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Resumo Contabilidade das Organizações

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Resumo Contabilidade das Organizações 
A informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados de forma que se possa 
agregar algum conhecimento ao receptor. Uma informação adequada requer algumas características: ser 
útil, reutilizável, gerenciada, oportuna, apresentada de forma compreensível, atender as necessidades dos 
usuários, auxiliar na formulação de estratégias, permitir condições de comparação entre períodos e auxiliar 
na tomada de decisão (STRASSBURG, 2004). 
Esses registros realizados representam métodos de escrituração. O termo método – do grego methodos – 
significa o caminho realizado para chegar a um objetivo. Já a palavra escriturar representa escriturar de 
transações ou documentos. Logo, quando falamos em método de escrituração em Contabilidade nos 
referimos aos procedimentos de registro de fatos contábeis. 
O entendimento da sociedade sobre a separação entre “o que é meu” e “o que é seu” foi um dos cenários 
que provocou registros de “débito” (o que alguém tem a me pagar) e “crédito” (o que eu devo pagar a 
alguém)” (SÁ, 2002). 
Diante de tantas explicações, a lógica do método das Partidas Dobradas resume-se de forma simples: cada 
débito deverá apresentar um crédito correspondente de mesmo valor. Assim entendemos que na realização 
de operações estamos retirando recursos de uma conta (origem) e transferindo para outra (aplicação). 
O lançamento dos eventos contábeis é divido em quatro elementos: 
 
O débito representa as funções que acrescentam valor aos ativos, ou sejam, somam o valor dos bens e 
direitos da empresa. Já os lançamentos devedores nas contas do passivo reduzirão os seus valores. Em 
contrapartida, os lançamentos a crédito aumentarão o valor do passivo e reduzirão os ativos da organização. 
Conforme a grandeza e complexidade das operações, os registros tornaram-se mais específicos, 
necessitando unir os lançamentos em livros que “contavam” a história contábil dos eventos, como exemplo, 
o Livro Diário e o Livro Razão (SÁ, 2002). O registro correto contribui para a apuração do resultado 
fidedigno, auxiliando na análise, dentre as diversas perspectivas, do desempenho da organização. 
Entendemos então que a contabilidade assume seu principal propósito: atender, adequadamente, os seus 
diferentes usuários (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2014), melhorando o controle patrimonial e contribuindo 
com alternativas para melhor subsidiar os tomadores de decisão da empresa. 
Ao final de períodos, a Contabilidade apresenta registros das ocorrências na empresa por meio de livros. 
Eles são classificados conforme sua finalidade: Contábeis, Fiscais e Sociais. O desenvolvimento histórico, 
econômico e social está relacionado aos meios de produção e distribuição da riqueza, o que valoriza o papel 
da Contabilidade em evidenciar as finanças empresariais e, antes de tudo, atuar como auxílio na tomada das 
melhores decisões (o que, consequentemente causaria melhores resultados). 
 
Lançamentos contábeis 
Data
• marcação do 
fato no tempo 
(dia, mês e ano)
Título
• o nome das 
contas de 
débito e crédito
Saldo
• a ser debitado 
(D)
• e creditado (C)
Histórico
• descrição do 
fato ocorrido
Atos Administrativos referem-se aos acontecimentos que não alteram o patrimônio da empresa e não são registrados 
em livros contábeis, como exemplo: avais, fianças e orçamentos realizados. Já os fatos contábeis são eventos que 
alteram qualitativa ou quantitativamente o patrimônio da empresa. Dentre os existentes, podemos citar: a venda de 
mercadorias ou prestação de serviços, a compra de um maquinário, investimentos ou financiamentos realizados, a 
subscrição de capital pelos sócios, dentre outros. Quando esses casos são entendidos como fatos contábeis eles 
devem ser registrados. 
Os fatos contábeis são divididos em três tipos: 
 
Os lançamentos são apresentados em ordem cronológica das ocorrências e registrados em livros contábeis 
legalmente obrigatórios - como exemplo o Livro Diário (tema que você verá na rota “Postulados e 
Pressupostos da Informação Contábil”). 
Lembre-se que todos os fatos que originam o lançamento contábil devem estar suportados por uma 
documentação hábil e idônea (contratos, notas fiscais). Recapitulando a Rota 01.... Os lançamentos 
contábeis são compostos por quatro elementos: 
 
 
O histórico do lançamento é uma das partes mais importantes do registro da operação. Ele irá descrever a 
ocorrência contábil, deve ser transcrito com a máxima clareza, apresentando a síntese do fato de forma 
objetiva. Para facilitar sua compreensão vamos exemplificar a aquisição de um automóvel: 
Histórico: Valor ref. a aquisição do veículo GOL 1.0 MI 8V FLEX 4P, Volkswagen, chassi 9AZVC05R3DF057890, 
conforme NF nº 40580, de 07/10/2015, de WebMotors Ltda. 
Os registros dos fatos podem não ser representados somente por uma conta debitada e uma creditada. Na 
Contabilidade o registro dos fatos contábeis pode também envolver: 
1. Fórmula simples: 
permutativos
permutações entre as 
contas com 
modificações somente 
qualitativas
modificativos
provocam alterações 
quantitativas 
podendo ser 
aumentativos ou 
diminutivos
mistos
provocam alterações 
quantitativas e 
qualitativas nas 
contas, também 
podem ser 
aumentativos ou 
diminuitivos
1ª fórmula: uma conta debitada e uma conta creditada; 
2. Fórmulas compostas: 
2ª fórmula: uma conta debitada e duas ou mais contas creditadas; 
3ª fórmula: duas [ou mais] contas debitadas e uma conta creditada; 
3. Fórmulas complexas: 
4ª fórmula: Duas [ou mais] contas debitadas e duas [ou mais] contas creditadas. 
Plano de contas 
O que são contas contábeis? 
Contas são os instrumentos de registro dos fatos contábeis. Elas possuem por finalidade agrupar eventos de 
uma mesma natureza e representar a variação patrimonial que o acontecimento promove no patrimônio da 
empresa (SÁ, 2005). 
Cada conta contábil é recebe um título que a identifica dentro das operações (compras, vendas, 
pagamentos e recebimentos) da empresa. As contas representam também bens, direitos, obrigações, 
patrimônio, receitas ou despesas da empresa. 
Teoria das contas 
Conforme o desenvolvimento da Contabilidade, diferentes doutrinadores sugerem princípios e 
interpretações a serem adotadas na classificação das contas contábeis. 
Dentre as diversas, três delas destacaram-se: 
Teoria Personalista 
A Teoria Personalista foi seminalmente idealizada por Francesco Marchi (1822/1871), porém ganha 
notoriedade a partir da construção de ideias de Giuseppe Cerboni (1827/1917). 
A mesma prega que relações jurídicas entre homem e objeto não existem, e que as contas podem ser 
representadas por pessoas com as quais são mantidas relações jurídicas. No personalismo, a Contabilidade 
estuda as variações da riqueza a partir da administração da azienda, propondo assim os lançamentos de 
débito e crédito conforme a natureza das contas. 
Nessa teoria as contas são classificadas conforme a natureza da relação jurídica que essas pessoas mantêm com o 
titular do Patrimônio, sendo categorizadas em três tipos: 
1. Contas dos proprietários: consistem nas contas representativas do capital próprio da empresa (contas que 
pertencem ao proprietário) ou ainda aquelas que interferem diretamente no patrimônio (com possibilidade 
de alterá-lo). Como exemplo: Contas de Capital próprio - Capital Social, Reservas; Variações do 
Capital/Patrimônio - receitas, despesas, custos, impostos sobre vendas. 
2. Contas dos agentes consignatários: consistem nas contas representativas dos bens que estão em consignação 
da empresa. Nessa perspectiva, as pessoas assumem responsabilidade sobre os bens da entidade, devendo 
assim prestar contas deles ou de valores recebidos. São exemplos: Caixa, Banco, Veículos, Móveis, Terrenos, 
etc. 
3. Contas dos agentes correspondentes: consistem nas contas representativas dos direitos da empresa ou suas 
obrigações com terceiros. A conotação “agentes correspondentes” representa operações ou relaçõesentre a 
entidade e terceiras pessoas. São exemplos: Duplicatas a receber, Clientes a receber, Impostos a recuperar 
(direitos), Fornecedores, Salários a pagar, Dividendos a distribuir (obrigações). 
 
Teoria Materialista 
Opostamente a Teoria Personalista, essa teoria defende que as contas representam uma relação com a 
materialidade, ou seja, os eventos são registrados a partir da existência de elementos reais entre fato e 
entidade. Francesco Villa e posteriormente Fábio Besta foram os principais representantes na construção do 
materialismo. Na teoria propõe-se as contas não são mais relacionadas às pessoas e que elas representam 
“entradas” ou “saídas” de valores da empresa. Nessa teoria as contas dividem-se em: 
1. Integrais (ou Elementares): representam os bens, dos direitos e das obrigações da empresa, por 
exemplo, Caixa e Veículos (bens), Clientes (direitos), Fornecedores (obrigações). 
2. Diferenciais (ou Derivadas): representam o patrimônio ou capital próprio da empresa e suas 
variações, por exemplo, Capital Social, Reservas (patrimônio da empresa), Receitas, Despesas 
(variações do Patrimônio Líquido). 
Teoria Patrimonialista 
Conforme o entendimento de Vincenzo Masi, precursor dessa teoria, o objeto da Contabilidade é o 
patrimônio da empresa. Masi propôs que a relevância no registro das contas é a essência dos fatos, o que 
remete a ideia que existe uma origem e uma aplicação de recursos. 
Neste sentido, a Contabilidade existe para apu rar resultados e controlar o patrimônio da entidade. 
Atualmente a Teoria Patrimonialista é a mais aceita e usada como a mais adequada para o registro de fatos 
contábeis. 
Contas Patrimoniais: consistem nas contas representativas dos bens, direitos, obrigações e patrimônio 
líquido da empresa. As mesmas ficam distribuídas Balanço Patrimonial, nos itens Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido. Veremos mais sobre demonstrativo contábil no próximo tema - Demonstrativos Contábeis 
Obrigatórios – desta rota. Exemplos: Capital Social e Reservas (patrimônio líquido), Caixa, Clientes, Veículos 
e Terrenos (bens e direitos), Fornecedores e Salários a pagar (obrigações). As contas patrimoniais possuem 
um pequeno grupo particular: as Contas Retificadoras. 
Contas retificadoras: são também chamadas redutoras e costumam posicionar-se abaixo de contas que 
necessitam ser “ajustadas” a um valor real – seja por valorização/desvalorização de uma obrigação ou 
desgaste no uso do bem. Embora apareçam em um determinado grupo patrimonial (ativo ou passivo), têm 
saldo contrário em relação a natureza das demais contas desse grupo. 
Exemplos: Provisão para devedores duvidosos, Depreciação acumulada, Amortização acumulada, Ações em 
tesouraria e Prejuízos acumulados. 
Contas de Resultado: são as contas que descrevem as operações que modificam a situação líquida da 
empresa. Elas são representadas pelas receitas, despesas, custos, ganhos e perdas advindas de seu exercício 
e devem ser encerradas ao final de cada período a fim de apurar o resultado (lucro ou prejuízo). As contas 
de resultado constam na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), apuram os lucros ou prejuízos da 
entidade e afetam diretamente o Patrimônio Líquido da empresa, pois seus saldos são diretamente 
transferidos para esta conta. Exemplos: Receitas, Devoluções de vendas, Custos das mercadorias, Despesas 
com pessoal, Ganho na venda de imobilizado, Juros. 
Observação: existem também as chamadas Contas de compensação. Elas representam um controle à parte 
do sistema patrimonial, destinado a finalidades internas na empresa. 
Seu registro é comumente aplicado para possíveis alterações patrimoniais futuras, como exemplo: 
Contratos de arrendamento mercantil, avais ou aluguel, Contratos de seguros ou garantias, ou ainda, 
Consignação de mercadorias. 
Matriz de Referência Informacional - Plano de contas 
Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se organizam as contas usadas na escrituração dos fatos 
contábeis. O mesmo é utilizado como uma “ordenação” de contas, sendo parâmetro para a elaboração de 
dois principais demonstrativos contábeis - O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE). 
A montagem de um “Plano de Contas” é personalizada conforme as necessidades ou interesses de 
evidenciação da empresa, ou seja, não existem regras que estabeleçam um número de contas que deve 
conter um plano de contas. Ao estabelece-lo lembre-se que o mesmo deve ser flexível o suficiente para 
inserção de novas contas quando necessário. Desta forma, conforme as necessidades dos usuários ou as 
ocorrências nas operações da empresa, maiores detalhamentos podem ser apresentados nas estruturas. 
Ao estabelecer um Plano de Contas indica-se que os grupos sejam ordenados de operações gerais para 
específicas, como exemplo: Receitas, Receitas de vendas, Receita de venda de produtos, Receita de revenda 
de mercadorias. Além disso, muitas vezes adota-se um código numérico a cada conta a fim de facilitar seu 
ordenamento e lançamento no software. 
Na Matriz de Referência informacional as contas podem ser: 
➢ Unilaterais: quando as variações ocorrem somente a débito ou somente a crédito. 
Exemplo: receitas e despesas; 
➢ Bilaterais: quando as variações ocorrem em ambos os sentidos. 
Exemplo: Caixa, Clientes, Imobilizado. 
Ao realizar os lançamentos em contas bilaterais lembre-se: 
 
Além disso, ao estabelecer critérios para a estrutura do plano de contas, três elementos são levados em 
conta: 
1. O atendimento às necessidades informacionais dos usuários 
2. Os princípios contábeis e legais para a elaboração das Demonstrações Contábeis (Lei 6.404/1976 e 
suas alterações: Lei 11.638/2007 Lei 13.129/2015) 
3. A adaptação às exigências dos agentes externos 
Demonstrações contábeis obrigatórias 
Os demonstrativos contábeis apresentam a posição patrimonial e financeira da empresa, seu desempenho 
no período como também os fluxos em caixa. 
As demonstrações contábeis fornecem informações que auxiliam os tomadores de decisões, como exemplo: 
os Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido (capital próprio) da entidade; as Receitas, Despesas, Ganhos e 
Perdas; as alterações no capital próprio e os fluxos de caixa (NBCTG26 R2/ 2014). Uma divulgação adequada 
requer uma representação fidedigna dos efeitos dos fatos contábeis sobre os ativos, passivos, receitas e 
despesas (contas contábeis). 
Conforme a NBC TG 26 R2 e NBC TG 09, as empresas brasileiras devem obrigatoriamente divulgar ao final 
do período: 
 
O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser apresentado pelo menos anualmente e com 
informação comparativa, ou seja, empresas devem apresentar os saldos atuais de suas contas 
comparativamente as informações (valores) do período anterior. 
São elementos que compõem a apresentação das demonstrações contábeis: o nome/identificação/razão 
social da empresa como um “cabeçalho”, a data de encerramento do período, a moeda de apresentação e o 
nível de arredondamento usado na apresentação dos valores. 
Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Contábil e tem como função apresentar a posição 
financeira da empresa por meio do seu Patrimônio. O BP apresenta os saldos das contas patrimoniais 
(aquelas apresentadas no Plano de Contas) em um determinado período, normalmente ao final de cada 
ano. 
A estrutura do BP é composta por três grandes grupos: o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. 
Ativo: representa os bens e direitos da entidade 
Passivo: compõem as obrigações da entidade com terceiros 
Patrimônio Líquido: representa o capital próprio da entidade, os valores aplicados por sócios e acionistas, ou 
seja, suas obrigações com a empresa 
 
 
 
 
 
 
A Demonstração do Valor Adicionado do período
A Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido do exercício (DMPL)
O Balanço Patrimonial
A Demonstração do 
Resultado do Exercício 
(DRE)
Os fluxos de caixa 
do período
A Demonstração do 
Resultado Abrangente 
doexercício
As Notas 
Explicativas
Desta forma, a estrutura simplificada do Balanço Patrimonial é: 
 
Como o nome sugere, o Balanço Patrimonial apura saldos. A soma dos valores dos Ativos (bens e direitos) 
devem ser equivalentes a soma do Passivo e Patrimônio Líquido (obrigações da entidade), ou seja, os 
recursos devem ser igualmente aplicados. Desta forma, uma fórmula comumente aceita é: 
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
Demonstração do resultado do Exercício (DRE) 
Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) foi instituída por meio da Lei 6.404/76. Seu objetivo 
principal é apresentar o resultado (lucro ou prejuízo) obtido a partir das operações da empresa durante um 
determinado período. 
O resultado apurado nesta demonstração é considerado econômico (e não financeiro como o Balanço 
Patrimonial), uma vez que evidencia registros que não foram efetivamente concretizados, como exemplo, a 
apresentação de vendas a prazo onde ainda não houve a entrada de dinheiro em caixa. 
Além disso, a DRE é formada pelas contas de resultado (aquelas apresentadas no Plano de Contas), exibindo 
um resumo ordenado das receitas, custos, despesas e encargos. Sua disposição é de forma dedutiva, 
iniciando pelas receitas, posteriormente custos, despesas gerais / com vendas / administrativas e encargos 
(ganhos ou perdas, juros pagos ou recebidos). Ao final da DRE são também apurados os tributos sobre o 
lucro. 
Bem, a principal diferença entre DRE e DRA é que a última agrega no seu relato as mudanças que ocorrem 
no Patrimônio Líquido resultantes de eventos não originados dos sócios. São exemplos dessas transações: os 
efeitos / ajustes na correção de erros e mudanças de políticas contábeis, os ganhos e perdas atuariais ou 
provenientes da conversão de Demonstrações Contábeis em operações no exterior, ou ainda, as alterações 
nos valores de instrumentos de hedge (você irá aprender mais sobre isso ao longo do seu curso). 
A DRA é comumente aplicada as empresas de maior porte, sendo uma importante ferramenta de análise 
gerencial para os usuários, uma vez que atualiza o capital próprio dos sócios por meio do registro no 
Patrimônio Líquido. Para as pequenas e médias empresas, caso não existam no período eventos como os 
mencionados, a divulgação destas informações estará limitada a DRE. 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) 
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) trata-se de uma demonstração que evidencia 
a movimentação / alteração das contas do capital próprio (Patrimônio Líquido – PL) da entidade durante o 
período. Nela são apresentadas as alterações no Capital Social, instituição ou distribuição de reservas, 
distribuição de dividendos, ações em tesouraria, ou ainda, prejuízos acumulados (NBCTG26 R2/ 2014). 
São exemplos de acontecimentos que alteram as contam dos PL: 
 
 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é regida pela NBC TG 03 R2/2014 evidenciando, conforme o 
próprio nome sugere, as movimentações em caixa no período. A mesma proporciona aos usuários uma base 
para avaliar a capacidade da entidade gerar caixa ou equivalentes de caixa (Aplicações financeiras de curto 
prazo), e suas necessidades de utilização deles. 
A relevância na apresentação da DFC consiste na ideia de que, independentemente da natureza das 
atividades, todas organizações necessitam de caixa para operar, cumprir com suas obrigações e, 
consequentemente, gerar retorno aos investidores. 
A apresentação da DFC é bastante útil para comparar a aplicação dos recursos financeiros em diferentes 
operações entre duas ou mais entidades, uma vez que reduz os efeitos decorrentes do uso diferentes 
critérios contábeis. Por meio dela é também possível verificar a relação entre lucratividade e fluxos de caixa 
líquidos e o impacto das mudanças de preços. São considerados como fluxo de caixa na DFC: 
Caixa: numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis 
Equivalentes de caixa: aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, e prontamente conversíveis em 
montante conhecido de caixa 
A DFC apresenta-se pelo método direto e indireto, sendo os fluxos de caixa classificados em aplicações de 
três tipos: atividades operacionais, de investimento e de financiamento: 
1. Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita. Exemplo: Receitas com 
vendas, pagamento de fornecedores, despesas operacionais. 
2. Atividades de investimento: são as atividades referentes a aquisição de investimentos ou venda de 
ativos. Exemplo: Investimentos realizados. 
3. Atividades de financiamento: são atividades que geram alterações nas suas obrigações com terceiros 
ou no capital próprio da entidade. Exemplo: empréstimos e financiamentos. 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem como finalidade evidenciar aos usuários informações sobre 
a riqueza gerada pela entidade no período e sua distribuição aos beneficiários (empregados, financiadores, 
governo, investidores). 
Apuração de lucro ou prejuízo (apurado na DRE)
Recebimento de doações e subvenções para 
investimentos
Reavaliação de ativos
Distribuição de dividendos
Subscrição e integralização de capital
Sua elaboração leva em conta a NBC TG Estrutura Conceitual, e seus dados, em sua grande maioria, são 
obtidos principalmente a partir da Demonstração do Resultado (NBC TG 09/ 2008) 
Conforme a NBC TG 09 (2008), a distribuição da riqueza da entidade deve ser realizada nos seguintes 
elementos: pessoal e encargos; impostos, taxas e contribuições; remuneração de capital de terceiros (juros, 
aluguéis); e remuneração de capital próprio (juros sobre capital próprio, dividendos, lucros retidos ou 
prejuízos do exercício). 
Notas explicativas 
As Notas Explicativas visam fornecer informações necessárias e complementares ao entendimento da atual 
situação patrimonial (conta, saldo, transação) ou de valores relativos a fatos que podem altera-la 
futuramente. As mesmas podem ser relacionadas a quaisquer uma das Demonstrações Contábeis 
mencionadas. 
Sua utilização provê informações adicionais que não tenham sido apresentadas nas demonstrações 
contábeis, porém que sejam relevantes para sua compreensão (NBCTG 26 R2/2014). Além disso, as notas 
explicativas podem ser apresentadas tanto quanto necessário, desde que de forma sistemática, ou seja, o 
item a ser explicado deve conter a referência cruzada respectiva a informação. 
Comumente as notas explicativas são ferramentas auxiliares. Elas são aplicadas em diversos contextos, 
dentre eles: na apresentação das políticas contábeis significativas adotadas pela entidade; de bases de 
mensuração utilizadas nas demonstrações contábeis; dos métodos aplicados na reavaliação de ativos; de 
dividendos propostos ou declarados antes da data, ou ainda, de informações explanatórias ou comparativas 
com o período anterior (NBC TG 03 R2/2014). 
Relatórios gerenciais 
Os relatórios gerenciais, por sua vez, são documentos que dispõem de importantes informações sobre as 
operações internas (de gestão) da empresa. Os mesmos são de uso interno na organização, principalmente 
devido ao seu perfil estratégico e individualizado. Por meio dele é possível apurar e acompanhar indicadores 
de produtividade setorial / departamental da empresa, sua parcela de mercado, questões como ociosidade, 
retrabalho e perdas, elaborar estimativas com base nas análises de eventos passados, e ainda realizar 
projeções ou sugestões para ações futuras. 
Além disso, sua elaboração deve ter como foco a operacionalidade informativa, ou seja, dispor de forma 
prática e objetiva dados [verdadeiros] que retratem a realidade da empresa. 
Sua utilidade está em atender os níveis de gerência na organização, auxiliando-os para execução de suas 
funções e frente à necessidade de esclarecimentos sobre “o que fazer” em uma situação (PADOVEZE, 1997). 
Os relatórios gerenciaisseguem algumas características a fim de atender seu principal objetivo – atender as 
necessidades dos usuários e gestores internos. 
➢ Saber para quem o relatório está sendo feito: como os relatórios gerenciais são de uso interno, é 
importante que os dados e informações estejam dispostas conforme a necessidade do usuário. 
Saber quem é o destinatário, principalmente em casos confidencias (informação sigilosa), é de 
extrema importância. Desta forma é possível apresentar de forma clara, objetiva e correta o que 
“realmente interessa. ”É possível também que sejam um ou mais usuários (departamentos, pessoas), 
neste caso uma boa alternativa é relacionar no relatório quem são os destinatários. 
➢ Saber o que se espera do relatório: ao estruturar um relatório você deve imaginar que as 
informações contidas são apresentadas com uma finalidade. O que se espera é que o usuário 
esclareça sua “dúvida” ou a solucione por meio destas informações. Mas qual a dúvida? Sobre algum 
departamento ou operação da empresa? É importante conhecer o(s) objetivo(s) do relatório e, se 
necessário, descrevê-lo(s) formalmente por uma nota inicial. 
➢ Apresentação do conteúdo: ao desenvolver o relatório procure dispor de informações com maior 
potencial possível de utilização. Este processo envolve a seleção de dados que estejam realmente 
vinculados à pauta a ser discutida. Indica-se a evidenciação de alguns aspectos comumente usados, 
como exemplo, produção, receitas, custos, despesas, metas traçadas, dentre outros. É importante 
você lembrar que apresentar as tendências ao longo do tempo pode ser bastante útil na análise de 
uma evolução histórica, ou seja, a comparação entre períodos, meses, anos. 
➢ Formato dos relatórios: procure inserir o que se quer apresentar de forma mais prática e 
comunicativa possível. Dependendo do tipo de relatório, expor o conteúdo geral em tópicos ou 
seções (Introdução, Objetivos, Sumários, Recomendações, Anexos) é bastante útil. Vale lembrar que 
a sequência de abordagens deve ser em estilo “pirâmide”, ou seja, primeiramente as pautas mais 
relevantes e, em seguida, suas peculiaridades, detalhes e justificativas. Incluir nas apresentações 
recursos como ilustrações, tabelas ou gráficos dinamizam a apresentação e auxiliam na 
interpretação das informações. Dados complementares ao entendimento podem também ser 
inseridos na seção Anexos. Além disso, datas e assinaturas, quando necessárias, devem ser 
impreterivelmente apresentadas. 
Os relatórios gerenciais não são compulsórios, ou seja, não há obrigatoriedade em estrutura-los ou divulga-
los. Todavia, sua principal função é auxiliar os gestores com algumas informações. Como não seguem uma 
estrutura específica (modelo padrão) as informações são selecionadas e apresentadas para um fim 
específico, atender as necessidades internas do responsável pela tomada de decisão. 
Esta característica permite que estes instrumentos sejam adaptados às necessidades da empresa. Os 
usuários podem aplica-los em diversas finalidades, como auxílio para traçar estratégias, realizar 
planejamentos, acompanhar o desempenho da empresa, ou ainda, reestabelecer objetivos. 
A Contabilidade assume de forma implícita os postulados contábeis, que funcionam como “fundamentos” 
incontestáveis sobre o modo como as empresas devem operar. Lembre-se que, além de ser suporte aos gerentes e 
estímulo à investidores, a Contabilidade exerce a função de prestadora de contas ao fisco. 
Os livros de escrituração possuem várias finalidades: 
• Acompanham os recursos da organização (caixa e contas afins) 
• Registram as compras, as vendas e controlam os estoques 
• Apresentam os colaboradores admitidos e dispensados 
• Evidenciam as modificações na Patrimônio da empresa (lucros ou prejuízos) 
• Agruparam as ocorrências das Atas de Assembleias 
Noções sobre Entidade e Continuidade – os Pilares da Contabilidade 
A escrituração dos fatos contábeis segue proposições acerca da realidade que é registrada. Essas 
proposições são como verdades incontestáveis sobre o objeto da Contabilidade, sua existência no tempo, e 
o ambiente (econômico, social e político) no qual ela atua. 
Esse conjunto de observações são, então, designadas como postulados. Os postulados não estão sujeitos a 
contestação, uma vez que representam a base sobre a qual se desenvolve todo o raciocínio contábil 
(ambiente e condições em que ela atua). Além disso, devido a sua relevância ao entendimento da teoria, os 
postulados são considerados como os Pilares da Contabilidade. Os mesmos são categorizados conforme sua 
utilidade, dividindo-se em: 
 
Postulado da Entidade 
Sob as proposições desse postulado, a atividade econômica da empresa (pessoa jurídica) deve ser 
considerada independente das operações dos seus sócios (pessoas físicas). Nesse sentido, o Patrimônio é 
considerado objeto da Contabilidade, sendo imprescindível que este seja diferenciado – recursos próprios e 
os recursos da entidade jurídica – ainda que estes valores pertençam a uma mesma pessoa, um conjunto de 
pessoas. 
Nesse Postulado, a Contabilidade considera o patrimônio sob os enfoques: pessoa física e pessoa jurídica. É 
imprescindível distinguir corretamente estas pessoas. Um exemplo muito comum que observamos e que 
violam esse postulado é o uso de finanças da empresa (valores em caixa) para quitação de débitos dos 
sócios. 
Postulado da Continuidade 
Defende que os registros na Contabilidade devem tratar a “vida” da empresa como de prazo indefinido para 
encerrar suas atividades. Desse modo, o termo “continuidade” sugere que a entidade não possui um fim ou 
prazo estimado de duração. A proposição de prever a suspensão das atividades poderia provocar sérios 
efeitos na organização, como a desvalorização de seus ativos, por exemplo. Além disso, o Postulado da 
Continuidade entende que a organização possui a finalidade de gerir seus ativos com esforços a produzir 
receita, e não simplesmente serem vendidos. Desse modo, a empresa é um empreendimento em 
andamento, devendo seus fundadores realizarem os esforços necessários para ter um patrimônio potencial 
de geração de benefícios futuros. 
Quando é realizado uma auditoria na empresa, um dos quesitos analisados para a emissão da opinião 
(antigo parecer) do auditor refere-se à capacidade de continuidade/descontinuidade da organização. Nesse 
caso, são apontados critérios como: capacidade de superação de crises financeiras, multas elevadas com 
valores provavelmente impagáveis, incapacidade produtiva, etc. 
A escrituração dos acontecimentos na empresa deve ser suportada por documentos comprobatórios (notas 
fiscais de entrada e saída, recibos, registros, peças, etc.), que ratifiquem as entradas/saídas/recursos 
contabilizados. A escrituração deve também estar à disposição para uma possível conferência com as 
demonstrações contábeis (em casos de auditoria), comprovando, assim, a chamada “exatidão aritmética”. 
Acerca do período que estes itens devem ser conservados, a legislação sugere que os registros (realizados 
em livros contábeis, fiscais, sociais – veremos mais adiante sobre eles) devem ser mantidos enquanto os 
lançamentos de créditos tributários não prescrevam (5 anos). No entanto, vale lembrar que, para o fisco, 
existe um prazo decadencial (10 anos) para o lançamento de créditos tributários, podendo, assim (nos casos 
em que a empresa aufira lançamentos nessa configuração), postergar o prazo para manutenção de 
documentos comprobatórios para 10 anos. 
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o
st
u
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d
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o
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o
s Determinam o que ou como 
a Contabilidade deveria 
fazer ou atuar, 
condicionando que para 
todas as ações são 
necessárias justificativas 
(explicações). As ações 
devem ser amparadas de 
alguma forma – leis, 
normativos, decretos. p
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s Descrevem como (e por 
que) a informação contábil 
deve ser apresentada aos 
seus usuários.
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is Determinam o ambiente 
onde a Contabilidadeopera 
(nível econômico, social ou 
político). A fim atingir sua 
finalidade (ser útil aos 
usuários), é necessário que 
a Contabilidade exerça, 
então, duas funções no 
ambiente empresarial: 
definir e manter sua 
existência.
É importante você saber que, além dos postulados contábeis, a Contabilidade deve observar aos Princípios 
Fundamentais que condicionam legitimidade às Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) e orientam o 
exercício da profissão. Os mesmos desenvolvem-se a partir da necessidade de se estabelecer conceitos e 
procedimentos que viabilizar aos demais usuários padrões de comparabilidade e credibilidade, como nos 
casos dos critérios adotados na elaboração dessas demonstrações. 
Nesse sentido, os princípios atuam como suporte aos postulados, delimitando e qualificando o campo de 
atuação da Contabilidade. Todavia, a partir da evolução da Contabilidade, e caso surjam fatos 
socioeconômicos ou alterações na legislação que suportem a ideia proposta pelos princípios, estes podem 
ser alterados para atender as inovações ocorridas na vida empresarial. 
Os princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são: o da Entidade; o da Continuidade; o da 
Oportunidade; o do Registro pelo Valor Original; o da Competência; e o da Prudência (RESOLUÇÃO CFC n. 
750/93; RESOLUÇÃO CFC n. 1.282/10). 
Por fim, a conduta do profissional contábil, a delimitação de conceitos e atribuições preconizadas pelos 
Postulados e Princípios Contábeis, são definidas com maior precisão por meio das Convenções Contábeis. As 
convenções atendem um perfil mais claro e objetivo, indicando a conduta adequada que deve ser observada 
no exercício profissional. Elas representam o complemento dos Princípios e Postulados, sendo dividas em: 
• Convenção da Objetividade 
• Convenção da Materialidade 
• Convenção da Consistência 
• Convenção do Conservadorismo 
Livro Diário 
Este livro constitui o registro básico de toda a escrituração contábil, onde são lançadas as operações diárias 
(organizadas por dia) que ocorrem na empresa e que modifiquem ou possam modificar a situação 
patrimonial da pessoa jurídica. Neste livro são apresentados os lançamentos contábeis da organização e 
seguem o registro conforme as partidas dobradas (os totais débito e crédito deverão ser sempre iguais). 
Este livro deve ser autenticado pelo órgão competente (Juntas Comerciais, repartições encarregadas do 
Registro do Comércio, Registro Civil das Pessoas Jurídicas) e apresentar estrutura física encadernada, folhas 
numeradas tipograficamente, termo de abertura e termo de encerramento. 
Além disso, a apresentação do Livro Diário segue algumas formalidades intrínsecas: 
• Utilizar o idioma nacional e a moeda corrente do país 
• Utilizar a linguagem mercantil 
• Apresentar os registros, inclusive os históricos, individualizados e com clareza; Individualização e 
clareza dos lançamentos nele feitos 
• Registrar os fatos em ordem cronológica seguindo respectivamente dia, mês e ano 
• Não apresentar intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas 
Se estas formalidades não forem respeitadas, o Diário acaba sendo completamente invalidado. 
Livro Razão 
É fundamental ao processo contábil, e sua manutenção é obrigatoriamente, exigida pela legislação brasileira 
por período de 5 anos. Por meio dele é possível acompanhar individualmente os saldos das contas contábeis 
(aquelas que compõem o plano de contas aprendidos na Aula 1), o que possibilita a apuração de resultados 
e, por conseguinte, a elaboração de demonstrações contábeis (balancetes de verificação do razão, balanço 
patrimonial, etc.). 
Além disso, esse livro atua no sentido de detalhar as contas (e subcontas) debitadas ou creditadas por meio 
dos lançamentos realizados no Livro Diário, ou seja, cada conta lançada no Livro Diário é também lançada no 
Livro Razão. São totalizadas, desse modo, contas patrimoniais e contas de resultado, sendo cada folha do 
livro destinada a uma conta específica. 
Assim como no Livro Diário, os lançamentos no Livro Razão são feitos em ordem cronológica dentro de cada 
conta, podendo ser também escriturados em fichas, utilizando-se uma ficha para cada conta (Lei n. 
8.383/1991, art. 64). 
Lembre-se que a natureza da conta (credora ou devedora) determina qual lado deve ser utilizado para 
aumentos e ou diminuições nos saldos. Desse modo, para cada conta será estruturado um razonete. Após 
sua escrituração, o Livro Razão deve ser encadernado, porém torna-se dispensado sua autenticação ou 
registro nos órgãos competentes (Junta Comercial ou no Cartório), uma vez que entende-se que ele é uma 
cópia dos fatos escriturados no Livro Diário. 
Além dos livros contábeis obrigatórios, a legislação para sociedades por ações (Lei n. 6.404/76) dispõe a 
existência de mais duas categorias, os livros fiscais e os livros sociais. Quanto aos Sociais, alguns deles são: 
 
De forma complementar aos livros contábeis obrigatórios, existem, na Contabilidade, livros que se 
comportam como facultativos (ou acessórios) e que podem auxiliar o entendimento e acompanhamento de 
alguns fatos contábeis. Alguns deles são: 
• Livro Caixa – registra as entradas e saídas de numerário 
• Livro de Inventário – registrar os bens de consumo, mercadorias, matérias-primas e outros materiais 
que se achem estocados nas datas em que forem levantados os balanços 
• Livro de Entrada de Mercadorias – registra as mercadorias adquiridas e recebidas pelas empresas, ou 
as entradas de bens de qualquer espécie, inclusive os que se destinam a uso ou consumo 
• Livro de Saída de Mercadorias – registra as mercadorias ou produtos vendidos, bem como toda e 
qualquer saída, inclusive de bens móveis da empresa 
• Livro de Registro de Prestação de Serviços – livro é obrigatório perante o fisco municipal em 
empresas prestadores de serviço, nele são registradas todas as operações de serviços 
• Registro de Duplicatas – livro de cunho obrigatório, caso a empresa realize vendas a prazo com 
emissão de duplicatas 
Livros fiscais obrigatórios 
Atualmente, os Livros Fiscais são realizados eletronicamente (via Sped, por exemplo), porém são impressos 
ao final do período de apuração, com folhas devidamente numeradas tipograficamente, em ordem 
crescente, encadernados e assinados pelo representante legal da empresa e por um profissional contábil. 
De modo a produzir os efeitos legais e de direito, a grande parte deles são registrados nos órgãos 
competentes – só serão usados depois de registrados na repartição competente do Fisco. 
Registro de Atas de Reuniões da Diretoria, do Conselho de Administração, Pareceres do Conselho Fiscal)
Registro de Transferência das Ações Normativas
Registro de Partes Beneficiárias Registro de Presença de Acionistas 
Registro de Atas de Assembleias 
Gerais 
Registro das Ações Normativas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
Os livros fiscais mais comuns são: 
• Registro de entradas de mercadorias – destina-se ao registro, em ordem cronológica, das 
mercadorias adquiridas e recebidas pelas empresas. 
• Registro de saídas de mercadorias – destina-se ao registo, em ordem cronológica, das mercadorias 
ou produtos vendidos/despachados pelas empresas; inclui-se toda e qualquer saída, inclusive de 
bens móveis da empresa. 
• Registro dos serviços prestados e Registro de serviços tomados – destinado ao registro dos 
documentos fiscais relativos aos serviços prestados e serviços tomados sujeitos ao ISS (quando a 
empresa for contribuinte do ISS). 
• Registro de Inventário – tem a finalidade de registrar os bens de consumo, as mercadorias, as 
matérias-primas e outros materiais estocados (na data de realização do balanço). 
• Registro de controle de produção e estoque – destinado à escrituração dos documentos fiscais e de 
uso interno do estabelecimento (entradas e saídas, produção, estoques de mercadorias). 
Obs.: o Ajuste Sinief n. 17/2014 estabelece que, a partir de Janeiro de 2016, a escrituração destelivro é 
obrigatória para os estabelecimentos industriais ou a eles equiparados (decorrente do uso do SPED Fiscal). 
• Registro de Apuração de impostos (IPI, ICMS, ISS, etc.) – a finalidade dos livros (um para cada tipo de 
imposto) é apurar o valor devido pelo estabelecimento, no período. Nele são registrados/lançados 
valores a débito (a recuperar) e a crédito (a recolher) do imposto, os saldos apurados e outros 
elementos que venham a ser exigidos derivados das operações da empresa. 
• Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) – destinado a ajustar os valores do Imposto de Renda 
evidenciados nos demonstrativos contábeis à sua declaração, ou seja, visa descrever a base de 
cálculo do Imposto de Renda. Inclui nas apresentações as adições e exclusões realizadas no lucro 
líquido para fins de fechamento das demonstrações contábeis do período, assim como os valores 
futuros que irão alterar a base de cálculo dos próximos exercícios. 
Obs.: este livro é obrigatório somente para empresas enquadradas no regime de tributação Lucro Real. 
Conforme Decreto-lei n. 1.598/1977 (artigo 8°), compõem a estrutura desse livro: 
1. Os ajustes do lucro líquido do período, a demonstração do lucro real 
2. Os registros de controle de prejuízos fiscais a compensar em períodos de apuração subsequentes, da 
depreciação acelerada, da exaustão mineral e demais valores que devam influenciar a determinação 
do lucro real de períodos de apuração futuros e não constem da escrituração comercial 
3. Os registros de controle dos valores excedentes a serem utilizados no cálculo das deduções nos 
períodos de apuração subsequentes, (dispêndios com programa de alimentação, vale transporte do 
trabalhador) 
Contabilidade para tomada de decisões 
A partir dessas considerações, a realização de projeções ou visões prospectivas permite que o tomador de 
decisão avalie a situação patrimonial e as tendências da empresa com menor grau de dificuldade (se 
comparado à leitura dos diversos números que envolvem as demonstrações contábeis). Além disso, a 
reprodução/transcrição dos valores quantificáveis das contas em indicadores, gráficos, ilustrações (entre 
outras formas) permite que o usuário compreenda economicamente o comportamento da organização, 
compare seus resultados com os de outros períodos ou Entidades, avalie se suas expectativas (objetivos, 
rendimentos, índices de crescimento) foram atendidas e projete o futuro organizacional. 
São exemplos comuns de elementos que exercem esse papel: 
• a estrutura do Balanço Patrimonial 
• a Demonstração do Resultado do Exercício 
• a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
• o Registro de fluxo de caixa 
 
Lançamentos Contábeis pelo Regime de Competência 
Diferentemente do senso comum, em Contabilidade, o termo “competência” tem significado muito 
particular. Não se relaciona com a ideia de atribuição ou capacidade de algo (ou alguém), mas ao período de 
reconhecimento de uma transação, evento ou fato contábil. Desse modo, propõe-se que o termo seja 
entendido como um “regime de competência de períodos”, ou seja, a data a que se refere a ocorrência. 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem o regime de competência como único parâmetro válido para 
a elaboração das demonstrações contábeis, ou seja, de utilização compulsória no meio empresarial. São raras as 
exceções que estabelecem o uso do regime de caixa, como a escrituração de receitas em instituições públicas, por 
exemplo. 
A compreensão da forma de escrituração por competência está diretamente relacionada ao entendimento 
das variações patrimoniais e sua natureza. Esse regime, sob a mesma concepção do Princípio da 
Competência, brevemente relatado no Tema 1 dessa aula, determina que as alterações no ativo ou no 
passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido (PL) da organização. O resultado dessas 
alterações no PL conduz, posteriormente, à apresentação das mutações patrimoniais em uma respectiva 
demonstração. 
• Permutativos ou qualitativos – o lançamento altera (permuta) somente a qualidade ou a natureza 
dos componentes patrimoniais (lançamentos que envolvem com ativo-ativo ou passivo-passivo), sem 
repercussão no montante do Patrimônio Líquido. Exemplo: aquisição de um maquinário com 
pagamento em dinheiro. 
• Modificativos ou quantitativos – o lançamento altera a composição do Patrimônio e modifica (para 
mais ou para menos) a situação líquida da empresa. Exemplo: receitas de vendas, pagamento de 
despesas. 
Análise vertical e 
horizontal
evidencia o percentual 
que cada conta (ou 
conjunto de contas) 
representa em relação 
ao valor base de 
contas da mesma 
natureza. Por exemplo: 
o percentual de dívidas 
a serem pagas no curto 
prazo em relação ao 
total de dívidas que a 
empresa precisa 
quitar.
Análise de Índices
transcreve os 
resultados 
apresentados nos 
demonstrativos em 
índices, como liquidez 
e rentabilidade. Eles 
auxiliam na 
compreensão da 
aplicação de recursos 
da entidade, a 
estrutura de seu 
patrimônio, sua 
capacidade de 
pagamento, o retorno 
de investimentos.
Prazos Médios
apresentam a 
velocidade com que 
elementos 
patrimoniais se 
renovam durante um 
determinado período 
de tempo. Exemplo: 
prazo médio de 
recebimento de 
vendas, de renovação 
do estoque, de contas 
a pagar.
Alavancagem 
Financeira
apresenta o grau de 
lucratividade, positiva 
ou negativa, gerada 
pela utilização de 
capitais de terceiros 
(empréstimos, 
financiamentos, 
investimentos de 
acionistas, etc.).
• Mistos – o lançamento envolve simultaneamente um fato permutativo (qualitativo) e um fato 
modificativo (quantitativo). Exemplo: recebimento de duplicatas com juros ou com descontos, 
pagamento de duplicatas com juros ou descontos. 
Do ponto de vista contábil, o patrimônio é tudo aquilo que pode ser avaliado em moeda, sendo ele 
representado por: 
 
Percebe-se então que tudo o que está sob seu “controle”, possui valor econômico e que pode ser 
convertido em dinheiro a fim de gerar benefícios futuros a organização, pode ser considerado um bem 
(RIBEIRO, 2007). Eles são considerados elementos úteis e capazes de satisfazer as necessidades das pessoas 
e das empresas. Os bens são classificados em: 
• Bens materiais: são entendidos como corpóreos ou tangíveis, que constituem uma forma física, 
concreta. São subcategorizados em: 
• Bens móveis: são aqueles objetos palpáveis e passíveis de remoção sem sofrer danos. Exemplos: 
veículos, móveis, utensílios, máquinas, estoques; 
• Bens imóveis: são elementos que não são capazes de serem retirados de seu local sem que 
provoque algum tipo de destruição ou danos. Exemplos: edifícios, terrenos, construções, árvores. 
• Bens imateriais: são assim entendidos por não possuírem corpo, forma ou material. Não constituem 
uma realidade física, ou não são capazes de serem tocados. Exemplos: benfeitorias em imóveis de 
terceiros, valores implícitos em um ponto comercial (clientela, “fama do local”, tempo de existência), 
patentes. Exemplos: nome comercial (marca), patente de invenção, ponto comercial, o domínio de 
internet, etc. 
Direitos da empresa: Representa os bens da empresa em posse de terceiros (outras pessoas) que, neste 
caso, geram o “privilégio” de alguma forma de recebimento. Assim como os bens, os direitos representam 
recursos (a receber) que gerarão benefícios presentes ou futuros a entidade (RIBEIRO, 2007). Exemplos: o 
direito de recebimento de vendas a prazo: duplicatas a receber – promissórias a receber; a concessão de 
locação de um imóvel: aluguéis a receber. 
Obs.: Nessas situações o que se entende é que já existe o bem em posse de outra pessoa (mercadoria, 
produto, imóvel), porém ainda há a necessidade de recebimento pela propriedade da empresa. 
O elemento principal que diferencia BENS de DIREITOS é a posse 
Obrigações da empresa: Representam os compromissos firmados pela empresa que são pagos a terceiros 
ou exigidos por terceiros. Em Contabilidade, são denominadas “obrigações a pagarou exigíveis”, ou seja, 
acordos que podem ser reclamados ou exigidos na data do vencimento (SÁ, 2010). Exemplos: empréstimos 
bancários, títulos a pagar, fornecedores a pagar, salários a pagar, impostos a pagar. 
Obs.: a ideia de obrigatoriedade incide a partir do momento entre se integra o patrimônio, ou seja, a partir 
do recebimento do bem. Exemplo: a partir de compras de mercadorias a prazo, integra-se a obrigatoriedade 
de registrar o pagamento devido aos fornecedores a partir do momento em que as já estão em posse 
(comumente firmado a partir da emissão da nota fiscal). 
Ao final do mês você apura que em sua conta poupança há um saldo de R$ 150.000,00. No entanto, você 
sabe que desse valor R$ 100.000,00 são de sua mãe, que depositou para que o valor tivesse algum 
rendimento. É importante que você entenda que, embora esse dinheiro esteja em sua POSSE (sua conta e 
manuseio) ela não é de sua PROPRIEDADE (pertence a sua mãe que o depositou). Observe que, a posse dos 
R$ 100.000,00 a mais na sua conta gerou a obrigação de reembolsa-lo quando sua mãe precisar, e 
consequentemente gerou o direito de sua mãe sacá-lo quando quiser. 
Veja que, o pagamento dos R$ 100.000,00 a sua mãe e o recebimento neste mesmo valor irá anular os 
saldos, correto? Isso acontece, pois, a contabilidade adota o método das partidas dobradas para tais 
lançamentos. A mesma ideia deve ocorrer caso juros/remunerações incidam sobre o valor depositado na 
poupança (ela terá o direito de recebe-lo e você a obrigação de pagá-lo). 
De forma simplificada e matemática, o Patrimônio Líquido de uma empresa é definido como a diferença 
entre o valor do ativo (bens e direitos) e do passivo (obrigações – representadas pelas dívidas). Ou seja, o 
Patrimônio Líquido representa o direito residual sobre os ativos de uma organização após serem deduzidos 
seus valores no passivo (IUDÍCIBUS, 2010). 
No Balanço Patrimonial (demonstração contábil obrigatória), o Patrimônio Líquido compreende também o 
grupo de PASSIVO (obrigações) da organização. Entende-se que ele faz parte dos compromissos que a 
entidade precisa honrar para com seus sócios/administradores/acionistas acerca do capital investidos e das 
reservas a serem distribuídas, uma vez que foram eles que realizaram os investimentos iniciais para que a 
empresa mantenha suas operações. 
O Patrimônio Líquido é também entendido como “Direitos de propriedade” que um indivíduo possui na 
empresa (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2010). 
Os direitos de participação na distribuição de caixa ou ativos das empresas; em casos em que a empresa 
liquide (finde as operações), são distribuições os direitos residuais dos ativos; os direitos de vender ou 
transferir os direitos que possuam que possuem sobre a empresa em operação – cotas, ações, 
participações. 
 
 
O Patrimônio Líquido diferencia-se das obrigações em alguns critérios, veja alguns deles: 
➢ Grau de prioridade na liquidação: as obrigações têm prioridade de recebimento se comparado aos 
acionistas. Exemplo: fornecedores. 
➢ Grau de certeza quanto a valor: os credores (obrigações) possuem prioridade sobre os acionistas 
para o recebimento de juros e amortização do principal. 
➢ Grau de certeza quanto a data: A data de vencimento de obrigações é geralmente fixa e com direito 
a cobrança. Quanto aos dividendos, a distribuição torna-se uma exigibilidade apenas após serem 
declaradas em assembleia. 
Accruals 
Termo em inglês accruals determina o registro de algumas transações financeiras em que a receita ou 
despesa é reconhecida antes do desembolso ou recebimento efetivo dos valores envolvidos, ou seja, pelo 
fato gerador (conforme os princípios de regime de competência). Nos últimos tempos eles passam a receber 
uma atenção especial como um indicador da qualidade do lucro, pois interferem nas diferenças existentes 
entre o capital circulante líquido e os recursos financeiros gerados pelas atividades operacionais. Eles 
representam a diferença entre o lucro contábil e o fluxo de caixa da empresa, sendo assim possível 
identificar os componentes que o alteram, porém não influenciam imediatamente o caixa do período (CHAN 
et al., 2001). 
Além disso, por meio deles é possível gerenciar lucros, estimulando investidores a empregar seu capital na 
organização (quando o lucro é inflado), ou evitando que uma grande distribuição das riquezas seja realizada 
(quando o lucro é reduzido). Podemos citar alguns exemplos que eventos que, embora ocorram e são 
registrados contabilmente, não apresentam efetivamente o desembolso de valores (não alteram o fluxo de 
caixa da empresa): 
1. Provisões para passivos com quantia ou data de vencimento incerta; 
2. Provisões para contingências que será confirmada somente ao longo de períodos; 
3. Provisões realizadas para o pagamento de férias, 13º salários e os respectivos encargos sociais; 
4. Proposta para a distribuição dos dividendos mínimos obrigatórios; 
5. Proposta para gratificações e participações devidas aos empregados, administradores e partes 
beneficiárias; 
6. Reconhecimento de receitas ou despesas de juros, independentemente de serem recebidas ou 
pagas. 
Os accruals são provisões derivadas de apropriações por competência, que ficam “entendidas” como 
obrigações já existentes (passivos genuínos), porém não desembolsadas ou recebidas. 
Accruals seriam todas aquelas contas de resultado que influenciaram na apuração do lucro, mas que não 
significam necessariamente que houve a movimentação de disponibilidades (STICKNEY; WEIL, 2001). 
Entenda que não é ilegal registrar accruals, afinal eles derivam do regime de competência adotado pela 
contabilidade, e por meio dele que se pode mensurar o lucro no seu sentido econômico, aquele que 
acrescenta a riqueza patrimonial sem necessariamente provocar alterações de movimentação financeira. No 
entanto, o que deve ser observado é a sua discricionariedade quando o real fim é manipulá-lo para 
influenciar o lucro (para mais ou para menos). 
Considerando que eventualmente um aumento ou redução de accruals podem ser empregados com 
motivos alheios à realidade dos negócios, sugere-se que eles sejam categorizados em: 
• Accruals discricionários: reconhecimentos artificiais empregados com o propósito “gerenciar” o 
resultado contábil. Eles acabam inflando os lucros em valores bem acima dos fluxos de caixa. 
Exemplos: registro de vendas antecipadamente, redução das disponibilidades por meio de despesas 
com garantias 
• Accruals não discricionários: reconhecimentos condizentes e exigidos conforme a realidade do 
negócio. 
Qual a importância de saber sobre accruals? 
Eles são capazes de impactar diretamente sobre as contas do balanço patrimonial, o que altera 
consideravelmente os indicadores de avaliação das empresas no Mercado de Capitais. A manipulação do 
reconhecimento de eventos, por sua vez, altera os resultados (conforme interesses e ambições) e 
fornecendo informações contábeis tendenciosas. No entanto, a não apresentação de accruals, pode 
também aumentar consideravelmente o lucro contábil da empresa, atraindo investidores que visem a 
distribuição de dividendos sobre os altos lucros apurados, que por outro podem camuflam empresas 
endividadas. 
A manipulação ou gerenciamento de resultados é diferente de fraude contábil. A fraude burla os princípios 
contábeis, demonstrando intenção de enganar, como ocorreram em casos como da Eron, Parmalat e 
Petrobrás onde foram criados ativos fictícios. Por outro lado, o gerenciamento de resultados envolve a 
apropriação de receitas ou despesas em períodos oportunos a fim de apresentar as condições econômicas 
favoráveis às financeiras. 
DÉBITO representa os bens e direitos que a empresa adquiriu; 
CRÉDITO representa os esforços realizados para se adquirir bens ou direitos. 
Logo, ao se adquirir mercadorias para pagamentos a prazo, entende-se que foi necessário realizar a 
compromisso de pagamento com fornecedores (lançamento credor) para que fosse possível obter sua 
mercadoria em estoque(bens adquiridos por meio da aplicação dos recursos – lançamento devedor). 
Tente seguir esta linha de raciocínio para situações como: 
1. depósito de dinheiro no banco; 
2. compra de máquinas a prazo; 
3. pagamento de impostos em dinheiro; 
4. pagamento de salários a empregados. 
 
Caso os lançamentos sejam por algum motivo realizados erroneamente (inversão das contas, lançamentos 
em duplicidade, omissão de lançamentos, erro no valor), o estorno é realizado. Este procedimento consiste 
em debitar valores equivocadamente creditados, e creditar os debitados e possui a finalidade de retificar, 
complementar ou estornar valores. 
Ao realizar lançamentos contábeis, siga quatro passos (RIBEIRO, 2007): 
➢ Identifique as contas envolvidas no fato; 
➢ Identifique a classificação das contas (a que grupos pertencem); 
➢ Identifique o que o fato provocará no saldo das contas (aumentará ou reduzirá); 
➢ Efetue o lançamento contábil conforme o Método das Partidas Dobradas. 
Na linguagem contábil, além da forma padrão (D e C) apresentada anteriormente para os lançamentos de 
primeira à quarta fórmula, a escrituração das contas pode também ser realizada da seguinte forma: 
➢ Lançamento anteriormente apresentado: 
 
➢ Lançamento opcional também aceito 
 
Os lançamentos a débito são compostos pelos quatro elementos: 
Data/local, contas (patrimoniais ou de resultado), saldos e histórico. 
Além disso, o lançamento somente foi realizado a partir da posse do veículo, ou seja, após a emissão do 
documento comprobatório – NOTA FISCAL – que confirmasse a aquisição. Neste caso, é importante 
lembrarmos que a origem da compra é de responsabilidade bancária (origem do recurso financeiro), sendo 
os valores aplicados na conta veículos. 
Lançamentos contábeis envolvendo ATIVOS 
O termo entendido como recursos da entidade é bastante amplo, envolvendo bens tangíveis e intangíveis. 
No entanto, é importante você entender que a relação entre posse e propriedade é algo a ser considerado 
no grupo. O processo de controle (e a partir de então o reconhecimento do Ativo) muitas vezes envolve a 
posse e propriedade, porém a posse nem sempre é indispensável para caracterizar um Ativo. 
No Balanço Patrimonial da empresa, as contas que compreendem o Ativo estarão dispostas ao lado 
esquerdo. Por exemplo: a empresa pode adquirir mercadorias que já são seus bens, porém, ainda está em 
transporte (período de entrega). A inexistência do bem físico nesse momento não deixa de caracterizar 
essas mercadorias como um bem que será incluído no seu estoque (IUDÍCIBUS, 2006). 
O Ativo de uma empresa é dividido em dois grandes grupos: 
 
Conforme a Lei 11.638/07, os Ativos Circulante e Não Circulante são classificados em subgrupos, sendo eles: 
 
Para efetuar os lançamentos contábeis, é importante você saber que essas contas são patrimoniais e de 
natureza devedora. Lançamentos contábeis realizados a débito aumentarão seu valor e, aqueles lançados a 
crédito, o reduzirão. Excluem-se dessa generalização somente as contas redutoras, que passam a ter 
natureza credora (inversa). 
Os lançamentos podem não envolver somente contas entre Ativos, pode-se apresentar como contrapartida 
contas do Passivo, como exemplo, quando ocorre o pagamento de empréstimos, impostos, salários etc. 
(obrigações – Passivo) com valores em caixa. 
Lançamentos contábeis envolvendo patrimônio líquido e PASSIVOS 
Ativo circulante
• contempla contas que geram rápida conversão em dinheiro no 
patrimônio, ou seja, representam o capital de giro da entidade 
(IUDÍCIBUS, 2006). O que faz com que uma conta seja 
classificada no Ativo Circulante é o grau de liquidez, que não 
mais é que a facilidade e rapidez de serem “transformadas” em 
dinheiro.
Ativo não circulante
• contempla as contas de conversão no longo prazo e aquelas que 
possuem característica de natureza permanente, ou seja, que a 
empresa não tem intenção de vender momentaneamente, mas 
usa para manter a atividade. Para que um item seja classificado 
nesse grupo, é necessário que ele atenda a uma das seguintes 
características: ter prazo de conversibilidade superior ao 
encerramento da demonstração contábil do ano seguinte; ser 
usado pela empresa para manter suas atividades em 
funcionamento; não ser destinado a venda.
Os Passivos, de forma sintética, representam as exigibilidades. Eles são considerados as origens de recursos 
(valores, ativos) que subsidiam os eventos que ocorrem na entidade, porém, são adquiridos por meio de 
obrigações firmadas com terceiros e que, em algum momento, serão quitadas. Além disso, no Balanço 
Patrimonial, elas são apresentadas ao lado direito e organizadas em ordem decrescente de exigibilidade, ou 
seja, as mais próximas de liquidação são apresentadas primeiro. 
Ao operar, a entidade deve gerar valores necessários para cumprir com seus compromissos e que, 
sobretudo, a aplicação dos recursos advindos do Passivo resulte em recursos capazes de gerar benefícios 
futuros. Nesse grupo são organizados os registros dos valores devidos a terceiros de curto e longo prazo. 
Essa distinção leva os Passivos serem divididos em dois grandes grupos: 
 
Conforme a Lei 11.638/07, os Passivos Circulante e Não Circulante são classificados em subgrupos, sendo 
eles: 
 
Passivo 
Circulante
• compreende o conjunto de obrigações a serem 
quitadas até o final do exercício seguinte (Lei 
11.638/2007). O que faz com que as contas 
estejam agrupadas no Circulante é a rápida 
periodicidade em sua quitação.
Passivo Não 
Circulante
• compreende o conjunto de obrigações a serem 
quitadas após o final do exercício seguinte (Lei 
11.638/2007). Esse grupo de contas envolve 
obrigações a serem quitadas após o final do 
exercício seguinte, ou seja, no longo prazo.
A teoria contábil defende também que os passivos são quaisquer compromissos (reclamos) firmados entre a 
entidade e outras pessoas quando busca-se gerar seus próprios ativos. Esse conceito remete à ideia de que 
organização é vista como um “organismo” com vida própria e que tem por objetivo continuar com suas 
operações (Postulado da Continuidade, lembra-se?). Desse modo, até mesmo as obrigações com os 
proprietários – aquelas derivadas do capital inicial empregado na empresa – é entendida como uma 
obrigação 
Para efetuar os lançamentos contábeis, é importante você saber que as contas que pertencem ao Passivo 
possuem natureza credora. Lançamentos contábeis realizados a débito reduzirão seu valor e, aqueles 
lançados a crédito, o aumentarão. Excluem-se dessa generalização somente as contas redutoras, que 
passam a ter natureza devedora (inversa). 
Patrimônio Líquido 
O Patrimônio Líquido (PL) é matematicamente definido como a diferença existente entre os valores 
registrados no Ativo e no Passivo da organização (IUDÍCIBUS, 2006). Há aqueles que o definam 
simplesmente como “o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus 
passivos” (CPC 00 R1, 2011). Lembre-se que, nesse caso, atribuímos ao Passivo as obrigações para com 
terceiros. 
Esse grupo de contas é também entendido como subtraendos dos ativos, ou ainda, ativos negativos. A razão 
para essa compreensão é a que: se em um balanço todas as exigibilidades (obrigações) são subtraídas dos 
ativos, os valores como resultado mensuram os itens que representam a propriedade da empresa, ou seja, 
seu Patrimônio Líquido. Desse modo, são registrados no PL os valores do capital pertencente ao proprietário 
da entidade e os recursos próprios dela. 
Quando os valores registrados no Passivo forem superiores ao do Ativo, o resultado da subtração é 
denominado Passivo a Descoberto. Nesse caso, a expressão a ser empregada a esse grupo é substituída por 
Passivo a Descoberto. 
Assim como as contas do Passivo, o PL é composto por contas patrimoniais e com natureza credora. Logo, 
lançamentos contábeis realizados a débito reduzirão seu valor e, aqueles lançados a crédito, o aumentarão. 
Excluem-se dessa generalização somente as contas redutoras,que passam a ter natureza devedora 
(inversa). 
Assim como as contas do Passivo, o PL é composto por contas patrimoniais e com natureza credora. Logo, 
lançamentos contábeis realizados a débito reduzirão seu valor e, aqueles lançados a crédito, o aumentarão. 
Excluem-se dessa generalização somente as contas redutoras, que passam a ter natureza devedora 
(inversa). 
O Patrimônio Líquido é classificado em subgrupos: 
 
Capital Social
Reservas de 
Capital
Reservas de 
Lucros
Prejuízos 
Acumulados
Ajustes da 
Avaliação 
Patrimonial
1. Capital Social: são os valores recebidos pela empresa por meio da subscrição de capital, investidos 
pelos proprietários, sócios, acionistas. A integralização do capital pode ser realizada em moeda 
corrente ou bens e direitos. Os lançamentos de constituição da empresa são: 
 
2. Reservas de Capital: são os valores destinados ao aumento de capital, ou seja, parte do capital que é 
convertido em reserva: 
Fato contábil 2: Distribuição dos lucros acumulados para reserva de capital 
Curitiba, 31 de dezembro de 2015 
D = Lucros acumulados (conta de resultado – natureza credora) 
C = Reservas de Capital (conta do PL – natureza credora) 
H.: Valor ref. à distribuição dos lucros acumulados para a Reserva de Capital. 
3. Reservas de lucros: representa parte do lucro distribuído e que será utilizado para eventuais 
necessidades ou objetivos da empresa. Compõem este subgrupo: a Reserva Legal, a Reserva 
Estatutária, a Reserva para Contingências e a Reserva de Incentivos Fiscais. 
Fato contábil 3: Distribuição dos lucros acumulados para Reservas de lucros (o lançamento pode ser em 
uma ou mais reservas. 
Curitiba, 31 de dezembro de 2015 
D = Lucros acumulados (conta de resultado – natureza credora) 
C = Reserva Legal (conta do PL – natureza credora) 
C = Reserva Estatutária (conta do PL – natureza credora) 
C = Reserva para Contingências (conta do PL – natureza credora) 
C = Reserva de Incentivos Fiscais (conta do PL – natureza credora) 
H.: Valor ref. à distribuição dos lucros acumulados para as Reservas [...]. 
4. Prejuízos acumulados: são prejuízos operacionais de um ou mais exercícios. Obs.: esta conta possui 
natureza redutora. 
Fato contábil 4: Transferência do prejuízo acumulado no período para a conta de prejuízos no patrimônio. 
Curitiba, 31 de dezembro de 2015 
D = Prejuízos acumulados (conta do patrimônio redutora – natureza devedora) 
C = Prejuízo acumulado (conta de resultado apurado – natureza devedora) 
H.: Valor ref. à distribuição dos prejuízos acumulados para conta patrimonial. 
5. Ajustes da avaliação patrimonial: são valores decorrentes de reavaliações de ativos e de outras 
avaliações ao preço de mercado ou preço justo. 
Fato contábil 5: Reavaliação de estoques da empresa. 
Curitiba, 31 de dezembro de 2015 
D = Estoques (conta do ativo a ser reavaliada – Ativo – natureza devedora) 
C = Ajustes da avaliação patrimonial (conta do PL – natureza credora) 
H.: Valor ref. à reavaliação dos estoques a valor justo. 
Lembre-se sempre que os lançamentos levam sempre em consideração a origem dos recursos e aplicação 
deles. Essa relação pode contribuir significantemente nos lançamentos contábeis. 
Lançamentos contábeis envolvendo receitas 
As receitas são as entradas monetárias, em geral sob a forma de dinheiro, que ocorrem nas organizações. 
Nas empresas privadas a receita é comumente chamada de faturamento, representando os valores 
recebidos por meio da venda de bens, produtos ou serviços. Receita é também definida como o ingresso 
bruto de benefícios econômicos durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que 
resultam no aumento do seu Patrimônio Líquido, exceto as integralizações dos proprietários 
(CPC 30 R1, 2012, item 7). 
“Entradas ou outros aumentos nos ativos de uma entidade ou pagamento de passivos, durante determinado 
período, advindos da venda de ativos, prestação de serviços ou outras atividades que se constituam no 
objeto central de atuação da entidade. (LOPES; MARTINS, 2005, p. 146)” 
Além disso, entenda que a receita surge no curso das atividades ordinárias de uma entidade. Desse modo, 
elas são consideradas como entradas provenientes de venda de bens, prestação de serviços e utilização de 
ativos por terceiros que geram juros, royalties e dividendos (IUDÍCIBUS et al., 2010). 
Nas operações de uma entidade, as receitas classificam-se em: 
1. Receitas operacionais: são as provenientes do objeto de exploração da empresa. Exemplos: 
venda de produtos, revenda de mercadorias, venda de prestação de serviços. 
2. Outras receitas: são ingressos provenientes de transações não incluídas nas atividades 
principais ou acessórias da empresa (operações alheias a sua finalidade principal ou 
extraordinárias a ela). Exemplos: juros de aplicações, lucros na venda de ativo (bens), 
honorários, receitas de aluguéis, royalties etc. 
A receita só pode ser reconhecida no período quando for provável que seus benefícios econômicos 
realmente ocorrerão. Caso exista alguma incerteza em relação ao seu repasse, como pode ocorrer na 
concessão de permissões entre operações realizadas com empresas de autoridade governamental 
estrangeira, a receita somente deve ser reconhecida quando a “incerteza desaparecer” (CPC 30 R1, 2012). 
As contas que envolvem receitas são de resultado e possuem natureza credora. Comumente nessas contas 
são realizados somente lançamentos a crédito, visto que sua finalidade é sempre agregar valor. Nesse caso, 
existem também contas de resultado que possuem por finalidade “abater” o valor das receitas, como 
exemplo: “devoluções, cancelamentos e abatimentos de vendas”. Elas organizam-se na Demonstração do 
Resultado do Exercício (demonstrações contábeis obrigatórias que aprendemos) logo abaixo das contas que 
evidenciam as receitas operacionais. 
O reconhecimento da receita de vendas deve ser realizado no momento da transferência de propriedade, e, 
em casos de receitas antecipadas, deve-se empregar o Regime de Competência. 
Lançamentos contábeis envolvendo despesas 
As despesas são entendidas como os valores desembolsados ou a utilização e o consumo de bens e serviços 
para a obtenção de receitas. No entanto, é importante que você entenda que esse conceito está 
relacionado com a manutenção (desembolsos) da estrutura administrativa e comercial da empresa, e não 
ao processo de transformação ou produção dos bens e produtos (custos) (IUDÍCIBUS, 2006). 
As despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, que são representados 
por meio da saída de recursos que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade, da 
redução de ativos ou do acréscimo em passivos. Como consequência desse fato, as despesas irão ocasionar 
um decréscimo do Patrimônio Líquido da empresa, ou seja, reduções do lucro (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 
1999; CPC 00 R1, 2011). 
Exemplos: 
 
O reconhecimento da despesa se faz a partir de três principais critérios: 
➢ Conceito atrelado à obtenção receita 
➢ O reconhecimento da despesa a partir do consumo do bem 
➢ Por regime de competência 
As despesas são evidenciadas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e são agrupadas em alguns 
subgrupos: 
1. Despesas com vendas: são os desembolsos da empresa derivados da atividade da venda do produto. 
Exemplos: salários com o pessoal de vendas e demais encargos sociais, comissão dos vendedores, 
embalagens, propaganda etc. 
2. Despesas gerais e administrativas: são os desembolsos realizados para a manutenção da estrutura e 
administração da empresa. Exemplos: salário dos diretores, despesas de manutenção, energia 
elétrica, telefone, água, fretes, combustíveis relacionados a administração etc. 
3. Outras despesas: são os desembolsos realizados derivados de atividades acessórias da empresa. 
Exemplos: despesas com aplicações financeiras ou com vendas de ativos. 
Contabilmente, despesa não é sinônimo de custo. O custo é relacionado com o processo produtivode bens 
ou serviços, enquanto que despesa diz respeito aos gastos com a manutenção das atividades da entidade. 
 
salários do pessoal com suas respectivas contribuições trabalhistas
aluguéis
água consumida na área administrativa da 
empresa
internet
energia elétrica
Lançamentos Contábeis envolvendo Perdas e Ganhos 
Perdas 
Vincula-se ao conceito de perdas o resultado líquido desfavorável de transações no processo operacional da 
empresa. Ela é também entendida como um gasto que ocorre, mas não proporciona nenhum benefício à 
empresa, diferentemente das despesas (LINS; SILVA, 2005). 
Nesse entendimento, as perdas representam aqueles itens que não se enquadram na definição de despesas 
e que surgem no curso das atividades da entidade, causando um decréscimo nos benefícios econômicos, 
como os desembolsos com sinistros com incêndio e inundações, perdas com vendas de imóveis, terrenos, 
veículos etc. Assim como as despesas, elas causam uma redução no Ativo e no PL da organização e são 
segregadas em duas classificações: 
 
Ganhos 
O termo “ganhos”, ao contrário das perdas, representa resultados líquidos favoráveis de transações ou 
eventos que ocorreram, porém, não são relacionados às operações normais do empreendimento. Eles irão 
influenciar positivamente para um aumento do Patrimônio Líquido da empresa (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 
1999). Os ganhos são também definidos como “itens não recorrentes (repetitivos) que têm o mesmo efeito 
líquido no patrimônio, mas que podem ou não surgir na atividade normal de uma empresa […]” (MARION, 
2002, p.174). 
Os itens classificados como ganhos podem, às vezes, ser confundidos com a definição de receita, porém, 
deve-se lembrar que eles podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade e de que não 
são recorrentes. 
Ao realizar o reconhecimento dos ganhos são adotados alguns critérios: 
1. Os lançamentos são realizados em uma conta de “ganhos” ou, então, denominada 
“receitas extraordinárias” (IUDÍCIBUS, 2006). 
2. Sua forma de reconhecimento deve ser igual ao das receitas (HENDRIKSEN; VAN 
BREDA, 1999). 
Perdas normais 
• consideradas como perdas produtivas ou técnicas, sendo sempre esperadas e inerentes ao processo 
operacional. Comumente as perdas normais são consideradas como custo e seu lançamento ou 
controle é lançado pela produção ou área gerencial da empresa. Exemplos: restos de madeiras em 
uma indústria de móveis, sobras de tecidos (retalhos) em uma indústria de confecção, restos de 
ferro em uma indústria metalúrgica.
Perdas extraordinárias
• são desembolsos não vinculados a qualquer desenvolvimento normal do processo 
produtivo/operacional. Não são recorrentes e possuem caráter involuntário, que normalmente 
prejudicam o resultado econômico da empresa. Exemplos: estragos devido a enchentes, destruição 
de bens por incêndio, obsoletismo em itens de estoque, descarte de produtos devido ao prazo de 
validade expirado, greves ou paradas não previstas, ocorrência de defeitos irreversíveis em 
máquinas etc. Nesses casos, as perdas são contabilizadas pelo seu valor total em uma conta de 
resultado, com saldo devedor, causando uma redução no resultado do período.
As contas que apuram os ganhos de um período enquadram-se como “de resultado”, com natureza credora, 
e influenciam no aumento dos benefícios econômicos / resultado da empresa (CPC 00 R1, 2010). Um dos 
exemplos mais comuns dessa ocorrência é a venda de imóveis, porém os ganhos surgem também em 
vendas e baixas de Ativo imobilizado; no lucro apurado em participações em outras empresas (equivalência 
patrimonial); em lucros por compra vantajosa de investimentos (quando o valor pago é menor que o valor 
de mercado). 
PERDAS EXTRAORDINÁRIAS e GANHOS são normalmente apresentados na Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE) como subgrupo de uma conta denominada Outros Resultados, pois são conhecidas como 
atividades acessórias. 
Lista para lembrar: 
Estoques (ATIVO) 
Financiamento a pagar (PASSIVO) 
Reservas de capital (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) 
Marketing (DESPESAS COM VENDAS) 
Energia elétrica - recepção (DESPESAS ADMINISTRATIVAS) 
Juros ativos (OUTRAS RECEITAS E DESPESAS) 
Royalties (OUTRAS RECEITAS E DESPESAS) 
Bancos (ATIVO) 
Clientes (ATIVO) 
Aluguel - sede da empresa (DESPESAS ADMINISTRATIVAS) 
Conversão positiva c/ operações no exterior (GANHOS) 
Devedores duvidosos (conta de resultado) (PERDAS) 
Prejuízos acumulados (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) 
Comissões sobre vendas (DESPESAS COM VENDAS) 
Juros passivos (OUTRAS RECEITAS E DESPESAS) 
Capital Social (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) 
Elaboração de razonetes 
O saldo final das contas patrimoniais (saldo de encerramento do período apresentado no Balanço Patrimonial) 
deverá ser sempre apresentado como saldo inicial do razonete, no início de um novo exercício. Caso a conta tenha 
natureza devedora, o saldo estará ao lado esquerdo, e se credora, ficará alocada ao lado direito. Ex.: 
1. A conta caixa encerrou o exercício com o saldo de R$ 7.000,00, 
2. A conta de fornecedores encerrou o exercício com o saldo de R$ 5.000,00 
 
A contabilização ou escrituração contábil apresenta dois elementos importantes 
➢ Elemento histórico: o registro dos relatos da história do patrimônio ao longo do tempo 
➢ Elemento monetário: o registro dos valores com a finalidade de demonstrar as variações que afetam 
o patrimônio 
O razonete em T lembra uma “balança”. Ele mostra o equilíbrio entre as duas contas, seguindo o princípio 
fundamental das partidas dobradas de que “não existe débito sem seu respectivo crédito” 
Atualmente, o processo de escrituração contábil é feito por meio eletrônico, o qual não descarta a 
necessidade de manter impressa toda essa escrituração que é feita por meio dos livros de escrituração 
Para cada lançamento efetuado teremos, no mínimo, dois razonetes: 1 razonete para cada conta utilizada. 
O razonete apresentará, inicialmente, seu respectivo saldo; caso haja saldo o seu início é com saldo zero. 
 
Elaboração da apuração do resultado do exercício - ARE 
A ARE consiste em verificar o resultado obtido em um período (lucro, prejuízo ou ainda uma situação nula) 
através das operações da organização. Esse processo é a etapa pré-inicial à elaboração da Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE). Por meio dela pode-se verificar antecipadamente o resultado do período, e 
caso ele seja positivo, realizar as devidas provisões para recolhimentos dos encargos sobre o lucro (Imposto 
de Renda e Contribuição Social). 
A Apuração do Resultado do Exercício é realizada somente com as contas de resultado (receitas, despesas, 
resultado financeiro). Para tal, deve-se realizar o encerramento dos saldos finais (aqueles apurados nos 
razonetes) apresentados nessas contas. para as contas com saldo credor (natureza credora – receitas, 
ganhos) realiza-se o lançamento a débito nessas contas com o valor exatamente igual ao seu saldo final, e 
em contrapartida escritura-o a crédito em uma conta normalmente denominada “Resultado do período” ou 
ainda “Apuração do Resultado do Exercício”. Exemplo: 
Considere que como saldos finais do razonete os respectivos valores para as contas: 
 
O lançamento a ser realizado para encerrar as contas é: 
 
O procedimento aplicado com as contas de natureza devedora (custos, despesas, perdas) é semelhante. O 
lançamento credor é realizado no valor do saldo final das contas e em contrapartida a conta Resultado do 
período recebe os lançamentos a débito. 
 
 
Não é necessário que você realize o lançamento de despesas e receitas separadamente. Pode-se realizar os 
lançamentos consecutivos (todas as contas em um mesmo lançamento), sendo o lançamento na conta 
Resultado do período exatamente no valor e na natureza que complete a ideia de que “os valores a crédito 
sejam iguais aos valores a débito”. 
Caso o processo de escrituração seja manual, lembre-se que após realizar esses lançamentos você deve 
“registrar” os valores no razonetes. Perceba que, em consequência, os saldos das contas

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