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Apostila-Curso-de-Cuidador-de-Idosos-revisada-Luciana-032008 001

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1 
 
 
 
 
 
 
MANUAL PARA CUIDADOR DE PESSOAS 
IDOSAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 2 
 
01-Introdução..........................................................................................................................05 
1.1-Apresentação 
1.2-Objetivos do curso 
1.3-Conceitos iniciais (Cuidado, cuidador e funções) 
 
02- Envelhecimento: conceito e aspectos demográficos..................................................08 
03- A aposentadoria e suas implicações.............................................................................14 
04- Conceitos importantes no envelhecimento..................................................................17 
4.1- Autonomia e Independência 
4.2-Lazer e ocupação do tempo livre 
 
05- Políticas públicas para a pessoa idosa.........................................................................21 
 5.1- Leis específicas 
 5.2- Estatuto do Idoso 
 
06- A rede de serviços de atenção à pessoa idosa............................................................23 
 6.1- Instituições de longa permanência (asilo) 
 6.2- Centro de convivência 
 6.3- Centro dia 
 6.4- Casa transitória 
 6.5- Hospital 
 6.6- Posto de saúde 
 6.7- Atendimento domiciliar 
 
07- Institucionalização..........................................................................................................27 
08- Atitudes facilitadoras no contato com o idoso............................................................30 
 8.1- Comunicação 
 8.2- O que pode dificultar a comunicação com o idoso 
 8.3- Alterações de linguagem 
 
09- Relações Familiares........................................................................................................36 
10- O cuidador........................................................................................................................39 
10.1- Cuidador (conceito, necessidades físicas sociais, emocionais e espirituais) 
10.2- O estresse do cuidador 
10.3- O cuidador familiar 
10.4- Declaração do direito do cuidador 
 
11- O processo de envelhecimento fisiológico...................................................................46 
 11.1- Alterações orgânicas 
 11.2- Alterações morfológicas 
 11.3- Alterações tegumentares 
 11.4- Sistema músculo esquelético 
 11.5- Sistema respiratório 
 11.6- Sistema cardiovascular 
 11.7- Sistema gastrointestinal 
 11.8- Sistema renal e urinário 
 11.9- Sistema genital 
 11.10- Regulação da temperatura do corpo 
 11.11- Sono e repouso 
 11.12- Envelhecimento neurológico 
 
12-Doenças mais comum nas pessoas idosas.....................................................................55 
 3 
 12.1- Incontinência urinária e fecal 
 12.2- Afecções Pulmonares (Gripe, Pneumonias, Asma, Bronquite e Enfisema) 
 12.3- Afecções Endócrinas (Diabetes) 
 12.4- Afecções Circulatórias (Hipertensão Arterial e Acidente Vascular Encefálico) 
 12.5- Afecções Neuropsicológicas (Depressão, Demência e Parkinson) 
 12.6- Afecções Osteomusculares (Fraturas de quadril/ fêmur e Imobilidade) 
 
13- Os Gigantes da Geriatria..................................................................................................103 
 13.1- Imobilidade, Instabilidade postural, Incontinência urinária, Insuficiência cerebral, 
 Iatrogenias 
 13.2- Aprofundamento sobre Imobilidades 
 13.3- Aprofundamento sobre quedas 
 
 14- Atividades de Rotina........................................................................................................109 
 14.1- Vestir e despir (dicas para o cuidador) 
 14.2- Banho e higiene (dicas para o cuidador) 
 14.3- Alimentação (dicas para o cuidador) 
 
15- Cuidados especiais..........................................................................................................118 
 15.1- Cuidador com a pele 
 15.2- Cuidados pessoais 
 15.3- Úlcera de pressão 
 15.4- Colostomia 
 15.5- Urostomia e tipos de sondas 
 
16- Exercícios Terapêuticos...................................................................................................127 
 16.1- Posicionamento e transferência 
 16.2- Massagem 
 16.3-Alongamento 
 16.4- Atividade Física 
 
17- Necessidades Nutricionais e a Deglutição...................................................................134 
 
18- Cuidados com Medicamentos........................................................................................148 
 
19- Finitude – A Questão da Morte......................................................................................149 
 
20- Capítulos complementares: 
 20.1- Mitos e estereótipos do envelhecimento..............................................................151 
 20.2- Violência e Maus tratos.......................................................................................156 
 
21- Referências Bibliográficas..............................................................................................163 
 4 
AUTORES 
Cristiana Ferreira Assis Xavier 
Assistente Social 
Especialista em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/CIAPE 
Fábia Costa Soares Guimarães 
Nutricionista 
Especialista em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/CIAPE 
Fernanda Maria Lopes Rocha 
Fisioterapeuta 
Especialista em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/CIAPE 
Mestre em Gerontologia Social pela Universidade Autônoma de Madrid –Espanha 
Felipe Toledo Rocha 
Geriatra 
Especialista em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/ CIAPE 
Mestre em Gerontologia Social pela Universidade Autônoma de Madrid –Espanha 
Isabella Pereira Vono 
Fonoaudióloga 
Especialista em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/CIAPE 
 
Luciana de Moura Ribeiro 
Terapeuta Ocupacional 
Especialista em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/CIAPE 
Simone Pessoa de Paula Lima 
Geriatra 
Especialista em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais/ CIAPE 
Telma Toledo Rocha 
Terapeuta Ocupacional 
Especialista em Reabilitação do Idoso pela UFMG 
Graduanda em Enfermagem pela UMA 
 
Revisão 2008: 
Letícia Tertuliano Melo 
Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional 
Especialização em saúde do idoso pela Faculdade de Ciências Médicas, em curso 
E Luciana de Moura Ribeiro 
 
 5 
 
 
1.1- APRESENTAÇÃO 
Para trabalharmos com idosos é importante, 
primeiramente, refletirmos sobre os motivos que nos 
levam a fazê-lo. O que move o nosso desejo? 
É necessário estarmos conscientes de que iremos 
conviver diretamente e, muitas vezes, diariamente, 
com limitações, frustrações, dúvidas e desesperanças. Também, poderemos 
aprender lições que não estão escritas nos livros, lições que nascem da arte na 
convivência e da experiência de vida. 
 
Vale a pena estar em paz com o próprio envelhecimento, aceitando-o sem 
grandes sofrimentos! 
Como disse uma grande profissional da área de envelhecimento, Tomiko Born: 
Para podermos cuidar dos idosos é importante que aprendamos a cuidar de 
nós mesmo! 
 
A velhice não pode ser tratada em tempo que anuncia tempestade. Para 
compreendê-la, precisamos, antes de construir conhecimentos, desconstruir 
preconceitos. Ao lidar com idosos, devemos ultrapassar os limites técnicos e 
cultivarmos a humanização! 
 
É importante acreditar que a história de cada um pode ser escrita e reescrita a 
cada dia! 
 
 
1.2- OBJETIVOS DESTE CURSO: 
 
Proporcionar um conjunto de conhecimentos teóricosespecíficos na área do 
envelhecimento e auxiliar no desenvolvimento de habilidades essenciais para as 
práticas do cuidado ao idoso. 
 
 6 
Objetivos específicos: 
1. Conhecer informações básicas sobre o fenômeno do envelhecimento; 
2. Aumentar o conhecimento, percepção, sabedoria e as aptidões no cuidado 
aos idosos; 
3. Capacitar os cuidadores para que possam compreender as necessidades 
físicas, emocionais e sociais dos idosos; 
4. Desenvolver conhecimentos para que possam colher dados, informações e 
repassa-las para a equipe multiprofissional , com clareza e segurança; 
5. Reconhecer o próprio envelhecimento e repensar condutas pessoais. 
 
1.3- CONCEITOS INICIAIS: 
 
O CUIDADO 
 
A palavra cuidado apresenta várias derivações, contudo sempre terá a idéia de 
preocupação por alguém; desvelo, ou seja, atenção para com o outro. O cuidado, 
muitas vezes, se resume em cuidar de alguém. 
 
CUIDADO & CURA 
 
Alguns estudiosos derivam a palavra cuidado do latim “coera”, isto é, cura, sendo 
usado para traduzir relações de amor e de amizade que inspiram desvelo e 
preocupação com o objeto de carinho. 
CUIDADOR 
 
A pessoa que cuida, preocupa-se , sente-se responsável , auxilia nas necessidades 
físicas, emocionais e sociais de um doente ou de um dependente. 
 
 
É importante ressaltar que o cuidado faz parte da vida do homem, uma vez que 
o homem nunca deixará de amar e de se preocupar com alguém! 
 
QUEM É O CUIDADOR? 
 
Familiar, amigo ou profissional que tem a função de cuidar é um cuidador. Cuidador 
é a pessoa que provê as necessidades físicas e emocionais de um doente ou de 
uma pessoa dependente. 
 7 
 
Definições de cuidador formal e de cuidador informal: 
 
Cuidador informal: familiares 
Cuidador formal: pessoas da sociedade/profissional 
 
O que é ter uma profissão de cuidador de idosos formal? 
É ter uma profissão reconhecida e inserida na classificação brasileira de ocupações 
do Ministério do Trabalho e emprego com o código 5162-10. 
 
É imprescindível que se qualifique para desempenhar a atividade de cuidador de 
idosos. 
 
Funções de um cuidador: 
 
1. Buscar ser uma pessoa positiva com relação ao envelhecimento; 
2. Conhecer e reconhecer as alterações possíveis de acometer o idoso, estar 
atento a elas e repassar para a equipe multiprofissional; 
3. Conhecer o que é normal no idoso e o que foge da normalidade, mesmo em 
se tratando de um idoso doente; 
4. Auxiliar nos cuidados pessoais onde a pessoa não consiga realizar por si só 
(AVDs); 
5. Auxiliar na locomoção (para tratamentos, consultas médicas, emergências, 
etc.); 
6. “Auxiliar nas atividades domésticas”; 
7. Administrar as finanças com o idoso ou para o idoso, quando for preciso 
(pagamento de contas, recebimento da aposentadoria); 
8. Promover suporte emocional e fazer companhia (conversar, ouvir e ler); 
9. Estabelecer um bom relacionamento com a família do idoso; 
10. Estar sempre em comunicação com a equipe multiprofissional. 
 
IMPORTANTE 
Ser verdadeiro ao transmitir todas as informações percebidas sobre o idoso a 
equipe multiprofissional e/ou aos familiares. 
 
 
 
 8 
 
 
 
ENVELHECIMENTO 
É um processo de mudanças universais pautado geneticamente para cada espécie e 
para cada indivíduo, que se traduz em uma diminuição da plasticidade 
comportamental, em aumento da vulnerabilidade , em acumulação de perdas 
evolutivas e no aumento da probabilidade de morte. 
O ritmo, a duração e os efeitos desse processo comportam diferenças individuais e 
de grupos etários, dependentes de eventos de natureza genético biológica, sócio-
histórica e psicológica. 
(Referência: Neri, A.L.Palavras-chave em gerontologia. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001.) 
 
 DEMOGRAFIA 
 Hoje, o Brasil já pode ser considerado um País envelhecido, 
segundo padrões estabelecidos pela Organização Mundial de 
Saúde. Portanto, é fundamental que todas as pessoas, e, em especial, os 
profissionais de saúde , compreendam o processo de envelhecimento e suas 
peculiaridades de forma a direcionar os esforços na construção de um futuro digno 
e humano a todos. 
 
 O envelhecimento é um processo que se constrói no transcorrer da existência 
humana. Não ficaremos velhos aos 60, 70 ou 80 anos, pelo contrário, envelhecemos 
a cada dia. Porém, dificilmente isto é aceito pelas pessoas, em virtude de mitos e 
estereótipos socialmente impostos que colocam o velho como alguém à parte da 
sociedade em que apenas geraria ônus, pois deixou de fazer parte do mercado 
produtivo. 
 
Ora, apenas não ficará idoso ou velho, o indivíduo que morrer jovem, o que, sem 
 9 
dúvida, não é anseio das pessoas e tampouco da ciência, que há muito vem 
trabalhando para prolongar a existência do ser humano. 
 
GERONTOLOGIA 
O termo “gerontologia” foi criado em 1908 por Élie Metchinikoff, (médico russo 
radicado em Paris) e significa 
 
 
 O estudo do envelhecimento 
 Geras: velho, logia: estudo, descrição 
 
GERIATRIA 
Este termo foi criado por Nascher médico austríaco erradicado nos EUA. 
Geras: velho, latrikos: tratamento 
 
 
 Estudo clínico da velhice 
 
 
 
 
 
O Brasil está deixando de ser um país de jovens. 
De um lado, verificamos que o número de filhos em cada família está diminuindo e , 
de outro lado, vemos que as pessoas estão vivendo mais tempo. 
 
O fenômeno de envelhecimento ocorre em quase todo o mundo, mas no Brasil 
verificamos suas características próprias, diferentes do envelhecimento de outros 
países. Do ano de 1900 a 1940 temos uma população estável em termos de 
nascimentos e óbitos, isso significa, muitas pessoas nascendo e muitas pessoas 
morrendo, fazendo com que a população permaneça jovem (Gráfico 1). Nos anos de 
1940 a meados de 1960 a população mantém estável e com a mesma proporção 
etária..... A partir de meados de 1960 temos uma diminuição de nascimentos na 
população, iniciando o marco do envelhecimento no Brasil (gráfico 3). A partir daí, 
as perspectivas para o ano de 2025 é que tenhamos de 32 a 33 milhões de pessoas 
com mais de 60 anos (gráfico 4) e que em 2080 a população se estabilize, chegando 
a quase igualar o número de jovens com o de idosos (Gráfico 5). O gráfico 6 nos 
Juntas, a Gerontologia e a Geriatria, garantem ao idoso melhor 
qualidade de vida e dignidade. 
 10 
mostra o perfil geral dos anos de 1940 a 2025 e o marco do envelhecimento a partir 
de 1960 quando o número de jovens até 14 anos começa a diminuir e o número de 
idosos acima de 60 anos começa a aumentar. 
 
Gráfico: 1 
BRASIL PERÍODO: 1900 A 1940 
 
 
Gráfico: 2 
BRASIL PERÍODO: 1940 A 1970 
 
 
Gráfico: 3 
BRASIL PERÍODO: 1970 A 1991 
 
0
50
1 2
45% 2.5% 
(%) 
Legenda: 
1- Jovens, menores de 15 anos 2- Idosos 
Gráfico da percentagem da população de jovens e 
idosos, no Brasil , entre os anos de 1900 a 1940. 
Fonte: Flávio Chaimowicz - A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, 
projeções e alternativas, Rev. Saúde Pública, 31 (2): 184-200, 1997 
 
0
10
20
30
40
50
1 2
45% 
2.5% 
(%) 
Gráfico da população idosa e jovem no Brasil, no período de 
1940 a 1970 
Legenda: 
1- Jovens 
menores que 15 
anos 
 2- Idosos 
Fonte: Flávio Chaimowicz - A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, 
projeções e alternativas, Rev. Saúde Pública, 31 (2): 184-200, 1997 
 
0
20
40
1 2
34.77% 
4.8% 
Gráfico da percentagem da população de jovens e 
idosos, no Brasil , entre os anos de 1970 a 1991. 
% 
Legenda: 
1- Jovens abaixo de 15 anos 
2- Idosos 
 
Fonte: Flávio Chaimowicz - A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: 
problemas, projeções e alternativas, Rev. Saúde Pública, 31 (2): 184-200, 1997 
 
 11 
Gráfico: 4 
BRASIL ANO DE 2025Gráfico: 5 
BRASIL ANO DE 2080 
 
 
 
Gráfico: 6 
 
0
10
20
30
1 2
 23.5% 
7.7% 
(%) 
Gráfico da percentagem da população de jovens e 
idosos, no Brasil , no ano de 2025. 
Legenda: 
1- Jovens abaixo de 15 anos 
2- Idosos 
 
Fonte: Flávio Chaimowicz - A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século 
XXI: problemas, projeções e alternativas, Rev. Saúde Pública, 31 (2): 184-200, 
1997 
 
0
5
10
15
20
1 2
20% 
15% 
(%) 
Gráfico da percentagem da população de jovens e 
idosos, no Brasil , no ano de 2080. 
Legenda: 
1- Jovens abaixo de 15 anos 
2- Idosos 
 
Fonte: Flávio Chaimowicz - A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: 
problemas, projeções e alternativas, Rev. Saúde Pública, 31 (2): 184-200, 1997 
 
Fonte:Anuário Estatístio do Brasil (1981) e United Nations (1985) 
 
 12 
 
A principal característica do crescimento da população de idosos do Brasil é a 
rapidez com que ela se dará! 
 
 
O envelhecimento da população (índice de envelhecimento) em 1960 era de 6,4% 
alcançando 13,9% em 1991. Isso significa aumento superior a 100% em apenas 3 
décadas. 
 
 
 
O envelhecimento está acontecendo de forma acelerada! 
 
•França : 115 anos transcorrerão antes que a proporção de idosos duplique; 
•Suécia : 85 anos transcorrerão antes que a proporção de idosos duplique; 
•Estados Unidos : 66 anos transcorrerão antes que a proporção de idosos duplique; 
 
Brasil : 30 anos transcorrerão antes que a proporção 
de idosos duplique. 
 
 
 
 
O envelhecimento da população em um país mostra sinal de 
desenvolvimento? 
 
De certa forma podemos dizer que em algum setor houve uma melhora, mas a 
dificuldade que enfrentamos atualmente com envelhecimento brasileiro ocorre 
devido ao fato de que nos países desenvolvidos, o envelhecimento foi acompanhado 
pela ampliação da cobertura dos sistemas de proteção social e melhorias das 
condições de habitação, alimentação, trabalho e saneamento básico. Enquanto, no 
Brasil, o declínio da mortalidade foi determinado mais pela ação médico-sanitária do 
Estado que por transformações estruturais que pudessem se traduzir em melhoria 
da qualidade de vida 
Entre os anos de 1960 a 2025, O Brasil deverá passar de 16° para 6 ° posição 
mundial em termos de números absolutos de indivíduos com mais de 60 anos! 
 13 
O idoso tem a tendência a apresentar proporcionalmente mais episódios de doenças 
que a população em geral, episódios estes em sua maioria crônicos. Estes fatos 
oneram o sistema de saúde, já que o custo médio do cuidado para com o idoso é 
bem maior do que em qualquer outra idade. 
 
Torna-se mais que necessário… 
 
Que a sociedade tome consciência dessa série de problemas e que as autoridades 
competentes, de forma justa e democrática, encontrem os caminhos que levem a 
igualdade nos serviços e facilidades para esse grupo populacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após tantos esforços realizados para prolongar a vida humana, seria 
lamentável não se oferecer condições adequadas para vivê-la! 
 
 
 14 
 
 
À medida que a população aumenta e envelhece, o número de inativos (pessoas 
que não trabalham) também cresce, levando á diminuição dos recursos do Estado 
destinados ao amparo à velhice. Assim, se aposentar em países subdesenvolvidos 
passou a significar sofrimento, pobreza e desesperança, como observa B.L Strehler: 
 
“os problemas sociais e econômicos de um mundo em que as pessoas podem 
chegar aos 120 anos ou mais, farão os problemas da poluição do ar, da água e da 
crise energética parecerem um chá das cinco, comparados com os conflitos 
gerados por esta imensa quantidade de pessoas idosas em uma sociedade 
despreparada para recebê-las”. (apud JORDÃO NETTO, 2000:67). 
 
Assim, uma das características marcantes da população que envelhece no Brasil é a 
pobreza. Aposentadorias e pensões constituem a principal fonte de rendimentos da 
população idosa, mas, em conseqüência do baixo valor dos benefícios, alguns 
brasileiros, com 60 anos ou mais, ainda se mantêm em atividades produtivas. O 
retorno ou a permanência no mercado de trabalho, no entanto, se dá, sobretudo no 
mercado informal, em atividades mal remuneradas e com jornadas de trabalho 
extensas. 
 
A situação ainda se agrava pelo fato de que o envelhecimento, em condições de 
trabalho, moradia e alimentação adversas, se associa com maior freqüência às 
doenças e dependência seja física mental ou social. 
 
No Brasil, o suporte de apoio informal provido pela família parece, ao nosso ver, ser 
a base principal do apoio potencialmente oferecido ao idoso formando assim um 
tripé de apoio: família-comunidade-Estado. 
 
No país, existem diversos sistemas previdenciários. Em algumas categorias, o 
aposentado continua a receber uma importância mensal muito próxima ao salário 
que recebia durante a época que exercia sua profissão. Mas a aposentadoria pública 
representa um triunfo duvidoso dos assalariados, após longos e exaustivos anos de 
labuta. O primeiro ponto negativo é o fato de a grande maioria dos chamados 
“beneficiários” passarem a receber recolhimentos inferiores aos que recebiam 
 15 
enquanto trabalhavam. 
 
Este aspecto tem influência direta sobre a vida social do aposentado, pois, se seus 
recursos financeiros diminuírem sensivelmente, diminuirão também as possibilidades 
de freqüentar os mesmos grupos sociais, as chamadas “rodas de amigos”. O 
aposentado não terá recursos para manter os relacionamentos que lhes eram 
assegurados na participação no mesmo ambiente social. Assim, o momento da 
aposentadoria significa o definitivo afastamento de um grupo freqüentado durante 
longos anos. A aposentadoria, entendida como um direito conquistado pelo 
trabalhador pode se apresentar como um período de desvalorização pessoal. 
 
Além disso, o indivíduo perde o seu referencial de trabalho, ou até sua própria 
identidade. Passa, então, a se sentir deslocado e tem forte propensão á depressão, 
ao abatimento moral, trazendo conseqüências sérias para sua saúde física e mental. 
 
Outro ponto desfavorável em relação a esta aposentadoria é o fato de que ao se 
retirar da atividade produtiva o idoso aumenta a sua disponibilidade de tempo. E o 
como se ocupar nas 24 horas do dia transforma-se em um grave problema. Muitos, 
ainda, se perguntam: será que com a chegada da aposentadoria, todos os dias 
serão iguais aos domingos? 
 
Outra conseqüência do excesso de tempo disponível é o aumento do convívio com 
os familiares. Este fator pode interferir negativamente nas possibilidades de uma 
satisfatória aposentadoria. 
 
Outro motivo pelo qual a aposentadoria aparece sob forma pouco atraente está no 
sentimento, por parte do idoso, de ela constituir obrigatoriamente a última etapa da 
vida. Quando este sentimento se apodera dos aposentados, a aposentadoria se 
transforma em castigo ou punição, que pode apressar o fim deste período da vida. 
 
Assim, para se prevenir este inevitável vazio criado com o ingresso na 
aposentadoria, cabe ao aposentado descobrir novas atividades e novos interesses, 
compatíveis com suas reais possibilidades. Ficar despreocupado em relação a esta 
situação, é a mais negativa das soluções, pois o ócio leva ao tédio, ao desinteresse, 
ao isolamento e , muitas vezes, à depressão. 
 
 16 
O Idoso precisa, portanto, encontrar algo que o ocupe e o interesse. Alguma coisa a 
que se entregue com alegria e entusiasmo. Algo em que sinta útil e que reverta em 
seu próprio benefício. 
 
Vale lembrar ainda, a importância e significado das atividades culturais no cotidiano 
do idoso pois o declínio mental não acompanha necessariamente a diminuição das 
forças físicas e a capacidade intelectual, quanto mais trabalhada, muitas vezes se 
aprimora com o passar do tempo. É importante, portanto, que o idoso fuja da inércia 
social,integrando-se em grupos que visam ao seu desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
 
 4.1 – AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA 
A autonomia é meta primordial do desenvolvimento humano. 
Depender dos outros na vida adulta é algo rejeitado e temido pela 
maioria das pessoas, principalmente quando a dependência física 
é acompanhada por perda da capacidade de decidir por e para si 
próprio, que configura incapacidade cognitivo-emocional. 
 
 
 
A dependência na velhice pode estar ligada a um ou vários elementos: 
 
 Aumento de perdas físicas; 
 Agravamento de problemas de saúde já existentes e doenças típicas da 
velhice podem ir aparecendo; 
 Aumento da pressão exercida por pequenos ou grandes eventos estressantes 
da vida cotidiana 
 Por exemplo: conflitos e contratempos domésticos, assim como perda dos 
pais e divórcio dos filhos. 
 O ambiente pode impor barreiras arquitetônicas e ergonômicas, ou não 
proporcionar equipamentos que ajudem o idoso a adaptar-se a um ambiente 
que não foi construído por ele. 
 Medicamentos ou doses inadequadas podem induzir idosos a inatividade e a 
apatia. 
 As práticas sociais discriminatórias em relação ao idoso podem restringir 
substancialmente sua autonomia e independência por fazerem dele um ser 
mais pobre, desamparado, doente, frustrado, ressentido e desesperançoso. 
 
 
AUTONOMIA 
Autonomia: capacidade de decisão, de comando. 
 
 
INDEPENDÊNCIA 
Independência: capacidade de realizar algo com os seus próprios meios. 
 
 18 
Exemplo dessas práticas: 
 Recusar emprego ou demitir; 
 Tratar como incapaz; 
 Restringir salários e benefícios; 
 Tratar de modo desrespeitoso ou infantilizante; 
 Dificultar o acesso a serviços de saúde. 
 
 
 
 
 
4.2- LAZER E OCUPAÇÃO DE TEMPO LIVRE 
Há um período da vida onde o tempo livre acontece: é na aposentadoria e/ou com o 
avançar da idade. Na velhice e com a aposentadoria, o indivíduo deixa o trabalho 
remunerado, mas a necessidade do fazer continua, existe a necessidade de 
transformar o tempo livre em apenas uma opção. 
 
O preencher o tempo livre de forma saudável tem um significado muito importante 
para o idoso, mesmo com as dificuldades que impedem e/ou bloqueiam o 
desempenho natural do fazer, como: fatores físicos, psicoemocionais (nesse período 
são muito freqüentes problemas de depressão e solidão), problemas familiares, 
fatores sociais etc. 
 
Não importa se o idoso está doente ou saudável, é preciso mantê-lo ativo, 
favorecendo assim sua qualidade de vida dentro dos seus limites de autonomia e de 
independência. Se o idoso for portador de doença de Alzheimer, por exemplo, é 
preciso saber que a compreensão e tolerância do paciente são limitadas, ele exige 
mais atenção, além de tem tendência a reações catastróficas, podendo ter 
alucinações, delírios, confusões etc. 
 
Idoso dependente é aquele que necessita de ajuda para sobreviver ou para se 
manter em seu dia-a-dia. 
 
necessidade de um cuidador 
 19 
 
É importante o idoso realizar atividades que 
tenham significado para ele, satisfazendo suas 
necessidades como: afeto, carinho, realização pessoal, 
lazer dentre outras. Seria também importante que essas 
atividades, sejam, além de significativas para o idoso, 
proporcionadoras de estimulação física, cognitiva e 
social, estimulando vários aspectos da saúde. 
 
 
O lazer é muito importante para o idoso porque este é justamente a pessoa que 
ultrapassou a fase em que o trabalho ocupava grande parte ou a maior parte de seu 
tempo. 
 
É preciso usar da criatividade para estabelecer atividades diversificadas e que 
atinjam vários objetivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES: 
Auxiliam na manutenção e melhora das capacidades físicas, mental, 
social e melhora a qualidade de vida do idoso. 
 
Estabelecimento de rotina, 
Expressão e comunicação 
(desenho, pintura), 
Interação social, 
Proporciona prazer, 
Bem-estar físico, 
Acalma, 
Organiza o mental, 
Preenche o tempo livre. 
 
 
Leva ao tédio 
Pode ter uma causa de medo da frustração 
por várias tentativas sem resultado 
Esquecimento 
Imobilidade 
Doenças 
Perdas das habilidades 
Dependência 
Perda da autonomia 
 
 
As atividades possuem 
como características: 
 
 
Ócio: 
 20 
Tipos de atividades: 
 
 AVD (atividades de vida diária) 
 AIVD (atividades instrumentais de vida diária) 
 Físicas /recreativas : Movimentos rítmicos (balançar, embalar), Caminhada, 
ginástica, dança , esportes em geral 
 Sociais : Contato com as pessoas, receber amigos, “sair de casa” 
 Cognitivas : Jogos de memória, ditado, copiar receitas, escrever cartas, ler 
livros, assistir filmes, “estimulação sensorial (tato,paladar, visão audição)” 
 Espirituais : Ir à missa, rezar, meditar, assistir à missa na TV 
 Criativas /recreativas : Trabalhos manuais, artesanato, argila, pintura, 
costura, crochê, tricot…. 
 Laborais (trabalho) 
 Familiares / atividades domésticas 
 
Seguem abaixo alguns exemplos de atividades : 
 Atividades físicas: Caminhadas, exercícios na água, 
danças. 
 A música sempre pode ser utilizada pois desperta o interesse e faz com que a 
pessoa se recorde de boas lembranças. 
 Assistir a filmes e à televisão. 
 Leitura em geral. 
 Escrever: atividade que vai estimular as funções cognitivas desgastadas nessa 
idade. Caso o idoso não saiba ler e escrever, é importante que haja o incentivo e a 
ajuda no desenvolvimento destas atividades. 
 Atividades domésticas. 
 Cuidar de animais de estimação. 
 Conversar: encontrar com pessoas, trocar informações . 
 
Cabe ao cuidador a responsabilidade de descobrir junto com o idoso as atividades 
significativas para ele. A participação social é uma necessidade, e, a qualidade 
desta inserção constitui um elemento fundamental da vida humana. 
Toda a sociedade (família, comunidade e Estado) 
deve unir-se para atender o idoso 
para evitar sua exclusão social e 
conseqüentemente seu isolamento. 
 21 
 
 
A compreensão da política a respeito dos problemas dos idosos é relativamente 
tardia. No início dos anos 70 profissionais da área de envelhecimento começaram a 
se mobilizar e conscientizar as áreas governamentais nos Estados e em Brasília. 
Estes atos culminaram em 1976 ao primeiro seminário Nacional de Estratégias de 
Política Social do Idoso , com inúmeras contribuições de profissionais que atuavam 
na área. Infelizmente, nos governos de Geisel, Figueiredo e Collor, não foram dados 
passos para nenhuma implementação e continuação dessas discussões sobre o 
idoso. Somente após a saída do Collor e sua substituição pelo vice-presidente 
Itamar Franco começaram a estabelecer diretrizes. Em 4 de Janeiro de 1994, se 
estabeleceu a Lei 8.842 da Política Nacional do Idoso – e, pela primeira vez, se 
viram efetivamente contemplados os direitos dos idosos de forma abrangente. Esta 
lei envolveu todos os segmentos das esferas federal, estadual e municipal com o 
objetivo de garantir o bem-estar físico, emocional e social dos idosos em todo 
território nacional, também estabelecendo como pessoa idosa aquela acima de 60 
anos de idade 
 
Uma das diretrizes da Política Nacional do Idoso propõe o apoio à formação de 
cuidadores formais que deverão ser qualificados por profissionais da saúde, 
garantindo a formação de pessoas que prestarão um serviço eficiente e responsável 
em domicílios, pois, preferencialmente, é no âmbito familiar que o idoso deverá ser 
acolhido e cuidado. 
 
LEIS ESPECÍFICAS PARA A PESSOA IDOSA: 
 
 Constituição Federal de 1988 – Art. 230: 
“A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, 
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar e garantindo-lhes o direito à vida”. 
 
 Portaria 810 / 22/09/1989 
Aprovou normas e padrões para o funcionamento dasinstituições que atendem 
idosos: asilos, casas-lar, hospital-dia, etc. 
 
 22 
 Política Nacional do Idoso – Lei nº 8842/1994 
Envolve as esferas: federal, estadual e municipal, garantindo o bem estar físico, 
emocional e social do idoso em todo território nacional. 
 
 Portaria 703/GM – 16/04/2002 
 Em outro desdobramento, a Política Nacional do Idoso criou o Programa de 
Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer ( Portaria 703/GM,16/04/2002) 
instituída no âmbito do SUS que define as funções dos Centros de Referência em 
Assistência à Saúde do Idoso, responsáveis pelo diagnóstico da doença, tratamento 
com distribuição gratuita de medicamentos, acompanhamento aos pacientes, e 
orientação a familiares e cuidadores. 
 
 Estatuto do Idoso – Lei nº10741/2003 
Visa o resgate, a inclusão e a participação ativa do idoso na sociedade. 
 
 Conselhos Nacional, Estadual e Municipal do Idoso 
Composto por representantes dos órgãos públicos de organizações representativas 
da sociedade civil ligadas à área. A esses conselhos compete a formulação, 
coordenação, supervisão e avaliação da Política Nacional do Idoso. 
 
Estatuto do idoso: 
O estatuto do Idoso foi fruto da organização e mobilização dos aposentados no país, 
resultando de uma grande conquista para a população idosa e a sociedade. Ele é o 
reconhecimento jurídico e formal dos direitos individuais, políticos, civis, sociais e 
econômicos dos idosos brasileiros.“ 
O Estatuto foi à demonstração de uma grande vitória, em um país que pouco se faz 
em termo de idosos. Agora temos um desafio maior, que é colocar em prática essa 
lei. 
 
 
 
 
Estatuto do Idoso: um instrumento importante de garantia dos direitos humanos! 
Portanto procure saber mais sobre ele! 
 23 
 
 
 
Atualmente, as instituições que abrigam os idosos sofrem mudanças positivas 
asseguradas pelo Estatuto do Idoso com o apoio de órgãos públicos competentes. 
Contamos com várias modalidades de atendimento aos idosos, levando-se em conta 
cada caso e necessidades específicas. A saber: 
 
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA: 
Com base na Portaria da Secretaria de Assistência 
Social, (SAS 73/01), é designada a modalidade de 
programa de cuidado ao idoso em regime de internato, 
por tempo determinado ou não, sob pagamento ou não, 
no caso de instituições filantrópicas/beneficentes, 
 Casas de Repousos e etc. 
 
CENTRO DE CONVIVÊNCIA: 
O atendimento em centros de convivência consiste no fortalecimento de atividades 
associativas, produtivas e promocionais, contribuindo para autonomia, 
envelhecimento ativo e saudável, prevenção do isolamento social, socialização e 
aumento da renda própria. É o espaço destinado à freqüência dos idosos e de seus 
familiares, onde são desenvolvidas, planejadas e sistematizadas ações de atenção 
ao idoso, de forma a elevar a qualidade de vida, promover a participação, a 
convivência social, a cidadania e a integração intergeracional. 
Público Alvo: idosos autônomos, com 60 anos ou mais e seus familiares. 
 
CENTROS–DIA: 
Criados para o grupo de pessoas que não apresentam incapacidades severas, os 
centros-dia garantem apoio às famílias assumindo os 
cuidados durante 8 a 10 horas por dia, com propostas de 
atividades e práticas que constituem em um estímulo e 
socialização, evitando a solidão, a depressão e o isolamento 
comunitário. O atendimento em centro-dia é uma estratégia 
de atenção integral às pessoas idosas que, por suas 
carências familiares e funcionais, não podem ser atendidas em seus próprios 
 24 
domicílios ou por serviços comunitários. Proporcionando o atendimento das 
necessidades básicas, o atendimento mantém o idoso junto à família, reforça o 
aspecto de segurança, autonomia, bem-estar e a própria socialização do idoso. 
 
O atendimento é caracterizado por ser um espaço para atender idosos que possuem 
limitações para a realização das Atividades de Vida Diária (AVD) e que convivem 
com suas famílias, mas, porém, não dispõem de atendimento de tempo integral, no 
domicílio. 
 
Os centros-dia podem funcionar em espaço especificamente construído para esse 
fim, em espaço adaptado ou juntamente a um programa em Centros de 
Convivências desde que disponha de pessoal qualificado para o atendimento 
adequado. 
 
Objetivos: prestar atendimento de atenção aos idosos, nas áreas de assistência, 
saúde, fisioterapia, psicologia, atividades ocupacionais, lazer e apoio sócio-familiar 
de acordo com as necessidades dos usuários, visando à melhoria de sua qualidade 
de vida e integração comunitária. Também tem como objetivo oferecer um apoio ao 
cuidador do idoso, que, por muitas vezes necessita de trabalhar, bem como de 
cuidar de suas próprias necessidades, mas, sem que haja prejuízo no atendimento 
ao idoso sobre a responsabilidade do Centro-dia. 
 
Público Alvo: Idosos dependentes e semi-dependentes que não tem condições de 
permanecerem sozinhos em seu domicílio e necessitam de cuidados médico e 
sociais. 
 
CASA-TRANSITÓRIA: 
Trata-se de um serviço em regime temporário, público ou privado, de atendimento ao 
idoso dependente e semi-dependente, que necessite de cuidados biopsicosociais 
sistematizados, no período máximo de 60 dias. 
Objetivos: 
 Oferecer ao idoso dependente ou semi-dependente local de moradia provisória 
adequada às suas condições funcionais. 
 Oferecer cuidados de saúde segundo a necessidade específica apresentada pelo 
idoso. 
 Prestar serviço especializado de reabilitação a este idoso, incluindo a preparação 
 25 
para o retorno a seu domicílio ou outro encaminhamento. 
 Oferecer a família, que cuida do idoso dependente ou semi-dependente, a 
oportunidade de suspensão temporária dessa sobrecarga face á situação de 
vulnerabilidade do idoso. 
 Orientar e preparar a família ou o cuidador do idoso para recebê-lo, assim que este 
obtiver alta na residência temporária e após prestar-lhe os cuidados necessários, 
bem como estudar a possibilidade de adaptação da casa onde reside o idoso 
recuperado. 
 
Público Alvo: o idoso que recebeu alta hospitalar, mas não atende aos critérios de 
elegibilidade para a assistência domiciliar e o idoso que pertence a uma família que 
se encontre em situações de vulnerabilidade e de sobrecarga física, problemas 
financeiros ou ainda emocionais como: situações de doença, estresse e falecimento 
do cuidador, em que nestes casos deverá ser identificada necessidade da 
internação em casa transitória e também a possibilidade de suspensão temporária 
dos cuidados ao idoso no próprio domicílio. 
 
HOSPITAL: 
Presta atendimentos em diversas especialidades médicas 
e é referência para atendimentos de urgência e emergência. 
 
O Pronto Atendimento do hospital conta com uma equipe em 
plantão permanente constituída por profissionais de diversas 
especialidades que dão cobertura nas mais diferentes áreas. 
 
A unidade dispõe de sala de emergência para atendimento imediato 
de pacientes em estado grave, sala de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais além 
de consultórios e leitos de observação. A unidade ainda dispõe de serviço de 
remoção e ambulância UTI, (Unidade Intensiva de Tratamento), Móvel, para 
remoção do pacientes. 
 
POSTO DE SAÚDE: 
Conjunto de unidades de atendimento do SUS, (Serviço Único de Saúde), 
subdivididas por regionais. Realiza atividades específicas de vigilância à saúde em 
seu território e de atenção à demanda espontânea, através de consultas agendadas 
somente para os pacientes cadastrados naquela região e também da marcação de 
 26 
exames e encaminhamentos a outros estabelecimentos de saúde quando 
necessário. Atendendo aos princípios do S.U.S, a rede básica responde pela 
prevenção de agravos, principalmente através de visitas em domicílio e de ações 
coletivas. 
ATENDIMENTO DOMICILIAR: 
O atendimento domiciliar, é aquele prestado à pessoa idosa com algum nível de 
dependência, com objetivo depromoção da autonomia, permanência no próprio 
domicílio, reforço dos vínculos familiares e de vizinhança. Caracteriza-se em ser um 
serviço de atendimento público ou privado em domicílio às pessoas idosas através 
de um programa individualizado, de caráter preventivo e reabilitador, no qual se 
articulam uma rede de serviços e técnicas de intervenção profissional focada na 
saúde pessoal, saúde doméstica, de apoio psicossocial e familiar e interação com a 
comunidade. Pode ser de natureza permanente ou provisória, diurno e/ou noturna, 
para atendimento de idosos com ou sem recursos, e mantendo ou não vínculo 
familiar. 
 
Objetivos: 
 Prestar, no próprio domicílio, atendimento ao idoso dependente e 
semi-dependente, otimizando recursos humanos e materiais da 
rede de serviços locais. 
 Reforçar a capacidade do idoso para a sua integração em 
atividades culturais, vocacionais e lúdicas, preservando o vínculo 
familiar e integração comunitária. 
 Aumentar a autonomia do idoso para que este possa permanecer vivendo em sua 
residência por maior tempo possível. 
 Manter a individualidade do idoso adaptando com flexibilidade as peculiaridades 
concretas do ambiente onde será dada a intervenção. 
 Respeitar a memória física e afetiva da pessoa idosa, buscando sua autonomia. 
 Prevenir situações de carência que aprofundam o risco da perda de 
independência. - Criar ou aprimorar hábitos saudáveis relativos á higiene e 
alimentação e prevenção de quedas e acidentes. 
 Reforçar os vínculos familiares e sociais. 
 Recuperar capacidades funcionais perdidas para as atividades de vida diária. 
 Prestar atendimento especializado de saúde. 
 
Público Alvo: idosos dependentes e semi-dependentes. 
 27 
 
 
 
Institucionalizar significa colocar alguém aos cuidados de uma instituição seja ela 
pública, privada, ou filantrópica. 
 
O Hospital Salpétriére, em Paris, pode ser considerado o primeiro estabelecimento 
geriátrico, abrigando em torno de três mil idosos. Antes, eles eram abrigados 
indiscriminadamente com crianças, doentes mentais, mendigos e desempregados. 
 
Hoje, os asilos são denominados instituições de longa permanência (ILP) e contam 
com órgãos e entidades para averiguar, fiscalizar e monitorar os procedimentos e 
condutas adotadas pelos estabelecimentos geriátricos. Dentre eles estão a 
Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos dos Idosos, o Conselho Municipal do 
Idoso, a Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso e a Vigilância Sanitária 
Municipal. 
 
A palavra asilo tem um peso considerável, e, para camuflá-lo, o apelidamos de “lar”, 
“casa”, “recanto” ou “cantinho”. A imagem dos asilos também está associada ao 
abandono, pobreza e rejeição familiar. Mas, a origem da palavra diz respeito a 
refúgio, que tanto pode significar proteção, quanto “tirar de circulação”. 
 
O asilo tem uma função social importante, que é a de acolher idosos que não têm a 
quem recorrer. Não se trata simplesmente de “exorcizar” o asilo, mas, de supri-lo da 
melhor maneira possível para que este possa cumprir de forma digna e humana, o 
seu papel. 
 
Todos os funcionários e dirigentes de instituições geriátricas devem estar 
sensibilizados e adequadamente preparados para exercerem suas 
funções. Essa capacitação não deve se restringir à aquisição de 
técnicas e conhecimentos. É necessária uma capacitação humana 
que implique em sensibilidade para com o sofrimento alheio, 
determinação frente às adversidades, força para combater a 
acomodação e coragem para buscar e implementar mudanças. 
 
 28 
As instituições tendem a priorizar o atendimento às necessidades de alimentação, 
higiene e acomodação, cuidados, obviamente, imprescindíveis, mas que são 
insuficientes para aplacar a fome de contato, o desejo de “pertencimento”. 
 
Quando o idoso é institucionalizado, ele sofre um processo de perda de identidade, 
bem como um rompimento de vínculos e laços sociais. Há uma alteração em sua 
trajetória que irrompe por caminhos desconhecidos. Esta nova experiência é de 
difícil elaboração; elaboração que muitas vezes não se estabelece. 
 
MOTIVOS QUE LEVAM À INSTITUCIONALIZAÇÃO: 
 
 O idoso encontra-se sem condições de morar sozinho. 
 Morava “de favor”. 
 Medo de morrer só. 
 Necessidade de cuidados médicos. 
 Medo de ser assaltado. 
 Incompatibilidade com noras, genros, filhos ou sobrinhos. 
 
Os idosos podem chegar ao asilo pelas “próprias pernas” (o que não é tão raro), ou 
podem ser conduzidos (muitas vezes, sem saber para onde estão indo). A 
adaptação a essa nova realidade poderá ou não ocorrer dependendo do papel que a 
instituição representará em sua vida: segurança? Apoio? Tensão? Medo? O 
ambiente é acolhedor, ou repressor? O idoso é criticado, ou valorizado? Sua voz 
pode ser ouvida, ou é silenciada? 
 
A chegada de um idoso à instituição não pode ser meramente contabilizada, mas ela 
deve apontar para o fato de que mais um idoso necessita ser escutado, de que mais 
um idoso necessita ser respeitado e que este “mais um”, é único em relação à 
construção de sua história. Existe, pois, o desafio de se conciliar regras, rotinas e 
regulamentos institucionais sem uniformizar-se o sujeito, sem violar identidades. 
Afinal, não se pode padronizar o desejo. É necessário flexibilizar condutas, 
balancear limites e restrições, preservar e resguardar a liberdade. 
 
Tudo isso exige um processo de reestruturação, que deve ser amplo, abrangendo 
diversas instâncias. Na verdade, esse processo já foi iniciado, porém, precisa 
avançar bastante. 
 29 
 
As instituições além de oferecerem abrigo para corpos cansados, precisam 
apaziguar corações desencantados. Precisam constituir-se em espaços que 
promovam a convivência, a integração e a inclusão social. 
 
É preciso demolir a idéia de que idosos asilados “vivem” devido à benevolência das 
instituições filantrópicas. Na verdade, eles sobrevivem, fortalecidos pelos resquícios 
de dignidade que ainda carregam dentro de si. 
 
Quem quer que assuma a tarefa de cuidar de idosos, tem de estar ciente do 
tamanho desta empreitada: promover o bem estar físico, psíquico e social dos 
idosos, ou seja, “há que se cuidar da vida”. 
 
A sociedade não pode manter-se indiferentemente e alheia àqueles que, 
anonimamente, ajudaram a construí-la. Os velhos não podem ser “guardados”, 
escondidos, esquecidos. É preciso que a sociedade os veja e lhes restitua o seu 
valor social. Poderemos assim, incitá-los a experenciar novamente um sentido para 
a própria existência. 
 
 
 
 
Asilo hoje: Instituição especializada que a partir de 1964 
definiu-se como instituição gerontológica. Tem por objetivo funcionar 
como uma unidade onde a vida é valorizada e a dignidade 
do idoso é reconhecida até no leito de morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
 
 
Imagine como seria a vida se não houvesse a 
comunicação? A comunicação é essencial para a nossa 
vida, e, é a partir da linguagem que nos relacionamos 
com o mundo, sendo capazes de transmitir informações, 
opiniões e partilhar sentimentos, desejos. 
 
A linguagem falada é a forma de comunicação mais utilizada, sendo um ato social 
fundamental em nossas vidas. 
 
No idoso, a comunicação constitui um elemento importante para a manutenção da 
independência e autonomia, por isso, as dificuldades de comunicação podem causar 
um impacto psicossocial importante: isolamento, depressão, embaraço, medo, raiva 
e frustração. 
 
CONCEITO DE COMUNICAÇÃO: 
 
A palavra Comunicar, vem do latim comunicare, isto é, tornar comum, fazer saber. 
 
Comunicação - é a transferência de informação entre, no mínimo, dois pontos. Isto 
pressupõe que, de um lado há geração de informação-fonte (F) - e, de outro, há a 
recepção desta informação- desinatário (D). 
 
 
 
 
FORMAS DE COMUNICAÇÃO: 
 Falas; 
 Gestos; 
 Sinais (desenho, escrita); 
 Olhares; 
 F D 
Informação 
É impossíveldescrever a necessidade imensa que têm as pessoas de serem 
realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas. 
 31 
 Toques; 
 Expressão facial; 
 Linguagem corporal. 
 
GUIAS PARA MELHORAR A COMUNICAÇÃO: 
 
 Ouça com atenção; 
 
 Se for necessário, repita a mensagem e não demonstre impaciência; 
 O tom de sua voz e a sua expressão facial é tão importante quanto as 
palavras que você vai usar; 
 Dê uma atenção especial para as pausas, entonação de voz, e ritmo 
da fala; 
 Trabalhe a motivação e a auto-estima; 
 Adeque seu vocabulário a cada idoso; 
 Faça afirmações resumindo as declarações do falante; 
 Evite as correções; 
 Durante as conversas, tente ignorar os ruídos de fundo; 
 Fale devagar e use palavras ou construções simples. Não espere uma 
resposta rápida. Dê tempo a pessoa para processar a informação 
(principalmente idosos portadores de demência); 
 Ao falar, fique na frente da pessoa em seu campo visual; 
 Não inicie uma conversação abordando a pessoa por trás; 
 Use um tom de voz normal e agradável, não aumente o volume da voz, 
ao menos que o idoso não escute direito (o grito não favorece a 
comunicação); 
 Monitore sua linguagem corporal; 
 Toque é uma forma de comunicação.Use-o para demonstrar carinho; 
 Acima de tudo, mantenha-se calmo; 
 Procure locais tranqüilos e iluminados para conversar; 
 Evite expressões abstratas e, ou, complexas; 
 Use humor , porém de maneira apropriada; 
 Ria com o idoso e não do idoso; 
 Se não for compreendido, tente falar de outra maneira; 
 Não desista nunca. 
 
 32 
 
A maneira como nos posicionarmos frente ao idoso irá determinar a 
construção (ou não ) , de um vínculo que possibilite intervenções realmente 
afetivas. 
 
ATITUDES FACILITADORAS: 
 
 Preservar a identidade. 
 Saber ouvir. 
 Observar. 
 Acolher. 
 Motivar. 
 Conhecer a história pessoal. 
 Respeitar a privacidade. 
 Preservar a dignidade. 
 Ter empatia. 
 Ter autocontrole. 
 Transmitir tranqüilidade e confiança. 
 Informar, orientar e esclarecer. 
 Estimular a expressão dos sentimentos. 
 Desenvolver potencialidades. 
 Valorizar esforços e tentativas. 
 Ter afetividade, bom humor, paciência. 
 Não julgar 
 
Determinados comportamentos dificultam o verdadeiro contato com os idosos, 
dentre eles: 
 
 Infantilização 
 Superproteção 
 Paternalismo 
 Compaixão 
 Automatismo 
 Autoritarismo 
 
 Devemos estar atentos para que estas condutas não façam parte do dia-a-dia dos 
 
 33 
idosos, dificultando o crescimento pessoal dos mesmos. 
FISICAMENTE : O QUE PODE DIFICULTAR A COMUNICAÇÃO DO IDOSO? 
 
PRESBIFONIA 
A Presbifonia são as alterações fisiológicas vocais normais que ocorrem com o 
envelhecimento. 
Fatores que influenciam a presbifonia 
 Saúde física e psicológica. 
 Tipo de profissão. 
 Cuidados tidos com a voz durante toda vida. 
 
Que alterações ocorrem com a voz? 
 Alteração da qualidade vocal. 
 Há uma tendência dos homens ficarem com voz mais aguda (fina) e nas 
mulheres a voz mais grave (grossa). 
 Aumento do grau de nasalidade e redução na intensidade da fala, 
dificultando o volume e projeção vocais. 
 Redução dos tempos máximos de fonação, gerando frases mais curtas e a 
necessidade constante de recarga de ar. 
 Aumento das pausas articulatórias e redução na velocidade da fala. 
 Voz monótona 
 Voz trêmula 
 
Diagnóstico diferencial 
Diante de um quadro de alterações vocais em um idoso, não devemos apenas 
pensar na presbifonia mas devemos pesquisar a causa do distúrbio. As alterações 
vocais podem ser sinais de: 
 Psicopatologia - questões de ordem emocionais. 
 Doenças neurológicas como: Doença de Parkinson. Esclerose Lateral 
Amiotrófica (ELA), Doença de Alzheimer(DA), A.V.E. e etc. 
 Câncer na região cervical. 
 Refluxo gastroesofágico. 
 Distúrbios vocais. 
 
 
 
 34 
PRESBIACUSIA 
A presbiacusia é o decréscimo fisiológico da audição com o aumento da idade. 
 
Fatores que influenciam a presbiacusia 
 Exposição do ouvido a ruídos intensos. 
 Uso indiscriminado de medicamentos. 
 Tensão diária. 
 Doenças. 
 Atividade profissional. 
 Cuidados com o ouvido durante a vida. 
 
Principais implicações da presbiacusia no idoso 
 Alterações na percepção da fala. 
 Alterações psicológicas: depressão, embaraço, frustração, raiva e medo. 
 Incapacidade auditiva. 
 Isolamento social. 
 Problemas de alerta e defesa - percepção de perigos. 
 Dificuldades na comunicação 
 
ALTERAÇÕES DE LINGUAGEM 
AFASIA 
 De acordo com Regina Cupello - doutora em Fonoaudiologia - a afasia é uma perda 
na capacidade lingüítisca, em diferentes graus de severidade, em conseqüência de 
uma lesão cerebral comprovada. 
Causas: 
 Principal causa: A.V.E 
 Tumores. 
 Traumatismos. 
 Doenças degenerativas. 
 Doenças metabólicas, tóxicas ou infecciosas. 
 
 
 
 
 
 
 35 
Principais manifestações na linguagem oral: 
 Alterações nos aspectos expressivos e receptivos da linguagem. 
 Alterações na percepção, compreensão, memória e no processo de 
repetição. 
 Dificuldades em reconhecer vocabulários. 
 Substituição de uma palavra por outra. 
 Inabilidade para nomear objetos. 
 36 
 
 
A importância da família, tanto em relação aos êxitos como às dificuldades da vida, é 
reconhecida em muitas épocas e lugares. Ao longo da História, a estrutura familiar 
para o idoso lhe foi fundamental em muitos sentidos: do mando e da influência, do 
cuidado e da proteção, da aceitação e da valorização social e da sua experiência 
acumulada. 
 
 
 
A família não pode ser analisada fora de um contexto econômico-sócio-cultural. Ela 
se estrutura e se organiza conforme as alterações do processo histórico. Cada 
família tem uma dinâmica própria que sustenta as relações entre seus membros. 
Essas relações são permeadas por encontros, desencontros, conflitos, acordos, 
desavenças e alianças. 
 
A estrutura familiar constitui a base da sociedade e a sociedade se alicerça em 
valores que sofrem grandes alterações, alterações estas, que não representam 
necessariamente uma evolução da humanidade. 
 
Com relação à constituição familiar, há diversos fatores intrinsecamente ligados aos 
cuidados com idosos. 
As famílias, anteriormente, eram ampliadas, ou seja, tinham 
maior número de filhos e agregados havendo, portanto, um 
maior número de pessoas que assumiam naturalmente os 
cuidados com os idosos. Eles eram considerados guardiões 
da sabedoria e zelar pelos idosos era questão de honra e 
não um pesado fardo a ser carregado. 
 
As famílias contemporâneas são nucleares, ou seja, basicamente constituídas pelos 
pais e filhos. Os laços familiares já não são tão sólidos e novos arranjos são 
freqüentes. A família está mais reduzida e as mulheres conquistam cada vez mais o 
mercado de trabalho. Não existe mais o movimento natural de acolhimento à velhice. 
Essa falta de compromisso é fruto do crescente desinvestimento nas relações e do 
investimento maciço na realização e satisfação pessoal. 
 
As relações familiares são as que o velho vive com mais assiduidade e intensidade! 
 37 
Contudo, quando a inversão de papéis familiares torna-se inadiável, pode ocorrer ou 
não o surgimento de um conflito. Uma estrutura familiar equilibrada e sólida inclui 
incondicionalmente o idoso em sua configuração, assumindo cuidados sendo um 
suporte afetivo, oferecendo segurança, apoio e confiança . 
 
No entanto, existem famílias que não podem assumir os cuidados com os idosos, 
não porque os rejeitem, mas por impossibilidade de conciliar o próprio trabalho com 
os cuidados intensivos para com os idosos. Neste caso, a família busca a 
institucionalização como último recurso. A decisão é impregnada de culpa e dolorosa 
para ambos, familiares e idosos. É um momento muito difícil, delicado e 
extremamente triste.Há ainda os casos que culminam com a institucionalização, 
porém, sem o suporte familiar necessário. São histórias de 
rejeição, abandono e negligência que revelam a face mais triste 
da velhice. O idoso freqüentemente é impelido de casa aos 
poucos: um olhar enviesado, um gesto brusco, uma palavra mal 
dita que vão permeando o seu cotidiano. Assim, o idoso sofre 
terrivelmente e seu espaço fica cada vez mais restrito e não há lugar que comporte 
seu sofrimento. Acaba por peregrinar de casa em casa, impossibilitado de pousar. 
 
INFORMAÇÕES IMPORTANTES: 
 Idoso frágil, família frágil. 
 Observar os acontecimentos e as relações dos familiares. 
 Nunca utilizar julgamento pessoal. 
 Procurar distinguir seus desejos das necessidades reais do idoso.Também 
verificar o desejo da família e o desejo do idoso. 
 Eleger um familiar para os contatos, esclarecer dúvidas (geralmente é a 
pessoa que contratou seu serviço). 
 Negociar com a família suas funções e horários de suas atividades, 
mostrando a importância de um descanso diário e evitando assumir funções 
extras. 
 É importante o cuidador cuidar de sua aparência e bem-estar físico: higiene, 
vestimenta, hábitos alimentares, preparo físico, sono satisfatório. 
 Preparar-se emocionalmente para enfrentar os problemas e mudanças de 
humor e comportamento do idoso, sabendo entender seus próprios 
 38 
sentimentos e separar seus problemas dos problemas do idoso e da família. 
 
 
 
 
HABILIDADES INTERPESSOAIS 
 39 
 
 
O CUIDADOR TAMBÉM NECESSITA DE CUIDADOS. 
Quanto mais se cuidar, melhor cuidador o indivíduo será. 
 
NECESSIDADES FÍSICAS DOS CUIDADORES : 
 Mantenha hábitos alimentares – pelo menos 3 refeições balanceadas por dia. 
 Durma de 6 a 8 horas contínuas por noite. 
 Pratique exercícios físicos – pelo menos 3 vezes por semana. 
 Descanse quando for possível. 
 Não descuide da sua saúde. 
 
NECESSIDADES EMOCIONAIS DOS CUIDADORES: 
 Observe sinais de ansiedade, depressão, raiva, ou irritação. 
 Tente manejar apropriadamente os sintomas de ansiedade, comuns ao 
cuidador. 
 Procure ajuda profissional, se não conseguir suportar a situação sozinho. 
 Converse com amigos íntimos ou familiares sobre seus sentimentos. 
 
NECESSIDADES SOCIAIS: 
 Não se afaste dos amigos. 
 Tente manter as atividades que são importantes para você (trabalho, esporte, 
lazer). 
 Saia de casa para atividades sociais, (visitas, cinema, clube, etc.), pelo menos 
uma vez por semana. 
 
NECESSIDADES ESPIRITUAIS: 
 Reserve tempo para orar, meditar ou relaxar. 
 Converse com um líder religioso para falar sobre seus sentimentos. 
 
 
Explore sua religiosidade, mesmo que não pertença formalmente a alguma 
religião. 
 
 40 
O ESTRESSE DO CUIDADOR 
A função de cuidador de idosos é árdua e requer muita paciência, dedicação e 
informação. Além de exigir força física, demanda também equilíbrio emocional. Para 
se tornar um cuidador é necessário manter os cuidados com a própria saúde física e 
mental. O estresse ocorre com freqüência e pode ser gerado por diversos fatores. 
 
FATORES ESTRESSANTES : 
 Contato freqüente com o sofrimento. 
 Plantão noturno. 
 Falta de orientação. 
 Vigilância constante. 
 Atendimento a pacientes terminais. 
 Lidar com pacientes queixosos, hostis, deprimidos. 
 Lidar com a intimidade corporal e emocional. 
 Sobrecarga. 
 
INDICADORES DE ESGOTAMENTO: 
 Irritabilidade, agressividade e hiper-atividade. 
 Fadiga, insônia, cefaléia, (dor de cabeça). 
 Diminuição do controle emocional e depressão. 
 Isolamento social. 
 Mau humor, aumento dos problemas conjugais. 
 
SENTIMENTOS COMUNS ENTRE OS CUIDADORES: 
 Constrangimento. 
 Medo. 
 Pesar. 
 Raiva. 
 Culpa. 
 Incapacidade. 
 
PARA REDUZIR O ESTRESSE : 
 Compartilhar o cuidado com outros membros da família (ou outro cuidador). 
 Contatar grupos de apoio. 
 Garantir períodos de descanso. 
 Informar-se sobre doenças e condutas. 
 41 
 Planejar os gastos financeiros. 
 Não reprimir os sentimentos. 
 Planejar os cuidados: rotina, tarefas e horários. 
 
CUIDADOR FAMILIAR: 
 
Tornar-se o cuidador familiar parece seguir quatro 
regras fundamentais: 
 
1.Parentesco; 
2.Gênero; 
3.Proximidade física; 
4.Proximidade afetiva. 
 
O cuidador familiar quase sempre é do sexo feminino (gênero) e de grau de 
parentesco próximo :esposas, filhas, noras, netas. 
 Portanto com a saída da mulher para o mundo do trabalho em que a renda familiar 
depende também de seu salário, dificultou a permanência do idoso em seus 
domicílios, principalmente para os semi-dependentes e dependentes. A saída às 
vezes encontrada é colocar o idoso em instituições asilares. O cuidado de pessoas 
dependentes provoca variados sentimentos e atitudes como: culpa, ansiedade, 
depressão, raiva, cansaço, desespero, transtorno do sono, isolamento social, mas 
pode também gerar satisfação e orgulho. A família deve procurar ajuda na rede 
informal de suporte, (cuidadores qualificados), ajuda profissional, informação e 
busca de espiritualidade. 
 
A REALIDADE…. 
O assumir a tarefa de responsável pelo cuidado não é uma opção, porque em geral, 
o cuidador não toma a decisão de cuidar, mas esta se define na indisponibilidade de 
outros possíveis cuidadores ... 
 
 
 
Geralmente a função de cuidador é assumida por uma única pessoa, denominada 
cuidador principal, seja por instinto, vontade, disponibilidade ou capacidade 
(MENEZES,1994). 
…e assim percebemos que, uma vez assumindo a tarefa do cuidadao, esta 
dificilmente é transferível. 
 
 
 42 
 
DEFINIR O CUIDADOR FAMILIAR… 
Definir quem será o cuidador familiar de um idoso doente no domicílio constitui-se 
numa situação em que a família, na maioria das vezes, necessita reorganizar-se e 
negociar possibilidades, que incluem identificar, conforme o parentesco, a 
disponibilidade de tempo e o desejo pessoal, quem poderá assumir essa tarefa. 
 
SER CUIDADOR FAMILIAR: UMA OPÇÃO OU UMA OBRIGAÇÃO? 
A “opção” de cuidar é vista como uma obrigação que está embutida no seu papel de 
esposa, estando relacionado ao projeto de vida do casal, já que o casamento se 
constitui em um projeto de vida comum que inclui a questão do cuidado pelo outro. 
 
O CUIDAR… NESTE CONTEXTO 
 Atividades simples tornam-se árduas para quem nunca 
precisou de enfrentá-las; 
 O exercício de cuidar se torna difícil pela inexperiência do 
cuidador; 
 As atividades que podem se tornar mais complexas com a 
evolução do quadro de doença do idoso pode exigir cuidado e 
habilidade no conhecimento; 
 A maioria dos cuidadores referem-se ao aprendizado do cuidado diário como 
um aprendizado autodidata; 
 Trabalho solitário e gerador de sobrecarga; 
 Sobregarda de natureza física, que se expressa em cansaço, insônia e 
problemas de saúde; 
 Impotência diante da situação, percebendo-a como imutável e, de certa 
forma, contribuindo para que se resigne às circunstâncias. 
 
O ESTRESSE DO CUIDADOR FAMILIAR 
 Noites mal dormidas, geradas pela preocupação em saber se o 
idoso está bem; 
 Cotidiano cansativo e repetitivo; 
 Nova realidade incorporada ao seu cotidiano, muitas vezes árdua e 
desgastante, conforme o que o idoso doente apresenta; 
 Não ter autonomia para gerenciar a própria vida e ter que viver em torno do 
outro ; 
 
 
 43 
 Sentindo-se “fraco mentalmente”, referindo-se ao cansaço emocional causado 
pelo estresse da responsabilidade de cuidar diariamente do idoso doente; 
 Acúmulo de preocupações; 
 Além das tarefas caseiras aumentarem, o idoso normalmente precisa ser 
auxiliado nos cuidados pessoais ; 
 Cansaço ; 
 Reestruturação da sua vida, alterando costumes, rotinas, hábitos e até 
mesmo a natureza de sua relação com o idoso (NERI, 1993) ; 
 Compromisso de administrar medicamentos nos horários corretos ; 
 Jornada de trabalho que, muitas vezes, estende-se ao longo dodia e para a 
qual não contam com ajuda de outras pessoas . 
 
O ESGOTAMENTO FÍSICO E EMOCIONAL RELATADO PELAS CUIDADORAS, 
ESTÁ ASSOCIADO A MÚLTIPLOS FATORES 
 
1. Tarefas dos cuidados, 
2. Pressão cotidiana decorrente do próprio estado de saúde do doente, que gera a 
dependência física e emocional 
 3. Falta de ajuda de outros familiares 
4. Dificuldades financeiras para a manutenção da própria família 
5. Ausência de suporte formal por parte do Estado, como por exemplo, atendimento 
domiciliar e medicamentos 
 
 
 
 
 
 
BENEFÍCIOS DO CUIDADO.... 
 
 Crescimento pessoal, senso de auto-realização, senso de significado e senso 
de reciprocidade 
 Valorização social, satisfação pelo cumprimento de 
normas sociais e benefícios às relações familiares 
 Resgata o carinho, o amor, as desavenças do 
cotidiano e possibilita a retribuição de valores 
Conciliar as atividades domésticas com os cuidados 
pessoais e os cuidados ao idoso dependente exige 
habilidade na organização do tempo e da execução 
dos mesmos. 
 
 
 44 
 Revisa relações, redesenhando e fortalecendo seus novos e velhos papéis 
 Resgata o carinho, o amor, as desavenças do cotidiano e possibilita a 
retribuição de valores 
 
OPÇÕES DE REESTRUTURAÇÃO DA VIDA DO CUIDADOR.... 
POSSIBILIDADES.... 
 
 Redesenhar seu papel em relação às tarefas do cotidiano e do cuidado, que 
mesmo sendo conturbado, permite a ele vislumbrar opções de lazer e 
descontração. 
 Perceber que está vivo, que não está doente e precisa continuar a sua vida 
da melhor forma possível (Para não adoecer). 
 Vislumbrar opções de lazer e descontração. 
 Retomar a atenção para consigo mesmo. 
 
 Dedicar um tempo a si, para que possa manter sua saúde física e mental . 
 
 
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO CUIDADOR: 
 
1- Tenho direito a cuidar de mim. 
2- Tenho o direito de receber ajuda e participação dos familiares, nos cuidados do 
idoso dependente. 
3- Tenho o direito de procurar ajuda. 
4- Tenho o direito de ficar aborrecido, deprimido e triste. 
5- Tenho o direito de não deixar que meus familiares e, ou, familiares dos idosos 
que cuido, tentem manipular-me com sentimentos de culpa. 
6- Tenho o direito a receber consideração, afeição, perdão e aceitação de familiares 
dos idosos e da comunidade. 
7- Tenho o direito de orgulhar-me do que faço. 
8- Tenho o direito de proteger a minha individualidade, meus interesses pessoais e 
minhas próprias necessidades. 
9- Tenho o direito de receber treinamento para cuidar melhor do idoso dependente. 
10- Tenho o direito de ser feliz! 
 
PAPEL E IMPORTÂNCIA DA EQUIPE DOMICILIAR.... 
 
 
 
 
 45 
 
 Colaborar para que o familiar em vez da inexperiência, possa desenvolver 
conhecimentos e habilidades para lidar com a demanda de cuidados que a 
doença do idoso exige 
 Apoiar os cuidadores para sentirem que cuidar não é viver na solidão, nem 
perder a liberdade, compreendendo que existe uma equipe de saúde 
colaborativa e envolvida nesse processo cuidador - família. 
 Apoiar os cuidadores para sentirem que cuidar não é viver na solidão, nem 
perder a liberdade, compreendendo que existe uma equipe de saúde 
colaborativa e envolvida nesse processo cuidador - família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
 
O envelhecimento representa a conseqüência ou os efeitos da passagem do tempo. 
Todas as pessoas, animais e plantas passam por transformações com o passar dos 
anos. Essas modificações podem ser consideradas como uma involução (evolução) 
que leva a um gradual declínio da performance dos indivíduos, culminando com a 
morte. 
 
Envelhecimento Biológico (fisiológico): somatório de alterações orgânicas e 
funcionais próprias do envelhecimento normal (senescência). 
 
Envelhecimenento patológico (senilidade): refere-se às alterações resultantes de 
traumas e doenças que ocorrem no ciclo vital. 
 
O processo de envelhecimento funcional se inicia geralmente na segunda década de 
vida, porém é pouco perceptível. Já ao final da terceira década de vida, surgem as 
primeiras alterações funcionais ou estruturais. A partir da quarta década há uma 
perda aproximada de 1% da função ao ano, nos diferentes sistemas orgânicos. 
 
Estas alterações fisiológicas possuem um efeito acumulativo e gradativamente vão 
diminuindo a reserva funcional do indivíduo comprometendo sua capacidade de 
adaptação às modificações do meio interno e, ou, externo. 
 
O envelhecimento é uma progressiva incapacidade de manutenção do equilíbrio 
orgânico. 
 
 
 
 Hereditariedade : é responsável por cerca de 30 a 50% da qualidade de 
envelhecimento, dependendo de cada órgão ou sistema. Portanto, se a história 
 
 
 
 47 
familiar é rica em doenças com caráter hereditário como as doenças 
cardiovasculares, diabetes mellitus, câncer, depressão, doença de Alzheimer, dentre 
outras, a qualidade do envelhecimento dependerá de um esforço maior na 
incorporação de hábitos de vida mais saudáveis. 
 
Por outro lado, se a herança é favorável, o estilo da vida saudável otimizará mais 
ainda a qualidade do envelhecimento. 
 
ALTERAÇÕES BIOFISIOLÓGICAS OBSERVADAS NO 
ENVELHECIMENTO 
 
ALTERAÇÕES ORGÂNICAS : 
 
Composição corpórea – diminuição da água corporal total. A criança possui 70% 
de água em sua composição corporal, já o idoso possui 52% . Perdas moderadas 
de líquidos, ou a falta da ingestão desses, podem evoluir rapidamente para um 
processo de desidratação evidente. 
Gordura – Há um aumento de 20 a 30% na gordura corporal total, com tendência a 
se acumular na região das nádegas e coxas (aparência de “pêra”) e da 
barriga/abdômem (aparência de maça). Além disso, a gordura é responsável por 
uma maior parte do peso da pessoa idosa. 
Estatura – A estatura mantém-se até os 40 anos, depois diminui cerca de 1 cm a 
cada década. Esta diminuição acentua-se após os 70 anos em virtude de: 
 
 Achatamento das vértebras. 
 Redução dos discos intervertebrais. 
 Presença de cifose acentuada. 
 Arqueamento das pernas. 
 Achatamento do arco plantar - pé chato ou pé plano. 
 
 
 
 48 
 
Peso – Tendência a diminuir após os 60 anos, em virtude da diminuição da massa 
muscular e do peso dos órgãos. 
 
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS: 
 
São as alterações na face do idoso devido ao crescimento contínuo da 
circunferência craniana, nariz e orelha. Ainda, o tórax sofre um crescimento 
contínuo considerável. 
 
ALTERAÇÕES TEGUMENTARES: 
 
Pele 
 Menor renovação da pele. 
 Pele mais fina. 
 Diminuição da elasticidade (surgimento de rugas). 
 Diminuição da oleosidade da pele. 
 Pele mais ressecada (diminuição da produção de suor). 
 Surgimento mais freqüente de manchas na pele 
 
Pêlos e unhas 
 Diminuição dos pêlos em geral. 
 Pêlos em regiões que antes não haviam, principalmente em mulheres (devido 
a alterações hormonais). 
 Pêlos menos grossos e mais fracos. 
 Perda gradativa da cor dos pêlos e cabelos. 
 Crescimento mais lento e engrossamento das 
unhas. 
 Unhas mais secas e quebradiças 
 
 
 
 49 
Boca 
 Boca mais seca (diminuição na produção de saliva). 
 Diminuição do paladar ( em especial para doces e salgados). 
 Diminuição da superfície das gengivas tornando-as mais frágeis e 
dificultando a fixação da dentadura. 
 Tendência a perda progressiva dos dentes que se tornam mais escuros. 
 Diminuição do reflexo de vômito, o que aumenta a possibilidade de 
engasgamento. 
 Língua: redução das papilas gustativas: comprometento o paladar. 
 Alteração das papilas e diminuição nas conduções neurosensoriais: aumenta 
o limiar de percepção dos sabores doce e salgado, levando à sensação de 
que os alimentos estão amargos e azedos 
 
Olhos 
 Mais fundos: diminuição da gordura em volta do olho. 
 Surgimento do arco senil ( acumulação de gordura na íris dos olhos formando 
um círculo claro na parte externa da íris). Diminuição da elasticidade do cristalino, (uma lente do olho), com 
conseqüente diminuição da capacidade de focar objetos próximos. 
 Diminuição do tamanho da pupila e diminuição da velocidade de resposta à 
luz (maior dificuldade de adaptação à diferentes luminosidades) 
 
Ouvidos 
 O tímpano torna-se mais espesso. 
 Tendência à formação de tampões de cerume (rolha de cera). 
 Degeneração do ouvido interno e do nervo auditivo levando a diminuição da 
capacidade de ouvir. 
 
 
Nariz 
 Aumento de tamanho (crescimento contínuo). 
 Diminuição da capacidade de sentir e diferenciar cheiros. 
 Aumento da quantidade e da grossura dos pelos internos. 
 
 
 50 
 
 
SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO : 
Diminuição da massa corporal total: 
 
 Diminuição da força e velocidade de contração muscular (lentificação dos 
movimentos). 
 Aumento da base de sustentação, (a pessoa idosa tende a andar com as 
pernas mais abertas). 
 Diminuição dos movimentos dos braços ao se movimentar. 
 Diminuição da massa óssea, (osteopenia). Esta diminuição aumenta com a 
menopausa, (diminuição dos hormônios femininos), podendo chegar á 
osteoporose, aumentando a possibilidade de fraturas e deformação das 
vértebras (tendência à cifose acentuada). 
 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO: 
 Diminuição dos mecanismos de defesa pulmonar. 
 Menor capacidade de absorver o oxigênio do ar. 
 Redução do movimento ciliar (acúmulo de muco). 
 
 Estes sintomas levam á diminuição das trocas gasosas, acúmulo de 
secreções, dificuldade de tossir e aumento da possibilidade de infecções . 
 
 
 51 
SISTEMA CARDIOVASCULAR : 
Em repouso, a capacidade do coração de uma pessoa idosa é suficiente, mas 
durante o esforço físico pode apresentar sobrecarga, distúrbio que leva ao 
comprometimento da circulação sanguínea. 
 Coração – Diminuição da força de contração do coração e endurecimento 
das válvulas do coração . 
 Vasos Sanguíneos – aumento da rigidez da parede dos vasos e 
diminuição do calibre de veias e artérias. 
 
 
SISTEMA GASTROINTESTINAL : 
 
 Lentificação da velocidade de passagem do alimento pelo esôfago, (órgão 
que liga a boca ao estômago) . 
 Diminuição das substâncias digestivas. 
 Diminuição do volume e peso do fígado - alterações no funcionamemto do 
fígado afetam o processamento e eliminação de várias substâncias, 
inclusive remédios. 
 Diminuição da movimentação do intestino.( Maior tendência de intestino 
preso) 
 
 
 
 
 52 
 
 SISTEMA RENAL E URINÁRIO : 
 Diminuição do tamanho e peso dos rins. 
 Diminuição da do processo de filtração nos rins em até 45% entre os 20 e os 
90 anos. 
 
 
SISTEMA GENITAL: 
 
Nas mulheres: 
Com a menopausa: 
 Diminuição na produção hormonal. 
 Diminuição dos pêlos na região genital. 
 Distrofia dos grandes lábios, colo uterino e vagina. 
 Diminuição dos ovários, trompas e útero. 
 Alterações na vagina (mais curta, menos elástica e menos lubrificada) 
 Relação sexual tende a ser mais dolorosa para as mulheres. 
 
Nos Homens: 
 Aumento no tamanho da próstata: órgão interno presente só nos homens. 
 Ereção mais lenta. 
 Diminuição da sensibilidade do pênis . 
 Diminuição do tamanho do testículo. 
 Demora para ejacular. 
 Diminuição do volume do esperma. 
 
 53 
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA DO CORPO : 
 
 Sistema de termorregulação: responsável pela capacidade de permitir que o 
corpo aqueça e esfrie de acordo com sua necessidade. 
 A termorregulação está prejudicada (adaptação ao frio e ao calor) 
 
 Diminuição dos sensores para frio – a pessoa idosa sente menos frio, mas 
isso não significa que o frio não esteja sendo prejudicial para ela. 
 O corpo da pessoa idosa tem menor capacidade de produzir calor, o que 
diminui a resposta do corpo ao frio. 
 Hipertermia: alta temperatura corpórea. 
 Diminuição da capacidade do corpo da pessoa idosa de transpirar e assim 
perder calor. 
 Tendência a sentir mais o calor do ambiente e maior risco de desidratação. 
 
Informação importante: 
Temperatura axilar maior ou igual a 37,2 graus C ou elevações de 1,1grau C na 
temperatura basal independente do local de medição, merecem investigação. 
Obs: O processo de febre pode estar ausente em processo infeccioso. 
Por outro lado: não é raro o desenvolvimento de hopotermia (temperatura axilar 
menor que 35grausC) em resposta à infecção. 
 
SONO E REPOUSO: 
 Diminuição do número de horas de sono dormidas. 
 Diminuição de 50 % do sono profundo, (o sono que relaxa). 
 As pessoas idosas acordam com mais facilidade e demoram mais para 
adormecer. 
 
 ENVELHECIMENTO NEUROLÓGICO FUNCIONAL: 
 
 Há uma diminuição do volume do cérebro e da medula espinhal. 
 Perda constante de neurônios. 
 Diminuição da velocidade da condução dos impulsos elétricos. 
 54 
 
OBSERVAÇÃO: 
O envelhecimento aumenta a vulnerabilidade do organismo às agressões do meio 
interno e externo, predispondo às doenças. Praticamente todo idoso apresenta uma 
ou mais doenças/ disfunções. O paciente pode conviver bem com suas doenças, 
sem que elas afetem a sua qualidade de vida. 
Daí o conceito de saúde como algo mais amplo do que simplesmente a ausência de 
doenças (OMS, 1947): 
“Saúde representa o mais completo estado de bem-estar físico, psíquico e social e 
não meramente ausência de doença ou enfermidade”. 
 
ENVELHECIMENTO PSÍQUICO 
 Independe do biológico e da idade. 
A busca da maturidade psíquica exige esforço pessoal contínuo, não sendo, 
portanto, naturalmente progressivo. O auto-conhecimento, e estudo da estrutura e 
dinâmica do psiquismo e os conflitos do cotidiano são indispensáveis para 
atingirmos a independência psíquica (sabedoria). 
O indivíduo que adquiriu o envelhecimento psíquico, quando se depara com o 
aumento da vulnerabilidade biológica e funcional se encontra suficientemente sábio 
para aceitar a realidade, tolerar a dor e a perda da independência biológica, pois 
seus dispositivos de segurança são cada vez mais eficazes na relação com o 
mundo. 
O envelhecimento psíquico é a liberdade plena , pois há a compreeção do sentido 
da vida (para quê). Os valores que regem a sua vida (filosofia de vida) são cada vez 
mais elevados, racionais, enfim inteligentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 55 
 
 
Algumas doenças acometem preferencialmente as pessoas idosas e são agravadas 
com o processo de envelhecimento. Nos próximos capítulos desta apostila, essas 
doenças serão abordadas. 
 
As maiores vulnerabilidades das pessoas idosas estão nos sistemas: 
pulmonar, endócrino, circulatório e neurológico. 
 
Entretanto, iremos abordar também outros aparelhos de importantes aspectos: 
aparelho urinário, aparelhos ósteomusculares . 
 
INCONTINÊNCIA URINÁRIA E FECAL 
 
A incontinência, como o próprio nome já diz, refere-se à incapacidade de segurar a 
urina (incontinência urinária) ou os gases e fezes (incontinência fecal) por vontade 
própria. Pode ocorrer em diferentes faixas etárias e por diferentes causas, mas 
tende a aumentar progressivamente com a idade, acometendo principalmente as 
mulheres. 
 
Ambas as incontinências podem provocar impactos significativos na vida do 
indivíduo e daqueles ao seu redor (cuidadores, familiares), devido ao significativo 
constrangimento que causam. Ter consciência de que a pessoa idosa não faz de 
propósito e encarar a situação com naturalidade são fundamentais para lidar com o 
imenso trabalho que é o de cuidar da incontinência. 
 
Diante de uma situação como essa, o cuidador e os familiares devem sempre 
perguntar à equipe sobre aspectos importantes para a organização dos seus 
cuidados. 
 
Observe e questione sobre a incontinência: 
 
 É diária ou esporádica? 
 Ocorre quando tosse, sorri ou aperta a barriga? 
 56 
 A pessoa idosa sente vontade, mas não consegue chegar a tempo no 
banheiro? 
 Tem dificuldade de tirar a roupa para urinar? 


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