Caso Salim - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL

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1 INTRODUÇÃO..................................................................................04
2 ASPECTOS DOS PAIS DE SALIM E MODO DE CRIAÇÃO .........05
3 REFLEXOS DO DIVÓRCIO SOBRE A CRIANÇA .........................06
4 ASPECTOS FÍSICOS E COGNITIVOS ...........................................07
5 CONCLUSÃO ..................................................................................08
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................09
7 ANEXO A – SITUAÇÃO PROBLEMA .............................................10
Introdução
Abordaremos nesse trabalho o caso de Salim, uma criança que está passando da segunda para a terceira infância, iremos refletir sobre seus aspectos de desenvolvi- mento, e, analisar se o mesmo esta dentro do esperado para a sua faixa etária, visando encontrar uma alternativa aos seus pais, que, estão passando por um processo de divórcio.
Aspectos dos pais e de Salim, e, modos de criação
Salim desde os três anos de idade já usava da manipulação para convencer seus pais a autorizarem que o mesmo adormecesse na cama junto deles, os mais velhos acabavam cedendo se permitindo serem vencidos pelo cansaço. Aos cinco anos já era dada a criança o poder de decidir quem iria o buscar no colégio, e, quando contrariado, o menino agia de maneira ruim, lhe era concedida permissão em excesso.
Quando os pais são permissimos demais, a criança não aprende a lidar com suas frustrações, se lhe é dada uma restrição e logo após a mesma é quebrada, não se cria uma consistência. Tal educação se é obtida a partir de pequenos passos, como, evitar que em momentos de fadiga a frase “Só desta vez” os vençam. Independente dos protestos e discussões do menor, os responsáveis precisam se manter no comando da situação, porém, de maneira amorosa, afinal, é necessário que tratem a criança como gostariam de ser tratados: Com respeito e dignidade.
Reflexos do divórcio sobre a criança
Toda união que se desfaz causa incomodo nos envolvidos, esperamos que em uma relação conjugal os parceiros compreendam os limites, e os defeitos um do outro, porém, deve saber usar desta compreensão para evoluírem juntos. Podemos observar no caso de Romana e Salomão, que os motivos para chegarem à desunião não têm como basear no momento desta escolha, mas sim, um aglomerado de fatores que foram se acumulando e tornando aquela união infeliz, não mais saudável para ambos.
Salim está acostumado a ter sempre os presentes que deseja, porém, com o divórcio dos seus pais o padrão econômico de ambos irá reduzir, mas de toda forma já era preciso impor o limite no “eu quero”, a criança necessita saber o que ela deseja e o que é necessário para si, mesmo que tenhamos uma cultura consumista é preciso fazer tal controle.
Romana dedica boa parte do seu tempo aos seus pais, mesmo que os mesmos não possuam problema algum, e, Salomão está sobre a possibilidade de ser transferido de cidade, ambos precisam aprender a administrar seus horários, e, passar um período focalizado em seu filho que apresenta até mesmo problemas em seu rendimento escolar, o tempo que dedicamos a criança faz com que ela se sinta importante.
Os pais também precisam dar um tempo a si mesmo, para, que seus filhos saibam que não estão sempre disponíveis no momento que eles desejam atenção, é necessário haver certo equilíbrio.
Para que Salim seja emocionalmente saudável, seus responsáveis precisam se esforçar continuamente, e, sempre que possível avaliar o comportamento do menor, e, o seu próprio.
O fato de o casal ter filhos faz com que o divórcio tenha uma carga de dificuldade maior, a desunião não afeta somente os adultos, e, sim todos os envolvidos próximos. Dependendo da faixa etária do(a) filho (a), o mesmo pega para si parte da carga emocional gerada diante a situação .
 A partir do momento em que a criança não consegue alterar a decisão dos pais, pode vir a sentir-se frustrado, e, consequentemente enfrentar problemas como insegurança, ansiedade, receios, que irão também o afetar no futuro se não tratado.
Aspectos físicos e cognitivos
A capacidade física de Salim na primeira infância era ampla, pois, ele era capaz de andar, definir sua trajetória, reconhecer cômodos da casa. Já na segunda infância o mesmo passou a perceber que seus sentidos, como a súplica, insistência, e, o choro, são fontes de obter seus desejos.
A partir dos seis anos de idade Salim passa a ter maior desenvolvimento motor, porém, não adquire novas habilidades no processo de socialização, situação decorrente dos pais serem permissimos com suas vontades, não houve então a evolução da sua identidade individual.
Segundo os estudos de Piaget, umas das características da criança no período pré-operatório é o inicio da sua independência e também a criação da função simbólica, que significa a capacidade de conhecer, pensar e lembrar acontecimentos.
Já no estágio operatório- concreto, segundo Piaget, as crianças têm em relação ao estágio pré-operatório, um entendimento melhor sobre conceitos espaciais, causa- lidade, categorização, raciocínio indutivo e dedutivo, conservação e números, porém Salim apresenta uma regressão por conta da separação dos pais, o que leva ele a não obter esse avanço como esperado para crianças da sua idade.
Conclusão
Tratamos nesse trabalho do caso de Salim, uma criança que está na segunda infância, e, sugere alguns traços de transtorno de conduta. Tal traço pode prosseguir para sua vida adulta, e, automaticamente afetar seu convívio social caso não lhe seja aplicado o tratamento adequado.
Por notar essa característica de Salim, os responsáveis pela criança, com o auxílio da escola, devem perceber que esses comportamentos não se enquadram naquilo que é considerado dentro do esperado para sua faixa etária, sabendo disso, a intervenção psicológica deve ser realizada para reverter essa situação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Samalin, Nancy / Whitney, Catherine, Amar sem mimar. Gesell, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos.
Dolto, Françoise, Quando os pais se separam. 2 Edição
Souza, Rosane Mantilla / Ramires, Vera Regina, amor, casamento, família, divórcio. . . e depois, segundo as crianças.
Bock, Ana Mercês Bahia / Furtado, Odair / Teixeira, Maria de Lourdes Trassi, Psicologias Uma introdução ao estudo de Psicologia. 14 Edição
ANEXO A – SITUAÇÃO PROBLEMA
Salomão e Romana vão à sua procura para tentar resolver um problema prático com seu filho Salim que tem atualmente 8 anos. O casal resolveu se separar e busca uma orientação sobre o filho, pois têm dúvidas se ele conseguirá aceitar esse momento. Os pais contam que aos três anos Salim, sempre que possível buscava dormir na cama com eles. Para isso ele insistia muito, com suplícios e soluços. Após 3 ou 4 noites, os pais cediam, pois acabavam com pena da criança. Quando não cediam, ele dormia no próprio quarto, mas ao longo da madrugada, Salim mudava -se para a cama dos pais, entre os dois e os mesmos, muito sonolentos, nada faziam. Aos 5 anos ele começou a frequentar a escola. Todos os dias selecionava quem ia busca-lo: ora a mãe, ora o pai. E se caso os pais trocavam na hora de pega-lo, ele armava uma gritaria na porta da escola e não queria ir embora para casa enquanto a pessoa desejada não chegasse. As professoras e a direção da escola achavam tudo muito estranho, pois no dia-a-dia das atividades ele se saia muito bem. O casal sempre deu todos os presentes que o filho solicitava. Agora com a separação sabem que o padrão econômico de vida de ambos irá ser reduzido pela metade e com isso estão preocupados em não poder atender todas as necessidades do filho. E há uma grande probabilidade de Salomão ser transferido de cidade, sendo essa uma das principais razões da separação, pois Romana não quer abandonar os pais a quem dedica boa parte do seu tempo, mesmo estes não tendo nenhum problema. Atualmente, Salim está no 3º ano do ensino fundamental, mas a coordenação da escola já comunicou que se ele não se dedicarmais, provavelmente será retido, já que no ano anterior foi aprovado pelo conselho de classe que considerou as dificuldades dos pais na sua educação. Vem apresentando problemas em matemática (não consegue compreender multiplicação e divisão) e em português troca letras e na escrita troca “p com q” e “b com d”. Quando vai ler algo em sala, gagueja e troca algumas letras.
Possui alguns amigos, mas nas brincadeiras é ele quem sempre determina as regras. Quando alguma criança propõe algo diferente, ele afirma que essa não é a forma correta, que deve ser outro jogo e ele não quer.