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gestão empresarial Gestão Financeira Planejamento financeiro 7 ObjetivOs da Unidade de aprendizagem Ao final da Unidade o aluno deverá ser capaz de compre- ender o processo de planejamento financeiro, incluindo os planos de curto prazo. COmpetênCias Entender o papel de cada plano estratégico e operacional. Habilidades Avaliar a importância do uso das demonstrações financeiras projetadas evitando dificuldade financeira no negócio. gestão Financeira Planejamento FInanceIro ApresentAção Esta Unidade leva você a compreender o processo de pla- nejamento financeiro, incluindo os planos de curto prazo; entender o papel de cada plano estratégico e operacional; e avaliar a importância do uso das demonstrações financeiras projetadas evitando dificuldade financeira no negócio. pArA ComeçAr A primeira forma de planejamento empresarial se manifes- tou, mais de 50 anos atrás, quando as empresas começaram a fazer seus orçamentos, ou seja, estabelecer seus gastos e prever suas receitas. Este ato de orçar, isto é, estimar receitas e despesas, entradas e saídas de caixa, permitiu ao empresá- rio um maior controle das atividades de sua empresa. O orçamento ao estimar, inicialmente, as receitas e as des- pesas, se constituía em uma peça de planejamento, pois per- mitia ao empresário/administrador visualizar o resultado de suas receitas, despesas e, por consequência, o seu lucro. Igualmente, ao integrar as atividades das várias áreas funcionais da empresa vendas, produção, compras, utiliza- ção de recursos físicos e humanos, além dos financeiros, vislumbrou-se a utilização do orçamento como instrumento de coordenação, pois as operações de todas as áreas passa- vam a ficar interligadas; não se vendia o que não se produ- zia, e não se produzia o que não se vendia. As compras estavam vinculadas às necessidades de fa- bricação e de estocagem; os tempos de fabricação se tor- naram mais facilmente controláveis; as necessidades de mão de obra podiam ser estimadas de acordo com as ati- vidades fabris, os prazos de recebimento e de pagamento passaram a ser identificados de forma a normalizar o flu- xo de caixa da empresa, podendo prever-se mais acurada- mente as suas necessidades, bem como os momentos em que houvesse um superavit. Por último, ao analisar-se o desempenho da empresa, comparando-o ao que fora planejado, estabelecia-se um Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 4 sistema de controle, que chamava a atenção dos administradores da época para os desvios existentes, forçando-os a estudar as suas causas. Ficava mais fácil identificar a raiz dos problemas ou dos sucessos não pre- vistos, e, ao mesmo tempo, corrigir o rumo dos negócios, para evitar os obstáculos e tirar vantagem das oportunidades. O planejamento e controle financeiro foram utilizados como um siste- ma para estabelecer uma melhor administração dos recursos financeiros, busca a maior eficiência operacional e reduzir custos. Hoje, o controle financeiro, é um processo estruturado destinado à utilização eficiente e eficaz dos recursos financeiros, em consonância com a estratégia da corporação. FundAmentos 1. planejamentO FinanCeirO e OrçamentO 1.1. O prOcessO de planejamentO financeirO Observe que de um sistema primário, tendo um enfoque funcional, com vistas ao controle operacional e sem estratégias formalizadas, cobrindo um período anual, o orçamento evoluiu para um processo mais complexo, abrangendo períodos superiores a um ano: de anual passou a plurianual. Nesta segunda fase, o planejamento estratégico, parte de análises am- bientais – das oportunidades e ameaças no ambiente externo e das po- tencialidades e fraquezas detectadas no ambiente interno, tornou-se mais eficaz na busca do crescimento da empresa, e como base para a alocação de recursos, utilizando-se instrumentos estatísticos mais sofisticados, tan- to para sua preparação quanto para seu controle. (GITMAN, 2009) No século XXI as organizações passaram a utilizar do planejamento es- tratégico, para dar respostas melhores e mais rápidas às ações do merca- do e dos seus concorrentes tornando-se mais competitivas. Segundo Gitman (2009), para as empresas se tornarem mais compe- titivas e com visão do futuro é essencial que ela elabore dois instrumen- tos do processo de planejamento financeiro, o primeiro é o planejamento de caixa também chamado de orçamento de caixa e o segundo é plane- jamento de resultado ou planejamento operacional. O segundo exige a elaboração de demonstrações projetadas, este é a parte integrante do processo de planejamento estratégico; é ferramenta da quantificação dos planos, metas e objetivos da administração para o futuro e serve como guia para a ação gerencial. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 5 1.2. planejamentO financeirO de lOngO prazO O planejamento financeiro de longo prazo enfoca o resultado das metas, objetivos, das ações ao longo de um período de anos e a quantidade de recursos necessária para levar a cabo essas metas e objetivos, engloban- do as decisões: 1. De investimentos: quanto e no quê investir, levando-se em conta o nível de risco e de retorno; 2. De endividamento: quais as fontes, o grau e o custo do endivida- mento, seus riscos, e as possibilidades da empresa de suportá-Ios; 3. A política de dividendos: é o montante de dinheiro distribuído a seus acionistas. Os planos financeiros de longo prazo se inserem dentro do planejamento estratégico da empresa, conjuntamente com os planos de marketing, de produção, orientam a empresa na direção de suas metas e estratégias. (GITMAN, 2009). 1.3. planejamentO financeirO de curtO prazO Para Gitman (2009), o planejamento de curto prazo - normalmente o pe- ríodo de um ano, é também chamado de planejamento operacional. É a apresentação pormenorizada do plano estratégico de um ano, normal- mente, o primeiro de uma série. Este planejamento é chamado de orça- mento, e está dividido em três partes: 1. O orçamento financeiro, ou projeção do fluxo de caixa, detalhando as entradas e saídas de dinheiro; 2. O orçamento operacional, que é uma projeção da demonstração de resultados e do balanço; 3. O orçamento de investimentos (também chamado de orçamento de capital), que é um detalhamento dos ativos de longo prazo a serem adquiridos. O orçamento de investimentos é uma listagem dos ativos a incorporar durante o período orçamentário, com vistas a diversas necessidades: aumento de produção, substituição de equipamentos, modernização de processos, atendimento a exigências legais e sociais. 1.3.1. Orçamento de Caixa O orçamento financeiro (ou orçamento de caixa) é a demonstração pro- jetada da movimentação de recursos de Caixa, suas entradas e saídas, servindo como instrumento para a visualização das necessidades de fi- nanciamento e da aplicação do excesso de recursos. (GITMAN, 2009) Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 6 O processo de elaboração do orçamento de caixa está contemplado na unidade de administração de caixa. O orçamento de caixa é peça imprescindível em qualquer organização, normalmente nas empresas, pois é o indicador da falta e/ou dos excessos de dinheiro. O orçamento de caixa tende a ser preparado para períodos mensais, mas recomenda-se que se faça seu desdobramento em dias úteis. O orçamento de caixa esta dividido em três partes: → As entradas ou recebimentos; → As saídas ou pagamentos; → Os saldos de caixa. 1.3.2. Orçamento Operacional O orçamento operacional é uma projeção das expectativas de receitas, custos e despesas, das necessidades de ativos e de passivos para seu fi- nanciamento (GITMAN, 2009). Inicia-se com a previsão de vendas dos produtos e serviços ofertados pela empresa. Esta previsão é dividida em quantidades e preços unitários de cada produto, e desdobrada ao longo dos meses do período fiscal. A partir da previsão de vendas, faz-se a previsão dos custos dos produtos vendidos, levando-se em conta a sua formação - materiais, mãode obra e outros custos de manufatura. Você pode incluir também as previsões de despesas operacionais, outras receitas e despesas não operacionais, a previsão de imposto de renda sobre os lucros e o lucro líquido esperado. Da mesma forma, quando você projeta o balanço mensal para cada um dos meses da previsão, incluímos aí as expectativas de capital circulante - ativos e passivos, as aquisições de ativo permanente, as necessidades de financiamento de curto e longo prazo e os efeitos sobre o patrimônio líquido dos proprietários. Normalmente, você parte das demonstrações financeiras do ano anterior como base de apoio às previsões. Componentes para a preparação do orçamento operacional: → 1° passo: Plano operacional: é a peça mestra onde se estabelecem os rumos da empresa, seus objetivos e as metas da administração para o período de planejamento. Reconhecem-se as dificuldades para a sua preparação, especialmente diante das incertezas vividas no ambiente econômico, tecnológico, sociocultural e político globa- lizado, da volatilidade dos recursos financeiros, além da rapidez que a tecnologia da informação imprimiu à necessidade das tomadas de decisões. (Gitman, 2009) Mesmo assim, é preferível ter algum, do que nenhum planejamento. O planejamento não é a adivinhação do Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 7 que vai acontecer amanhã, mas é um processo de preparação para o que pode vir a acontecer; → 2° passo: Plano de Marketing: onde se detalham os objetivos de re- ceitas comerciais: quais os clientes que se quer servir, os produtos a serem vendidos e seus respectivos preços, a participação de mer- cado a ser atingida, as estratégias a serem utilizadas; deste plano se extrai o orçamento de vendas dos produtos a serem ofertados, por quantidades e valores, por áreas de atuação e períodos de tempo; → 3° passo: Plano de manufatura: onde se estabelecem os objetivos de produção, detalhando o orçamento de quantidades a produzir, de compras de materiais, de mão de obra direta e de gastos indiretos de fabricação e de estoques; → 4° passo: Orçamentos de despesas comerciais, onde se detalham os gastos necessários à comercialização dos produtos, tais como comissões de vendedores, despesas de locomoção, propaganda e promoção etc., por áreas de distribuição, e por períodos de tempo; administrativas, por departamentos e por períodos de tempo; outras despesas, tais como despesas de juros; → 5° passo: Preparação da demonstração de resultados projetada: com base nas receitas, custos e despesas orçadas acima; → 6° passo: Preparação do balanço (ativos, passivo e patrimônio líqui- do) projetado; → 7° passo: Outros orçamentos de apoio tais como: orçamento de in- vestimentos e de caixa. 1.3.2.1. A Previsão de Vendas Esta peça é a espinha dorsal de qualquer processo orçamentário e a sua preparação requer cuidados especiais, porque dela vai depender o suces- so do orçamento da empresa. Uma previsão de vendas cuidadosa deve ser preparada (ROSS, 2008). Segundo Gitman (2009), levando em consideração três fatores: → A análise da experiência passada: qual foi o desempenho da empre- sa no passado; embora a previsão para o futuro não possa e não deva ser uma simples repetição do passado, o passado é prólogo (W. Shakespeare) e ajuda, através das experiências vividas, a distin- guir um caminho para o futuro. → A análise do mercado: o quê, quanto e para quem se pode vender, dentro de um determinado mercado. → A análise das condições econômicas futuras e das perspectivas da economia: a capacidade da economia nacional de ofertar os bens e Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 8 serviços que a comunidade deseja consumir, a preços compatíveis, a força da concorrência externa, a escassez ou abundância de recursos econômicos, tais como matérias primas, recursos energéticos e de ca- pital, facilidade, habilidades e níveis de educação da mão de obra. A análise das limitações próprias determina como é possível atender a determinado mercado, devido às restrições de recursos materiais, de re- cursos humanos, de capital e de tecnologia. A previsão de vendas deve indicar as quantidades e os preços: → Dos produtos; → Dentro de períodos de tempo; → Por áreas de comercialização; → Por vendedores. 1.3.2.2. Métodos de previsões de vendas a. A previsão preparada pelos vendedores. Neste caso, solicita-se aos vendedores que preparem suas estima- tivas de vendas para o futuro, com base no desempenho passado e no conhecimento que têm dos territórios em que atuam. Estas estimativas revistas pelos responsáveis das vendas distritais (supervisores e/ou gerentes), são ajustadas pelos analistas e pelos executivos de vendas da companhia. → A grande vantagem deste método é que leva em conta o conheci- mento e as estimativas das pessoas que estão dentro do merca- do, enfrentam a concorrência e têm a responsabilidade de levar os produtos aos consumidores. → As grandes desvantagens são o fato de que os vendedores ten- dem a ser otimista em suas previsões, de um lado, o que pode levá-Ios a superestimar as suas vendas, e precavidos, de outro, preparando, propositadamente, previsões pessimistas, de forma a não se comprometer no futuro. Sua visão também pode ser muito estreita, não atingindo o verdadeiro potencial do mercado. b. A previsão preparada dentro do escritório central. Um dos processos utilizados é o assim chamado método da opinião dos Executivos: este é o caso em que os executivos da empresa avo- cam a si a preparação da previsão de vendas, baseados em sua visão e opiniões, consultas a especialistas e outros profissionais que possam Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 9 auxiliar, na conjugação das opiniões com dados estatísticos do passa- do. Estas previsões são consideradas mais como palpites de alto nível. → A grande vantagem deste processo é que as pessoas envolvidas têm, em sua maioria, uma visão conceitual muito ampla da eco- nomia, do mercado e dos negócios. → A grande desvantagem é que estas pessoas estão afastadas dos consumidores e de seus hábitos e desejos. c. A previsão preparada com base em dados matemáticos. Tais como técnicas de correlação estatística, métodos dos mínimos quadrados etc. Esses dados devem ser analisados e ajustados con- forme as mudanças de hábitos e de desejos dos consumidores. As pessoas são passíveis de mudanças no seu comportamento e nos seus hábitos que não são regidos por uma rigidez matemática. Talvez o melhor método seja uma união dos métodos acima, le- vando em conta o que se passa no mercado, a opinião dos executi- vos e também a utilização de metodologia matemática. 1.4. aplicaçãO dO prOcessO de planejamentO A seguir vamos utilizar os exemplos apresentados por Ross (2008) na apli- cação do processo do planejamento para as previsões de vendas e seus reflexos nas demonstrações de resultado e no balanço patrimonial. exemplo A Exemplo de projeção de demonstração de resultado do exercício e balan- ço patrimonial. Suponha que as demonstrações financeira da Cia Rio Doce dos últimos dois anos são os seguintes, representadas nas tabelas 1 e 2 a seguir: demonstração de resultado do exercícIo Vendas $ 1.000 (-) custos $ 800 Lucro Líquido $ 200 balanço PatrImonIal Ativo $ 500 Passivo $ 250 Patrimônio Liquido $ 250 Total $ 500 Total $ 500 Tabela 1. Demonstração de resultados. Tabela 2. Balanço patrimonial. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 10 Considere que as vendas desta empresa vai ter um aumento de 20%, com isto as vendas passam de $1.000 para $1.200 e os planejadores preve- em um aumento de 20% nos custo passam de $ 800 para $ 960, observe que a nova situação da empresa ficará conforme segue na tabela 3 da demonstração de resultado do exercício e na tabela 4 o balanço parcial projetado com o aumento de 20% no ativo: demonstração de resultado do exercícIo Vendas $ 1.200 (-) custos $ 960Lucro Líquido $ 240 Dividendos $ 190 Lucro Líquido $ 50 balanço PatrImonIal Ativo $ 600 Passivo $ 300 Patrimônio Líquido $ 300 Total $ 600 Total $ 600 A empresa vendeu a prazo, obteve um aumento em duplicatas a receber em $ 100, e comprou matéria prima no valor de $ 50, portanto, o aumento de vendas de $ 200 refletiu em um lucro de $ 240, porém, a empresa pa- gou dividendos de $ 190, resultou em um lucro líquido de $ 50. exemplo B Projeção da demonstração de resultado com um novo aumento Agora vamos supor que a empresa projetou um aumento de 25% nas vendas para o próximo ano: $1.000 × 1.25 = $ 1.250 Para gerar a demonstração de resultado do exercício projetada, vamos assumir que os custos totais continuarão sendo calculados a partir da participação deles nas vendas sendo então igual a: $800/$1.000 = 0,80 Tabela 3. Demonstração de resultado com o aumento. Tabela 4. Balanço patrimonial com aumento. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 11 Ou 80% das vendas representam os custos. Supondo que os custos são uma porcentagem constante das vendas, devemos assumir a margem bruta também constante: $132/$1.000 = 0,132 Ou 13,2% em nossa projeção teremos a margem bruta igual a: $165/$1.250 = 0,132 Ou 13,2%, acompanhe os cálculos a seguir nas tabelas 5 e 6. demonstração de resultado do exercícIo Vendas $ 1.000 (-) custos $ 800 Lucro tributável $ 200 Impostos de Renda(35%) $ 68 Lucro Líquido $ 132 Dividendos $ 44 Adição de lucro $ 88 demonstração de resultado do exercícIo Vendas $ 1.250 (-) custos $ 1.000 Lucro tributável $ 250 Impostos de Renda (35%) $ 85 Lucro Líquido $ 165 Dividendos $ 55 Adição de lucros $ 110 Índice de distribuição de dividendos Para Ross (2008) a projeção para o cálculo do dividendo vai depender da ad- ministração da empresa, no nosso caso a empresa também tem uma políti- ca constante de distribuição de dividendos, portanto, o índice de distribuição dos dividendos será: o valor dos dividendos dividido pelo lucro líquido: (44/132 = 0,33 ou 1/3 do lucro) E para o lucro retido 2/3, aplicando na demonstração de resultado proje- tado na Tabela 6 teremos: Tabela 5. Demonstração de resultado com dividendos. Tabela 6. Demonstração de resultado com dividendos mais novo aumento. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 12 Dividendo projetado = $ 165 × (1/3) = $55 Lucros retidos = $165 × (2/3) = $110 exemplo C Projeção do Balanço Patrimonial com o novo aumento: Vamos supor que a empresa agora tem um balanço patrimonial confor- me a tabela 7, em que alguns itens variaram, para aqueles que variaram com as vendas vamos apresentar cada um com uma porcentagem de ven- das para o ano encerrado. Ross (2008) quando o item não variar direta- mente com as vendas não colocamos variação. Vamos utilizar o exemplo das vendas do item a. Observe que o estoque variou em 60% das vendas, ou seja, ($ 600 ÷ $1.000) para o ano encerrado, portanto para cada um $ 1 em vendas o estoque aumenta $ 0,60. Desta feita, o índice entre o ativo total e as vendas do ano encerrado é de: $3.000/$1.000 = 3, ou 300% Índice de intensidade de capital Este índice é chamado de índice de intensidade de capital, ele indica o montante de ativo necessário para gerar $ 1 em vendas e, quanto mais alto o índice mais capital intensiva é a empresa. (ROSS 2008). atIvo $ % de vendas PassIvo R$ % de vendas cIrculante cIrculante Caixa 160 16 Contas a pagar 300 30 Contas a receber 440 44 Títulos a pagar 100 Estoques 600 60 Total 1.200 120 Total 400 Exigível a longo prazo 800 Permanente PatrImônIo líquIdo Máquinas e equipamentos. 1.800 180 Ação ordinária 800 Lucro retido 1.000 Total 1.800 Totais 3.000 300 Totais 3.000 Tabela 7. Balanço patrimonial. Fonte: Ross, 2008. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 13 Para a Cia Rio Doce, se o índice for constante, podemos dizer que são necessários $ 3 em ativo total para gerar $ 1 de vendas, parece que nossa empresa esta em um negócio relativamente de intenso capital, portanto se as vendas precisam aumentar em $ 100, ela terá de aumentar o ativo total em três vezes esse montante ou $ 300. (ROSS, 2008) O aumento nas contas a pagar representa o aumento na compra de pedidos a prazo (fornecedores) que a empresa pretende comprar para o aumento das vendas. exemplo d Vejamos agora como fica o balanço patrimonial com o aumento das ven- das em 25%, utilizando o balanço do item b, e a demonstração de resulta- do com o aumento das vendas do mesmo item. Vamos usar as porcentagens que fizemos no item b, para calcularmos os montantes projetados. No ativo permanente (representado na tabela 8) você tinha um percentual de 180% das vendas , com o novo aumento das vendas de $ 1.250 , o montante do ativo permanente será de: 1,80 × $1.250 = $2.250 Resultando um aumento de: $2.250 - $1.800 = $450 em instalações e equipamento. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 14 atIvo $ varIação do ano anterIor PassIvo R$ varIação do ano anterIor cIrculante cIrculante Caixa 200 40 Contas a pagar 375 75 Contas a receber 550 110 Títulos a pagar 100 0 Estoques 750 150 Total 1.500 300 Total 475 75 Exigível a longo prazo 800 0 Permanente PatrImônIo líquIdo Máquinas e equipamentos 2.250 450 Ação ordinária 800 0 Lucro retido 1.110 110 Total 1.910 110 Total do passivo e patrimônio líquido 3.185 185 Financiamento do passivo 565 565 Totais 3.750 750 Totais 3.750 750 Observe que os itens que não variaram anteriormente com as vendas, assumimos que eles continuem sem variação. O aumento no lucro retido é resultado da adição de $ 110 este valor do lucro está representado na demonstração de resultado “adição de lucro” na tabela 6. Na análise do balanço projetado temos que o ativo teve um aumento de $ 750 e no passivo temos um financiamento adicional, o passivo em si só aumentou $ 185, resultando em uma falta de: $750 - $185 = $565 Neste caso a empresa precisa buscar recurso no mercado financeiro para cobrir o seu passivo, ela tem três caminhos possíveis: → Empréstimo de curto prazo; → Empréstimo de longo prazo; e → Capturar ações no mercado, com novas ações. A escolha de um desses três caminhos vai depender da administração e do custo deste recurso no mercado financeiro em uma pesquisa pré- via pelo gestor financeiro. Esta decisão pode ser auxiliada quando você Tabela 8. Projeção do balanço patrimonial. Fonte: Ross, 2008. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 15 conhece as disponibilidades da empresa, ou seja, o fluxo de caixa, as du- plicatas a receber e o estoque. (ROSS, 2008). exemplo e Balanço patrimonial com o financiamento. Suponhamos agora que os gestores resolveram optar em pegar um financiamento a curto prazo no valor de $ 225, como referência para este valor a empresa utilizou como parâmetro o aumento do ativo circulante que foi de $ 300 e passivo $ 75 (300 – 75 = 225), e o saldo eles optaram em financiar a longo prazo, para maior segurança, deixando assim um valor para capital de giro no ativo circulante. Sendo esta uma das medidas mais conservadora. O balanço com tal decisão esta representado na Tabela 9. atIvo $ varIação do ano anterIor PassIvo R$ varIação do ano anterIor cIrculante cIrculante Caixa 200 40 Contas a pagar 375 75 Contas a receber 550 110 Títulos a pagar 375 225 Estoques 750 150 Total 1.500 300 Total 700 300 Exigível a longo prazo 1.140 340 Permanente PatrImônIo líquIdo Máquinas e equipamentos. 2.250 450 Ação ordinária 800 0 Lucro retido 1.110 110 Total 1.910 110 Totais 3.750 750 Totais 3.750 750 Desta forma temos as fontes e usos do nosso balanço projetado, o corre- to é que também seja feito o orçamento de caixa (representado na uni- dade administração de caixa) para que a empresa conheça projeção das entradas e saídas de dinheiro, O planejamento financeiro é um processo interativo, os planos geral- mente são modificados muitas vezes, tal plano não precisa ser uma ava- liaçãoisenta daquilo que pensamos que o futuro nos trará o plano poder ser um meio de conciliar as atividades planejadas dos diferentes grupos e um modo definir objetivos comuns para o futuro. Tabela 9. Projeção do balanço patrimonial com financiamento. Fonte: Ross, 2008. antena pArABóliCA Nota-se que o planejamento financeiro, além de indicar caminhos que levam a alcançar os objetivos da empresa, tanto a curto como a longo prazo, cria mecanismos de controle que envolvem todas as suas atividades opera- cionais e não operacionais. O planejamento e o controle orçamentário, quando realizado juntamente com o controle financeiro, possi- bilitam mudanças táticas rápidas para tratar de eventos estranhos ao processo administrativo, os quais colocam em risco o alcance das metas estabelecidas. A gestão financeira, para ser eficaz, precisa estar sus- tentada e orientada por um planejamento de suas dispo- nibilidades. Para isso o gestor precisa de instrumentos confiáveis que o auxiliem a otimizar os rendimentos dos excessos de caixa ou a estimar as necessidades futuras de financiamentos, para que possa tomar decisões cer- tas e oportunas. A sobrevivência e o crescimento da empresa são con- sequências de um planejamento que envolve volume de vendas com margens de lucros que remunerem de forma satisfatória o capital investido e um plano de recebimen- tos e pagamentos intercalados com boa margem de se- gurança do primeiro para o segundo, garantindo assim a viabilidade e a permanência da empresa no mercado. A gestão financeira necessariamente passa pela elabora- ção de seu planejamento, que muitas vezes existe informal- mente dentro da cabeça do pequeno e médio empresário, ou na intuição da experiência. e AgorA, José? Agora que você já sabe os tipos de planejamento e a ela- boração do planejamento operacional para gerir, criar, alocar, conservar e monitorar os recursos da empresa, a meta é assegurar a solvência e gerar lucro. Na próxima Unidade, vamos estudar sobre o ponto de equilíbrio operacional e os efeitos dos custos e despesas. Para um melhor aproveitamento da UA é importante que você releia o conteúdo desta Unidade antes da pró- xima. Realize as atividades propostas de autoavaliação e as compartilhe com os seus colegas. Gestão Financeira / UA 07 Planejamento Financeiro 18 glossário Planejamento estratégico: é ferramenta da quantificação dos planos, metas e objetivos da administração para o futuro. Planejamento financeiro de longo prazo: é uma ferramenta que enfoca o resultado das metas e objetivos e das ações ao longo de um período extenso de anos e a quantidade de recursos necessária para levar a cabo es- sas metas e objetivos Planejamento de curto prazo: chamado de planejamento operacional: é a apresentação pormenorizada do plano estratégico de um ano, normalmente, o primeiro de uma série. Este planejamento ou também chamado de orçamento. Orçamento: se constituía em uma peça de pla- nejamento, pois permitia ao empresário/ administrador visualizar o resultado de suas receitas, despesas e, por consequência, o seu lucro. reFerênCiAs GITMAN, L. J. Princípios da administração fi- nanceira. 12ª ed. Pearson, 2009. JORDAN, B.; ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W. Ad- ministração Financeira. Mcgraw-Hill Bra- sil, 2008.