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A infecção hospitalar O papel do meio ambiente em sua cadeia epidemiológica Lição dos pioneiros O quadro mostra resultados de trabalhos de pioneiros preocupados com o controle das infecções hospitalares Simpson, um dos pioneiros da anestesia preconizava a realização de cirurgias domiciliares, pois os hospitais eram ambientes insalubres Semmelweis realizou uma investigação epidemiológica pioneira na qual identificou o papel da contaminação das mãos na transmissão das infecções hospitalares, recomendando a sua lavagem Lister empregando ácido fênico criou a anti-sepsia cirúrgica Florence estruturou a enfermagem moderna, dando caráter científico, ao lado de campanhas para promover a humanização e a higiene hospitalar De todas estas abordagens, a que mais reduziu a incidência de infecções foi a de Florence O controle das infecções hospitalares deve ser entendido como um trabalho em equipe, responsabilidade de todos que interagem na relação do paciente com a instituição de saúde. A CCIH deve ser um catalisador deste aprimoramento contínuo da assistência prestada. Pioneiros Principais medidas Mortalidade Simpson Cirurgias domiciliares Hospitalares: 41,0% Domiciliares: 11,0% Semmelweis Lavagem das mãos Investigação epidemiológica Abril / 1847: 18,27% Julho / 1847: 1,20% Lister Anti-sepsia cirúrgica Antes: 35,0% Depois: 15,0% Nightingale Humanização Higiene hospitalar Enfermagem Antes: 42,0% Depois: 2,2% Infecção hospitalar Desequilíbrio: paciente X microbiota Patologia de base Procedimentos invasivos Microbiota hospitalar (antibióticos) Infecção cruzada (mãos) Sangue, secreções e excretas Equipe, artigos, insumos e medicamentos Meio ambiente Infecção hospitalar: meio ambiente Doença dos legionários Legionella sp Aspergilose Aspergillus sp Colite pseudomembranosa Clostridium difficile Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Legionella sp Bacilo Gram negativo Saprófita sobrevive em ambientes úmidos e quentes interage com amebas de vida livre (proteção) Acima de 34 espécies (20 infecção) L. pneumophila : cerca de 90% dos casos Patógeno oportunista (intracelular) Infecção inalação de aerossóis (água contaminada) Doença dos legionários (1976) Incubação: 2 a 10 dias ( 5 a 6) Principais formas clínicas Pneumonia Febre de Pontiac (IVAS) Septicemia (neonatal) Fatores de risco: imunossupressão alcoolismo tabagismo ventilação mecânica Doença dos legionários: aquisição hospitalar (1) 0 a 14% das pneumonias hospitalares Fontes: sistemas de distribuição de água chuveiros, encanamentos e torneiras sistemas de água destilada ou potável ar condicionado torres de resfriamento circuito respiratório condensadores, nebulizadores, umidificadores Doença dos legionários: aquisição hospitalar (2) Diagnóstico isolamento Imunofluorescência, PCR, hibridização cultura Legionellabac antígenos urinários radioimunoensaio Tratamento macrolídeos Doença dos legionários: aquisição hospitalar (3) Profilaxia Culturas do sistema de distribuição de água limpeza e remoção do sedimento (amebas) Desinfecção geral do sistema de água superaquecimento (65 gruas; 30 min; 10 dias) hipercloronização (2 mg por litro) Desinfecção local do sistema de água ultravioleta ozônio metais pesados: prata ou cobre Antiobioticoprofilaxia (pacientes de risco) Aspergillus sp Fungo do solo, água e matéria orgânica em decomposição Baixo requerimento metabólico Cresce em amplo espectro de temperatura Esporos viáveis acima de 6 meses Infecção Inalação de esporos Traumas Aspergilose Incubação: dias a semanas Principais formas clínicas Imunocompetente Sinusite, pneumonia, formas alérgicas Imunodeficiente disseminação Fatores de risco Imunodeficiência (granulocitopenia) DPOC, fibrose cística, tuberculose inativa Aspergilose hospitalar (1) Dobrou incidência em 20 anos Fontes: contaminação aérea em reformas / construções sistema de ar contaminado excretas de pássaros depósito em instrumentais, lesões de pele flores ornamentais alimentos crus Aspergilose hospitalar (2) Diagnóstico microscopia cultura sorologia (aglutinação) Tratamento anfotericina B Aspergilose hospitalar (3) Profilaxia isolar áreas de reformas / construções sistema de ventilação adequado pressão positiva, filtros HEPA, fluxo laminar evitar plantas ornamentais evitar alimentos crus não sanitizados antibioticoprofilaxia (anfotericina B) tópica ou sistêmica fatores estimulantes de granulócitos Clostridium difficile Bacilo Gram positivo, anaeróbio, esporulado Microbiota humana intestinal Esporo sobrevive no meio ambiente Instrumental Mãos da equipe Superfícies fixas Antibióticos mais envolvidos Clindamicina, ampicilina, cefalosporinas Reduz inóculo Pressão seletiva Colite pseudomembranosa: aquisição hospitalar (1) Principal causa em adultos hospitalizados Hospitalização favorece colonização de 3% saudáveis para 20% hospitalizados Idade Neonatos colonização até 60% (assintomáticos) Acima de 50 anos mais susceptíveis (causa ?) Produção de toxinas A (enterotóxica), B (citotóxica) Colite pseudomembranosa: aquisição hospitalar (2) Principais sintomas diarréia, dor abdominal, febre, leucocitose Principais complicações megacolon tóxico, perfuração, hipoalbuminemia Diagnóstico Coprocultura, PCR, detecção de toxinas, endoscopia Tratamento vancomicina (VO) ou metronidazol (VO) colestiramina Colite pseudomembranosa: aquisição hospitalar (3) Profilaxia precauções de contato: (luvas, lavar mãos) desinfecção ambiental glutaraldeído (0,04%) + formaldeído (0,03%) desinfecção do instrumental glutaraldeído (2,0%) vancomicina VO para colonizados (surtos) pacientes com antibióticos iogurte, colostro de gado imunizado restrição dos antibióticos Mycobacterium tuberculosis 1/3 da população infectada Brasil 80.000 casos novos anuais Reemergência relacionada à AIDS Cepas multi-resistentes Transmissão formas pulmonares e laríngeas Tosse até 3.000 partículas infectantes aerossóis primários (Flügger) aerossóis secundários (Wells) Tuberculose hospitalar (1) Incubação 4 a 12 semanas (PPD) infecção ativa 10% (toda vida) pacientes aidéticos 15% ao ano Transmissão tratamento efetivo 15 dias multi-resistentes meses Fatores que contribuem com epidemias diagnóstico e isolamento tardios (AIDS) formação de aerossóis broncoscopia, intubação, aspiração, autópsia, drenagem cirúrgica, inalação de pentamidina, debridamento ou irrigação de lesão cutânea Tuberculose hospitalar (2) Profilaxia medidas individuais teste de tuberculina (efeito “booster”) quimioprofilaxia nas viragens recentes vacinação com BCG se alta viragem (MS todos) diagnóstico e tratamento precoce desinfecção de endoscópios glutaraldeído 2% por 30 minutos desinfecção ambiental com micobactericidas Tuberculose hospitalar (3) Profilaxia precauções contra aerossóis avental, luvas máscara especial capacidade filtrante acima de 95% ( < 1 micra; 85 l/mim) vazamento lateral < 10% medidas ambientais quarto com pressão negativa e ante câmara evitar recirculação do ar filtros HEPA ou ultravioleta no ar exaurido Reservatórios em surtos no ambiente hospitalar (1) Reservatórios em surtos no ambiente hospitalar (2) Reservatórios em surtos no ambiente hospitalar (3) Reservatórios em surtos no ambiente hospitalar (4) Reservatórios em surtos no ambiente hospitalar (5) Reservatórios em surtos no ambiente hospitalar (6) Reservatórios em surtos no ambiente hospitalar (7) Reformas X surtos de IH Agente etiológico Hospital Grupo de risco Atividade Contaminação Total de casos Total de óbitos Aspergillus flavus A. fumigatus A. niger Militar Neoplasias Corticoterapia Reforma Ambiente interno 11 11 A. fumigatus Veteranos Transplante renal Reforma Fundo falso no teto 3 1 Aspergillus sp Zigomicetos Pediátrico Neoplasias Construção e reforma Ambiente demolido Sistema de ar condicionadoTráfego 5 5 Aspergillus sp Zigomicetos Rhizopus indicus UTI Neonatal Prematuridade Reforma Fundo falso no teto 2 2 Aspergillus flavus Universitário Neoplasias Pneumopatas Construção Sistema de ar condicionado 22 1 Legionella sp Veteranos Imunocomprometidos Neoplasias Transplante renal Construção Ambiente externo Água potável 49 15 Legionella sp Psiquiátrico Enfermaria com janela aberta nas proximidades do jardim Construção Manutenção do gramado Aérea 81 12 Legionella sp Universitário Neoplasias Corticoterapia Construção Água potável 2 2 Prevenção de IH em reformas (1) Planejamento Planta física e estrutura fluxo de pessoal ventilação suprimento de água lavatórios fluxo de resíduos sala de utilidades Isolar demolições Tipo e extensão da construção Prevenção de IH em reformas (2) Remoção de escombros prévia ou fluxo adequado Sistema de barreira plástico impermeável (curta duração) portas seladas com ante-sala (longa duração) Controle de tráfego Prevenção de IH em reformas (3) Demolições fluxo de remoção dos resíduos (rota e período) minimizar uso de elevadores chutes com barreira Fechar janelas externas Monitorização visual Higienizar área antes de remover barreiras Prevenção de IH em reformas (4) Sistema de fluxo de ar filtros quando recirculação de ar área limpa para área suja pressão negativa monitorar isolamento da área Ruídos, vibrações, temperatura Prevenção de IH em reformas (5) Contaminação de unidades de atendimento, suprimentos, setores de apoio e equipamentos limpeza prévia do que for ser retirado da área cobertura protetora manter portas fechadas evitar gerar pó durante higienização Treinamento especial Vistoriar e medir impacto Evitar proximidades de pacientes sob ventilação mecânica Prevenção de IH em reformas (6) Rever fluxo de pacientes, pessoal e material minimizar espera próxima as áreas de construção EPI para pacientes máscara e cobrir áreas expostas Treinamento da equipe de atendimento Documentar intercorrências e medidas profiláticas e corretivas Checagem antes de liberar área Reservatório Agentes Transmissão Significância Prevenção e co n trole Tubos de ime r são Pseudomonas Contato Moderada Adicionar germicida à água; dren a gem e desinfecção após uso Umidificadores e nebulizad o res Acinetobacter, Legion e lla Aéreo, partículas gra n des Alta Evitar quando possível; uso de água não estéril; desinfecção entre pac i entes Ventiladores Pseudomonas Inalação Moderada Seguir orient a ções Vegetais fre s cos Bacilos gram negativos aerób i cos e Listeria - Nenhuma Prudente evitar pacientes imunod e primidos e queim a dos Reservatório Agentes Transmissão Significância Prevenção e co n trole Pias Pseudomonas Contato, respi n gos Baixa Usar pias distintas para lavagem das mãos e para desprezar fluídos contamin a dos Teto falso Rhizopus Aéreo Baixa Proteção de barreira durante r e construção Termômetros eletrôn i cos C. difficile Contato Baixa Cobrir a sonda; desinfecção diária e quando visivelmente contam i nada Transdutores de pressão Pseudomonas, Enterobacter, Serratia Contato Moderada Desinfecção entre pacientes e trocar a cúpula descartável; técnica assé p tica Termômetros Salmonella Contato Moderada somente para retais Desinfecção entre uso Pioneiros Principais medidas Mortalidade Simpson Cirurgias domiciliares Hospitalares: 41,0% Domiciliares: 11,0% Semmelweis Lavagem das mãos Investigação epidemiológica Abril / 1847: 18,27% Julho / 1847: 1,20% Lister Anti-sepsia cirúrgica Antes: 35,0% Depois: 15,0% Nightingale Humanização Higiene hospitalar Enfermagem Antes: 42,0% Depois: 2,2% Reservatório Agentes Transmissão Significância Prevenção e co n trole Balão aórtico Pseudomonas Contato Baixa Adicionar germicida no reservatório de água Bandagens Zygomicetos Contato Moderada Evitar em pacientes imunodeprim i dos ou em pacientes com pele não íntegra Broncoscópios Serratia, Pseudomonas, mic o bactérias Contato Moderada Pseudoepidemias comuns; desinfe c ção Bombas de aspir a ção de leite mate r no Pseudomonas, Klebsiella, Serr a tia Ingestão Moderada Seguir orient a ções Chutes Pseudomonas, estafil o cocos Aéreo Baixa projeto adequ a do Reservatório Agentes Transmissão Significância Prevenção e co n trole Água potável Pseudomonas, micobactérias, flavobactérias, Serratia, Acinet o bacter, Legionella, Contato Moderada Controle sanit á rio Água de diálise Bacilos gram negativos Contato Moderado Seguir o guia: o dialisado até 2000 ufc/ml e água até 200 ufc/ml Aspirador Klebsiella, Salmonella, Pseud o monas, Pr o teus Cont a to/respingo Baixa Evitar refluxo e aerolização; desi n fetar entre pacientes Alimentos Salmonella, S. aureus, Clostr i dium, vibriões, hepatite A, vírus de Norwalk Ingestão Alta Controle sanit á rio Animais de estim a ção Salmonella - Nenhuma Evitar em ho s pitais ReservatórioAgentesTransmissãoSignificânciaPrevenção e controle Água potávelPseudomonas, micobactérias, flavobactérias, Serratia, Acinetobacter, Legionella, ContatoModeradaControle sanitário Água de diáliseBacilos gram negativosContatoModeradoSeguir o guia: o dialisado até 2000 ufc/ml e água até 200 ufc/ml AspiradorKlebsiella, Salmonella, Pseudomonas, Proteus Contato/respingoBaixaEvitar refluxo e aerolização; desinfetar entre pacientes AlimentosSalmonella, S. aureus, Clostridium, vibriões, hepatite A, vírus de Norwalk IngestãoAltaControle sanitário Animais de estimação Salmonella-NenhumaEvitar em hospitais Reservatório Agentes Transmissão Significância Prevenção e co n trole Gelo em rec i pientes Estafilococos, Ewing e lla Contato Moderada Evitar contato do gelo com soluções ou seringas resfriadas; uso de sistema fechado para termodilu i ção Germicidas cont a minados Pseudomonas Contato Alta Evitar contaminação extrínseca; seleção rigorosa dos forneced o res Locais com pombos Aspergillus Aéreo Baixa Filtros eficientes em todo o hospital Medicações inal a das Pseudomonas, Klebsiella, Serr a tia Inalação Moderada Preparação estéril pela farmácia Materiais à prova de fogo Aspergillus Aéreo Baixa Adicionar fungicida no material úmido Máquinas de gelo Legionella, Enterobacter, Pse u domonas, Salmonella, Crypto s poridium Ingestão/co n tato Moderada Limpeza periódica, uso de dispens a dor autom á tico ReservatórioAgentesTransmissãoSignificânciaPrevenção e controle Gelo em recipientesEstafilococos, EwingellaContatoModeradaEvitar contato do gelo com soluções ou seringas resfriadas; uso de sistema fechado para termodiluição Germicidas contaminados PseudomonasContatoAltaEvitar contaminação extrínseca; seleção rigorosa dos fornecedores Locais com pombosAspergillusAéreoBaixaFiltros eficientes em todo o hospital Medicações inaladas Pseudomonas, Klebsiella, Serratia InalaçãoModeradaPreparação estéril pela farmácia Materiais à prova de fogo AspergillusAéreoBaixaAdicionar fungicida no material úmido Máquinas de geloLegionella, Enterobacter, Pseudomonas, Salmonella, Cryptosporidium Ingestão/contatoModeradaLimpeza periódica, uso de dispensador automático Reservatório Agentes Transmissão Significância Prevenção e co n trole Constr u ções/reformas Aspergillus, Rhizopus Aéreo Alta Usar filtros com pelo menos 95% de eficiência; filtrar todo o ar hospitalar com ventilação inad e quada Chuveiros Legionella Inalação Baixa Proibido para imunodeprim i dos Colchões Pseudomonas, Acinetoba c ter Contato Moderada Cobrir com plástico e desinfetar entre pacie n tes Dieta enteral Bacilos gram negativosIngestão Baixa Preparados comerciais estéreis ou manipulados assepticamente; refriger a ção; minimizar manipulação usar sistemas fechados para admini s tração Dispositivos medid o res de urina Serratia Contato Moderada Lavagem das mãos e desinfecção entre pac i entes Reservatório Agentes Transmissão Significância Prevenção e co n trole Eletrodos de ECG S. aureus, bacilos gram neg a tivos Contato Nenhuma Uso de descartáveis ou desinfecção após uso Endoscópios Salmonella, Pseudom o nas Contato Alta Desinfecção Emplasto/gesso Pseudomonas, Bacillus, Cunni n ghamella, Clostr i dium Contato Moderada Restrição em pacientes imunodepr i midos ou com pele não integra Estetoscópios Estafilococos - Nenhuma Prudente desinfetar com álc o ol Flores Bacilos gram negativos - Nenhuma Evitar nos quartos de imunodeprim i dos e UTI Filtros de ar Aspergillus Aéreo Moderada Trocar filtros period i camente Agente etiológico Hospital Grupo de risco Atividade Contaminação Total de casos Total de óbitos Aspergillus flavus A. fumigatus A. niger Militar Neoplasias Corticoterapia Reforma Ambiente interno 11 11 A. fumigatus Veteranos Transplante renal Reforma Fundo falso no teto 3 1 Aspergillus sp Zigomicetos Pediátrico Neoplasias Construção e reforma Ambiente demolido Sistema de ar condicionado Tráfego 5 5 Aspergillus sp Zigomicetos Rhizopus indicus UTI Neonatal Prematuridade Reforma Fundo falso no teto 2 2 Aspergillus flavus Universitário Neoplasias Pneumopatas Construção Sistema de ar condicionado 22 1 Legionella sp Veteranos Imunocomprometid os Neoplasias Transplante renal Construção Ambiente externo Água potável 49 15 Legionella sp Psiquiátrico Enfermaria com janela aberta nas proximidades do jardim Construção Manutenção do gramado Aérea 81 12 Legionella sp Universitário Neoplasias Corticoterapia Construção Água potável 2 2
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