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Alterações Numéricas e Estruturais

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Alterações Numéricas e Estruturais 
INTRODUÇÃO 
As mutações são espontâneas e podem ser silenciosas, 
em alguns casos, podem ser letais, ou ainda acarretar 
doenças ou anomalias. 
ALTERAÇÕES NUMÉRICAS 
MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS: São modificações 
na estrutura e/ou número de cromossomos. 
à ANEUPLOIDIAS: Soma ou perda de 
cromossomos. 
• Nulissomia (2n-2): Perda de um par inteiro de 
cromossomos, sendo letal nos homens. 
• Monossomia (2n-1): Um cromossomo a menos 
no cariótipo, sendo que a única compatível com a 
vida é a Síndrome de Turner. 
• Trissomia (2n+1): Um cromossomo a mais no 
cariótipo. 
à EUPLOIDIAS: Alteração do genoma inteiro. 
• Monoploidias (n): Quando há apenas um 
genoma; 
• Triploidias (3n): Quando há três genomas; 
• Poliploidias (4n ou mais): Quando há quatro ou 
mais genomas, sendo que, geralmente, os seres 
humanos não sobrevivem e, consequentemente, 
ocorre aborto. 
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS 
MUTAÇÕES GÊNICAS: São modificações na 
sequência de nucleotídeos (trocas entre guanina, 
timina, citosina e adenina). Ou seja, o número de 
cromossomos se mantém, mas o arranjo ou o número 
de genes se alteram. 
• Deleção: Perda de um ou mais nucleotídeos; 
• Duplicação: Adição de um ou mais nucleotídeos; 
• Translocação: Troca de um nucleotídeo por outro; 
• Inversão: Alteração na ordem dos nucleotídeos. 
Obs.: As alterações cromossômicas estão presentes 
em 1% dos nativivos; 2% de todas as gestações com 
mais de 35 anos; e 50% dos abortos espontâneos do 
primeiro trimestre. 
Obs.: Indivíduos que possuem alterações, sejam elas 
numéricas ou estruturais, possuem maior 
probabilidade de desenvolver uma neoplasia. 
CROMOSSOMOS SEXUAIS 
O cromossomo Y possui o principal gene 
desencadeador da sexualidade masculina, no início do 
desenvolvimento embrionário. É sempre responsável 
em determinar o sexo masculino, independente da 
quantidade de Y (ex.: Síndrome de Klinefelter – sexo 
masculino, com características secundárias femininas). 
Sua ausência sempre determina o sexo feminino. 
VARIAÇÃO E EVOLUÇÃO 
CROMOSSÔMICA 
Os cromossomos não são estruturas estáveis. Em 
praticamente todas as espécies, encontram-se 
variações cromossômicas que desempenham papel 
importante na sua evolução. 
ALTERAÇÕES NUMÉRICAS 
ANEUPLOIDIAS 
As aneuploidias são definidas como as células que 
tiveram seu material genético alterado, sendo 
portador de um número cromossômico diferente do 
normal da espécie. Estas podem ter uma diminuição ou 
aumento no número de pares de cromossomos, sendo 
que a maioria dos portadores apresentam trissomia e, 
em menor escala, monossomias. 
Surgem por uma Não Disjunção Meiótica, na qual 
ocorre uma falha na separação de um par de 
cromossomos durante uma de suas divisões, podendo, 
portanto, ocorrer durante a Meiose I ou Meiose II. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
- Se o erro ocorrer durante a Meiose I, o gameta 
com 24 cromossomos conterá ambos os membros 
cromossômicos paterno e materno. 
- Se o erro ocorrer na Meiose II, o gameta com o 
cromossomo extra conterá ambas as copias do 
cromossomo materno ou paterno. 
Obs.: A Não Disjunção Meiótica na Meiose II é a que 
ocorre com mais frequência. 
TRISSOMIA SIMPLES: Indivíduo possui 47 
cromossomos em todas as células, ocorrendo em 
cerca de 95% dos casos de Síndrome de Down, sendo 
que a causa da trissomia do cromossomo 21 é a não 
disjunção cromossômica. 
• É de fácil diagnóstico devido à presença de 
características fenotípicas muito específicas. 
TRANSLOCAÇÃO ROBERTSONIANA: Entre o 
braço longo do cromossomo 21 e o braço longo de 
um dos outros cromossomos acrocêntricos, 
geralmente o 14 ou 22, ocorre, por exemplo, uma 
translocação entre o cromossomo 21 e 14. Assim, o 
indivíduo possui apenas 45 cromossomos, na qual um 
cromossomo 14 e um cromossomo 21 estão ausentes 
e são substituídos pelo cromossomo 21 translocado. 
Trata-se de uma alteração numérica e estrutural. 
MOSAICO: A alteração genética compromete apenas 
parte das células, ou seja, algumas células têm 47 e 
outras 46 cromossomos, ocorrendo em cerca de 2% 
dos casos de Síndrome de Down. Podem originar-se 
da não disjunção mitótica nas primeiras divisões de um 
zigoto normal. 
• O problema está no diagnóstico, o qual é muito 
difícil, pois a criança não apresenta alterações 
características de uma síndrome específica. 
SÍNDROME DE DOWN (SD) 
A trissomia do 21 é a síndrome mais comum e 
conhecida, devido à seu fenótipo característico, sendo 
que uma em cada 850 crianças nascidas são portadores 
da Síndrome de Down. 
Apenas 20-25% de conceptos sobrevive até o 
nascimento, sendo que 95% dos casos são resultado da 
Não Disjunção Meiótica do par do cromossomo 21, 
normalmente 90% durante a Meiose I materna e 5% 
durante a Meiose II paterna; 4% mosacismo; e 
1% trissomia parcial, no qual o braço longo do 
cromossomo 21 é triplicado. 
É importante destacar que, a taxa de mortalidade está 
relacionada com o acometimento sistêmico (p.ex.: 
sistema cardiovascular) e, não com as características 
fenotípicas. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• Desenvolvimento anormal do crânio 
• Face achatada e arredondamento da cabeça 
• Ossos mais delgados, porém com fechamento 
normal das fontanelas (não há, com frequência, 
cranioestenose) 
• Cérebro com volume e peso diminuídos à atraso 
motor e intelectual importantes 
• Número de neurônios reduzidos no córtex e no 
cerebelo 
• Cabelos finos e lisos 
• Boca aberta e pequena com a língua projetada para 
fora e sulcada à Devido à hipotonia muscular 
facial, causando alteração no reflexo de sucção, 
amamentação e, posteriormente, na fala 
• Orelhas com baixa implantação; 
• Olhos com pregas epicânticas 
• Mãos curtas e largar com uma única prega palmar 
transversal (prega simiesca) 
• Hipotonia muscular grave e frouxidão ligamentar 
à Alteração do controle cervical 
• Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor 
(DNPM) 
 
• 25% possuem cardiopatias congênitas 
• 15% apresentam o risco de desenvolver leucemia 
• 80% desenvolvem demência precoce associada ao 
Alzheimer 
 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR (DNMP): 
A avaliação das fases deste desenvolvimento é 
extremamente importante. 
 
Obs.: Esta tabela leva em consideração que o 
diagnóstico tenha sido feito ao nascimento. Quando o 
diagnóstico ocorre tardiamente, a criança portadora 
de Síndrome de Down pode começar a andar com 5 
anos. 
DIAGNÓSTICO 
TESTE DE DNA: Realizado através de uma coleta de 
sangue materno, a partir da nona semana de gravidez, 
no qual são retirados fragmentos de DNA fetal. Ou 
seja, rastreia o DNA do bebê. Trata-se de um teste 
caro, não sendo muito realizado, devendo ser pedido 
apenas com razões extremamente especificas. 
TRANSLUCÊNCIA NUCAL: Procedimento que 
avalia o acúmulo de líquidos na nuca do feto através de 
ultrassom abdominal ou transvaginal, no período de 
11-14 semanas gestacionais. É considerado normal 
quando o fluído nucal é inferior a 2,5 mm. Quando está 
acima deste valor, o bebê pode ser considerado de 
baixo risco, risco intermediário ou alto risco. 
 
AMNIOCENTESE: Somente é solicitada em casos 
positivos do exame positivo de translucência nucal. 
Trata-se de um exame invasivo que consiste na coleta 
de líquido amniótico, sendo necessário utilizar uma 
agulha fina que é introduzida através da parede 
abdominal e do útero. 
SÍNDROME DE EDWARDS (SE) 
A trissomia do 18 tem como fator predisponente mais 
importante a Não Disjunção do cromossomo 18, 
especificamente durante a Meiose II materna, sendo 
90-95% trissomia simples; e 5-10% mosacismo. 
Possui uma alta taxa de mortalidade intrauterina, de 
modo que apenas 2,5% dos conceptos afetados 
sobrevivem até o nascimento. 55-60% dos RN 
morrem ao redor dos 6 meses de vida. 5-10% 
permanecem vivos até completar 1 ano de vida. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Foram encontradas mais de 150 anormalidade e, 
portanto,estas foram divididas em 3 classes, de acordo 
com as manifestações que eram mais frequentes até as 
menos frequentes. 
ANORMALIDADES EM MAIS DE 50% DOS 
PACIENTES: 
• Choro fraco e atividade fetal fraca 
• Tempo gestacional alterado 
• Placenta pequena 
• Artéria umbilical pequena 
• Déficit de crescimento 
• Baixo peso ao nascer 
• Mãos cerradas 
• Fissuras palpebrais pequenas 
• Hipoplasia da musculatura esquelética 
• Deficiência mental depois do período neonatal 
• Persistência do ducto arterial e defeitos nos septos 
interventricular 
• Cianose 
ANORMALIDADES ENCONTRADAS EM 10-50% 
DOS PACIENTES: 
• Microcefalia 
• Opacificidade da córnea 
• Fenda labial e/ou palatina 
• Mãos e pés com desvio ulnar ou radial 
• Tórax largo com espaçamento dos mamilos 
• Estenose da artéria pulmonar 
• Mal segmentação do pulmão direito 
• Diafragma com hipoplasia muscular 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
ANORMALIDADES ENCONTRADAS EM 
MENOS DE 10% DOS PACIENTES: 
• Alterações do SNC – paralisia facial e defeitos no 
corpo caloso 
• Catarata 
• Ossificação incompleta da clavícula 
• Escoliose 
• Anormalidade das costelas à Alteração no 
processo de expansibilidade torácica, afetando o 
sistema respiratório 
• Tetratologia de Fallot 
• Calcificações das artérias 
• Hipoplasia da glândula adrenal e tireóidea 
 
 
DIAGNÓSTICO 
A partir destas alterações, em 1988, criou-se o Score 
Marion: 
• Uma característica do grupo dos mais de 50% dos 
afetados = 5 pontos cada característica; 
• Uma característica do grupo dos 10-50% dos 
afetados = 3 pontos cada característica; 
• Uma característica do grupo dos menos de 10% 
afetados = 1 ponto cada característica. 
Se a soma der igual ou superior a 94 = Teste positivo 
para Síndrome de Edwards. No entanto, a confirmação 
deve ser realizada através da análise cromossômica. 
SÍNDROME DE PATAU (SP) 
A trissomia do 13 possui uma menor incidência, sendo 
a alteração numérica mais grave. Acomete cerca de 
1 caso a cada 6000 nascimentos. 45% falecem após 1 
mês de vida; 70% falecem após 6 meses; menos de 5% 
sobrevivem mais de 3 anos. 
Ocorre devido a Não Disjunção do Cromossomos 
durante a Meiose materna, gerando 24 cromossomos. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• Defeitos congênitos do coração 
• Anomalias do cérebro e medula espinhal 
• Microcefalia 
• Micognatia (tamanho do queixo reduzido) 
• Deformação das orelhas associado à surdez 
• Microftalmia ou anoftalmia 
• Fenda palatina e fissura congênita do lábio superior 
• Hipotonia 
• Inabilidade intelectual total 
 
DIAGNÓSTICO 
ALFAFETOPROTEÍNA (AFP): Trata-se de uma 
molécula produzida durante a formação do embrião e 
do feto. Quando esta for encontrada em altas 
quantidades, indica Síndrome de Patau ou defeitos no 
tubo neural, o qual pode ser confirmado através de 
uma avaliação cromossômica (cariótipo). 
SÍNDROME DE KLINEFELTER 
Trata-se de uma trissomia, que ocorre no sexo 
masculino, envolvendo um cromossomo sexual, sendo 
caracterizada por um cromossomo X extra (47XXY) 
ou, em caso de mosacismo (46XY / 47XXY). Nesta, o 
sexo masculino apresenta características secundárias 
ao sexo feminino. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Ocorre em 1 a cada 500 nascimentos. Metade dos 
casos resulta de erros na Meiose I paterna ou na 
Meiose II paterna. 1% mosacismo. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
PRIMEIRA INFÂNCIA 
• Músculos fracos 
• Desenvolvimento motor atrasado 
• Atraso na fala 
• Personalidade dócil e silenciosa 
Obs.: Devido a dificuldade de socialização, muitas 
vezes são diagnosticados com autismo. 
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 
• Estatura maior que a média 
• Quadris mais amplos 
• Puberdade atrasada 
• Pênis pequeno 
• Ginecomastia (bem evidente) 
• Timidez 
• Problemas de socialização e atenção (déficit de 
atenção) 
FASE ADULTA 
• Infertilidade 
• Testículos e pênis pequenos 
• Diminuição dos pelos da face e do corpo 
• Diminuição do desejo sexual 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Pode ser através das características clínicas (físico) ou 
através da avaliação cromossômica (cariótipo). 
SÍNDROME DE TURNER (ST) 
Trata-se da única monossomia compatível com a vida. 
Ocorre em mulheres, na qual existe apenas uma cópia 
do cromossomo especificado, sendo caracterizada por 
um cromossomo sexual ausente ou incompleta (45X). 
A prevalência é 1 em cada 2500 nascimentos. Quando 
ocorre através de mosacismo, as características 
manifestadas são em menor intensidade. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
• Pescoço alado (excesso de pele e tecido mole no 
pescoço e ombros) 
• Linha de cabelo baixa 
• Problemas hormonais 
• Crescimento lento 
• Mãos e pés com edemas desde o nascimento 
• Puberdade tardia 
• Amenorreia 
• Doença de Crohn 
• Hipo e hipertireoidismo 
• Pálpebras caídas 
• Problemas auditivos 
• Escoliose 
• Pés chatos 
 
 
DIAGNÓSTICO 
Pode ser através das características clínicas (físico) ou 
através da avaliação cromossômica (cariótipo). 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS 
Ocorre na interfase, ou seja, na fase de intervalo entre 
a mitose e a meiose, na qual os cromossomos 
encontram-se mais distendidos e metabolicamente 
ativos, podendo ocasionar na ruptura de estruturas. 
Trata-se de uma quebra cromossômica seguida de 
reconstituição em uma combinação anormal, não 
havendo modificação na quantidade de cromossomos 
de uma célula, mas sim uma mudança substancial em 
sua estrutura, possivelmente afetando mais que um 
único gene, no qual o segmento pode ser perdido, 
duplicado ou rearranjado. 
Obs.: Pode afetar o fenótipo do organismo, fazendo 
com que os gametas carreguem mutações e, 
consequentemente, afetar a próxima geração. 
TIPOS DE REARRANJOS ESTRUTURAIS 
• Não Equilibrados: Informação genética pode 
aumentada ou diminuída. 
- Deficiência ou Deleção 
- Duplicação 
- Translocação Simples 
• Equilibrados: Informação genética está presente, 
porém acondicionada de forma diferente. 
- Inversão 
- Translocação Robertsoniana 
- Translocação Recíproca 
REARRANJOS NÃO EQUILIBRADOS 
DEFICIÊNCIA OU DELEÇÃO 
É a perda ou quebra de uma porção maior ou menos 
do cromossomo, resultando na falta de um ou mais 
genes. A severidade dos possíveis fenótipos está 
associada ao tamanho do fragmento envolvido, ou seja, 
quanto maior o fragmento, mais genes perdidos e, 
consequentemente, mais fenótipos. 
 
 
 
Síndrome de Chi-Du-Chat 
(Síndrome do Miado de Gato ou Choro de Gato) 
Condição genética rara, com registro de 1:50.000 
nascimentos, sendo que não há alteração da 
expectativa de vida. 
É resultado de uma deleção de parte do braço curto 
do cromossomo 5, fazendo com que as crianças 
afetadas tenha um choro agudo semelhante a um 
miado de gato, aspectos faciais afilados, retardo mental 
e desenvolvimento motor atrasado. 
• Se a deleção for no lócus 15.2, a criança apresenta 
retardo mental; 
• Se a deleção for no lócus 15.3, a criança apresenta 
miado de gato; 
• Se for deleção de ambos os lócus, a criança 
apresenta as duas características 
Ou seja, o tipo de deleção caracteriza o prognóstico 
da criança. 
Características Clínicas: Baixa estatura; magros; 
hipotonia muscular; dedos longos; escoliose; prejuízos 
visuais; refluxo; microcefalia; face de lua. 
 
DUPLICAÇÃO 
É o produto da presença de uma porção extra de 
cromossomo resultando na repetição de um ou mais 
genes. A severidade das síndromes depende do 
tamanho da duplicação. 
Obs.: Existem poucas síndromes conhecidas, pois a 
maioria das duplicações não causam efeito fenotípicos. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Síndrome de Charcot-Marie-Tooth (CTM) 
ou Atrofia Fibular Muscular 
Caracterizada por uma duplicação de um pequeno 
fragmento do cromossomo 17 ou 18. Pode afetar 
tanto homens como mulheres, não causa atraso 
mental e não afeta a expectativa de vida. 
É um conjunto de neuropatias que afetam os nervos 
periféricos, causando perturbação na condução dos 
impulsos nervosos.Ou seja, é uma doença 
desmielinizante, com danos a bainha de mielina dos 
neurônios dos nervos periféricos e degeneração dos 
axônios, com diminuição da sensação dos membros, 
em especial, pernas e pés. 
Progride com atrofia muscular progressiva da 
panturrilha, acarretando em déficits sensitivos 
motores e problemas ortopédicos. 
 
 
Obs.: Quando o indivíduo não tem alteração genética, 
ou seja, quando advindo de uma doença crônica, 
chama-se Atrofia Fibular Muscular. Já, quando tem 
alteração genética e, esta é característica na infância, 
chama-se Síndrome de Charcot-Marie-Tooth. 
CLASSIFICAÇÃO DA SÍNDROME: 
• Tipo I (CMTI): Mais comum; a velocidade de 
condução é reduzida, afetando o cromossomo 18. 
• Tipo II (CMTII): Menos comum; a velocidade de 
condução é normal ou aumentada, afetando o 
cromossomo 17. 
Obs.: Normalmente evolui lentamente, podendo 
haver surtos, sendo que após estes, o paciente não 
recupera o que perdeu durante o surto. 
TRANSLOCAÇÃO SIMPLES 
Ocorre quando um cromossomo recebe o segmento 
de outro cromossomo. Está associada à letalidade e ao 
aborto. 
 
REARRANJOS EQUILIBRADOS 
INVERSÃO 
Quando em uma parte do cromossomo ocorre 2 
fraturas e, logo em seguida, há uma rotação de 180º, 
restaurando os seguimentos, porém em posição 
inversa, ou seja, há modificação na ordem dos 
nucleotídeos. Não causam um fenótipo anormal, mas 
sua importância é para a prole. 
CLASSIFICAÇÃO DA INVERSÃO 
• Pericêntricas: Quando a região que sofre a 
inversão envolve o centrômero; 
• Paracêntricas: Quando a região que sofre inversão 
não envolve o centrômero. 
 
TRANSLOCAÇÃO ROBERTSONIANA 
É uma anomalia cromossômica mais comum, que 
acontece 1 a cada 500 casos. 
Caracterizada quando os braços curtos de 2 
cromossomos diferentes se partem, deixando pontas 
adesivas, permitindo com que os 2 braços longos se 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
unam, formando um novo cromossomo a partir de 
braços longos de dois cromossomos diferentes. Assim, 
a pessoa com grande cromossomo translocado é 
chamado Portador de Translocação, tendo 45 
cromossomos. 
Existem algumas síndromes que podem se manifestar 
na forma de Translocação Robertsoniana; a mais 
comum é a Síndrome de Down por translocação entre 
os cromossomos 14 e 21, gerando um cromossomo 
híbrido à gameta com a presença de dois 
cromossomos 21, que irá gerar um indivíduo de 3 
cromossomos 21, após a fecundação entre o gameta 
portador e o outro normal. Portanto, nesse caso, a 
Síndrome de Down é hereditária, já que a translocação 
acontece no pai ou na mãe. 
 
Obs.: Quando dois cromossomos diferentes trocam 
as partes, havendo mudança de sua posição, essa 
mudança é inofensiva para o individuo, embora possa 
prejudicar sua prole. 
TRANSLOCAÇÃO RECÍPROCA 
 
Síndrome de Alagille ou Displasia Arteriohepática 
Ocorre entre o cromossomo 2 e 20, sendo uma 
doença que afeta o fígado e o coração, com prevalência 
de 1 para 70.000 nascidos vivos. 
A translocação está associada ao braço curto do 
cromossomo 20, envolvido em processos de 
sinalização durante o desenvolvimento embrionário, 
causando erros na formação do coração, em especial, 
escassez de ducto biliares (Colestase Crônica – bile 
não flui do fígado para o duodeno). 
Os sintomas começam a se evidenciar na infância. 
Os portadores apresentam alterações faciais, defeitos 
oculares e anormalidades nos arcos vertebrais. 
O prognóstico é muito variável, pois depende da 
evolução. Quando progride para cirrose, ocorre 
falência hepática. Já, quando progride com 
complexidade das alterações cardíacas, o óbito é 
precoce.

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