Imunopatologias: Doenças Autoimunes e Imunodeficiências

Imunolog ia IMUNOPATOLOGIA S 1 Sumário Introdução ........................................................................................................................................... 2 Objetivos .............................................................................................................................................. 2 1. Ca racterização das doenças autoimunes ................................................................................ 2 1.1. M anif estações das doenças autoimunes ......................................................................... 4 1.2. Imunodefi ciências e rejeição dos trans plantes .............................................................. 5 Exercícios ............................................................................................................................................. 7 Gaba rito ................................................................ ............................................................................... 7 Resumo ................................................................................................................................................ 7 2 Introduçã o Na apostila, Mecanismos de hipersensi bilidades, você viu que alguns tipos de respostas imune adaptativa s indesejadas, po dem ser in duz idas por antígenos ambientai s, provocan do reações de hi persensibilidade, que são classificadas e m tipos I, II, III e IV. Você viu também que algumas dessas reações pode m ser grav es na forma de alergias e reações de hipersensibilidade, como, por exemplo, a febre do fe no e o choque anafilático. Além d isso, apontou-se a lgumas diferenças entre alergia e intolerân cia. Na presente apostil a, examinaremos as patol ogias que estão associa das diretamen te ao sistema imunológico. Como d oe nças dese nvolvi das em respostas ao próprio sistema imunológico como d oenças autoimunes, imunodeficiências e rejeição a os transplantes. Nesse contexto, fica m uito claro que o desenvolvim ento dos l infócitos, que acontece nos órgãos linfoides primários, med ula e timo, inevitavelmente, p ode resultar na sintetização de alguns linfócitos alt amente reati vos com afinidade por antígen os produzidos pelo próprio organismo . Nesse sentido, os mecanismos que são estabe lec idos pela autoim unidade atacam o próprio organismo, sendo necessário considerarm os , q ue alguns f atores genéticos e ambien tais, predispõem ou induzem o indiví duo à autoimunidade. As doenças no âmbito da autoi munidade costumam afetar u m tecido ou órgão esp ecífico ou ai nda, ocorr em em n ível sistêmico. A s fun ções efetoras tê m como alvo auto antígenos. As doenças autoimunes são multifatoriais e inicialmente, são semelhantes às respostas im unes direcionadas a patógenos. Objetivos • Compreender os aspectos das doenças autoim unes. • Reconhecer im unodeficiências e rejeição de tra nsplantes. 1. Caracteri zação das doenças a utoimun es Uma doença autoim une é caracterizada p ela presença de lesões nos tec idos, causada por u ma resposta imune adaptati va direcionada contra an tígenos próp rios (auto an tígenos). Ou seja , é um mau funcionamento do sistema imunológico, em que o organism o ataca os seus próprios tecidos. 3 Esse direcionamen to, contra antígenos própri os é mediado por linfócitos T autorr eativos, citocinas pró- inflamatórias e auto anticor pos , que são responsá veis pela inflamação e por danos nos tecidos. Alguma s doenças autoimunes, tem como p onto in icial a ligação de anticor pos a receptores d e superfície celul ar, provocan do excesso de ati vidade ou inibição da f unção d o receptor. Os li nfócitos T e B, podem e star di retamente envolvi dos na inflamação ou na destruição dos t ecidos. Do ponto de vista genético, parece haver pre disposição inata, d e alguns indiv íduos, na maioria das doenças auto imunes mais co muns. Nesse aspe cto, existe a presença do gene alterado, que predispõe o i ndiví duo a desenvolv er a doença autoim une, porém na população total, essas variantes genéticas são raras. Quando se trata de mecanismos autoi munes, al ém do direcion amento das defesas que atacam o própri o org anismo, as vias genéticas e ambien tais, levam a predisposição ou induz em o indivíduo à autoimunidade. 01 Os genes e o ambient e atuam em determi nado s casos como f atores d eterminant es d a Imunopat ologia . Os genes envolvidos nas doenças autoimunes, cuja mutação, pode ser do tipo deletéria ou de supe r expressão, contribuem com a patogênese da autoimunidade SA I B A M AI S ! Os linfócitos, precisam dist inguir entre o própr io e o não próprio. Por é m, antes de serem liberados na corrente sanguínea, são selecionados, na medula óssea e no timo, de modo que, linfócitos altamente reativos, d evem ser destruídos, p ara que não ataquem os próp rios tecidos. Entretan to, algu ns linfócitos conseguem sob reviver e a qualquer momento, podem iniciar uma reação imun e que irá lesar os tecidos. 4 Eles possuem codificações gênicas, para a produção de moléculas sinaliz adoras, citoci nas, receptores, c orreceptores , proteínas e v ias de iníc io da apoptose ou ainda, a inibição de mecanismos que eliminam antígenos ou os complexos antíg eno-anticorpo. As doenças autoimunes, expressas por vários ge nes são mais comuns, do q ue aquelas c ausadas por genes únicos. Entr etanto , o estudo de doenças autoimunes de genes úni cos, são de gra nde interesse, pois a s mutações que as causam pod em fornecer indícios das importantes vias, que norma l mente, podem aux iliar o entendimen to do desenvolvimento de respostas autoimunes. 1.1. Manifest ações das d oenças aut oimune s As m anifestações de doenças au toimun es são causadas quando os mecanism os ef etores do sistema i mune são dir igidos contra te cidos próprios. Nessas situações a resposta, pode ser intensificada e m antida pe la constante síntese de novos a utoantígenos. Nesse aspecto, os mecanismos das doenças autoimunes ao produzirem lesões teciduais, po dem ser classificados do mesm o modo como se classificam as reações de hipersensi bilidade, em que são lev ados em consideração o tempo de resposta e os tipos de danos. Dessa maneir a, o que de sencadeou a resposta, o auto antígeno ou o g rupo de auto antígenos, contra o qual a resposta autoimune é dese nvolvi da e o mecanism o, pelo qual o tecido é d anificado, são responsáveis por determinar um conjunto de expressão clínica da doen ça em que consiste, na patologia autoimune. Os linfócitos T e B, estão en volvidos em t odos os tipos de d oenças autoim unes, a té m esmo nos casos em que um tipo particular de r esposta, cause apenas a lesão tecidual. O antígeno, ou grupo de antígenos, contra o qual a resp osta autoim une é dirigida e o mecanismo pelo qu al o tecido por tador do a ntígeno é lesado determinam, em conjunto, a patologia e a expressão clínica da doença. É comum, que sejam observadas, reações da autoim unidade que causam lesões teciduais por mecanismos se melhantes aos meca nismos das reações de hipersensibilidade do tipo II. Na q ual, respostas mediadas por IgG ou IgM aos auto antígen os de superfície c elular ou da matriz extracelular produzem os dan os nos tecidos. Na ma ioria das doenças autoi mun es, encontram-se presentes, distintos mecanism os imunopatológi cos. En tretanto, os linfócitos TC D4, são sempre requisitados, por estimular a produção de auto anticor pos p atogênicos. Ig ualmente, 5 os linfócitos B, possuem um papel importan te na intensificação dos linfócitos T que modulam o da no nos tecidos ou ainda, auxiliam na produção de auto anticorpos . São exemplos, de d oenças auto imun es , mediadas por l infócitos T, a diabetes do tipo I e a ar trite reumatoide. E m tais doenç as , todas as vias de ação, seja pelos próprios linfócitos T ou pe la ativação dos anticorpos, causam l esões nos te cidos. Já o lúpus sistêmi co, u m tipo de doença au toimune, m ediada por ant icorpos e imun ocomplexos, p arecem apresentar evidê ncias de dano tecidual, também mediados pelos linfócitos T. 1.2. Imunodef iciências e rejeição d os transpla nt es Imun odeficiências, congên ita o u adquiri da, caracterizam- se por ausência de uma resposta imune ef iciente. Nesse aspecto, um indivíduo q ue tenha nascido (imu nodef iciência c ongênita), com o si stema imunológico não com petente , apresenta mutações genéticas para tal . Por out ro lado, há uma variedade de f atores, como, agentes patógenos, cânceres e m edicamentos, que contribuem para o desenvolvim ento de imunodeficiências adquiridas. Assim sendo, uma infecção viral, cujos agentes sejam capa zes de in fectar e destruir os l infócitos, reduzem a resposta imun e e podem resultar em imun odeficiência adquirida, como é o caso da síndrom e da imunodeficiência huma na adquirida (Aids). A aids, pode ser c onsiderada o caso mais extremo de imun odeficiência causada por um único patóg eno. Nesse contexto, há uma forte associação entre a infecção viral pelo HIV e o sistema imune, tendo em vista que esses vírus atacam diretamente uma das principai s células da imunidade adaptativa, o s l infócitos TCD4, sem as quais o sistema im une torna-se imunodeficiente. SA I B A M AI S ! HIV, é a sigla do in glês, Huma n Imm unodeficiency Virus. Em 1983 , foi identificado o se u agente infeccioso, responsável p ela perda da função im une, em que o vírus HIV, infecta seletiva mente as cél ulas TCD4. Atualm ente, acredita-se, que o HIV tenha surgido a partir da mutação de um vírus endêmico em animais s ilvestres de alg umas á reas do continente Afri cano. 6 O HIV ao i nfectar o organismo é frequentemente fagocitado, pelas células dendríticas, uma cé lula apresentadora de antígenos (APCs), as quais capturam o s víru s e o conduzem aos órg ãos linfoides. Nesses órgãos, o s ví rus entram e m contat o com os linfócitos T CD4, que são as cél ulas al vo que passarão pelo processo de adesão, que d epende da combin ação da gl icoproteín a da espícula (gp120) com o receptor CD4. 02 O vírus H IV, do gênero L entivir us é u m tip o de retr ovírus, c om duas fitas i dêntica s de RNA e a en zima transcript ase rev ersa em u m envel ope de fosfolip ídeo. Uma função fundamental do sistema imune é diferencia r o que é próprio d o que não é pr óprio (estra nho). De modo q ue, esse sistema apresenta m ecanismos efetivos capazes de eliminar uma ampla variedade de agentes patógenos. Nesse aspecto, o transplante de tecidos para substituir órgãos doentes é, at ualmente, u ma impo rtante terapi a médica, p ois dá a chance de prolong ar a vida do p aciente. E ntretanto, as respostas imune s adaptativas d irecionadas contra tecidos transplantados são o prin cipal impedimento para o sucesso d esse procedimento. Assim, a rejeição aos transplantes é causada por respostas im unes a aloantíg enos do transplante. Aloantígenos, são moléculas proteicas, reconhecidas como estran has ao o rganismo, vindas de um indivíduo doador geneticamente diferente. Esse ef eito acontece d evido à p resença das mol éculas proteicas do complexo de histocompatibili dade principal, as moléculas de MHC, que va riam de indivíduo para i ndivíduo dentro da espécie e são, portanto, percebidas como estranhas pelo receptor. Quando tecidos contendo cé l ulas nucleada s são transplantados, as resp ostas das células T às moléculas do MHC altamen te e specíficas, q uase sempr e executam uma resposta contra o tec ido ou o órgão transplantado. A incompatibilidade entre o MHC do doador e do receptor aumenta o índi ce de rejeição do s transplantes. O 7 conteúdo de ssa apostila finda-se aqui. Agora é a sua vez d e aplicar se u conhecimen to, resolvendo os exercícios. Exerc ícios 1. (Au tor, 2019) O que caracteriza uma doença au toimune? 2. (Au tor, 2019) Em que consiste a patologia a utoimune? 3. (Au tor, 2019) O que configura a imun odeficiência? Gabari to 1. Um a doença autoimune, caracteriza-se pela presença de lesões nos tecidos, causada por um a resposta imune adaptativa dir e cionada con tra antígenos próprios (a uto antígenos). Em outras palavras, é um mau funcionamento do sistema im unológico, em que o organismo ataca os seus próprios tecidos. 2. Um a patologia autoimune desenvolve- se mediante o reconhecimento de um auto antí geno ou um grupo de auto antígeno, que são prod uzidos pelo próprio organ ismo, contra os quais a resposta autoimune é d ireciona da. Os m ecanismos , pelos quais os tecidos são danificados, são responsáv eis por determinar um conjun to de expressão clínica da doença em que c onsiste a patologia autoimune. 3. Im unodeficiência s, configuram- se por ausência de uma resposta im une eficiente. Podendo ser congên itas, que estão presentes desde o nascim ento do indivíduo ou adquiri das ao longo da vida do indiví duo. Resumo Uma doença autoim une pode ser caracterizada pel a presença de le sões nos tecidos e são c ausadas por uma resposta imune adaptativa, direcionada contra an tígenos próprios (auto a ntígen os). Esse direcionam ento, c ontra antígenos próprios é mediado por linfócitos T auto rreativos, citocinas pró -inflam atórias e auto anticor pos, que são responsáveis pe la inflamação e por d anos nos tecidos. De modo que, os linfócitos T e B, estão di retamente envolvidos na inflama ção ou na destruição dos tecidos. 8 Do ponto d e vista genético, a presença do gene alterado, predispõe o indiv íduo a dese nvolver a d oença autoimune . Alé m d isso, vias ge néticas e ambientai s, levam a predisposição ou indu zem o indiví duo à autoimunidade. São exemplos, d e doenças auto imunes, a d iabetes do tipo I, a ar trite reumatoide . Já as imun odeficiências, caracte rizam-se por ausência de uma resposta imune eficiente. Uma função fundamental do sistema autoimu ne é diferenciar o que é próprio do que não é próprio (estranho). O transplante de tecidos para substituir ór gãos doentes é, atualmente, uma i mportante terapia médica. En tretanto, as respostas imunes adaptativas direcionadas co ntra tecidos transplantados são o pr incipal impedimen to para o sucesso desse p rocedimento. 9 Referênc ias biblio gráf icas MURP HY, Kenn eth. I munobiolog ia de Ja ne way [recur so elet rônic o] / Kenn eth Mur phy, Paul Trav ers , Mark Walport ; traduçã o Ana Paula Franco Lambert ... [et al .]. – 7.ed. – Porto A legre : Artmed, 2 010. Di sp oníve l e m: https://ww w .acad e mia.edu/ 247 752 79/I mun obiol ogia_d e_Jan ew ay_ Livr o_Co mplet o_.pdf . Acess ado em: 08 mai 2019. Referênc ias imag ética s The N oun Pr oject , 20 19 . Disponí ve l em http s://t hen ounproj ect .co m/sear ch/?q =viru s . Acessado em : 15 mai 2019 . The N oun Pr oject , 20 19 . Disponí ve l em http s://t hen ounproj ect .co m/sear ch/?q =dna . Acessad o em: 15 mai 2019 . The N oun Pr oject , 20 19 . Disponí ve l em http s://t hen ounproj ect .co m/sear ch/?q =eart h . Aces sad o em: 15 mai 201 9.

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