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Genética – Aula 3 
Mutações gênicas. 
MUTAÇÕES 
 As alterações do DNA podem ser 
divididas em mutações gênicas ou 
aberrações cromossômicas. 
 Uma mutação é definida como 
qualquer alteração permanente do 
DNA. 
 Pode ocorrer em qualquer célula, 
tanto em células da linhagem 
germinativa como em células 
somáticas. 
 As mutações envolvem Mutações 
Cromossômicas (quebra ou rearranjo 
dos cromossomos) e Mutações 
Gênicas. 
 Quando as alterações do genoma 
envolve um ou alguns poucos 
nucleotídeos, são denominados 
MUTAÇÕES GÊNICAS. 
 Substituição de Nucleotídeos 
A substituição de um único 
nucleotídeo ( ou mutação de ponto ) 
numa seqüência de DNA pode alterar 
o código de uma trinca de bases e 
levar à substituição de uma trinca de 
bases por outra. 
 Mutações de Sentido Trocado 
 
 Alteram o "sentido" do filamento codificador do gene ao 
especificar um aminoácido diferente. 
 Mutações Sem Sentido 
 
 
Normalmente a tradução do RNAm cessa quando um códon 
finalizador ( UAA, UAG e UGA) é alcançado. Uma mutação que 
gera um dos códons de parada é denominada mutação sem 
sentido. 
 Deleções e Inserções 
 
Causadas pela inserção ou deleção de um ou mais pares de 
bases. 
 Deleção e Inserção de Códons 
Quando o número de bases envolvidas não é múltiplo de três, 
a mutação altera a leitura da tradução a partir do ponto de 
mutação resultando numa uma proteína com seqüência de 
aminoácidos diferentes. 
 Quando o número de bases envolvidas é múltiplo de três, a 
mutação resulta numa proteína com a adição ou falta de 
aminoácidos. 
Quando ocorre a inserção de elementos repetitivos há o 
interrompimento das seqüências codantes 
As mutações podem ser classificadas 
de acordo com seu efeito... 
 Em: 
 Diretas: as substituição de bases que 
resultam na troca do aminoácido 
original para um novo aminoácido. Ex: 
UUU (fenil) para UUA (leu); 
 Reversas: as responsáveis pelo 
processo inverso, quando ocorrem no 
mesmo ponto. Ex: UUA (leu) para 
UUU (fenil). 
 Silenciosas: quando a mudança 
implica em um códon sinônimo, que 
não altera o aminoácido. Ex: UUU 
(fenil) para UUC (fenil) 
 Neutras: quando a substituição de 
base resulta em troca de aminoácido, 
mas isso não afeta a atividade da 
proteína. 
Genética Humana 
As base cromossômicas da 
hereditariedade: Alterações 
cromossômicas. 
ABERRAÇÕES 
CROMOSSÔMICAS 
 As aberrações cromossômicas podem ser 
numéricas ou estruturais e envolver um 
ou mais autossomos, cromossomos 
sexuais ou ambos. 
 
 As aberrações cromossômicas 
numéricas incluem os casos em que 
há aumento ou diminuição do número 
do cariótipo normal da espécie 
humana, enquanto as aberrações 
cromossômicas estruturais incluem os 
casos em que um ou mais 
cromossomos apresentam alterações 
de sua estrutura. 
Aberrações Numéricas 
 As aberrações numéricas dos 
cromossomos são classificadas em 
dois grandes grupos: 
 
 ANEUPLOIDIAS E EUPLOIDIAS 
(Poliploidia) 
 
Aneuploidias 
 
 Há um aumento ou diminuição de 
um ou mais pares de 
cromossomos, mas não de todos. 
A maioria dos pacientes 
aneuplóides apresenta trissomia 
(três cromossomos em vez do par 
normal de cromossomo) ou, menos 
freqüente, monossomia (apenas um 
representante de um cromossomo). 
 
 O mecanismo cromossômico mais 
comum da aneuploidia é a não-
disjunção meiótica, uma falha da 
separação de um par de 
cromossomos durante uma das 
duas divisões meióticas. 
As consequências da não-disjunção 
durante a meiose I e a meiose II são 
diferentes: 
 
 Quando o erro ocorre na Meiose I, os gametas 
apresentam um representante de ambos os 
membros do par de cromossomos ou não 
possuem todo um cromossomo. 
 
 Quando o erro ocorre na Meiose II, os gametas 
anormais contém duas cópias de um 
cromossomo parental ( e nehuma cópia do 
outro) ou não possuem um cromossomo. 
 
Euploidias 
 
 A alteração é múltiplo exato do 
número haplóide (n). A sobrevivência 
de um indivíduo totalmente euplóide é 
impossível, e quase todos os casos de 
triploidia (3n) ou de tetraploidia (4n) 
somente foram observados em 
abortos espontâneos. Raros foram os 
casos que chegaram a termo e, 
mesmo assim, eram de natimortos ou 
de morte neonatal 
 A triploidia provavelmente resulta de 
falha de uma das divisões da 
maturação no ovócito ou, geralmente, 
no espermatozóide. 
 Os tetraplóides sempre são 92, XXXX 
ou 92, XXYY, resultantes em geral de 
uma falha da conclusão de uma 
divisão por clivagem inicial do zigoto. 
 
Triploidia 
Aberrações Estruturais dos 
Cromossomos 
 Durante a intérfase quando os 
cromossomos estão mais distendidos e 
metabolicamente ativos, eles são mais 
vulneráveis a variações do ambiente que 
provocam rupturas de sua estrutura. 
 As aberrações estruturais dos 
cromossomos resultam de quebra 
cromossômica seguida de reconstituição 
em uma combinação anormal. 
 Os rearranjos estruturais são definidos 
como equilibrados e não-equilibrados. 
 
 Rearranjos não-equilibrados 
 
 Quando o conjunto cromossômico 
possui informações a mais ou a 
menos. Os rearranjos não-
balanceados envolvem: 
 
 Deleção 
 A deleção resulta em desequilíbrio do cromossomo por perda 
de um segmento cromossômico. Uma deleção pode ser 
terminal ou intersticial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As deleções podem originar-se por quebra cromossômica e 
perda do segmento acêntrico. Em alguns casos, as deleções 
ocorrem por um crossing-over desigual entre cromossomos 
homólogos desalinhados ou cromátides-irmãs. 
 
 Duplicação 
 
 Em geral, a duplicação parece ser 
bem menos nociva que a deleção. 
As duplicações podem originar-se 
por crossing-over desigual ou por 
segregação anormal da meiose num 
portador de uma translocação ou 
inversão 
 Cromossomos em anel 
 As deleções terminais nos dois braços de um cromossomo 
podem dar origem a um cromossomo em anel, se as 
extremidades livres fraturadas se soldarem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os cromossomos em anel podem dividir-se normalmente 
durante a mitose ou meiose, mas sujeitos à degeneração 
 
 Isocromossomos 
 São cromossomos que apresentam deficiência total de um 
dos braços e duplicação completa do outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Uma hipótese plausível é a que considera a possibilidade de 
um cromossomo sofrer fratura exatamente junto ao 
centrômero, pouco antes da anáfase mitótica ou da meiose II. 
 
 
 Cromossomos dicêntricos 
 
 São cromossomos que apresentam 
dois centrômeros. Os 
cromossomos dicêntricos tendem a 
quebrar-se na anáfase, se os dois 
centrômeros estiverem próximos, 
se um centrômero for inativado, um 
cromossomo dicêntrico pode ser 
estável. 
 
 Translocação 
 
 Dois cromossomos sofrem quebras 
e há a soldadura de um segmento 
cromossômico a uma região 
fraturada de outro. 
 
 Existem dois tipos principais: 
 Translocações recíprocas 
 
 Resultam de quebra de cromossomos não 
homólogos, com trocas recíprocas de segmentos 
soltos. 
 
 Quando os cromossomos de uma translocação 
recíproca balanceada se pareiam na meiose, 
forma-se uma figura quadrirradial (em forma de 
cruz). 
 
 Na anáfase os cromossomos se segregam a partir 
desta configuração de três maneiras possíveis: 
 
 
 Translocações robertsonianas 
 
 Envolve dois cromossomos 
acrocêntricos que se fundem próximos 
à região do centrômero com perda dos 
braços curtos. 
 
 
Translocação 
Não recíproca 
Translocação 
Recíproca 
Translocação 
Não recíproca 
Crossing-Over desigual 
(Duplicação / Deleção) 
Translocação 
Recíproca 
(Robertsoniana) 
 Rearranjos equilibrados 
 
 Quando o conjunto cromossômico 
possui o complemento normal de 
informações.Todas as informações 
genéticas estão presentes, mas 
acondicionadas de modo diferente. 
 
 Inversão 
 Inversãoé a ocorrência de duas quebras 
em um cromossomo unifilamentoso 
durante a interfase e a soldadura em 
posição invertida do fragmento ao 
restante do cromossomo. A inversão é 
dita paracêntrica se as quebras 
ocorrerem em um mesmo braço 
cromossômico, e é denominada 
pericêntrica se o fragmento 
cromossômico invertido incluir o 
centrômero. 
 
 
Duplicação Direta e Invertida 
TRISSOMIAS 
AUTOSSÔMICAS 
 Síndrome de Down 
 A Síndrome de Down ou trissomia do 21, é 
sem dúvida o distúrbio cromossômico mais 
comum e a mais comum forma de 
deficiência mental congênita. 
 Geralmente pode ser diagnosticada ao 
nascimento ou logo depois por suas 
características dismórficas, que variam 
entre os pacientes, mas produzem um 
fenótipo distintivo 
 
 47, XX ou XY +21 - Características: 
 Prega Epicântica 
 Hipotonia 
 Hiperflexibilidade das Juntas 
 Baixa estatura com ossos curtos e 
largos 
 Deficiência Mental moderada 
 Frequência de 1/700 - 
1/1000 nascidos vivos 
 
 
SÍNDROME DE PATAU 
 Características: 
 47, XX (ou XY) + 13 
 Deficiência mental; 
 Surdez; Polidactilia 
 Lábio e/ou Palato Fendido 
 Anomalias Cardíacas 
 Ocorrência 1/10.000 
 88% morre no 1º mês só 5% sobrevive até 
o 6º mês 
 
 
 
SÍNDROME DE EDWARDS 
 Características: 
 Deficiência mental e crescimento 
 Hipertonicidade 
 Implantação baixa das orelhas 
 Mandíbula Recuada 
 Rim duplo 
 Ocorrência 1/6.000 nascimentos 
 5% a 10% sobrevive o 1º ano 
 
 
Mosaicismo 47, XX ou XY +8 / 
Normal 
 Características: 
 Estrabismo, hipertelorismo 
 Deficiência mental variável (leve a severa) 
dependendo do grau de mosaicismo 
 Crescimento variável 
 Orelhas com lobos alterados 
 Tronco alongado e magro, escápula e esterno 
anormais 
 Pescoço curto ou alado 
 Mamilos muito afastados 
 Defeitos cardíacos 
 Ocorrência de mais de 100 casos relatados 
 
SÍNDROMES DE DELEÇÃO 
AUTOSSÔMICA 
 Síndrome do Miado do Gato (5p-) 
 Há uma deleção do braço curto do 
cromossomo 5. Tal síndrome recebeu 
esse nome em virtude do choro típico 
dos pacientes afetados, o qual lembra 
o miado de gatos. 
 Os afetados se caracterizam por apresentar 
assimetria facial, com microcefalia (cabeça 
pequena), má formação da laringe (daí o choro 
lamentoso parecido com miado de gato), 
hipertelorismo ocular (aumento da distância 
entre os olhos), hipotonia (tônus muscular 
deficiente), fenda palpebral antimongolóide 
(canto interno dos olhos mais altos do que o 
externo), pregas epicânticas, orelhas mal 
formadas e de implantação baixa , dedos 
longos, prega única na palma das mãos, atrofia 
dos membros que ocasiona retardamento 
neuromotor e retardamento mental acentuado 
 
 
DISTÚRBIOS DOS CROMOSSOMOS 
SEXUAIS - Alossômicas 
 
 As anormalidades dos cromossomos 
sexuais, a exemplo das anormalidades 
autossômicas, podem ser numéricas 
ou estruturais e apresentar-se em 
todas as células ou na forma de 
mosaico. 
 
SÍNDROME DE TURNER 
 45, X0 - Características: 
 Desenvolvimento sexual retardado (indicando a 
necessidade de realização de análise cariotípica 
em adolescentes de baixa estatura que não 
apresentarem desenvolvimento das mamas até os 
13 anos e apresentarem amenorréia primária ou 
secundária) 
 Geralmente estéreis ou subférteis 
 Baixa estatura; 
 Tendência a obesidade 
 Pescoço Alado 
 Defeitos Cardíacos 
 Ocorrência 1/2.500 - 1 / 10.000 nascimentos do 
sexo feminino 
 
 
 
SÍNDROME DE 
KLINEFELTER 
 47, XXY 
 
 - Características: 
 Homens subférteis 
 Desenvolvimento de seios 
 Timbre Feminino 
 Membros alongados 
 Desenvolvimento mental entre 85-90 em média 
 Problemas comportamentais 
 Ocorrência 1/1000 nascimentos do sexo masculino 
 
 
 
48, XXXY - 49, XXXXY - 
 Características: 
 Quanto maior a aneuploidia mais severa 
será a deficiência mental e física. 
 Hipogenitalismo 
 Maturação óssea tardia 
 Desenvolvimento de seios 
 Problemas comportamentais, incluindo 
irritabilidade, agitação, hiperatividade. 
 Membros alongados 
 48, XXXY = 1 / 25.000 
 
 
SÍNDROME XXX e XXXX 
 47, XXX ou 48, XXXX ou 49, XXXXX - 
Características: 
 Mulheres com genitália normal e leve 
retardamento mental 
 Geralmente há deficiência de 
crescimento pré-natal, baixa estatura 
(XXXXX) 
 Ocorrência 1/1000 nascimentos do 
sexo feminino 
 
 
SÍNDROME XYY 
 47, XYY - Características: 
 A maioria dos Homens com XYY fenotipicamente 
normais 
 Crescimento ligeiramente acelerado na Infância 
 Homens com estatura muito elevada 
 antigamente associada a comportamento anti-
social, porém são relatados problemas 
comportamentais como distração, hiperatividade e 
crises de fúria na infância e início da adolescência, 
sendo que o comportamento agressivo usualmente 
não é problema e eles aprendem a controlar a raiva 
à medida que crescem. 
 Ocorrência 1/1.000 nascimentos do sexo 
masculino.

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