiro, Alberto Nepomuceno (1864-1920), natural do Ceará, que casou-se com uma pupila sua, colega de estudos em Berlin onde se formou. Villa-Lobos o considera um pioneiro e declara-se seu seguidor. Destacam-se na sua obra a Sinfonia em Sol Menor (lindamente brahmsiana, escrita quando estudava em Berlim), a Suite Antiga (neo-clássica como Aus Holberg Zeit de Grieg, para piano e depois orquestrada para cordas) e a Série Brasileira (Alvorada na Serra, Intermédio, Sesta na Rede, e o célebre Batuque). Em 1894 torna-se professor e em 1902 diretor do Instituto Nacional de Música (depois chamada de Escola Nacional, hoje da UFRJ). Defensor do canto em português, escreveu canções brasileiras (entre elas Trovas) e algumas óperas raramente executadas (Ártemis e Abul). Faleceu antes de concluir o projeto da ópera O Garatuja. Fez a primeira tradução para o português do Tratado de Harmonia de Schoenberg. Regeu a estreia no Brasil de obras importantes de Debussy e incentivou a nova geração de compositores sobretudo Villa-Lobos. 
O Final do Século XIX
Alberto Nepomuceno (1964-1920)
O Final do Século XIX - França
Nesta época Paris se destaca como uma capital da modernidade cosmopolita. É a chamada Belle Époque, de 1871 a 1914 (inicio da I Guerra Mundial). Dois compositores emergem antes do surgimento do impressionismo, um deles, César Franck, representando uma tradição mais cosmopolita e o outro, Gabriel Fauré.
 César Franck (1822–1890), nasceu na Bélgica e é considerado o fundador da moderna música de câmara francesa. Sua música utiliza-se de formas clássicas, contraponto, harmonia com influência wagneriana e destaca-se pelas transformações temáticas e pelo uso de formas cíclicas (movimentos anteriores ou seções de movimentos anteriores voltam a aparecer). Suas obras mais executadas são a Sinfonia em Ré Menor e a Sonata para violino e piano. 
Gabriel Fauré (1845–1924), além de seguir a tradição francesa (apreço pelas danças, valorização de sonoridades, e comparativamente pouco interesse pelo aspecto épico e dramático da música), desenvolveu um estilo novo no qual as linhas melódicas são fragmentadas e harmonia perde boa parte do seu sentido direcional, sem a necessidade de resolução, criando um sentido de repouso. Um bom exemplo dessa tendência que poderíamos hoje chamar de pré-impressionista, é a canção Avant que tu ne t'en ailles. O Requiem é uma de suas obras mais executadas. 
O Final do Século XIX - Itália
Surge o Verismo, equivalente operático do realismo na literatura. Destacam-se 3 compositores cujas óperas tendem a focar em personagens da vida cotidiana (na verdade, anti-heróis): Pietro Mascagni (autor de Cavalleria Rusticana, 1890), Rugero Leoncavallo (autor de Pagliacci, 1892) e Puccini.
Giacomo Puccini (1858–1924) foi o mais bem sucedido compositor italiano de ópera depois de Verdi. De certa maneira combinava o estilo vocal de Verdi com elementos da abordagem de Wagner, em especial o uso de Leitmotives. Sua música flui com naturalidade sem a polarização entre recitativo e ária. La Boheme (1896) e Madama Butterfly (1904) estão entre as óperas mais tocadas desde suas estreias até hoje. 
A Primeira Geração dos Modernos
Compositores de diversas nações da Europa combinaram tradição com inovação e identidade nacional com estilo pessoal. Entre eles se destacam: Debussy, Ravel na França; De Falla na Espanha, Vaughan Williams na Inglaterra, Janáček na Tchecoslováquia, Sibelius na Finlandia, Rachmanivov e Scriabin na Rússia.
A Primeira Geração dos Modernos - Debussy
Claude Debussy (1862–1918) buscou em diversas influências e tradições culturais formas alternativas do uso da linguagem harmonica deixando uma obra que teve enorme impacto na história da música. Entre estas influências e tradições podemos citar: a música de Wagner, a tradição francesa, os compositors russos, a música medieval e a música asiática e de outras culturas não europeias.
Muitas vezes associado com ‘impressionismo’ (movimento das artes plásticas que ao invés de retratar as figuras realisticamente buscava capturar a sua atmosfera e a impressão sensorial através de um observação distanciada) sua estética musical, segundo vários estudiosos se aproxima mais do ‘simbolismo’ (movimento literário surgido em oposição ao realismo e ao naturalismo que buscava explorar a subjetividade e os elementos irracionais mais profundos na percepção dos símbolos).
A Primeira Geração dos Modernos - Debussy
Sua harmonia, embora mantenha o um centro tonal, enfatiza o element sensorial mais do que a sua resolução. Há o uso recorrente de escalas não diatônicas e exploração da ideia de complementaridade nos movimentos harmônicos. 
As mudanças introduzidas por Debussy na harmonia e orquestração e a sua ênfase no som por si mesmo faz dele um dos compositors mais influents na história da musica.
Escreveu uma única ópera (Pelleas et Melisande), canções par voz piano, muitas obras para música de camera, várias obras para piano (incluindo dois livros de prelúdios e um de estudos, arabesques, suites) e um repertório importante para orquestra destacando Preludio à Tarde de um Faune, La Mer – ou O Mar, Jeux, e Nocturnes (incluindo Nuages) 
A Primeira Geração dos Modernos 
 Maurice Ravel (1875–1937), abraçou múltiplas influências (música francesa do passado, tradição clássica, valsas vienenses, música cigana, jazz, blues, música espanhola, e até o próprio impressionismo, entre outras) buscando criar obras originais e distintas entre si – alguns autores descrevem-no como sendo ‘assimilacionista’. Três exemplos famosos dessa tendência são o Bolero (sobre música de origem espanhola) e o Concerto em Sol Maior (que se inspira tanto em Mozart como no jazz) e La Valse (obra em que uma valsa vienense é tratado como um personagem). Ao contrário de Debussy, buscava resolver as dissonâncias e frequentemente adicionava sétimas nos acordes de tônica e subdominante. 
 O compositor espanhol Manuel de Falla (1876–1946) combinou elementos nacionais específicos com a abordagem neoclássica que se tornou popular depois da I GuerraMundial, criando algo ao mesmo tempo nacionalista como moderno. A mesma abordagem que adotou Villa-Lobos.
Outros compositores que fundiram o uso de caracterísitcas nacionais em sua música com elementos modernos (muitas vezes usando escalas modais ou pré-tonais para afastarem-se da harmonia tonal tradicional) incluem o inglês Ralph Vaughan Williams (1872–1958) que incorporou melodias folclóricas e assimilou harmonia modal inglesa do séc. XVI, o tcheco Leoš Janáček (1854–1928) cuja música baseada na linguagem falada e musical dos camponeses, se aproxima mais de Mussorgsky e Debussy do que da tradição alemã, e o finlandês Jean Sibelius (1865–1957) que primeiro se notabilizou pelos poemas sinfônicos com temáticas finlandesas e depois voltou-se para um audiência mais internacional escrevendo 7 sinfonias e o Concerto para Violino (seu estilo é marcado pelo uso de melodias modais, pedais harmônicos e fortes contrastes orquestrais).
A Primeira Geração dos Modernos – Villa-Lobos
 Heitor Villa-Lobos (1887- 1959) era violonista e violoncelista. Extremamente prolífico, escreveu mais de 2000 obras incluindo obras para importantes para piano, para violão, música de câmera (17 quartetos de cordas!), concertos, obras sinfônicas, obras didáticas, obras para coro e obras para coro e orquestra, Suas obras foram e são gravadas e executadas pelos maiores intérpretes da música mundial como Andrés Segovia, Arthur Rubinstein, Filarmônica de Berlim. É o compositor sul-americano mais consagrado de todos os tempos
Sua série de 9 Bachianas Brasileiras mostram já no título a combinação do neoclassicismo (inspiração em Bach) com o nacionalismo. (Nº 5, Nº2 – trenzinho do caipira). Outra série importante são os 12 Choros, para diversas formações (Nº 10, Nº 6)
Sua música incorporou além de elementos da música clássica europeia (neoclassicismo, largo uso de contraponto), praticamente todas as tradições culturais presentes no Brasil (choro, samba, camdomblé, maracatu, valsinha, carnaval, modinhas, música de diversas nações indígenas, músicas infantis), e em alguns casos (como em Uirapuru, Amazonas, Erosão, A Floresta do Amazonas) temas ambientalistas destacando as belezas naturais e ecossistemas presentes no Brasil (neste aspecto foi absolutamente pioneiro). 
Villa colaborou com o governo de Getúlio Vargas tendo sido o coordenador do maior movimento de educação musical que o Brasil já viveu. O ‘canto orfeônico’ era matéria obrigatória das escolas públicas onde os alunos aprendiam rudimentos de leitura musical e participavam de coros. Exemplo: As Costureiras (1993) do Guia Prático.
Teve enorme influência na história da música brasileira influenciando fortemente a geração de compositores que o seguiram, inclusive compositores populares como Tom Jobim.
A Primeira Geração dos Modernos - Rússia 
 A música de Sergei Rachmaninov (1873–1943), virtuoso no piano e mais conhecido por sua música para este instrumento, retém elementos da tradição romântica, sobretudo de Tchaikovsky, e os combina com uma abordagem criando melodias e texturas com características bastante pessoais . Ex. Preludio Op. 23 Nº 5.
Alexander Scriabin (1872–1915) começou escrevendo à maneira de Chopin mas gradualmente desenvolveu um vocabulário harmônico inovador no qual um acorde complexo pode server como centro tonal (espécie de tônica). Ex. Vers la Flamme Op. 72 (baseado na sobre posição de dois trítonos – E A# e G# D)
A Primeira Geração dos Modernos – Música Tonal X Música Pós-Tonal 
 Enquanto compositores como Ravel, Rachmaninov e Vaugham Williams continuaram a escrever música tonal, outros como Debussy, De Falla, Janacek e Scriabin passaram a compor num idioma pós-tonal que ultrapassou as fronteiras da prática tonal comum. O termo pós-tonal englobe todas as novas maneiras, diferente dos Sistema tonal (maior/menor) que os compositores encontraram para organizar as alturas.
Um dessas maneiras foi a atonalidade (música que evita estabelecer um centro tonal) desenvolvida pelo compositor vienense Arnold Schoenberg (1874–1951). Como consequência deste conceito surgiu a técnica dodecafônica, uma forma de atonalidade baseada na ordenação sistemática das doze notas da escala cromática. Juntamente com Alban Berg (1885–1935) e Anton Weber (1883–1945), seus discípulos, formaria o que se denomina a Segunda Escola de Viena (a primeira foi formada por Haydn, Mozart e Beethoven).
O princípio que rege a técnica dodecafônica é a serialização das classes de altura (nomes de notas, independentes das oitavas). As alturas são ordenadas numa sequencia, que depois pode aparecer, na forma invertida, retrógrada, transposta ou na combinação destas formas. Esta mesma técnica serial passou a ser aplicada a outros elementos da música, como dinâmicas, timbres, e articulações. Podemos portanto afirmar que o o dodecafonismo é uma forma de atonalidade obtida através da serialização das doze classes de altura. Nem toda música serial precisa ser dodecafônica, mas toda música dodecafônica é serial. Assim como em boa parte da música dodecafônica, as alturas não são os únicos elementos serializados. 
A Primeira Geração dos Modernos – A Segunda Escola de Viena
 Schoenberg primeiramente escreveu música tonal, depois moveu-se em direção à atonalidade e depois adota a técnica dodecafônica.
Um conceito importante em suas primeiras obras foi o das variações contínuas (developing variations) já empregado por Brahms, segundo o qual a música não devia simplesmente repetir o passado, no sentido estrito da apresentação dos elementos musicais, mas construir-se a partir dele. A ideia da emancipação das dissonâncias, liberando-as da necessidade de resolução, foi fundamental para que, a partir de 1908, passasse a compor música atonal. 
Sua ópera Erwartung (1909), um monólogo que representa emoções extremas, através de dissonâncias, gestos exagerados, e não-repetição, exemplifica o expressionismo na música. Em Pierrot Lunaire (1912) explora a técnica da Sprechstimme na qual as inflexões da voz falada, com seus glissandos e ritmo próprio, são tratadas como elementos musicais que refletem a expressão natural dos sentimentos que movem o eu artístico.
Em 1921 desenvolve o Sistema dodecafônico (Exemplo Piano Suite Op. 23) que viria a ser adotado em obras de diversos compositores do século XIX como Stravinsky, Copland, Berio, inclusive brasileiros como Claudo Santoro, Edino Krieger, Guerra-Peixe e Arrigo Barnabé.
O Século XX – Visão Geral
 4 Linhas: 
Continuação e desenvolvimento de estilos que utilizam elementos das linguagens populares nacionais; inclui o Nacionalismo;
Afirmação de movimentos que procuram englobar novas descobertas em estilos ligados a princípios técnicas e formas do passado; inclui o Neoclassicismo;
A transformação da linguagem pós-romântica alemã nas abordagens atonais e no serialismo dodecafônico;
Uma reação à abordagem cerebral da composição adotada no dodecafonismo; incluindo o experimentalismo, a música aleatória, a música concreta e/ou eletrônica, e estilos que trazem um regresso a linguagens mais simples e ecléticas do agrado do público como por exemplo o minimalismo.
Muitos compositores, trabalharam em mais de uma dessas linhas, às vezes até simultaneamente em uma mesma obra. Stravinsky talvez seja o melhor exemplo.
O Século XX – Stravinsky
 Igor Stravinsky (1882–1971) iniciou seguindo o movimento dos nacionalistas russos tendo depois desenvolvido uma fase neoclássica (1919-1954) e o período dedicado à exploração de técnicas do serialismo (1954-1968). Viveu na Rússia, na Suíça (1910-1920), em Paris e nos EUA (a partir de 1939).
Adquiriu fama pela originalidade demonstrada nas composições dos bales encomendados por Diaguilev para serem estreados por sua companhia de Ballets Russes em Paris. Sao ele O Pássaro de Fogo (1910), Petrushka (1911) e A Sagração da Primavera (1913), considerada um marco inicial definitivo do modernismo na música, segundo a edição original do Grout, “teve um efeito de uma explosão que espalhou de tal maneira os elementos da linguagemmusical que nunca mais conseguiriam ser juntados novamente com antes”. 
O início da fase neoclássica foi o bale Pulcinella baseado em trechos de obras de Pergolesi (1710-1736). Um exemplo de obra serial é a obra Movements (1959)para piano e Orquestra.
O Século XX – Destaques das produções locais até 1950
 França, destacam-se 2 compositores que integravam o grupo dos Les Six: Francis Poulenc (1899–1963), que serviu-se da tradição das chansons populares e foi adepto da harmonia de quartas, e Darius Milhaud (1892–1974) que incorporou a influência do jazz, do choro e do samba (era diplomata e serviu nos EUA e no Brasil) e fazia uso ocasional de politonalismo.
Os compositores alemães deste período adotaram a bandeira da Nova Objetividade (Neue Sachlichkeit) se opondo à complexidade e subjetividade romântica e pós-romântica e buscando uma música mais amplamente acessível que fosse mais objetiva em sua expressão e voltada à atualidade. Entre eles Kurt Weill (1900-1950) que colaborou com o dramaturgo Bertold Brecht, criando musicais voltados para o entretenimento e crítica política (Ex. A Ópera dos Três Vinténs). Com a ascensão do nazismo foi para EUA onde escreveu para a Broadway. Paul Hindemith (1895–1963) cujo neotonalismo baseou-se no conceito de ‘flutuação harmônica’ no qual as frases iniciavam e relativa consonância, moviam-se para a dissonância e voltavam à consonância anterior. Carl Orff (1895–1982) distinguiu-se pela composição de Carmina Burana (baseada nas canções dos Goliardos da idade média) e pela importância na pedagogia musical. O regime nazista atacava a música moderna e baniu esquerdistas assim como judeus da vida pública. A arte que não exaltasse os ideias nazistas era classificada com ‘arte degenerada’ (Entartete Kunst).
O Século XX – Destaques das produções locais até 1950 - Rússia
 Com a revolução de 1917 e ascensão do regime comunista na União Soviética as artes, assim como outros aspectos da vida, eram controladas pelo governo. Na década de 20 a Associação para a Música Contemporânea promovia o modernismo e o contato com o ocidente, enquanto a Associação Russa dos Músicos Proletários propagava a música tonal que tivesse apelo popular. Ambas foram extintas em 1933 e substituídas pela União dos Compositores Soviéticos controlado por Stalin que proclama o Realismo Socialista que apelava para uma música acessível, melódica, com inspiração folclórica e patriotismo condenando o que chamavam de formalismo.
 Entre os compositores que tiveram que lidar com e desafiar os limites e as críticas impostas pelo regime estão Sergey Prokofiev (1891–1953) (Exemplos: Sinfonia Nº 5 e Alexander Nevsky) e Dmitri Shostakovich (1906–1975) (Exemplos: Concerto Nº 2 para Violoncelo e Sinfonia Nº 8) 
O Século XX – Bartók
 O húngaro Béla Bartók (1881–1945), paralelamente à sua grande importância como compositor, é considerado um dos fundadores da etnomusicologia tendo recolhido estudado e catalogado, ao lado de sua amigo compositor e importante pedagogo Zoltán Kodály (1882-1967) um grande número de canções populares na Hungria e Romênia. 
A partir de elementos da música dos camponeses cria obras que podem ser descritas como ‘neotonais’, com um centro tonal mais com sonoridade distinta da tonalidade triádica. Os fragmentos da música folclórica são tratados numa linguagem cheia de contrapontos que ressaltam relações matemáticas de ritmo e altura.
Ex. Música para Cordas, Percussão e Celesta (1937)
O Século XX – Avant-Garde
Os compositores que se identificaram com esta linha desafiavam os conceitos estéticos aceitos bem como a própria função da música, e ideia de uma imortalidade estética inerente ao conceito música clássica. Ao invés, focavam na percepção do momento.
Erik Satie (1866–1925) foi um dos pioneiros nesta linha escrevendo músicas que tentam destacar a experiência do momento musical como uma troca entre compositor, intérprete e ouvinte. Muitas de suas obras contém anotações para os intérpretes que satirizam a tradição da música de concerto. Ex: “todos começaram a chorar’ num trecho que cita a Marcha Fúnebre de Chopin, ou “tire a mão do piano e coloque-a no bolso”. Outras obras incluíam sirenes, apitos e uma máquina de escrever.
A busca por sons que remetessem a uma nova realidade (urbana e industrial) inspirou um movimento chamado de futurismo (1913-1930) que experimentou com a criação de novos instrumentos-máquinas que produziam os barulhos do mundo moderno.
O americano John Cage (1912–1992) foi o principal compositor da vanguardista no pós-Guerra, trazendo elementos aleatórios e alternativos (ex: uso do piano preparado) focando na experiência da vivência do som como o som e não como veículo das intenções do compositor.
Podemos associar a Avant-Garde com as origens de diversos movimentos importantes no século XX, em especial o da música concreta (incluindo a eletroacústica, a eletrônica e a computacional) e o da música aleatória. 
O francês Pierre Schaeffer (1910-1995) foi o pioneiro na manipulação de sons gravados abrindo o caminho para outros compositores como o francês Edgar Varèse (1883-1965) e o alemão Karlheinz Stockhausen (1928-2007) que também adotou técnicas do serialismo em suas composições, e o americano Milton Babbit (1916-2011)
No Brasil entre os compositores associados a esta linha podemos citar Walter Smetak (1913-1984), Gilberto Mendes (1922-2016) e Flo Menezes (n. 1962).
 
O Século XX – Jazz/Blues na música erudita
O Jazz começa a se desenvolver na década de 1910 e quase imediatamente é incorporado na música erudita, sendo usado como fonte em obras de vários compositores do século como Ravel, Stravinsky, Milhaud, Leonard Bernstein, entre outros.
George Gershwin (1898–1937) foi um compositor que se destacou na música clássica com raiz no jazz incluindo o seu jazz-concerto Rapsódia em Blues e sua ópera Porgy and Bess.
 
O Século XX – Minimalismo
O Minimalismo é uma abordagem na qual materiais são reduzidos a um mínimo e os procedimentos são simplificados. Começou como uma estética e transformou-se num conjunto de técnicas à medida que os compositores minimalistas absorveram outras influências. É considerado o principal estilo musical do fim do século XX.
Os americanos Steve Reich (n. 1936), Philip Glass (n. 1937) e John Adams (n. 1947) se destacam.

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