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Revista CRN nutrição esportiva edicao_n28

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Revista
Edição nº 28 - janeiro/abril 2012
Nutrição na 
PRÁTICA 
ESPORTIVA
9912276817/11 - DR/RS
Fechamento Autorizado
Pode ser aberto pela ECT
2
Alimentação 
adequada na prática 
de atividade física 
Índice
Diretoria: Presidente: Carmem Kieling Franco CRN-2 2358
 Tesoureira: Lúcia Helena de L. Carraro CRN-2 0631
 Secretária: Luisa R. Castro CRN-2 4419
Conselho Regional de Nutricionistas 2ª Região | Av. Taquara, 586/503, Porto Alegre, RS CEP 90460-210
Fone/Fax: (51) 3330-9324 | E-mail: crn2@crn2.org.br | www.crn2.org.br
O Brasil sediará, em breve, dois grandes eventos es-portivos: Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016. Momentos de destaque como esses evidenciam a ne-
cessidade de participação de uma série de profissionais na 
busca da melhoria da performance dos atletas.
E com o nutricionista não é diferente. 
É consenso no meio esportivo que, para melhores resul-
tados e sucesso, além de muito treinamento e condicio-
namento físico, uma conduta nutricional especificamente 
adequada é condição necessária. É notório que grandes 
equipes sempre são acompanhadas de seus nutricionistas 
nas competições a que concorrem.
Com uma maior divulgação dessa relação saudável para 
o desempenho, o espaço para a atuação do nutricionista 
em esportes vem se fortalecendo e ampliando a cada dia, 
em atletas de elite, de esportes de competição e para pra-
ticantes habituais ou ocasionais de atividades físicas.
A suplementação nutricional para os praticantes de ativi-
dade física, quando necessária, requer formação profissional 
para reconhecer a verdadeira necessidade da cada nutriente 
individualmente. O nutricionista é o profissional legalmente 
habilitado para a prescrição de suplementos nutricionais.
Sabendo da importância desse tema, a Revista do CRN-2 
conversou com nutricionistas de diversos segmentos es-
portivos, com atletas profissionais, com setores de fisca-
lização, na busca de informações para a nossa categoria.
Destacamos, também, as premiações do CRN-2 para 
2012. Além da quarta edição do Prêmio Maria de Lourdes 
Hirschland e da segunda do Slogan Premiado, o Regional 
concederá o inédito Prêmio Destaque Científico ao Técnico 
em Nutrição e Dietética. 
Divulgamos, ainda, o lançamento da Campanha do Siste-
ma CFN/CRNs para 2012: Alimentação fora do Lar.
Mantendo a tradição de transparência na gestão, apre-
sentamos a prestação de contas de 2011.
Boa leitura!
Carmem Kieling Franco 
CRN-2 2358
Presidente
Expediente
Revista nº 28 jan-abr 2012 | Gestão 2010 - 2013
ed
ito
ri
al
2
Conselheiros efetivos
Carla Elizabeth Heuser Vencato CRN-2 0687
Carmem Kieling Franco CRN-2 2358
Caroline Ayres CRN-2 6806
Cleusa Maria de Almeida Mendes CRN-2 0187
Gabriel de Carvalho CRN-2 3945
Lúcia Helena de Lima Carraro CRN-2 0631
Luísa Rihl Castro CRN-2 4419
Sandra dos Reis Pinho CRN-2 2626
Conselheiros suplentes
Cristina Fabian Gregoletto CRN-2 5504
Eliziane Ruiz CRN-2 6094
Janaina Sbroglio CRN-2 4029
Kátia Ronise Rospide CRN-2 1512
Luciano Lepper CRN-2 5961
Rosângela Lengler CRN-2 1696
Rosângela Parmigiani da Silva CRN-2 1514 
Samanta Winck Madruga CRN-2 6759
Conselho Editorial: Carla H. Vencato, Caroli-
ne Ayres, Carlos Antonio da Silva, Gabriel de 
Carvalho, Kátia Rospide e Rosângela Lengler
Jornalista responsável: Janice Benck, RT 7376
Estagiária em jornalismo: Evelin Peitz
Fotos: Assessoria de Comunicação e Stock.
XCHNG http://www.sxc.hu/
Editoração: Lavoro Comunicação e Marketing
Impressão: Gráfica RJR
Tiragem: 7.500 exemplares
Especial
Nutrição em Esportes 4
Entrevista
Educação nutricional do atleta 5
Suplementos
Consumo inadequado pode trazer
riscos à saúde 6
Áreas da nutrição em esporte
Atuação de nutricionistas em
diferentes segmentos 8
Atuação conjunta
Interação com o profissional de 
educação física 10
CRN-2 em ação
Prestação de contas 2011 11
Promoções inéditas para 2012 12
Comissões do CRN-2
Aspectos legais, éticos e 
técnicos da atuação profissional 14
O judoca João Derly, que soma em 
sua bagagem inúmeras medalhas, 
com destaque para duas vitórias em 
Campeonatos Mundiais de Judô (2005 
e 2007), concedeu uma entrevista para 
a revista do CRN-2 sobre a importãncia 
do nutricionista na vida de um atleta. 
Ele salienta que uma dieta apropriada 
pode interferir no rendimento, alteran-
do o resultado da competição. “Corpo 
e mente sadios podem fazer a diferen-
ça do primeiro ao quinto lugar”. Derly 
ressalta que o atleta, durante treinos 
e provas, deve ficar mais centrado nos 
resultados: “não quero me preocupar 
com o que preciso comer; a nutricio-
nista é que deve fazer isso, é ela que 
calcula a dieta, que sabe as necessi-
dades nutricionais, como agir 
para repor energia mais rapida-
mente e recuperar para a 
próxima luta”. Após uma 
sequência de lesões, que 
o tirou dos Jogos de Lon-
dres em 2012, o judoca 
volta à rotina de treina-
mento e investe na 
reeducação alimen-
tar. Derly diz que 
está em uma fase 
de recuperação para 
voltar às competições.
Falando em Nutrição
João Derly: 
o corpo é o instrumento do atleta
A eleição dos novos 
membros do Conselho 
Federal de Nutricionistas 
para o triênio 2012/2015 
ocorreu no dia 25 de abril. 
Cada CRN é representado 
na composição da nova 
Gestão, pois os conselhei-
ros eleitos para o novo 
Plenário têm suas bases 
de atuação nos regionais. 
A nova Gestão CFN deve 
tomar posse no dia 18 de 
maio, com início do man-
dato no dia 19. 
A Comissão de Consti-
tuição, Justiça e Cidadania 
(CCJ), uma das três ins-
tâncias do Senado Federal 
em que um Projeto de 
Lei precisa ser submetido, 
aprovou, no dia 08/02, o 
projeto do Ato Médico, que 
trata do exercício da Medi-
cina. O texto precisa ainda 
passar pelas comissões de 
Educação (CE) e de Assun-
tos Sociais (CAS) antes de ir 
a Plenário. O projeto trami-
tava no congresso há dez 
anos. O relator, Antônio 
Carlos Valadares, manteve 
como atividade privativa 
dos médicos a “formulação 
de diagnóstico nosológico”, 
para determinar a doença, 
mas retirou essa exclusi-
vidade para diagnósticos 
funcional, psicológico 
e nutricional, além de 
avaliação comportamental, 
sensorial, de capacidade 
mental e cognitiva. Um 
aspecto polêmico deste 
texto se refere à determina-
ção de que apenas médicos 
podem ocupar cargos de 
direção e chefia de serviços 
médicos, ficando aberta a 
outros profissionais apenas 
a direção administrativa 
dos serviços.
A conferência das Nações 
Unidas sobre Desenvol-
vimento Sustentável, o 
Rio+20, acontecerá no 
dia 20 de junho, no Rio 
de Janeiro. Entre os temas 
destaca-se “A economia 
verde no contexto do de-
senvolvimento sustentável e 
da erradicação da pobreza.” 
A Associação Brasileira de 
Pós-Graduação em Saúde 
Coletiva (Abrasco) coorde-
nará a elaboração de um 
dossiê sobre as evidên-
cias científicas existentes 
sobre os impactos do uso 
de agrotóxicos na saúde 
humana e nos ecossiste-
mas. A Abrasco tem como 
meta lançar o documento 
na Rio+20. O Brasil ocupa, 
atualmente, o primeiro 
lugar no consumo de agro-
tóxicos em todo o mundo.
O XXII Congresso 
Brasileiro de Nutrição 
(CONBRAN) ocorrerá 
entre os dias 26 e 29 de 
setembro em Recife - PE. 
O tema desta edição será 
Alimentação Adequada e 
Sustentabilidade Social.
Nova Gestão no CFN
Ato médico 
Agrotóxico será 
tema da Rio+20
XXII CONBRAN
Veja, nesta edição da Revista, matérias sobre Nutrição em Esportes, com entre-
vista da nutricionista Cintia Carvalho, que acompanha o atleta João Derly (foto).
Acompanhe o pleito:
www.cfn.org.br
Informações:
www.conbran.com.br e 
(81) 3463. 0206
Veja mais em:
www.atomediconao.com.br
Informações Rio + 20: 
http://www.rio20.info/2012. 
Informações Abrasco: 
http://www.abrasco.org.br/
Ser um agente de excelência na orientação 
e fiscalização do exercício da profissão de 
Nutricionista e Técnico em Nutrição e Dietética 
no Estado do Rio Grande do Sul, atuando na 
promoção da Saúde e do Direito Humano à 
Alimentação Adequada (DHAA), pautado em 
princípios éticos e legais que regem a profissão.
• Ampliação do
mercado de trabalho• Descentralização
• Transparência
• Articulação
• Inclusão do Técnico 
em Nutrição e Dietética
• Ética
• Transparência 
• Coerência 
• Consciência social, 
política e ambiental
• Respeito à 
diversidade
Missão: Marcas: Valores: 
Gestão 2010 - 2013
no
ta
s
3
Nutrição em Esportes
O s praticantes de atividade física estão, cada vez mais, conscientes dos benefícios de uma alimen-tação saudável. Esta harmonia pode ser asse-
gurada pelo nutricionista que atua na Nutrição em 
Esportes: é ele que detém o conhecimento em nu-
trição, fisiologia e bioquímica. A promoção da saúde 
e o aprimoramento na performance e desempenho 
são os objetivos principais deste segmento. Para tan-
to, a dieta de esportistas e atletas antes, durante e 
após exercícios será específica ao esporte praticado, 
frequência, duração, horários e intensidade dos trei-
namentos, idade, objetivos e necessidades individuais.
A Nutrição em Esportes, segundo a Resolução CFN n° 
380/2005, é definida como área de atuação do nutricio-
nista e envolve as atividades relacionadas à alimentação 
e à nutrição em academias, clubes esportivos e similares. 
Entre suas competências estão a prestação de assistência 
e treinamento especializado em alimentação e nutrição, 
a prescrição de suplementos nutricionais necessários à 
complementação da dieta e a solicitação de exames la-
boratoriais necessários ao acompanhamento dietético.
Esta área teve um grande crescimento na última 
década. Segundo a pesquisa “Inserção Profissional do 
Nutricionista no Brasil”, realizada pelo CFN em 2005, 
dos 2.974 profissionais que responderam à pesquisa, 
apenas 4,1% atuavam em nutrição esportiva em todo 
o país. Apesar de não existirem dados oficiais recentes 
para comparações, é notório que o exercício profissio-
nal nesta área vem aumentando consideravelmente. 
Consultas realizadas com nutricionistas e Instituições 
de Ensino Superior (IES) pelo CRN-2, entre os meses 
de fevereiro e março de 2012, mostram um pouco esta 
mudança (conforme quadro abaixo).
Responsabilidades 
com as legislações
Os nutricionistas que atuam na Nutrição em 
Esportes devem observar algumas legislações 
relevantes a sua prática clínica. 
Em 2005, a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA) aprovou o regulamento téc-
nico de Ingestão Dietética de Referência (IDR), 
traduzida de Dietary Reference Intake (DRI), 
através da Resolução da Diretoria Colegiada 
(RDC) nº 269. Esta define a IDR como “a quan-
tidade de proteína, vitaminas e minerais que 
deve ser consumida diariamente para atender 
às necessidades nutricionais da maior parte 
dos indivíduos e grupos de pessoas de uma 
população sadia”.
Destaca-se, também, a RDC nº 18/2010, que 
aprovou o Regulamento Técnico sobre Alimen-
tos para Atletas, com o objetivo de estabelecer 
a classificação, a designação, os requisitos de 
composição e de rotulagem destes alimentos. 
Diversas outras legislações precisam ser de 
conhecimento dos profissionais, como a reso-
lução do CFN 390/2006, que regulamenta a 
prescrição de suplementos pelo nutricionista; 
e a Portaria 40/1998 da ANVISA, que estabe-
lece normas para Níveis de Dosagens Diárias 
de Vitaminas e Minerais em Medicamentos.
Atuação em Nutrição em Esportes
es
pe
cia
l
4
Segmentos de atuação 
do nutricionista
IES investem em formação na área
Responderam à consulta (envia-
da pelo Boletim do CRN-2), 44 nu-
tricionistas. É importante destacar 
que, nos dados a seguir, a maioria 
atua em mais de um local e em 
mais de um segmento esportivo.
As especializações e pós-gradua-
ções mostram-se importante para 
estes profissionais: 16 nutricionis-
tas possuem especialização, 5 têm 
mestrado e, destes, 3 são doutores.
As modalidades em que nutricio-
nistas estão inseridos são bem di-
versificadas. As que mais aparecem 
são esportes realizados em acade-
mias (61%), maratona (18%), ciclis-
mo e futebol (15%), triatlo (11%), 
fisiculturismo e lutas (9%).
As Instituições de Ensino Supe-
rior (IES) que formam nutricionis-
tas, atentas ao mercado, também 
estão investindo neste segmento 
da Nutrição. Todas as 23 IES do 
estado participaram da consulta. 
Em 13%, a nutrição esportiva está 
contemplada apenas em outros 
conteúdos programáticos. No en-
tanto, 87% têm disciplina ligada 
diretamente ao Esporte, sendo 
que, destas, 5 têm carga horária 
de 60 horas, 10 de 30 horas e 3 
de 45 horas. Das 23 Instituições 
pesquisadas, 57% desenvolvem 
algum projeto prático nesta área.
academias
47%
docência
13%
governo
11%
clubes e personal
9%
equipes
esportivas
31%
consultório
particular
68%
IES com disciplina em 
Nutrição em Esportes
Sim
87%
Não
13%
Fonte: CRN-2
Fonte: CRN-2
Nutrição contribui para o sucesso 
do atleta
CRN-2: Quais os maiores be-
nefícios, para o atleta, de uma 
alimentação adequada?
Cíntia: Considerando as caracte-
rísticas genéticas, a nutrição con-
tribui para que o atleta responda 
às exigências da modalidade, evi-
tando lesões, alcançando índices e 
vitórias e promovendo saúde.
Qual o teu trabalho na manu-
tenção ou alteração de peso das 
diferentes categorias de luta? 
Quais as maiores dificuldades?
O trabalho é individualizado, basea-
do em deficiências de determinadas 
valências físicas (força, potência, re-
sistência, percentual de massa ma-
gra ou massa gorda), geralmente 
apontadas pelo preparador físico 
ou treinador. A maior dificuldade 
é acabar com a cultura da desidra-
tação ou redução drástica de peso 
corporal a qualquer custo nos dias 
que antecedem as com-
petições.
5
R esponsável pela orientação nutricional de atletas de alto rendimento, como o gran-de judoca João Derly e uma equipe de fu-
tebol, a nutricionista Cintia Scheunemann Car-
valho, CRN-2 8970, sempre foi apaixonada por 
esporte e praticante de atividades físicas. Ela 
destaca que é o nutricionista que vai promover 
a educação nutricional, sistemática e repetida, 
a fim de fazer o atleta compreender as trocas 
na sua rotina alimentar. “A Nutrição em Espor-
te deve sempre priorizar reserva, recuperação 
energética e hidratação suficiente para a otimi-
zação do trabalho físico que vai contribuir para 
o sucesso desportivo.”
Qual a importância da suplemen-
tação para o atleta profissional?
Visa à recuperação energética e de 
micronutrientes de forma mais rápi-
da, quando o período entre os treinos 
e/ou competições não é suficiente.
Em um período de provas, em 
que o atleta tem dificuldades 
com a alimentação, qual a atua-
ção do nutricionista?
Estudamos e avaliamos os locais 
onde acontecem as provas, se 
terão alimentos disponíveis e se 
possuem uma adequada estrutura 
que garanta a segurança alimentar. 
Então, combinamos a necessidade 
da suplementação a ser utilizada. 
Os atletas adaptam-se ao uso de 
suplementos nos treinamentos, ja-
mais iniciam na competição.
Quais os problemas com o uso 
exagerado de suplemento? 
Pode ser acusado em exame 
antidoping?
 Os suplementos nutricionais, via de 
regra, não deveriam representar do-
ping por serem derivados de fontes 
alimentares. Alguns suplementos que 
já estiveram listados como doping 
estão liberados, porém com contro-
le, como a cafeína. Tais produtos em 
excesso, mesmo que não caiam no 
doping, podem provocar problemas 
de saúde, que certamente irão com-
prometer o rendimento desportivo. 
O cuidado deve ser redobrado com 
produtos de venda proibida, pois, 
além de colocar a saúde em risco, po-
dem prejudicar a participação de um 
atleta numa competição. Já tivemos 
casos de produtos contaminados 
com substâncias proibidas e, é claro, 
não estavam descritas no rótulo pelo 
fabricante.
A nutrição adequada e /ou su-
plementos podem prevenir le-
sões? Por quê? 
Cada vez mais estudos, bem de-
lineados, estão sendo feitos para 
responder a esta questão. É sabido 
que o aumento do estresse oxidati-
vo é inerente à prática de exercícios, 
que se não revertido pode antecipar 
o processo de fadiga, aumentar o 
aparecimento de lesões musculares 
e propiciar redução da função imu-
nológica. Não há dúvida que existeuma adaptação orgânica do sistema 
antioxidante endógeno ao exercício 
continuado, equilibrando o estres-
se oxidativo gerado. Entretanto, o 
sistema antioxidante do organismo 
depende de nutrientes para adaptar-
-se, incluindo minerais, vitaminas, 
polifenóis e carotenos. Muitos des-
tes nutrientes estão presentes em 
alimentos de origem vegetal e inte-
grais que são pouco consumidos por 
atletas em geral, e aí está o proble-
ma: a quantidade destes nutrientes 
fundamentais à adaptação do corpo 
pode estar em deficiência, levando 
aos problemas citados.
Suplementos podem 
gerar riscos à saúde
Suplementos Nutricionais são definidos, 
conforme Resolução do CFN n° 380/2005, 
como alimentos que servem para comple-
mentar, com calorias e/ou nutrientes, a dieta 
diária de uma pessoa saudável, em casos em que sua 
ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente, ou 
quando a dieta requerer suplementação. 
es
pe
cia
l
6
M elhorar o desempenho físico e atingir objetivos em curto prazo têm le-
vado praticantes de atividade 
física à utilização de suplemen-
tos nutricionais sem o acom-
panhamento de profissionais 
habilitados, portanto, sem o 
conhecimento da quantidade 
de nutrientes que devem con-
sumir para a modalidade e oca-
sião específicas. O grande nú-
mero de produtos disponíveis 
no mercado, o fácil acesso aos 
mesmos, aliados ao estímulo de 
consumo dentro de academias 
e à influência da mídia, tam-
bém são fatores que merecem 
atenção. Nutricionistas da área 
esportiva, como Tatiana Ederich 
Lehnen, CRN-2 10497, e Rafael 
Longhi de Barros, CRN-2 6342, 
destacam que o consumo ina-
dequado de suplementos pode 
trazer riscos à saúde, como en-
gordar ou sobrecarregar rins e 
outros orgãos. Alertam, ainda, 
sobre produtos irregulares que 
possuem fármacos em sua com-
posição, podendo alterar fun-
ções fisiológicas, cardiorrespi-
ratória e no sistema simpático 
e parassimpático.
Tatiana: “suplementos agem no orga-
nismo retardando ou reparando danos 
teciduais causados pelo exercício físico”.
físico. Ela ressalta que o uso de 
suplementos pelos atletas pode 
retardar a fadiga muscular e re-
por estoques de substratos deple-
tados pelo organismo durante o 
exercício intenso ou prolongado, 
melhorando, consequentemente, 
o rendimento em longo prazo. A 
ação pode depender de diferen-
tes fatores, como o tipo de suple-
mento e a carga de treino, afirma 
Rafael. Ele cita como exemplo o 
Whey Protein, salientando que, 
dependendo da hora de utili-
zação, esse suplemento pode 
ser anabólico ou catabólico. “O 
que o nutricionista deve fazer é 
organizar o plano alimentar do 
desportista segundo as variações 
hormonais ao longo do dia, prin-
cipalmente pensando em insulina 
e glucagon; tendo esse conheci-
mento bioquímico, poderá mani-
pular respostas de ganho ou de 
perda de peso em seu atleta, a 
partir das variações estimuladas 
pela dieta ou pelo treino.”
A indicação do suplemento deve 
ocorrer quando a alimentação ha-
bitual não consegue suprir todos 
os nutrientes necessários à pessoa 
ou esta tiver alguma deficiência. 
Rafael destaca que a avaliação 
antropométrica e a análise bioquí-
mica são instrumentos imprescin-
díveis para fundamentar a prescri-
ção e mostrar resultados positivos 
da terapia nutricional. Tatiana 
complementa lembrando que, 
antes de prescrever, é importante 
saber se o suplemento é liberado 
pela ANVISA, e depois se o uso re-
almente é necessário, 
trazendo benefícios 
para o atleta. “Peço 
exames laborato-
riais e sempre faço 
um cálculo individu-
alizado das neces-
sidades energéticas 
Cuidados na indicação 
de suplementos
O grande desgaste físico duran-
te treinamentos e competições 
gera uma necessidade energética 
e nutricional específica, fazendo 
com que atletas e desportistas se-
jam os maiores consumidores de 
suplementos. Tatiana, que tam-
bém é profissional de Educação 
Física, explica que estes produtos 
agem no organismo retardando 
ou reparando alguns danos te-
ciduais causados pelo exercício 
7
Rafael: “a avaliação antropométrica e análi-
se bioquímica são instrumentos imprescindí-
veis para fundamentar a prescrição”.
Uma conduta que tem pre-
ocupado os nutricionistas é a 
indicação de suplementos por 
profissionais não habilitados. A 
RDC da ANVISA nº 18/2010, que 
aprovou o regulamento técnico 
sobre alimentos para atletas, de-
fine que o consumo dos suple-
mentos previstos na legislação 
deve ser orientado por nutricio-
nistas ou médicos. Tatiana su-
gere uma abordagem multidis-
ciplinar, principalmente com os 
profissionais de educação física, 
que, a partir de uma relação de 
confiança e respeito, podem in-
formar a seus alunos que o nu-
tricionista é o profissional indi-
cado para a orientação de dieta 
específica, manutenção da saú-
de e otimização do rendimento. 
Também destaca a necessidade 
de conscientização dos vendedo-
res de suplementos alimentares, 
“são os que mais recomendam 
desnecessariamente o uso destas 
substâncias”. 
Os dois nutricionistas lembram 
que a “tríade do sucesso”, ou 
seja, os pontos principais para um 
bom rendimento - treinamento, 
alimentação e descanso – estão 
sendo esquecidos para dar lugar 
ao “milagre” e às falsas promes-
sas do corpo perfeito através da 
suplementação.
Fiscalização
Os estabelecimentos que comer-
cializam suplementos são fiscaliza-
dos pela Vigilância Sanitária (VISA) 
dos municípios. O médico veteri-
nário Paulo Antonio da Costa Casa 
Nova, chefe da Equipe de Alimen-
tos da VISA Porto Alegre, alerta 
que a fiscalização é realizada por 
solicitação de alvará sanitário e/ou 
por denúncia ou reclamação de 
de acordo com o gasto calórico, 
levando em conta a modalidade, 
frequência e intensidade de exer-
cício e com uma visão ampla do 
treinamento físico.”
Novos produtos
O mercado de suplementos é 
veloz. Novos produtos surgem 
quase que diariamente. Rafael 
recomenda a constante especia-
lização dos nutricionistas, o que 
contribui para estes profissionais 
não perderem as tendências do 
mercado. “Produtos hoje permi-
tidos, amanhã podem tornar-se 
proibidos e vice-versa. Creatina, 
BCAA, L-carnitina são exemplos 
dessa variação.”
A velocidade deste mercado 
também é estimulada pela mídia, 
assim como o próprio ambiente 
das academias, conforme analisa 
o nutricionista: “um recém-ingres-
so em uma academia observa os 
“marombados” treinando e todos 
suplementando. O nutricionista 
tem que falar com segurança, co-
nhecimento de causa e ter bons 
argumentos para convencê-lo de 
que o melhor ainda é a alimenta-
ção saudável”. 
consumidores. 
Ele informa que 
as ações da insti-
tuição são priorizadas levando em 
conta os dados epidemiológicos 
coletados ao longo dos anos com 
investigações de surtos de Doenças 
Transmitidas por Alimentos (DTAs). 
“Este segmento, especificamente, 
não teve até hoje nenhuma ocor-
rência de agravo à saúde pública 
no nosso município.” Paulo sa-
lienta, entretanto, que o número 
limitado de servidores é o principal 
problema para conseguir fiscalizar 
todo o comércio de alimentos de 
Porto Alegre. 
Tatiana Ederich Lehnen é Espe-
cialista em Fisiologia do Exercício e 
Mestre em Endocrinologia – Facul-
dade de Medicina – PPG / UFRGS.
Rafael Longhi de Barros é Dou-
torando em Bioquímica – UFRGS. 
Título da Especialização em Fisio-
logia do Exercício.
A diversidade de atuação na Nutrição em Esportes
Q ual a importância do nutricionista para a saúde do atleta e do desportista? E na orientação da suplementação? O desempenho do atleta sofre influência de uma alimentação adequada? Quais 
as habilidades requeridas a este profissional? Estas e outras questões 
fazem parte da rotina de trabalho dos profissionais que atuam em 
Nutrição em Esportes. A Revista do CRN-2 conversou com algumas 
nutricionistas e aponta, nos textos abaixo, conteúdos de destaques 
de cada uma delas.
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8
Público com objetivos focados
Suplemento é uma ferramenta do nutricionista
“A Nutrição em Esporte é uma especiali-
dade da área da saúde que se caracteriza 
por estudaros efeitos do nutriente (agen-
te) e do movimento (sistema músculo es-
quelético), na saúde e na doença. O es-
pecialista em exercícios deve reconhecer a 
importância de uma nutrição adequada e 
deve avaliar, de maneira crítica, a validade 
das reivindicações acerca dos suplementos 
alimentares e das diretrizes dietéticas no 
sentido de aprimorar o desempenho físico. 
O perfil deste público - atletas e desportis-
tas - é de indivíduos saudáveis, extremamen-
te disciplinados e focados no objetivo, que é 
competir e vencer. Não encontro dificuldades 
nas prescrições alimentares, nos tipos de die-
tas e horários com os atletas. Os desportistas, 
estes sim, muitas vezes, têm objetivos de cur-
to prazo, como por exemplo, a perda de peso. 
São ansiosos e têm pressa por resultados. 
Uma alimentação pobre em nutrientes 
pode acarretar uma queda no desempe-
nho atlético. O déficit nutricional crônico, 
o balanço energético negativo, a depleção 
de glicogênio e a carência de vitaminas e 
minerais estão dentre os fatores que con-
tribuem para a deterioração da condição 
física pelo overtraining. A insuficiência de 
ingestão calórica é mais danosa ao meta-
bolismo protéico–calórico do atleta do que 
o consumo energético de uma sessão de 
treino ou competição isoladamente.”
* Atua em consultório, academia, clínica estética e junto 
a equipes esportivas. Especialização “Efeitos ergogêni-
cos da cafeína pré-exercício”.
“Trabalho com várias modalidades, e cada 
uma apresenta especificidades, com reco-
mendações diferentes. Os horários de ali-
mentação dos atletas variam entre 1 hora 
e 30 minutos antes, conforme o volume 
e tipo de prova ou treino. Vale a regra de 
ouro: “nem estômago vazio e nem estô-
mago cheio...”. O tipo de alimento antes é 
muito importante, principalmente quando 
falamos de carboidratos (alto e baixo índice 
glicêmico). E após, a reposição deve ser rea-
lizada de 30 minutos a 1 hora (no máximo), 
dependendo das condições do atleta. 
O suplemento é uma ferramenta do nu-
tricionista, devendo ser utilizado somente 
após avaliação nutricional criteriosa, um 
acompanhamento de rendimento e de 
composição corporal. Atualmente, quan-
do falamos em alto rendimento, depen-
dendo da modalidade, não vejo a nutrição 
esportiva sem o uso de algum suplemen-
to. Segundo as Diretrizes da Sociedade 
Brasileira de Medicina do Esporte, tem 
sido observado no Brasil um uso abusivo 
de suplementos alimentares e, com isso, 
complicações de saúde do atleta (distúr-
bios do sono, aumento de pressão arte-
rial, frequência cardíaca, tremores, cefa-
leia). Com o objetivo de contribuir para a 
saúde do atleta, também temos estudado 
os alimentos funcionais e seus benefícios 
na prática esportiva.”
* Atua em clube esportivo, com equipe multidiscipli-
nar, na orientação nutricional de atletas amadores, 
profissionais e com índices olímpicos. É orientadora de 
Estágio em Nutrição Esportiva. Pós-graduada em Peda-
gogias do Corpo e da Saúde (UFRGS) e Especialista em 
Nutrição e Treinamento físico (UNISINOS).
Débora Vargas*, 
CRN-2 3864
Darliane Fagundes*, 
CRN-2 4093
A diversidade de atuação na Nutrição em Esportes
9
Nutricionista deve conhecer fisiologia do exercício
Plano de competição para atletas em viagens
Pratique Saúde: nutrição esportiva voltada para comunidade
“O nutricionista que for atuar na área es-
portiva deve estudar a fisiologia do exercício 
e se apropriar dos conhecimentos da área 
da educação física. Deve procurar conversar 
com técnicos e treinadores para entender 
as características da modalidade esportiva 
e, se possível, assistir a sessão de treino e/ou 
competição do esporte em que for trabalhar.
É importante destacar que, assim como o 
atleta precisa treinar conforme a planilha ela-
borada por seu treinador, precisa se alimentar 
de acordo com as demandas desta planilha 
de treino. E o nutricionista é o profissional ca-
paz de traduzir as recomendações científicas 
em alimentos pré, durante e pós-exercício.
As consequências de uma alimentação po-
bre em nutrientes são rapidamente sentidas 
no desempenho do atleta, em especial se 
for deficiência de energia e/ou carboidratos. 
Muitas vezes, a “rádio atleta” (aquela infor-
mação que corre entre os atletas) dá mensa-
gens erradas; em especial aos iniciantes na 
modalidade, que estão ávidos a repetir tudo 
o que o atleta de sucesso conquistou. Impor-
tante reforçar que a dieta é individualizada 
(conforme biotipo, objetivo do atleta depen-
dendo da fase de treinamento, capacidade 
digestiva, etc), e o que funciona para um não 
necessariamente funcionará para o outro.”
* É professora universitária e trabalha em consultório par-
ticular. Mestrado e doutorado no PPG - Ciências do Movi-
mento Humano da Escola de Educação Física da UFRGS.
“É muito importante que o nutricionista 
esportivo saiba sobre as modalidades de seus 
pacientes e os detalhes da sua prática. Se pos-
sível, praticar ao menos uma vez. Isto para que 
ele possa saber exatamente quais são os estí-
mulos exercidos pelo esporte, e as principais 
características (explosão, força, habilidade, 
jogo de corpo, etc). Com isto, o profissional 
pode elaborar o melhor plano de alimentação 
e, se necessário, suplementação (o que é fun-
damental para atletas de elite e amadores).
Montar esse plano alimentar é como resol-
ver um quebra-cabeça, e as pecinhas que te-
mos que encaixar são a rotina do aluno, seus 
horários livres, tempo disponível para realizar 
refeições, horários e duração de treinamen-
to, preferências alimentares, etc. Com relação 
aos atletas que viajam para competir, ou para 
qualquer um que enfrenta campeonatos, eu 
possuo o “plano de competição”. Neste, são 
calculadas as calorias necessárias, nutrientes 
e líquidos. E é fundamental orientar o aluno 
com relação ao dia seguinte, mesmo sem trei-
no, pois é muito importante manter a quan-
tidade correta de nutrientes circulantes para 
a recuperação muscular.”
* Atua em academia, clube e junto a equipes esportivas. 
Especialização “Exercício Físico e Alterações Circadianas” 
(mestrado em andamento).
“A nutrição, a atividade física e o bem-estar 
mental são fatores importantes para se atin-
gir a saúde adequada. Com essas referências, 
atuamos em um projeto conjunto de nutri-
ção esportiva e saúde coletiva: “Pratique 
Saúde”, da prefeitura de Passo do Sobrado 
(1º/4/2011 a 31/3/2012). O objetivo do pro-
jeto foi o desenvolvimento de ações vol-
tadas à promoção da prática de atividade 
física e alimentação saudável, auxiliando 
na prevenção e agravos frequentes no 
município como depressão, hipertensão, 
diabetes e dislipidemias. Todos os partici-
pantes passaram por anamnese completa, 
avaliações médicas com exames laborato-
riais, no início e fim do período.
Dentro deste projeto, a Nutrição foi um 
dos pilares que compuseram um trabalho 
bastante ambicioso, no qual se objetivou 
modificar estilos de vida enraizados na 
população. A atuação em conjunto com 
o profissional de Educação Física resultou, 
também, no aprendizado mútuo carac-
terístico dos trabalhos multidisciplinares. 
Dentre as conquistas deste projeto, o mais 
importante é salientar a melhora conside-
rável do estilo de vida dos participantes, o 
desempenho e vigor físico.”
* Trabalha em hospital e em atendimento Home Care.
Cláudia Dornelles 
Schneider*, CRN-2 1942
Danielle Milhão*, 
CRN-2 9290
Magali Bavaresco de 
Souza*, CRN-2 7039
es
pe
cia
l
A Nutrição em Esportes é um segmento que atua com pessoas que praticam 
exercícios físicos. O nutricionista 
orienta o desportista com uma 
alimentação adequada visando 
aos resultados propostos em 
cada caso. A interação do nu-
tricionista com o profissional 
de educação física pode resultar 
na construção de projetos com 
objetivos comuns a estes e aos 
atletas. O presidente do Conse-
lho Regional de Educação Física 
do Rio Grande do Sul (CREF2), 
Eduardo Merino, destaca a im-
portância do trabalho conjunto 
dos dois profissionais, ressal-
tando que a combinação entre 
exercícios físicose uma correta 
alimentação é fator de promo-
ção da saúde e prevenção de 
diversas doenças. “O exercício 
provoca um desequilíbrio no or-
ganismo, consumindo nutrien-
tes que devem ser repostos, bem 
como o corpo estar preparado 
para o seu rendimento máximo 
durante a prática das atividades 
físico-desportivas.”
10
Esporte e nutrição promovem saúde
Obesidade preocupa 
as duas categorias
O Ministério da Saúde, através da 
pesquisa Vigitel, divulgou, no mês 
de abril, que o excesso de peso e a 
obesidade aumentaram no Brasil no 
período de 2006 a 2011. A propor-
ção de pessoas acima do peso pas-
sou de 42,7% para 48,5%, enquan-
to o percentual de obesos subiu de 
11,4% para 15,8% no mesmo perí-
odo. Porto Alegre lidera as capitais 
com o maior percentual de adultos 
com excesso de peso (55%) e em 
segundo lugar em obesidade (20%).
Os índices de obesidade, aliados 
ao sedentarismo, são preocupações 
constantes de órgãos gestores da 
saúde pública no país e no mun-
do, lembra o presidente do CREF2, 
“pois junto com a obesidade existe 
a ocorrência de outras patologias 
associadas, como a hipertensão 
arterial, diabetes e cardiopatias”. 
Para ele, a atuação do nutricionis-
ta e do profissional de Educação 
Física é fundamental na promoção 
de saúde da população, pois além 
de trabalhar na reabilitação das 
doenças já instaladas, eles podem 
contribuir de modo significativo na 
prevenção de diversas patologias, 
principalmente as Doenças Crônicas 
Não-Transmissíveis (DCNTs)
Prescrição de suplementos
Há uma tendência perigosa em 
ambientes de prática de atividade 
física, como as academias, em que 
a suplementação é indicada por 
frequentadores e treinadores, sem 
a orientação do nutricionista para 
avaliar a real necessidade do uso 
do produto. A Associação Gaúcha 
de Nutrição (AGAN) realizou um 
estudo, de 2005 a 2007, sobre con-
sumo de suplementos alimentares 
por praticantes de atividade física 
em academias de Porto Alegre. Par-
ticiparam 32 academias, com 415 
praticantes. Destes frequentado-
res, 27% consumiam suplementos, 
e a maioria recebeu indicação dos 
amigos. Como o uso inadequado 
de suplementos pode trazer pre-
juízos à saúde e ao desempenho 
físico, o estudo conclui que o pú-
blico precisa ser conscientizado da 
necessidade da prescrição ser feita 
por profissional habilitado.
Outra pesquisa, realizada com 
frequentadores de academias da 
capital entre 2005 e 2006, pelas 
nutricionistas Daniella Machado 
(CRN-2 7293) e Aline Petter Sch-
neider (CRN-2 4164), com 65 pra-
ticantes revelou que 36,9% consu-
mia algum tipo de suplemento. A 
indicação do produto foi feita por 
médico em 20% dos casos, por 
nutricionista em 41%, e 54% opta-
ram por consumir um suplemento 
através da indicação feita por trei-
nador, professor de educação física, 
amigos, vendedores de lojas ou por 
autoindicação. É importante ressal-
tar que a resposta era de múltipla 
escolha. As responsáveis por esta 
pesquisa ressaltam, na conclusão 
do estudo, a importância da atua-
ção de um profissional nutricionis-
ta nas academias de ginástica, para 
que sejam identificadas as necessi-
dades reais de cada indivíduo, sem 
excessos, levando em consideração, 
o sexo, a idade, a alimentação, os 
objetivos, o tipo de atividade física 
e a frequência da prática.
Eduardo Merino lembra que o 
profissional de Educação Física 
está habilitado a trabalhar com o 
exercício físico e os esportes, no 
planejamento, execução e ava-
liação “Não compete e este pro-
fissional a prescrição de dietas e 
suplementos aos praticantes, e 
sim ao profissional de Nutrição. 
A prescrição de dietas por pes-
soa não habilitada caracteriza-se 
como exercício ilegal da profissão 
de nutricionista”, alerta Merino.
Eduardo Merino: “O papel da nutrição é 
essencial para o equilíbrio do organismo 
frente à demanda originada pela prática 
do exercício físico”.
A Gestão 2010/2013 do CRN-2, alicerçada em suas propostas de ampliação do mercado 
de trabalho, de descentralização e 
transparência das ações e de articu-
lação política, divulga a prestação de 
contas e o relatório das atividades 
realizadas no ano de 2011. O obje-
tivo é registrar o balanço contábil e 
financeiro, as ações de fiscalização 
e de ética profissional, a relação do 
Conselho com outras instituições, a 
articulação com movimentos políti-
cos, além dos eventos que mobiliza-
ram e divulgaram a profissão.
Ações realizadas pelas diretrizes do PAM
Gestão 
O Seminário de Reavaliação e 
Acompanhamento das ações do Pla-
no de Ação e Metas (PAM) para 2011 
aconteceu em maio, juntamente com 
o encontro de Responsabilidade So-
cial e Sustentabilidade do CRN-2. Em 
outubro, foi realizado o Seminário do 
PAM para 2012.
Interiorização
A descentralização das ações do 
Conselho para atender às deman-
das da categoria foi promovida com 
a realização do “CRN-2 Itinerante”. 
Duas regiões receberam o projeto de 
interiorização: Litoral (em fevereiro) 
e Serra (em setembro). Na primeira 
iniciativa, além de palestras para 
nutricionistas e gestores, ocorreram 
ações à beira-mar, com orientação 
à população. Na Serra, as palestras 
tematizaram a campanha “Fome, 
Obesidade, Desperdício: não ali-
mente este problema”, resultando 
em proposição de criação de Grupo 
de Trabalho. Em novembro, aconte-
ceu, em Santa Rosa, a atividade de 
encerramento das ações de visitas 
fiscais do CRN-2 na 14ª Coordena-
doria Regional de Saúde do RS (CRS), 
com a participação de nutricionistas 
da região e da VISA municipal.
Eventos
Objetivando assegurar o pleno 
exercício da profissão, o CRN-2 pro-
moveu cinco Sessões Solenes de 
Entrega de Carteiras de Identidade 
Profissional a mais de 800 nutricio-
nistas. Para esse momento foi pro-
duzido um vídeo institucional. O 
Conselho esteve presente, ainda, em 
aulas de disciplinas da graduação. 
Visando fortalecer, valorizar e di-
vulgar a profissão, o CRN-2 realizou, 
em 2011, diversos eventos. Além dos 
citados anteriormente, destacam-se 
a campanha do Sistema CFN/CRN 
“Fome, Obesidade e Desperdício: não 
alimente este problema”. O CRN-2 
iniciou a campanha com a divulga-
ção desta no Dia da Saúde e Nutri-
ção (31/03). Foi tema da Semana do 
Nutricionista (27/08 a 3/09), com ati-
vidades na Usina do Gasômetro, na 
Expointer, e, em parceria com o Ban-
co de Alimentos, arrecadou mais de 
1.300 kg de alimentos em supermer-
cados de quatro municípios gaúchos. 
A Semana da Alimentação foi co-
ordenada pelo CRN-2, juntamente 
com outras instituições, resultando 
em mais de 300 eventos em todo o 
RS. Somam-se a estas ações, a cria-
ção do site específico, a participa-
ção na Tribuna Popular na Câmara 
dos Vereadores de POA, o lança-
mento do evento na Assembleia 
Legislativa RS e a promoção da já 
tradicional Praça de Segurança Ali-
mentar Nutricional e Sustentável.
Visando a ações de articulação e 
integração com instituições forma-
doras, realizou o IV Encontro com 
as IES, dois Encontros com Docen-
tes e o V Seminário dos Técnicos 
em Nutrição e Dietética. Em 2011, 
foi implementada a Câmara Técni-
ca de Formação Profissional.
Comunicação
Foram promovidas diversas inicia-
tivas de fortalecimento da comuni-
cação institucional interna e externa 
todo CRN-2. Além da edição de três 
exemplares da Revista do CRN-2, a 
Comunicação reforçou em 2011, as 
ações de divulgação da profissão e 
do CRN-2, resultando em mais de 
100 inserções de notícias. Ainda 
nesta diretriz, foram intensificadas 
as divulgações no portal, redes so-
ciais e newsletter.
Ações Políticas
O CRN-2 manteve as articulações 
com movimentos políticos e sociais, 
fortalecendo as representações nas 
organizações como: Conselho Mu-
11
Prestação de contas 2011 
nicipal de Saúde (CMS), Conselho 
Estadual de Saúde (CES), Fórum 
Estadual de Segurança Alimentar e 
Nutricional Sustentável (FESANS), 
Fórum Nacional dos Conselhos de 
Profissões Regulamentadas (FOCO), 
Fórum pela Democratização da Saú-
de (FPDS). Também representou a 
categoria no Comitê Gestor Banco 
Alimentos da CEASA, ConferênciasSANS – Municipal, Estadual, Federal, 
Conferências Saúde – Municipal e 
Estadual e nos Observatórios Sociais.
Fiscalização 
A Comissão de Fiscalização reali-
zou 1.430 visitas fiscais. Com o ob-
jetivo de conhecer a prática profis-
sional, foram aplicados 373 Roteiros 
de Visita Técnica (RVTs), distribuídos 
por: 21% ILPI, 12% Saúde Coletiva, 
14% UAN, 20% Alimentação Esco-
lar Pública, 24% Alimentação Escolar 
Privada e 10% Hospitais. Foram rea-
lizadas 94 Ações Orientadoras (AOs) 
pela Comissão de Fiscalização e ins-
taurado 34 processos Infracionais de 
pessoa jurídica.
Ética
A Comissão de Ética realizou 38 AOs 
e instaurou 16 processos disciplinares.
Balanço Financeiro
Receitas: R$ 1.635.918,43 
100,38 % do orçado
Despesas: R$ 1.540.696,94
94,54% do autorizado
Inscritos no CRN-2 
em 2011
6121 nutricionistas, 
630 TNDs e 380 PJs
CR
N-
2 
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 a
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CR
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12
Destaques para premiações em 2012
Sessão Solene já conta 
com sete edições
O troféu Maria de Lourdes Hirschland, o concurso Slogan e o prêmio inédito a ser concedido aos Técnicos em Nutri-ção e Dietética (TNDs) são ações que movimentarão, em 
2012, estudantes e profissionais inscritos no CRN-2.
As ações de interiorização 
do CRN-2 estão previstas para 
ocorrer no primeiro semestre 
deste ano em municípios da 
1ª e 2ª CRS (Coordenadoria 
Regional de Saúde), as quais 
têm sede em Porto Alegre. 
O Projeto Itinerante, propos-
to pela atual gestão, busca 
atender a estratégia de orga-
nização de base, a descentra-
lização das demandas da ca-
tegoria, a interiorização das 
ações do Conselho, amplian-
do as discussões e a organi-
zação política da categoria. 
Além de mobilizar, aproximar 
e ampliar o vínculo do Con-
selho com os profissionais 
da região, gestores públicos 
e sociedade, contribuir para 
a visibilidade e a valorização 
da profissão na região e apri-
morar os conhecimentos nas 
diversas áreas de atuação.
O CRN-2 promoverá dois 
eventos nas regiões abordan-
do diferentes temas prioriza-
dos pelos profissionais: atua-
ção do nutricionista no Núcleo 
de Apoio à Saúde da Família 
(NASF) e nos diversos segmen-
tos da Gastronomia e Nutrição.
A equipe de fiscalização do 
CRN-2 esteve presente em al-
guns dos municípios das regi-
ões, realizando visitas fiscais 
com aplicação de Roteiro de 
Visitas Técnicas, além de orien-
tar os nutricionistas quanto ao 
exercício profissional.
Em breve, o CRN-2 estará 
disponibilizando no portal a 
programação destes eventos.
CRN-2 marca presença nos municípios 
da 1ª e 2ª CRS
Prazos, regulamento, cronograma e ficha de inscrição serão divul-
gados em breve no portal www.crn2.org.br
Aspectos éticos, legais e profissionais da 
atuação do nutricionista, ações e atitudes 
para conquistar espaço no mercado de 
trabalho, a importância da aproximação 
deste com o CRN-2 foram assuntos em 
destaque nas cinco edições da Sessão So-
lene de Entrega de Carteiras de Identidade 
Profissional em 2011. Nestas, mais de 800 
nutricionistas receberam o documento. 
Com a participação de 208 profissionais, 
a primeira solenidade de 2012 foi realiza-
da em março. Em maio, ocorre a 7ª Sessão 
Solene, com previsão de entrega de 180 
carteiras a nutricionistas que colaram grau 
e estão prestes a exercer a profissão e in-
gressar no mercado de trabalho.
O CRN-2 lembra que, para receber a 
carteira, é necessário apresentar a do-
cumentação completa e providenciar a 
assinatura digital.
A busca pela saúde e a melhoria da 
qualidade de vida da população in-
centivou o Conselho Regional de Nu-
tricionistas 2ª Região (CRN-2) a criar, 
em 2005, o Prêmio Maria de Lourdes 
Hirschland, prestando uma homena-
gem a esta profissional, portadora da 
carteira CRN-2 nº 0001, que colaborou, 
de forma expressiva, na construção da 
história da Nutrição. Esta iniciativa tem 
como objetivo valorizar e incentivar o 
nutricionista a produzir e divulgar tra-
balhos científicos.
Este prêmio, concedido a cada dois 
anos, contempla trabalhos realizados 
em três áreas de atuação: Nutrição Clí-
nica, Saúde Coletiva e Alimentos.
A quarta edição concederá ao vence-
dor de cada área um prêmio no valor 
de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos 
reais), valor bruto, do qual serão des-
contados os tributos específicos.
1º Prêmio Técnico em Nutrição e 
Dietética
Contemplar todas as categorias envolvidas no Conselho 
sempre foi uma meta da Gestão 2010/2013. Para alcançar 
essa inclusão, o CRN-2 lança a primeira edição do Prêmio 
Destaque Científico ao Técnico em Nutrição e Dietética. O 
Regional tem como objetivo reconhecer o papel e a atuação 
dos TNDs com a saúde, qualidade de vida e com questões 
relacionadas à segurança alimentar. 
2º Concurso de Slogan 
A 2ª edição do concurso para a criação de Slogan irá pre-
miar uma frase com um tema referente à alimentação e 
nutrição (a ser divulgado em breve pelo CRN-2). O prêmio 
será concedido pelo Conselho aos acadêmicos do Curso de 
Nutrição do Rio Grande do Sul. O Conselho tem entre os 
objetivos desta iniciativa promover a integração dos univer-
sitários com o Regional.
13
CRN-2 lança projeto 
Sexta Básica
CRN-2 reestrutura 
Banco de Consultores
Ferramenta para indicação de 
profissionais para entrevistas
Desenvolver ações que contribuem 
para uma população mais saudável é 
uma das metas do projeto Sexta Básica, 
que o CRN-2 lança em 2012 em parce-
ria com o SESI Regional. Esta iniciativa 
busca também o aperfeiçoamento pro-
fissional com a realização de palestras 
de interesse dos nutricionistas, técnicos 
e também do público do SESI.
Os eventos acontecerão sempre na 
última sexta-feira de cada mês, bus-
cando assim uma referência à cesta 
básica, definida como os itens míni-
mos da alimentação humana.
Os telecentros do SESI transmiti-
rão as palestras para o interior do 
RS, oportunizando a participação 
dos profissionais, trabalhadores da 
indústria e comunidade interessada.
Com o objetivo de qualificar 
as indicações e representações 
nas diversas mídias (rádio, TV, 
jornal, sites, revistas), em even-
tos e outras ações, o CRN-2 está 
reestruturando seu Banco de 
Consultores, com a inclusão de 
informações mais completas e 
atualizadas.
Em 2011, aproximadamente 70 
profissionais do Banco de Con-
sultores foram indicados para 
diferentes mídias e palestras, es-
clarecendo à sociedade o impor-
tante papel que nutricionistas e 
técnicos em nutrição e dietética 
desempenham na promoção e 
manutenção da saúde da po-
pulação. O Conselho considera 
fundamental que estes espaços 
sejam ocupados e conquistados 
pelo conhecimento, ciente de 
que estas ações contribuem para 
a visibilidade e a valorização da 
profissão.
A inclusão deverá ocorrer através 
do portal do CRN-2. Em breve, se-
rão encaminhadas as informações 
e critérios para o recadastramento.
Teleconferências 
Local das palestras: 
SESI -Av. Assis Brasil, 8787
Telecentros: 
Santa Rosa, Rio Grande, Pelotas, 
Caxias do Sul, Guaporé, Parobé, Passo 
Fundo, Farroupilha, Bagé, Erechim e Lajeado
Previsão de datas e temas para 2012: 
01/6: Alimentação Saudável: chave da longevidade
29/6: Alimentos Funcionais: polêmica e tabu
27/7: Alimentação do Trabalhador 
31/8: Dia do Nutricionista: Alimentação fora do lar 
28/9: Semana da Alimentação (tema da FAO)
26/10: Nutrição em Esportes
30/11: Agrotóxicos
Governo instala Caisans
O Governo instalou, em abril, 
a Câmara Intersecretarias de Se-
gurança Alimentar e Nutricional 
Sustentável do RS (Caisans). Com 
esta iniciativa, o Estado passa a 
integrar o Sistema de Segurança 
Alimentar do Governo Federal, 
ficando credenciado a recursos 
federais destinados à questão da 
alimentação adequada. 
A Caisans será coordenada 
pela Secretaria do Trabalho e 
Desenvolvimento Social (STDS) 
e reúne outras dez secretarias, 
entre estas as de Justiça e dos 
Direitos Humanos; Desenvolvi-
mento Rural, Pesca e Coopera-
tivismo; Educação; Saúde; Ciên-
cia, Inovação e Desenvolvimento 
Tecnológico; Meio Ambiente; 
Habitação e Saneamento.
O governador Tarso Genro des-
tacou, na ocasião,a importância 
fundamental do enlace entre as 
políticas públicas do RS voltadas 
para a segurança alimentar com 
as do Governo Federal. O secre-
tário da STDS, Luis Augusto Lara, 
alertou que o objetivo dos esfor-
ços unificados é garantir alimen-
tos a todos e com qualidade. 
O Conselho de Segurança 
Alimentar e Nutricional Sus-
tentável do RS (ConseaRS) fará 
o papel de mediador entre as 
propostas resultantes das Con-
ferências de Segurança Alimen-
tar e a Caisans. O Consea terá, 
segundo informa o seu presi-
dente, Miguel Montaña, a fun-
ção de acompanhar as políticas 
públicas de Segurança Alimen-
tar elaboradas pela Caisans.
Representado o Conselho 
Regional de Nutricionistas 2ª 
Região, participou da cerimô-
nia de instalação da Câmara 
Intersecretarias a presidente 
Carmem Kieling Franco.
Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini
Participaram da solenidade autorida-
des, representantes da sociedade civil 
e órgãos governamentais
A discussão sobre ética inva-diu a sociedade, inserindo--se em tudo o que diz res-
peito à vida humana. Atualmente, 
muitos mencionam, mas poucos 
conhecem seu significado.
O que os nutricionistas devem 
compreender é que, independen-
te de área de atuação, a conduta 
ética é indispensável para o rela-
cionamento do profissional com 
o paciente/cliente ou equipe de 
trabalho, levando em conta pre-
ceitos como a dignidade humana, 
autorrealização e sociabilidade.
Além de conhecimentos técni-
cos, o nutricionista necessita ter um 
comportamento ético-profissional 
inquestionável, primando sempre 
pela verdade, sigilo, respeito e res-
ponsabilidade, com o objetivo de 
transmitir confiança e 
segurança àqueles 
a quem assiste.
Um olhar sobre a Éticaco
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O entrosamento entre a técnica 
e a ética é indispensável para que 
esse profissional possa oferecer o 
melhor de seu trabalho, cumprin-
do com seu compromisso indivi-
dual e social, além de contribuir 
de forma significativa para a ele-
vação do status da profissão.
A postura ética não é adquirida 
apenas durante a formação aca-
dêmica. A consciência ética surge 
como um elemento fundamental 
desse processo e se revela na prá-
tica cotidiana por meio da ação 
alicerçada na responsabilidade so-
cioambiental.
O Código de Ética Profissional 
do Nutricionista é o instrumento 
orientador da conduta profissio-
nal, adequando atitudes e valo-
res pessoais aos princípios éticos, 
direitos e deveres. O nutricionista 
tem o dever de conhecer e tê-lo 
como guia, evitando assim trans-
gredir qualquer um de seus arti-
gos. O Código assume um papel 
relevante em garantir 
e defender o exercício 
profissional confor-
me estabelecido na 
legislação vigente, 
bem como defen-
der a sociedade.
As transformações sociais, 
científicas e tecnológicas são 
determinantes de novas postu-
ras éticas. O Sistema CFN/CRN 
entende que um novo código 
de conduta é necessário, a fim 
de que o nutricionista possa 
adequar-se à nova realidade. O 
assunto tem sido pautado em 
reuniões conjuntas do Sistema, 
que está constituindo um Grupo 
de Trabalho objetivando a revi-
são do Código em vigor.
Este vasto assunto não se es-
gota nas reflexões elencadas 
acima, pois, assim como a ci-
ência da Nutrição é dinâmica e 
caminha simultaneamente com 
o progresso de todas as demais 
ciências e da própria humanida-
de, também os instrumentos 
util izados como balizado-
res de conduta precisam ser 
constantemente aprimorados. 
Priorizar estas ações tem como 
finalidade fazer com que a atu-
ação do nutricionista seja cada 
vez mais respeitada e entendida 
como imprescindível por toda a 
sociedade.
O nutricionista 
necessita ter um 
comportamento 
ético-profissional 
inquestionável, 
primando 
sempre pela 
verdade, sigilo, 
respeito e 
responsabilidade.
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responder a processo disciplinar 
por infração ao Código de Ética 
Profissional, não o eximindo de 
ação civil e criminal pela justiça 
comum. 
Para tanto, precisa conhecer as 
leis, portarias, resoluções e deci-
sões que regulamentam sua pro-
fissão, em especial o Código de 
Ética do Nutricionista e o Código 
de Defesa do Consumidor.
Para autorização da assunção 
de Responsabilidade Técnica 
pelo CRN-2, alguns critérios são 
considerados, entre eles: os que 
permitem o fiel desempenho da 
responsabilidade técnica con-
tratada, as funções assumidas 
pelos profissionais, a complexi-
dade dos serviços, a compatibi-
lidade de horário, a distribuição 
da carga horária semanal, de-
vendo esta ser compatível com 
o desenvolvimento pleno das 
atribuições, a compatibilida-
de do tempo despendido para 
acesso aos locais de trabalho e 
a presença ou não de Quadro 
Técnico. Também é de respon-
sabilidade do Conselho verificar 
se o nutricionista RT cumpre 
integralmente as atividades ou 
serviços técnicos de alimentação 
e nutrição, elencadas no mo-
mento da assinatura do Termo 
de Compromisso assinado pelo 
profissional e empregador.
A emissão da assunção de RT 
pelo CRN-2 para o nutricionista 
é um aval concedido pelo órgão, 
que servirá como documento 
para o exercício profissional em 
um determinado local. Para a em-
presa, é uma garantia de poder 
contar com a prestação de servi-
ço de um profissional habilitado e 
regular com suas obrigações para 
com o Conselho. 
Com muita frequência, têm 
sido noticiadas na mídia denún-
cias envolvendo o nutricionista, 
responsabilizando-o por alimen-
tos vencidos encontrados em câ-
maras frias e despensas. O CRN-
2, em ações de fiscalização, tem 
encontrado nutricionistas assu-
mindo a responsabilidade técni-
ca por vários estabelecimentos, 
com incompatibilidade de horá-
rio, não cumprindo as atividades 
obrigatórias previstas em lei, au-
sentes de seu local e trabalho em 
dias e horários estabelecidos, en-
tre outras irregularidades. 
Portanto, o CRN-2 faz um alerta 
ao nutricionista para a postura a 
ser adotada ao assumir a RT pelo 
serviço de alimentação e nutrição, 
seja ele de natureza privada, pú-
blica ou filantrópica. 
O profissional, na função de 
Responsável Técnico, assume um 
dever com o Conselho, com a 
sua profissão, com o público que 
atende, com a empresa que o con-
trata e o remunera e, especialmen-
te, com a sociedade.
A Comissão de Fiscalização do CRN-2 destaca, nesta edição, a importância e a 
magnitude dos aspectos legais, 
éticos e técnicos da assunção de 
Responsabilidade Técnica (RT) 
pelo Nutricionista. 
A RT decorre da necessidade em 
atender as legislações sanitária e 
profissional que preveem as obri-
gações e respectivas sanções.
As competências do nutricio-
nista, definidas na Lei 8.234, de 
17/09/1991, que regulamenta a 
profissão, identificam este pro-
fissional como o Responsável 
Técnico para a área de Alimen-
tação e Nutrição.
Responsável Técnico (RT) é o 
profissional que detém conheci-
mentos e habilidades específicas 
que o qualificam para ser o res-
ponsável pelos procedimentos 
técnicos adotados em serviços 
de Alimentação e Nutrição. É ele 
que se responsabiliza pela pro-
moção e preservação da saúde 
e por todas as atividades que 
compreendem a Nutrição nos 
diferentes segmentos de atu-
ação. Tem o dever de exercer 
sua profissão com total respon-
sabilidade, honra e dignidade, 
util izando todos os recursos 
disponíveis, dominando e apri-
morando seus conhecimentos 
técnico-científicos em benefício 
do paciente/cliente, da profis-
são e da sociedade. Responde 
integralmente tanto na esfera 
civil e penal quanto na ética pe-
las atividades de Alimentação e 
Nutrição. Deve lembrar que, no 
desempenho de suas atividades 
profissionais, caso ocorra um 
acidente ou falha na prestação 
de serviço e ficar caracterizado 
imprudência e imperícia, negli-
gência ou omissão, no âmbito 
do CRN-2 o profissional poderá 
O nutricionista 
responde 
integralmente 
tanto na esfera 
civil e penal 
quanto na ética 
pelas atividades 
de Alimentação 
e Nutrição.
Assunção de Responsabilidade 
Técnica pelo Nutricionista: 
uma questão civil, penal e ética
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O Sistema Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistasestá lançando campanha por uma alimentação mais 
saudável fora do lar.
A iniciativa irá orientar as ações do Sistema para 2012.
Em breve, divulgaremos agenda de eventos do CRN-2.
Campanha do Sistema CFN/CRN 2012

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