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2009-bandeira

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1 
 
Importância da Caracterização Geológico-Geotécnica e da Chuva 
para Gerenciamento de Áreas de Riscos 
 
 
 
Bandeira, A. P. 
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil, bandeira_ap@hotmail.com 
 
Coutinho, R. Q. 
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil, rqc@ufpe.br 
 
Alheiros, M. M. 
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil, alheiros@ufpe.br 
 
 
 
 
 
Resumo: A Região Metropolitana do Recife-RMR tem procurado melhorar o seu gerenciamento de áreas 
de risco através de ações municipais, estaduais e federais. Vários trabalhos preventivos são realizados nas 
comunidades, através das coordenadorias municipais de defesa civil. Em nível estadual/metropolitano, a 
RMR conta com o Programa Viva o Morro, criado em 1997 através da Agência CONDEPE/FIDEM, o qual 
conduz importantes programas. Em termos federais, os municípios brasileiros têm contato com a ação do 
Ministério das Cidades, através de capacitação de técnicos municipais; elaboração de PMRRs e de projetos 
de engenharia. A UFPE, através de suas pesquisas, também tem contribuindo para o melhoramento desta 
gestão de áreas de risco. Estudos realizados nas áreas de morros são freqüentemente objetos de pesquisa 
desta instituição. Dando continuidade aos estudos realizados pala UFPE, apresentaremos neste trabalho a 
importância do conhecimento geológico-geotécnico para o gerenciamento das áreas de risco, visto que 
constitui fatores predisponentes dos movimentos de massa; e resultados de índices pluviométricos para 
vários pontos monitorados na região, visto que a chuva é o principal fator acionante dos processos na RMR. 
 
Abstract: The Metropolitan Area of Recife has perfected its risk management process through municipal, 
state and federal actions. Some preventive works are carried in the communities through the of civil defense 
Commissions. Metropolitan Area of Recife has got some metropolitan programs which are applied to get the 
risk management better. One of them is called “Live Hill Program”. It was created in 1997. In federal action, 
Brazilian cities have contact with the action of the Ministry of the Cities, through qualification of 
technicians; elaboration of Plans and engineering projects. The UFPE through its research also is 
contributing for the improvement of this of risk management. In this paper we’ll present the importance of 
the geologic-geotechnical knowledge for the risk management, since they are Predisposition factors of the 
mass movements; and resulted of rains indices for some points monitored in the region, since rain the main 
Triggering factor of the processes in the Metropolitan Area of Recife. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Os movimentos de massa são freqüentes em quase 
todas as grandes metrópoles brasileiras. Esses 
movimentos de massa trazem como conseqüências 
vítimas fatais e prejuízo financeiro. Em todo o 
Brasil, segundo dados do IPT (2009), até o mês de 
junho de 2009, já foram registrados 1910 mortes por 
desastre naturais, concentradas em 150 municípios 
brasileiros, das unidades federativas do Rio de 
Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, 
Pernambuco, Santa Catarina, Alagoas e Espírito 
Santo. Na Região Metropolitana do Recife registra-
se um histórico de 210 mortes por desastres naturais 
nos últimos 25 anos, sendo que 07 mortes ocorreram 
entre os meses janeiro a junho deste ano. 
Os escorregamentos de encostas urbanas estão 
associados principalmente ao crescimento 
populacional (Schuster & Highland, 2007). A 
aceleração da urbanização, sobretudo nos países em 
desenvolvimento, veio acompanhada de um 
crescimento urbano desordenado, ocasionando 
inúmeros problemas sócio-ambientais, como a 
multiplicação de bairros com infra-estrutura 
deficiente, habitações situadas em áreas de risco e 
alterações nos sistemas naturais (Bandeira & 
Coutinho, 2008). 
2 
 
Para uma possível redução do número de mortes 
por deslizamentos de encostas é necessário o 
fortalecimento institucional, unindo forças nos três 
níveis de governo (municipal, estadual e federal). 
Atualmente no Brasil, esta ação nas três esferas de 
governo já aponta para resultados satisfatórios, 
apesar de estarmos convivendo, nos últimos dias, 
com desastres naturais ocasionados por eventos 
extremos. A Figura 1 apresenta exemplo deste 
resultado, mostrando a situação do município do 
Recife-PE. Observa-se nesta figura que houve uma 
redução no número de mortes por escorregamentos 
de encostas, após ações de gerenciamento nos três 
níveis de governo, e em particular, após a criação da 
Comissão Municipal de Defesa Civil do Recife – 
CODECIR (ano de 2001). 
 
Figura 1: Número de vítimas por escorregamento de 
encostas no Recife-PE (redução após o ano de 
2000). (Fonte: Alheiros, 2006 e jornais locais). 
 
 
2 PRINCIPAIS FATORES PARA O 
GERENCIAMENTO DE ÁREAS DE RISCO 
 
2.1 Definição de Risco 
 
Varnes et al. (1984) definiram o risco total (Rt) 
como uma série de danos resultantes da ocorrência 
de um fenômeno, representado pela Equação (1): 
 
∑ ××= n ViRiHRt 1 (1) 
onde Rt = risco total; H = representa a 
suscetibilidade ou a probabilidade da ocorrência de 
um fenômeno em uma determinada área em um 
período qualquer; Ri = elementos de risco; e Vi = 
representa a vulnerabilidade de cada elemento 
representado pelo grau do dano (compreendido entre 
o valores 0 - sem danos a 1 - perda total). 
Para Augusto Filho et al. (1990), risco é a 
possibilidade de ocorrer algum dano à população 
(pessoas, estruturas físicas, sistemas produtivos). 
Ogura et al. (2007), definem risco como uma 
relação entre a possibilidade de ocorrência de um 
dado processo ou fenômeno, e a magnitude de danos 
ou conseqüências sociais e/ou econômicas sobre um 
dado elemento, grupo ou comunidade. Enfim, 
observando as definições dos autores, pode-se dizer 
que o risco depende da susceptibilidade do meio e 
da vulnerabilidade do elemento ameaçado. 
 
 
2.2 Fatores de Causa dos Movimentos de Massa 
 
Considerando o conceito de risco de Varnes et al. 
(1984) (Equação 1), Leroueil (2004) define, como 
essenciais para análise do risco, a observação de um 
conjunto de fatores de causa. São eles: fatores de 
causa predisponentes; fatores de causa acionantes ou 
agravantes e os fatores de causa revelantes. A 
Figura 2 faz uma representação esquemática dessas 
informações e traz exemplos desses fatores. Os 
fatores de causa predisponentes informam sobre a 
situação atual e determina a resposta do talude 
seguindo a ocorrência de fatores acionantes. Eles 
podem ser: geológicos, morfológicos, físicos ou 
antrópicos. Os fatores acionantes levam à ruptura; 
os fatores agravantes produzem uma modificação 
nas condições da estabilidade ou da velocidade do 
movimento. Eles podem ser: morfológicos, físicos 
ou antrópicos. Os fatores revelantes fornecem a 
evidência do movimento no talude, mas geralmente 
não participa do processo (Coutinho & Silva, 2005). 
 
Figura 2: Processo de Deslizamento – Fatores de 
Causa (Leroueil et al., 1996, Leroueil, 2004 a partir 
de Coutinho & Silva, 2005) 
 
Na Região Metropolitana do Recife – RMR, as 
encostas com ocupações precárias têm a ação 
antrópica como o fator de causa predisponente mais 
importante. Nessas áreas é comum encontrar: 
acúmulo de lixo, cortes verticalizados dos taludes, 
aterros mal compactados; taludes sem cobertura 
superficial; lançamento de águas servidas; 
vazamento de tubulações, etc (Figuras 3 a 6). Esses 
Fatores associados à uma infra-estrutura inadequada 
intensificam a ocorrência dos processos erosivos e 
dos movimentos de massa. Durante o período 
chuvoso, as áreas que se encontram em situação 
predisponentes aos processos, têm a chuva como o 
principal fator acionante, provocando vários 
deslizamentos em toda RMR (Bandeira, 2003). 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Ocupação Desordenada de Encostas com 
infra-estrutura inadequada (RM-Recife) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Lançamento de ÁguasServidas nos 
Taludes (RM-Recife) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Taludes Verticalizados e Sem Proteção 
Superficial (RM-Recife) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Fossa na Borda do Talude (RM-Recife) 
De modo geral, as águas sejam as de 
subsuperfície, sejam as provenientes de chuvas e/ou 
as provenientes do descarte antrópico, representam o 
fator acionante ou agravante de maior influência nos 
movimentos de massa. Os principais mecanismos de 
atuação das águas no desencadeamento dos 
processos nas encostas são os seguintes (a partir de 
Coutinho & Silva, 2005): 
 
 a) Avanço da frente de umedecimento reduzindo a 
resistência dos solos pela redução da ‘coesão 
aparente’; 
b) Elevação do nível d’água, gerando aumento das 
pressões neutras e reduzindo as tensões efetivas e 
a resistência ao cisalhamento do solo; 
c) Elevação da coluna d’água em descontinuidades, 
reduzindo as tensões efetivas e gerando esforços 
laterais cisalhantes, podendo ocasionar à ruptura; 
d) Surgimento de erosão subterrânea retrogressiva 
(“pipping”). 
 
 
Carvalho (1989) comenta que a umidade inicial 
do solo influencia a velocidade do avanço das 
franjas de umedecimento; ou seja, o grau de 
saturação prévio do solo também se mostra 
determinante para a deflagração de escorregamentos 
de encostas. Considerando este fato, têm-se as águas 
servidas como um dos fatores de redução da 
resistência do solo. Nas ocupações com infra-
estrutura inadequada, sem saneamento básico, 
independente do período chuvoso, as águas servidas 
são lançadas diretamente sobre o solo durante todo o 
período do ano, ou seja, de janeiro a dezembro. 
Pesquisas realizadas por Silva (2007), na Região 
Metropolitana do Recife, revelaram a influência das 
águas servidas em um escorregamento ocorrido na 
região e encontrou valores importantes que 
contribuiu para o entendimento do mecanismo. 
Assunção (2005) estudou encostas de Salvador e 
concluiu que as águas servidas é de, no mínimo, 
68% da precipitação pluviométrica do ano para a 
região estudada. Santana (2006) e Santana & 
Coutinho (2006) também apresentaram a 
importância das águas servidas nas instabilizações 
de encostas. Além das águas servidas e de chuva, 
esses autores também comentam sobre os 
vazamentos de tubulações de água, que são bastante 
comuns nas ocupações precárias, devido a ligações 
clandestinas. Este ano, em Janeiro, o vazamento de 
tubulação de abastecimento de água provocou um 
deslizamento de encosta no Recife, causando a 
morte de 02 pessoas. Outro fator importante que 
esses autores comentam é sobre o conhecimento do 
perfil geológico-geotécnico, que é essencial para o 
entendimento dos mecanismos, sendo o fator 
predisponente dos processos atuantes. 
 
 
 
4 
 
2.3 Parâmetros Técnicos para Gerenciamento de 
Áreas de Riscos 
 
O gerenciamento de áreas de risco não se refere 
apenas à situações de emergência. Um 
gerenciamento eficiente deve objetivar ações 
preventivas, através de: aspectos educacionais; 
tecnológicos; e de planejamento (Ide, 2005). 
Um bom exemplo de um plano de gerenciamento 
eficiente é o PPDC de São Paulo (Plano Preventivo 
de Defesa Civil). Segundo Macedo et al., (2006), O 
PPDC dota as equipes técnicas de instrumentos de 
ações para reduzir a possibilidade de perdas de 
vidas, através de medidas preventivas, por meio de 
acompanhamento de alguns parâmetros como, por 
exemplo, a chuva acumulada e a previsão de índices 
pluviométricos. A Cidade do Rio de Janeiro também 
é um exemplo brasileiro de atuação municipal em 
gestão de risco, através da criação do Instituto de 
Geotécnica em 1966, atual Fundação Geo-Rio. 
Em termos gerais, os municípios brasileiros, 
através de suas COMDECs (Comissão Municipal de 
Defesa Civil) têm procurado aprimorar seu 
gerenciamento. As COMDECs promovem diversas 
atividades nas comunidades, tais como: palestras, 
teatros sobre o tema e distribuição de cartilhas 
educativas. Na esfera federal, o Ministério das 
Cidades, através de seu Programa Nacional de 
Redução de Riscos, promoveu cursos de capacitação 
de técnicos municipais para gerenciamento de áreas 
de risco. Atualmente há mais de 2.000 técnicos 
capacitados em várias cidades brasileiras. 
Para melhorar o gerenciamento das áreas de risco 
nas nossas cidades e elaborar planos preventivos é 
preciso avançar no conhecimento geológico-
geotécnico dos solos das áreas de morros, entender 
os mecanismos e os processos atuantes e investir em 
tecnologias, como por exemplo, aumentar a rede de 
monitoramento dos índices pluviométricos e instalar 
radares meteorológicos em áreas específicas. A 
implantação de um banco de dados com os fatores 
importantes para o gerenciamento também deve ser 
um instrumento para gestão municipal. É neste 
aspecto, do avanço tecnológico e do conhecimento 
dos fatores, que as instituições de pesquisa podem 
contribuir para a elaboração de Planos Preventivos 
de Defesa Civil e conseqüentemente para a redução 
do número de mortes por desastres naturais. 
Segundo Leroueil (2001), a caracterização 
geotécnica é uma atividade importante para análise 
de movimentos de massa, já que a mesma permite 
relacionar os tipos de movimentos com os materiais 
envolvidos. Sua importância se deve aos seguintes 
aspectos: 
a) Conhecimento dos movimentos de massa sob 
diferentes contextos geomorfológicos, 
geológicos e climáticos; 
b) Conhecimento dos parâmetros e do modelo 
fenomenológico; 
c) Definição dos diferentes fatores que influenciam 
os movimentos de uma encosta, e as 
conseqüências deste movimento, contribuindo 
para o entendimento do mecanismo; 
d) Análise da susceptibilidade e do risco de 
deslizamentos de encostas. 
 
Na Região Metropolitana do Recife, as áreas de 
morros são ocupadas precariamente. Nessas áreas, 
onde são freqüentes os acidentes por deslizamentos 
de encostas, há predominância geológica dos 
sedimentos da Formação Barreiras. No aspecto da 
susceptibilidade, as características geotécnicas desta 
Formação geológica precisam ser reveladas, de 
modo a gerar informações e contribuir para o 
gerenciamento do risco da região. Na RMR este tipo 
de formação geológica se apresenta de maneiras 
distintas, que serão detalhadas no item 3.2.6, com 
características próprias que, conforme suas 
composições granulométricas são mais susceptíveis 
a escorregamentos ou erosões. A presença de solos 
residuais também é comum nas áreas de morros da 
RMR. Apesar dos acidentes não serem freqüentes 
nestes tipos solos, eles também serão objetos de 
estudo dos processos atuantes e do entendimento 
dos mecanismos dos movimentos de massa. 
Conhecer esses materiais e entender os 
mecanismos dos movimentos de massa e o 
comportamento desses solos frente a ocorrências de 
chuvas é um dos objetivos da linha de pesquisa 
“Análise e Gestão de Risco de Erosão e 
Escorregamento de Encostas”, desenvolvida no 
Depto de Engenharia Civil/UFPE, coordenada pelo 
Prof. Roberto Quental Coutinho. Esta linha de 
pesquisa está inserida no Projeto PRONEX – CNPq 
/ FACEPE (2007-2011) e no Projeto CNPq-
Universal (2008-2009). Recentemente também faz 
parte do Projeto INCT - Institutos Nacionais de 
Ciência e Tecnologia, que tem a coordenação da 
COPPE-UFRJ. 
Atualmente está sendo realizada uma pesquisa 
sobre a caracterização geológico-geotécnica dos 
materiais e das chuvas nas áreas de risco de 
deslizamentos de encostas na RM-Recife. Esta 
pesquisa está sendo desenvolvida através da tese de 
doutorado da Enga Ana Patrícia N. Bandeira. Dentre 
as pesquisas realizadas através desta linha e linhas 
correlatas, podemos citar as mais recentes: Meira 
(2008); Santana (2006); Silva (2007); Lafayette et 
al. (2005) e Bandeira (2003). Os itens a seguir 
apresentam a área de estudo da pesquisa da Enga 
Ana Patrícia e alguns resultados preliminares. 
 
 
3 CARACTERÍRTICAS DA ÁREA DE ESTUDO 
 
3.1 Localização da Área de Estudo 
 
A área de estudo desta pesquisa compreende os 
municípios de Recife, Camaragibe e Jaboatão dos 
5 
 
Guararapes,mas especificamente em localidades 
que apresentam setores de risco alto e muito alto de 
deslizamentos. Estes municípios são os que 
apresentam maiores históricos de números de 
mortes por deslizamentos de encostas na Região 
Metropolitana do Recife - RMR. Eles estão situados 
na porção oriental do Estado de Pernambuco, 
pertencentes à RMR, e juntos estão compreendidos 
entre as projeções 265000 a 300000 Leste e 
9085000 a 9125000 Norte do sistema de coordenada 
geográfica WGS-1984 zona 25S segundo a projeção 
Universal Tranverse Mercator – UTM (Figura 7). 
Os municípios ocupam aproximadamente uma 
área total de 530 Km2, dos quais aproximadamente 
21% correspondem aos depósitos da Formação 
Barreiras expostos em cortes e erosões provocados 
por ações antrópicas (desmatamento, ocupações 
urbanas e atividades agrícolas e de mineração). 
Os principais eixos viários que permitem a 
interligação entre estes municípios e os demais da 
Região Metropolitana do Recife são: a BR-101, com 
direção aproximada N-S; Avenida Abdias de 
Carvalho e BR-232, na direção ENE-WSW, além da 
PE-15 com direção aproximadamente NE e Av. 
Caxangá / PE-27, em direção NW. 
 
 
3.2 Aspectos Fisiográficos 
 
3.2.1 Clima 
 
A área de estudo encontra-se dentro da faixa de 
clima do tipo As’, pela classificação de W. Köppen, 
caracterizado como clima tropical chuvoso com 
verão seco e estação chuvosa que se adianta para o 
outono, antes do inverno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Localização dos municípios envolvidos na 
pesquisa (Recife, Camaragibe e Jaboatão dos 
Guararapes). 
As precipitações médias e máximas mensais nos 
municípios envolvidos nesta pesquisa indicam um 
período chuvoso concentrado nos meses de março à 
agosto, com médias mensais maiores que 150 mm. 
No mês de junho são registradas médias superiores a 
400 mm. O período de março à agosto é considerado 
de alerta para as defesas civis municipais. O período 
que vai de setembro a fevereiro pode ser 
considerado de baixa precipitação pluviométrica. 
Este clima de altas taxas de umidade e a 
temperatura elevada favorecem os processos de 
intemperismo químico, que decompõem os minerais 
mais frágeis, como o feldspato e micas que são 
comuns nas rochas graníticas do embasamento 
cristalino e nas coberturas sedimentares, 
promovendo sua argilização (Alheiros et al., 2003). 
Isto tem forte implicação nos processos de 
deslizamento, já que os grãos arenosos dos 
sedimentos da Formação Barreiras contribuem para 
aumentar o conteúdo de argila, favorecendo os 
movimentos de massa (a partir de Bandeira, 2003). 
 
 
3.2.2 Vegetação 
 
A vegetação dominante na área de estudo é formada 
por Mata Atlântica. Ocorrem na área de estudo em 
pequenos perímetros isolados estando circundadas 
por edificações urbanas e protegida por leis de 
preservação ambiental. 
Dentre estas, destacam-se: a Mata de Dois 
Irmãos, com 389 ha em Recife; a Mata Privê 
Vermont, com 170 ha em Camaragibe; a Mata do 
Gurjaú e outras (Mata do Engenho Salgadinho, 
Manassu, Mussaíba, etc), com uma total superior a 
1000 ha em Jaboatão dos Guararapes. Nos 
tabuleiros localizados a oeste podem ser observadas 
vegetações semelhantes à de Cerrado, como 
gramíneas e arbustos, e algumas culturas de 
subsistência. 
 
 
3.2.3 Relevo 
 
Na área de estudo, o relevo é caracterizado por uma 
quebra pronunciada entre a planície e os morros. 
Nas áreas de morros pode-se encontrar altitudes, em 
relação ao nível do mar, de até 100 metros para 
Recife, 150 metros para Camaragibe e 200 metros 
para Jaboatão dos Guararapes (Figura 8). Na 
planície não são raras as regiões em que os terrenos 
estão cotados abaixo do nível do mar. 
Geomorfologicamente, a área está representada por 
pelo menos três componentes bem definidos: 
Planície, Tabuleiros, e Morros, que mostram uma 
planície fluvio-marinha circundada por morros 
cristalinos e tabuleiros de rocha sedimentares. 
 
 
 
6 
 
 
Figura 8: Mapa de Relevo (3d) da Área de Estudo: 
Municípios de Recife, Camaragibe e Jaboatão 
 
3.2.4 Solo 
 
Nas áreas de morros da área de estudo tem-se a 
predominância de Latossolos e Argissolos. Os 
Argissolos são compostos por solos minerais não 
hidromórficos e constituídos por argilas de baixa 
atividade. Em geral são profundos, bem drenados e 
com seqüência de horizontes A, Bt, C ou, A, E, Bt e 
C. Sua distribuição abrange principalmente as áreas 
mais elevadas a norte e a sudoeste, recobrindo as 
unidades geológicas cristalinas e o terço médio dos 
sedimentos da Formação Barreiras. Os Latossolos 
compõem solos minerais, não hidromórficos, com 
horizonte B latossólico, em elevado estágio de 
intemperização. São bastante evoluídos e profundos, 
com espessura maior que 2,0 m, com 
permeabilidade elevada, variando de bem a 
acentuadamente drenados. Possuem seqüência de 
horizontes do tipo A, Bw, C, distribuindo-se sobre 
as unidades cristalinas e sobre o topo dos tabuleiros 
da Formação Barreiras em áreas vizinhas aos 
latossolos no norte e sudoeste da área de estudo. 
Também se encontram, em menor proporção, os 
Espodossolos e os Gleissolos Háplicos que são 
compostos por solos minerais, originado a partir de 
sedimentos arenosos. Em geral são hidromórficos, 
de textura arenosa. São comuns nas várzeas dos rios 
e estão localizados à oeste e sudoeste da área de 
estudo. 
 
3.2.5 Hidrografia 
 
A hidrografia da área de estudo é caracterizada 
pelos rios Capibaribe, Beberibe e Jaboatão, 
constituindo os principais eixos de drenagem, além 
dos rios Tejipió, Jiquiá e Jorão, que formam um 
estuário comum e deságuam no oceano atlântico. 
Nas áreas também há presença de lagos e lagoas, 
tais como a Lagoa do Araçá, em Recife e a Lagoa 
Olho D'Água, em Jaboatão dos Guararapes e 
também alguns açudes como o da Prata e Apipucos, 
ambos em Recife, e a Barragem Duas Unas. 
 
 
3.2.6 Geologia 
 
Embora predominem áreas do embasamento 
cristalino nos três municípios, a unidade mais 
presente nas áreas de morros ocupados é a 
Formação Barreiras. A Figura 9 apresenta as 
principais unidades geológicas na área de estudo. 
Os sedimentos da Formação Barreiras estão 
localizados basicamente em duas porções: A 
primeira é mais setentrional, abrangendo os 
tabuleiros do norte de Camaragibe e de Recife; e a 
segunda, mais meridional, compreende restos de 
tabuleiros e morros existentes entre os limites 
municipais norte de Jaboatão e sul de Recife. 
 
Figura 9: Mapa das Principais Unidades Geológicas 
da Área de Estudo. Fonte: Alheiros (1998) 
7 
 
A Formação Barreiras teve sua deposição 
associada aos eventos cenozóicos de natureza 
climática e/ou tectônica, que permitiram, durante o 
final do Terciário (Plioceno), há cerca de dois 
milhões de anos, o extenso recobrimento das 
superfícies expostas do embasamento, colmatando 
um relevo movimentado (Alheiros, 1998). Ela é 
dominada por processos fluviais, expressas pelos 
sistemas deposicionais de leque aluvial proximal, 
leque aluvial / planície aluvial e por canal fluvial 
entrelaçado (Bandeira et al. 2006 e De Paula, 2008). 
A fácies de leque aluvial é formada pela 
deposição de sedimentos no sopé de regiões com 
relevo acentuado e sob condições climáticas 
variando entre semi-árido e úmido. Os depósitos 
desta fácies ocorrem na região norte noroeste e oeste 
do município de Recife e centro norte e sudoeste em 
Camaragibe. Num contexto mais regional, estão 
localizados na porção mais a oeste da faixa 
sedimentar, já em contato com o embasamento 
cristalino. Este sistema deposicional é desenvolvido 
sob um regime de fluxos de alta energia decorrentes 
de fortes gradientes capazes de tracionar e depositar 
seixos e outros materiais provenientes dos solos do 
embasamento cristalino (Figura 10). 
A fácies leque aluvial / planície aluvial 
corresponde aos depósitos formados em extensas 
áreas que são recobertas ciclicamente por água nos 
períodos de cheia e transbordamento dos canais de 
sistemas fluviais. Sua área de abrangência está 
restrita às porçõesà oeste, próximo ao limite 
municipal entre Camaragibe e Recife, e a sul, 
próximo ao limite entre Jaboatão dos Guararapes e 
Recife. Este sistema deposicional mostra uma 
estratificação horizontal com intercalação de 
camadas arenosas e argilosas (Figura 11). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Detalhe da Fácies Leque Aluvial (Fonte: 
De Paula, 2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Fácies Leque Aluvial / Planície Aluvial 
A fácies de canal fluvial entrelaçado é a mais 
abrangente e está presente nas áreas onde ocorrem 
os depósitos a norte nordeste da área de estudo. Esta 
fácies é caracterizada por sedimentos formados sob 
regimes de fluxo superior com flutuações de 
descarga que permitem o transporte de areias e 
cascalhos por tração, e de materiais finos por 
suspensão. Os fluxos aquosos são de alta energia, 
fortes declives e de elevadas taxas de suprimento 
sedimentar resultando no estabelecimento de 
múltiplos canais rasos interligados entre si e 
separados por barras fluviais de areia e cascalho. 
A maioria das áreas de morros da Região 
Metropolitana do Recife é constituída por 
sedimentos da Formação Barreiras e por 
conseqüência, a maioria dos desastres ocorre nesses 
sedimentos. Em estudo realizado por De Paula 
(2008), foram detalhados alguns afloramentos da 
Formação Barreiras na área de estudo. 
O solo residual também é um importante material 
que apresenta problemas de movimentos de massa 
na RMR. Na área de estudo as rochas do 
embasamento cristalino são extensamente capeadas 
pelo seu solo residual, aflorando de forma isolada 
em alguns pontos. Nos granitos, a ação do 
intemperismo químico altera os feldspatos para 
materiais argilosos, contribuindo para os 
deslizamentos ocorridos nos municípios. 
Apesar dos escorregamentos ocorridos nas áreas 
constituídas por Formação Barreiras e por solo 
residual, são poucos os estudos aprofundados nestas 
geologias onde podemos citar os trabalhos de 
Gusmão Filho et al. (1986); Ferreira (1991); 
Coutinho et al. (1999; 2006); Lafayette (2000); 
Lima (2002); Bandeira (2003); Lafayette et al. 
(2003, 2005); Silva (2006); Coutinho e Silva (2005); 
Santana e Coutinho (2006); Coutinho et al. (1999) e 
Meira (2008). 
Dando continuidade aos estudos realizados, 
vamos mapear a predominância das fáceis da 
Formação Barreiras bem como do solo residual do 
embasamento cristalino, caracterizando 
geotecnicamente esses materiais. Juntamente com 
este mapeamento, vamos gerar um mapa de 
localização dos principais processos ocorridos nas 
encostas da área de estudo e conhecer o 
comportamento de cada material frente às 
ocorrências da chuva. Através deste estudo daremos 
contribuições importantes para o gerenciamento de 
áreas de risco na Região Metropolitana do Recife. 
 
 
4 CARACTERIZAÇÃO DAS CHUVAS NA 
ÁREA DE ESTUDO 
 
Como dito anteriormente, a chuva é o principal fator 
acionante dos escorregamentos de encostas na 
Região Metropolitana do Recife. Para o 
aprimoramento de gerenciamentos de áreas de risco 
nos municípios, estamos caracterizando as chuvas 
8 
 
em diversas localidades das cidades envolvidas 
nesta pesquisa. Através do aumento da malha de 
monitoramento das chuvas, será possível 
compreender os processos atuantes e contribuir para 
o aperfeiçoamento da gestão municipal. 
A escolha dos locais para o monitoramento dos 
índices pluviométricos partiu das informações das 
áreas de risco existentes nos municípios, através dos 
resultados de seus Planos Municipais de Redução de 
Riscos e da geologia das áreas de morros. 
Através das agências financiadoras deste projeto 
de pesquisa, foram adquiridos 17 pluviômetros; 
sendo: 11 pluviômetros manuais (Vile de Paris); e 
06 pluviômetros registradores (Data Log). 
Nos municípios do Recife e Camaragibe foram 
instalados 04 pluviômetros manuais e 02 
pluviômetros registradores em cada cidade. Em 
Jaboatão dos Guararapes foram instalados 03 
pluviômetros manuais e 02 pluviômetros 
registradores. A Figura 12 apresenta a distribuição 
geográfica dos pluviômetros instalados e existentes 
nas áreas, sobrepostas nas áreas de risco dos 
municípios de Recife, Camaragibe e Jaboatão. 
Resultados preliminares desta pesquisa já 
mostram a variação do volume de chuvas em cada 
município. Em um mesmo território municipal as 
precipitações são distintas para diversas áreas, 
contrariando o que é divulgado na imprensa. 
Resultados do monitoramento das chuvas deste 
ano, nos municípios de Recife, Camaragibe e 
Jaboatão dos Guararapes são mostrados nas Figuras 
13, 14 e 15 respectivamente. 
 
 
Figura 12: Distribuição Geográfica dos 
Pluviômetros Sobrepostos às Áreas de Risco 
No município de Recife, as chuvas mensais 
ocorridas ao longo deste ano ficaram acima da 
média, para a maioria dos pontos monitorados 
(Figura 13). A exceção ocorreu no mês de março em 
que houve um período de “veranico” na RMR. No 
mês de fevereiro houve vários deslizamentos de 
encostas no município, o que foi justificado pelo 
índice de chuva acima da média mensal, ainda 
associado ao solo que se encontrava com umidade 
relativamente elevada devido às chuvas do mês de 
janeiro. O mês de maio pode ser considerado como 
um mês de chuva um pouco acima da média do 
município. 
No município de Camaragibe, o volume de 
chuvas mensais ocorrido este ano ficou acima da 
média nos meses de fevereiro, abril e maio, para 
todos os locais monitorados (Figura 14). Os meses 
de janeiro e março apresentaram índices 
pluviométricos abaixo da média, com períodos de 
estiagem. No dia 22 de fevereiro houve 
deslizamentos no município de Camaragibe, com 
uma vítima fatal, na localidade denominada 
Loteamento São Jorge (Tabatinga). Nesta ocorrência 
o índice pluviométrico registrado foi de 98,5 mm 
em 12h, medido pelo pluviômetro mais próximo. 
Diferente da cidade do Recife, o acumulado de 
chuva do mês de maio ficou acima da média do 
município. 
No município de Jaboatão dos Guararapes, assim 
como nos outros municípios, o volume de chuvas 
mensais ocorrido nos meses passados deste ano 
ficou acima da média nos meses de janeiro, 
fevereiro e abril, para todos os locais monitorados 
(Figura 15). Em maio, o volume de chuva do mês, 
ficou dentro da média do município. O mês de 
março apresentou um volume de chuva mensal 
abaixo da média para todos os locais monitorados, 
caracterizando um mês de estiagem na região. 
Estes resultados demonstram que a precipitação 
não é homogênea nos municípios e apontam áreas 
onde o solo pode se apresentar mais úmido, de 
acordo com o volume de chuva acumulado, podendo 
ter maiores ocorrências de deslizamentos de 
encostas ou de processos erosivos, a depender das 
características geotécnicas da área. 
No último dia 12 de junho do corrente ano, vários 
escorregamentos ocorreram nos municípios da 
RMR, após uma precipitação concentrada com 
duração de 12 horas. A Figura 16 apresenta os 
índices pluviométricos registrados nos pluviômetros 
implantados e considerados neste estudo. Observa-
se que a chuva não é homogênea para o mesmo 
território municipal. A exemplo do município do 
Recife verifica-se que no Alto da Brasileira, Zona 
Norte, a precipitação pluviométrica foi de 50% da 
precipitação que ocorreu na Lagoa Encantada, na 
Zona Sul do Recife (130 mm em 12 horas). Neste 
dia foram registrados dois deslizamentos com o total 
de quatro vítimas fatais na RMR. Um deslizamento 
com 01 vítima ocorreu no Recife, na localidade de 
9 
 
UR-5, próxima da Lagoa Encantada; e outro 
deslizamento ocorreu em Jaboatão, na localidade do 
Alto Dois Carneiros, próximo do Jardim Monte 
Verde (110 mm em 12 horas). 
 
Figura 13: Índices Pluviométricos Mensais no 
Município do Recife. Ano 2009. 
Fonte: GEGEP/UFPE, Prefeitura do Recife, 
Compesa, Inmet, LAMEPE 
 
 
Figura 14: Índices Pluviométricos Mensais no 
Município de Camaragibe. Ano 2009. 
Fonte: GEGEP/UFPE, Prefeitura de Camaragibe, 
LAMEPE 
 
 
Figura 15: Índices Pluviométricos Mensais no 
Município de Jaboatão dosGuararapes. Ano 2009. 
Fonte: GEGEP/UFPE, Prefeitura de Jaboatão dos 
Guararapes, Compesa. 
 
 
 
Figura 16: Índices Pluviométricos da Madrugada do 
Dia 12 de Junho, nos Municípios do Recife, 
Camaragibe e Jaboatão. Ano 2009. 
Fonte: GEGEP/UFPE, Compesa, Inmet, LAMEPE 
 
 
5 CONCLUSÕES 
 
Para o aprimoramento do gerenciamento de áreas de 
risco é essencial uma boa caracterização geológico-
geotécnica dos materiais e o entendimento dos 
processos frente à ocorrência das chuvas. 
A continuidade desta pesquisa trará um conjunto 
de informações geológico-geotécnicas dos solos 
constituintes dos morros e informações sobre os 
principais processos atuantes nas áreas, com o 
entendimento dos mecanismos de instabilização. 
Através do mapeamento da predominância dos 
materiais constituintes e de suas caracterizações 
geológico-geotécnicas associadas ao monitoramento 
dos volumes de chuvas distribuídos, daremos 
subsídios às prefeituras para futuras elaborações de 
planos preventivos de defesa civil na Região 
Metropolitana do Recife. 
Os resultados desta pesquisa poderão subsidiar as 
defesas civis municipais para concentrar suas ações 
de alerta em áreas e períodos específicos, em seu 
território municipal, com maior entendimento dos 
mecanismos e materiais envolvidos. 
 
 
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