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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Ergonomia Marco Legal Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Cristhiane Eliza dos Santos Revisão Textual: Profa. Esp. Márcia Ota Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema • Leitura Obrigatória • Material Complementar Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Apresentar e discutir o marco legal da ergonomia, suas definições e aplicação das normas regulamentadoras do trabalho, bem como suas interações. • Trazer à luz do conhecimento do aluno as premissas da “Comunicação de acidente de trabalho” – CAT. Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Marco Legal UNIDADE Marco Legal Introdução ao Tema Um dos principais objetivos, no mundo de hoje, é a produção máxima com um custo mínimo e, recentemente, com o menor uso de recursos possível. O modelo de produção enxuta, de uma maneira bem sucinta, foi a “adaptação” da produção de bens em larga escala (produção em massa), só que com eliminação total de desperdícios. A ideia de “eliminação total de desperdícios”, no século XXI, demanda de mais uma releitura... Alguns autores afirmam que, nesse momento, a sociedade mundial passa pela terceira onda da Revolução Industrial, que é a “onda da tecnologia”. Para “refrescar” a memória, a “primeira onda” foi a da bomba hidráulica e da máquina a vapor. A “segunda onda” foi a do aço e da energia elétrica. A releitura da produção de bens em larga escala com eliminação total de desperdícios, na “terceira onda” da Revolução Industrial, que é a “onda da tecnologia da informação” deve ser: a produção de bens em larga escala com utilização racional de recursos. Causando, assim, o menor custo social, humano, financeiro, ambiental, etc. Apoiada nas premissas de sustentabilidade surge a um modelo de produção. A produção limpa. A “Produção limpa” tem a preocupação de produzir bens em larga escala, com racionalização de recursos sem agredir o meio ambiente, a sociedade, o trabalho e o emprego, os lucros, a saúde e segurança do trabalhador, etc... Os dias de hoje nos trazem uma realidade, em que vivenciamos “vários momentos” ao mesmo tempo. É quase um “choque histórico”! Temos ao nosso redor organizações que utilizam trabalho infantil e escravo. Os telejornais e documentários não nos deixam esquecer dessa realidade! Outras organizações subjugam seus trabalhadores com tom coercitivo e exploratório, burlando a lei e corrompendo a fiscalização. Existem, ainda, organizações, nos dias de hoje, que são verdadeiros exemplos de “boas práticas” nas ações que realizam... Com isso, podemos pensar nos conceitos de segurança e de ergonomia que podem e devem atuar em conjunto com um fator imprescindível na redução dos custos: a tecnologia e a sustentabilidade. A fim de regulamentar as relações entre empregador e empregado e conter a exploração do trabalho humano, procurou formalizar as regras de desenvolvimento do trabalho humano em ambientes específicos com o objetivo de proteger e manter a vida do trabalhador, bem como regulamentar as relações entre “empregador” e “empregado”. Existem normas que definem essa relação que são conhecidas como Normas Regulamentadoras do Trabalho e derivam da Consolidação das Leis do Trabalho sancionada pelo, então, Presidente da República Federativa do Brasil, Getúlio Vargas, em 1943. 6 7 Já afirmamos anteriormente que o conceito de ergonomia remonta a história do homem na Terra. O trabalho para o homem nômade era sair à caça para garantir sua sobrevivência. Bem mais tarde, quando surge o trabalho remunerado, ou seja, o trabalho humano assalariado, aparece também a preocupação com eficiência, competitividade, lucros e, talvez, a exploração do trabalhador. Muitas vezes, a preocupação com lucros rouba a cena de tal forma que não há espaço para preocupação com o trabalho humano nem com as condições de trabalho. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da sociedade, houve a necessidade de formalizar, em forma de lei, as relações entre empregador e empregado. Para sua informação e organização, o conteúdo total da unidade está distribuído em 6 (seis) assuntos relevantes ao tema, conforme diagrama: 1 · Trabalho Assalariado 2 · Regulamentação do Trabalho no Brasil 3 · NR’s 4 · NR-17 - Ergonomia 5 · Interação das NR’s 6 · CAT Leitura Obrigatória Surgimento do Trabalho Assalariado Nos primórdios da Idade Média, com o progresso das cidades e o uso do dinheiro, os artesãos tiveram opção de abandonar o trabalho na lavoura e viver do seu ofício. No início, dependiam exclusivamente do seu trabalho e familiares para obtenção do seu sustento e abastecer a necessidade de uma população pequena, mas crescente. Aos poucos, as cidades foram crescendo e a demanda aumentando, o que implicou em uma contratação de mão de obra, trazendo à tona os aprendizes, os quais trabalhavam em troca de alimento ou até mesmo dinheiro e alguns obtinham recursos para abrirem sua própria oficina. Com isso, os detentores dos meios de produção (oficina, ferramentas) passaram a acumular riquezas. Um processo lento de ruptura das relações feudais separou, de forma gradativa, o trabalhador dos meios de produção, no campo e nas manufaturas. O camponês, que aos poucos foi se transformado em trabalhador livre, viu-se obrigado a vender sua força de trabalho para sobreviver. Enfim, o domínio burguês do trabalho percorreu uma trajetória que se iniciou no crescimento das populações das cidades no fim da Idade Média, alimentado pela expansão dos mercados internacionais. O interior da Europa modificou-se com os resultados dessa expansão: a manufatura substitui o artesanato, a divisão do trabalho corporativo desapareceu diante da divisão do trabalho nas oficinas e, mais tarde, nas fábricas. Seguindo a linha do tempo, com o mercantilismo cada vez mais forte, nasce a necessidade de aumentar os níveis de produção e, com isso, surge a Revolução Industrial. 7 UNIDADE Marco Legal No cenário da Revolução Industrial, os detentores dos meios de produção eram os donos de indústrias que tinham como sua maior preocupação o lucro, a acumulação de riquezas a partir da utilização desses seus meios de produção e da utilização do trabalho humano. O mundo estava em efervescência e a possibilidade de acumular riquezas era “deslumbrantemente possível”. Foi nesse cenário que, por engano ou não, houve a exposição do trabalho humano na forma de longas jornadas de trabalho, até 18 horas por dia, trabalho feminino e infantil além de algumas organizações exporem seus trabalhadores a castigos físicos. Mesmo com a Administração Científica de Taylor essas questões não foram amenizadas. Além disso, frequentemente e equivocadamente, muitas pessoas acreditavam que era o “taylorismo” que impunha essa dinâmica ao trabalho. Em resposta ao taylorismo veio Elton Mayo com o “Efeito Hawthorne”,conforme apresentado anteriormente. Ao redor do mundo, governos se mobilizaram para, de alguma maneira, impor limites a relação capital-trabalho ou empregador-empregado a fim de acabar com a exploração do trabalho humano. Na Itália, surge a “Carta del Lavoro” no governo de Benito Mussolini. Regulamentação do trabalho no Brasil A situação no Brasil não era diferente, embora nossa Revolução Industrial tenha ocorrido muito depois. Com o fim da escravidão, houve necessidade de mão de obra que começou a vir da Europa para suprir a necessidade no campo, uma vez que o Brasil da época era essencialmente agrícola. Com a nossa Revolução Industrial, começou a migração desta mão obra do campo para as cidades, da mesma forma as condições de trabalho eram precárias, mas no caso do Brasil, havia uma diferença, os migrantes europeus tinham ideais, trazendo, assim, um movimento sindical para luta contra abusos. Para regulamentar esta relação, em 1939, é criada a Justiça do Trabalho no governo de Getúlio Vargas. Em 01 de maio de 1943, ainda no governo Vargas, através do Decreto-Lei n° 5.432 é criada a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), que tem como objetivo principal regulamentar as relações individuais e coletivas do trabalho. Este decreto foi assinado em pleno Estádio de São Januário (Vasco da Gama), lotado de trabalhadores comemorando esta conquista. Segue abaixo a transcrição do art. 1º da CLT: “Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela previstas. ” 8 9 Normas regulamentadoras do trabalho As Normas Regulamentadoras (NRs), embora estejam contidas no Capítulo V, Título II, da CLT, foram aprovadas somente em 08 de junho de 1978, através da Portaria N° 3.214. As NRs tratam especificamente da Segurança e Medicina do Trabalho e são obrigatórias para todas as empresas brasileiras regidas pela CLT. As NRs são elaboradas e/ou modificadas por comissões tripartites compostas por representantes do governo, empregados e empregadores. As Normas Regulamentadoras organizam-se, conforme se segue: Normas Regulamentadoras: NR 1 - Disposições Gerais: As NRs são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de adminsitração direta e indireta, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - (CLT). A NR1 estabelece a importância, funções e competência da Delegacia Regional do Trabalho. NR 2 - Inspeção Prévia: Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho e Emprego. NR 3 - Embargo ou interdição: A Delegacia Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra. (CLT, Artigo 161, incisos 3.6|3.4|3.7|3.8|3.9|3.10). NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do trabalho: A NR 4 estabelece os critérios para organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), de forma a reduzir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais. Para cumprir suas funções, o SESMT deve ter os seguintes profissionais: médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho, auxiliar de enfermagem, em quantidades estabelecidas em função do número de trabalhadores e do grau de risco. NR 5 - Comissão Interna de Previenção de Acidentes (CIPA): As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CLT, Artigo 164, Incisos 5.6|5.6.1|5.6.2|5.7|5.11 e Artigo 165, inciso 5.8) [3] A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 9 UNIDADE Marco Legal NR 6 - Equipamento de Proteção Individual: Para os fins de aplicação desta NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente. (CLT - artigo 166 inciso 6.3, subitem A - Artigo 167 inciso 6.2) NR 7- Programa de Contole Médico de Saúde Ocupacional: Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. NR 8 - Edificações: Esta NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais: Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. NR 10 - Serviços em Eletricidade: Esta NR estabelece os requisitos e condições mínimas exigidas para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem com instalações elétricas, em suas etapas de projeto, construção, montagem, operação e manutenção, bem como de quaisquer trabalhos realizados em suas proximidades. NR 11-Transporte, Movimentação, Armazenagem, e Manuseio de Materiais: Esta NR estabelece normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. O armazenamento de materiais deverá obedecer aos requisitos de segurança para cada tipo de material. NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais destinados a máquinas e equipamentos, como piso, áreas de circulação, dispositivos de partida e parada, normas sobre proteção de máquinas e equipamentos, bem como manutenção e operação. NR 13 - Caldeiras e vasos de Pressão: Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais, onde se situam as caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país. NR 14 - Fornos: Esta NR estabelece os procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores. • NR 15 - Atividades e Operações Insalubres: Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações insalubres que são executadas acima dos limites de tolerância previstos na Legislação, comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho. Agentes agressivos: ruído, calor, radiações, pressões, frio, umidade, agentes químicos. 10 11 NR 16 - Atividades e Operações Perigosas: Esta NR estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores que manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados como inflamáveis, substâncias radioativas e serviços de operação e manutenção. NR 17- Ergonomia: Esta NR visa estabelecer parâmetrosque permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, incluindo os aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Esta NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. NR 19 - Explosivos: Esta NR estabelece os procedimentos para manusear, transportar e armazenar explosivos de uma forma segura, evitando acidentes. NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Esta NR estabelece a definição para líquidos combustíveis, líquidos inflamáveis e Gás de petróleo liquefeito, parâmetros para armazenar, como transportar e como devem ser manuseados pelos trabalhadores. NR 21 - Trabalhos a céu aberto: Esta NR estabelece os critérios mínimos para os serviços realizados a céu aberto, sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos com boa estrutura, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Esta NR estabelece sobre procedimentos de Segurança e Medicina do Trabalho em minas, determinando que a empresa adotará métodos e manterá locais de trabalho que proporcionem a seus empregados condições satisfatórias de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 23 - Proteção Contra Incêndios: Esta NR estabelece os procedimentos que todas as empresas devam possuir, no tocante à proteção contra incêndio, saídas de emergência para os trabalhadores, equipamentos suficientes para combater o fogo e pessoal treinado no uso correto. NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Esta NR estabelece critérios mínimos, para fins de aplicação de aparelhos sanitários, gabinete sanitário, banheiro, cujas instalações deverão ser separadas por sexo, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos. NR 25 - Resíduos Industriais: Esta NR estabelece os critérios para eliminação de resíduos industriais dos locais de trabalho, através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de forma a evitar riscos à saúde e à segurança do trabalhador. 11 UNIDADE Marco Legal NR 26 - Sinalização de Segurança: Esta NR tem por objetivos fixar as cores que devam ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando, delimitando e advertindo contra riscos. NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho: Esta NR estabelecia que o exercício da profissão de técnico de segurança do trabalho dependia de registro no Ministério do Trabalho, fosse efetuado pela SSST, com processo iniciado através das DRT. Esta NR foi revogada pela portaria Nº 262 de 29 de maio de 2008 (DOU de 30 de maio de 2008 – Seção 1 – Pág. 118). De acordo com o Art. 2º da supracitada portaria, o registro profissional será efetivado pelo Setor de Identificação e Registro Profissional das Unidades Descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante requerimento do interessado, que poderá ser encaminhado pelo sindicato da categoria. O lançamento do registro será diretamente na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. NR 28 - Fiscalização e Penalidades: Esta NR estabelece que fiscalização, embargo, interdição e penalidades, no cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, serão efetuadas obedecendo ao disposto nos decretos leis. NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Esta NR regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, alcançando as melhores condições possíveis de segurança e saúde dos trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção n.º 147 da Organização Internacional do Trabalho - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizado no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas utilizadas na prestação de serviços, seja na navegação marítima de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e portuário, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento. NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura: Esta NR tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planjamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Para fins de aplicação desta NR, considera-se atividade agroeconômica, aquelas que, operando na transformação do produto agrário, não alterem a sua natureza, retirando- lhe a condição de matéria-prima. NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde: Esta NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 12 13 Para fins de aplicação desta NR, entende-se como serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. A responsabilidade é solidária entre contratante e contratado quanto ao cumprimento da NR 32. A conscientização e colaboração de todos é muito importante para prevenção de acidentes na área da saúde. As atividades relacionadas aos serviços de saúde são aquelas que, no entendimento do legislador, apresentam maior risco devido à possibilidade de contato com microorganismos encontrados nos ambientes e equipamentos utilizados no exercício do trabalho, com potencial de provocar doenças nos trabalhadores. Os trabalhadores diretamente envolvidos com estes agentes são: médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, atendentes de ambulatórios e hospitais, dentistas, limpeza e manutenção de equipamentos hospitalares, motoristas de ambulância, entre outros envolvidos em serviços de saúde. NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados: Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval: Esta NR trata de nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros: trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalaçõeselétricas provisórias; trabalhos em altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas. Esta NR tem por finalidade estabelecer os vários requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. NR 35 -Trabalho em Altura: A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. NR 36 - Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados: Disponibiliza para consulta pública o texto técnico básico de criação da Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados pela Portaria N.º 273 de 16 de agosto de 2011. 13 UNIDADE Marco Legal Aplicação da NR-17 - Ergonomia Conforme cita SESI, 2008 a Norma Regulamentadora 17, cujo título é Ergonomia, visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A NR 17 tem a sua existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, nos artigos 198 e 199 da CLT. Documentos complementares • ABNT NBR ISO/CIE 8995 1:2013 – Iluminação de ambientes de trabalho (interno). Vigente a partir de 21/03/2013. • Capítulo V do Título II da CLT - Refere-se à Segurança e Medicina do Trabalho. • CLT Título III Normas Especiais do Trabalho. Capítulo I – Disposições especiais sobre duração e condições de trabalho e Capítulo III - Da Proteção do Trabalho da Mulher. • Convenção OIT 127 - Peso máximo das cargas que podem ser transportadas por um só trabalhador. • Instrução Normativa INSS/DC nº 98, de 05 de dezembro de 2003 – Aprova Norma Técnica sobre Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (DORT) em substituição da Ordem de Serviço INSS/DSS nº 606/98. • Nota Técnica MTE/SIT/DSST nº 060, de 03/09/01 - Ergonomia – indicação de postura a ser adotada na concepção de postos de trabalho. • Portaria MPAS nº 4.062, de 06/08/87 - Reconhece a Tenossinovite como doença do trabalho. • Portaria MTb nº 3.751, de 23/11/1990 - Alteração já efetuada no texto. Importante Em função do momento atual, em que o consumismo e globalização estão em alta e as indústrias necessitando de um aumento de produtividade, os turnos de trabalho estão cada vez mais comuns, criando problemas com efeitos na saúde e vida social. Então, poucas pessoas se adaptam adequadamente às alterações dos “relógios biológicos”. Veja: • O turno de trabalho é necessário nas situações, em que a produção contínua não pode ser interrompida por razões técnicas e/ou econômicas ou quando o trabalho exercido envolve interesses da coletividade, como, por exemplo, serviços de transporte, hospitais e outros serviços de utilidade pública. • Os trabalhadores de turno podem sofrer condições de sono alteradas, problemas estomacais e outros. Este tipo de trabalho pode trazer outros distúrbios no ritmo biológico normal. A temperatura do corpo, por exemplo, varia durante 14 15 o dia, tendo, normalmente, sua mínima de manhã e sua máxima à noite. Isto coincide com outras mudanças no sistema circulatório, nos tecidos, nas atividades hormonais e cerebrais que estão adequadas para o trabalho durante o dia e sono durante a noite. • Este ritmo biológico não se inverte completamente na mudança dos turnos. Sabe- se que a adaptação completa não acontece, mesmo depois de várias semanas. Esta é a razão pela qual o trabalho noturno é mais penoso e porque o sono do dia é mais curto e menos compensador que o sono normal da noite. • O trabalho em turno deve ser programado e adaptado para evitar que o trabalhador se isole socialmente. Para melhorar as condições dos trabalhadores por turnos, é recomendável agir em duas áreas: Melhorar a programação dos turnos • Reduzir a carga horária de trabalho. • Permitir maior flexibilidade, para que os trabalhadores escolham seu turno de trabalho no caso de turnos fixos. • Garantir o revezamento. Uma variação com mais equipes geralmente é mais favorável, já que ela reduz a necessidade de ajuste e a frequência de turnos noturnos. • Adequar períodos de descanso adequados entre os turnos. • Garantir dias de descanso, principalmente aos finais de semana. • Variar o período dos turnos. Melhorar as condições de trabalho e de vida: • Fixar pausas para as refeições e outros intervalos durante o turno. • Fornecer lugares para comer e outras instalações com comidas quentes e bebidas. • Fornecer serviços de transporte. • Assegurar serviços de primeiros socorros e supervisão médica. • Fornecer locais para descanso e lazer durante os intervalos de trabalho. • Melhorar as condições de vida. • Melhorar o acesso à atualização profissional e às atividades sociais. 15 UNIDADE Marco Legal Interação das Normas Regulamentadoras do trabalho Figura 1 – Normas regulamentadoras do trabalho - Ministério do Trabalho e Previdencia Social No país, estão em vigência 36 normas regulamentadoras do trabalho. Algumas delas são de aplicação em “trabalhos específicos”. Há outras, entretanto, de aplicação geral, digo, aplicação em todas as cadeias de suprimentos, em todo tipo de trabalho regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). São os “blocos” em destaque. Retomando estudos anteriores, organizações, que estejam iniciando sua caminhada rumo à implementação da “ergonomia”, podem ter recursos limitados aplicando a ergonomia de ocasião. Imagine-se em uma situação, na qual você seja convidado ou convocado para planejar a estruturação da implementação da ergonomia em uma organização. O tema é complexo, todavia, nesse momento, no que diz respeito, somente às normas regulamentadoras, vamos propor um “caminho inicial” para atender aos requisitos legais sem, com isso, se perder na complexidade de aplicação de todas as normas regulamentadoras do trabalho. 16 17 Vamos propor uma modelo de análise/aplicação, partindo das normas de apliação geral para, posteriormente, partir para as normas de aplicação específicas. De�nir atividade principal da empresa NR-2 Inspeção Prévia NR-3 Embargo ou Interdição NR-28 Fiscalização e penalidades Demais normas regulamentadoras do trabalho NR-4 SESMT NR-5 CIPA NR-6 EPI’s NR-7 PCMSO NR-15 SALUBRIDADE NR-17 ERGONOMIA NR-9 PPRA 1 2 4 3 Figura 2 – Interação entre as normas regulamentadoras de trabalho – Imagem gerada pelo autor 1. Inicialmente, deve-se definir a atividade principal da empresa. Oficialmente, a atividade principal da empresa consta no documento de CNPJ (cadastro nacional de pessoa jurídica) da empresa. 2. Identificada a atividade principal da empresa, deve-se verificar qual ou quais normas regulamentadoras do trabalho de “aplicação específica” se aplicam à natureza da atividade da empresa. As normas de “aplicação específica” estão identificadas, conforme figura 1, na cor acinzentada. 3. Seguindo do fluxo numérico da figura 2 identificamos, no centro, da sequência circular a NR-9 que diz respeito ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. A aplicação dessa norma tem como objetivo identificar os riscos, aos quais o trabalhador está exposto em ocasião da sua atividade laboral, sendo: riscos físicos, químicos, mecânicos, biológicos e ergonômicos, conforme tabela a seguir: Tabela descritiva de riscos. Tipo de Risco Químico Físico Biológico Egonômico Mecânico Cor Vermelho Verde Marrom Amarelo AzulAgentes Causadores Fumos Metálicos e vapores Ruido e ou som muito alto Microorganismos (Vírus, bactérias, protozoários) Má postura do corpo em relação ao posto de trabalho Equipamentos inadequados, defeituosos ou inexistentes Gases asfixiantes H, He, N e CO2 Oscilações e vibrações mecânicas Lixo hospitalar, doméstico e de animais Trabalho estafante e ou excessivo Máquinas e equipamento sem Proteção e ou manutenção Pinturas e névoas em geral Ar rarefeito e ou vácuo Esgoto, sujeira, dejetos. Falta de Orientação e Tratamento Risco de queda de nível, lesões por impacto de objetos Solventes (em especial os voláteis) Pressões elevadas Objetos contaminados Jornados dupla e ou trabalho sem pausas Risco de queda de nível, lesões por impacto de objetos Ácidos, bases, sais, álcoois, éters e etc. Frio e ou Calor e radiação Contágio pelo ar e ou Insetos Movimentos repetitivos Cargas e Transportes em geral Reações Químicas Picadas de animais (cães, insetos, repteis, roedores, aracnídeos e etc.) Lixo em geral, fezes e urina de animais, contaminação d solo e água Equipamentos inadequados e não ergonômicos Risco de fogo, detonação de explosivos, quedas de objetos Ingestão de produtos durante pipetagem Aerodispersóides no ambiente (poeiras de vegetais e minerais) Alergias, intoxicações e queimaduras causadas por vegetais Fatores psicológicos (não gosta do trabalho, pressão do chefe e etc) Risco de choque elétrico (corrente contínua e alternada) 17 UNIDADE Marco Legal A identificação dos riscos e sua criticidade serão “dados de entrada” para as seguintes normas regulamentadoras: · NR-4 SESMT - Serviços especializados em engenharia e medicina do trabalho; · NR-5 CIPA – Comissão interna de prevenção de acidentes; · NR-6 EPI’s – Equipamentos de proteção individual; · NR-7 PCMSO – Programa de controle médico e saúde ocupacional; · NR-15 Atividades e operações insalubres; · NR-17 Ergonomia (contemplada diretamente na NR-9 como “risco ambiental”. Perceba que, de acordo com a figura, não somente a NR-9 dá início a todo o ciclo de implementação das normas regulamentadoras, como fornece elementos para a gestão das demais normas de maneira que se retroalimentem continuamente, mantendo o modelo atualizado, vivo. 4. Na fase final do ciclo de implantação, estando os elementos anteriores de acordo com as normas e “conversando entre si”, pode-se subter a NR-2 (Inspeção prévia). Caso haja algum “descumprimento da norma”, em sendo, especificamente uma obra da constução civil, é submetido a EMBARGO. Em sendo qualquer outro segmento de mercado, é submetido à interdição, conforme NR-3 (Embargo ou interdição). As regras para fiscalização e o rigor de aplicação das penalidades estão na NR-28 (Fiscalização e penalidades). O ciclo se repete continuamente. Segurança do trabalho – Comunicação de acidente do trabalho A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97. A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão. Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social e é regulamentado pela PORTARIA Nº 5.051, de 26 de fevereiro de 1.999. CAT é um formulário que a empresa deverá preencher comunicando o acidente do trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa. 18 19 Recomendações gerais: Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas algumas precauções para o preenchimento da CAT, dentre elas: · Não assinar a CAT em branco. · Ao assinar a CAT, verificar se todos os itens de identificação foram devidos e corretamente preenchidos. · O atestado médico da CAT é de competência única e exclusiva do médico. · O preenchimento deverá ser feito à máquina ou em letra de forma, de preferência com caneta esferográfica. · Não conter emendas ou rasuras. · Evitar deixar campos em branco. · Apresentar a CAT, impressa em papel, em duas vias ao INSS, que reterá a primeira via, observada a destinação das demais vias. O formulário “Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT” poderá ser substituído por impresso da própria empresa, desde que esta possua sistema de informação de pessoal mediante processamento eletrônico, cabendo observar que o formulário substituído deverá ser emitido por computador e conter todas as informações exigidas pelo INSS. Observação: A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o teto máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo 109 do Decreto nº 2.173/97. Deverão ser comunicadas ao INSS, mediante formulário “Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT”, as seguintes ocorrências: a) Acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho – CAT inicial. b) Reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS – CAT reabertura. c) Falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial – CAT comunicação de óbito. A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em seis vias, com a seguinte destinação: 19 UNIDADE Marco Legal 1ª via – ao INSS; 2ª via – à empresa; 3ª via – ao segurado ou dependente; 4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador; 5ª via – ao Sistema Único de Saúde – SUS; 6ª via – à Delegacia Regional do Trabalho – DRT. · A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foi registrada a CAT. Tratando-se de trabalhador temporário, a comunicação referida neste item será feita pela empresa de trabalho temporário. No caso do trabalhador avulso, a responsabilidade pelo preenchimento e encaminhamento da CAT é do Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO e, na falta deste, do sindicato da categoria. Para este trabalhador, compete ao OGMO e, na sua falta, ao seu sindicato preencher e assinar a CAT, registrando nos campos “Razão Social/Nome” e “Tipo” (de matrícula) os dados referentes ao OGMO ou ao sindicato e, no campo “CNAE”, aquele que corresponder à categoria profissional do trabalhador. No caso de segurado especial, a CAT poderá ser formalizada pelo próprio acidentado ou dependente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria ou autoridade pública. São autoridades públicas reconhecidas para esta finalidade: os magistrados em geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos Estados, os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e Forças Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar). Quando se tratar de marítimo, aeroviário, ferroviário, motorista ou outro trabalhador acidentado fora da sede da empresa, caberá ao representante destacomunicar o acidente. Tratando-se de acidente envolvendo trabalhadores a serviço de empresas prestadoras de serviços, a CAT deverá ser emitida pela empresa empregadora, informando, no campo próprio, o nome e o CGC (Cadastro Geral de Contribuintes) ou CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) da empresa onde ocorreu o acidente. É obrigatória a emissão da CAT relativa ao acidente ou doença profissional ou do trabalho ocorrido com o aposentado por tempo de serviço ou idade, que permaneça ou retorne à atividade após a aposentadoria, embora não tenha direito a benefícios pelo INSS em razão do acidente, salvo a reabilitação profissional. 20 21 Neste caso, a CAT também será obrigatoriamente cadastrada pelo INSS. Tratando-se de presidiário, só caberá a emissão de CAT quando ocorrer acidente ou doença profissional ou do trabalho no exercício de atividade remunerada na condição de empregado, trabalhador avulso, médico-residente ou segurado especial. Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, o sindicato da categoria, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública. A comunicação a que se refere este item não exime a empresa da responsabilidade pela falta de emissão da CAT. Todos os casos com diagnóstico firmado de doença profissional ou do trabalho devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador, acompanhada de relatório médico preenchido pelo médico do trabalho da empresa, médico assistente (serviço de saúde público ou privado) ou médico responsável pelo PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – previsto na NR nº 7), com descrição da atividade e posto de trabalho para fundamentar o nexo causal e o técnico. No caso de doença profissional ou do trabalho, a CAT deverá ser emitida após a conclusão do diagnóstico. Quando a doença profissional ou do trabalho se manifestar após a desvinculação do acidentado da empresa onde foi adquirida, deverá ser emitida CAT por aquela empresa e, na falta desta, poderá ser feita pelo serviço médico de atendimento, beneficiário ou sindicato da classe ou autoridade. A CAT poderá ser apresentada no Posto do Seguro Social – PSS mais conveniente ao segurado, o que jurisdiciona a sede da empresa, do local do acidente, do atendimento médico ou da residência do acidentado. Deve ser considerada como sede da empresa a dependência, tanto a matriz quanto a filial, que possua matrícula no CGC ou no CNPJ, bem como a obra de construção civil registrada por pessoa física. Comunicação de reabertura As reaberturas deverão ser comunicadas ao INSS pela empresa ou beneficiário, quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença ocupacional comunicado anteriormente ao INSS. Na CAT de reabertura, deverão constar as mesmas informações da época do acidente, exceto quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos à data da reabertura. 21 UNIDADE Marco Legal Comunicação de óbito: O óbito decorrente de acidente ou doença ocupacional, ocorrido após a emissão da CAT inicial ou da CAT reabertura, será comunicado ao INSS através da CAT comunicação de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente inicial. Anexar a Certidão de Óbito e, quando houver, o laudo de necropsia. Figura. 3 – Formulário parcial de Comunicação de Acidente do Trabalho Fonte: www.previdencia.gov.br 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros CLT interpretada. MACHADO, Costa. CLT interpretada. Editora Manole, 2º edição. São Paulo. 2009. Leitura Constituição Federal Interpretada Inicie suas leituras pelo capítulo II da Constituição (Dos Direitos Sociais) Art. 7°, incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, ou seja, da página 64 a 65 e 67 a 69 da obra de Costa Machado, Constituição Federal Interpretada, disponível na Biblioteca Virtual Universitária. Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir.: Disponível em: https://goo.gl/cEZamh CLT Inicie suas leituras pelo capítulo V do Seção II a V da CLT, ou seja, da página 33 a 37, CLT - 2016, disponível na Biblioteca Virtual Universitária. Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir.: Disponível em: https://goo.gl/cEZamh 23 UNIDADE Marco Legal Referências BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho. São Paulo. Editora Blucher, 1977. IIDA, I. Ergonomia, projeto e produção. São Paulo. Editora Blucher, 2005. Ergo e Ação – Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos: http:// www.simucad.dep.ufscar.br/ptbergoacao.htm Sites Visitados [1] http://www.abergo.org.br - Acessado em maio de 2016. 24
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