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PSICOLOGIA FORENSE PALESTRA

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PSICOLOGIA FORENSE/JURÍDICA
PERÍCIA JUDICIAL
Cesare Beccaria
Nasceu em Milão – 1.738;
Jurista e economista, considerado filósofo;
Marques de Beccaria;
Formador da Sociedade Literária de Milão;
Catedrático de Economia na Escola Palatinas na de Milão;
Conselheiro do Conselho Econômico de Milão.
HISTÓRICO
IDEIAS IMPORTANTES
Em 1.764 escreveu Dos Delitos e das Penas – contra as tradições jurídicas (razão e o sentimento);
Atacava a violência e a pena de morte;
Defendeu a proporcionalidade da prisão;
Fez a reforma no sistema penal;
Início da Escola Clássica.
Cesare Lombroso 
Nasceu em Verona – 1.835;
Médico psiquiatra, considerado filósofo;
Diretor do manicômio da cidade de Pesaro;
Cátedra da Faculdade de Medicina de Turim;
Estudo: delinquência e demência;
Teoria do delinquente nato.
HISTÓRICO
OBRAS
• 1874 –Gênio e loucura 
• 1876 –O homem delinqüente 
• 1891 –O delito 
• 1891 –O anti-semitismo e as ciências modernas 
• 1893 –A mulher delinqüente, a prostituta e a mulher normal 
• 1893 –As mais recentes descobertas e aplicações da psiquiatria e antropologia criminal 
• 1894 – Os anarquistas 
• 1894 – O crime, causas e remédios
IDEIAS IMPORTANTES
Criador da Antropologia Criminal
Fundador da escola positiva do direito penal;
Estudo de tatuagens;
Traços físicos, biológicos e mentais;
Desresponsabilização do crime – incapacidade
Delinquência hereditária para o mal;
“Na realidade, para os delinqüentes-natos adultos não há muitos remédios; é necessário isolá-los para sempre, nos casos incorrigíveis, e suprimi-los quando a incorrigibilidade os torna demasiado perigosos”.(LOMBROSO)
Dois tipos de criminosos:
o criminoso por ocasião possuiriam os estigmas hereditários da delinquência, entretanto só reagiriam em situações emocionais extremas, não sendo classificados de criminosos natos por Lombroso. 
Os criminosos por paixão, pessoas com o lado emocional exacerbado, e que geralmente cometem o delito na juventude devido o “temperamento indomesticável”. Possuiriam feições semelhantes aos loucos ou epilépticos, sem muita resistência psicológica para dominar suas pulsões animalescas. Dificilmente comoviam-se após cometerem o delito, já que o senso de moral lhes estava pouco desenvolvido. Segundo Lombroso, quando um criminoso por paixão arrependia-se de ter cometido a infração, ocorria o suicídio ou era acometido pela alienação mental.
CRIMINOLOGIA
Estudo dos fenômenos criminais;
Técnicas de investigação criminal que consiste em inferir aspectos psicossociais com base em análise psicológica, criminalistas e forenses das ações criminosas;
Objetivo: explicar e prevenir crimes;
HISTÓRICO
Termo usado pela 1ª vez pelo francês Paul Topinard (médico francês que estudou a diferença entre a razão humana em comparação com as características fisiológicas e patológicas);
1.885 - Termo reconhecido mundialmente na obra Criminologia de Raffaele Garafalo, discípulo de Lombroso.
1.921 - Kretschermer faz a comparação entre o indivíduo e o seu comportamento;
1.930 - Jacques Lacan escreve o doutorado “Da psicose paranoica em suas relações com a personalidade” onde associa a responsabilidade á estrutura psíquica.(crime é resultado do adoecimento psíquico)
1.970 – Nova Criminologia - o desvio nasce dos conflitos socioeconômicos, estudo da violência dirigida á sociedade. (nasce o perfil criminal – personalidade, comportamento e motivação ( tipologia criminal))
PERFIL CRIMINAL
Nasce nos EUA;
Modelos:
Análise de investigação criminal (CIA – FBI);
Psicologia investigativa (David Canter – Psicólogo diretor do Centro de Psicologia Investigativa);
Perfil de ação criminal (Richard Kocsis – Psicólogo e criminalista);
Análise dos vestígios comportamentais (Brent Turvey – Psicólogo Diretor do Instituto de Criminologia Forense)
PSICOLOGIA FORENSE/JURÍDICA NO BRASIL
Inicia no Rio de Janeiro;
Eliezer Schneider – Um dos primeiros psicólogos brasileiros.
Ao terminar a faculdade de direito em 1939 (UFRJ) prestou concurso para o Instituto de Psicologia da UFRJ – 1941;
Se interessou no estudo da personalidade do criminoso, do papel da punição e da influência na recuperação ou não da criminalidade, principalmente, quanto aos efeitos constitutivos do indivíduo.
obteve o título de Mestre em Psicologia pela Universidade de Iowa (EUA) durante seu serviço junto ao Instituto de Psicologia.
Inicia na área criminal com atuação nos presídios de forma discreta com apenas aplicações de testes psicológicos;
1970 – Quando da regulamentação da profissão, já existem setor terapêutico criminal nas unidades prisionais; 
Apenas com o advento da Lei de Execuções Criminais n.º 7.210/84, os psicólogos que atuam nas penitenciárias foram reconhecidos;
Dec. 80 - Implantação de psicólogo na área cível composto por estagiários e serviço voluntário no TJ-SP na década de 80;
Após a criação da Assessoria Psicossocial da 3ª Vara de Família da Comarca de Brasília (1985) com intuito de assessoramento dos magistrados que atuavam naquela vara em processos de divórcios, guardas e visitas;
O artigo 3º do Provimento 236/85 do Egrégio Conselho Superior da Magistratura cria-se em agosto de 1985 pelo Juiz de Menores Corregedor Permanente o primeiro Setor de psicologia da Vara central composto com, 05 psicólogos para atuação na Vara da Infância e Juventude. 
Por meio do provimento 11 de 1992 cria-se o serviço Psicossocial Forense no TJDF com atuação em 3 frentes do judiciário:
Seção Psicossocial da Vara de Execuções Criminais
Seção Psicossocial Pedagógica, objetivando assistir à administração do TJDF e orientar os servidores da casa e seus dependentes; (medida socioeducativa da Vara da Infância e Juventude)
Seção Psicossocial Forense, oriunda da Assessoria Psicossocial Forense, para assessorar os Juízos que tratam de questões do Direito de Família.
O Conselho Federal de Psicologia reconhece a Psicologia Jurídica como uma Ciências Psicológica em 2000.
Em 2010 o CFP edita as Referencias Técnicas para a atuação do psicólogo em Varas de Família onde amplia a área de intervenção do psicólogo forense. (orientação, aconselhamento, encaminhamento, participação ativa nas políticas públicas)
O CFP edita a resolução 008/10 Dispõe sobre a atuação do psicólogo como perito e Assistente Técnico no Poder Judiciário.
Pela resolução do CFP n.º 007/2003 de 18 de junho de 2010. Institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica e revoga a Resolução CFP ° 17/2002. 
PERÍCIA JUDICIAL
Fundamento:
Princípio constitucional da ampla defesa e contraditório;
Regulado pelo CRF – Resolução 008/2010 e 007/2003
Em conjunto com a legislação federal – Código Processo Penal, Código de Processo Civil e ECA;
Quem são os peritos psicólogos: (auxiliares da justiça)
Perito forense/jurídico/oficial – concurso ou nomeação;
Assistente Técnico – eleito pelas partes do processo. 
Principais Limites éticos: Res. 008/2010 do Conselho Federal de Psicologia
Evitar afrontar ao Princípio da autonomia teórico-técnico e ético-profissional; 
Atuar nos limites de intervenção da perícia;
Não constranger o periciando;
O Assistente técnico não pode estar presente no momento da perícia para evitar interferência na dinâmica e qualidade do serviço;
Não pode o psicólogo atuar como psicoterapeuta das partes e perito ao mesmo tempo, ou, ser perito de paciente atendido por ele;
Ter espaço apropriado para a perícia;
Recomenda a existência de Termo de Compromisso firmado com a anuência das partes;
Avaliação psicológica – requisitos formais do Conselho Federal de Psicologia
Observar o Manual de elaboração de documentos escritos da Resolução 007/2003;
Respeitar os princípios éticos e técnicos definidos pelo Código de Ética e Disciplina da Psicologia;
Cuidado em relação ao tratamento da pessoa atendida;
Sigilo profissional;
Limites de alcance do laudo, ser objetivo a finalidade;
Linguagem coloquial;
Qualidade com base no princípio científico;
Avaliação psicológica – Requisitos legais processuais
A exposição do objeto da perícia;Análise técnica ou científica realizada pelo perito;
Indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou;
Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
A fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.
O perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
Tipos de avaliação psicológica:
Declaração; 
Atestado Psicológico; 
Relatório ou Laudo Psicológico; 
Parecer Psicológico. 
Declaração
Deve informar ocorrência de fatos ou situações objetivas.
Ex. usado para declarar comparecimento para o periciando ou seus familiares.
Utilizado apenas pelos peritos nomeados.
Não se trata de avaliação psicológica.
Atestado Psicológico
Certifica determinada situação ou estado psicológico;
Serve para atestar situações psicológicas, solicitar afastamento e/ou dispensa do periciado;
Não é utilizado na área jurídica.
Relatório ou Laudo Psicológico
Apresentação descritiva de uma situação e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais;
Deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados;(entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico, intervenção verbal);
Finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo da avaliação psicológica;
Relatando sobre o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso;
Orientar e sugerir projeto terapêutico;
Solicitação de acompanhamento psicológico;
Limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à demanda, solicitação ou petição. 
Utilizado nas penitenciárias;
Avaliação mais genérica.
Parecer Psicológico
É o mais usado na área jurídica pois contém:
Documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo psicológico;
Resposta de uma questão problema;
Analisar o problema apresentado;
Dirimir dúvidas;
Esclarecer quesitos;
Apresentar posicionamento respondendo a questão.
Áreas que utilizam as avaliações psicológicas
Área Cível : declaração de capacidade civil (Ações de interdição), doença ocupacional;
Área Família: Ações de guarda, Ação de divórcio, Ação de visitas, Ação de Incidente de Alienação Parental;
Área Criminal: Incidente de insanidade, progressão de pena, perícia de análise de crime;
Área Trabalhista e previdenciária: Capacidade laborativa e doença ocupacional;
OBS. Muitas acompanham laudo proferido por Psiquiatra.
MODELOS DE LAUDOS
“A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para a frente”. (Soren Kiierkegaard, filósofo dinamarquês /1813-1855) 
Obrigada
Dra. Luciane Magioni Rodrigues
lucianerodrigues@aasp.org.br , tel. (011) 99376-3004

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