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História da Educação

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História da Educação
Marcos Roberto Mantovani
SOBRE A FACULDADE
A Faculdade Cidade Verde (FCV) nasceu de um sonho, de um projeto 
de vida de professores universitários que compartilhavam de um mesmo 
desejo, o de produzir e difundir o conhecimento ao maior número de pes-
soas, com o intuito de formar profi ssionais aptos a atuarem no mundo dos 
negócios. E assim, unidos por este propósito transformador, constituíram a 
FCV por meio da União Maringaense de Ensino Ltda (UME).
2005 - O Diário Ofi cial da União (DOU) ofi cializou o projeto com a 
publicação dos dois primeiros cursos: Administração e Ciências Contábeis. 
O sonho tomava forma, novos apoiadores vieram e os primeiros alunos, 
ao todo eram 35. Ainda em 2005, o grupo alçava mais um passo com a 
implantação dos cursos de pós-graduação latu-sensu, nas áreas de Gestão 
e Contabilidade.
2006 - mais uma conquista com a autorização do curso de Ciências 
Econômicas. A esta altura, o sonho já não cabia no pequeno espaço, e fez-
se necessário melhorar a estrutura física.
2008 - Iniciou-se uma pesquisa de mercado com intuito de buscar um 
novo local, com facilidade de transporte e segurança.
2009 - O crescimento do novo centro de Maringá, a FCV inicia o seu 
processo de mudança para a Avenida Horácio Raccanello Filho, 5950.
2010 - Ocorreu a mudança para o atual endereço da instituição, ano em 
que houve também a autorização dos cursos tecnólogos em Análise e Desen-
volvimento de Sistemas, Gestão Comercial e Gestão da Produção Industrial.
2011 - Direito passa a integrar o complexo de cursos e atividades que daria 
base ao desenvolvimento da FCV.
2014 - Em parceria com os Institutos Lactec, a FCV traz para Maringá o Mes-
trado Profissional em Desenvolvimento de Tecnologia.
2015 - Mais dois novos cursos passam a integrar a oferta de cursos superio-
res, os Tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos e Tecnólogo em Marketing. 
De lá pra cá, foram muitas as lutas para garantir a qualidade de ensino e inovação.
2016 - As novas conquistas: os cursos de Psicologia e Design Gráfico.
2017 - Lançamento de oito cursos de Graduação e mais de oitenta cursos de 
Pós-Graduação à distância nas áreas de Educação, Gestão, Direito e Informática. 
Hoje, a FCV é reconhecida como um importante centro de produção e difusão 
de conhecimento com mais de vinte cursos de pós-graduação e onze de gradu-
ação presenciais, lançando os cursos de Graduação e Pós-Graduação à distância, 
tendo como foco a manutenção dos mesmos padrões de qualidade apresentados 
nos cursos presenciais. As instalações atuais da sede estão distribuídas em mais 
de dez mil metros quadrados, comportando seus diversos departamentos admi-
nistrativos; biblioteca (com acervo de dezoito mil livros); cinco laboratórios de 
informática, um de anatomia, uma brinquedoteca, trinta e quatro salas de aula, 
Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), salas de professores e de apoio pedagógico, 
duas cantinas e área de laser. No tocante à qualificação dos professores, a FCV 
conta com mais de 90% do seu corpo docente composto por mestres e douto-
res. Essa é a FCV de hoje, uma faculdade de negócios preocupada em formar ci-
dadãos éticos, contribuindo para o desenvolvimento social, buscando resultados 
sustentáveis através do ensino presencial e a distância.
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História da 
educação I
Marcos Roberto Mantovani
Prezado(a) aluno(a), é com grande prazer que apresento a você esta 
obra sobre a História da Educação.
Sou o professor Marcos Roberto Mantovani, sou formado em História, 
em 1997, pela Universidade Estadual de Maringá, Mestre em Educação, 
formado em 2005, também pela Universidade Estadual de Maringá. 
Iniciei minha carreira docente no ensino profi ssionalizante em 1989 no 
SENAC(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial),atuo como professor 
no Ensino Superior desde 2002 e sou coordenador de curso superior desde 
2004,atuando ainda.
Fui também coordenador de Pós-Graduação na formação de professores 
para o Ensino Superior de 2006 a 2012.
Portanto, falar de educação para mim é, também, relatar boa parte de 
minha vivêncianesta experiência desafi adora e enriquecedora.
Preparei este material sobre a História da Educação que está dividido 
em três unidades.
A primeira unidade terá como proposta compreender qual é a gênese da 
educação, como ela surge, de que maneira está arraigada às tradições dos 
grupos humanos, sejam primitivos ou atuais. Prosseguiremos, resgatando 
as primeiras formas de educação e a sua sistematização nas primeiras 
civilizações ocidentais e orientais. Nesta unidade compreenderemos como 
o processo de sistematização leva à criação da instituição escola, muitas 
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vezes confundida com o ato, educar. Descobriremos qual a importância e o 
papel da escola e os diversos tipos de educação nestas sociedades e o que 
herdamos direta ou indiretamente delas.
Na segunda unidade, abordaremos as transformações ocorridas na 
sociedade e, consequentemente, o refl exo disto na educação a partir do 
fenômeno histórico da queda do Império Romano e o início do período 
Medieval. Apresentaremos os novos personagens sociais, a ascensão da 
Igreja Católica e a formulação da educação pela fé.
Faremos uma refl exão sobre o poder do modelo católico e sua crise 
por meio do processo de transformação da sociedade com o advento do 
período renascentista e, a partir deste ponto serão apresentados os novos 
ideais que nascem com a Reforma Protestante e a reação da Igreja Católica 
com a Contrarreforma.
A terceira unidade está organizada de maneira que o(a) aluno(a) 
compreenda o processo de transformação na educação decorrida das novas 
ideias gestadas já na renascença e que tomaram forma nos séculos posteriores, 
mediante movimentos como o Iluminismo. Veremos como se construíram 
os novos modelos educacionais em uma sociedade anteriormenteagrária, 
confessional, para uma civilização urbana, industrializada e na busca da 
laicidade do ensino do século XIX. Por fi m, reservamos o último tópico da 
obra para apresentarmos um breve histórico da educação no Brasil que tem 
sua origem na Contrarreforma ocorrida na Europa à época do descobrimento 
e primeira colonização. Elaboraremos a partir deste evento, uma refl exão 
concisa dos principais momentos da construção do saber nacional, por 
fi m, encerraremos este tópico apresentando os fatos importantes, a saber, 
em todo o processo da formação educacional no Brasil com o intuito de 
orientar o(a) aluno(a) para futuras pesquisas neste tema.
Desejo a você bons estudos e que esta singela obra colabore não 
somente para sua formação,mas que seja o ponto de partida para novas 
contribuições e discussões na educação.
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UNIDADE 1: EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE 11
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13
A GÊNESE EDUCACIONAL ............................................................................................... 15
EDUCAÇÃO PRIMITIVA ..................................................................................................... 18
EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLÁSSICA ........................................ 27
Chineses .........................................................................................................................................28
Índia .................................................................................................................................................29
Mesopotâmia ...............................................................................................................................30Educação no antigo Egito ........................................................................................................34
A EDUCAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA: PAIDEIA ............................................................ 39
O período clássico ......................................................................................................................49
Osprincipais objetivos da educação ateniense eram: ...................................................58
A EDUCAÇÃO EM ROMA: HUMANITAS ...................................................................... 61
Realeza ............................................................................................................................................64
República .......................................................................................................................................66
Império ...........................................................................................................................................70
Fases da educação romana .....................................................................................................76
UNIDADE 2: EDUCAÇÃO DA IDADE MÉDIA À MODERNIDADE 85
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 87
DECADÊNCIA DA CULTURA CLÁSSICA: IDADE MÉDIA E A EDUCAÇÃO MEDIADA 
PELA FÉ .................................................................................................................................. 88
SOLTAM-SE AS AMARRAS, COM O RENASCIMENTO ............................................. 103
O SÉCULO XVIII E A EDUCAÇÃO REALISTA ............................................................... 111
O SÉCULO DAS LUZES E A EDUCAÇÃO LIBERAL ..................................................... 114
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UNIDADE 3: AEDUCAÇÃO NA PÓS-MODERNIDADE 
E NO PERÍODO CONTEMPORÂNEO 127
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 129
DA MODERNIDADE AO SÉCULO XIX ........................................................................... 130
OS NOVOS VENTOS DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA .................................... 134
Do ponto de vista epistemológico .......................................................................................136
Do ponto de vista político .......................................................................................................136
DO SÉCULO XIX AO PERÍODO CONTEMPORÂNEO ................................................ 140
A escola nova ...............................................................................................................................142
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL........................................................ 152
Resumo dos principais fatos da educação brasileira .....................................................152
EDUCAÇÃO NO BRASIL ................................................................................................... 171
CONCLUSÃO 187
REFERÊNCIAS 190
Educação na antiguidade
UNIDADE 1
ObjEtIvOs DE AprENDIzAgEm
•	 Compreender a gênesee as transformações da educação nas 
primeiras civilizações.
•	 Conhecer a estruturação e o papel da educação nas civilizações 
clássicas.
plANO DE EstUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
•	 Conceito de educação
•	 Educação primitiva
•	 Contextualização histórica da educação na antiguidade oriental
•	 Aeducação na sociedade Grega e Romana no período clássico
Marcos Roberto Mantovani
13
UNIDADE I - História da Educação
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, nossa meta é a de apresentar e discutir como se desenvolveu o conheci-
mento humano por meio do processo educativo, mediante os diferentes métodos, pauta-
dos pela organização social, política, econômica e, no campo das ideias.
Antes, porém, é preciso conceber o signifi cado real da educação, geralmente confundida 
com a instituição “escola”. A questão educação deve ser compreendida por meio de sua 
gênese, do processo de humanização do homem, de sua capacidade de cognição e de 
transformar isto em conhecimento adquirido, sendo capaz de compreender e interpretar 
o mundo em sua volta, dando signifi cação e ressignifi cação. Também está na capacidade 
de reproduzir isto mediante a comunicação junto ao seu grupo possibilitando a dissemi-
nação do conhecimento e sua perpetuação.
A complexidade gerada no interior de cada grupo irá levar a determinadas formas de se 
organizar que irão levar alguns grupos a um processo de institucionalização da divisão 
interna conhecida por hierarquia. Com ela, o próprio processo de aprendizagem passa a 
ter outros sentidos mais cristalizados que se transformarão em sistemas de ensino com 
objetivos claros e específi cos. É o momento em que a educação é a ferramenta de manu-
tenção da organização social, bem como de legitimação do poder vigente, do tradiciona-
lismo, não como memória somente, mas como ferramenta de perpetuação da dominação 
de alguns grupos sobre outros.
14
UNIDADE I - História da Educação
Compreenderemos, portanto,nesta unidade como se dá a origem da aprendizagem, na 
sua forma mais simples e natural até a apropriação do conhecimento acumulado e siste-
matizado para preparar os sujeitos dentro das sociedades organizadas. Partimos, portan-
to, do ser natural para o ser cultural.
15
UNIDADE I - História da Educação
A GÊNESE EDUCACIONAL
De um modo geral, sempre que ouvimos o termo “educação” costumamosreduzi-la a um 
período, que normalmente fi ca situado entre os anos de estudo vividos por uma deter-
minada pessoa. Portanto, é claro que sempre relacionamos educação com estudo em um 
processo sistematizado.
Segundo o Dicionário Aurélio(1982, 42), educação é o “processo de desenvolvimento da 
capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua 
melhor integração individual e social”.
Para Freire (1996, p.46):
A educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados, estamos to-
dos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos. A ação edu-
cativa implica um conceito de homem e de mundo concomitantes, é preciso não apenas 
estar no mundo e sim estar aberto ao mundo. Captar e compreender as fi nalidades deste 
a fi m de transformá-lo, responder não só aos estímulos e sim aos desafi os que este nos 
propõe. Não posso querer transmitir conhecimento, pois este já existe, posso orientar tal 
indivíduo a buscar esse conhecimento existente, estimular a descobrir suas afi nidades em 
determinadas áreas.
Conforme descrito acima, podemos compreender que a educação não está limitada no 
espaço físico que denominamos escola, sala de aula etc. Os estudos acadêmicos fazem 
16
UNIDADE I - História da Educação
parte do processo educacional do homem, porém, é um erro associar educação às dife-
rentes etapas de estudo. O processo de ensino e aprendizagem faz parte de uma dinâmi-
ca que precisa ser buscada e vivida durante toda a existência humana.
A educação engloba os processos de ensinar e aprender, de ajuste e adaptação. É 
um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, res-
ponsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que 
se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajusta-
mento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de socialização, 
a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do 
indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, 
educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resu-
me a estes. A prática educativa formal (observada em instituições específi cas) se dá de 
forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso es-
pecífico da educação formal exercida na escola, pode ser defi nida como Educação Escolar. 
No caso específi co da educação exercida para a utilização dos recursos técnicos e tecnoló-
gicos e dos instrumentos e ferramentas de uma determinada comunidade, dá-se o nome 
de Educação Tecnológica.
Em última análise, educação é passar de uma mentalidade ou de um senso comum a uma 
consciência. Signifi ca sair de uma concepção fragmentária, incoerente, desarticulada, 
17
UNIDADE I - História da Educação
implícita, degradada, mecânica, passiva e simplista, para assumir uma concepção uni-
tária, coerente, articulada, explícita, original, intencional, ativa e cultivada, como defi ne 
Libâneo(1990, p.62),
O ato pedagógico pode, então, ser defi nido como uma atividade sistemática de interação 
entre seres sociais, tonto no nível do intrapessoal como no nível da infl uência do meio, inte-
ração essa que se confi gura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos sujeitos visando 
provocar neles mudanças tão efi cazes que os tornem elementos ativos desta própria ação 
exercida.
Sendo assim, só podemos compreender a educação por meio do contexto histórico-social 
concreto, onde a prática social se coloca como ponto de partida, mas, também, como 
ponto de chegada da ação educacional. Neste sentido, Aranha(2006, p.31) conclui que:
A educação não é a simples transmissão da herança dos antepassados para as novas gera-
ções, mas o processo pelo qual também se torna possível a gestação do novo e a ruptura 
com o velho. Evidentemente, isto ocorre de maneira variável, conforme sejam as sociedades 
estáveis ou dinâmicas.
Portanto, a educação tem suas intencionalidades geradas pelo processo de necessidades 
a serem atendidas mediante os setores que determinam dentro dos meios sociais especí-
fi cos, defi nindo e explicitando dentro de sua práxis os fi ns a serem atingidos no processo. 
Outro fato que nos chama a atenção na citação acima é o fator “sociedades estáveis ou di-
nâmicas”, que nos levam a compreender que a educação se processa dentro de estruturas 
18
UNIDADE I - História da Educação
simples ou rudimentares,bem como nas sociedades mais complexas e urbanas.
EDUCAÇÃO PRIMITIVA
Como podemos ver na conceituação acima, muito antes da criação de instituições de en-
sino, já haviao processo de educação que, de certa forma, permanece em nosso meio 
social, como a primeira educação. Estamos nos referindo ao papel da família no processo 
de iniciação da criança como sujeito cultural, uma tarefa que se repete desde os primeiros 
grupos humanos organizados, esta instruçãoinicial é parte do que chamamos de educa-
ção primitiva.
19
UNIDADE I - História da Educação
Durkhein(1993) a defi ne assim:
Sob o regime tribal, a característica essencial da educação reside no fato de ser difusa e ad-
ministrada indistintamente por todos os elementos do clã. Não há mestres determinados, 
nem inspetores especiais para a formação da juventude: esses papéis são desempenhados 
por todos os anciãos e pelo conjunto das gerações anteriores (BRANDÃO apud DURKHEIN, 
1993, p.18).
O saber da comunidade, aquilo que todos sabem, o saber próprio dos homens, mulheres, 
velhos e jovens. Os que sabem, ensinam, orientam, vigiam, demonstram, corrigem, punem, 
premiam. Os que não sabem observam, imitam, são treinados, corrigidos.
Façamos o complemento por meio do que escreve Aranha (2006), sobre a educação primi-
tiva. Segundo sua explicação literal e, costuma-se caracterizar a vida tribal, marcada pela 
tradição oral dos mitos e dos ritos, como pré-histórica, por ter ocorrido antes da história, 
quando os povos não tinham desenvolvido a escrita e, por conseguinte, não registravam 
os acontecimentos.Aliás, perceberemos mais adiante que algumas civilizações clássicas no 
princípio do processo de sistematização da educação se preocupavam mais com os conhe-
cimentos obtidos mediante a audição e repetição até que assimilassem determinado co-
nhecimento, fi cando o domínio da escrita nulo ou destinado a um determinado segmento 
prático deste saber.
É preciso compreender no mundo primitivo como se dava o sistema de reprodução da 
vida em grupo para compreender o processo de educação estabelecido e, não podemos 
20
UNIDADE I - História da Educação
falar deste tema sem citar o trabalho.
Para Braverman (1987) o trabalho, em sentido econômico, é toda a atividade desenvolvida 
pelo homem sobre uma matéria-prima, geralmente com a ajuda de instrumentos, com a 
fi nalidade de produzir bens e serviços.
Desta forma, podemos concluir que o trabalho é uma necessidade natural e constante do 
ser humano, é o que o diferencia dos outros animais, que se adaptam passivamente ao 
meio ambiente.
Ao contrário, o homem atua sobre o meio ativamente e o transforma dentro de sua pers-
pectiva cultural e econômica, obtendo bens materiais necessários para sua sobrevivência 
ou em outras instâncias superando esta barreira. Para isso, desenvolve instrumentos ne-
cessários para a otimização do trabalho e, em cada nova geração que recebe estes instru-
mentos das gerações anteriores, são modifi cados e melhorados.
A transformação destes instrumentos obedece a uma ordem organizada por uma necessi-
dade de aprimoramento em virtude de alguma superação com um fi m maior. Ou seja, o tra-
balho não é uma atividade isolada, mas uma atividade social e, à medida que esta sociedade 
se transforma junto com ela os meios de produção e reprodução.
O trabalho era para os primeiros homens a luta diária para poder sobreviver (para garantir 
alimento, abrigo, defesa etc.). Essas necessidades primárias determinavamo trabalho.
21
UNIDADE I - História da Educação
Para Oliveira(2001), o trabalho primitivo era diversifi cado, descontínuo, e cessava toda vez 
que se alcançava o objetivo da manutenção da sobrevivência. Uma vez que estas comu-
nidades não produziam ou não obtinham mais do que o necessário, não havia, portanto, 
a produção de excedentes.
Os instrumentos de trabalho eram muito rudimentares como notamos nas palavras de 
Oliveira (2001, p.31):
A humanidade contava com elementos de trabalho muito rudimentares: pau, machado de 
pedra, faca de pederneira e lança com ponta de pederneira;  mais tarde foi inventado o arco 
e a fl echa. A alimentação era produto da caça e a colheita de frutos silvestres; posteriormen-
te começa a agricultura na base do trabalho com picareta. A única forma conhecida era o 
músculo do homem. Com somente este instrumento e armas, o homem tinha sérias difi cul-
dades para enfrentar as forças da natureza e fornecer seu alimento; unicamente o trabalho 
em comum podia garantir a obtenção dos recursos necessários para a sua vida.
Os grupos humanos eram nômades e colhiam vegetais ou faziam pequenas caçadas. 
Somente com a melhoria dos instrumentos de trabalho é que foi possível organizar um 
sistema de trabalho em que se pudesse melhorar as condições de sobrevivência do grupo.
Armadilhas, lanças, facas e outros instrumentos aperfeiçoados, o desenvolvimento da co-
municação, aliada a uma primeira divisão do trabalho, foi determinante para que estes 
grupos pudessem conseguir obter mais recursos alimentares, bem como a melhoria das 
condições de vida.
22
UNIDADE I - História da Educação
O trabalho em comum correspondia à propriedade comunitária dos meios de produção 
que eram a base das relações de produção deste momento. Neste momento, ainda, a 
condição de todos os integrantes do grupo ainda eram iguais.
Braverman (1987) nos informa que há aproximadamente 6.000 a.C., vários grupos espa-
lhados em regiões do Oriente, promoveram mudanças que transformaria profundamente 
a organização social, inclusive o trabalho. Estou me referindo ao que historiadores cha-
mam derevolução agrícola.Oregime da comunidade primitiva entra em fase de desinte-
gração, devido ao desenvolvimento das forças produtivas. As caçadas se tornam especiali-
zadas, o aporte de carne agora serve tanto para oconsumo quanto para a troca. O homem 
aprende a fazer a fundição de metais, cria novas ferramentas. A invenção e uso do arado 
nas plantações permitiu um grande rendimento na produção. Como garantia o homem 
passa a domesticar os animais para o uso no trabalho e também para o consumo. A par-
tir deste momento os grupos deixarão de ser nômades para se tornarem sedentários. As 
relações sociais se aprimoram e, encontramos as primeiras civilizações mais complexas, 
onde a divisão do trabalho passa a ter um contexto não mais de igualdade coletiva, mas 
de diferentes hierarquias.
Sendo assim, a reprodução do conhecimento nestas sociedades inicialmente tinha um 
cunho de informação mais voltada às tarefas que davam condições de sobrevivência den-
tro da economia focada na obtenção de alimentos. À medida que estes grupos foram se 
23
UNIDADE I - História da Educação
aprimorando, consequentemente outros fatores se tornaram importantes, como a defesa 
territorial e dos integrantes da aldeia, assim como os saberes especiais, como no caso as 
questões espirituais em um momento em que o pensamento mítico era o que predomi-
nava, portanto, as respostas dos sacerdotes eram entendidas como leis.
Entre os povos primitivos as crianças aprendiam por meio do método da imitação:
1. Imitação inconsciente – nos primeiros anos de vida.
2. Imitação consciente – a partir da adolescência.
Neste contexto a aprendizagem ocorre naturalmente, enquanto a criança participa pro-
gressivamente das atividades comuns de seu grupo.Ao crescer, o papel que desempenha 
na comunidade se torna mais importante e defi nido.
Aranha (2006) descreve que a educação consistia em um processo iniciado no interior do 
núcleo familiar e, prosseguia nas atividades desempenhadas pelo grupo social, conforme 
seu potencial físico e intelectual.
Se você prestar atenção àdescrição deste tipo de estrutura vai perceber que ele ainda 
existe em parte no meio familiar, mas em sua íntegra nas chamadas civilizações simples. 
Podemos citar como exemplo alguns grupos nativos existentes no mundo, em especial 
em nosso país, os indígenas que ainda mantêm pouco contato com grupos urbanos.
24
UNIDADE I - História da Educação
Nas sociedades que atingiram um grau mínimo de desenvolvimento,ocorreu a divisão de 
trabalho, o que denota um aprimoramento nas relações internas.
A primeira divisão se dá pelo sexo, onde homens e mulheres executam tarefas distintas, 
orientados por diferentes parâmetros, em que a força física é comumente o que orienta a 
classifi cação das tarefas. É possível notar esta divisão mais claramente dentro dos grupos 
que deixaram de ser nômades e aplicaram o recurso do plantio e colheita, ampliando a 
possibilidade de obtenção de alimentos, se tornaram mais complexas as relações, pois 
dentro destas sociedades ocorrerão as hierarquizações e a divisão dos trabalhos de ma-
neira aotimizar as operações de reprodução da economia de subsistência.Além da força 
física, o outro parâmetro utilizado também é o dote intelectual.
Na educação primitiva, dentro do grupo, naturalmente à medida que crescem e se tornam 
mais capazes as crianças deixam o núcleo familiar para serem assistidas por um precep-
tor, ou um ofi cial que aos poucos vai passando seu conhecimento ao aprendiz. A partir 
deste momento a educação perpassa a fronteirafamiliar e passa a compor o interesse da 
comunidade.
Nesta estrutura de educação somente no campo dos ritos e das crenças é que havia uma 
especialização educativa, também para uma atividade de trabalho exclusiva e qualitativa-
mente distinta dos demais grupos.
25
UNIDADE I - História da Educação
Aos poucos, com o processo de especialização de tarefas dentro dos grupos sociais, de-
senvolveram-se sistemas de aprendizagem diferenciados. Da cristalização deste processo 
surgirão as divisões sociais mais complexas, as castas que com interesses próprios e anta-
gônicos, vão utilizar mediante a educação diferenciada, um meio de aumentar as divisões 
em hierarquias cada vez mais distintas e distantes entre si.
É neste contexto que irá surgira escola, ou seja, da necessidade de estabelecer a divisão de 
tarefas, separando de forma hierárquica os saberes, sistematizando as diferentes formas 
de trabalho.
Segundo Arruda (1995), alguns sacerdotes do Oriente Médio em 3.000 a.C, na região da 
Mesopotâmia, se baseavam no monopólio consciente da educação especializada e go-
zavam de grande privilégio nas aldeias ou cidades, tendo em muitos casos mais poder 
representativo que os imperadores. Estes, muitas vezes, precisavam fazer alianças com os 
sacerdotes para poderem reinar. Este conhecimento acumulado era transmitido estrate-
gicamente para uma minoria, inclusive depois da criação da escrita.
A educação, então, vira o ensino que gera a necessidade de uma “pedagogia” capaz de 
traçar as teorias que determinarão as práticas de transmissão do saber.
Algumas sociedades aprimoraram tanto o processo de educação que os levou a um patamar 
de especialização tal que, em um breve período de tempo o saber acumulado propiciou o 
26
UNIDADE I - História da Educação
desenvolvimento de tecnologia em diversos segmentos da vida em sociedade, defi nindo as 
estruturas econômicas, políticas e culturais. Foram civilizações muito poderosas e que deixa-
ram um rico legado que chegam aosnossos dias sob as mais diversas formas: literatura, mate-
mática, fi losofi a, organização política etc.
Abordaremos, a seguir, as primeiras civilizações que sistematizaram o processo da apren-
dizagem e organizaram os métodos de tal forma que criaram a instituição escolar junta-
mente com os profi ssionais responsáveis pela educação.
Como veremos, as civilizações clássicas se fundaram e se estruturaram com base nestes 
conhecimentos que fomentava todo o funcionamento da sociedade dividida em catego-
rias sociais bem distintas e, com funções também muito bem defi nidas. De certa forma, 
estas bases chegarão até nossos dias ainda servindo de modelo para muitas escolas com 
fi nalidades “práticas”ou melhor dizendo utilitárias.
Passaremos agora, então, para a discussão da educação na antiguidade orientalpor meio 
da análise de algumas das civilizações que a compuseram.
27
UNIDADE I - História da Educação
EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL E CLÁSSICA
Os povos dos quais denominamos antiguidade oriental surgiram no norte da África e na 
Ásia(Oriente Próximo, Oriente Médio e Extremo Oriente)e são civilizações que transforma-
ram a estrutura da antiga aldeia ou grupos de aldeias em cidades, com templos, palácios, 
setores de administração e, pelo processo de transformação das relações sociais, o desen-
volvimento da escrita, da matemática e da política. Todas estas civilizações são fundadas 
em fortes bases religiosas, também uma das características que podemos ressaltar é o 
caráter estático onde a mudança nos processos sociais é muito lenta. Como refl exo de sua 
complexidade de estruturação surge a escola restrita à classe dominante ou aos nobres 
e de cunho tradicionalista. Será possível perceber esta característica da preservação da 
tradição nas civilizações que serão abordadas na sequência.
Chineses
Os chineses com várias dinastias já estabelecidas em meados do segundo milênio a.C, 
mantiveram no decorrer de sua história uma tradição educacional que irá romper os 
séculos e serão mantidas sem mudança até um período bem recente de sua história. 
Esta sociedade, assim como a mesopotâmica, tem em seus escritos religiosos a base 
do conservadorismo pedagógico, poisorientavam-se no I Ching(livro das mutações), 
como alerta Aranha(2006), LaoTsé e Confúcio (séc. VI a.C.) se inspiraram neste livro 
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UNIDADE I - História da Educação
para fundar o Taoísmo e o Confucionismo. No entanto, ao contrário da Mesopotâmia 
os mandarins(altos funcionários de extrema confiança do imperador) é quem domi-
navam o ofício da educação, ao invés dos sacerdotes, não diferente de outras socie-dades que veremos no decorrer desta obra, o conhecimento era destinado somente 
às classes dirigentes, ao restante da população restava o conhecimento passado por 
profissionais para trabalhos específicos como em oficinas ou a própria família. A edu-
cação era pautada principalmente na transmissão dos valores dos ancestrais, o ensino 
do cálculo e a alfabetização.
Índia
Na Índia podemos dizer que existem a formação de grupos organizados em sociedade se-
dentária a partir do segundo milênio a.C., próximo aos rios Ganges e Indo.A tradição religio-
sa é o hinduísmo e o budismo, este segundo que irá posteriormente se difundir em outras 
regiões até o extremo oriente. Sob adominância do hinduísmo em sua maioria infl uencia-
dos pelo bramanismo, vão se organizar mediante as divisões de castas muito fechadas e 
bastante radicais, de extrema descriminação. Nesta sociedade veremos os sacerdotes no-
vamente sendo os líderes que mantêmensinamentos dogmáticos imutáveis e excludentes, 
segundo relato de Aranha(2006, p.48),
29
UNIDADE I - História da Educação
Devido à crença de que todos saíram do corpo do deus Brahman, os brâmanes eram consi-
derados os mais importantes por terem sido gerados da cabeça do deus. No outro extremo, 
os párias, por nem sequer terem origem divina, não pertenciam a nenhuma casta e por 
issoeram intocáveis e reduzidos a uma condição miserável.
Portanto, era uma organização que não dava condições ao acesso a outras castas, sen-
do, portanto, legado o destino de cada um conforme o nascimento. Da mesma manei-
ra que se estruturava esta civilização, refl etia na educação, de acordo com os dados de 
Aranha(2006, p.48):
Segundo tão rígida hierarquia, que predeterminava as condições de casamentos e a es-
colha de profi ssões, a educação também era discriminadora, privilegiando os brâmanes. 
Encaminhados por mestres, eles aprendiam os textos sagrados do Vedas, compilados em 
sânscrito à partir da tradição oral [...] O mestre era venerado, e a disciplina não abusava de 
castigos. Os estudos tinham fundo religioso e moral, e o aprendizado era mnemônico.
O brâmanes estudavam, além da religião a gramática, a fi losofi a, direito, astronomia, me-
dicina, somente depois de muito tempo outros segmentos puderam ter acesso aos estu-
dos, mas de formação elementar, lembrando que os párias continuavam excluídos por 
serem intocáveis. Importante ressaltar que os indianos sob o domínio da religião hindu 
permanecem na mesma situação até os dias atuais.
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UNIDADE I - História da Educação
Mesopotâmia
Os mesopotâmicos são das civilizações mais antigas,conforme achados arqueológicos, 
provavelmente tenham se organizado como civilização a partir do quinto ou quarto milê-
nio a.C., às margens dos rios Eufrates e Tigre. Standage(2005, p.27) a descreve assim:
A maioria de seus habitantes era formada por fazendeiros que viviam entre os muros da 
cidade e saíam a cada manhã para tomar conta de seus campos. Administradores, artesãos 
que não trabalhavamnos campos foram os primeiros a levar vidas inteiramente urbanas. 
Veículos com rodas circulavam pelas ruas, e as pessoas compravam e vendiam mercadorias 
em mercados movimentados. Cerimônias religiosas e feriados públicos ocorriam num ciclo 
regular que traziam conforto.
Cidades com estruturas bem construídas, inclusive para compensar questões geográfi cas, 
como enchentes dos rios, sistemas de irrigação, levam a crer que havia ali naquela região 
uma intensa atividade de produção e escoamento de produtos através dos rios também. 
Sabemos que vários povos se sucederam no decorrer de sua história, dentre os quais: 
sumérios, acádios, assírios eos persas.
Utilizavam diversos instrumentos feitos por meio de fundição de metais, o que denota 
conhecimentos tecnológicos importantes para tal fabricação. Compreende-se, portanto, 
uma constante atividade econômica que deveria ser controlada por pessoas de alta con-
fi ança, no caso os sacerdotes, mas mediante um registro concreto. Standage (2005,p.32)
confi rma isto:
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UNIDADE I - História da Educação
Para tudo isso funcionar, os sacerdotes e seus súditos tinham de ser capazes de registrar o 
que tinha trazido e recebido. Recibos de impostos foram inicialmente mantidos em formas 
de fi chas dentro de envelopes de barro[...] Os documentos escritos mais antigos, que datam 
de 3.400 a.C., da cidade de Uruk, são tabuletas pequenas e lisas de barro que cabem con-
fortavelmente na palma da mão [...] Cada compartimento contém um grupo de símbolos, 
alguns obtidos pela pressão das fi chas no barro e outros rabiscados utilizando estiletes.
Com o desenvolvimentoe expansão econômica a necessidade de registros diversos, inclu-
sive leis, levou ao desenvolvimento de um sistema de escrita chamada de cuneiforme(pe-
la maneira como era modelada) em placas de argila e que tinham diversas funções. Para 
fi car mais claro, recorremos novamente à Standage(2005,p.34):
Por volta de 3.000 a.C., alguns símbolos surgiram para representar sons específi cos. Ao mes-
mo tempo, pictogramas feitos de impressões profundas com o formato de cunha tomaram 
o lugar daqueles compostos por rabiscos superfi ciais. Isto tornou a escrita mais rápida, po-
rém reduziu a qualidade pictográfi ca dos símbolos, de tal modo que a escrita começou a 
parecer de forma mais abstrata.
Parece-nos, portanto, que o ato da escrita compunha não somente uma prática diária, 
mas também uma necessidade organizacional, sendo assim compunha parte do aprendi-
zado de algumas castas, diferente do que veremos nos primeiros tempos no Egito.
Apesar de as informações sobre a educação serem poucas, sabemos quedesenvolve-
ram estudos sobre a astronomia, medicina, engenharia. A educação predominantena 
era dos sumérios (3.800 – 3.500 a.C.) era doméstica, os saberes eram transmitidos dentro 
do núcleo familiar, geralmente por meio do chefe desta. Os ensinamentos eram, como 
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UNIDADE I - História da Educação
pressupõem-se, carregados de misticismo, no entanto com o passar dos séculos mudan-
ças signifi cativas ocorrem, como descreve Aranha(2006, p.47):
Após 1240 a.C., quando os assírios conquistaram a Babilônia, foram criadas escolas públi-
cas, com a intenção de impor valores conquistadores. Com o tempo surgiram instâncias de 
educação superior – os centros de estudos de história natural, astronomia, matemática cria-
dos nos palácios reais – a que os historiadores chamaram de “Universidade Palatina daBa-
bilônica”.Também proliferaram ricas bibliotecas no interior dos templos, em que os “livros” 
eram tabuletas ou cilindros gravados com caracteres cuneiformes e versavam sobre os mais 
diversos assuntos.
Vale dizer que as bibliotecas já existiam com os sumérios, mas se multiplicaram em várias 
regiões com os assírios, o que também nos leva a crer que parte da simplifi cação da es-
crita, conforme relatamos acima, facilitoua disseminação do conhecimento e do ofício de 
ler e escrever.
Mesmo este processo de estruturação do ensino, não nos fornece dados de que houve 
uma inovação nos processos de ensino, sendo mais claro afi rmar que mesmo sendocria-
dos novos espaços para a educação, esta permanecia tradicionalista, atendendo basica-
mente as classes mais abastadas ou dirigentes, em detrimento das camadas de servos e 
trabalhadores. A classe sacerdotal gozava de grande poder e prestígio e eram fi éis depo-
sitários do conhecimento e encarregada pela educação.Ainda no segundo milênio a.C., o 
rei Hamurabi institui uma lei que será conhecida na história pelo seu nome, lei esta que 
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UNIDADE I - História da Educação
resultava da autoridade divina, portanto imutáveis e não passíveis de transgressão, que 
confi rmam a emanação divina do rei e dos sacerdotes e levadas à cabo pela população.
A classe sacerdotalformava, por sua vez, os escribas que tinham a função de ler e repro-
duzir os textos religiosos, registrar transações comerciais, entre outras produções muitas 
vezes encomendadaspelos reis.
Educação no antigo Egito
A partir desta civilização temos informações mais abundantes sobre os aspectos da es-
trutura social, economia, política e, consequentemente, da educação. Dividiremos nos-
sa apresentação sobre os egípcios em quatro períodos: o Antigo Império, o Segundo 
Império, o Novo Império e, por fi m, o período Demótico.
No antigo império temos por base a literatura sapiencial como base para a “oratória”, es-
tudo este que consiste de ensinamentos morais e comportamentais. Pressupõe-se aqui a 
existência de uma escola para a classe dominante com o objetivo principal de formar para 
a política. Encontraremos em diversos momentos o termo “ensinamento de pai para fi lho”, 
mas é preciso compreender que esta expressão necessariamente não está se referindo à 
fi gura paterna enquanto laço de sangue, mas sim de um preceptor, mestre.
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UNIDADE I - História da Educação
Utilizava-sedo recurso mnemônico, mediante a repetição, baseada na transmissão da au-
toridade do pai para o fi lho, mantendo a tradição dos ancestrais preservada e atuante.
Neste momento, a leitura e a escrita parecemnão ser o principal foco, conforme explica 
Manacorda(1999, p.12):
Não se vê, porém, se até que ponto a aprendizagem do meio técnico formal da escrita, e 
da leitura do que foi escrito, faz parte integrante deste processo ou se de algum modo o 
precede ou fi ca fora dele: o vizir escreveu, mas isto poderia signifi car também que ditou 
a um seu escriba, os fi lhos o recitam, mas isto poderia acontecer também não através da 
leitura direta, mas através da repetição de uma leitura feita por outros.
Escrever nos parece que pelo fato de ser uma técnica “material”, serve de instrumento de 
registro dos atos ofi ciais, portanto é um trabalho feito por peritos e não necessariamente 
governantes que deveriam se preocupar com outros saberes, dentre eles e o principal 
a oratória. Manacorda(1999) confi rma que falar bem é, então, conteúdo e objetivo do 
ensinamento, não no sentido estético-literário, mas com o objetivo do convencimento. 
Levando em conta que neste período a educação se dirige às questões éticas, morais 
e comportamentais, pressupõe-se que a característica principal destes ensinamentos 
seja voltada à formação do político. Para tanto, os temas pedagógicos são a educação 
para falar, o valor da educação em contraste com a natureza individual, na formação da 
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UNIDADE I - História da Educação
personalidade e a obediência, pois em um reino autocrático, saber comandar é em si an-
tecipadamente saber obedecer, o processo de subordinação faz parte do rigor dos ensi-
namentos, até como prática de perpetuação da tradição cultural.
Veremos com o tempo, principalmente no período feudal (2190 a 2040) algumas peque-
nas mudanças na educação no tocante à formação física, a natação é um dos exercícios 
fundamentais, ligada à formação também do guerreiro, outros ofícios como os escribas 
passam a ser responsáveis como preceptores dos alunos da escola régia, oque se percebe 
é um processo de fundação da escola formal.
A partir do segundo período, ou médio império(2133 a 1786) entre o 11º e a 12º dinastia, 
o uso do livro texto(kemitou suma) nas escolas, se generaliza, sendo assim ser escriba 
confere neste período a perspectiva de ascensão social, uma vez que está sendo inserida 
a letra no lugar da palavra, ou seja, ler e escrever ao invés de somente falar bem. Este 
processo gera uma progressiva transformação da antiga sabedoria(repetição da tradição 
oral) em cultura e conhecimento erudito, a assimilação da tradição por meio de seus ritu-
ais e a correlativa constituição da escola com seus materiais didáticos.
As escolas não são públicas, mas são coletivas, o ensino privado passa de pai para fi lho ou 
do escriba para o discípulo, a arte da educação física permanece como exercício exclusivo 
das classes dominantes para a formação do exército.
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UNIDADE I - História da Educação
O escriba passa a ser um funcionário importante em um estado que fi ca cada vez mais 
burocrático, a esse respeito Manacorda(1999) diz que o ofício do escriba consiste essen-
cialmente em dar ordens e também em ser enviado como mensageiro, em outros termos, 
aquele que transmite as ordens.
No novo império ocorrerá a generalização das escolas, a educação passa a ser não somen-
te física(militar), mas também uma formação intelectual. Nas escolas, os materiais didáti-
cos passam a ser empregados de maneira sistêmica, o uso de coletâneas escolares que são 
compostos por textos e cadernos de exercícios, continham hinos, orações, sentenças mo-
rais, sátira dos ofícios e a exaltação dos antigos escribas, aliás, é preciso salientar que o per-
fi l deste ofício muda também neste período, como nos esclarece Manacorda(1999,p.34):
O escriba Hori, após ter exibido sua capacidade estilística, provoca o adversário a responder 
questões de matemática, geometria, geografi a, engenharia e outras. Temos aqui um exem-
plo vivo da cultura técnica e não sapiencial como outrora, que um escriba deveria possuir. 
Todas as questões são muito concretas: cálculo das rações para os soldados, dos tijolos para 
a construção de uma rampa, da mão-de-obra para o levantamento do obelisco ou para o 
esvaziamento de um armazém.
O saber universal passa a ser uma referência de ensino em um mundo real e concreto, 
dominado pelas exigências práticas e, portanto, o escriba tem um papel fundamental na 
preparação desta nova realidade. Um dado interessante que ilustra um pouco sobre este 
saber universal, neste mesmo período, são as Onomásticas que nos permite entender 
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UNIDADE I - História da Educação
melhor a sabedoria típica dos escribas. AOnomástica ajudava a controlar uma complexa 
administração estatal, são os ancestrais das nossas enciclopédias. O interesse não é tanto 
fi lológico, mas de conteúdo, isto é, são listas de coisas reais e não de palavras, como em 
nossos vocabulários, neles estão contidos em setores as listas do que se deve saber: céu, 
água e terra; pessoas: ofícios, profi ssões; classes: tribos, tipos de seres humanos; as cida-
des; edifícios e suas partes; terrenos agrícolas. Com estas classifi cações eram feitas catalo-
gações das quais eram utilizadas na profi ssão do escriba enquanto funcionário do estado, 
bem como nos recursos a serem ensinados aos seus discípulos.
No período Demótico que compreende o período de 1069 a 333 a.C., há o recurso do tes-
temunho por meio de papiros e outras fontes arqueológicas. Neste momento, a educação 
continua pautada nas questõesmorais, dos ancestrais, do falar bem, mas agora com outro 
foco não tão político, mas sim mais de cortesão, preparando os mais jovens para a obe-
diência e submissão. Via de regra, a formação continua no todo tradicionalista dividindo 
a escola com objetivos intelectuais ou profi ssionais(práticos), sendo a primeira destinada 
aos nobres para a política e a guerra, a segunda o ensino dos ofícios que além dos presti-
giados escribas formavam médicos, engenheiros, arquitetos.
A grande massa pressupõe-se que continuava a aprender com a família ou com os adultos 
depois de uma certa idade um ofício menor.
38
UNIDADE I - História da Educação
A EDUCAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA: PAIDEIA
Fonte: <esdc.com.br>
Partimos, no início de nosso estudo,do conceito 
da educação da comunidade tribal, onde se re-
produzia a igualdade sobre as diferenças natu-
rais, mas a dinâmica dos diferentes processos de 
relação de poder desenvolvidos no interior de 
cada grupo, levou à reprodução das desigualda-
des sociais sobre igualdades naturais, ou seja, al-
guns irão se sobrepor a outros. A civilização se 
dividirá em homens livres, os senhores, e de pes-
soas dependentes, os escravos. Dentro de uma mesma comunidade os dois receberão um 
tipo de educação que ensinarão a pensarem, serem e sereproduzirem enquanto parte 
integrante de uma hierarquia.
Na Grécia encontramos o exemplo clássicodeste tipode organização social, pautada em 
senhores e servos. Neste processo de separação dos processos educativos segundo as 
classes sociais, será, no entanto, menos rígida e com um evidente desenvolvimento para 
as formas de democracia educativa.
De acordo com Manacorda (1999), a base da educação grega a partir do século V a.C., por 
meio dos sofi stas difundiam a dialética, o ceticismo e a análise crítica das matérias em que os 
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UNIDADE I - História da Educação
jovens atenienses eram educados. A educação clássica no contexto histórico gerou um siste-
ma educativo que, mesmo sendo privilégio de alguns, favorecia o pensamento crítico indivi-
dual e se distanciava do modelo de casta fechada, onde a manutenção do saber era algo tão 
restrito quanto secreto, baseado e justifi cado na oferenda dos deuses em épocas passadas.
Na Grécia, a escola para os governantes visava preparar para as tarefas do poder que são o 
pensar e o falar – o raciocínio crítico e a retórica. Para os governados uma educação pautada 
no treinamento para o desenvolvimento do trabalho. Nesta sociedade, o trabalho é enten-
dido como prática mecânica, onde o raciocínio é desnecessário, fazendo, portanto, desta 
atividade algo sem valor,mas necessário para a manutenção e funcionamento da sociedade.
Esta distinção entre dominantes e dominados irá chegar até nossa cultura, com sua ori-
gem na escola de Pitágoras. Citamos comoexemplo um dos mais ilustres fi lósofos e mate-
máticos desta escola que afi rma:“Toda sociedade é formada de dominante e dominado: 
por isto, como terceiro elemento intervém a lei” (MANACORDA, 1999, p.41apudPPITÁGO-
RAS). Ouseja, a lei é a ordem magna que regulamenta o convívio entre estas duas classes.
Para compreender melhor a educação nesta civilização, que deixou tantos legados para a 
cultura ocidental, faremos uma divisão de alguns períodos pontuais para se compreender 
não só a educação de forma isolada, mas sim as transformações ocorridas no interior des-
ta sociedade e que irão afetar a estrutura e o foco do ensino com o tempo.
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UNIDADE I - História da Educação
No período arcaico, duas são as formas de educação: homérica e hesiodeica. De acordo 
com Platão,“Homero foi o educador de toda Grécia”. Jaeger(2001, P. 62) descreve assim:
A concepção do poeta como educador do seu povo – no sentido mais amploe profundo da 
palavra – foi familiar aos gregos desde a sua origem e manteve sempre a sua importância. 
Homero foi apenas o exemplo mais notável desta concepção geral e, por assim dizer, a sua 
manifestação clássica.
No entanto, é preciso compreender que não se trata da poesia em sua estrutura estética, 
como procede Jaeger(2001, p.61),
A não separação entre a estética e a ética é característica do pensamento grego. O proce-
dimento de separá-las surge relativamente tarde. Para Platão, ainda, a limitação do conteú-
do de verdade da poesia homérica, acarreta imediatamente uma diminuição do seu valor. 
Foi a antiga retórica que fomentou pela primeira vez aconsideração formal da arte e foi o 
Cristianismo que, por fi m, converteu a avaliação puramente estética da poesia em atitude 
espiritual dominante.
Temos duas diretrizes para a concepção de educação no conceito homérico, Ilíada e 
Odisseia. A Ilíadarelata de um tempo de heróis, do domínio da aríete, juntando neste 
ideal todos os seus corpos de heróis em uma saga transmitindo as tradições vivas da aris-
tocracia de seu tempo. Portanto, o valente é sempre o nobre, homem de posição social 
elevada, sendo a luta e a vitória a distinção mais alta e o conteúdo próprio da vida. Já na 
Odisseiao mundo que se apresenta é outro, havendo poucas ocasiões para descrever o 
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UNIDADE I - História da Educação
comportamento dos heróis na luta, no entanto a raiz da epopeia está ligada à origem dos 
mais antigos cantos heroicos que celebram as lutas e as façanhas dos heróis. Se na Ilíada 
são revelados o gosto pela guerra e a aspiração à honra como autênticos representan-
tes de uma classe, onde inclusive são poucos os quadros de uma vida cotidiana, fora do 
campo de batalha, na Odisseia o herói que se liga de forma natural à guerra, representa o 
homem dentro do contexto também dos tempos de paz, demonstra a existência do herói 
depois da guerra, as viagens de aventuras, a vida em casa com família e amigos, baseia-se, 
portanto, em um mundo mais real e um estilo de vida dos nobres daquele tempo mais 
primitivo. Representa muito bem uma classe de nobres e senhores em seus palácios, suas 
aventuras, a saga vista de maneira poética.
Na Ilíada a nobreza é demonstrada em uma forma ideal da fantasia, criada a partir de tra-
ços transmitidos pela tradição dos antigos cantos heroicos.
Na Odisseia é possível observar um sentimento de humanidade entre pessoas comuns, 
apesar de não haver muito claro a separação orgulhosa do nobre e o homem do povo, 
uma proximidade entre o patriarca e seu servo, pressupõe-se que mesmo assim não haja 
formação consciente fora da casta privilegiada como aponta Jaeger(2001, pp.44-45):
O adestramento como formação da personalidade humana, mediante o conselho constan-
te e a direção espiritual, é uma característica típica da nobreza de todos os tempos e povos. 
Só esta classe pode aspirar à formação da personalidade humana na sua totalidade, o que 
42
UNIDADE I - História da Educação
não pode conseguir sem o cultivo consciente de determinadas qualidades fundamentais. 
Não basta crescer, como as plantas, de acordo com os usos e costumes dos antepassados. A 
posição e o domínio preeminente dos nobres acarretam a obrigação de estruturar os seus 
membros desde a mais tenra idade segundo os ideais válidos dentro de seu círculo.
Como vemos há claramente desenhado aquium modelo de educação, um ideal de forma-
ção propondo a modelagem do homem integral pautado em um padrão fi xo de classe.
Homero pontua, nitidamente,que toda a educação tem como ponto de partida a forma-
ção de um tipo humano nobre que dá origem ao cultivo das qualidades próprias de se-
nhores e heróis. Manacorda(1999) afi rma que apesar das diversidades específi cas(nobreza 
guerreira, nobreza latifundiária, servos etc.) ser uma constante a arte da palavra mediante 
o conselho, portanto, uma educação sempre voltada à classe dominante, sendo constante 
também a exclusão dos dominados desta arte dos dominantes.
Um dos elementos mais claros nos escritos de Homero são as qualidades inatas e here-
ditárias do sangue e da raça, além dos conceitos de raça e povo a infl uência homérica 
iráperpassar todos os séculos vindouros permeados pela sua infl uência no que tange a 
consciência de nação.
Outra referência de educação para os gregos, ao lado de Homero, está Hesíodo. Nele está 
uma cultura diferente da nobreza, pautada em um mundo diferente e bem contumaz 
grego, a vida no campo, a produção da terra, principalmente o tema específi co, o trabalho.
43
UNIDADE I - História da Educação
Hesíodo revela então o trabalho como fonte de cultura, demonstrando que o heroísmo 
não se manifesta somente nas batalhas, entre os guerreiros nobres e seus adversários, 
mas também e, principalmente, na batalha diária e pontual da lida com o cultivo da terra 
e com os elementos da natureza, que exigem disciplina e norte, formando de fato o hero-
ísmo do homem.
Um parênteses aqui para pontuar o trabalho no mundo grego e de sua importância para 
a educação daquele povo, como afi rma Jaeger(2001, pp.85-86),
Não foi em vão que a Grécia foi o berço da humanidade que põe acima de tudo o apreço 
pelo trabalho. A vida despreocupada da classe senhorial, em Homero, não deve induzir-nos 
em erro: a Grécia exige dos seus habitantes uma vida de trabalho. Heródoto expressa-o 
através de uma comparação com outros países e povos mais ricos: A Grécia foi sempre um 
país pobre, mas baseia nisso sua arete. Alcança-a pelo engenho e pela submissão a uma lei 
austera. É por ela que a Hélade se defende da pobreza e da servidão(HERÓDOTO,VII, p.102).
É preciso esclarecer que a geografi a das regiões dominadas pela Grécia não tem as mesmasca-
racterísticas de outros povos como os mesopotâmicos e os egípcios que contavam com gran-
des planícies e áreas alagadas, terras extremamente férteis para o cultivo abundante e variado. 
O solo grego é formado de muitos vales estreitos e paisagens cortadas por montanhas, basica-
mente não se encontram planícies, que são em geral mais fáceis de cultivar, fato este que, obriga 
a uma luta constante e diária com o solo para conseguir extrair deste o que ele pode produzir. 
O pastoreio e o cultivo da terra são as ocupações mais importantes dos gregos, o comércio e a 
44
UNIDADE I - História da Educação
navegação só ocorrerão muito mais tarde, portanto no período arcaico o que predomina é o 
cultivo agrícola.
Logo, em Homero, mediante osEnsinamentos de Quírom, em sua obra que será intitula-
da posteriormente Os Trabalhos e os Dias, podemos compreender como um patrimô-
nio de sabedoria e moralidade camponesa, muito arraigados aos ensinamentos egípcios e 
mesopotâmicos, conforme a afi rmação de Manacorda(1999, p.44):
Muito pouco chegou até nós: somente quatro fragmentos autênticos e alguns outros incer-
tos, onde se encontra a exortação de honrar o pai e escutar a outra parte. O seu poema “Os 
trabalhos e os dias” constitui um testemunho excepcional de uma moral do trabalho, contra 
os poderosos e os prepotentes. A tradição grega posterior frequentemente contrapôs os dois 
modelos ideais de educação. O chamado “torneio poético” de Homero e de Hesíodo, talvez 
um exercício escolar, mostra o povo favorável aHomero e o rei a Hesíodo, que assim vence.
Percebemos também, que há um confl ito entre as duas tradições culturais, de um lado a 
aristocracia guerreira e de outro a população de agricultores que neste momento ainda 
não eram subjugados pela casta nobre, pelo contrário mostram neste momento um espí-
rito de independência e uma clareza jurídica muito concreta.
Este confl ito se aliará mais adiante a outros fatores como o nascimento. A partir daí se dará a dis-
cussão de excelência por nascimento e excelência adquirida, como diz Manacorda(1988), en-
tre virtudes inatas e virtudes aprendidas, confl ito entre natureza e educação, este pensamento 
45
UNIDADE I - História da Educação
levará por meio dos mais conservadores a uma posição de preconceito e desprezo por aqueles 
que ascendem socialmente mediante a educação.
Em face destas tradições da nobreza guerreira, religiosas, éticas e sociais reveladas em 
Homero, para Hesíodo fi cam em segundo plano, pois a atitude original do homem face à 
natureza, à sua existência, se formam no mito, levando a crer que independente de qual 
classe pertença, todas têm seus próprios mitos. Assim relata Jaeger(2001, p.90),
Ao lado dos mitos, o povo guarda a sua antiga sabedoria prática, adquirida pela experiên-
cia imemorial de incontáveis gerações e que se compõem de conhecimentos e conselhos 
profi ssionais, e de normas morais e sociais, concentrados em fórmulas breves, de modo a 
permitir conservá-los na memória.
Ou seja, vemos que há nitidamente uma constante discussão das diferentes classes que 
compõem o cenário da antiga Grécia, cada qual tentando senão impor, mas defender seu 
ponto de vista sobre o que entendem como civilização ideal. Se temos um modelo deedu-
cação voltada para as classes mais nobres e outro que afi rma o trabalho enquanto o cen-
tro da discussão, não temos aqui a rigidez dos modelos que foram vistos anteriormente 
em outras civilizações como a mesopotâmica e a egípcia, pelo contrário, entre os gregos 
prevalece um ambiente favorável ao debate, à democracia.
Durante a educação no período arcaico há ainda o processo de aculturação moral, reli-
giosa, patriótica, o ensino das técnicas e da arte de governar e, reproduzir, ou seja, uma 
46
UNIDADE I - História da Educação
educação focada na fala e na escritaconforme descreve Manacorda(1999, p.46):
As “palavras e as ações” de Homero e de Fênix reaparecerão na Grécia histórica como edu-
cação através da “música” (mousiké) e da “ginática” (gymnastiké): por música entende-se a 
aculturação do patrimônio ideal, transmitidos através dos hinos religiosos e militares, can-
tados em coro pelos jovens(naquele tempo não havia transmissão escrita, portantoo verso 
cantado era necessário para a memória ea prática coral para a sociabilidade), e por ginástica 
entende-se a preparação do guerreiro.
Este mesmo autor complementa ainda que:
Além da oposição das duas paidéias de Homero e Hesíodo, dos guerreiros e dos campo-
neses (que em Laerte tem um ponto em comum), historicamente o ideal de educação gi-
nástica sofrerá as críticas e as oposições de um outro ideal, quando em confronto com os 
áristossurgirem novas forças sociais (id.ibidem, p.46).
Vemos aqui a formação de uma escola que defende não somente a formação por meio 
do idealmoral, mas também voltada ao conhecimento e à prática política para uma so-
ciedade que está passando por grandes transformações estruturais, como no caso da úl-
tima citação acima as “novas forças sociais”, compreende o fortalecimento da classe dos 
comerciantes.
Ao fi nal deste período veremos o encaminhamentopara uma profunda mudança, em sen-
tido democrático, dos ideais de educação, será o surgimento da escola de letras e a difu-
são da cultura por meio desta de maneira considerável.
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UNIDADE I - História da Educação
O período clássico
As cidades-estados (pólis) eram autônomas e, como a Grécia nunca foi uma nação centraliza-
dora das formas econômicas e políticas, essa característica se estendeu também no contexto 
da educação. Como veremos a partir daqui dois modelos distintos de educação, a ateniense e a 
espartana. Conforme a citação do educador Franco Cambi(1999),
Até seus ideais e modelos educativos se caracterizavam de maneira oposta pela pers-
pectiva militar de formação de cidadãos guerreiros, homogêneos à ideologia de uma 
sociedade fechada e compacta, ou por um tipo de formação cultural e aberta, que valo-
rizava o indivíduo e suas capacidades de construção do próprio mundo interior e social.
Esparta e Atenas deram vida a dois ideais de educação: um baseado no conformismo e no 
estatismo, outro na concepção de paidéia, formação humana livre e nutrida de experiências 
diversas, sociais mas também culturais e antropológicas(apud ARANHA, 2006, pp.45-46).
Na estrutura social da vida na pólis, a cultura grega atinge de fato sua forma clássica. 
Mesmo em um mundo rodeado pelos campos, mesmo a aristocracia rural sendo ligada às 
tomadas de decisão na sociedade, a cultura que defi ne o modelo de vida é citadina.
A pólis é o ambiente onde se engloba todas as esferas da vida espiritual e humana, de-
terminando de forma decisiva sua estrutura, ela é, em outros termos, o marco social da 
história da formação grega.
Neste cenário Esparta era uma importante cidade-estado e, mesmo depois do período 
arcaico valoriza muito as atividades guerreiras, muito diferente das outras polis, e, será 
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conhecida por isso em sua história. Portanto, veremos aqui uma educação bem severa em 
uma formação militar, sua característica principal é o Estado, este representa pela primeira 
vez na história uma força educadora.
Ao contrário do que é analisado por Aristóteles de que a educação espartana erauma 
preparação somente voltada para a guerra, para o mundo das armas, os espartanos evo-
luíram e inovaram no campo da educação, somente no período de declínio desta pólis é 
que a austeridade da educação se aproximará da vida na caserna. No período áureo, no 
entanto, além do ensino militar, era ensinado a música e a prática dos esportes.
Havia uma seleção dos melhores seres para a formação, talvez nãode uma raça superior, 
mas forte e resistente, conforme aponta Aranha(2006, p.64):
Os cuidados com o corpo começavam com uma política de eugenia – práticade melhora-
mento da espécie – que recomendava fortalecer as mulheres para gerarem fi lhos robustos e 
sadios, bem como abandonar as crianças defi cientes ou frágeis demais.
Outro ponto a ser acrescentado é de que enquanto em Atenas o espírito individualista é 
arealidade que impera, no estado de Esparta, mantinha-se uma autoridade rigorosa, onde 
todos tinham suas funções e o modo de vida regulamentado em função das necessidades 
do estado e tinham a consciência de que pertenciam a uma pátria, portanto era uma so-
ciedade de pessoas engajadas em prol de uma unidade política e territorial, transformada 
em símbolo de raça, de nação.
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UNIDADE I - História da Educação
A primeira educação ocorria em família, até a idade de sete anos, quando recebiam 
por parte do Estado educação pública, lembrando que obrigatória para ambos, a fa-
mília de encaminhar os filhos e o Estado de ofertar a educação. Nesta primeira fase es-
tudavam música, dança e canto, estas disciplinas eram comuns, aliás, em toda Grécia. 
Após os 12 anos o rigor da aprendizagem e o treino da educação física se aproxima-
vam da prática do que era aplicado no exército, tinham de preparar o corpo para to-
das as situações limites como fome, frio, desconforto, a aprendizagem da obediência 
mediante a educação moral também era uma tônica neste processo de formação. As 
mulheres, nesta sociedade, também terão oportunidade de formação, inclusive dos 
exercícios. Aos jovens era imposto o castigo como parte da metodologia de aprendi-
zagemque servia também para reforçar os laços de hierarquia, principalmente com 
os mais velhos e, deixar claro conceitos de vida comunitária, ou seja, pertenciam à 
um corpo onde eles eram membros integrantes e responsáveis pelo bom e correto 
funcionamento e manutenção social.
Conforme escreve Aranha(2006, p.63), “ao contrário dos atenienses, os espartanos não 
eram dados a refi namentos intelectuais, nem apreciavam debates e discurso longos”. 
Portanto, o foco da educação aqui não á retórica ou a escrita pautado em função do con-
vencimento político como já vimos em outras civilizações e como veremos mais adiante 
entre atenienses. Ao contrário, pregavam a forma concisa de falar, também de escrever.
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Esparta defi ne como sua educação não somente uma forma de agir, mas funda o conceito, 
o próprio Estado, é o que propõe Jaeger(2001, p.130):
A contribuição das demais cidades gregas para a formação do homem político esta defi nida 
com menor precisão do que a contribuição de Esparta. Não se pode mencionar nenhum 
Estado que tenha dado passos tão decisivos quanto Esparta neste sentido. É na Atenas do 
séc. VI que voltaremos a encontrar uma tradição sólida. Foi lá e, nessa época, que se expri-
miu nas criações de Sólon o novo espírito que se apoderou do Estado. O Estado jurídico 
ático pressupõe, todavia, uma longa evolução, dado que Atenas é a última das grandes 
cidades a aparecer na História.
Se Esparta tem seu papel na história grega, Atenas também vai desempenhar um im-
portante progresso neste processo, o Estado jurídico, fruto também de seu modelo de 
educação. É o que veremos agora.
Em Atenas, a partir do século VI veremos aconcepção de cidadão da pólis, sendo assim a for-
mação escolar incluía, além dos exercícios físicos, uma forte formação intelectual para que 
este componente social pudesse ajudar na construção do futuro da cidade. Esta postura está 
intimamente ligada à ascensão da classe dos comerciantes que, em seu exercício ascendente, 
impõem mudanças na educação fazendo surgir escolas não somente para a aristocracia, mas 
de acesso comum. No entanto, o ensino não era obrigatório, o Estado ainda não se responsa-
bilizava pela educação, como vimos em Esparta, fato que mudará com o tempo. Portanto, a 
escola, de iniciativa particular, era ainda de acesso restrito. Apesarde permanecerem fi rmes os 
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conteúdos e os fi ns da educação a música, a ginástica, não sendo privilégio de poucos nobres, 
mas por meio do ideal de democracia que, estendia o direito a todo homem livre, um fator vai 
ser não somente um diferencial, mas um marco decisivo para a educação Ateniense, surge a 
escola da escrita.Manacorda(1999, pp.48-49) confi rma isto:
Na Grécia, com a escrita alfabética, surge um meio democrático de comunicação e educa-
ção, e a escola da escrita se abre tendencionalmente a todos os cidadãos. Junto aos mestres 
de ginástica e de música surge um novo mestre, o das letras do alfabeto, o grammatistés, 
que certamente não tem a autoridade do escriba egípcio, mas exerce uma importante fun-
ção social.
Manacorda (1999) relata ainda que não se pode precisar quando de fato ocorreu esta 
mudança, pois há muito tempo, principalmente para o uso da administração do Estado, 
já existia e que na época de Sólon (século VI a.C.) era praticada a escrita alfabética, no 
entanto, o autor citado acredita que o mais correto seria durante o século V, em função da 
abundância de testemunhos escritos. Dessa forma, podemos afi rmar que com a condição 
do ensino da escrita na escola, esta prática irá se difundir muito rápido.
Os recursos utilizados para a aprendizagem da leitura era a silabação, repetição, memo-
rização e declamação, aescrita era feita em tábuas. O mestre reunia as crianças em um 
cômodo, em uma tenda ou ainda em praças para o ensino. Os textos utilizados eram como 
havíamos dito anteriormente de Homero e de Hesíodo.
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UNIDADE I - História da Educação
Esta educação se iniciava aos sete anos para os meninos que, além da alfabetização, 
aprendiam a educação física e a música. Estas crianças eram sempre acompanhadas de 
um escravo, este tinha o dever de não somente conduzi-los, mas também vigiá-los e 
orientá-los na concentração e disciplina. Este escravo era chamado de pedagogo (aquele 
que conduz a criança).
A criança, ainda na fase elementar, participava da competição em jogos, para praticar a 
educação física, sendo corrida, salto, luta, lançamento de dardo, natação. O fundamento 
desta prática na educação não perdia o foco da moral, mas tinha uma forte ênfase no con-
texto estético. A dança também faz parte da modalidade de exercícios e, são complemen-
tados mediante a educação musical, que além do ensino de um instrumento, ainda propu-
nha o canto como parte integrante deste saber.
As meninas também recebiam instrução só que recebiam os conhecimentos em casa e, 
aprendiam essencialmente funções dos afazeres domésticos.
A partir dos treze anos iniciava-se uma outra fase da formação masculina, como ilustra 
Aranha (2006, p.66),
As crianças mais pobres saíam em busca de um ofício, enquanto as de família rica prosse-
guiam os estudos, sendo encaminhadas ao ginásio[...] com o tempo, as atividades musicais 
se direcionaram para discussões literárias, abrindo espaço para assuntos gerais, como ma-
temática, geometria e astronomia, sobretudo sob a infl uência dos fi lósofos. Com a criação 
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de bibliotecas e salas de estudo, o ginásio adquiriu feição mais próxima do conceito de local 
de educação secundária.
Aos poucos, o ginásio fi ca cada vez mais próximo da ideia que fazemos da escola enquan-
to instituição, com locais desenvolvidos para a prática de vários saberes, dos físicos, aos 
teóricos, inclusive da escrita e leitura.
No século IV a.C., entre os 16 e 18 anos, os jovens tinham formação militar, com ensina-
mentos cívicos, no entanto com a abolição do serviço militar este espaço será ocupado 
pelo ensino da literatura juntamente com a fi losofi a.
Os fi lósofos terão papel preponderante na educação a partir do século V a.C., com os sofi s-
tas, recorremos novamente à Aranha(2006) para dimensionar este período:
Aqueles fi lósofos(Sofi stas) também se dedicaram à profi ssionalização dos mestres e à didáti-
ca, cuidando inclusive da ampliação das disciplinas de estudo. Sócrates, Platão e Aristóteles

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