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Carta aos futuros professores da Secretaria de Educação do DF Você está entrando em um tradicional evento realizado pelo Gran Cursos Online. O Gran Dicas é um aulão que ocorre na véspera do concurso com a missão de oferecer orientações importantes para você, concurseiro, se sair bem ao enfrentar seu inimigo número 1: a banca examinadora. Em nosso caso, o Cebraspe/Cespe. Aqui você terá acesso a valiosos conteúdos previstos no edital e a dicas de comportamento que farão a grande diferença na hora “H”. Tudo foi pensado para que você acerte o maior número de questões na prova e conquiste sua tão sonhada vaga no serviço público. Os nossos professores são, em sua grande maioria, servidores públicos e experientes ex-concurseiros. Na maior parte, eles acumulam, ainda, funções de técnicos, pesquisadores e autores de livros e apostilas. Enfim, são os melhores profissionais nas respectivas áreas de atuação e, por extensão, nas disciplinas que ministram. Além disso, foram selecionados por nós porque têm a fama de serem certeiros na previsão de questões que caem nas provas. As aulas e dicas que eles oferecerão nesta edição do Gran Dicas são fruto da enorme experiência por eles acumulada. Ademais, são dirigidas ao contexto específico da prova da Secretaria de Educação do DF. O que se espera do concurseiro que participa de um evento como este é: alegria, por fazer parte de uma elite de candidatos preparados; concentração, para registrar e assimilar todas as dicas transmitidas pelos mestres; e humildade, para reconhecer que não sabe tudo e que está aqui para aprender com os professores e com os colegas envolvidos em idêntica missão e com os mesmos objetivos. Contudo, nós do Gran Cursos Online esperamos algo mais. Esperamos algo mais do você de amanhã, do você já servidor 'do' público. Esperamos eficiência, dedicação, proatividade, criatividade, espírito de equipe, amor ao próximo, paixão pelo bem servir e extrema preocupação com a busca do encantamento, ou seja, a superação das expectativas de Sua Excelência o cidadão-cliente, o discente. O momento é de dedicar todo talento, vocação, todo esforço, toda energia e todos os seus conhecimentos em prol de uma Administração Pública mais eficiente, menos voltada para os rituais e procedimentos e mais para os resultados, para a efetividade das políticas públicas e para o atendimento dos usuários dos serviços prestados pelo Estado, contribuintes e pagadores dos vencimentos dos servidores como você será em breve. A nossa nação precisa de verdadeiros patriotas determinados a honrar o cargo público e a servir bem à cidade, ao nosso DF, buscando criar uma sociedade melhor, mesmo que seja a passos lentos. Quantas vezes já reclamamos da necessidade de melhorias nos serviços públicos? Você, futuro servidor e futuro professor, pode fazer parte da mudança que tanto cobra e espera, especialmente por ser um profissional da área mais importante de qualquer sociedade: a educação. Então, aproveite o dia, curta o momento, e GRAN sucesso no seu certame! Saiba que você pode sempre contar com a nossa apaixonada equipe. Gabriel Granjeiro Diretor-Presidente do Gran Cursos Online e da GG Educacional INTRODUÇÃO Sobre o autor: Graduado em Administração e Marketing pela Leonardo N. Stern School of Business da New York University, fundador do Gran Cursos Online e da GG Educacional. Gabriel Granjeiro Diretor-presidente ARTIGO MOTIVACIONAL DESEJE, MENTALIZE, RECEBA! “Muitas das falhas da vida ocorrem quando não percebemos o quão próximos estávamos do sucesso na hora em que desistimos.” Thomas Edison O pontapé inicial para qualquer conquista é o desejo. Quando uma pessoa deseja muito e inten- samente algo, vai moldando a realidade e a direcio- nando rumo à concretização desse desejo. De fato, a mente tem o poder extraordinário de fabricar reali- dade, mas não sozinha. Quem quer muito algo pre- cisa agir e se fazer merecedor do objeto de desejo. Há que desenvolver inteligência emocional, há que pensar positivo, há que se esforçar e há que fazer sacrifícios. Não basta querer muito um cargo público e esperar que o ato de nomeação chegue em casa, como num passe de mágica, sem que o candidato tenha feito sua parte para isso. O desejo é apenas o início da conquista, e não o seu fim. A Universidade Americana de Yale desenvolveu uma pesquisa em que ficou demonstrado o poder da mente. Os pesquisadores selecionaram trinta indiví- duos que, em comum, nunca haviam disparado uma arma de fogo antes e, submetidos a uma prova de tiro, obtiveram a mesma média de acertos. Esses indivíduos foram divididos em três grupos. O primeiro praticou tiro por vinte minutos, cinco dias por semana, durante seis semanas. O segundo grupo, durante o mesmo perí- odo de tempo e no mesmo ambiente, apenas se imaginou acertando o alvo, reproduzindo na mente os gestos de atirar. Já o terceiro grupo, na mesma situação e no mesmo período, ficou à toa, simplesmente brincando com a arma. Depois de seis semanas, os testes de proficiência foram repetidos. Os dados foram surpreendentes: o primeiro grupo teve índice de acertos de 83%; o segundo grupo, de 82%; e o terceiro manteve a média de antes, sem alteração. A grande lição que esse experimento nos ensina é que os exercícios mentais são tão eficientes quanto o treino prático quando se trata de se preparar para um desafio. O indivíduo pode simplesmente simular na mente a situação que enfrentará ou visualizar a si mesmo conquistando o objeto de desejo, que suas chances de tornar a imagem concreta são tão altas quanto seriam se ele estivesse pondo a mão na massa. Quando um concurseiro visualiza bem o seu propósito, a tendência é que ele tenha um aproveitamento muito bom em relação ao que visualizou. Entretanto, não basta projetar o sonho na mente nos mínimos detalhes; é preciso carregar essas imagens com sentimentos e emoções positivas. Vejamos uma situação concreta. Amanhã você, amigo(a) concurseiro(a), fará a prova do concurso dos seus sonhos, para uma vaga de professor(a) da Secretaria de Educação do DF. Hoje, você não pode ficar projetando pensamentos negativos como: “E se der branco? E se todos os inscritos comparecerem? E se eu me atrasar? E se as provas vierem muito fora do que eu estudei ou do que domino?” Em vez de ceder a esse tipo de pensamento pessimista, você deve é imaginar- -se feliz durante a prova, tranquilo ao constatar que tudo que está sendo cobrado nela constava do seu plano de estudos e dos milhares de questões que você resolveu como treino. Em seguida, com os olhos fechados e controlando a respiração, você deve conseguir imaginar-se dando aula para dezenas de alunos, contribuindo para o desenvolvimento educacional deles e satisfeito(a) após mais um dia como educador(a), sabendo que está ajudando a construir um Brasil melhor. Mentalize cada detalhe dessa imagem e sinta-se merecedor(a) de estar presente nela. Pensamento e sentimento certos dão forma ao desejo. O resultado será o universo trabalhando para a concretização dele. Como tudo na vida, essa simulação requer treino e mais treino. Cabe repetir: você se torna aquilo que pensa e projeta na maior parte do tempo. Em outro artigo, ensinamos que todo concurseiro deve criar o seu “mural dos sonhos”. Nele, deve pendurar fotos do órgão ou da entidade onde pretende trabalhar, imagens de servidores em operação e cópia do contra- cheque do cargo, entre outros objetos que ilustrem o que ele poderá conquistar graças à estabilidade financeira garantida pelo cargo público. Outra boa dica é carregar no bolso um cartão plastificado com a frase “Eu sou muito feliz, grato(a) e desejo ser professor(a) da SEDF.” Acrescentamos a tudo isso, ainda, o atributo da gratidão. Agra- deça, agradeça sempre e todo dia, especialmente pelo que você já tiver conquistado e por tudo o que já tem. A gratidão nos faz ter mais felicidade e maior motivação para buscar novos desafios. Você sabia que o que nos move em direção ao nossos objetivos, desejos,sonhos e necessidades é a dopa- mina? Conhecida como molécula da motivação, é ela que nos proporciona aquela ótima sensação de empodera- mento que experimentamos quando atingimos uma meta. A falta de entusiasmo e de motivação está diretamente ligada a baixos níveis de dopamina. Estudos conduzidos com hamsters mostram que as cobaias com deficiência desse neurotransmissor costumam optar pelo caminho mais fácil, ainda que a recompensa, no fim, seja menos alimento. Já os ratinhos com maiores níveis de dopamina se esforçam mais quando sabem que o resultado será o dobro de comida. Interessante, não? Sabendo disso, o que recomendamos é a divisão dos grandes objetivos em várias pequenas metas. Cada conquista, por menor que seja, liberará dopamina, o que produzirá em você a sensação de felicidade e de prazer que o motivará a seguir em frente. Isso ocorre porque cada realização significa um passo adiante na conquista do objetivo maior, o que permite que você visualize a vitória como algo mais próximo e concreto. Em outras pala- vras, experimentamos uma boa “ressaca” de dopamina a cada pequena conquista, no nosso caso, a cada nova aprovação com uma classificação melhor do que a anterior. Deseje, mentalize, trabalhe muito, comemore as suas pequenas conquistas, pois, com certeza, a aprovação no concurso de seus sonhos chegará. E, quando chegar, não se esqueça de me convidar para o churrasco da posse (rs). “Na maioria das vezes, a diferença entre ganhar e perder é não desistir.” Walt Disney Gabriel Granjeiro Diretor-Presidente do Gran Cursos Online e da GG Educacional SUMÁRIO Língua Portuguesa – Prof. Elias Santana .............................................. 6 Redação / Atualidades – Prof.as Vânia Araújo e Rebecca Guimarães .......... 9 Conhecimentos Pedagógicos – Prof. Carlinhos Costa ............................ 19 6 www.grancursosonline.com.br Elias Santana LÍNGUA PORTUGUESA ELIAS SANTANA Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração "Gramática – Teoria e Análise", com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro fessor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá tica, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal. LÍNGUA PORTUGUESA Texto 01 Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá, pela primeira vez teria um escritório para tra- balhar. Não era um cômodo muito grande, mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante, onde caberiam todos os meus livros. Tratei de encomendá- -la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D’Ávila com Barão da Torre. 1. A forma verbal “teria”, em “pela primeira vez teria um escritório para trabalhar”, está flexionada na terceira pessoa do singular, para concordar com “apartamento”, núcleo do sujeito da oração em que ocorre. 2. Seria mantida a correção do texto caso o trecho “onde caberiam” fosse substituído por que caberia. Texto 02 Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Gran- des monarquias jamais deixaram de possuir as suas, e cuidavam delas estrategicamente. Afinal, dotes de princesas foram negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados diplomáticos versaram sobre essas coleções. Os monarcas portugueses, após o terremoto que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços, terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. 3. O sinal de dois-pontos empregado imediatamen- te após “biblioteca”, em “uma grande biblioteca:”, introduz um termo de natureza explicativa. Texto 03 Os genéricos, que, de início, aderiam a todos os preceitos citados, adquiriram fama e distribuição ampla em todo o mundo. Milhões de pessoas com baixo poder aquisitivo tiveram acesso a medicamen- tos pela primeira vez. No entanto, estudos e escân- dalos têm alertado a comunidade médica para o risco da disseminação descontrolada de medicamentos de qualidade questionável. Um dos perigos desse comér- cio ilícito, além dos maus-tratos aos doentes, é a difa- mação dos genéricos. 4. A supressão das vírgulas logo após “genéricos” e “citados” – no trecho “Os genéricos, que, de iní- cio, aderiam a todos os preceitos citados, adquiri- ram fama e distribuição ampla em todo o mundo” – não incorreria em erro gramatical, mas, sem elas, a interpretação do termo “Os genéricos” se- ria restringida. Texto 04 O envio de duzentos cientistas à Antártida repre- sentará o reinício da pesquisa biológica e meteoroló- gica brasileira no continente. 5. O emprego do sinal indicativo de crase em “à An- tártida” justifica-se porque o termo “envio” exige complemento regido da preposição “a”, e o termo “Antártida” está precedido de artigo definido fe- minino. 6. Justifica-se com base na mesma regra de acen- tuação gráfica o emprego do acento gráfico nos vocábulos “sabíamos” e “procurávamos”. http://www.grancursosonline.com.br 7 www.grancursosonline.com.br Elias Santana LÍNGUA PORTUGUESA 7. As palavras “idiomática”, “construída” e “língua” são acentuadas em razão da mesma regra orto- gráfica. Texto 05 Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter conseguido dormir. Vinha nascendo o Sol. Quis ler os jornais e pediu-os. Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quando repentinamente viu seu nome impresso no Jornal do Comércio. Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra- Prima. Dizia o artigo: Temos o prazer de anunciar ao país o próximo aparecimento de uma excelente comédia, estreia de um jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Oliveira. Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. Consta-nos que o autor, solicitado por seus nume- rosos amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro Shakespeare. O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entusiasmo vinha possuído que o abraçou estreita- mente, com grande pasmo dos numerosos transeuntes. Da parte de um juiz tão competente em matérias literárias, este ato é honroso para o Sr. Oliveira. Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro. O amigo das letras. Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo: Globo, 1997 (com adaptações). 8. A correção gramatical e o sentido do texto seriam mantidos caso o termo “em casa” – em “leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. Estêvão Soa- res” – fosse isolado por vírgulas. 9. Seria alterado o sentido original do texto, embora sua correção gramatical fosse mantida, caso o trecho “Temos o prazer (...) Antônio Carlos de Oliveira” fosse reescrito da seguinte forma: É um prazer informar o país do lançamento da primeira comédia de qualidade do jovem Antônio Carlos de Oliveira, estreante na literatura fluminense. 10. No trecho “Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos”, o vocábulo “que” classifica-se como conjunção e introduz o sujeito da oração “Consta-nos”. Texto 06 Senti como se estivesse nascendo naquele momento. Uma vida nova, passada a limpo, me espe- rava em direção a um Norte mais nítido, a uma morte mais próxima e sem alternativa. Mas aquela casa me protegia, e dentro dela uma mulher se esforçava por me fazer feliz. Aquelas folhas de papel me esperavam também, intocadas, e era minha obrigação escurecê- -las de ideias, histórias, sortilégios capazes, talvez, de fazer alguémparar no seu cotidiano e se pôr a sonhar. 11. A vírgula empregada logo após “protegia” (“Mas aquela casa me protegia,”) separa orações aditi- vas que têm sujeitos distintos. 12. O sujeito da forma verbal “era” – “e era minha obrigação” – está elíptico. Texto 07 Saúde: direito de todos e dever do Estado. É assim que a Constituição Federal de 1988 inicia a sua seção sobre o tema. Uma vez que muitas ações ou omissões vão de encontro a essa previsão, cotidia- namente é possível observar graves desrespeitos à Carta Magna. A Defensoria Pública, importante insti- tuição garantida por lei assim como a saúde, busca sanar o problema por meio da via judicial quando a mediação não produz resultados. Recentemente, a Defensoria Pública em Foz do Iguaçu, por exemplo, obteve três decisões liminares garantindo o direito à saúde a três pessoas por ela assistidas. Em todos os casos, a Defensoria Pública fez intervenção judicial para suprir a negativa ou a má prestação do serviço público de saúde na localidade. Em um dos casos, atendeu uma gestante com histórico de abortos decorrentes de doença trombo- fílica e que necessitava de uma medicação diária de alto custo. A medicação, única opção na manutenção da gestação, havia sido negada pelo município e pelo estado, o que colocava a gestante em sério risco de sofrer mais um aborto. 13. O sujeito da forma verbal “atendeu” (“atendeu uma gestante com histórico de abortos”), que está elíptico, refere-se a “serviço público de saú- de na localidade”. http://www.grancursosonline.com.br 8 www.grancursosonline.com.br Elias Santana LÍNGUA PORTUGUESA Texto 08 O objetivo do referido projeto é o de ir até a popu- lação que normalmente não tem acesso à Defenso- ria Pública. “Nós chegamos de forma humanizada até essas pessoas em situação de rua. Com esse trabalho nós estamos garantindo seu acesso à justiça e aos direitos para que consigam se beneficiar de outras políticas públicas”, explica a coordenadora do Depar- tamento de Atividade Psicossocial. A mais recente visita de participantes de outro pro- jeto, o Atenção à População de Rua do Assentamento Noroeste, levou respostas às demandas solicitadas pelos moradores. O foco foram soluções e retornos de casos como o de um morador que tem problemas com a justiça e que está sendo assistido por um defensor público e o de uma senhora que estava internada em um hospital público e conseguiu uma cirurgia por meio dos serviços da defensoria. As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior demanda a solicitação de registro civil. “As certidões de nascimento figuram entre as demandas porque essas pessoas não as conseguiram por outros serviços, e a defensoria teve que intervir. Nós entra- mos para solucionar problemas: vamos até as ruas para informar sobre o trabalho da defensoria, para que seus direitos sejam garantidos”, afirma a coorde- nadora. 14. Seria mantida a correção gramatical do período caso a partícula “se”, em “se beneficiar” (“se beneficiar de outras políticas públicas”, parágrafo 1), fosse deslocada para imediatamente após a forma verbal “beneficiar” – escrevendo-se beneficiar-se. Texto 09 Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médi- cos e da população acreditava que a doença se trans- mitia pelo contato com roupas, suor, sangue e secre- ções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método então tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que per- correram casas, jardins, quintais e ruas, para elimi- nar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular. Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organi- zada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popu- lar e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O governo derrotou a rebelião, mas suspen- deu a obrigatoriedade da vacina. 15. A forma verbal “acreditava” (“acreditava que a doença se transmitia pelo contato com roupas”) está flexionada no singular para concordar com a palavra “parte” (Grande parte dos médicos e da população”), mas poderia ser substituída sem prejuízo à correção gramatical pela forma verbal acreditavam, que estabeleceria concordância com o termo composto “dos médicos e da popu- lação” . 16. Em “acreditavam que a doença se transmitia”, o termo “se” é um pronome apassivador e, caso sua colocação fosse alterada de proclítica – como está no texto – para enclítica – que a do- ença transmitia-se –, essa alteração incorreria em erro gramatical. 17. O sentido original do texto e a sua correção gra- matical seriam preservados caso o período “Com o recrudescimento (...) massa da população” (pa- rágrafo 2) fosse reescrito da seguinte forma: Por conta do agravamento da epidemia de varíola, foi promovido por Oswaldo Cruz uma massiva vaci- nação da população. GABARITO 1. E 2. E 3. C 4. C 5. C 6. C 7. E 8. E 9. C 10. C 11. C 12. E 13. E 14. C 15. C 16. C 17. E http://www.grancursosonline.com.br 9 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES VÂNIA ARAÚJO Licenciada em Letras, pela Universidade de Brasília (UNB). Ministra aulas de interpretação de textos e de redação discursiva há mais de dez anos nos principais cursos preparatórios para vestibulares e concursos do Distrito Federal. Já trabalhou também em cursos de Belo Horizonte e Goiânia. REDAÇÃO / ATUALIDADES DA PROVA DISCURSIVA A prova discursiva valerá 40,00 pontos e consistirá em redação de texto dissertativo, de até 30 linhas, a respeito de um tema da atualidade concernente aos conhecimentos básicos presentes no subitem 14.3 do edital. DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA O que é? É uma modalidade de texto em que o candidato deve apenas esclarecer os assuntos pertinentes aos aspectos elencados no comando, fornecendo informa- ções bem consubstanciadas sobre o tema: Qual é a forma de estruturar esse texto? A estrutura dissertativo-expositiva é mais livre do que a do texto dissertativo-argumentativo, já que o principal objeto de avaliação é o conteúdo e a capaci- dade do candidato de se de expressar com o uso da linguagem culta. Isso significa que o texto seguirá o padrão da estrutura dissertativa, mas sem muita forma- lidade na distribuição e estruturação dos parágrafos. Como se faz uma dissertação expositiva? INTRODUÇÃO: não é necessário abrir um pará- grafo específico para a introdução do texto, pois o objeto de avaliação é efetivamente o conteúdo da explanação dos aspectos elencados no comando. Obs.:� Você poderá fazer uma breve introdução do assunto nas linhas iniciais do parágrafo de esclarecimento do primeiro aspecto. DESENVOLVIMENTO: é a parte mais importante da dissertação, na qual se esclarecem todos os tópi- cos elencados. Nesse caso, abre-se um parágrafo para cada aspecto – sem mudar a posição em que eles se apresentam. Obs.:� Em alguns casos, é possível dividir o tema proposto em dois parágrafos – se o assunto a ser explanado trouxer “sub-ideias” que per- mitam tal subdivisão. CONCLUSÃO: não é necessário concluir a expo- sição. Deve-se finalizar o texto pela explanação do último aspecto. A seguir, saiba como se deve produzir o texto, no caso de o comando pedir a abordagem de aspectos: Em linhas gerais, há na literatura econô- mica duas explicações para a educação ser considerada como um fator de redução da criminalidade. A primeira é que a educação muda as preferências intertemporais, levando o indivíduo a ter menos preferência pelo pre- sente e a valorizar mais o futuro, isto é, a ter aversão a riscos e a ter mais paciência. A segunda explicação é que a educação con- tribui para o combateà criminalidade porque ensina valores morais, tais como disciplina e cooperação, tornando o indivíduo menos suscetível a praticar atos violentos e crimes. [grifo da professora] Há outras razões pelas quais se podem associar educação e redução da criminalidade. Quanto maior o nível de escolaridade do indiví- duo, maior será para ele o retorno do trabalho lícito (isto é, o salário), e isso eleva o custo de oportunidade de se cometer crime. Além disso, há uma questão relacionada à possibilidade do estado de dependência do crime: a probabilidade de se cometerem crimes no presente está relacio- http://www.grancursosonline.com.br 10 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES nada à quantidade de crimes que já se comete- ram. Dessa forma, manter as crianças na escola, ocupadas durante o dia, contribuiria, em longo prazo, para a redução da criminalidade. Acredita- -se, por essa razão, que haja uma relação entre maior nível de escolaridade e redução da crimina- lidade. A criminalidade é uma externalidade nega- tiva com enormes custos sociais e, se a educação consegue diminuir a violência, o retorno social pode ser ainda maior que o retorno privado. R. A. Duenhas, F. O. Gonçalves e E. Gelinski Jr. Edu- cação, segurança pública e violência nos municípios brasileiros: uma análise de painel dinâmico de dados. UEPG - Soc. Apl. Ponta Grossa, 22 (2):179-91, jul. dez./2014. Internet: <www.revistas2.uepg.br> (com adaptações). Abordagem do 2º aspecto Esclareça como a educação interfere na forma- ção do cidadão e no melhor preparo para o mercado de trabalho, fornecendo exemplos que corroborem suas afirmações. Abordagem do 3º aspecto Relacione as consequências positivas da redu- ção da criminalidade tanto para a vida das pessoas (o retorno privado) quanto para as ações do Estado (o retorno social), fornecendo exemplos que reforcem suas afirmações. CONCLUSÃO Não é necessário elaborar uma conclusão, já que esse texto traz apenas esclarecimentos sobre os tópi- cos elencados no comando. Isso não é uma argumen- tação! INFORMAÇÕES IMPORTANTES 1) Não é necessário usar conectores gramaticais para estabelecer vínculos lógicos entre os pa- rágrafos, já que nem sempre há estreita cor- relação entre eles. Cabe, entretanto, lembrar que os operadores gramaticais de coesão são imprescindíveis para o estabelecimento dos vínculos lógicos entre as estruturas dentro dos parágrafos. 2) Não se preocupe com o tamanho irregular dos parágrafos, já que seu tamanho estará condi- cionado à quantidade de informações a serem dadas sobre cada aspecto/assunto. E existem uns aspectos que necessitam de mais expli- cações que outros! 3) Nunca mude a ordem dos aspectos elenca- dos, pois as redações são corrigidas por meio de um briefing – roteiro que contém os assun- tos pertinentes a cada aspecto, na ordem em que eles se apresentam no comando. DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA COMO SE FAZ (ESTRUTURA PADRÃO) INTRODUÇÃO: é o parágrafo de abertura, res- ponsável pela apresentação do assunto: faça uma declaração qualquer que sirva para situar o leitor e apresente a tese a ser discutida nos parágrafos seguintes. Considerando que o fragmento de texto apre- sentado tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo sobre o tema: A EDUCAÇÃO COMO FATOR DE REDUÇÃO DA CRIMINALIDADE Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os aspectos: 1) a vulnerabilidade ao crime nas situações em que o jovem se encontra fora da escola e fora do mercado de trabalho; 2) a necessidade da educação para a formação do cidadão e para o preparo para o mercado de trabalho; 3) as consequências positivas da redução da criminalidade tanto para a vida das pessoas (o retorno privado) quanto para as ações do Estado (o retorno social). Agora, veja como montar o texto INTRODUÇÃO Não é necessário abrir um parágrafo específico para introduzir o assunto. Caso você queira fazê-lo, seja breve em sua introdução. Abordagem do 1º aspecto Explique as dificuldades que o jovem brasileiro sem acesso a uma educação formal, técnica, encontra para inserir-se no mercado de trabalho – fato que o deixa mais vulnerável às “facilidades” oferecidas pelo mundo do crime. http://www.grancursosonline.com.br 11 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES Obs.:� Deve-se fazer uma escolha prévia das ideias/argumentos que fundamentarão a tese e dividi-las em parágrafos. Você pode relacionar os argumentos, de forma sucinta, aqui na introdução (não é obrigatório fazer). DESENVOLVIMENTO: é a parte fundamental da dissertação, em que você vai desenvolver o raciocínio, por meio de argumentos convincentes, para consubs- tanciar o ponto de vista inicial. Obs.:� Do desenvolvimento, depende a profundida- de da abordagem das ideias e a coerência do texto. Para uma redação de 30 linhas, dois ou três argumentos (fortes e decisivos) serão suficientes e você deve abrir um pará- grafo para cada assunto. CONCLUSÃO: é a parte final do texto, em que você fará um arremate das ideias apresentadas, e que deve ser brevíssima. A conclusão é elaborada por meio: • do resumo de todas as ideias discutidas; ou • da retomada da ideia inicial (com outras palavras), ou • de uma possível solução para um problema levantado. A seguir, saiba como deve produzir o texto, no caso de o comando apresentar um único tema. as piores escolas e que recebe remuneração inferior à do branco pelo mesmo trabalho e tendo a mesma qualificação profissional. A proposta de uma educação voltada para a diversidade coloca a todos nós, educadores, o grande desafio de estar atentos às diferenças econômicas, sociais e raciais e de buscar o domí- nio de um saber crítico que permita interpretá-las. ELIANA DE OLIVEIRA (Professora da UNIMONTE e UNISANTANA, Psicopedagoga; Doutoranda em Antropologia Social da USP). In: Revista Espaço Aca- dêmico. Numa abordagem antropológica, a identi- dade é uma construção que se faz com atributos culturais, isto é, ela se caracteriza pelo conjunto de elementos culturais adquiridos pelo indivíduo através da herança cultural. A identidade confere diferenças aos grupos humanos. Ela se eviden- cia em termos da consciência da diferença e do contraste do outro. Ao longo de nossa história, na qual a coloni- zação se fez presente, a escravidão e o autorita- rismo contribuíram para o sentimento de inferio- ridade do negro brasileiro. Gilberto Freire foi um dos pioneiros desse “mito da democracia racial”, apregoando que existe, no Brasil, a igualdade de oportunidades para brancos, negros e mestiços. A disseminação desse mito permitiu esconder as desigualdades raciais, que eram constatadas nas práticas discriminatórias de acesso ao emprego, nas dificuldades de mobilidade social da popu- lação negra, que ocupou e ocupa até hoje os piores lugares na estrutura social, que frequenta Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, produza um texto dissertativo acerca do seguinte tema: IDENTIDADE, INTOLERÂNCIA E AS DIFERENÇAS NO ESPAÇO ESCOLAR Agora, veja como montar o texto. INTRODUÇÃO Situe o leitor no assunto que será discutido (a importância da preservação da nossa herança cultural e da valorização das diferenças em um país continen- tal como o Brasil e o papel da escola na conscientiza- ção dos jovens em relação ao assunto) e apresente o seu ponto de vista sobre o tema, de maneira clara e concisa. 1º argumento: Desenvolva a primeira ideia secundária: a impor- tância da preservação da identidade cultural e do res- peito às diferenças para uma convivência harmoniosa em sociedade, reforçando que essa consciência deve ser trabalhada desde a infância. 2º argumento: Desenvolva a segunda ideia secundária: apre- sente a contrapartida de que, no ambiente escolar, têm-se desenrolado muitas situações de hostilidade e intolerância em relação às diferenças, quaisquer que sejam elas. E que, namaioria das vezes, nem a escola nem a família encontram-se preparadas para lidar com essas situações adversas – o que faz com que não saibam dar uma orientação adequada às crianças e jovens educandos. http://www.grancursosonline.com.br 12 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES CONCLUSÃO: Faça o arremate das ideias discutidas no desen- volvimento: apresente propostas para uma educação que seja direcionada à diversidade e pontue a impor- tância dos educadores nesse processo. ASPECTOS ESTÉTICOS DO TEXTO MARGEM: ambas as margens devem ser rigoro- samente respeitadas. O tamanho padrão de abertura dos parágrafos é de 2,5 a 3 cm de recuo. RASURA: se errar, passe apenas um traço (sutil) em cima da palavra errada. Não faça rabiscos nem marcas. LETRA: precisa ser legível e de tamanho normal: não aumente nem diminua de acordo com o número de linhas exigidas. TRANSLINEAÇÃO: preste muita atenção na separação das sílabas das palavras quando for mudar de linha. A separação deve seguir as prescrições gra- maticais. TÍTULO: não coloque! O CESPE/Cebraspe jamais pede título. Comece a escrever o texto na pri- meira linha do formulário. Veja o tema da redação da Caixa Econômica Federal, em 2014. mais os seus sistemas de saúde pública, que já enfrentam inúmeras limitações de orçamento. A pesquisa apontou a relação entre esses itens de consumo, maior sedentarismo e risco aumentado de obesidade e doenças dela decorrentes (como diabetes e hipertensão). Jairo Bouer. O peso da tecnologia. In: O Estado de S. Paulo, 16/2/2014, p. A28 (com adaptações). O conforto trazido pelos avanços tecnoló- gicos é inegável, mas você é capaz de avaliar o impacto que TVs (e seus controles remotos), computadores, telefones móveis e carros podem ter na vida e na saúde das famílias? Recente estudo de universidade canadense mostrou que essas comodidades da vida moderna aumen- tam muito o risco de obesidade, principalmente nos países em desenvolvimento, em que par- celas significativas da população melhoraram sua condição econômica e passaram a adquirir esses bens de consumo. Isso não é exatamente uma novidade nos países desenvolvidos. Não é à toa que, por exemplo, ingleses, norte-america- nos e canadenses lutam contra uma verdadeira "epidemia" de obesidade há décadas. A novi- dade é a migração desse padrão para países em desenvolvimento, o que pode onerar ainda Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto expositivo-argumentativo acerca do seguinte tema. IMPACTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA VIDA MODERNA Agora, veja o tema da redação da ANVISA, em 2016. Historicamente, instruir os que não sabem, alimentar os famintos e cuidar dos doentes tem sido algumas das missões diárias indicadas aos devotos de diferentes religiões. Em tempos modernos, a essas missões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio ambiente, como revela, por exemplo, uma mensagem escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades, inde- pendentemente de suas crenças, a tomar medi- das urgentes para frear as mudanças climáticas. Para o representante máximo do catolicismo, “o cuidado da casa comum requer simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo, e manifes- tamos o amor em todas as ações que procuram construir um mundo melhor”. O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dis- sertativo acerca do seguinte tema: PRESERVAÇÃO DO ECOSSISTEMA: RESPONSABILIDADE DO ESTADO, DA SOCIEDADE E DE CADA CIDADÃO http://www.grancursosonline.com.br 13 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: • Relação entre os cuidados com o meio ambiente e a preservação das condições sani- tárias; [valor: 12,00 pontos] • Atitudes individuais que podem reduzir os efei- tos da ação humana sobre o planeta; [valor: 13,00 pontos] • Formas de atuação da sociedade para que os governos cumpram compromissos relacio- nados à preservação ambiental. [valor: 13,00 pontos] DESEJO A TODOS EXCELENTE PROVA E MUITO SUCESSO NA CARREIRA VINDOURA!!!! PROFESSORA VÂNIA ARAÚJO REBECCA GUIMARÃES Bacharel em Sociologia e Antropologia pela Universidade de Brasília (UNB). É pós-graduada em Docência do Ensino Superior (UniCeub) e pós-graduanda em Relações Internacionais com ênfase em comércio exterior (UniCeub). Tem mais de 15 anos de experiência em escolas de ensino médio, pré-vestibulares e preparatórios para concursos públicos. Entre os dias 25 e 27 de setembro de 2015, mais de 150 líderes mundiais estiveram na sede da ONU, em Nova York, para adotar formalmente uma nova agenda de desenvolvimento sustentável. Essa agenda é formada por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sus- tentável (ODS), que devem ser implementados por todos os países durante os próximos 15 anos, até 2030. Conheça quais são esses novos Objetivos Globais. Objetivo 1 – Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Entre 2004 e 2013, os índices de pobreza no país caíram de 20% para 9% da população, e de 7% para 4% no caso da pobreza extrema. No entanto, os prin- cipais aspectos ou perfis da pobreza continuam os mesmos: ela está mais presente no meio rural e nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. No estudo, os autores indicam que o investimento na agricultura familiar pode, potencialmente, contribuir para a redução da extrema pobreza nessas regiões. Objetivo 2 – Acabar com a fome, alcan- çar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição, e promover a agricultura susten- tável. O Brasil vem realizando programas de distribui- ção de renda, como o Bolsa Família, no qual as famí- lias mais pobres recebem uma pequena ajuda finan- ceira mensal em troca de manter os filhos na escola e com todas as vacinas em dia. A merenda escolar, obrigatória nas redes públicas de ensino, ajuda a combater a desnutrição infantil, e as vacinas impe- dem que as crianças adoeçam. A fome e a miséria também podem ser comba- tidas com políticas de inclusão social que ajudem a dar emprego e melhores salários para os jovens que não têm condições de chegar à universidade e estudar por muitos anos. Oferecer a eles cursos gratuitos de formação profissional no ensino médio é uma forma de ajudá-los a ter uma renda mais alta e condições de dar às suas famílias uma alimen- tação condizente com as necessidades nutricionais básicas. Objetivo 3 – Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. O Brasil ocupa o desprestigiado 70º lugar num ranking que avalia a qualidade de vida de 86 países. A lista foi elaborada pelo Numbeo, o maior centro de dados do mundo com conteúdo gerado pelos pró- prios usuários da web. Entre os critérios usados, estão poder de compra, segurança, relação entre tráfego e tempo de viagem, assistência médica e nível de poluição. O primeiro lugar foi abocanhado pela Suíça, seguida de Alemanha e Suécia. Já na lanterninha, ficou a Venezuela, atrás da Mongólia e do Vietnã. http://www.grancursosonline.com.br 14 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES Objetivo 4 – Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e pro- mover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, para todos. Mais de 65% dos alunos brasileiros no 5º ano da escola pública não sabem reconhecer um quadrado, um triângulo ou um círculo. Cerca de 60% não conse- guem localizar informações explícitas numa história de conto de fadas ou em reportagens. Entre os maiores, no 9º ano, cerca de 90% não aprenderam a converter uma medida dada em metros para centímetros, e 88% não conseguem apontar a ideia principal de uma crô- nica ou de um poema. Essas são algumas das habi- lidades mínimas esperadas nessas etapas da escola,que nossos estudantes não exibem. É o que mostram os resultados da última Prova Brasil, divulgados pelo governo federal. A prova avalia, a cada dois anos, o desempenho de alunos do 5º e do 9º ano em portu- guês e matemática. É usada para compor o principal indicador de qualidade da educação do país, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os resultados revelam, no entanto, algo ainda mais perigoso que o baixo desempenho: a desigualdade. Enquanto em alguns estados do Sul, como São Paulo e Santa Catarina, metade dos alunos tem aprendizado adequado em português, estados como Alagoas e Maranhão não chegam a ter 20%. Objetivo 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Na última década, o Brasil alcançou importantes conquistas em relação à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres. Como exemplo desse avanço, em 2003, foram criadas, com status ministerial, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Secretaria de Políticas de Promo- ção da Igualdade Racial (SEPPIR). Desde então, mais de 600 mecanismos de mulheres estaduais e muni- cipais foram criados em todo o país. Conferências nacionais para a formulação participativa e revisão dos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres e Polí- ticas de Promoção da Igualdade Racial (PNPM e PLA- NAPPIR, respectivamente) foram organizadas a cada três ou quatro anos, com o envolvimento de centenas de milhares de mulheres e homens. Em 2010, o povo brasileiro elegeu, pela primeira vez, uma mulher como presidente, cuja popularidade atingiu níveis recordes. A promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, colocou o país na vanguarda mundial. A Lei é ampla- mente conhecida: apenas 2% da população nunca ouviu falar dela. Com 3 milhões de telefonemas rece- bidos, o “Ligue 180″ teve aumento de 1.600% em chamadas registradas e de 700% nas denúncias de violência, entre 2006 e 2012. Em 2013, a presidente Dilma Rousseff lançou o programa “Mulher, Viver Sem Violência” para reforçar a oferta de serviços integra- dos e multissetoriais para as mulheres em todo o país. Em 2013, os 6,2 milhões de trabalhadores domésti- cos – em grande parte mulheres afrodescendentes – alcançaram a igualdade ao serem reconhecidos, pela primeira vez, seus direitos trabalhistas, o que lhes fora negado por décadas. A transferência de renda condi- cionada do programa Bolsa Família, que beneficia 16 milhões de brasileiros, dos quais 94% são mulheres, é também uma referência internacional como uma polí- tica de Proteção Social. Objetivo 6 – Assegurar a disponibi- lidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos. Você sabia que a deficiência no tratamento e na destinação adequada do esgoto ainda causa milhares de doenças no país, especialmente em crianças? O Governo admitiu, com 17 anos de antecedên- cia, que não conseguirá cumprir a meta de sanea- mento básico estipulada para o país. O Plano Nacio- nal de Saneamento Básico visava atender 90% do território com o tratamento e destinação adequada do esgoto até́ 2033. O mais impressionante dessa afir- mação é a constatação de que o problema é crônico e histórico no país. Atualmente, quase metade da popu- lação (43%) vive em cidades sem rede de tratamento de esgoto. O que levou o Governo a assumir a incapacidade de alcançar a meta estipulada quase duas décadas antes foram o ritmo lento das obras e a falta de com- prometimento das gestões envolvidas. A justificativa do Governo Federal é que as prefeituras dos peque- nos municípios têm dificuldade de administrar o pro- blema, seja por falta de pessoal especializado (técni- cos, engenheiros e empreiteiras), ou por desinteresse por parte dos prefeitos. Outro ponto notável é a sig- nificativa desigualdade entre as regiões: enquanto na região Norte cerca de 90% dos brasileiros vivem sem o serviço de saneamento básico, no Sudeste essa parcela da população representa apenas 17%, menor número em todo o país. http://www.grancursosonline.com.br 15 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES Objetivo 7 – Assegurar, para todos, o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- tica (IBGE) divulgou o último Censo Demográfico de 2010. Os dados do Censo 2010 mostram que o serviço de energia elétrico foi o que apresentou a maior cobertura, atingindo 97,8% dos domicílios bra- sileiros. Nas áreas urbanas, esse percentual chega a 99,1% e, na área rural, atinge 89,7%. Segundo o Censo 2010, nesse ano havia 1,3% de domicílios sem energia elétrica, com maior inci- dência nas áreas rurais do país (7,4%). A situação extrema era a da região Norte – onde 24,1% dos domicílios rurais não possuíam energia elétrica –, seguida das áreas rurais do Nordeste (7,4%) e do Centro-Oeste (6,8%). Com exceção das áreas rurais da região Norte – onde apenas 61,5% dos domicílios tinham energia elétrica fornecida por companhias de distribuição –, as demais regiões apresentaram cobertura, em rela- ção aos serviços de energia elétrica, acima de 90%, variando de 90,5% no Centro-Oeste rural a 99,5% nas áreas urbanas da região Sul. Objetivo 8 – Promover o crescimento econômico, sustentado, inclusivo e sus- tentável, o emprego, pleno e produtivo, e o trabalho decente para todos. O Brasil deve ter, em 2016, o pior desempenho na criação de postos de trabalho em um ranking elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) junto a 43 países. Segundo o documento Perspectivas do Emprego 2016, o Brasil deverá apresentar um saldo negativo na geração de vagas da ordem de 1,6%. Nos demais países da OCDE, a estimativa é de cres- cimento de 1,5%. Ainda segundo o relatório, além do Brasil, somente outros quatro países deverão apresentar quedas na geração de empregos. A OCDE avalia que a situação do Brasil somete deverá começar a ser revertida em 2017. O estudo aponta que a taxa de desemprego nacional deverá chegar a 11,3% no final de 2016. Em 2015, esse índice foi de 8,5%. Objetivo 9 – Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a ino- vação. As administrações públicas locais são as primei- ras a serem acionadas em desastres decorrentes de ameaças naturais ou provocados pela ação humana. Porém, grande parte desses órgãos é despreparada para responder a esses tipos de acontecimentos e poucos são aqueles que elaboram planos consis- tentes de mitigação de riscos. Para contribuir com a reversão do quadro apresentado, foi lançado recen- temente o guia “Como construir cidades mais resilien- tes”, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O material se propõe a auxiliar gestores públi- cos locais em suas políticas, tomadas de decisão e implantação de atividades relacionadas à redução de riscos ocasionados por enchentes, escorregamentos, tempestades, terremotos etc. Fundamentado a partir de entrevistas com prefei- tos e representantes de governos locais, além de espe- cialistas e parceiros da campanha “Construindo cida- des resilientes: minha cidade está se preparando!”, o guia pontua dez passos essenciais para a construção de cidades mais resilientes. Ao longo da publicação, encontram-se diversos exemplos bem-sucedidos, em cidades espalhadas pelo mundo, de ações em prol da resiliência das cidades. Curiosamente (ou não), nenhum deles aconteceu no Brasil. De acordo com o guia, as ações, para serem efeti- vas, precisam se articular na composição de um plano estratégico de redução de riscos. Objetivo 10 – Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. Relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em Paris, mostra o Brasil como país que apresentou sinais promissores de redução das desigualdades sociais, juntamente com Peru, México, Argentina e Chile. Apesar dos bons resultados, a América Latina continua entreas regiões com a maior disparidade entre ricos e pobres do mundo. O documento faz uma análise específica da desi- gualdade em economias emergentes, comparando os resultados com a média dos países integrantes da organização. De acordo com o estudo, o Brasil conta com um coeficiente de Gini – índice usado para medir a desigualdade de renda de uma nação – de 0,56, menor que os 0,60 apresentados na década de 90. Quanto http://www.grancursosonline.com.br 16 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES mais próximo a 1, mais desigual é o país, e, quanto mais próximo de 0, menos desigual. Mesmo com a melhora, o Brasil é mais desigual em relação aos esta- dos-membros da OCDE, que têm média de 0,32. Na comparação com outros países latino-ameri- canos, o Brasil é mais desigual que Chile, Argentina, Peru e México. No grupo do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil tem o segundo maior Gini, atrás, apenas, da África do Sul (0,67). A tendência de redução registrada na América Latina e Caribe, de acordo com o relatório, contrasta com o aumento da desigualdade na maioria dos paí- ses-membros da OCDE, em especial nas nações que adotaram a austeridade fiscal como resposta à crise econômica de 2008/2009. Atualmente, na região ana- lisada, os 10% mais ricos ganham 9,6 vezes mais que os 10% mais pobres. A proporção, que era de 7 para 1 na década de 80, passou de 9 para 1, depois do ano 2000. Objetivo 11 – Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. A correta destinação dos resíduos sólidos é condi- ção primordial para uma cidade sustentável. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em agosto de 2010, trouxe importantes instrumentos para que municípios de todo o Brasil iniciassem o enfren- tamento aos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. PNRS tem como pilar o princí- pio da responsabilidade compartilhada. Isso significa que indústrias, distribuidores e varejistas, prefeituras e consumidores são todos responsáveis pelos resíduos sólidos e cada um terá de contribuir para que eles tenham uma disposição final adequada. Buscar um melhor ordenamento do ambiente urbano, primando pela qualidade de vida da popula- ção, é trabalhar por uma cidade sustentável. Melhorar a mobilidade urbana, a poluição sonora e atmosférica, o descarte de resíduos sólidos, eficiência energética, economia de água, entre outros aspectos, contribuem para tornar uma cidade sustentável. Objetivo 12 – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. A humanidade já consome 30% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão neces- sários dois planetas Terra para atender nossas neces- sidades de água, energia e alimentos. Não é preciso dizer que essa situação certamente ameaçará a vida no planeta, inclusive da própria humanidade. A melhor maneira de mudar isso é a partir das escolhas de consumo. Todo consumo causa impacto (positivo ou negativo) na economia, nas relações sociais, na natureza e em você mesmo. Ao ter cons- ciência desses impactos na hora de escolher o que comprar, e de quem comprar, e definir a maneira de usar e como descartar o que não serve mais, o consu- midor pode maximizar os impactos positivos e minimi- zar os negativos. Assim, é possível que sua contribui- ção para um mundo melhor seja feita por meio de suas escolhas de consumo, sendo isso o que é conhecido como Consumo Consciente. Em poucas palavras, é um consumo com consciência de seu impacto e vol- tado à sustentabilidade. O consumo consciente é uma questão de hábito: pequenas mudanças em nosso dia a dia têm grande impacto no futuro. Assim, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da vida no planeta. Objetivo 13 – Tomar medidas urgen- tes para combater a mudança climática e seus impactos. (*) Em 16 de março, é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A data chama a atenção da população para essa ques- tão e também para a necessidade de ações que redu- zam o impacto dessas mudanças sobre a Terra. O aumento da emissão de gases de efeito estufa (GEEs), como o dióxido de carbono (CO2), é conside- rado a principal causa do aquecimento global e das mudanças no clima. Estudos do IPCC (Painel Intergo- vernamental de Mudanças Climáticas da ONU), apre- sentados ainda em 2013, comprovaram que a ação humana tem intensificado e provocado essas mudan- ças, principalmente por conta da emissão em excesso de GEEs, seja por queima de combustíveis fósseis para geração de energia ou por desmatamento. Juntamente com toda a degradação ambiental, a perda de biodiversidade e o desgaste dos recursos naturais no mundo, a emissão desses gases têm cau- sado efeitos importantes na vida do planeta. Já é pos- sível constatar, nos últimos anos, a elevação do nível do mar, o derretimento de geleiras, a intensificação de tempestades, dos períodos chuvosos e das secas, entre outros fenômenos que já vêm afetando a vida de milhares de pessoas no mundo. Aliás, os cientistas do IPCC já comprovaram o aumento de 0,8 graus sobre a temperatura média da Terra nos últimos anos e indi- http://www.grancursosonline.com.br 17 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES cam que ela pode aumentar até 1,5 graus se as ações de combate às emissões não forem suficientes para reduzir essa elevação. As emissões de gases de efeito estufa, oriun- dos da atividade humana, estão levando a mudanças climáticas, além de continuarem aumentando. Elas alcançaram atualmente seu maior nível da história. Emissões globais de dióxido de carbono aumentaram quase 50% desde 1990. As concentrações atmosféricas de dióxido de car- bono, metano e óxido nitroso aumentaram a níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos. As con- centrações de dióxido de carbono aumentaram em 40% desde os tempos pré-industriais, primeiramente por conta dos combustíveis fósseis e depois pelas emissões vindas do desmatamento do solo. O oceano absorveu cerca de 30% do dióxido de carbono antro- pogênico emitidos, tornando-se mais ácido. Em cada uma das últimas três décadas, a tem- peratura da superfície da Terra tem ficado, gradativa- mente, mais alta, desde 1850. No hemisfério Norte, o período entre 1983 e 2012 foi, provavelmente, o mais quente dos últimos 1.400 anos. De 1880 a 2012, a temperatura média global aumentou 0,85ºC. Caso nenhuma ação seja realizada, a média de temperatura mundial deverá aumentar 3ºC até o final do século 21, isso ocorrerá com maior inten- sidade em em algumas áreas do mundo, incluindo-se os trópicos e os subtrópicos. As pessoas mais pobres e vulneráveis são as mais afetadas pelo aquecimento. A média do nível do mar desde a metade do século 19 tem sido maior do que a média dos dois milênios anteriores. Entre 1901 e 2010, o nível global do mar aumentou 0,19 (0,17 a 0,21) metros. De 1901 a 2010, o nível mundial do mar cresceu 19 centímetros com a expansão dos oceanos, devido ao aquecimento global e derretimento das geleiras. Desde 1979, o gelo do mar do Ártico diminuiu em cada década, com 1,07 milhões de km² de gelo perdido de dez em dez anos. Ainda é possível limitar o aumento da tempera- tura global para 2ºC acima dos níveis pré-industriais por meio de um conjunto de medidas tecnológicas e mudanças de comportamento. Existem muitos caminhos atenuantes para alcan- çar a redução substancial de emissões para as pró- ximas décadas, com chances superiores a 66%, se for limitado o aquecimento a 2ºC – a meta determi- nada pelos governos. No entanto, postergar até 2020 para as mitigações adicionais aumentará substancial- mente os desafios tecnológicos, econômico, social e institucionalassociados para limitar o aquecimento no século 21 em menos de 2ºC relacionados a níveis pré- -industriais. (*) Reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] é o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima. Objetivo 14 – Conservação e uso sus- tentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvi- mento sustentável. Criar e manter unidades de conservação (UCs) da natureza nas áreas urbanas podem ser uma res- posta para a falta de água. A escassez está associada a vários fatores, como a carência de planejamento dos assentamentos urbanos, os equívocos no manejo do uso do mineral, a utilização de equipamentos urbanos de distribuição ineficientes e responsáveis por enor- mes desperdícios, e a pouca consciência do brasileiro em relação à escassez desse recurso. Objetivo 15 – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossis- temas terrestres, gerir de forma susten- tável as florestas, combater a desertifica- ção, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade. Reflorestamento, coleta seletiva de lixo, recicla- gem, consumo sustentável, aproveitamento integral de alimentos, produtos biodegradáveis e sustentabi- lidade. A temática ambiental tem conquistado maior espaço na pauta de discussões de organizações com- prometidas com a gestão sustentável – responsável pela preservação do ecossistema, elevação das con- dições de vida, geração de riqueza, inclusão social, dentre outros benefícios – em todo o mundo, nos dife- rentes segmentos. Objetivo 16 – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvi- mento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir institui- ções eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. Representantes das Nações Unidas se reuniram em fórum de Cultura e Paz em 2015. O evento enfati- zou a importância da implementação da Declaração e Programa de Ação sobre uma cultura de paz, adotada pela Assembleia em setembro de 1999. Os oficiais http://www.grancursosonline.com.br 18 www.grancursosonline.com.br Vânia Araújo / Rebecca Guimarães REDAÇÃO / ATUALIDADES compartilharam a ideia de que a cultura de paz exige a construção de uma sociedade inclusiva que acabe com diferentes formas de discriminação. De acordo com o embaixador da Islândia, Einar Gunnarsson, falando em nome do presidente da Assembleia Geral, “a paz é um sonho distante se não há desenvolvimento”. O embaixador afirmou ainda que a paz não é apenas a ausência de conflito, mas é também a educação inclusiva e o alcance de uma sociedade igualitária. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou sobre áreas em conflito no mundo, ressaltando a guerra na Síria, que “é a pior crise humanitária atual- mente”. Comentou também sobre as áreas pacíficas que lidam com a discriminação: “até nas sociedades mais pacíficas, minorias são atacadas pela sua raça, orientação sexual ou alguma outra diferença”, pontuou. Gunnarson também enfatizou a necessidade de criar uma comunidade nacional para promover o diá- logo e estimular o respeito à diversidade religiosa e cultural, além de eliminar a discriminação e a intole- rância. Objetivo 17 – Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. No mundo pós-11 de Setembro, precisamos, mais do que nunca, trabalhar juntos. O terrorismo, o HIV/ SIDA, o tráfico de seres humanos, as guerras civis, as emissões de carbono e as doenças infecciosas são apenas alguns dos problemas com que o mundo de hoje se depara. Todos constituem ameaças e desa- fios, sem fronteiras, que são muito mais difíceis de controlar ou mesmo de regular por órgãos nacionais ou internacionais isoladamente. As preocupações do planeta são, simplesmente, demasiadamente gran- des para que qualquer entidade ou, mesmo qualquer setor, tente enfrentá-las sozinho. É necessária parceria mundial entre os setores privado e público, que saibam utilizar os conhecimen- tos especializados, e a esfera de ação do governo, fundações, empresas e sociedade civil. http://www.grancursosonline.com.br 19 www.grancursosonline.com.br Carlinhos Costa CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS CARLINHOS COSTA É servidor efetivo da SEEDF, ocupa atualmente o cargo de Diretor de Ensino Fundamental, com passagens pela assessoria do Subsecretário de Educação Básica, Gestor de Escola Pública e Coordenador Intermediário. É técnico em Magistério para a Educação Infantil e Anos Iniciais dos Ensino Fundamental, graduado em Ciências Biológicas e Pedagogia, especialista em Direito Educacional e Gestão/Orientação Educacional e mestre em Metodologia do Ensino. Professor de cursos preparatórios para vestibulares e concursos desde 2007. É professor desde 2001, com atuação em todos os níveis da educação escolar. CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL EDUCAÇÃO ESCOLAR Educação Básica Educação Superior Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Educação Básica A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem, com isso, reduzir o número de horas letivas. http://www.grancursosonline.com.br 20 www.grancursosonline.com.br Carlinhos Costa CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS EXERCÍCIOS (CESPE/ENAP/2015) A Constituição Federal (CF) de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em vigor apresentam os princípios e os fins da educação nacional, assim como o dever do Estado e dos pais em relação à educação. De acordo com essas infor- mações, julgue os itens subsequentes. 1. É dever dos pais, ou dos responsáveis, efetuar a matrícula das crianças na educação básica, a partir dos seis anos de idade. 2. As instituições de educação básica, ou superior, criadas e mantidas pela iniciativa privada devem apresentar capacidade de autofinanciamento e sustentabilidade, por isso são autônomas em re- lação aos diferentes sistemas de ensino. 3. É função do Estado garantir o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas na educação pública e (ou) privada. 4. As instituições educativas têm o direto de optar por qualquer modelo de gestão da educação. 5. A diversidade étnico-racial deve ser valorizada como objeto de estudo e prática social, nos dife- rentes níveis de ensino. 6. O Estado tem o dever de garantir educação es- colar pública, obrigatória e gratuita, em todos os níveis de ensino. (UNIPAMPA/2013) Julgue os itens que se se- guem, com base no que dispõem a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/1996). 7. A educação escolar é composta da educação in- fantil, da educação básica – formada pelo ensino fundamental e ensino médio – e da educação su- perior. 8. As instituições públicas de educação superior devem obedecer ao princípio da gestão demo- crática, assegurada a existência de órgãos cole- giados deliberativos, dos quais participarão, de forma diferenciada, docentes e demais segmen- tos da comunidade institucional, local e regional. 9. Os recursos públicos são destinados exclusiva- mente às escolas públicas, ainda que as institui- ções privadas comprovem finalidade não lucra- tiva. 10. Compete à União autorizar, reconhecer, creden- ciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições públicasfederais de edu- cação superior e os demais estabelecimentos desse sistema de ensino. (MPU/2013) Julgue os próximos itens com rela- ção às bases legais da educação nacional: Cons- tituição Federal (CF), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e Parâmetros Cur- riculares Nacionais (PCN). 11. A classificação em qualquer série ou etapa do ensino fundamental e médio, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita por promo- ção; por transferência; ou independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimen- to e experiência do candidato e permita sua ins- crição na série ou etapa adequada, conforme re- gulamentação do respectivo sistema de ensino. P A P Ã O http://www.grancursosonline.com.br 21 www.grancursosonline.com.br Carlinhos Costa CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 12. São consideradas como de manutenção e de- senvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, incluindo as que se destinam à concessão de bol- sas de estudo a alunos exclusivamente de esco- las públicas. 13. A CF estabelece que o ensino seja livre à inicia- tiva privada, desde que atendidas as seguintes condições: cumprimento das normas gerais da educação nacional; e autorização e avaliação de qualidade pelo poder público. 14. O Plano Nacional de Educação, de duração de- cenal, é previsto na CF e estabelece a meta de aplicação de recursos públicos em educação na proporção de dez por cento do produto interno bruto (PIB). 15. O dever do Estado com educação escolar públi- ca será efetivado mediante a garantia de diversos pontos; entre eles, a educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade. RESOLUÇÃO N. 01/2012 CEDF Nos ensinos fundamental e médio, a carga horária mínima anual é de 800 (oitocentas) horas de 60 (sessenta) minutos e de 400 (quatrocentas) horas quando se tratar de organização semestral. Nos ensinos fundamental e médio, somente será considerado dia letivo se cumpridas 4 (quatro) horas diárias de efetivo trabalho pedagógico, excluído o tempo destinado ao intervalo. O ano letivo regular, independentemente do ano civil, tem, no mínimo, 200 (duzentos) dias e o semestre 100 (cem) dias de efetivo trabalho escolar, excluídos os dias reservados a recuperação e a exames finais. As instituições privadas devem submeter à apreciação da SEEDF os seus calendários escolares. A SEEDF define seu calendário escolar e submete ao CEDF para conhecimento. Considerando a Resolução 01/12 do Conselho de Educação do Distrito Federal, julgue os itens a seguir. 1. Pode ser matriculada, em caráter excepcional, a criança que completar a idade após 31 de março do ano do ingresso, desde que seja solicitada pelo responsável, mediante apresentação de avalia- ção psicopedagógica e da decisão conjunta dos responsáveis e da instituição educacional, devida- mente formalizada em Ata assinada pelas partes. 2. A avaliação da criança na educação infantil não tem objetivo de promoção e deve ser feita me- diante acompanhamento e registro do seu de- senvolvimento, exceto para ingresso no ensino fundamental. 3. O Conselho de Classe é obrigatório e tem por objetivo o acompanhamento e a avaliação do processo de desenvolvimento do estudante, in- cluindo o seu resultado final. http://www.grancursosonline.com.br 22 www.grancursosonline.com.br Carlinhos Costa CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 8. O Ensino Fundamental tem por objetivo o desen- volvimento integral da criança em seus aspectos fí- sico, afetivo, psicológico, intelectual e social, com- plementando a ação da família e da comunidade. 9. No Sistema de Ensino do Distrito Federal, o Ciclo Sequencial de Alfabetização (CSA), composto pelos três anos iniciais do ensino fundamental, sem reprovação com o objetivo de corrigir o fluxo, garantindo a promoção automática. 10. O ensino médio, sem prejuízo da formação geral do estudante e da preparação para o mundo do trabalho, pode ser desenvolvido de forma articu- lada com a educação profissional. REGIMENTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO DISTRITO FEDERAL O Regimento regulamenta a organização pedagó- gico-administrativa das unidades escolares da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, nos termos da legislação vigente e dos dispositivos normativos do Sistema de Ensino do Distrito Federal. 4. O ensino de línguas estrangeiras somente po- derá ser oferecido pela própria instituição edu- cacional. 5. A Educação Física, integrada à proposta peda- gógica da instituição educacional, é componente curricular obrigatório na educação básica, ajusta- da às necessidades de cada faixa etária, às con- dições da comunidade escolar e às modalidades ofertadas, sendo a sua prática facultativa aos estudantes que usufruam de prerrogativas legais específicas. 6. O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular a ser ministra- do em horário normal das aulas nas instituições educacionais dos ensinos fundamental e médio da rede pública de ensino. 7. Filosofia e Sociologia são disciplinas da base na- cional comum e são facultativas no ensino médio e nas demais formas de organização e modalida- des, em toda a sua periodicidade. GESTÃO DEMOCRÁTICA PRINCÍPIOS Participação da comunidade escolar na definição e na implementação de decisões pedagógi- cas, administrativas e financeiras. Respeito à pluralidade, à diversidade, ao caráter laico da escola pública e aos direitos humanos. Autonomia das unidades escolares. Transparência da gestão da rede pública de ensino. Garantia de qualidade social. Democratização das relações pedagógicas e de trabalho. Valorização do profissional da educação. Mecanismos de Participação Direção e Vice-Direção Equipe Gestora Diretor Órgãos Colegiados a) Assembleia Geral Escolar b) Conselho Escolar c) Conselho de Classe d) Grêmio Estudantil Vice-Diretor Supervisores Chefe de Secretaria http://www.grancursosonline.com.br 23 www.grancursosonline.com.br Carlinhos Costa CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 9. É vedado à unidade escolar, sob qualquer pre- texto, condicionar a expedição de documentos escolares ao pagamento de taxas ou de contri- buições. 10. As medidas de sanção disciplinar devem ser apli- cadas gradativamente. GABARITO LDB 28/01 1. E 2. E 3. C 4. E 5. C 6. E 7. E 8. C 9. E 10. C 11. C 12. E 13. C 14. E 15. C RESOLUÇÃO 28/01 1. C 2. E 3. C 4. E 5. C 6. C 7. E 8. E 9. E 10. C REGIMENTO 28/01 1. C 2. C 3. E 4. E 5. E 6. C 7. C 8. E 9. C 10. E A respeito da regulamentação do Regimento Es- colar da Rede Pública de Ensino do Distrito Fe- deral, julgue os itens a seguir 1. Jacobino, professor da rede pública de ensino do Distrito Federal, durante suas aulas, costuma au- sentar-se para utilizar o celular e para alimentar seu vício com o cigarro. Diante dessa situação, é correto afirmar que o professor está violando três regras postas no regimento escolar. 2. O atendimento educacional especializado assu- me caráter de complementaridade, nos casos de estudantes com deficiência e com Transtorno Global do Desenvolvimento, e de suplementa- ridade, nos estudantes com Altas Habilidades/ Superdotação. 3. A Educação de Jovens e Adultos, a Educação Profissional e a Educação a Distância tem seu rendimento demonstrado pelos conceitos APC: APP e ANE. 4. A recuperação de estudos deve ser processual, formativa, participativa, contínua e ofertada das seguintes formas: contínua, realizada após o tér- mino do semestre/ano letivo, para o estudante que não obteve aproveitamento suficiente em até 3 (três) componentes curriculares; e final, inseri- da no processo de ensino e de aprendizagem, no decorrer do período letivo, assim que identificado o baixo rendimento do estudante. 5. É adotada a Progressão Parcial em Regime de Dependência, que assegura ao estudante pros-seguir nos estudos na série/ano imediatamente subsequente, dentro de uma mesma etapa da Educação Básica, quando o seu aproveitamento na série/ano anterior for insatisfatório em até 3 (três) componentes curriculares. 6. A jornada diária de atendimento na Educação Regular Diurna na SEEDF é de, no mínimo, 5 (cinco) horas-relógio de efetivo trabalho escolar, no turno diurno. 7. As unidades escolares deverão ofertar Atividades Complementares Compensatórias de infrequên- cia, como forma de suprir as atividades escola- res, das quais o estudante não tenha participado. 8. Os estudantes com Certificado de Terminalidade Específica do ensino fundamental devem ser en- caminhados para cursos de Educação de Jovens e Adultos e de educação profissional, bem como para a inserção no mundo do trabalho, de forma competitiva ou protegida. http://www.grancursosonline.com.br
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