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FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ECISA – PATOS – PB CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM PEDIATRIA DOCENTE: ARETUSA DELFINO DE MEDEIROS PATOS – PB SUMÁRIO UNIDADE ASSUNTO PÁG 01 Introdução a Enfermagem Pediátrica 3 02 Cuidados de Enfermagem ao Recém Nascido 6 03 Teste de PKU 12 04 Programa Nacional de Imunização 14 05 Assistência de Enfermagem no Crescimento e Desenvolvimento da Criança 20 06 Atenção Integrada as Doenças Prevalentes na Infância - AIDPI 32 07 Infecções Respiratórias Agudas 33 08 Diarréia Aguda 38 09 Desnutrição 41 10 Desidratação 43 11 Necessidades Básicas da Criança 46 12 Hospital Pediátrico 54 13 Humanização da Assistência a Criança Hospitalizada 59 14 Admissão e Alta da criança 61 15 Cuidados de Enfermagem no Pré, trans e pós – operatório da criança 64 16 Assistência de enfermagem a Criança Terminal 67 17 Assistência de Enfermagem nas doenças prevalentes na infância 70 Escabiose 70 Pediculose 71 Impetigo 71 Dermatites 72 Monilíase Oral 72 Glomerulonefrite Difusa Aguda 73 Crise Convulsiva 74 Septicemia 78 Técnicas Pediátricas 81 18 Referências Bibliográficas 86 19 Anexos 87 3 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM PEDIÁTRICA O significado social e a existência de um grande número de crianças em qualquer população são marcas de enfermagem pediátrica. Esta se caracteriza pela atenção a um grupo de pessoas que está em constante crescimento e desenvolvimento e pela abordagem de ações preventivas em seu cotidiano de assistência. O aparecimento da Pediatria como especialidade ocorreu na Europa, quando alguns médicos começaram a observar e a estudar as diferenças das doenças ocorridas em adultos e em crianças. Antes disso, o fato não tinha o menor significado tanto para médicos quanto para enfermeiras. O aparecimento do primeiro departamento de Pediatria na Universidade de Havard se deu em 1888. Há algum tempo, a assistência de enfermagem à criança hospitalizada seguia condutas e procedimentos extremamente rígidos. A ausência de medicamentos antibióticos, os altíssimos índices de infecção, o grande número de crianças doentes e o próprio despreparo de profissionais levavam ao estabelecimento de regras de isolamento e repouso muitas vezes absurdas, como o uso de camisas - de - força. Preocupados com o risco de infecção cruzada e despreparados para atender as necessidades individuais da criança e dos pais, os profissionais de saúde as mantinham isoladas, tanto uma das outras como da mãe e do restante da família. Com os avanços na área de saúde, houve mudanças nos métodos de assistência à criança.O advento da Psicologia, os estudos de Freud e de outros sobre o comportamento humano deram início a uma abordagem mais integral à criança, possibilitando a compreensão das suas necessidades emocionais,em suas diversas fases de crescimento e desenvolvimento. 1.0 – CONCEITOS BÁSICOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA: 1.1- Enfermagem Pediátrica: É um campo de estudo e de prática da enfermagem dirigida à assistência à criança até a adolescência. Ou, ainda, é um campo da enfermagem que se dedica ao cuidado do ser humano em crescimento e desenvolvimento, desde o nascimento até a adolescência. 1.2- Pediatria: É o campo da Medicina que se dedica à assistência ao ser humano em crescimento e desenvolvimento, desde a fecundação até a adolescência. 1.3- Neonatologia: é o ramo da Pediatria que atende o recém-nascido, desde a data do nascimento até completar 28 dias; 1.4- Puericultura: também denominada de Pediatria Preventiva, é o ramo da Pediatria que cuida da manutenção da saúde da criança e do acompanhamento de seu crescimento e desenvolvimento. 1.5- Hebiatria: é o ramo da Pediatria que atende as necessidades de saúde do adolescente. 1.6- Classificação da infância em grupos etários: Período neonatal: 0 a 28 dias; Infância: de 29 dias a 10 anos - Lactente: 29 dias a 2 anos - Pré – escolar: 2 a 7 anos - Escolar: 7 a 10 anos. Adolescência: de 10 anos a 20 anos. 2.0. DIREITOS DA CRIANÇA: 2.1- DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: Em 1924, os direitos da criança foram declarados pela ONU, mas o reconhecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos aconteceu em 1959. Profª Aretusa Delfino 4 Objetivando afirmar que toda criança merece uma infância feliz e que possa gozar de direitos e liberdades, essa declaração enunciou os seguintes princípios: “Toda criança gozará de todos os direitos enunciados na Declaração”: A criança gozará de proteção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidade, a fim de facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social de forma sadia e normal e em condições de dignidade. Toda criança terá direito a nome e nacionalidade, desde o nascimento; A criança gozará os benefícios da previdência social,a criança terá direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequadas; À criança incapacitada física ou mentalmente, serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais; Para o desenvolvimento completo e harmonioso da sua personalidade, a criança precisa de amor e de compreensão. A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e obrigatória, pelo menos no grau primário; A criança figurará, em qualquer circunstância, entre os primeiros a receber proteção e socorro; A criança deve ser protegida contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração; A criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza (ONU, 1959). 3.0. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: O Estatuto da criança e do adolescente foi legalizado em 1990, pela Lei Federal nº 8.069. Ao prestar sua assistência, os técnicos e os auxiliares de enfermagem, assim como os demais profissionais de saúde, deverão considerar os direitos prescritos por esse Estatuto, sob pena de serem acionados judicialmente. No Brasil, com relação à saúde, as crianças e os adolescentes têm os seguintes direitos: Art.7º. A criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e a saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. Art. 8º. É assegurado à gestante, através do SUS, o atendimento pré e perinatal. Art 9º. O Poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. Art 10º. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I- manter registro das atividades desenvolvidas pelo prazo de 18 anos; II- Identificar o recém-nascido; III- Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como, a orientação aos pais; IV- Fornecer declaração de nascimento onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento de neonato. Art 11º. È assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do SUS, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Profª Aretusa Delfino 5 Anotações Art 12º. Os estabelecimentos de atendimentos á saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. Art 13º. Os casos de suspeita ou maus tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade. Art 14º. O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológicapara a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. Parágrafo único: É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitária. ( MS, 2001) Profª Aretusa Delfino 6 UNIDADE 2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECÉM - NASCIDO 1. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO RN (RECÉM-NASCIDO) QUANTO: 1.1. Idade Gestacional: RN À TERMO OU NORMAL: é toda criança nascida de uma gestação entre 38 a 42 semanas de gestação. (280 dias/ Dando margem de 15 dias antes ou após o parto). RN PREMATURO: é toda criança nascida de uma gestação entre 28 a 37 semanas de gestação. RN POSMATURO: é toda criança nascida de uma gestação com mais de 42 semanas de gestação. 1.2. Peso Ao Nascer A.I.G (Adequado para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso > 2,5 a 4 kg – entre percentis 10 e 90. P.I.G (Pequeno para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou inferior a 2,5 kg, abaixo do percentil 10. G.I.G (Grande para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou superior a 4 kg – acima do percentil 10. RN DE ALTO RISCO: È o produto de uma gestação de alto risco, onde as intercorrências patológicas e/ou sociais representam fatores de agressão ao binômio mãe-filho, determinando morbi-mortalidade perinatal, que pode perdurar até 28 dias pós-parto. Cuidados após o Nascimento:A transição bem-sucedida de um feto (imerso no líquido amniótico e totalmente dependente da placenta para obter nutrientes e oxigênio) até o seu nascimento, respirando e chorando vigorosamente, é algo sempre maravilhoso. Os recém-nascidos saudáveis necessitam de um bom cuidado para garantir seu desenvolvimento normal e uma boa saúde. Imediatamente após um nascimento normal, a equipe da sala de parto ajuda a mãe a segurar o seu filho. A amamentação geralmente pode ser iniciada neste momento caso a mãe assim o desejar. O pai é também encorajado a segurar o seu filho e a compartilhar esses momentos. Alguns especialistas acreditam que o contato físico imediato com a criança ajuda a estabelecer vínculos afetivos. Contudo, os pais podem estabelecer bons vínculos afetivos com seus filhos inclusive quando não passam as primeiras horas juntos. 1.CUIDADOS IMEDIATOS AO RN: São aqueles prestados ainda na sala de parto. 1.1. Desobstrução das VASS: Objetivos: Promover limpeza das VASS e a instalação imediata e posterior manutenção da respiração. Impedir tamponamento dos espaços bronco-alveolares. Impedir anóxia. OBS: 1º se aspira a boca, depois o nariz. Avaliação das condições vitais do RN, através da Escala de Apgar. Profª Aretusa Delfino 7 ESCALA DE APGAR SINAIS ESCORE O ESCORE 1 ESCORE 3 Freqüência das pulsações Ausente Menos de 100 Acima de 100 Esforço respiratório Ausente Superficial Choro forte Tônus muscular Atonia/Hipotonia Ligeira flexão Movimentos ativos Irritabilidade reflexa Ausente Careta Espirro/tosse Cor da pele Cianose/Palidez Cianose de extremidades Rósea 1.2. Pinçamento e secção do cordão umbilical OBS: Realiza-se após a cessação dos batimentos 1.3. Aspiração do suco gástrico 1.4. Credeização /Método de Credé: Instila-se 1 gota de Nitrato de Prata a 1% nos olhos, na vagina e/ou pênis do RN a fim de evitar oftalmia gonocócica, transmitida verticalmente. 1.5. Identificação do RN (Nome da gestante, data e hora do nascimento): Identificar o recém- nascido com pulseira própria ou feita com esparadrapo e colocada no antebraço e tornozelo. 2.CUIDADOS MEDIATOS AO RN: São aqueles prestados na Unidade de Internação Pediátrica. 2.1.Higiene: O Banho é realizado aproximadamente 6 horas ou mais após o nascimento. Tenta-se não retirar o material gorduroso esbranquiçado (verniz caseoso) que recobre a maior parte da pele do recém-nascido, pois ele ajuda a protegê-lo contra a infecção. 2.2.Administração de Vitamina K. Como todos os conceptos nascem com concentração baixa de vitamina K, o enfermeiro ou o técnico de enfermagem administra 1mg por via IM desta vitamina para evitar a ocorrência de sangramentos (doença hemorrágica do recém-nascido) Objetivo: Catalisar a síntese da protrombina no fígado. 2.3.Curativo do Coto Umbilical: Higiene do Coto Umbilical é em geral, uma solução antisséptica ( álcool a 70%) aplicada no cordão umbilical recém-seccionado, para ajudar a evitar a infecção e o tétano neonatal. O clipe plástico do cordão umbilical é removido 24 horas após o nascimento. O coto remanescente deve ser umedecido diariamente com uma solução alcoólica. Este processo acelera a Profª Aretusa Delfino 8 secagem e reduz a possibilidade de infecção do coto. O coto umbilical cairá por si mesmo, geralmente entre o 5º e o 12º dia. Um retardo maior na queda não deverá ser motivo de preocupação. 2.4.Medidas Antropométricas: Peso: Balança adequada, protegida com fralda. Comprimento: Utilização da Mesa antropométrica. 2.5. Aquecimento: Manter RN aquecido, no berço (conforme rotina do hospital) e manter observação rigorosa (cianose; vômito; tremores; respiração). É fundamental que o recém-nascido seja mantido aquecido. Assim que possível, ele deve ser enrolado em panos leves (cueiros) e a sua cabeça é coberta, para reduzir a perda do calor corpóreo. À Enfermagem cabe: – Registrar, na ficha do recém-nascido, sua impressão plantar e digital do polegar direito da mãe; – Em partos múltiplos a ordem de nascimento deverá ser especificada nas pulseiras através de números (1, 2, 3, 4 etc.) após o nome da mãe; – Preencher a ficha do recém-nascido com os dados referentes às condições de nascimento, hora e data do parto. Primeiros Dias do RN Durante os primeiros dias após o nascimento, os pais aprendem a alimentar, a banhar e a vestir a criança, familiarizando-se com suas atividades e sons. A primeira urina produzida por um recém-nascido é concentrada e, freqüentemente, contém substâncias químicas denominadas uratos, que podem dar às fraldas uma coloração rosa,que não deve ser confundida com sangue A primeira evacuação consiste no mecônio (substância negro-esverdeada e viscosa), que é conteúdo do intestino formado durante a gestação por secreções digestivas do fígado, pâncreas e intestino fetal, líquido amniótico deglutido e células intestinais Todo recém-nascido deve eliminar o mecônio nas primeiras 24 horas após o nascimento. Após 2 a 3 dias do nascimento surgem as chamadas "fezes de transição". Durante os primeiros dias de vida, o recém-nascido normalmente perde 5 a 10% de seu peso ao nascimento. Este peso é rapidamente recuperado à medida que ele começa a se alimentar. ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO Nome da mãe, procedência, instrução, estado civil, residência. Registro materno e do recém- nascido quando usado a ficha de internação neonatal. O primeiro exame físico do recém-nascido tem como objetivo: – Detectar a presença de malformações congênitas – Avaliar a capacidade de adaptação do recém-nascido à vida extra-uterina. – O exame físico deve ser realizado com a criança despida, mas em condições técnicas satisfatórias. OBSERVAÇÃO GERAL Avaliar a postura, atividade espontânea, tônus muscular, tipo respiratório, fácies, estado de hidratação e estado de consciência. Estas características são variáveis, próprias para cada tipo de recém-nascido, termo, prematuro e pequeno para a idade gestacional. Profª Aretusa Delfino 9 POSTURA : Nas primeiras horas após o nascimento, todo o RN mantém-se encurvado, com os MMSS/II fletidos (+ 72h). CABEÇA : Todo RN apresenta a cabeça grande em relação ao corpo. PC (Perímetro Cefálico) = +/- 35 cm (2 cm > PTorácico) O crânio tem 6 ossos: 1 frontal, 1 occipital, 2 parietais e 2 temporais. Sua forma mais comum éa ovóide, mas ao passar pelo canal vaginal pode sofrer alterações como: Cavalgamento: superposição dos ossos (Acavalgamento) Caput-Succedanuem: edema dos tecidos moles do couro cabeludo. Cefalematoma: hemorragia com acúmulo de sangue entre periósteo e o osso. Fontanelas: São espaços cartilaginosos, quadriláteros encontrados na cabeça através da palpação. As principais são: Bregma ou Bregmática ou Anterior (>): se fecha por volta de 18 meses. Lâmbda ou Lambdóide ou Posterior (<): se fecha por volta de 4 meses. Principal função das fontanelas: facilitar a passagem do feto no canal do parto; desenvolvimento da caixa craniana tanto na vida fetal como no pós-natal. FACE: Todo RN pode apresentar a face edemaciada, com manchas, em conseqüência do trabalho de parto, regredindo espontaneamente. Face assimétrica: O RN pode apresentar a face desigual devido a uma posição defeituosa na vida fetal. Millium Facial ou sebáceo: são pequenos pontos brancos provocados pela obstrução dos poros; localizados na região frontal e nasal (1º mês). Estrabismo: devido à imaturidade do sistema nervoso (nervo óptico imaturo), o RN não consegue coordenar o globo ocular, podendo persistir até o 6º mês. PELE: Vérnix Caseoso: secreção normal da pele, rica em glicoproteínas, colesterina, ferro e albumina, caracterizada por uma película lipóide, a qual se atribuem propriedades imunitárias. Facilita a passagem do feto na hora do parto, e é reabsorvida pela pele nas 48 horas após o parto. Eritroderma neonatal: variação na coloração da pele, que vai desde o rosa ao vermelho intenso. Causa: eritrócitos periféricos. Icterícia fisiológica: surge após 48 horas e tem como causa a imaturidade das células hepáticas/ hemólise exagerada (eritroblastos imaturos). Terapêutica: Fototerapia. Mancha Mongólica: é uma mancha de forma irregular, de coloração azulada, localizada na região lombo-sacra ou sacro-glútea que desaparece por volta dos 10 anos. É mais comum na raça negra ou descendentes. Descamação fisiológica: surge nos primeiros dias – descamação em grandes retalhos, mais comuns no abdômen, mãos e pés. Lanugem: são pêlos longos, finos e ralos, localizados na face, orelhas, dorso, MMSS, MMII, desaparecendo por volta do 1º mês. ORELHAS: Observar forma, tamanho, simetria, implantação e papilomas pré-auriculares. Uma anomalia do pavilhão pode estar associado a malformação do trato urinário e anormalidade cromossômicas. A acuidade auditiva pode ser pesquisada através da emissão de um ruído próximo ao ouvido e observar a resposta do reflexo cocleo-palpebral, que é o piscar dos olhos. NARIZ: Observar forma; permeabilidade de coanas, mediante a oclusão da boca e de cada narina separadamente e/ou à passagem de uma sonda pelas narinas; e a presença de secreção serossanguinolenta. Profª Aretusa Delfino 10 BOCA: Observar a conformação do palato (ogival); a presença de fenda palatina; da fissura labial (lábio leporino); o desvio da comissura labial que pode estar associado à paralisia facial por traumatismo de parto. Visualizar a úvula e avaliar tamanho da língua e freio lingual. PESCOÇO: Curto e com mobilidade. Por volta dos 3 meses, há sustentação. TÓRAX: O tórax do recém-nascido é cilíndrico e o ângulo costal é de 90°. Uma assimetria pode ser determinada por malformações de coração, pulmões, coluna ou arcabouço costal. Observar o engurgitamento das mamas e/ou presença de leite que pode ocorrer em ambos os sexos, bem como a presença de glândulas supranumerárias. PULMÕES: A respiração é abdominal, quando predominantemente torácica e com retração indica dificuldade respiratória. A frequência respiratória média é de 40 movimentos no RN de termo e até 60, no prematuro. Os movimentos serão contados durante dois minutos e dividido o total por dois. CARDIOVASCULAR: A freqüência cardíaca varia entre 120 a 160 batimentos por minuto. Os batimentos cardíacos tem a sua intensidade máxima ao longo do bordo esquerdo do esterno. A presença de sopros em recém-nascidos é comum nos primeiros dias e podem desaparecer em alguns dias. Se o sopro persistir por algumas semanas é provável que seja manifestação de malformação congênita cardíaca. A palpação dos pulsos femurais e radiais é obrigatória. A tomada da medida da pressão arterial no recém-nascido, pode ser feita pelo método do "flush", que utiliza o processo de isquemia da extremidade onde se efetua a medida, por meio de uma faixa de Esmarch, e observa a que medida no manômetro se produz fluxo sanguíneo durante a diminuição da compressão pela faixa. ABDOME: Inspeção A distensão abdominal pode ser devida à presença de líquido, visceromegalia, obstrução ou perfuração intestinal. GENITÁLIA: Masculina A palpação da bolsa escrotal permite verificar a presença ou ausência dos testículos, que podem encontrar-se também nos canais inguinais. Denomina-se criptorquia a ausência de testículos na bolsa escrotal ou canal inguinal. A hidrocele é frequente e a menos que seja comunicante, se reabsorverá com o tempo. A fimose é fisiológica ao nascimento. Deve-se observar a localização do meato urinário: ventral (hipospadia) ou dorsal (epispádia). Feminina Os pequenos lábios e clitóris estão proeminentes. Pode aparecer nos primeiros dias uma secreção esbranquiçada mais ou menos abundante e às vezes hemorrágica. EXTREMIDADES: Os dedos devem ser examinados (polidactilia, sindactilia, malformações ungueais). O bom estado das articulações coxo-femurais deve ser pesquisado sistematicamente pela abdução das coxas, tendo as pernas fletidas, e pela pesquisa de assimetria das pregas da face posterior das coxas e subglúteas. Profª Aretusa Delfino 11 Anotações EXAME NEUROLÓGICO: O exame neurológico compreende a observação da atitude, reatividade, choro, tônus,movimentos e reflexos do recém-nascidos. Deve-se pesquisar os reflexos de Moro,sucção, busca, preensão palmar e plantar, tônus do pescoço, extensão cruzada dos membros inferiores, endireitamento do tronco e marcha automática. Reflexos do Recém-nascido Reflexo Descrição De Moro Quando o recém-nascido se assusta, seus membros superiores e inferiores balançam para fora e para frente, num movimento lento, com os dedos esticados De Busca Quando qualquer um dos extremos da boca de recém- nascido é tocado, ele vira a cabeça para esse lado. Este reflexo permite que o recém-nascido encontre o mamilo De sucção Quando um objeto é colocado na boca do recém-nascido, ele começa a sugar imediatamente Profª Aretusa Delfino 12 UNIDADE 3 TESTE DE PKU ( TESTE DO PEZINHO) Nome popular para a Triagem Neonatal, o teste do pezinho é gratuito e deve ser feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido em uma única punção, rápida e quase indolor para o bebê. No teste, o sangue da criança é coletado em papel filtro especial. As amostras de sangue obtidas são secas e posteriormente enviadas ao laboratório para o processamento dos exames. Em sua versão mais simples, o teste do pezinho foi introduzido no Brasil na década de 70 para identificar duas doenças (chamadas pelos especialistas de "anomalias congênitas", porque se apresentam no nascimento): a fenilcetonúria e o hipotireoidismo. Ambas, se não tratadas a tempo, podem levar à deficiência mental. A identificação precoce de qualquer dessas doenças permite evitar o aparecimento dos sintomas, através do tratamento apropriado. Por isso, recomenda-se realizar o teste idealmente no 5º dia de vida do bebê. Antes disso, os resultados não são muito precisos ou confiáveis. A partir desse dia, é importante que toda mãe leve seu filho para fazer o exame. Assim o tratamento, se for o caso, será mais eficaz. Por meio de lei federal, o testese tornou obrigatório em todo o País, em 1992, embora ainda não alcance a totalidade dos recém-nascidos. A portaria de número 822, de 6 de junho de 2001, assinada pelo ex-ministro José Serra, criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) com o objetivo de atender a todos os recém-natos em território brasileiro. Atualmente, já existe uma versão ampliada, que permite identificar mais de 30 doenças antes que seus sintomas se manifestem. Trata-se, no entanto, de um recurso sofisticado e ainda bastante caro, não disponível na rede pública de saúde. DOENÇAS DIAGNOSTICADAS FENILCETONÚRIA: É uma doença genética, de caráter autossômico recessivo decorrente da deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase. Em conseqüência a fenilalanina acumula-se no sangue do RN, com efeitos tóxicos do sistema nervoso central, podendo causar até a deficiência mental severa. Conseqüências Deficiência mental irreversível. Convulsões, problemas de pele e cabelo. Problemas de urina e até invalidez permanente. Profª Aretusa Delfino 13 Anotações Tratamento: Controle alimentar com dieta especial à base de leite e alimentos que não contenham fenilalanina, sob rigorosa orientação médica, para que o bebê fique bom e leve uma vida normal. HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO É hereditário, causado pela falta de uma enzima, impossibilitando que o organismo forme o T4, hormônio tireoidiano, impedindo o crescimento e desenvolvimento de todo o organismo inclusive o cérebro, sendo a deficiência mental uma de suas manifestações mais importantes. Conseqüências Deficiência mental irreversível, convulsões, problemas de pele e cabelo, problemas de urina e até invalidez permanente. Tratamento Administração de hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle médico, para que o bebê fique bom e tenha uma vida normal. Profª Aretusa Delfino 14 UNIDADE 4 CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA NO PRIMEIRO ANO DE VIDA As vacinas (cujo nome advém de vaccinia, o agente infeccioso da varíola bovina, que, quando é injetado no organismo humano, proporciona imunidade à varíola no ser humano) são substâncias tóxicas, que ao serem introduzidas no organismo de um animal, suscitam uma reação do sistema imunológico semelhante à que ocorreria no caso de uma infecção por um determinado agente patogênico, por forma a tornar o organismo imune a esse agente (e às doenças por ele provocadas).São, geralmente, produzidas a partir de agentes patogênicos (vírus ou bactérias), ou ainda de venenos, previamente enfraquecidos. Por inserir no organismo esse tipo de substâncias, os efeitos colaterais podem ser adversos, correspondendo ao esforço que nosso corpo está fazendo para controlar as substâncias. A descoberta da vacina se deve às pesquisas de Louis Pasteur, que em seu leito de morte, disse: "O vírus não é nada, o terreno é tudo", com isso ele estava explicando que os vírus só se multiplicam sem controle (gerando doenças) em um organismo, se encontrarem terreno favorável para isso. Mas a vacina já era usada anteriormente, na forma de medicina popular, pelos chineses e povos do mediterrâneo. Pasteur, entretanto, formalizou seu uso com o rigor científico. Calendário Básico de Vacinação da Criança IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS Ao nascer BCG - ID dose única Formas graves de tuberculose Vacina contra hepatite B (1) 1ª dose Hepatite B 1 mês Vacina contra hepatite B 2ª dose Hepatite B 2 meses Vacina tetravalente (DTP + Hib) (2) 1ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b VOP (vacina oral contra pólio) 1ª dose Poliomielite (paralisia infantil) VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (3) 1ª dose Diarréia por Rotavírus 4 meses Vacina tetravalente (DTP + Hib) 2ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b VOP (vacina oral contra pólio) 2ª dose Poliomielite (paralisia infantil) VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano) (4) 2ª dose Diarréia por Rotavírus 6 meses Vacina tetravalente (DTP + Hib) 3ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b VOP (vacina oral contra pólio) 3ª dose Poliomielite (paralisia infantil) Vacina contra hepatite B 3ª dose Hepatite B 9 meses Vacina contra febre dose Febre amarela Profª Aretusa Delfino 15 amarela (5) inicial 12 meses SRC (tríplice viral) + Hepatite A dose única Sarampo, rubéola e caxumba / Hepatite A 15 meses VOP (vacina oral contra pólio) reforço Poliomielite (paralisia infantil) DTP (tríplice bacteriana) 1º reforço Difteria, tétano e coqueluche 18 meses Hepatite A reforço Hepatite A 4 - 6 anos DTP (tríplice bacteriana 2º reforço Difteria, tétano e coqueluche SRC (tríplice viral) reforço Sarampo, rubéola e caxumba 10 anos Vacina contra febre amarela reforço Febre amarela (1) A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido. O esquema básico se constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose.(2) O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos.(3) É possível administar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade (6 a 14 semanas de vida)(4) É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é de 4 semanas.(5) A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residam ou que irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem. BCG Composição: Bacilo Calmette-Guérin liofilizado, obtido por atenuação do M. bovis, cepa Mooron-Rio. Idade: a partir do nascimento e revacinação quando não houver cicatriz vacinal. Indicação: em especial nas crianças menores de 5 anos e preferencialmente nos menores de 1 ano. O mais precocemente em crianças HIV positivas assintonáticas. Dosagem e via de administração: 0,1ml ID na inserção inferior do deltóide. Agulha: 13x3,8 Tempo de validade após aberto o frasco: 06 horas. Eventos adversos: formação de abscesso e/ou ulceração (axilar). Contra-indicação: imunodeficiência congênita ou adquirida; HIV sintomático; < 2000g, afecções dermatológicas extensas (escabiose, impetigo= adiamento). Conservação: +2 + 8ºC inativada quando exposta à luz artificial. Profª Aretusa Delfino 16 HEPATITE B Composição: Há 2 tipos : 1 partícula viral tratada com formol (2 recombinação do RNA viral através de engenharia genética). Idade: nas primeiras 12 horas de vida. Esquema: 0,1,6 meses – 1ª dose para 2ª dose intervalo de 30 dias e da 1ª dose para 3ª dose um intervalo de 6 meses. Dosagem e via de administração: 0,5 ml ou de acordo com o fabricante, IM profunda no Vasto Lateral da Coxa (VLC) em crianças até 2 anos e deltóide em crianças maiores. Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 25x7 (maiores de 2 anos). Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco. Eventos adversos: dor no local da injeção e febre baixa. Contra-indicação: reação anafilática sistêmica na dose anterior. Conservação: + 2º+ 8º, congelamentoinativa. POLIOMIELITE Composição: vírus vivo atenuado em cultura de células. Idade: a partir dos 2 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias. Esquema: 3 doses a partir dos 2 meses de idade, com intervalos de 60 dias e no mínimo 30 dias; dose de reforço aos 15 meses. Dosagem e via de administração: 2 gotas oral. Tempo de validade após aberto o frasco: 05 dias. Contra-indicação: crianças com imunodeficiência (congênita ou adquirida); pessoas submetidas a transplante de medula; crianças HIV+ sintomáticas (AIDS). Conservação:geladeira, +2+8ºC. Observação: Retornar ao refrigerador ou isopor imediatamente após a vacinação. TETRAVALENTE Composição: vacina que contém toxidóide diftérico, tetânico e Bordetella pertussis, além de polissacarídeo capsulares (Poliribosol-ribtol-fosfato- PRP) do Haemophilus influenza conjugada com uma proteína carreadora tetânica. Idade: até 11 meses e 29 dias. Via de administração: IM ou VLC. Profª Aretusa Delfino 17 Esquema: 3 doses de 0,5ml a partir dos 2 meses de idade, com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias. Agulha: 20x5,5. Tempo de validade após aberto o frasco: 05 dias. OBS: Não administrar em crianças maiores de 1 ano. Caso, o esquema não esteja completo, completar com DTP. Eventos adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar e irritabilidade nas 24-48h. Contra-indicação: crinaças que desencadeiam reação anafilática não administrar dose seguinte. Conservação: +2 +8ºC. TRÍPLICE BACTERIANA – DTP Composição: a vacina tríplice DTP contém toxóide diftérico, toxóide tetânico e Bordetella pertussis inativada em suspensão, tendo como adjuvante hidóxido ou fosfato de alumínio. Idade: 1º primeiro reforço aos 15 meses e o 2º reforço entre 4-6 anos. Idade mínima aos 12 meses. Esquema: 2 doses de 0,5 mal a partir dos 15 meses de idade. Via de administração: IM profunda no VLC e em crianças maiores de 2 anos administrar no deltóide. Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 27x7 (maiores de 2 anos). Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco. Evento adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar geral e irritabilidade nas primeiras 24 a 48 horas. Contra-indicações: a aplicação da vacina tríplice DTP é contra-indicada em crianças que tenham apresentado após a aplicação da dose anterior – reação anafilática. TRÍPLICE VIRAL Composição: vacina combinada do vírus vivo atenuado, liofilizado contra sarampo a rubéola e caxumba. Idade: a partir dos 12 meses de idade, recomenda-se aos 15 meses para coincidir com o reforço da DTP e pólio. Via de administração: SC. Esquema: 0,5 ml dose única e reforço entre 4 – 6 anos de idade. Agulha: 13x4,5 . Tempo de validade após aberto o frasco: 8 horas. Profª Aretusa Delfino 18 Efeitos adversos: febre e erupções de curta duração, entre o 5º e o 10º dia de pós-vacina, artralgia e artrite, mais freqüentemente em mulheres adultas. Contra-indicação: reação sistêmica ao ovo de galinha (urticária, edema da glote, dificuldade respiratória, hipotensão ou choque), gravidez. Conservação: +2+8ºC. FEBRE AMARELA Composição: vacina derivada da cepa 17, vírus da febre amarela, Sacarose 8 mg e 3 mg de glutamato de sódio. Idade: a partir dos 9 meses. Indicação: contra a febre amarela. Via de administração: SC no deltóide. Esquema: 1ª dose aos 9 meses e reforço a cada 10 anos. Agulha: 13x 4,5. Tempo de validade após aberto o frasco: 4 horas. Eventos adversos: dor local, cefaléia e febre. Contra-indicação: crianças menores de 6 meses; portadores de imunodeficiência (congênita ou adquirida), neoplasias malignas e pacientes HIV+ sintomáticos; uso de corticoesteróides em doses elevadas; pessoas com história de reação anafilática após consumo de ovo. Conservação: +2+8ºC, quando congelada inativa. ROTAVÍRUS Composição: é uma vacina elaborada com vírus isolados de humanos e atenuados para manter a capacidade imunogênica, porém não patogênica. Idade: mínima 1 m e 15 dias e idade máxima 5 meses 15 dias. Indicação: gastroenterite provocada pelo vírus rotavírus. Vias de administração: Cada dose corresponde a 1 ml (exclusivamente oral). Tempo de validade após aberto o frasco: 24 horas após a preparação da vacina. Esquema: 2 doses; 2 meses e 4 meses, com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias. Eventos adversos: reação sistêmica grave até 2 h após a administração; presença de sangue nas fezes até 42 dias após vacinação; internação por abdome agudo até 42 após a dose da vacina. Justificativas para a sua inclusão no calendário vacinal infantil: Profª Aretusa Delfino 19 Anotações 1.Os rotavírus constituem a principal causa de gastroenterites em crianças, sendo responsável por mais de 400.000 óbitos por ano em países em desenvolvimento. 2.A maior incidência das infecções por rotavírus se concentra na faixa etária de 6 a 24 meses, com o quadro clínico clássico caracterizado-se por diarréia precedida de febre e vômitos, evoluindo rapidamente para desidratação. VACINA DUPLA BACTERIANA – dT Composição: toxóide diftérico+tetânica com hidróxido de alumínio ou fosfato de alumínio como adjuvante. Idade: dT administrar em crianças maiores de 7 anos e adultos. Dosagem e via de administração: 0,5 ml IM profunda no deltóide. Esquema: 3 doses com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias. O reforço é aplicado a cada 10 anos. Agulha: 25x6 ou 25x7. Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco Profª Aretusa Delfino 20 UNIDADE 5 A ENFERMAGEM, O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA O Crescimento ( C ) e o desenvolvimento ( D ) , são indicadores da saúde das crianças; por essa razão o acompanhamento desses processos se constitui na ação –eixo da assistência à saúde da criança.As equipes de enfermagem e de saúde devem estar alertas para intervir no processo de CD, quando necessário, da maneira mais precoce possível. No Brasil, o MS (1984) preconiza que a atenção à infância deve se estruturar a partir do acompanhamento do CD. O crescimento e desenvolvimento são o que caracteriza a criança, dessa forma , a atenção a criança existe para promover o C e o D. DEFINIÇÕES: ►CRESCIMENTO: Constitui as alterações biológicas que implicam em aumento corporal da criança, manifestadas pelo aumento do tamanho das células (Hipertrofia), e pelo aumento do número de células (Hiperplasia). É um quantitativo. Referencia-se por: Peso Estatura Perímetro cefálico Perímetro torácico Alteração das fontanelas Dentição Alterações na proporção corporal e tecidos corporais ►DESENVOLVIMENTO: É o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas. A criança desenvolve controle neuro-muscular, destreza e traços de caráter, funções que só podem ser medidas por meio de provas funcionais. Habilidades motoras grossas Habilidades motoras finas Desenvolvimento da linguagem Desenvolvimento congnitivo Desenvolvimento social e afetivo FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal.Todo indivíduo nasce com um potencial genético de crescimento, que poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta. Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas) e de fatores extrínsecos, dentre os quais destacam-se a Profª Aretusa Delfino 21 alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança Como conseqüência, as condições em que ocorre o crescimento, em cada momento da vida da criança, incluindo o período intra- uterino, determinamas suas possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento, dotado por sua carga genética. 1.0 – AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO : O crescimento pode ser avaliado mediante o controle de peso, estatura e perímetro cefálico, com auxílio de parâmetros de normalidade definidos através de fórmulas e das curvas de peso. As medidas físicas refletem a taxa de crescimento da criança e qualquer alteração no padrão das mesmas, pode indicar problemas sérios.A técnica deve ser rigorosa, os dados corretos e o registro e interpretações exatos; mais importante que os valores deve ser a observação das tendências, diferenças súbitas e os graves desvios do padrão normal. . 1.1 – PESO ( P ): O peso é um excelente indicador das condições de saúde e da nutrição da criança,suas variações na infância são rápidas e importantes.As maiores informações não são obtidas, porém, com o peso de um momento preciso, mas na sua evolução no tempo (curva de peso), na variação entre duas pesagens sucessivas.O método de pesagem, por sua vez, deve ser preciso para não oferecer dados incorretos. A criança dobra de peso aos 5 meses e triplica aos 12 meses. No primeiro ano, a criança cresce, em estatura, cerca de 50% da estatura do nascimento. PESANDO A CRIANÇA Ganho ponderal mensal nos dois primeiros anos de vida Até 3 meses 750 a 900 gramas por mês De 3 a 6 meses 600 gramas por mês De 5 meses a 1 ano 300 a 400 gramas por mês De 1 a 2 anos 200 a 300 gramas por mês Profª Aretusa Delfino 22 1.2. ESTATURA : A estatura é uma medida fiel do crescimento de uma criança.Sua curva espelha a vida anterior e torna visível toda a história do crescimento.Com efeito, a desnutrição só se retrata tardiamente sobre a altura do corpo da criança;uma lentidão no crescimento da estatura indica o começo de uma desnutrição dois a três meses antes.Ao contrário do peso que pode variar muito e rapidamente; a estatura é uma medida estável e regular.porém é mais difícil de medir do que o peso.Até a idade de dois anos, a criança é medida deitada e são necessárias duas pessoas para tomar essa medida. A criança deve ser medida uma vez ao mês ou a cada consulta de puericultura. MEDINDO A CRIANÇA Parâmetros normais: Nascimento: +_ 50 cm; 1º trimestre: 9 cm; 2ª trimestre: 7 cm; 3º trimestre: 5 cm; 4º trimestre: 3 cm Aos 23 meses: +_ 74 cm. Para crianças acima de dois anos, teremos a seguinte fórmula: ESTATURA = IDADE X 5 + 80. Profª Aretusa Delfino 23 1.3. PERÍMETRO CEFÁLICO (PC): É a circunferência do crânio. A circunferência da cabeça aumenta rapidamente no primeiro ano de vida, a fim de adaptar-se ao crescimento do cérebro. Essa medida permite identificar “alterações”. Essa medida deverá ser verificada a cada consulta ambulatorial, mensalmente.Se há indicações de anormalidades, deverá ser verificada diariamente. Valores normais: IDADE PC/ Cm Nascimento 35,0 3 meses 40,4 6 meses 43,4 9 meses 45,5 1 ano 46,6 1 ano e 6 meses 47,9 2 anos 48,9 3 anos 49,2 4 anos 50,4 5 anos 50,8 1.4. PERÍMETRO TORÁCICO (PT): Medida da circunferência do tórax, importante para detectar algumas doenças. A característica dessa medida consiste na mudança de sua relação com o perímetro craniano (PC). A relação entre Pc e Pt - Até 6 meses: Pc é superior a Pt - Cerca de 6 meses: Pc é igual a Pt - Cerca de 9 meses: Pc é inferior a PT 1.5 – DENTIÇÃO: A idade média normal para o nascimento dos primeiros dentes de leite é por volta de 6 meses de idade. Um atraso pode ser considerado normal em torno de mais de 6 ou 8 meses. Pode acontecer de dentes de leite que erupcionan (nascem) antes do prazo normal, ou seja, logo após o nascimento, são chamados de "dente natal", ou por volta de 2 a 3 meses de idade, "dente neonatal ". Se isso ocorrer, procure imediatamente um odontopediatra, pois isso atrapalha a amamentação. A mãe é muito prejudicada durante o aleitamento materno, com ferimentos no "bico do seio", induzindo a mãe a intervir com mamadeira, o que não é adequado para um bom crescimento e desenvolvimento da criança. Durante o nascimento dos dentes do bebê, poderão ocorrer alguns sintomas, como coceira e abaulamento da gengiva, com aumento da salivação, estado febril, e até as fezes podem ficar mais líquidas. Para ajudar o rompimento dos dentinhos e melhorar esse desconforto, devemos oferecer ao bebê, alimentos mais duros e mordedores de borracha para massagear a gengiva. ERUPÇÃO(nascimento) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES Incisivos Centrais 8 meses 6 meses Incisivos Laterais 10 meses 9 meses Caninos 20 meses 18 meses 1º Molar 16 meses 16 meses 2º Molar 29 meses 27 meses Profª Aretusa Delfino 24 ESFOLIAÇÃO (queda) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES Incisivos Centrais 7 a 8 anos 6 a 7 anos Incisivos Laterais 8 a 9 anos 7 a 8 anos Caninos 11 a 12 anos 9 a 10 anos 1º Molar 10 a 11 anos 10 a 11 anos 2º Molar 11 a 12 anos 11 a 12 anos Importância dos da dentição: - Importante para a saúde geral, crescimento e desenvolvimento; - Atuam na mastigação, facilitando a digestão; - São elementos fundamentais para a pronúncia das palavras (fonação); - Grande influência na estética. 2.0- AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO: O desenvolvimento depende da maturação – mielinização – do sistema nervoso. A seqüência de desenvolvimento é igual para todas as crianças, mas a velocidade varia de criança para criança. A direção do desenvolvimento é céfalo- caudal e proximal distal ou seja da cabeça para os pés e dos ombros para as mãos. O primeiro passo para a locomoção é a aquisição do controle da cabeça, envolvendo a musculatura do pescoço. Mais tarde os músculos espinhais desenvolvem coordenação permitindo que a criança fique apta para sentar com as costas retas, engatinhar, ficar em pé e andar .O desenvolvimento integral da criança pode representar uma oportunidade importante para aproximação de uma concepção positiva da saúde, que se efetiva através do acompanhamento da criança sadia.Os profissionais de saúde devem conversar com as mães sobre as aquisições da criança,valorizando suas conquistas, potencializando sua capacidade em reconhecer o valor da relação com seus filhos. Observar o comportamento espontâneo da criança, escutar as dúvidas e apreensões das mães, procurar estabelecer uma relação de confiança com as mesmas e destas com seus filhos são caminhos para aprofundar as relações, conhecê-las melhor e poder apoiar,orientar e intervir, caso necessário. Avalia-se o desenvolvimento, testando as aquisições neuro – psicomotoras e através de testes ou provas, sob quatro aspectos interdependentes que se processam, normalmente, no mesmo ritmo: Desenvolvimento motor: Para que um organismo se desenvolva, ele precisa funcionar A criança brinca de repetir sem cessar os mesmos gestos e ações que lhes permitem as aquisições que as amadurecem progressivamente. No nascimento, os movimentos do bebê não são coordenados. Do nascimento aos dois anos a criança adquire duas possibilidades motoras importantes: caminhar e pegar objetos entre o polegar e indicador e, o controle neuro motor: coordenação da visão e da preensão. Linguagem: As crianças nascem com o mecanismo e a capacidade de desenvolver a fala e as habilidades de linguagem. Entretanto elas falarão de forma expontânea. A fala requer a estrutura e a função fisiológica íntegras, incluindo a respiratória, a auditiva e a cerebral, além da inteligência e da necessidade de estimulação. Profª Aretusa Delfino 25 O gesto procede a fala, e dessa maneira uma pequena criança comunica-se de modo satisfatório. Em todos os estágios do desenvolvimento da linguagem,a compreensão do vocabulário por parte das crianças é maior do que a expressão. Desenvolvimento cognitivo: A criança tem necessidade de agir para aprender, como não possui experiência do adulto, para ela tudo está para descobrir. É brincando que a criança elabora os esquemas mentais, isto é, as imagens mentais conduzirão aos conceitos. As imagens de objetos percebidas, muitas vezes se fixam na memória – é a conceituação. A inteligência da criança é a primeira prática: a criança elabora esquemas de ação, de espaço e de casualidade. O bebê é incapaz de representar mentalmente os objetos. É preciso que ele os veja e os apalpe. Quando os objetos desaparecem do campo de visão, e da preensão, eles deixam de existir para ele. O pensamento da criança se estrutura a partir de experiências que ela interioriza, pela repetição frequente e por suas semelhanças. A criança modifica seu comportamento face aos novos objetos e a novas situações Desenvolvimento social e afetivo: No começo da vida, a criança brinca com os MMSS e MMII, boca e com todo o corpo. No decurso das experiências cotidianas, a criança descobre o prazer de se comunicar com os outros. Para o desenvolvimento adequado, é necessário que a criança tenha oportunidade de fazer sozinha tudo que é capaz. E a cada idade, tem um comportamento esperado Características das crianças em suas diferentes etapas de vida: 1.0 - Recém – nascido ( 0 a 28 dias) e lactente ( 29 dias a 2 anos): O RN não tem sua personalidade organizada e interage com o meio apenas em função de suas necessidades fisiológicas como fome, sede, frio, etc. O id (inconsciente) refere-se às reações instintivas que podem ser percebidas por atos reflexos diante das sensações de prazer ou de desprazer. As emoções da criança são expressas através do choro, grito ( desprazer) ou sono tranqüilo e fácies de bem – estar ( prazer). No recém – nascido o reflexo de sucção, a sensibilidade para movimentos, para o som e o tato são bem desenvolvidas.A sucção é basicamente a principal forma dele relacionar-se com o meio que o cerca. A criança que não tem atendidas essas necessidades pode vir a desenvolver a chamada Carência Afetiva. A criança com carência afetiva apresenta e agarra-se a quem cuida dela. # Inicialmente torna-se chorona, exigente e agarra-se a quem cuida dela;Mais tarde os choros transformam-se em gritos, ela perde peso e seu desenvolvimento motor estaciona. # A seguir, passa a maior parte do tempo deitada de bruços, tem insônia, continua a perda de peso, tem facilidade para adoecer, a atraso do desenvolvimento motor se generaliza; # se não for tratada, o choro transforma-se em gemidos, o retardo aumenta e se converte em letargia. Profª Aretusa Delfino 26 A idade em que a criança é mais sensível a separação da mãe é entre os 6 meses e dois anos de vida. 2.0 – Pré – Escolar ( 2 a 7 anos): Desenvolve a linguagem, é observador e faz perguntas. Fica inseguro quando seus hábitos e rotinas sofrem alguma modificação; Movimenta-se muito ( anda, corre, sobe, desce,pula). Seu pensamento orienta-se pela imaginação e pela fantasia. Para o pré-escolar, a mãe é a fonte de segurança, proteção e ajuda, frente às situações que possam causar angústia ou qualquer tipo de sofrimento. 3.0 – Escolar ( 7 a 10 anos) : Nesta etapa, a criança adquire grande independência física e psicológica. Criatividade e aprendizagem são características marcantes. Tem noção de tempo e espaço.Gosta de correr, pular, perseguir, fugir, participar das tarefas dos adultos. Embora apresente um grau avançado de independência em todos os aspectos, ainda necessita de carícias físicas e afeto. Necessita de respeito à sua individualidade, privacidade e sexualidade. 4.0- Adolescente ( de 10 a 20 anos) : Fase de autodefinição e identificação de seu papel.imita as pessoas ou ídolos que admira; Embora esteja em fase de amadurecimento emocional, apresenta, muitas vezes, grande instabilidade. É ansioso e deprime-se com facilidade; Gosta de quebrar regras sociais e de contrariara opiniões; Valoriza , de forma mais acentuada, a imagem corporal, a sexualidade, a privacidade e a autonomia. AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE UM MÊS A CINCO ANOS Quadro I – As etapas do desenvolvimento da criança de um mês a cinco anos: Idade Desenvolvimento Motor Desenvolvimento Cognitivo Desenvolvimento Social 1 mês a 3 meses Dorme quase todo o tempo. Aprende a levantar a cabeça e depois a mantê-la direita. Afina e adapta seus reflexos primários, tais como a preensão; guarda dentro da mão, involuntariamente, o objeto que ali se colocar. Reflexo de sucção; Chupa seu polegar ou seus dedos; brinca com sua língua; Reproduz sons por prazer; Olha suas mãos; Segue com os olhos uma pessoa ou um objeto que se desloca; Leva objetos à boca (A boca é um meio de conhecimento importante para a criança lactente); Morde um pedaço de pão. Cessa de chorar à chegada de sua mãe ou ao escutá-lo; Pequenos ruídos guturais; Sorri ao ouvir a voz humana; Se imobiliza ao ouvir uma voz familiar que fala; Reconhece sua mãe e seu pai, pela vista, mas, sobretudo, pelo olfato, pelo ouvido e talvez por suas outras percepções difíceis de definir; Balbucia espontaneamente e como resposta. 3 a 6 meses Procura alargar o campo de sua visão, apoiando-se, por ex. sobre o antebraço se estiver de bruços, levantando a cabeça e as espáduas se estiver de costas; Mantém a cabeça erguida e pode ficar uns instantes Ver item anterior. Sorri a toda pessoa que se aproxime dela sorrindo; Comunicação com a mão baseada no olhar; Começa a diferenciar dia e noite; Canta com a ajuda de outra pessoa mais fica passiva; Ri às gargalhadas; Profª Aretusa Delfino 27 sentado com apoio; Começa a pegar voluntariamente um objeto ao alcance da mão e estender a mão para um objeto que se lhe oferce; Leva objetos à boca; Segura pequenos objetos com a palma e os quatro dedos. Reage ao chamado por seu nome, virando a cabeça. Grande riqueza de emissões vocais (balbucios, vocalizações prolongadas); Ri e vocaliza brincando; Começa a utilizar os contatos físicos (apalpar) para se comunicar com as outras. 6 a 9 meses Deitado de costas se vira para se colocar sobre o ventre; Começa a ficar de pé com apoio; Pega objetos entre o polegar e o indicador; Mantém-se assentado só, durante um momento; Começa a engatinhar. Toca-se um espelho e sorri; Age sobre objetos, bate sobre eles, contra a borda de um leito; Passa um objeto de uma a outra mão; Segura um objeto dentro de cada mão; Descobre um objeto escondido, se uma parte dele fica visível; Se diverte a lançar objetos; Chama atençao sobre si, por exemplo: desperto só chra ou grita quando ouve à sua mãe levantar-se. É capaz de rastejar para aproximar-se de um objeto ou de uma pessoa; Começo da socialização; Vocaliza várias sílabas que tendem a limitar-se aos sons que ouve na língua materna; Reconhece os rostos familiares e pode ter medo de rostos estranhos; Começa a participar de jogos de relação social (bater palmas, jogo de esconder); Gosta de morder; Reconhece quando se dirigem a ela; Imita gestos e brincadeiras; Faz gestos com a mão e a cabeça (tchau, não, bate palmas). 9 a 12 meses É capaz de pôr-se a de pé sozinha apoiando-se em alguma coisa ou em alguém, e de caminhar segurando com as duas mãos ou apoiando-se em algum móvel; Rasteja-se ou engatinha; Começo do andar; Sabe largar um objeto sob pedido; Consegue segurar os objetos entre o polegar e o indicador. Age intencionalmente: retira o cobertor para pegar obrinquedo que se enfiou por baixo; Imita um ruído, por exemplo: batendo um objeto contra o outro; Começo do jogo de embutir. Repete o som que ouviu. Aprende a pronunciar duas ou três palavras; Compreende uma proibição ou ordem simples; Manifesta grande interesse em explorar o mundo, ver tudo, tocar em tudo e levar tudo à boca; Colabora em brinquedos com adultos. 12 a 18 meses Caminha sozinha e explora casas e arredores; Ajoelha-se sozinho; Sobe as escadarias usando as mãos. Empilha-se dois a três cubos; Enche um recipiente; É capaz de amassar. Era de sociabilização; Manifesta ciúme (gestos de raiva e choro) reações de rivalidade nas brincadeiras com os irmãos maiores ou pessoas de convivência. 18 meses a 2 anos Sobe e desce uma escada agarrando-se num corrimão; Aprende a comer sozinho; Começa a ter controle dos esfíncteres durante o dia (fezes e depois urina); Inicio do dançar ao som de música. Empilha cubos; Mostra seus olhos e nariz; Imita um traço sobre o papel ou na areia; Faz caretas de forma espontânea; Coordenação mais complexa: pode agir a distância, ex: utilizando um pau para aproximar um objeto ou puxando o cobertor sobre o Associa duas palavras e enriquece seu vocabulário; Manifesta muito interesse por outras crianças e procura brincar com elas, mas de modo muito pessoal (pegando objetos, por exemplo). Profª Aretusa Delfino 28 qual está brincando; Estuda os efeitos produzidos ao longo de sua atividade: varia a maneira de deixar cair os objetos “pra ver” 2 a 3 anos Aprende a pular sobre uma perna; Corre e chuta na bola sem perder o equilibrio; Pode levar um copo cheio de água sem derramar; Começo do controle do esfincter vesical noturno; Participa ativamente no vestir-se; Dança ao som da música. Amontoa objetos em equilíbrio; Pode reproduzir um círculo sobre o papel ou na areia; Começa a brincar realmente com outras crianças e a compreender que há gente fora do meio familiar; Se reconhece no espelho. Desenvolve consideravelmente a línguagem, utiliza “eu”, “mim”, começa a perguntar, compreende a maior parte das palavras e frases que lhe são dirigidas (cerca de 300 palavras); Participa na arrumação de suas coisas; Começo da utilização sistemática do não (maneira de afirmar-se, opondo-se ao meio); Comunica-se com gestos, posturas, mímicas, sobretudo com outras crianças até cinco anos; Teatraliza rituais de cozinha, de arrumação de cama e de banho (brinquedos como a boneca, com cozinha em miniaturas, etc.). 3 a 4 anos É capaz de andar sobre a ponta dos pés; Aprende a vestir-se e despir-se sozinho; Adquire o controle do esfinceter vesical noturno; É capaz de realizar tarefas simples; Anda de bicicleta de três rodas; Agarra uma bola a um metro de distância. Imita uma cruz; Desenha uma pessoa com cabeça, tronco e às vezes com outras partes do corpo; Reconhece três cores; Reconhece o alto e o baixo, atrás e diante; Se interessa pelo nome dos objetos. Passeia sozinha, visita vizinhos; Fala de modo inteligível mas guarda um linguajar infantil; Compreende cerca de 1000 palavras; Diz seu nome, sexo, idade; Interessa-se por atividades de casa; Pergunta muito; Escuta as histórias e pede para repetir as que gosta; Brinca com outras crianças e começa a partilhar; Manifesta afeição por seus irmãos e irmãs; Crise de personalidade: opõe-se vigorosamente a outrem para afirmar-se; Pergunta pelo nome dos objetos; Começo da utilização do pronome pessoal e do advérbio de lugar. 4 a 5 anos Salta-se; Balança-se; Desce as escadarias, pondo de um pé só em cada degrau. Desenha um homem com os principais membros do corpo; Copia um quadrado, um triângulo; Sabe contar nos dedos; Pode reconhecer quatro cores; Pode apreciar o tamanho e a forma, distinguir o grosso e o Fala de modo inteligível; Escuta uma história e pode repetir os fatos; Protesta energicamente quando impedido de fazer o que quer; Mostra interesse pelas atividades dos adultos; Aparecem os medos Profª Aretusa Delfino 29 fino; Sabe dizer sua idade. infantis; Conhece uma quinzena de verbos de ação. Idade (anos) Físico e motor Mental Adaptativo Pessoal-social 6 Crescimento e ganho de peso continuam lentamente Peso: 16- 23,6kg; Altura: 106,6- 123,5cm; Irrompem os incisivos centrais da mandíbula, perde o primeiro dente; Aumento gradativo da destreza; Idade ativa: atividade constante; Frequentemente retorna a se alimentar com as mãos; Mais ciente da mão como instrumento; Gosta de desenhar, pintar e colorir; A visão alcança a maturidade. Desenvolve o conceito dos números; Conta 13 centavos; Sabe se é manhã ou tarde; Define objetos comuns, como garfo e cadeira em relação a seu uso; Obedece a comandos triplos em sucessão; Conhece as mãos direita e esquerda; Diz qual é bonito e qual é feio dentre uma série de desenhos ou faces; Descreve os objetos em uma figura em vez de apenas numerá-los; Frequenta o primeiro grau. Na mesa, usa a faca para espalhar a manteiga ou geléia sobre o pão; Na brincadeira, corta, dobra, cola brinquedos de papel, costura de forma rudimentar quando a agula é enfiada, Toma banho sem supervisão; Realiza sozinho as atividades da hora de dormir; Lê a partir da memória: aprecia jogos de soletrar; Gosta de jogos de mesa, verificadores jogos de cartas simples; Ri bastante; Por vezes rouba dinheiro ou itens atraentes; Tem dificuldade em admitir os erros; Experimenta as próprias habilidades. Pode compartilhar e cooperar melhor; Precisa de crianças de mais idade; Fará trapaça para ganhar; Frequentemente se engaja em brincadeiras brutas; Frequentemente ciumento em relação ao irmão mais jovem; Faz o que observa os adultos fazendo; Pode ter acessos de raiva ocasionais; Faz alarde; É mais independente, provavelmente influência da escola; Tem seu próprio meio de fazer as coisas; Aumenta a socialização. 7 Começa a crescer pelo menos 5cm por ano; Peso 17,7-30kg; Altura: 111,8-129,7cm; Irrompem os incisivos centrais maxilares e incisivos laterais mandibulares; Mais cauteloso nas abordagens para novas realizações; Repete as performances para dominá-las; A mandíbula começa a se expandir para acomodar os dentes permanentes. Observa que certas partes estão faltando nas figuras; Repete três números de trás para a frente; Desenvolve o conceito de tempo: lê o relógio comum ou de pulso corretamente até quinze minutos: utiliza o relógio para fins práticas; Frequentemente a segunda série; Mais mecânico na leitura; frequentemente não para ao término da sentença, engole palavras como se, ou e ele. Usa a faca a mesa para cortar a carne: pode necessitar de ajuda com os pedaços duros ou dificeis; Escova e penteia os cabelos de maneira aceitável sem ajuda; Pode roubar; Gosta de ajudar e de fazer uma escolha; É menos resistente e aborrecido. Está-se tornando membro real do grupo familiar; Participa nas brincadeiras de grupo; Os meninos preferem brincar com os meninos, as meninas preferem brincar com as meninas; Passa bastante tempo sozinho, não exige muita companhia. 8-9 Continua a crescer 5cm por ano; Peso: 19,6-39,6kg; Altura:117-141,8cm; Irrompem os incisivos laterais (maxilares) e os caninos mandibulares; Movimentação fácil; Frequentemente graciosa e equilibrada; Sempre em movimento: Fornece semelhanças e diferenças entre duas coisas a partir da memória;Conta de trás para a frente de 20 até 1: compreende o conceito de reversibidade; Repete os dias da semana e os meses em ordem, sabe a data; Faz uso de instrumentos comuns, como martelo serrote e chave de fenda; Usa utensílios domésticos e de costura; Ajuda com as tarefas domiciliares rotineiras, como varrer e tirar pó; Assume a responsabilidade por compartilhar os deveres Fica tranquilo ao ficar em casa; Gosta dos sistema de recompensa; Dramatiza; É mais sociável; É mais comportado; É interessado nas relações menino-menina, mas não admitirá isto; Anda pela casa e pela Profª Aretusa Delfino 30 salta, pula, corre; Suavidade e velocidade aumentadas no controle dos movimentos finos, utiliza a escrita cursiva; Veste-se completamente sozinho; Gosta de fatigar-se; dificil de se tranquilizar após agitação; Maior flexibilidade: os ossos crescem mais rápido que os ligamentos. Descreve objetos comuns em detalhes, e não apenas sua utilização; Frequenta terceira e quarta séries; Lê mais: pode planejar, acordar mais cedo apenas para ler; Lê livros clássicos, mas também gosta de revistas em quadrinhos; Mais ciente do tempo, pode confiar-se que chegará na escola a tempo; Pode compreender conceitos de partes e todo (frações); Compreende os conceitos de espaço, causa e efeito, montagem (quebra- cabeças), conservação (permanência de massa e volume); Classifica objetos por mais de uma qualidade, possui coleções. domésticos; Recolhe todos os seus pertences sobre a mesa; Compra artigos para pratica de alguma escolha ou lazer,compras; Transmite recados comuns; Gosta de revistas em quadrinhos; Gosta da escola: quer responder a todas as perguntas; Teme tirar uma nota baixa, fica envergonhado pelas notas baixas; É mais crítico em relação a si mesmo; Aprecia lições de esporte. comunidade livremente, sozinho ou com amigos; Gosta de competir e de participar de jogos; Mostra preferência por amigos e grupos; Brinca a maior parte do tempo com grupos do próprio sexo, mas está começando a se misturar; Desenvolve a modéstia; Compara-se aos outros; Aprecia escotismo, esporte de grupo. 10-12 Menino: crescimento lento na altura e rápido no peso; pode tornar-se obeso neste período; Peso: 24,3-58kg; Altura 127,5-162,3cm; A postura é mais similar a de um adulto, superará a lordose; Menina: as alterações pré-púberes podem começar a aparecer; as linhas corporais tornam- se mais suaves e arredondadas; o restante dos dentes irromperão e tenderão no sentido do desenvolvimento pleno (exceto os dentes do siso). Escreve histórias curtas; Frequenta da quinta a sétima série; Escreve cartas ocasionais para amigos ou parentes por iniciativa própria; Usa telefone para fins práticos; Responde a revista, ao rádio ou a outras publicidades; Lê informações práticas ou do próprio gosto histórias ou livros de biblioteca de aventura ou romance, histórias de animais. Produz artigos úteis ou executa trabalhos de reparos fáceis; Cozinha ou costura um pouco; Cria animais de estimação; Lava e seca o próprio cabelo; É responsável pela tarefa completa de higiene do cabelo, mas pode ter de ser lembrado disto; Por vezes fica sozinho em casa por uma hora ou mas; É bem sucedido na percepção das próprias necessidades ou daquelas de outras crianças deixadas a seus cuidados. Ama os amigos, conversa sobre eles constatemente; Escolhe mais seletivamente os amigos, pode ter um “melhor amigo”; Gosta de conversação; Desenvolve o início do interesse no sexo oposto; É mais diplomático; Gosta da família, a familia possui realmente significado; Gosta da mãe e quer agradá-la de diversas maneiras; Demonstra afeição; Gosta do pai, que é admirado e pode ser idolatrado; Respeita os pais. Crescimento e desenvolvimento durante a adolescência INÍCIO DA ADOLESCÊNCIA (11-14 ANOS) ADOLESCÊNCIA MÉDIA (15-17ANOS) FINAL DA ADOLESCÊNCIA (18-20 ANOS) Crescimento Crescimento desacelerado nas meninas A estatura alcança 95% da altura do adulto Caracteres sexuais secundários bem avançados Fisicamente maduro Crescimento da estatura e reprodutor quase completos Crescimento rapidamente acelerado Alcança velocidade máxima Surgem os caracteres sexuais secundários. Cognição Desenvolvendo a capacidade Pensamento abstrato Profª Aretusa Delfino 31 Explora a capacidade recém- descoberta para o pensamento abstrato limitado Procura de forma desajeitada por novos valores e energias Comparação da “normalidade” com os colegas do mesmo sexo. para o pensamento abstrato Aprecia a força intelectual, frequentemente em termos idealistas Preocupa-se com problemas filosóficos, políticos e sociais. estabelecido Pode perceber opções de longo alcance e agir sobre elas Capaz de ver problemas de forma abrangente Identidades intelectual e funcional estabelecidas Identidade Modifica a imagem corporal Muito centrado em si mesmo, narcisismo aumentado Tendência no sentido da experiência interna e da auto descoberta Apresenta uma vida rica em fantasias Idealista Capaz de perceber implicações futuras do comportamento e das decisões atuais, aplicação variável. Definição da imagem corporal e do papel sexual quase garantida Identidade sexual madura Fase de consolidação da identidade Estabilidade da auto-estima Confortável com o crescimento físico Funções sociais definidas e articuladas Preocupa-se com as rápidas alterações corporais Experimenta vários papéis Medida da atração por aceitação ou rejeição por parte dos colegas Conformidade com as normas do grupo. Relacionamento c/ os pais Conflitos importantes sobre independência e controle Baixo nível na relação pai-filho Grande impulso para a emancipação, desengajamento Desligamento emocional final e irreversível dos pais, lamentação. Separação física e emocional dos pais completada Independência da família com menos conflito Emancipação quase garantida Definidos os limites entre independência Forte desejo de permanecer dependente dos pais, enquanto tenta desvincular-se Nenhum conflito importante sobre o controle paterno. Relacionamento c/ os colegas Forte necessidade de identidade para firmar a auto imagem Padrões comportamentais estabelecidos pelo grupo de colegas Aceitação pelo grupo de colegas extremamente importante – medo da rejeição Exploração da capacidade de atrair o sexo oposto. O grupo de amigos diminui de importância em favor da amizade individual Testando as relações homem- mulher contra a possibilidade de aliança permanente Relações caracterizadas por da e compartilhar. Procura juntar-se aos colegas para contrapor à instabilidade gerada pela alteração rápida Excitação da intimidade, amizades idealizadas com membros do mesmo sexo A disputa pela aliança ocorre dentro do grupo de amigos. Sexualidade Relacionamento plurais múltiplos Virada decisiva no sentido da heterossexualidade (quando homossexual, sabe em torno desse período) Exploração do “sex-appeal” Sensação de “estar apaixonado” Tentativa de estabelecer relacionamentos. Forma relacionamento estáveis Capacidade crescente para mutualidade e reciprocidade Encontro como um par masculino-feminino A intimidade envolve compromisso em vez de exploração e romantismo. Auto-exploração e avaliação Encontros limitados, geralmente em grupos Intimidade limitada. Saúde Psicológica Tendência no sentido de experiências internas, mais introspectivo Tendência para retirar-se quando contrariado ou magoado Vacilação das emoções no tempo e na amplitude Sentimentos de inadequaçãocomuns, dificuldades em pedir ajuda. Maior constância da emoção raiva mais propensa a ser controlada Amplas oscilações do humor Intensos devaneios Raiva abertamente expressa com mau humor, surtos de ira e insultos verbais. Profª Aretusa Delfino 32 UNIDADE 6 ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA - AIDPI Objetivos: Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade associada às principais causas de doença na criança Introduzir medidas de promoção e prevenção na rotina de atendimento das crianças Acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança Principais componentes: Acolhimento Melhoria no manejo e tratamento de casos –Identificação de sinais clínicos que permitem a avaliação e classificação adequada do quadro, triando rapidamente a situação de risco: Manejo da criança doente: Avaliar a criança Verificar sinais de perigo Tosse / dificuldade para respirar Diarréia Febre Problema de ouvido Anemia e desnutrição Estado de vacinação Aconselhar a mãe ou acompanhante Alimentação da criança Administração de líquidos Cuidados gerais com a criança Quando retornar imediatamente Quando retornar para seguimento Cuidados sobre sua própria saúde Profª Aretusa Delfino 33 UNIDADE 7 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS – IRA As infecções respiratórias agudas são as infecções do aparelho respiratório que afetam o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios e os pulmões, causando inflamação, sinusite, bronquite, asma e pneumonia. A criança com infecção respiratória aguda pode ter tosse, nariz escorrendo, dor de ouvido, dor de garganta, chiado no peito, dificuldade para respirar, febre ou temperatura muito baixa. Além disso, a criança perde o apetite, pode ficar muito irritada e chorosa. Algumas ficam com os olhos vermelhos e lacrimejando. As crianças maiores reclamam de dor de cabeça e dores no corpo. As infecções respiratórias agudas, principalmente a pneumonia, podem trazer risco de vida quando não tratadas. Toda a criança que apresenta um destes sinais, por até 7 dias sem melhorar, deve ser levada ao serviço de saúde Cuidados para crianças com IRA - Infecção Respiratória Aguda NARIZ ENTUPIDO • Lavar com soro fisiológico cada narina, sempre que necessário. Este soro pode ser preparado em casa, misturando 1 colher pequena de sal com um litro de água fervida e deve ser preparado todos os dias. TOSSE • Dar bastante líquido (chás caseiros ou água). Evitar dar xaropes contra a tosse. A tosse ajuda a eliminar o catarro. Quando a criança está com dificuldade de eliminar o catarro, fazer tapotagem: deitar a criança de bruços, no colo, e bater com as mãos em concha nas suas costas. FEBRE • Dar banho morno e aplicar compressas úmidas só com água na testa, nuca e virilha. • Na febre alta, usar anti-térmico e procurar atendimento médico. Deitar a criança com a cabeça e os ombros mais altos do que o resto do corpo. Fazer vaporização na criança, usando um vaporizador ou uma chaleira ou bule com água fervendo, apenas nos casos de tosse rouca. Onde o clima é seco, colocar uma vasilha com água e panos molhados perto da criança. Mantenha a alimentação normal da criança, em pequenas quantidades e intervalos menores – oferecendo várias vezes durante o dia, sem forçar, evitando assim que a criança engasgue ou vomite. Lembrar que durante o período de doenças infecciosas a criança precisa de mais calorias através dos alimentos As vacinas que protegem contra a coqueluche e a difteria (DPT), contra as formas graves de tuberculose (BCG) e contra o sarampo, ajudam a prevenir as doenças respiratórias. Por isso, todas as crianças da família precisam estar vacinadas Profª Aretusa Delfino 34 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS 1.OTITE MÉDIA: Classifica-se em Otite Média Aguda,Otite Média Supurativa,Otite Média Supurativa Crônica ETIOLOGIA: Streptococus pneumoniae; Haemophilus influenza. Não infecciosa, em conseqüência do bloqueio por edema das trompas de Eustárquio. Rinite alérgica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Otalgia, febre, secreção auditiva de característica purulenta. TRATAMENTO: Antibioticoterapia, analgésico, antitérmico, cirúrgico (casos graves). ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM OBJETIVO: Diminuir a dor e orientar para evitar recidivas *Aplicar calor com compressa morna no local; *Manter os cuidados com a higiene do ouvido; *Orientar sobre perdas temporárias da audição; *Cuidado com água no canal auditivo; *Observar sinais de hipertermia 2.AMIGDALITE: É uma inflamação das amígdalas, que geralmente ocorre associada à faringite. ETIOLOGIA: Agentes virais;Agentes bacterinaos (Streptococus). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Hipertermia, anorexia, halitose, respiração pela boca com sensação de irritação da mucosa, orofaringe hiperemiada, exsudato. TRATAMENTO: Analgésico, antitérmico, antibioticoterapia, cirurgias (amidalectomia) ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM *Cuidados visam o conforto do paciente; *Minimizar as manifestações clínicas; *Administrar NBZ; *Manutenção hídrica adequada; *Uso de analgésicos e antitérmicos 3.FARINGITE:É a inflamação da faringe, e tem seu agente etiológico como um dos causadores de seqüelas graves. ETIOLOGIA: Espretococcus beta-hemolítico do grupo A e seqüelas; Febre reumática; Glomerulonefrite aguda MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, mal-estar, anorexia, rouquidão, tosse, dor abdominal, vômito, inflamação com exsudato. TRATAMENTO: Antibioticoterapia (penicilina), analgésico, antitérmico. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Profª Aretusa Delfino 35 Aliviar sintomas Aplicar compressas mornas Manter ingesta hídrica adequada Dieta branda e líquida 4.LARINGITE: Infecção da laringe causada por agentes virais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Odinofagia, indisposição, febre, congestão nasal, rouquidão, cefaléia, coriza. TRATAMENTO: Líquidos e ar umidificado 5.GRIPE: Infecção causada geralmente por vírus de diferentes tipos, que sofrem alteraçõessignificativas no tempo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Mucosa e faringe seca, rouquidão, febre, mialgia, calafrios, fotofobia, prstração. TRATAMENTO: Sintomático 6. BRONQUITE: Inflamação das grandes vias aéreas, estando invariavelmente associado a uma IRA. ETIOLOGIA: Agentes virais, sendo muito comum o Mycoplasma pneumoniae. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:Tosse seca, metálica e improdutiva, respiração ruidosa, dor torácica, falta de ar, vômito e febre. TRATAMENTO:Diminuir temperatura, dor e umidificar secreções. 7. BRONQUIOLITE: Infecção viral aguda dos bronquíolos, que ocorre principalmente no inverno. ETIOLOGIA: Adenovírus,Influenza MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução das VA, faringite, tosse, sibilância, febre, taquipnéia, cianose, agitação, dispnéia, fome de ar intensa, batimento da aleta nasal. TRATAMENTO:Tratar com ar umidificado,Aumentar a ingesta hídrica, Graves: oxigenioterapia e terapia venosa ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Observar oxigenioterapia e terapia endovenosa Verificar SSVV Elevar decúbito Observar permeabilidade das VA Estimular espirometria de incentivo 8.PNEUMONIA: É a inflamação do parênquima pulmonar, dificultando as trocas gasosas. FATORES DE RISCO: Profª Aretusa Delfino 36 Idade < 6 anos Estado imunológico Situação econômica precária Poluição ambiental Pais fumantes Baixo peso Desmame CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA: Pneumonia viral: tosse, febre, taquipnéia, cianose, fadiga, prostração, presença de ruídos respiratórios e estridores. TRATAMENTO: Sintomático, oxigênio, fisioterapia respiratória e líquidos Pneumonia Bacteriana (pneumococos): tosse, indisposição, respiração rápida e superficial, dor torácica, batimento da aleta nasal,
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