Buscar

Dermatologia veterinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DERMATOLOGIA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
2 
 
DERMATOPATIAS BACTERIANAS 
 
As dermatites bacterianas secundárias são muito mais comuns (95% dos casos), então deve-se 
buscar a causa primária quando houver infecção bacteriana. 
Causas que propiciam a infecção secundaria são: 
- Anormalidades cutâneas (rugas que criam um microclima na pele, deixando aquela região úmida, 
seborreias, dermatites parasitárias, fungicas, etc); 
- Doenças imunes (DAPP, H.A., Atopia, etc); 
- Doenças metabólicas (Hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo). 
 O Staphilococcus pseudointermedius é saprófito da pele dos animais, e por qualquer alteração 
ele pode proliferar e promover lesões. 
As doenças bacterianas de pele são divididas de acordo com a profundidade/camada de pele 
que acomete. A classificação é a seguinte: 
1) Infecção Bacteriana de Superfície: afeta só a epiderme. 
- Dermatite aguda úmida (DAU); 
- Dermatite das dobras de pele (INTERTRIGO); 
 
2) Infecção Bacteriana Superficial: acomete epiderme e parte da derme. 
- Dermatite pustulosa superficial (IMPETIGO); 
- Foliculite superficial; 
 
3) Piodermute profunda: 
- Foliculite profunda (Acne, calos de decúbito); 
- Furunculose e celulite. 
TRATAMENTO TOPICO: DAU, INTERTRIGO E IMPETIGO. 
TRATAMENTO TÓPICO + SISTEMICO: Foliculite Superficial e Profunda e a Furunculose e 
celulose. 
 
Dermatite Aguda úmida (DAU) 
A Dermatite Aguda Úmida é causada por inúmeros fatores, como a DAPP, otite, sarna 
pruriginosa, distúrbios músculo-esqueléticos (Displasia CF), impactação dos sacos perianais. Doenças 
que fazem o animal coçar o local acometido, ou lamber por estar sentindo dor, incomodo, ou seja, o 
 
 
3 
 
próprio animal causa a lesão por sentir incômodo. Com isso as bactérias aproveitam-se levando a uma 
infecção secundária. 
 Sinais Clínicos: Geralmente a DAU é pruriginosa, alopécica, exsudativa, bolhosa, circunscrita, 
eritematosa, muito dolorosa, e os pelos ficam aderidos a ferida. Quase sempre se tem uma lesão (Max. 
2) e tem secreção que é purulenta. 
 
 Diagnóstico: - Investigar se o animal tem DAPP, sarna; 
- Investigar se o animal tem algum problema músculo-esquelético (DCF ...); 
 - Investigar os sacos perianais (impactação das glândulas adanais faz o animal 
lamber ou esfregar a região no chão). 
 
 Tratamento: 
 Tricotomia: Realizar tricotomia do local em volta; 
 Tratar a causa primária: eliminar pulgas, tratar sarna, DCF...; 
 Antisséptico: - PVPI; 
 - Clorexidine 3% ou mais; 
 - Peróxido de Benzoíla 
 - Permanganato de K (2 – 3 vezes /dia / 7 dias) 
 Analgésico: - Meloxican (3 dias, VO); 
 - Cetoprofeno (3 dias, VO); 
 Antibiótico Tópico: pomada a base de Neomicina, ou Gentamicina (2 vezes ao dia / 7 dias); 
 Colar Elizabetano; 
 
 DAU 
 
Dermatite da Dobra de Pele (INTERTRIGO) 
Acomete os cães com dobras na pele, como os Sharpeis, Bulldog inglês, Chow chow, Pug, etc. 
Pode ser causada por dobras devido obesidade. 
Ocorre uma fricção de pele (entre as dobras), promovendo a produção de secreção que se 
acumula entre as pregas, provoca eritema, alopecia. 
Os locais mais comuns de ocorrer são: face, cauda (Bulldog inglês), região periocular, dobras 
do tronco ou dos lábios (Cockers). 
 Diagnóstico: Exame clínico do animal; 
 
 
4 
 
 
 Tratamento: 
 Correção cirúrgica, ↓ obesidade com rações específicas e exercícios; 
 Antisséptico 3% spray 1X/dia 
 Antibiotico pomada: gentamicina, ou neomicina, BID. 
 
 Intertrigo 
Dermatite Pustulosa Bacteriana (IMPETIGO) 
Acomete geralmente animais jovens (6-8 meses), e está associada ao mal manejo, falta de 
higiene, verminose, desnutrição e até cinomose. 
São pústulas (“espinhas”) em regiões glabas (sem pelos naturalmtente), como barriga, axilas, 
região inguinal. 
PÁPULA PÚSTULA COLARETE EPIDÉRMICO 
 Tratamento: 
 Corrigir o manejo, dar banhos, vermifugar, vacinar, alimentos de boa qualidade; 
 Antisséptico ou sabonete Protex: 2X na semana; 
 Antibiótico tópico pode ser usado, mas, não é necessário; 
Foliculite Superficial 
Acomete os folículos, onde se forma uma pústula com pelo no centro (“olho de boi”), depois o 
pelo cai. É comum nos Schbauzers, dogue alemão, doberman.Ocorre deviso a alguma causa primária: 
demodicose, seborreia, alterações hormonais, alergias; 
 Sinais Clínicos: pústulas com o pelo no centro, alopecia, pode ocorrer a formação de crostas, 
hiperpigmentação, prurido variável. 
 
 Diagnóstico: - Histórico e exame clínico cuidadoso; 
 - Fazer raspado; 
 - Dosar hormônios, entre outros; 
 
 Tratamento: 
 Eliminar/tratar a causa primária; 
 
 
5 
 
 Xampus antissépticos: banhos 2x/sem, podem ser a bese de: 
- Peróxido de Benzoíla 2,5%; 
- Clórexidine 3% (NESTE CASO DEVE SER EM BASE TRANSPARENTE E NÃO NA BASE 
PEROLADA, PARA QUE TENHA UMA MAIOR DURAÇÃO); 
- Ácido acetilsalicílico 0,1-0,2%; 
 Atb Sistêmico: - Cefalexina 22-30mg VO, BID, 30 dias no mínimo + 1 sem após a cura clínica. 
Foliculite Profunda 
Queixo: Acne; Região lateral ao espelho nasal: Pioderma Nasal; Região dos calos de decúnito: 
pioderma dos calos e decúbito; Pododermatite: pioderma interdigital; Principais agentes são: S. 
pseuinttermedium e aureus (cão) e S. semulans nos gatos. 
 Sinais Clínicos: exudato piosanguinolento, edema, dor, hiperpigmentação e hiperqueratose dos 
calos de apoios, ↑ dos linfonodos, febre quando há acometimento sistêmico. 
 
 Tratamento: Tem que se descobrir a causa base e trata-la. 
PARA ACNE: - Xampu a base de Peróxido de Benzoíla 2,5%, 1 a 2 horas antes da pomada atb; 
- Xampu a base de Clorexidine 3%; 
- Atb tópico: pomada a base de mupirocina (BID); 
- Sistemico: cefalexina 30mg, VO, BID, 2 meses + 2 sem sem sinais clínicos. 
 Tem que banhar o animal com o xampu indicado, deixar agindo por 20 min enxaguar, e repete 
o procedimento. Uma semana banha com o P.B. e na outra com o clorexidine, para não ressecar muito 
a pele. Não usar P.B. em atópicos. Após 1-2 horas aplica a mupirocina, BID. 
 
PARA A PODODERMATITE: - Banho com P.B. se tiver outra parte do corpo afetada; 
- Pedilúvio com permanganato de potássio (dilui 1 comprimido em 2 
litros de água e deixar agir com 15 min, duas vezes ao dia. 
- Atb tópico: mupirocina, BID; 
- Cefalexina, VO, 2 meses, BID, + 2 semanas após cura clínica; 
CALOS DE APOIO: devem ser hidratados com algum óleo. 
 
 
 Acne Pododermatite 
Furunculose e Celulite 
 
 
6 
 
Comum em pastor alemão, pode levar o animal a óbito por septicemia por bactérias como: E. 
coli, pseudômonas, proteus. 
Pode ocorrer com frequência em animais jovens com sarna demodécica, a pele fica friável, se 
destacando, sangrando muito, com secreção purulenta. 
 Tratamento: 
 Tricotomia; 
 Solução adstringente: Clorexidine; 
 Atb sistêmico: - Cefalexina, BID, 60 dias, VO; OU 
- Enrofloxacino dose alta (15mg/kh) 2 meses, SID + 2 semanas sem sinais. 
OBS: Cuidado com os filhotes: enro é condrotóxica. 
 Pode-se fazer cultura e ir tratando até sair o resultado. 
 Se tiver abcesso: faz a lancetagem, drena, lava com antisséptico e dá atb oral por 15 dias, e fica 
fazendo compressa com agra quente. 
 
DERMATOPATIAS FUNGICAS 
 
Dermatofitose 
 É uma dermatopatia comum em cães e gatos. Os fungos ceratinofílicos acometem a camada 
córnea da epiderme, tecidos córneos: unhas, pêlos, estrato córneo, etc. É uma zoonose; 
Agentes etiológicos: Mycrosporum canis, M. gypseum, Trichophyton e epidermophyton. 
Gatos: 98% M. canis; Cães: 70% M. canis; 
 Transmissão: ocorre por contato direto com descamações, pelos, fômites contaminados com 
os fungos citados. Os animais costumam adquirir em quintais contendo folhagens (M. gypseum), ou 
em contato com outros animais contendo a doença (transmite facilmente), no petshop ao ir tomar 
banho (fômites contaminados), etc. 
 
 Predisposição:Os jovens, gatos persas e himalaios, yorkshires e jack Russel; 
Os fatores que predispõe são os tratamentos imunossupressores, má nutrição, uma grande 
população de animais (canis e gatis). 
As lesões são secas, bem circunscritas e com descamação, alopecia circular, não coça no cão 
(só no gato), os pelos ficam destacáveis e quebradiços, tem eritema. Unhas quebradiças e deformadas 
= PAROQUÍNIA 
 
 
7 
 
Quérion: é uma infecção fúngica profunda causada pelos fungos citados acima, cujo sua 
característica é de um nódulo contendo uma úlcera na superfície, que ocorre no focinho geralmente, e 
o seu diagnóstico diferencial é de NEOPLASIA. 
 
Região de acometimento: Localizada a generalizada; os animais podem ter pápulas, crostas; Os 
gatos pretos podem apresentar dermatite miliar (descamação, caspas no dorso); 
Animais de pelos longos são carreadores assintomáticos; 
 
 Diagnóstico: - Ao analisar as lesões deve-se fazer a luz de wood (avaliando se há a presença do 
fungo na região-verde). Se der negativo não deve-se descartar a possibilidade (60% dão positivo); 
- Tricograma (arranca-se um tufo de pelos para analisar no microscópio a 
presença de endotrix ou ectotrix). É difícil a visualização das lesões no pelo. Usar um clareador 
HIDRÓXIDO DE K 10%. 
- Cultura (mas vai tratando enquanto espera o resultado); 
- Citologia/histopatologia em casos de nódulos, o QUÉRION não terá células 
neoplásicas, mas também não ver os dermatófitos, então faz-se cultura; 
 
OBS: Pode-se observar artrósporos nos pelos; 
Macroconídeos afilados com 6 ou mais divisões = M. canis 
 
 Diagnóstico Diferencial: Foliculite; demodicose e piodermite superficial; o quérion = 
neoplasia; dermatite por lambedura; -cães. Alergias (DAPE), alopecia psicogênica, parasitas;- gatos. A 
dermatofitose é PRURIGINOSA; 
 
 Tratamento: Se a lesão for localizada elas podem desaparecer sozinha (autolimitante); 
 TÓPICO: - Tosar o animal; 
- Sabonetes a base de enxofre 2-4%, xampus de clorexidine + de 3% (ação 
antifúngica). Dar banhos 2x por semana, por 4-6 semanas.lembrando de ensaboar, esperar 20 minutos, 
enxaguar, repetir o procedimento. 
- Utilizar cremes e xampus antifúngicos a base de cetoconazol 2%; clotrimazol 1%, 
mizonazol; 
 SISTÊMICO: itraconazol 5-10mg/kg SID, VO; OU cetoconazol 10mg/kg SID, VO; OU 
fluconazol e terbinafina podem ser utilizados. Uso do tratamento sistêmico por 2-3 meses (8-12 
semanas); gato é obrigatório se for generalizados; cão só o tópico pode resolver; 
OBS: Lembrar de administrar sempre junto com a comida, pois são melhores absorvidos com gordura. 
 AMBIENTE: água sanitária, e limpeza de cama, panos, roupinhas do animal; 
 CONTACTANTES: tratar os contactantes assintomáticos com banhos (tópico) 8-12 semanas 
para eficácia do tratamento. 
 TRATAMENTO ALTERNATIVO: - PROGRAM (NOVARTIS), que é um medicamento 
utilizado para tornar as fêmeas de pulgas estéreis e não reproduzirem mais. É a base de Lufemeron, e 
pode ser usado como antifúngico. Dose: 120mg/kg, 21-21dias. 4 doses; 
 
 Quando encerrar o tratamento? Após duas culturas negativas com 1 mês de intervalo entre 
elas (sendo que nunca é feito); 
 
 
 
8 
 
 O que pode ser feito em casos de dermatofitose recidivante? Pulsoterapia, faz o tratamento 
normal como recomendado acima tópico+sistêmico +ambiente+contactantes, e após acabar deve-se 
escolher 2-3 dias na semana, que geralmente são sexta, sábado e domingo e administrar o antifúngico 
VO, SID , itraconazol. Essa pulsoterapia durará meses. 
 
 Prognóstico: É autolimitante quando é localizada nos cães, nos gatos de pelos longos 
permanecem assintomáticos, e o tratamento diminui muito as chances de contaminação/transmissão. 
 
 
 Lesões de pele por dermatofitose / Tricograma 
 
Dermatomicoses 
Agentes etiológicos: Candida e Malassézia. 
 
Malassézia pachidermatis: é uma levedura que faz parte da flora natural da pele, é a mais 
comum nas infecções, causam lesões sempre secundariamente a doenças primárias, e acometem 
regiões úmidas geralmente. Causam dermatite, otite (atópicos) e queilite em cockers (lábios). 
Raramente é vista acometendo os gatos; 
Quando ocorre uma alteração do microclima da pele, ou aumenta sebo, cerúmen (condutos 
auditivos), umidade, rompimento da barreira epidérmica, eles proliferam descontroladamente e causam 
lesões. 
 
Doenças que alteram a defesa o hospedeiro: dermatopatia alérgica, endocrinopatias, etc. 
 
 Sinais Clínicos: Acontece mais no verão (quente e úmido); caracteriza-se por prurido 
moderado, eritema, pelame oleoso e odor rançoso, descamação, e em casos crônicos tem 
hiperpigmentação, hiperqueratose, lignificação (devido ao aceleramento do ciclo epidermal por 
liberação de um fator de crescimento epidermal, a camada córnea se acumula e tem hiperqueratose e 
rachaduras-lignificação). 
Ocorre em lábios, orelhas, axilas, região inguinal. Pescoço ventral; bases das unhas manchadas de 
marrom. 
 
 Predisposição: West Highland White Terrier, poodles, cockers, dachshund; 
 
 Diagnóstico da Malasseziose: - Raspado superficial com lâmina de bisturi; 
- Swab ou fita adesiva em secreções. Deve-se corar com 
panótico a lâmina e observar as leveduras em forma de “amendoins”; 
 
 
9 
 
- Diagnosticar a doença primária e tratá-la. 
 
 Diagnóstico diferencial: Foliculite, alergia, seborreia; 
 
 Tratamento: 
 Tratar a doença de base, como endocrinopatia, atopia, demodicose...; 
 SISTÊMICO (antifúngico): - Cetoconazol 10mg/kg BID, VO 7-10 dias após cura clínica; 
- Itraconazol 10mg/kg 30 dias – SID, VO, fazer pulsoterapia 
durante meses (sempre nos períodos de alimentação); 
 TÓPICO: - Xampu antisseborréico a base de Peróxido de benzoíla + antifúngico ou clorexidine 
4% +cetoconazol; banhos 2X semana, deixando produto agir por 20 minutos (repetindo o 
procedimento mais uma vez); 
 - Manipulação: cetoconazol 2%; Cetoconazol + clorexidine 2%; miconazol 2%; 
sulfeto de selênio 1% só para cães (tóxico em gatos); 
 - Cloresten: se não quiser manipular pode-se comprar um xampu a base de 
miconazol e clorexidine 2%; 
 
 
Lamina mostrando malassezia / cães com malasseziose 
 
DERMATOPATIAS PARASITÁRIAS 
São aquelas provocadas por ácaros, piolhos, pulgas, carrapatos, etc. 
 
Demodicose ou Demodiciose 
É chamada de sarna negra, acomete cães e gatos (raramente). É causada pelo ácaro de folículo 
piloso Demodex, todo cão possui esse ácaro, é transmitido da mãe para o filho durante a amamentação. 
“Não é transmissível” (o ácaro passa sim de um animal para o outro, mas a doença não se desenvolve, 
pois depende de defeitos imunes), pois depende de fatores imunológicos para que o animal manifeste a 
doença, fatores estes genéticos, como defeitos nos linfócitos T. Essa classe celular deixa de estabelecer 
uma resposta eficiente contra os ácaros, que acabam se proliferando e desencadeando a doença. Não 
tem cura (recidivante), e o animal positivo deve ser CASTRADO para que não transmita para seus 
 
 
10 
 
descendentes. A transmissão ocorre nos 3 primeiros dias de vida, a mãe passa para o filhote na hora da 
amamentação. 
 
O demodex rompe o folículo piloso e predispõe à foliculites por staphylo e malassézia; o 
animal pode ter as três coisas, devendo associar antifúngico, um acaricida e um bactericida, ou a 
clorexidine a mais de 3% que atua contra as bactérias e fungos. 
 
 Classificação quanto aos surtos: 
 Surto Juvenil (3-18 meses): defeito da imunidade celular (LT) específica contra demodex; 
 Surto Adulto: animais com mais de 1,5 anos que aparecem com demodicose, pode suspeitar de 
uma doença grave, crônica, como câncer, IRC, IH, hiperadreno, ou a terapia com corticóides por 
tempo prolongado (queda da imunidade). 
 
 Predisposição: Sharpeis, bulldog inglês, pitbull; 
 
 Classificação quanto aos tipos: 
 Localizada: poucas lesões, circunscritas, de “curso benigno”. 
 Generalizada: + de 5 áreas focais, 2 regiõesafetadas, lesões em óculos; linfadenomegalia, 
eritema. 
 Disseminada: ... 
 
 Agentes etiológicos: - Cão: Demodex canis (prefere face e MT) e “Demodex de corpo curto”; 
D. injai prefere o dorso; 
- Gatos: Demodex cati e gatoi; 
 
 Sinais clínicos: Não coça, só quando tem infecção secundária bacteriana ou fúngica. Afeta 
face, áreas perioculares, membros torácicos, pode ter alopecia, não tem prurido, secas, podem ser 
circunscritas (confundir com dermatofitose). Pododemodicose pode ocorrer (acompanhada de lesões 
bacterianas, tem dor e edema, e é tratado com pedilúvio). 
 
 Diagnóstico: - Raspado profundo da pele, devendo espremer para retirar os ácaros dos 
folículos, adicionar o clareador (hidróxido de K 10%) para observar os ácaros compridos, não devendo 
descartar a possibilidade se não encontrar; 
- Citologia de cerúmen nas otites externas; 
- Histopatologia: nos casos de sharpeis, por terem muita muscina, que deixa a 
derme muito espessa e dificulta a observação de ácaros nos raspados. 
 Tratamento: 
 Tosar o animal; 
 Melhorar manejo para aumentar imunidade: vermífugo, vacina, alimentação adequada; 
 Curar doenças concomitantes; 
 Castrar o animal: isso deve ser explicado aos proprietários, como também, que a doença é pra o 
resto da vida, não tem cura, e sempre que o animal sofrer situações estressantes, imunossupressivas as 
lesões tornam novamente; 
 SISTÊMICO: Antibiótico 30 dias (cefalexina) só se tiver piodermite junto; 
 TÓPICO: - Comedolítico a base de peróxido de Benzoíla 2,5% + Trat. Acaricida; 
 
 
11 
 
 - Xampu contendo clorexidine 2-3% caso tenha infecção bacteriana; 
 TRATAMENTO ACARICIDA: - Amitraz (triatox) cães: dilui 4 ml do produto em 1 litro de 
água; Dar 1 banho por semana / por 8 semanas (8 banhos), tem que deixar secar à sombra (pra não 
ocorrer vasodilatação e absorver a droga); Quando o animal tem infecção bacteriana secundária deve-
se dar o banho 2x por semana com xampu de clorexidine 3%, deixando agir por 20 minutos e 
enxaguando. Em seguida banha o animal com o triatox diluído 4ml/1L, e deixar o animal secar a 
sombra sem que ele lamba. Proprietário tem que usar luvas, não fumar; Não é indicado para animais 
com feridas na pele e infecções bacterianas; Em casos de intoxicação (midríase, salivação, tonturas, 
etc): IOIMBINA; 
Para lesão localizada: pode diluir o amitraz em óleo mineral 1ml:9ml, e fazer 1 aplicação de 3-
3 dias; aplicar a pomada ao redor dos olhos, mas antes deve-se aplicar EPITESAM pomada oftálmica 
antes para proteger a superfície do olho antes de aplicar (a base de cloranfenicol). 
Pododemodicose: pedilúvio com a diluição 4ml/1L de amitraz; 
 
- Ivermectina: Não usar junto com outro acaricida; Informar 
ao proprietário que é tóxico, se caso a fêmea emprenhar ela irá abortar, etc. 
Solução injetável: 0,3 -0,6 mg/kg/dia por 30 dias. Ou 0,04 ml/kg. A solução injetável é administrada 
por via oral (é muito amarga). 
Atenção: proibido em animais <2meses e cães das raças Collie, border collie, pastro de shetland, e 
mestiços da raça, pois é altamente tóxico e letal. Sinais de intoxicação: salivação, vômitos, midríase, 
fraqueza, ataxia: Antídoto: NEOSTIGMINA/FISOSTIGMINA; 
 
Só para o tratamento após 2 raspados negativos com intervalos de 15 dias. Por exemplo, deu os 
30 dias de tratamento, faz o 1º raspado, se der negativo, continua o tratamento por mais 15 dias, faz o 
2º raspado, se der negativo = PARA O TRATAMENTO; 
 
 OUTROS: - Moxidectina: (cydectin 1%) 0,04ml/kg VO a cada 3-3 dias por 5 meses. Mesmas 
limitações da ivermectina, misturar com água e açúcar para facilitar a ingestão. E só é permitido em 
animais maiores de 4 meses. 
- Milbemicina (milbemax): 1-2mg/kg/dia/VO; É mais caro e o tratamento é por 60 
dias; é indicado para collies e “derivados”. 
- Doramectina (0,06ml/kg/SC), Selemectina (Revolution) spot-on; Promeris; 
Imidacloprida; Frontline; 
 
 Prognóstico: - Localizado: resolve com a imunidade; 
 - Generalizado: reservado a ruim (quando aparece em adultos são secundárias à 
doenças graves, crônicas, etc). 
 
 Animais com demodicose Raspado profundo 
 
 
12 
 
Escabiose/sarna sarcóptica 
 
 DEMODEX vs SARCÓPTES 
Acomete os folículos Cavam túneis na epiderme 
Não é considerado transmissível Transmissível 
Não é pruriginosa Muito pruriginosa 
Acomete face, MT, periocular; Cotovelos, regiões de art., ventrais, axilas, 
inguinal, borda da orelha; 
Não zoonose; Zoonose; 
Alopecia por lesão nos folículos; Alopecia secundária a coceira; 
 Hiperqueratose, hiperpigmentação e lignificação 
nos casos crônicos. 
 Erupções, edema, eritema. 
 
Um sinal comum na escabiose é o REFLEXO OTOPEDAL: ao esfregar a orelha do animal ele 
meche a pata “coçando”. É sugestivo. 
 Diagnóstico diferencial: atopia, hipersensibilidade alimentar, queiletielose, sarna otodécica, 
dermatite por contato, malassézia. Todos coçam bastante. 
 
 Tratamento: Deve-se tratar os contactantes; 
 TÓPICO: Xampus antisseborreicos a base de enxofre; 
 SISTÊMICO: - Amitraz, na mesma diluição pra demodicose 4ml/1L por 4 semanas, enquanto 
na demodicose é 8 semanas. 
 - Ivermectina: mesma dose, 0,3-0,6mg/kg ou 0,04ml/kg. 7-7 dias por 1 mês. 
EXEMPLO: Animal de 5kg 
 [] 1% - 10mg/ml 
 5x0,4= 0,2ml 
 10 
 - Fipronil/frontline: 3ml/kg banhar todo o corpo 2x por semana (3 banhos). 
Pode usar em filhotes e cadelas prenhes. Pra adultos usa 5ml/kg/1mês. 
 
 Prognóstico: Prognóstico excelente; 
 
Lembrar que, neste caso, corticoide não funciona pra diminuir prurido; 
 
 
 
 
13 
 
Escabiose Felina 
 Altamente transmissível, pruriginosa, acomete qualquer idade, pode afetar coelhos, homem e 
cães também. 
 
 Agente etiológico: Notoedres cati. Altamente transmissível, pruriginosa, acomete qualquer 
idade, pode afetar coelhos, homem e cães também. 
 
 Locais mais acometidos: Face, pavilhões auriculares (externamente), Entre as escápulas; Pés e 
períneo; 
É uma sarna muito crostrosa, o animal coça demais, fere a pele. Se infeccionar forma crosta 
melicélica (amarelada) que coça mais. 
 
 Diagnóstico: - Raspado de pele profundo, para visualizar um ácaro arredondado. 
 
 Diagnóstico diferencial: sarna otodécica, atopia, queilitiela, complexo pênfigo (foliácio, afeta 
a parte da face). 
 
 Tratamento: 
 TÓPICO: - Banhos com xampu antisséptico a base de clorexidine 2%; dá o banho para retirar 
as crostas primeiro, seca o animal e depois passa o produto a base de enxofre sodado. 
 ACARICIDA: - Enxofre sodado 2-3% creme, pomada; aplica a cada 7 dias. 4-8 semanas. 
- Revolution: 1 aplicação 15-15 dias. 4 aplicações. Dá o banho com clorexidine 
2 x por semana, e aplica o revolution a cada 15 dias no dorso do animal. 
- Ivermectina e Amitraz podem ser usados, mas tem maiores riscos de intoxicar 
os gatos. 
 
 
Notoedres 
cati 
 
Queilitiela 
 
 
14 
 
Cheyletiella sp. É um ácaro grande de superfície que se move em cima do animal (da pele). 
Não é muito comum. É altamente contagiosa. 
Não precisa de raspado profundo para diagnosticar, pois ele fica nos pelos e descamações. 
 Diagnóstico: Põe a fita adesiva e sem corar observa em microscopia. 
 
 
 
HIPERSENSIBILIDADES CUTÂNEAS EM CÃES E 
GATOS 
 
Urticária E Angioedema 
São distúrbios cutâneos edematosos, ou seja, são áreas de pelos eriçadas. De todas as 
hipersensibilidades é a menos pruriginosa, podendo ter ou não prurido, e é uma doença que não tem 
predileção por idade, raça e sexo; 
 
 Etiopatogenia: ocorre a degranulação de mastócitos, liberando histamina e lesionando o tecido 
(hipersensibilidade tipo I e II). Os agentes causadores podem ser não-imunológicos (calor, luz solar, 
exercícios, estresse, fármacos) ou imunológicos (picadas de abelha e aranha, vacinação). 
 
Sinais clínicos: Há múltiplos vergões firmes, circunscritos e de tamanhos diferentes, sendo a 
única hipersensibilidade de prurido moderado. Pode haver angioedema: edema subcutâneo na região 
da face e membranas mucosas: lábios, bochechas e região periocular. 
 Diagnóstico: Histórico imunológico (picadas...) + dos sinais clínicos; 
 
 Tratamento: as lesões desaparecem espontaneamente em 24 horas, porém deve-se tratar; 
 Succionato sódico de prednisolona (5-10 mg/kg IV) e Prometazina (antihistaminico) IV, não 
devendo aplicar no subcutâneo devido deixar os pelos corados; 
 Epinefrina, caso o animal esteja dispnéico, para promover uma broncodilatação.; 
 Fluidoterapia. 
Dermatite Atópica Ou Atopia: 
É o distúrbio alérgico mais comum, sendo uma hipersensibilidade mediada pela Ig E e Ig G. 
Os locais mais afetados são a região inguinal, dentro do pavilhão auricular, axilas, entre os 
coxins principalmente torácicos (pododermatite por Malassezia). Com a intensa lambedura ocorre a 
mudança da cor do pelo devido a lactoferrina presente na saliva e lágrima. 
 
 
 
15 
 
 Etiopatogenia: os atópicos chegam a uma determinada idade (fatores genéticos), havendo o 
ressecamento da pele e diminuição da produção de ceramida, fazendo com que a pele perca água. Com 
a alteração da barreira, haverá a entrada de alérgenos (pólen, fungos do ar, pelos, resíduos de roupas e 
insetos, ácaros...) e de bactérias (Malassezia e Staphylocossus). Há eritrema, edema e prurido 
(diuturno: o dia todo). Com a cronicidade ocorre xerose (ressecamento), lignificação (sulcos da pele 
mais evidente) e hiperpigmentação. O animal pode reagir a toxinas de Staphylococcus e de Malassezia, 
alimentos (trofoalérgenos-ingere e reage) e ectoparasitas (saliva de pulgas e carrapatos). 
Obs.: As atopias podem ser sazonal (ocorre em determinada época do ano: pólen) ou não-sazonal (o 
animal sempre esta convivendo com ácaros, fungos domiciliares...). 
 
 Predisposição: Labrador, Shih tzu e Poodle, dos 4 meses aos 4 anos, geralmente. Sendo as 
fêmeas mais predispostas. 
 
 Sinais clínicos: prurido moderado a intenso, alguns espirram e tossem, eritema, escoriações, 
pápulas e crostas, otite externa recidivante, sinais de DAPP e hipersensibilidade alimentar. 
Obs.: Em felinos o prurido tem restrição apenas na face e pescoço, não havendo predisposição racial 
ou idade. Nessa espécie o diagnostico diferencial é a sarna notoédrica. 
 
 Tratamento: 
 TÓPICO: - Xampus hipoalergenicos, hidratantes e emoliente (p/ pele xerótica); 
- Xampu (p/ Malassezia e Staphylococcus); 
Esses banhos devem ser curtos e com agua fria, secador frio o só soprador, escovação vagarosa. Não 
deve usar o peroxido de benzoíla e sabão de côco, pois ressecam a pele. 
 SISTÊMICO: - Antifúngico (Itraconazol ou cetoconazol) ou antibiótico (cefalexina) por VO 
- Antihistaminico (Hidroxizine- 2 a 3mg/kg/8hs /vo) /corticosteroide 
(Prednisona- 0,5 a 1,0mg/kg/24hs/vo); 
- ômega 3 ou 6 (p/ tratar o prurido); 
- Vacinas (imunoterapia): necessita da dessensibilização para descobrir qual 
antígeno causa reação, fazendo assim uma vacina com aquele antígeno; 
- Terapia imunomoduladora: ciclosporina (5mg/kg/24hs/vo) que é um inibidor 
da calcineurina. 
 
Obs.: Corticoideterapia para danificar o menos possível as adrenais: 0,5 mg/Kg/ 12 hs/ 2-3 semanas  
0,5 mg/Kg/ dia sim dia não/ 15 dias  0,5 mg/Kg/ dia sim 2 dias não/ 15 dias  0,5 mg/Kg/ cd 3 dias/ 
resto da vida Ou 1 mg/Kg a cd 4 dias → menos efeitos colaterais. 
Dermatite Alérgica A Picada De Ectoparasitas (Dapp) 
 Predisposição: Pastor Alemão; Raramente acomete animais antes dos 6 meses; 
 
 Regiões mais acometidas: alopecia/rarefação pilosa na região lombossacra, dorso do pescoço, 
abdômen ventral, região perineal e no dorso da cauda. 
 
 Sinais clínicos: prurido, pápulo-crostas, eritrema, tonsura pilosa (pelo quebrado), seborreia, 
escoriações, hiperceratose/lignificação. 
 
 
16 
 
 Obs.: Em gatos as papulo-crostas são encontradas na parte dorsal de todo o corpo, pescoço e 
abdômen. 
 
 Diagnóstico: história, achados clínicos (rarefação pilosa na região lombossacra com pápulas e 
corstas), presença de pulgas ou suas sujidades e eosinofilia (em gatos). 
 
 Tratamento: 
 tratar a pulga no animal e no ambiente: - Nitempiram (Capstar®): 1mg/Kg, dosagem única/ 
pulgas adultas; 
- Lufenuron (Program®): 1 comprimido/mês – prevenção; 
- Selamectina (Revolution®): 1x/mês 
- Metaflumizona + Amitraz (Promeris®): 1x/mês 
- Fipronil (Frontline®): 1x/mês 
- Corticosteróide por curto período: controle do prurido. 
Hipersensibilidade Alimentar (Ha) 
 Etiologia: trofoalergenos => proteína de origem bovina, de origem de frango, do ovo, caseína e 
lactona e proteína de soja. Além de lipídios, carboidratos e aditivos. 
 
 Predisposição: animais filhotes (de 0 a 1 ano), verminoses intensas, desmames precoce. 
Poodle, Lhasa apso, Shih tzu, raças puras. 
 
 Sinais cínicos: dermatológicos, gastroentéricos e neurológicos. Sinais dermatológicos são : 
prurido moderado a intenso não sazonal, eritrema, escoriações, pápulas e placas, hiperceratose e/ou 
lignificação (mesmos sinais de atopias). A Malassezia toma proveito, pois as regiões também são 
úmidas. 
 
 Diagnostico diferencial: animais que tem alta freq. de evacuação, hematoquesia/colite. 
 
 Diagnóstico/tratamento: o diagnostico é terapêutico (responde ao tratamento), faz exclusão 
dietética, escolhe uma proteína e carboidrato que o animal nunca comeu (durante 8 semanas); faz um 
desafio dietético: faz 24 hs de jejum, deixa o animal bebendo apenas água, usa um laxante (lactulona) 
para eliminar o resto da outra alimentação e finalmente utiliza uma dieta caseira ou ração proteína 
hidrolisada. Na dieta caseira usa-se: arroz integral ou batata, fonte proteica que o animal não tenha 
entrado em contato (cordeiro ou peixe), óleo de canola e/ou semente de girassol e água mineral 
(durante 8 semanas). No retorno, caso o prurido não tenha melhorado (após 15 dias) usa-se um 
corticoide por cindo dias. Após 30 dias, se o prurido não melhorou, deve-se pensar em atopia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OTORRINOLARINGOLOGIA VETERINÁRIA / (conduto auditivo e oftamologia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
APARELHO AUDITIVO 
 
- Orelha externa: pavilhão auricular, meato acústico externo (contudo auditivo vertical e horizontal); 
- Orelha média: martelo, estribo e estapédio, membrana timpânica, tuba auditiva, bulha timpânica. O 
nervo facial passa perto na orelha média, e quando há edema na orelha média pode afetar esse nervo e 
desencadear a síndrome de Horner (queda da pálpebra, orelha, etc). 
- Orelha interna: Cóclea, vestíbulo, n. vestibulococlear (equilíbrio e audição). 
 
- Otoscopia: otoscópio veterinário com os “cones” mais longos; visualizar a membrana timpânica, a 
pars flácida (transparente) e a pars tensa (parte do martelo- cor branca). 
Uma das funções de observar se há essa lesão é na hora de utilizar medicamentos ototóxicos ou não, 
tendo cuidado para não piorar o quadro (lesa o N. vestibulococlear), o Zelotril à base de enrofloxacino, 
que é bem menos ototóxico. 
Otite Externa 
Comum em cães e nem tão comum em gatos; 
 
 Sinais Clínicos: Canal edemaciado, estreitamento do conduto, eritema, dor, calor, secreção que 
varia de acordo com o agente etiológico (se bem que não pode ser levado ao pé da letra – não levar só 
a cor em consideração). Meneios cefálicos (de cabeça), dor (otalgia) ao mexer ou mastigar (sons de 
dor), prurido até ferir, eritema, linfoadenomegalia, secreção (otorréia) com odor característico, 
otohematoma pode acontecer devido aos meneios de cabeça, pode ter febre, hipertrofia de pavilhão 
(mais de 30 dias), dizem que úlceras na parede do pavilhão são causadas por gram (-). 
 
 Fatores predisponentes da otite: 
- São aqueles que alteram o microclima da orelha; 
-Conformação anatômica da pina, caída/pendular (Cocker, shit tzu, basset, etc); 
- Umidade excessiva (cães que nadam, banhos mal dados); 
- Produção excessiva de cerúmen (animais com seborreia); 
- Tratamento inadequado (costume de limpar com cotonetes, pinças, etc); 
- Doenças obstrutivas auriculares: adenomas, adenocarcinomas, pólipos (gatos); 
- Outras doenças sistêmica que provocam imunossupressão; 
 
 Fatores primários que provocam otite externa:- Demodex; otodex; atopia (HÁ, DAPP..); 
- Seborreias, hipotireoidismo; 
- Cinomose (baixa da imunidade); 
 - Corpos estranhos (algodão esquecido); 
 
 Fatores perpetuantes que impedem a resolução da melhora? Bactérias (staphylococcus); 
malassézia, alterações que levam a estenose do canal auricular (otites crônicas) o que dificulta a 
resolução do problema por deixar o canal abafado; 
 
 
19 
 
 
Portanto, deve-se sempre buscar a causa primária da doença. 
 
Ao fazer citologia pode-se classificar o tipo de otite externa (mas só em diagnosticar otite 
externa já é um diagnóstico aceitável, pois as medicações geralmente pegam “todos” os agentes 
etiológicos – fungos, bactérias, parasitas, etc.). 
 
Otite Externa Bacteriana 
Deve-se descobrir qual a causa primária da doença (bactérias causam secundariamente); 
 Tratamento: 21 DIAS NO MÍNIMO. 
 TÓPICO: - Lavagem se tiver muita secreção: Solução de PVPI degermante diluído em solução 
fisiológica: 10:100 (10 ml de PVPI + 100ml de soro); Igarssan também pode ser usado; 5ml/100ml de 
soro; 
 - N_acetilcisteína (flomucil) também pode ser usado pra lavagem; 
 - Antibióticos tópicos: pomadas otológicas a base de gentamicina, cloranfenicol, 
neomicina; veterinárias. 
 SISTÊMICO: Amoxicilina + ác. Clauvulânico, enrofloxacino. Atb sistêmico demora pra 
responder ao tratamento tópico, no retorno não é observado melhora. 
 
OBS.: quando o tópico + sistêmico não funciona deve-se pedir cultura com antibiograma. 
 
Otite Fúngica 
Causada geralmente pela malassézia, geralmente a secreção é mais enegrecida com 
hiperpigmentação (condutos arroxeados- vermelho puxado pro roxo), prurido na orelha, hipertrofia dos 
canais auditivos, e as vezes está acometendo outras regiões do corpo. 
 
 Tratamento: no mínimo 21 dias 
 Ceruminolítico (cerumin, epiotic, vetriderm), 1x ao dia, 1-2 horas antes da pomada com 
antifúngico, por 5-10 dias de tratamento. 
 TÓPICO (antifúngico): otoguard - cetoconazol, lidocaína, tobramicina, dexametazona; usar 2x 
por dia; 
 SISTÊMICO: itraconazol (5-10mg/kg junto à refeição) ou cetoconazol; 
Outros exemplos: otogem, otoden, auritop; 
 
PULSOTERAPIA COM ITRACONAZOL NOS CASOS RECIDIVANTES PODE SER UMA 
ESCOLHA; 
 
 
20 
 
 
 Pavilhão Arroxeado; 
Otite Parasitária 
Otodectes; ocorre mais em gatos que em cães, sarna pruriginosa, exsudato ceruminoso 
enegrecido com aspecto mais seco que a malassézia, região inguinal pode ter prurido (o gato passa a 
pata na orelha, lambe-a e em seguida lambe outras partes do corpo, disseminando o ácaro). Às vezes 
são observados a olho nu ou com otoscópio. 
 
 Tratamento: 
 Ceruminolítico usar 2 horas antes do antiparasitário, por até 10 dias; 
 ANTIPARASITÁRIO: Natalene (acaricida, antifúngico, neomicina, dexametasona) da virbac, 
2x ao dia; 
 PODEM ser usados para auxiliar: - Selamectina tópica (revolution) aplicar umas gotas dentro 
do ouvido do animal, 2 aplicações com intervalos de 15 dias entre ela, ou aplicar no dorso mesmo 
(como é de costume). 
 - Ivermectina: 0,1-0,15 ml, aplicar 3x com intervalos de 
15 dias; 
 SISTÊMICO: só se tiver afecção em outro local do corpo. Usa a ivermectina já citada no 
resumo das sarnas; 
Otite Ceruminosa 
Cães e gatos são acometidos, sem agente etiológico infeccioso. Precisa ser tratada para que os 
agente infecciosos não proliferem. Ocorre devido a doenças hormonais, distúrbios de queratinização e 
glandulares. 
 
 Tratamento: Lavar o conduto com xampu antisseborréico, ou Povidine degermante, ou 
ceruminolítico; 
Otite Estenosante 
Otites crônicas que levam a estenose do conduto, neoplasias, etc. 
Hipersensibilidade alimentar, atopia, seborreia, são causas que propiciam à otite secundária. 
 
 
 
21 
 
 Tratamento: é a cirurgia de ablação do conduto; 
Gatos: pólipos 
Se for por neoplasias: biópsia; 
Otite Média 
É mais difícil de acontecer, geralmente quando se trata de uma otite externa por uns 2 meses e 
não se tem melhoras ( a média não deixa a externa sarar). 
 Síndrome de Horner: - Pitose de orelha 
- Pitose de lábio; 
- Não consegue piscar, reflexo palpebral ausente (pitose da pálpebra); 
- Miose; 
- Inclinação de cabeça (head tilt) indica dor e desconforto; 
- Protusão de 3ª pálpebra; 
 
 Diagnóstico: - Raio X rostro-caudal com a boca aberta o cão, e o gato pode ser de boca 
fechada; 
 
 SÍNDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA: Acomete orelha média e/ou orelha interna: 
inclinação de cabeça, queda e rotação para o lado acometido; nistágmo horizontal ou rotatório; Estado 
mental e consciência estão normais. 
 
 SÍNDROME VESTIBULAR CENTRAL: só faz nistágmo quando se mexe no animal, ao 
mudar ele de posição ele faz nistágmo “posicional” para o lado contrário. Acometimento do tronco 
cerebral (mesencéfalo, ponte e bulbo). 
Vai ter sinais de queda, rotação igual na periférica, os testes de reação postural vão estar 
alterados, então pode-se chamar de SÍNDROME VESTIBULAR CENTRAL. 
 
OBS: ANESTESIAR O ANIMAL ANTES DE PROCEDIMENTOS DOLOROSOS: LAVAGEM 
OTOLÓGICA, BIÓPSIA, OTOSCOPIA; 
 
 
OFTALMOLOGIA 
Quando falamos em oftalmo, não lembramos apenas do globo ocular. Existem os anexos 
oculares que são importantes para a manutenção da saúde ocular, sendo eles: as pálpebras, os cílios, a 
terceira pálpebra - onde temos uma glândula lagrimal (tem bastante problema), conjuntiva e filme 
lagrimal. 
 
 
 
22 
 
AFECÇÕES DAS PÁLPEBRAS 
 Quais são as funções da pálpebra?- Protegem e impedem luminosidade excessiva; 
 - Espalham o filme lacrimal por toda a superfície ocular; 
 - Removem sujidades para o canto medial 
- Facilitam a drenagem da lágrima pelo aparelho lacrimal 
A principal função é a de lubrificar as superfícies. Os animais precisam de uma córnea 
transparente, irrigada e limpa, função exercida pela pálpebra. Quando o animal tem uma doença de 
pálpebra, a córnea fica afetada. 
As pálpebras são constituídas por: Pele (+ fina do corpo e rica em mastócitos), Músculo e 
tecido conectivo frouxo, Lâmina tarsal ou tarso (contém as gls. tarsais) e pela conjuntiva palpebral 
(contém as gls. caliciformes). 
A glândula tarsal é uma glândula grande, que apresenta saída em pontos brancos por dentro da 
pálpebra. E nela tem grandes secreções sebáceas, que vão ajudar a formar o filme lacrimal. 
As principais afecções que acometem as pálpebras são : coloboma palpebral, anquilobléfaro, 
entrópio, ectrópio, blefarite, calázio e hordéolo. 
Coloboma palpebral 
 A palavra “coloboma” significa ausência. Sendo assim, coloboma palpebral significa ausência 
ou agenesia de pálpebra. 
 
 Acontece mais em gatos. É uma condição genética, hereditária. Pode acontecer em um dos 
olhos, ou em ambos. O gato nasce sem uma parte da pálpebra, geralmente é a parte superior lateral, e 
precisa-se fazer uma plástica pra corrigir esse defeito. 
 
 Uma vez que sem a pálpebra exercendo a sua função, a córnea passa a sofrer com o 
ressecamento, e o animal deixa de enxergar. 
 A consequência dessa exposição leva a uma ceratite (inflamação da córnea). O tratamento seria 
uma blefaroplastia (plástica palpebral), que pode ser feita esperando até os 7-8 meses, apenas 
lubrificando até então, e depois fazer a cirurgia. 
 
 
 
23 
 
 Uma das técnicas feita da seguinte forma: o defeito é consertado através de uma incisão, 
retirando o fragmento e fazendo uma espécie de triangulo de pele e juntando o outropedaço de pele ao 
espaço de fragmento retirado. A técnica é de deslizamento. A função dessa pálpebra não será a mesma, 
mas protegerá a córnea da mesma forma. A sutura da conjuntiva é feita com fio absorvível, e da 
conjuntiva é feita com inabsorvível. 
Anquilobléfaro 
 É uma falha na abertura da fissura palpebral, que deveria ocorrer após 10-14 dias de idade. Os 
filhotes nascem com os olhos fechados, e com aproximadamente 14 dias os olhos começam a abrir. As 
vezes quando isso não ocorre, nós temos um problema: começa a ter infecção embaixo dessas 
pálpebras fechadas, e essa infecção vai ficar em cima da córnea. 
É um problema incomum, bilateral, e atinge felinos e cães. Em alguns casos, pode haver 
associação com conjuntivite, e nesse caso chama-se oftalmia neonatal. Porém o problema primário 
foi o anquilobléfaro. Pode levar até a perda de visão, se não for tratado. 
 Tratamento: 
 Massagem delicada ou distensão mecânica com pinça (mosquito); 
 Pomada ou colírio antibiótico (cloranfenicol – Epitezan®; tobramicina pomada ou colírio – 
Tobrex®; terramicina; dentre outros, de 3 a 4 vezes ao dia por tempo determinado pelo veterinário – as 
vezes até 2 ou 3 dias já resolve). 
 
Tumor palpebral 
 Em cães geralmente é benigno, mas é importante que seja feita citopatologia. Geralmente a 
maioria é adenoma sebáceo, um adenoma da glândula tarsal. O tratamento é basicamente a retirada se 
tiver atrapalhando o abrir e fechar dos olhos ou tocando na córnea na hora que o animal pisca. Quando 
é um tumor pequeno, que não apresenta risco, ou quando o animal já é idoso, é preferível que deixe o 
tumor como esta, desde que ele não cresça muito nem atrapalhe o animal. A técnica de retirada vai 
depender da localização e do tamanho do tumor, sempre respeitando a anatomia – lembrando que a 
pálpebra precisa está sempre se movimentando e exercendo a função dela. 
 Em felinos, o tumor mais importante é o carcinoma de células escamosas. Comum em gatos de 
pele clara. Um tumor maligno que precisa de associação de blefaroplastia + criocirurgia + 
quimioterapia, unindo oftalmologia á oncologia. Em alguns casos não é possível fazer blefaroplastia. 
Entrópio 
 
 
24 
 
Trata-se da inversão da margem palpebral. Há uma falha na musculatura das pálpebras e ela inverte 
para dentro e fica tocando a córnea. Os pelos da face e os cílios ficam todos virados para dentro, 
levando a ulcera de córnea. 
 Predisposição: cães da raça Shar pei já nascem um entrópio, precisando de uma intervenção 
não cirúrgica (técnica do pregueamento temporario) até que eles atinjam 2 a 3 meses para que então 
possa-se fazer uma blefaroplastia. Outras raças são: Bulldog inglês, São Bernardo, Cocker, Rottweiler, 
SRDs. E as de gatos: Persa. Geralmente são hereditários. 
 
 Etiologia: Existe uma diferença/falha de tensão entre os músculos palpebrais. O musculo não 
tem uma tensão adequada e as vezes o globo ocular é menor e daí a pálpebra acaba se virando por essa 
diferença de tensão muscular. O entrópio pode ser também adquirido: o animal, quando sente muita 
dor por causa de uma ulcera, acaba fazendo uma tensão com os músculos palpebrais. Existe também o 
cicatricial, proveniente de alguma laceração palpebral, alguma cicatriz de cirurgia palpebral. Existe 
também o entrópio de animais idosos, onde eles perdem a inervação da pálpebra e essa pálpebra acaba 
invertendo por falta de inervação, chamado de entrópio atônico. Sempre que fizermos um diagnostico 
de entrópio, mesmo que o cachorro seja muito bravo, seria importante que não usasse sedativos, 
porque o sedativo vai relaxar a pálpebra e aí aquele entrópio se desfaz. Nem sempre consegue-se 
quantificar e qualificar o quanto que está invertido. 
 Se tivermos pelos palpebrais e faciais tocando a córnea, vai levar à uma irritação da córnea. Ou 
seja, um animal com entropio vai está sempre com epífora – lacrimejamento excessivo e 
blefarospasmo – fechamento da pálpebra, enoftalmia – retração ocular, ulcera de córnea e secreção 
mucopurulenta. 
 Tratamento: vai depender de que raça e espécie, da severidade, da idade e da posição do 
entrópio. É importante ter cuidado na hora da remoção do excesso de pele que tá provocando a 
inversão da pálpebra para não criar o inverso, que é o ectrópio – exposição de pálpebra. É preferível 
que se faça dois procedimentos pequenos do que um só exagerado, podendo provocar outros 
problemas. 
 Algumas técnicas utilizadas são: o pregueamento temporário (usado em filhotes de shar pei), a 
blefaroplastia com trépano (punsh), a técnica do pinçamento e Roth Celsius (retira fragmento que está 
em excesso, e sutura). 
Toda correção cirúrgica de pálpebra chama-se blefaroplastia. 
Ectrópio 
 É o contrário de entrópio. A inversão é para fora. Tem exposição de conjuntiva e de córnea. 
Raramente precisa-se corrigir um ectrópio, as vezes ele é padrão de raça, como o Basset, o Cocker, o 
Fila Brasileiro... Esse padrão de raça só é retirado quando a córnea está sofrendo, quando tem uma 
ceratite de exposição e a córnea está sofrendo. 
 Pode ser bilateral, congênito e hereditário, ou Adquirido de uma cirurgia mal feita de ectrópio. 
 Então, as complicações de um olho muito exposto é uma córnea ressecada, ceratite de 
exposição, olho vermelho, com secreção. E a córnea vai passar a sofrer, vasos vão começar a ser 
 
 
25 
 
formados em cima dela (neovascularização) levando pigmentos e começa a pigmentar a córnea (que 
deve ser transparente). 
 A blefaroplastia no ectrópio não é indicada quando é apenas padrão de raça. Quando o ectrópio 
é severo, levando a complicações é que se faz intervenção cirúrgica – blefaroplastia, tirando 
fragmentos de pele e suturando verticalmente, para fechar a parte que tá exposta. Uma técnica utilizada 
é a Blefaroplastia de Kuhnt-Szymanowski e a do V-Y (sutura as bordas do triangulo e a ultima sutura é 
que move para cima). 
Blefarite 
 É uma inflamação das pálpebras. Existem várias causas de inflamação de pálpebra, dentre elas 
as sarnas demodecica, reação de hipersensibilidade (cães atópicos que coçam muito), doença 
imunomediada, trauma, infecção. Nesses casos deve-se tratar a causa primária junto com a blefarite. 
Existem 3 tipos de blefarite, que dependendo do tamanho dela, leva um nome: 
- Meibomianite = inflamação /infecção de várias gls. tarsais. Acontece mais em filhotes e adultos 
imunodeprimidos. Staphilococcus sp. 
- Calázio = inflamação estéril (sem infecção) de uma glândula tarsal, de Moll ou de Zeis. Obstrução 
ducto. Indolor. 
- Hordéolo = Abscesso de uma ou + gls sebáceas. Tarsais = hordéolo interno. Moll ou Zeis = hordéolo 
externo. Doloroso. 
 Os sinais clínicos são: Eritema e edema das margens palpebrais, prurido, alopecia, quemose e 
congestão conjuntival 
 Tratamento: 
 Remoção da causa; 
 Limpeza; 
 A ntiiflamatorios (que podem ser corticosteroides ou não), colírios que tenham corticoide – 
pomada ou colírio (Maxtrol® – dexametasona e gentamicina; Maxdex® – só dexametasona; Pred 
Fort® – prednisolona), de três a quatro vezes ao dia. 
 Antibióticos quando necessário, associado ao colírio ou pamoda ou os dois juntos. Para o 
calázio ou hordéolo faz drenagem por serem maiores. 
 
AFECÇÕES DOS CÍLIOS 
 Distiquíase: Cílios emergem das glândulas tarsais e atingem a Córnea, fazendo uma ulcera de 
cornea. Pode acontecer na pálpebra superior ou inferior. Raças mais cometidas são: pequinês, Cocker, 
Bulldog, Dachshund, Collie. O tratamento é baseado em: microcrioepilação (congelamento por óxido 
nitroso), eletroepilação (corrente elétrica por 20”) ou epilação mecânica com pinça. 
 
 
26 
 
 
 Triquíase: Cílios localizados normalmente MAS direcionados para a córnea. Pode ocorrer 
devido: pregas nasais, coloboma palpebral, hereditária (Cocker, Shar pei, Chow chow). Acontece em 
Cocker idoso devido a ptose das pálpebras superiores. Tratamento: Técnica de Stades - incisão paralela 
a 0,5mm da margem palpebral,em seguida faz um flap de pele em “sobrancelha de palhaço” (através 
de uma incisão no tarso, destruindo as glândulas tarsais evitando que nasça novos cílios nela), e então 
faz a sutura da borda dorsal a 5mm da margem palpebral, deixando uma porção aberta da ferida e 
esperando a cicatrização por 2ª intenção. 
 
 Cílio ectópico: Cílio adicional originado da glândula tarsal que emerge através da conjuntiva 
palpebral e atinge a córnea. E é preciso everter a conjuntiva para vê-lo. 
 Os sinais clínicos são os mesmo para todas as afecções dos cílios: lacrimejamento, 
blefarospasmos, ceratite superficial, ulcera corneal e secreção. 
Protrusão de glândula de terceira pálpebra (Cherry eye) 
É muito comum ver veterinários fazendo procedimentos errados quando há essa protrusão de 3ª 
Pálpebra. A glândula lacrimal presente na terceira pálpebra é responsável por produzir 40% da 
lágrima, e o restante é produzido pela glândula lacrimal principal presente na periórbita. 
 
O cherry eye ocorre devido a uma hiperplasia e hipertrofia das células da glândula, devido a 
uma reação de hipersensibilidade. Quando filhotes recebem vacina ocorre uma reação para produção 
de anticorpos e por ter sítios linfoides na terceira pálpebra ocorre essa reação da glândula que 
hipertrofia, hiperplasia e protrai, sai da sua posição natural e acaba emergindo, ficando à mostra, 
tornando-se inflamada e edemaciada (por isso o nome Cherry eye). Então é comum em filhotes em 
idade de vacinação (mas não é comprovado). 
 
 Causas que levam à Protrusão de 3ª PP: 
- Afrouxamento do ligamento entre a glândula e a cartilagem da periórbita; 
 
Como geralmente é em cães jovens em período de vacinação, acredita-se que tem um 
envolvimento de reação imunológica devido a esse estímulo vacinal (sítios linfóides na 3ª pálpebra), 
mas pode ocorrer em animais mais velhos sem estarem em períodos vacinais; Pode ser Unilateral ou 
Bilateral, quando o animal tem unilateral e tá no período de vacinação, espera terminar a vacinação 
para ver se o outro olho vai ser acometido e já opera os dois. 
 
Um erro muito grande cometido pelos veterinários é de remover essa glândula hipertrofiada, e 
por ser responsável por 40% da produção de lágrima, ao longo do tempo pode ter uma lesão de córnea. 
 Predisposição: Beagle, Cocker, Poodle, Bull Dog, mas também SRD´s. 
 
 Diagnóstico: Inspeção clínica. 
 
 
 
27 
 
 Tratamentos: Não tem tratamento clínico, e sim cirúrgico. Existem duas técnicas muito 
utilizadas são a Técnica da bolsa conjuntival (Sepultamento através da conjuntiva bulbar ou técnica de 
Morgan) e Técnica de Ancoramento no periósteo; 
 Técnica de Morgan: Anestesia o animal, expõe a face interna da 3ª pálpebra, realizando duas 
incisões, uma contornando a pálpebra próximo ao olho (mais interna) e outra mais externa, 
divulsionando e abrindo uma bolsa. Faz uma sutura em ponto contínuo nas duas bordas (4 ou 5-0, fio 
absorvível), voltando fazendo o cushing (invaginante) para o fio não ficar irritando a córnea, com isso 
sepulta a glândula dentro da bolsa; 
 A técnica de ancoramento no periósteo, como o nome já diz, fixa a glândula no periósteo do 
arco zigomático. 
 
 Cuidados no pós-operatório: No pós-cirúrgico o animal pode ter uma produção de secreção 
aumentada. Os cuidados básicos que devem ser tomados são: 
- Colar elisabetano; 
- Pomada antibiótica (epitesam-cloranfenicol, ou tobramicina), se for pomada usa 2-3x por dia, e o 
colírio bem mais (5-6 vezes). Passa por cima do olho e ao piscar o antibiótico atinge a 3ª pálpebra. 
- Antiinflamatório Sistêmico: meloxican ou cetoprofeno por 3 dias; 
 
Não faz anti-inflamatório tópico por retardar a cicatrização cirúrgica do local, nem faz 
antibiótico sistêmico. 
 
Ceratoconjuntivite Seca (CCS) 
É uma afecção em que as glândulas lacrimais vão deixando de produzir a camada aquosa do 
filme lacrimal. 
 
 Filme lacrimal 
 
As camadas da lagrima são: 
- Lipídica: é produzida pelas glândulas Tarsais ou de Meibomian, serve para evitar a evaporação da 
porção aquosa do filme lacrimal. 
- Aquosa: é produzida pelas glândulas lacrimais da 3ª pálpebra e da periórbita, serve para lubrificação 
da córnea. 
- Muco: células caliciformes da conjuntiva palpebral e bulbar (que está em cima da esclera), serve para 
dá adesão à superfície da córnea. 
 
 
28 
 
 
Na CCS, deixa de ser produzida pelas gdls lacrimais da 3º pálpebra e da periórbita a camada 
aquosa, mas as demais continuam a serem produzidas, por isso, o sinal clínico clássico o aumento da 
secreção ocular (camada lipídica e de mucina/muco), e não é mucopurulenta, como muitos veterinários 
costumar “diagnosticar”, chegando a passar antibióticos sem necessidade. O animal melhora com o 
colírio receitado por conta que está lubrificando o olho, mas não pelo ATB, mas quando para o 
tratamento, volta tudo novamente. 
 
 Predisposição: Cockers idosos, Yorks (acima de 4-5 anos), braquicefálicos (pug, bulldog 
inglês, etc). 
 
 Principais causas de CCS, o que leva às glândulas deixarem de produzir a porção aquosa 
do filme lacrimal? 
- 80% dos casos ocorrem devido a um distúrbio autoimune, as células de defesa começam a atacar as 
células da glândula lacrimal. O Cocker ao atingir determinada idade inicia esse processo degenerativo, 
é hereditário. 
- A remoção da glândula lacrimal da 3ª pálpebra quando ocorre a protrusão (cherry eye), iatrogênica. 
- Aplasia e hipoplasia das glândulas lacrimais (congênita); 
- Doenças sistêmicas: cinomose, o vírus tem predisposição/tropismo pelas glândulas e acaba 
destruindo-as. 
- Herpesvirus tipo 1 em gatos com rinotraqueíte. 
- Traumas de Nervos que inervam essas glândulas; 
 
 Sinais Clínicos: Como a córnea depende muito da lubrificação desse filme lacrimal, ela 
começa a sofrer, fica edemaciada, deixando de ser transparente e ficando opaca, a conjuntiva vai 
mandando vasos para córnea (neovascularização), que com o tempo vão levando melanina para córnea 
ocorrendo uma pigmentação corneal (melanose corneal) e o animal vai perdendo a visão por conta da 
presença desse pigmento na córnea. A córnea ressecada pode ter uma úlcera, e trazer complicações 
maiores. 
Córnea e conjuntiva sem brilho, excesso de secreção “mucopurulenta” (mas não é pus, e sim a 
camada lipídica e muco), neovascularização, edema de córnea (olho azulado), melanose corneal e 
úlcera de córnea, que se não for tratada pode perfurar. 
 
 Diagnóstico: - Inspeção dos sinais clínicos; 
 - Teste da lágrima e Schirmer (após um minuto da fita no saco conjuntival 
inferior, > 15mm ideal; 10-15mm suspeitos de CCS; <10mm é CCS). 
 
 Tratamento: 
 IMUNOMODULADOR, já que 80% dos casos são imunomediados: 
- Ciclosporina A tópica; Optimune®= contém ciclosporina 0,2% e é pomada veterinária, é uma 
medicação pra o resto da vida, e cada frasco custa R$ 110,00. Pode ser colírio de ciclosporina a 1-2% 
em um frasco de 5ml, usando BID inicialmente e depois SID até que a produção de lágrima se 
estabilize, partindo para dias alternados para o resto a vida. 
OU 
 
 
29 
 
- Tacrolimus (mais barato e efeito tão bom quanto a ciclosporina)= 0,03% colírio (R$ 30,00), vendido 
na “farmácia dose certa” de manipulação. 
Esses colírios estimulam a produção lacrimal e diminui a inflamação ocular, inibe células LT. 
Às vezes quando não se tem úlcera de Córnea usa o colírio antiinflamatóio por uns 15 dias, pra 
reduzir o edema: 
 Diclofenaco colírio: 3-4x dia por 15 dias; 
Se tiver úlcera e córnea por CCS utiliza-se antibióticos (vide úlceras de córnea); 
 SUBSTITUTO DE LÁGRIMA: é usado inicialmente até a ciclosporina ou tacrolimus começar 
a fazer efeito, que dura uns 20 dias: - Lacrimaplus, viscortears, tem vários; OU 
- Soro sanguíneo do próprio animal ou de cavalo para 
hidratar a córnea; 
 
Se nada der certo, existe uma cirurgia chamada de “Transposição do ducto parotídico”. O ducto 
da glândulaparótida é transferido para conjuntiva inferior, e a saliva acaba lubrificando a córnea, não 
sendo muito eficaz, mas é a única alternativa (cirurgia difícil). 
 
AFECÇÕES DE CÓRNEA 
 
 
As camadas são sobrepostas umas sobre as outras para conferir uma transparência à córnea. O 
filme lacrimal se encontra acima do epitélio corneal, o estroma é composto de alta quantidade de 
colágeno disposto em fibras juntas e paralelas. A membrana de Descemet é elástica. O endotélio 
corneal é muito fino e se for lesado não regenera mais (é responsável pela troca entre o humor aquoso 
e a córnea, ou seja, o humor aquoso manda os nutrientes para córnea e a córnea os metabólitos). 
 
 O que são úlcera de córnea? É a perda das camadas da córnea. Uma úlcera superficial pode 
evoluir rapidamente para uma profunda se não tratada, pois as bactérias presentes aprofundam a úlcera 
(degradam o colágeno do estroma) até a membrana de Descemet, ocorre o vazamento de humor 
aquoso (diminuição de câmara anterior), desencadeando um prolapso de íris (se adere a córnea pra 
tentar impedir extravasamento de humor aquoso). 
 
 Como são classificadas as úlceras? A úlcera é classificada de acordo com a profundidade, e 
cada classificação recebe um tratamento diferenciado. A fluoresceína tem afinidade pelas fibras 
colágenas do estroma. 
 
 
30 
 
- Superficial: só o epitélio é perdido deixando o estroma à mostra, corando de verde forte 
(fluoresceína); 
- Profunda: até o estroma profundo é perdido, corando-se de um verde amarelado; 
- Descemetocele: quando a úlcera é tão profunda que a camada de descemet por ser elástica se desloca 
até a “superfície” da úlcera para tentar tapá-la. Quando chega nesse estágio o olho está prestes a ser 
perfurado e ter perda de visão. 
- Perfuração corneal: rompe a descemet e ocorre prolapso de íris pra tentar tapar a lesão. 
- Úlcera indolente; 
- Úlcera de córnea por liquefação corneal (Melting): ocorre quando bactérias patogênicas atacam a 
córnea, e através de suas enzimas acabam degradando-a, digerindo-a, deixando a córnea liquefeita 
(derretimento). 
 
 Quais são as principais causas de úlcera de córnea? 
- Traumas físicos; agentes químicos irritantes; fungos bactérias, etc. 
- Distrofias: úlcera indolente; 
- Anormalidades palpebrais: entrópio, neoplasias, inflamações; 
- Anormalidades de cílios e pelos: cílio ectópico, distiquíase, e triquíase; 
- Anormalidades no filme lacrimal: CCS; 
 
 Sinais Clínicos de um animal com úcera: - Dor (a córnea é altamente inervada), e por isso 
apresenta blefaroespasmo (querendo fechar o olho acometido), conjuntiva congesta, epífora, animal 
mexendo com a pata (tudo sinais de dor). Enoftalmia (o músculo retrator do bulbo ocular devido à dor 
retrai o olho), miose, as fibras nervosas que inervam a córnea são as mesmas que inervam a íris e 
corpo ciliar, toda vez que tem úlcera e estímulo doloroso na córnea, vai ocorrer uma uveíte reflexa (Iris 
faz parte da úvea) e a íris acaba contraindo fechando a pupila. 
Fotofobia por dor. 
 
Úlcera indolente 
É hereditário, e o animal tem uma deficiência na camada basal de células do epitélio corneal. 
Não consegue se aderir ao estroma, ocorrendo o desprendimento do epitélio. Ela é tratável, mas 
sempre tem recidiva. Começa a pensar em indolente quando começa a se tratar uma úlcera superficial 
normal e em 5 dias ela não cicatriza, então quando se trata por mais de 10 dias e tem desprendimento 
do epitélio, o tratamento muda completamente. 
 
1. Úlcera indolente com perda do epitélio corneal e exposição do estroma; 2. O corante se espalha por além das 
margens da úlcera (por baixo do epitélio); 
 
 
 
31 
 
 Predisposição: boxer é a raça mais predisposta; 
 
 Diagnóstico: A severidade da dor está intimamente relacionada com o grau de lesão à córnea, 
as superficiais doem mais que as profundas. 
- Inspeção (visual); 
- Teste da fluoresceína, em bastão ou colírio; 
- Com o auxílio de uma lupa e lanterna; 
Obs.: a desvantagem do colírio de fluoresceína é que para quem não utiliza muito, ele tende a ser 
facilmente meio de cultura pra bactérias (pseudomonas). Quando a fluoresceína sai pelos ductos 
nasolacrimais é teste de Jones Positivo. 
 
 Tratamento: Tem que descobrir a causa da úlcera. Se o proprietário não falar que viu seu 
animal brigando, que recebeu algum trauma, deve-se pesquisar uma causa do próprio animal: 
Procurando cílios ectópicos (escondidos), triquíase, distiquíase, faz o teste de Schirmer pra ver se tem 
CCS, etc. 
Superficial: só a superficial recebe tratamento clínico, as demais são cirúrgicos: 
 Colar elisabetano; 
 Colírio antibiótico de amplo espectro: 4-5x dia por 5-7 dias; ciprofloxacino (ciprovet), 
tobramicina, cloranfenicol, neomicina. As pomadas são melhores por permitir poucas aplicações por 
dia, principalmente antes de dormir, pois protege a noite inteira. 
 Atropina: é midriático, e cicloplégico, ou seja, ela “paralisa” o corpo ciliar que deixa de 
contrair em reflexo da dor na córnea, com isso o animal para de sentir dor. Tropicamida também é 
cicloplégico. Usar 1x dia no máximo por 3-5 dias. 
 NUNCA UTILIZE CORTICÓIDE EM ÚLCERA DE CÓRNEA: Predispõe a ação das 
enzimas bacterianas reduzindo a cicatrização. Não é recomendável usar antinflamatório tópico. 
 Soro sanguíneo: Colhe 20 ml de sangue de cavalo, e separa o soro. Compra o colírio de 
lácrima, derrama e substitui pelo soro no frasco. O soro possui fibronectina que combate à ação das 
enzimas bacterianas (metaloproteinases), possui fatores de crescimento que duram de 5-7 dias. Instila 
o soro alternando com o antibiótico, 4-5x por dia, mas pode ser usado sozinho também. 
 
Profundas e Descemetocele: continua usando todo o tratamento citado anteriormente 
juntamente com o procedimento cirúrgico. 
 Debridar a úlcera com swab; 
 Flap de 3ª pálpebra com fixação dupla: sutura a 3ª pálpebra na PP superior e na conjuntiva 
bulbar, deixando-a recobrir o olho por 3 semanas. 2 pontos na conjuntiva bulbar e 2 pontos na 
conjuntiva palpebral. Antes do procedimento lava-se o olho com solução e toda a medicação 
(atropina, antibiótico, soro sanguínea) é feita por cima da 3ªPP. Após os 21 dias retira os pontos, e às 
vezes a conjuntiva palpebral adere a córnea, dá um pique com tesoura para a 3ªPP retornar ao local. 
 Enxertos na córnea: precisa de microscópio, instrumental específico e treinamento (não é muito 
feito). 
 
Úlceras indolentes: Faz uma técnica chamada de “ceratotomia em grade”, só na úlcera indolente 
risca com agulha hipodérmica, seguido de todo o tratamento tópico já citado. 
 
 
 
32 
 
 
 Protrusão de glândula L. de 3ª pálpebra; Descemetocele; Úlcera indolente; 
 
AFECÇÕES DA LENTE: 
 
Catarata 
É a perda da transparência da lente, com diferentes padrões morfológicos, relacionados com o 
fator etiológico. 
O metabolismo da lente ocorre através de Glicólise anaeróbia, ciclo de Krebs e via do Sorbitol 
em menor grau. 
A maior parte dos animais adquire catarata por Diabetes melitus, onde a glicemia aumenta 
muito e acaba desencadeando uma prevalência do metabolismo da via do Sorbitol, que é um açúcar 
grande, que acaba puxando água para dentro da lente, deixando-a opaca e grande (chegando às vezes a 
empurrar a íris cranialmente/contra a córnea), por isso que dizem que a “catarata por diabetes” é 
intumescente. 
O animal que chega com polidipsia, poliúria, deve-se pedir glicemia e urinálise; 
 
 Como uma catarata pode ocasionar em uma uveíte? O cristalino possui alta concentração de 
proteínas que são formadas ainda quando feto antes da produção do sistema imune, então elas não são 
apresentadas ao sistema imunológico, são estranhas. Quando o cristalino por algum motivo rompe, ou 
por catarata muito antiga começa a liberar essas proteínas no humor aquoso, acaba provocando um 
processo inflamatório = uveíte por consequência da presença da catarata. 
 
Classificação geral: Hereditária: aparece muito em cocker, labrador, golden, pastor alemão, poodle. Aparecem até 
2 anos de idade, são as cataratas juvenis. 
 
 Adquirida/secundária (uveíte antes da catarata, luxação de lente, doença de retina, toxinas, 
traumas, doenças sistêmicas – Diabetes). 
 
 
33 
 
A uveíte pode causar uma catarata devido à presença de substâncias tóxicas no humor aquoso 
que se depositam na lente (erliquiose), ou a catarata pode causar uveíte devido à liberação das 
proteínas estranhas para o S. imune. 
 
 Quanto à idade de ocorrência: 
- Animal nasce com ela, e tem outros problemas (congênita); 
- Juvenil: aparece em até 2 anos de idade, podendo ter quase certeza que é hereditária; 
- Senil: Pacientes idosos; 
 
 Quanto à localização: É preciso fazer a dilatação da pupila/midríase para classificar o tipo de 
catarata. 
- Capsular anterior: Tem um “Y” de cabeça pra baixo na córnea; 
- Capsular posterior: geralmente tem um “Y” na córnea; 
- Nuclear: central; 
- Cortical: córtex do cristalino; 
 
 Estágio de desenvolvimento: 
- Incipiente: pequena opacidade sem déficit visual; 
- Imatura: reflexo de fundo de olho presente, consegue-se ver o brilho do tapete lúcido ainda com a 
córnea opaca; 
- Madura: sem reflexo de fundo de olho, com perda da visão; 
- Hipermadura: todas as estruturas da lente estão comprometidas. Mas ocorre um derretimento da 
catarata e depois reabsorção, e o animal volta a enxergar mesmo sem o tratamento, é bem rara de 
ocorrer, mas tem animais que chegam a essa fase. Chamada de catarata Morganiana. 
 
OBS.: não obrigatoriamente o animal tem que possuir a catarata nessa sequência, um animal pode ter 
uma incipiente e não evoluir, ou ter direto uma madura. Também não possui tempo de evolução 
definido. 
- Uveíte facogênica: vasos episclerais ingurgitados, secundária à catarata. A pressão do olho é mais 
baixa. 
- Catarata intumescente: é aquela que o cristalino fica inchada, secundária à Diabetes melitus, é rápida 
e bilateral. 80% dos animais diabéticos desenvolvem catarata, em até 16 do diagnóstico. 
 
 Diagnóstico: Deve-se promover a midríase: 
- Tropicamida 1%, uma gota em cada olho, após 20 minutos faz a inspeção com a lupa e lanterna: 
“Y” de pé indica que é catarata capsular posterior; 
“Y” de cabeça pra baixo é capsular anterior; 
O centro do cristalino é mais opaco: é nuclear; 
Fundo azul presente (reflexo de fundo +): imatura; 
Reflexo de fundo ausente: madura; 
As causas mais comuns de catarata em gatos são as que causam uveíte (viroses). 
Outros exames: - Urinálise e Glicemia; 
 
 Tratamento: Não tem tratamento clínico. 
 
 
34 
 
 Tratamento cirúrgico: facoemulsificação: o animal tem que ser dócil, é necessário um 
microscópio cirúrgico, o facoemulsificador, instrumentos cirúrgicos oftálmicos; 
 Extração extracapsular: não é utilizada hoje em dia, por ser muito agressiva às estruturas; 
 
Algumas informações devem ser passadas aos proprietários sobre os riscos da cirurgia de 
facoemulsificação, que é o preço, que tem que se disponibilizar umas 5-6 vezes por dia para aplicar 
medicação. Avisar que existem riscos de não dá certo: 
Se não tiver com midríase bem feita ao tocar na íris ela contrai e acaba sugando um pedaço da 
íris; Tem o risco de remover a opacidade da capsula anterior e ter na capsula posterior e o animal 
continuar sem enxergar; E inúmeros outros erros cirúrgicos; 
Entre a córnea e a esclera faz uma pequena incisão de mais ou menos 3mm, onde introduz a 
caneta de facoemulsificador, e no pedal faz emitir ultrasson para destruir a opacidade, derreter. Depois 
absorve o que foi derretido e assim a córnea fica transparente. 
Pré-operatório: - Antes tem que fazer atropina tópica umas 2 hrs antes da cirurgia; 
 - Prednisolona tópica colírio: QID 3 dias antes; 
 - Prednisolona oral: 2mg/kg SID, 3 dias antes; 
 
Pós-operatório: - Animal não pode ficar pulando; 
- Antibiótico tópico; 
- Atropina; 
Subluxação e Luxação de Lente 
Ruptura total dos ligamentos zonulares que fixam o cristalino ao corpo ciliar (luxação), ou 
parcial (subluxação). O cristalino pode ir pra frente, ultrapassar a íris e ir pra câmara anterior (luxação 
anterior), ou pode ir pra trás no corpo vítreo. 
Pode ser secundária à catarata, glaucoma, uveítes, etc. 
 
 Sinais Clínicos: 
Anterior: Déficit visual, glaucoma por obstrução dos ângulos iridocorneais que deixam de 
absorver o humor aquoso; facodanese (olho meche e a lente balança também). Traves vítreas. 
Posterior: Meia lua afácica (vê apenas uma parte do cristalino), sinérese do corpo vítreo 
(liquefação do vítreo); 
 Tratamento: Facectomia de emergência quando é luxação anterior, retira o cristalino da 
câmara anterior. 
Uveíte 
 A úvea é a parte vascularizada e pigmentada interna do olho, é formada pela: íris, corpo ciliar 
(são chamados de úvea anterior), coróide (chamado de úvea posterior). 
 
 
 
35 
 
 Etiologia: Toda doença sistêmica pode causar uma alteração na úvea. Erliquiose é comum de 
provocar uveíte. Qualquer doença sistêmica de caráter infeccioso pode desencadear uveíte. 
A maior parte das uveítes são anteriores, quando está associado à posterior é chamado de 
Panuveíte. 
- Neoplasias: melanomas; linfomas; 
- Causas endógenas: processos infecciosos, toxinas, processos metabólicos, imunomediadas, 
neoplasia; 
- Causas exógenas: traumas (é unilateral), ceratite ulcerativa (uveíte reflexa), cirurgia intraocular. 
- Bactérias: Ehrlichia canis e Leptospira; 
- Fungos: Criptococcus e Histoplasma 
- Vírus: Hepatite, cinomose, raiva, felv, fiv e Pif. 
- Protozoários: toxoplasma e Leishmania; 
- Parasitas: Filárias (dirofilariose), Toxocara (ciclo errático); 
- Metabólicas: Diabetes melitus; 
- Imunomediadas: uveíte facogênica (animal com catarata, a lente libera toxinas e proteínas estranhas 
ao organismo que provocam inflamação da úvea); trombocitopenia imunomediadas (vírus, erliquiose, 
são causas); vasculites; síndrome uveodermatológica (comum em akitas). 
 
Existem também as uveítes idiopáticas, quando o animal não tem nenhum sinal sistêmico, ou 
de agressão à córnea, etc. 
 
 O que é a uveíte reflexa? As terminações nervosas da córnea são as mesmas que inervam a 
úvea (corpo ciliar, íris e coroide), então quando há uma agressão à córnea, a úvea “sente” e acaba 
inflamando, uveíte. 
 
Por que um animal com uveíte tem diminuição da pressão intraocular? O corpo ciliar por 
ultrafiltração do sangue forma o humor aquoso, mas quando se tem inflamação na úvea diminui a 
produção do HÁ e o olho fica hipotenso. O normal é entre 15-25 mmHg PIO medida com tonopen, 
mas quando está <15mmHg é considerado uveíte. 
 
 Sinais clínicos: 
- Os animais apresentam sinais de dor, com blefaroespasmo, fotofobia, epífora, hiperemia da 
conjuntiva; 
- Flare aquoso: humor aquoso fica opaco (um grau leve de hipópio); 
- Hipópio: aumento de leucócitos para úvea, deixa a câmara branca, como pus. 
- Hifema: extravasamento de sangue/hemácias, fica avermelhada; 
- Edema de córnea, quando há alta concentração de leucócitos, estas células dificultam as trocas de 
metabólitos da córnea com o humor aquoso e vice-versa feita pela camada endotelial da córnea, com 
isso acumula toxinas e o estroma começa a ficar edemaciado. 
- Edema de Iris e alteração na coloração de Iris (manchas de coloração diferentes na íris); 
- Miose ou retardo em dilatar a pupila após o uso de midriáticos (tropicamida); 
- Rubeosis iridis é quando ocorre ruptura de pequenos vasos da íris, aparecendo como pequenos riscos 
avermelhados; 
- Hipotonia; 
 
 
 
36 
 
 Síndrome Uveodermatológica? 
Doença que acomete apenas Akitas, autoimune e hereditária. Afeta tanto a pele como a úvea. O 
sistema imunológico acaba reconhecendo como exógena/estranha as células que tem mais melanina no 
corpo, como focinho, saco escrotal, úvea, etc. Por ser uma resposta exacerbada, acaba provocando uma 
uveíte intensa, e quando o proprietáriovem notar o animal já está ficando cego, e evolui pra um 
glaucoma (As células inflamatórias obstruem os ângulos iridocorneais que deixam de drenar o humor 
aquoso, o corpo ciliar continua produzindo humor em pequena quantidade, mas que evolui 
rapidamente pra glaucoma e em 4 hrs a perda da visão). 
 
 Tratamento: 
 S. UVEODERMATOLÓGICA: - prednisolona 2-4mg/kg (dose imunossupressora) SID se for 
4mg e BID se for 2mg, existem Akitas que não respondem a esse tratamento, devendo fornecer: 
Azatioprina (Imuran®); 
O animal deve passar por exames bioquímicos frequentes, pois essas medicações trazem efeitos 
colaterais indesejáveis que provavelmente levarão à morte o animal. O tratamento é pra o resto da 
vida, e o animal adquirirá uma síndrome de cushing, uma imunossupressão, podendo ocorrer infecções 
mais facilmente, etc (vem a óbito de complicações no tratamento). 
 
 TRATAMENTO PARA AS UVEÍTES: 
- Antiinflamatórios tópicos não esteróides, corticoide se não tiver úlcera de córnea. Não é necessário 
um anti-inflamatório sistêmico, nem corticoide (só na síndrome uveodermatológica). 
- Dexametazona ou diclofenaco; 
- Prednisolona; 
Frequência de administração: 3-4-5x por dia, dependendo do grau da uveíte. 
Devem-se fazer exames: hemograma e bioquímico (Creatinina e ALT, FA), se tiver alguma 
alteração deve-se pesquisar ao máximo para descobrir a causa primária, mas se não tiver nenhuma 
alteração sanguínea, bioquímica, nem hemoparasitas ou doenças virais e metabólicas, é classificada 
como idiopática. 
 
Glaucoma 
É o contrário da uveíte, ou seja, enquanto a inflamação da úvea diminui a produção do humor 
aquoso (hipotensão ocular), no glaucoma é a não drenagem do humor aquoso, aumentando a PIO, 
alterando todas as funções da estrutura ocular, apresentando sinais na córnea, retina, etc. 
 
As duas vias de drenagem do humor aquoso são a via do ângulo iridocorneal: responsável por 
85% da drenagem no cão e 97% nos gatos e a via Úveo-escleral: 15 %, vasos sanguíneos da úvea e 
esclera; éimportante saber essas vias devido às drogas usadas no tratamento, que atuam em diferentes 
vias. 
 
 Classificação dos glaucomas: 
- Primários: Animal nasce com um defeito no ângulo iridocorneal (região das trabéculas), nascem 
estreitados, um pouco obstruídos. Cocker, husky, chow, chow são raças predispostas. 
 
 
37 
 
- De ângulo aberto: as trabéculas nascem normais, mas não drena, não funciona (raro de diagnosticar); 
- De ângulo estreito: nasce com defeito, estreitamento das trabéculos (goniodisgenesia); 
- Secundários: são muito mais comuns na veterinária, são secundários a uma complicação de uma 
doença ocular, principalmente as uveítes (o processo inflamatório lesa as estruturas oculares, 
reduzindo a filtragem ou drenagem do humor aquoso pelos ângulos iridocorneais, desencadeando o 
glaucoma), então qualquer processo que leve a uma uveíte pode causar o glaucoma. Pode ser uma 
neoplasia. 
 
 Sinais clínicos: 
- Edema de córnea: as células endoteliais da córnea acabam rompendo e ocorrendo a entrada de humor 
aquoso pra o estroma; 
- Midríase (devido à lesão no nervo óptico o sistema nervoso faz uma midríase com intuito de 
melhorar visão, sendo que é uma midríase paralítica, não retorna nem ao incidir um foco de luz); 
- Buftalmia- aumento do globo ocular; 
- Descolamento de retina, pois com a buftalmia o corpo vítreo deixa de fazer pressão sobre a retina, 
não a mantendo colada na parede ocular, e com isso ela se desprende. 
- Estrias de Haab: são formadas quando há ruptura da membrana de descemet, devido à buftalmia. 
Onde a membrana se rompe forma-se estrias discretas na córnea. 
- Cegueira: com o aumento da pressão intraocular (PIO) são necessárias apenas de 4-48 hrs para o 
animal ter perda da visão, por aumento de pressão sobre a retina. 
- Dor: ocular e periocular; 
- Ingurgitamento episcleral; 
- Pode ter CCS e úlcera de córnea (quando o olho aumenta as pálpebras não conseguem fechar, ficando 
um espaço da córnea ressecado sem ser lubrificado, por isso se forma uma úlcera). 
- Pode ter Luxação ou subluxação de cristalino; 
- Atrofia de íris, catarata e lesões na retina = cronicidade; 
 
 Diagnóstico: 
O secundário tem um histórico de doenças sistêmicas, uveítes, etc. 
O primário: tem um exame pra ver esses ângulos de drenagem: Gonioscopia (é uma lente 
pequena que é colada na córnea); 
O primário: tem um inicio muito agudo, onde aumenta rapidamente a pressão, indo pra mais de 
60mmHg, acometendo primeiro um olho e em seguida o contralateral, então dá tempo de fazer um 
tratamento preventivo. 
O secundário: A uveíte evoluindo pra um glaucoma é o mais comum, a luxação anterior (a 
vinda do cristalino pra câmara anterior tem um bloquei nos ângulos de drenagem), a catarata 
intumescente (animal diabético-lente aumenta e acaba obstruindo), trauma, neoplasia, descolamento de 
retina, etc. 
 
 Tratamento: O objetivo na veterinária é controlar a PIO e reduzir a dor, pois a cegueira já 
ocorreu na maioria das vezes quando o animal chega à clínica. Evitar úlceras centrais, as estrias de 
Haab, etc. 
 ANIMAIS QUE AINDA NÃO PERDERAM TOTALMENTE A VISÃO, OU QUANDO SE 
QUER FAZER O TRATAMENTO PREVENTIVO NO OLHO CONTRALATERAL: 
- Reduzir a produção do H.A (inibidores da via da anidrase carbônica) 
 
 
38 
 
- Estimular a drenagem pela via Úveo-escleral (vasos da esclera); 
- Desidratação do corpo vítreo (só é feito no animal com glaucoma primário, agudo, nasce com 
ângulos estreitos). 
Obs.: Via da anidrase carbônica: é a via em que ocorre a produção do humor aquoso* 
 
 GLAUCOMA AGUDO COM AUSÊNCIA DE BUFTALMIA: - Manitol 20% (diurético-
desidrata) 1-2g/kg lentamente (15-20 minutos), a PIO vai reduzir após 1 hora mais ou menos da 
aplicação; indicado em PIO acima de >40mmHg; 
 
 QUANDO O ANIMAL TÁ COM O OLHO HIPERTENSO, VERMELHO, EPÍFORA, SEM 
BUFTALMIA AINDA: Se o proprietário começar a perceber que o outro olho está começando a 
querer aumentar, ficando vermelho, com epífora, deve-se passar: Glicerol 50% Solução Oral, que vai 
desidratar o corpo vítreo até que o proprietário possa levar o animal até o veterinário. Faz em caso de 
emergência. Basset hound, husky, chow chow, etc. 
 
 ANIMAL COM VISÃO PERDIDA: Utiliza medicamentos que façam duas ações específicas: 
 Drogas que vão reduzir a produção de H.A.: - Inibidores da anidrase carbônica (reduzir a 
produção de HÁ) tópicos: Dorsolamida 2% (trusopt colírio) 1 gota BID-TID; 
- Bloqueio de receptores BETA: Maleato de timolol 0,25%-0,5% não seletivo, pode afetar a 
frequência cardíaca do cão se for usado mais de 2 vezes por dia; 
Tem a Dorsolamida+Timolol (Corsopt®) 
Drogas que aumentam a drenagem: - Drogas análogas à prostaglandinas: provocam 
vasodilatação da úvea e aumenta a drenagem pela via Úveo-escleral: Latanoprost (Xalatan®) SID-
BID; causam efeitos colaterais de despigmentação de pálpebras, de íris; 
O tratamento de glaucoma é caro, pra o resto da vida deve ser mantido para sempre reduzir a 
PIO, e diminuir a dor dos animais, além de necessitar da disponibilidade do proprietário várias vezes 
ao dia para instilar as medicações oculares. 
As medicações devem ser instiladas com pelo menos 30 minutos de intervalos entre elas, 5-7 
vezes por dia; Dorsolamida BID-TID + Timolol 0,5% BID + Xalatan SID-BID. 
 
Ou, se não tiver condições, outras alternativas: 
- Enucleação: 
- Ciclodestruição farmacológica: Gentamicina intravítrea, para destruir o epitélio do corpo ciliar e 
deixar de produzir H.A. deve-se anestesiar o animal, retirar um pouco de vítreo e injetar a gentamicina. 
Aplica também dexametasona junto, pra diminuir o grau de inflamação muito acentuado nas duas 
primeiras semanas da aplicação da genteamicina. (phthisis bulbi- atrofia ocular) 
*Antiinflamatório carprofeno 10-15 dias VO, com Tramadol VO; 
Cuidados: Avisar ao proprietário que dói e pode ser necessária outra aplicação; Proibido em gato, por 
ter risco de

Continue navegando