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Educação Especial e Inclusiva: A Importância da Arte

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RESUMO: O presente estudo buscou analisar a diferença entre educação especial e inclusiva e a importância da arte no desenvolvimento de crianças com necessidades especiais. A análise foi realizada através de uma pesquisa bibliográfica Buscou-se, ainda, analisar a importância em se ter uma adaptação curricular devido às dificuldades de cada aluno, e apresentar um exemplo de adaptação para a aula de artes, na qual se encontre uma criança com necessidades especiais. PALAVRAS-CHAVE: Educação, criança, deficiência, artes, métodos. ABSTRACT: This study investigates the difference between special and inclusive education and the importance of art in the development of children with special needs. The analysis was conducted through a literature search. It sought, also, to analyze the importance of having a curriculum adaptation due of the difficulties of each student, and shows an example of adaptation to art class, in where there is a child with special needs. KEYWORDS: Education, child, disability, arts , methods. 1 INTRODUÇÃO A escola desenvolve um papel de total importância no desenvolvimento dos alunos, pois é na escola que ocorre o desenvolvimento intelectual das crianças, onde elas conhecerão diferentes culturas e diferentes formas de pensar. São nas escolas que essas crianças irão formar seus primeiros grupos de convivência, suas linhas de raciocínio e desenvolvimento de um conhecimento sobre mundo. A respeito da escola enquanto um ambiente de desenvolvimento e socialização, cabe enfatizar que: A escola é uma instituição social com objetivo explícito: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes, e valores) 1 Licenciatura em Artes Visuais pela universidade Unicesumar de Maringá. Email: douglas_taffarel@hotmail.com que, aliás, deve acontecer de maneira contextualiazada desenvolvendo nos discentes a capacidade de tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em que vivem (COSTA, 2000, p.7). Deste modo, pode-se perceber que a escola desempenha um papel de total importância na vida das crianças. Entretanto, é preciso realizar a seguinte reflexão: mas e as crianças com necessidades especiais, elas recebem um ensino de qualidade? Muitas vezes esses alunos são tratados de uma forma inadequada, que que vem se perpetuando ao longo da história, como afirmam as autoras Darcy, Machado e Prioste (2006, p.14) “Na antiguidade, o extermínio de crianças com deficiência era prática comum”. Ou seja, na própria antiguidade já havia uma discriminação sobre essas crianças. Mas, atualmente, como elas são tratadas nas escolas? Como é a educação para elas? Com o tempo, muitos estudos foram surgindo para ensinar crianças com deficiência, nascendo assim à educação especial e educação inclusiva. Este trabalho visa diferenciar, através de uma pesquisa bibliográfica e discussões de autores como Lowenfeld (1970), Darcy, Machado e Prioste (2006), as diferenças entre a educação especial e a educação inclusiva. Ademais investigar a importância da disciplina de artes para essas crianças com deficiência, além de investigar métodos de ensinar artes para as mesmas. Dessa maneira, espera-se que este estudo possa contribuir para a reflexão e discussão do tema, na perspectiva de uma possível melhoria do ensino de Artes Visuais nas escolas que possuem a inclusão, e assim melhorar o aprendizado dos alunos. 2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA Quando se fala em educação especial e educação inclusiva, trata-se de uma forma de educação para pessoas com deficiência, um pensamento que está presente na maioria das famílias e educadores. Porém, na atualidade, esse tipo de educação está cada vez mais presente na vida de crianças com necessidades especiais, e todos devem compreender as diferenças entre educação especial e educação inclusiva, para que seja possível impactar positivamente e auxiliar, cada vez mais, o desenvolvimento das crianças. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, em seu artigo 58, visa a educação especial como “modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” (BRASIL, 1996). Ou seja, uma aceitação em escolas regulares, de alunos com necessidades especiais, independente de quais sejam. As escolas precisam apresentar disponibilidade em ensinar esses alunos, os quais, muitas vezes, são colocados em salas de apoios especificas para suas necessidades, separados das crianças que não possuem nenhuma deficiência. Um exemplo concreto são as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES), que são escolas para crianças com necessidades especiais, onde as mesmas são ensinadas de acordo com a sua dificuldade específica. Diferentemente, a educação inclusiva, visa atender aos alunos com necessidades especiais junto aos alunos que não possuem demandas especiais de ensino na mesma sala. A autoras Darcy, Machado e Prioste (2006) abordam a educação inclusiva da seguinte maneira: [...] a educação inclusiva traz mudanças no antigo paradigma, pois procura identificar as limitações do ambiente em prover educação de qualidade a todos, em vez de focar o déficit funcional da criança. Ou seja, no movimento de integração o esforço é unilateral, espera que a criança se ajuste ao programa escolar. Já na inclusão espera-se um movimento bilateral, em que a escola também se deve mobilizar para oferecer condições educacionais que beneficiem o desenvolvimento de todas as crianças (DARCY; MACHADO; PRIOSTE, 2006, p.17). Ou seja, a educação inclusiva não possui como o foco, no processo educacional, o déficit que a criança possui, mas parte da ideia de que a escola tem que se mobilizar a oferecer condições que se adaptem as necessidades da criança. Nesta visão, a escola que deve se adaptar a criança, e não a criança à escola. Pois como já foi decretado na Constituição Federal do Brasil de 1988, todos os seres humanos são iguais, independente de cor, raça, ou deficiência, seja ela física, auditiva ou mental. “[...] todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1998). Para que ocorra uma inclusão de crianças com necessidades especiais, primeiramente deve-se entender que não há diferença entre elas. Apenas que as crianças com necessidades especiais apresentarão mais dificuldades em seu aprendizado, porém isso não as impede de aprender. A inclusão escolar é a principal ponte para que esses alunos consigam viver em sociedade, pois é na escola que ela irá aprender a conviver com outras pessoas e a se socializar. Chaves (2014) afirma que “a educação é o principal alicerce da vida social. Ela transmite e amplia a cultura, estende a cidadania, constrói saberes para o trabalho.” (CHAVES, 2014, p. 09). Independente de possuir ou não necessidades especiais e independente da sua cor, de onde ela veio ou de outras particularidades, todas as crianças são iguais perante a lei, e todas têm o direito a uma educação boa e de qualidade, e para que isso ocorra é necessário realizar a inclusão nas escolas, pois todos fazem parte de uma mesma sociedade e como tal têm o dever e direito a educação igual e sem discriminação. Ainda assim, existem diferenças a serem esclarecidas sobre educação especial e educação inclusiva. Como é o desenrolar dos métodos e dos ensinamentos dessas duas educações que são discutidas em toda sociedade? Abaixo, apresenta-se uma pequena tabela com algumas diferenças entre essas áreas que podem sanar algumas dúvidas com relação a estas duas formas de compreender a educação para pessoas que possuem necessidades especiais: Quadro 1 – Diferenças entre Educação Especial e Educação Inclusiva Educação Especial Educação Inclusiva Foco nos déficits da criança Foco nas ilhas de Inteligência que estão preservadas Ênfase no treinamento da criançavisando a que ela se ajuste ao meio escolar. Ênfase na mudança do ambiente para proporcionar a todas as crianças melhores condições de aprendizagem e desenvolvimento. Diagnóstico baseado em testes de inteligência, realizado por psicólogo e médico. Diagnóstico multidisciplinar, realizado por médico, psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, pedagogo, professores, entre outros. Resumo: O texto tem por finalidade refletir sobre a inclusão e a capacidade de aceitação das diversidades dos indivíduos, na sociedade e na escola, garantindo acesso igualitário às oportunidades. Também representa um dos principais desafios da área da educação, uma vez que elimina as barreiras, a discriminação, dentre outras, que dificultam ou impedem o conhecimento e a aprendizagem de todos na escola. Buscamos entender quais são as políticas públicas que falam sobre a inclusão social e escolar, levando em conta os paradigmas conceituais e princípios que vem sendo progressivamente defendidos em documentos nacionais e internacionais. Procuramos levantar algumas discussões teóricas sobre a função da escola e o papel do professor frente à inclusão. O estudo também pretendeu conhecer e entender como a inclusão se efetiva, que mudanças se fazem necessárias para a aceitação dos diferentes e quais as possibilidades de aprendizagem nesse novo momento da educação. Concluiuse que a inclusão de crianças nas escolas regulares de ensino é um processo complexo, envolve a garantia do sucesso da aprendizagem em um ambiente harmônico e respeitador, colaborando para a construção da cidadania com justiça e dignidade. Palavras-chave: educação especial; inclusão social e inclusão escolar; Abstract: The text aims to reflect on the inclusion and the ability to accept the diversity of individuals, society and school, ensuring equal access to opportunities. It also represents a major challenge in the area of education, since it eliminates the barriers, discrimination, among others, that impede knowledge and learning for all in school. We try to understand what are the policies that talk about social inclusion and education, taking into account the conceptual paradigms and principles which has been increasingly advocated in national and international documents. We try to raise some theoretical discussions about the role of the school and the teacher role opposite inclusion. The study also sought to know and understand how the inclusion is effective, what changes are necessary for the acceptance of different and the possibilities of learning in this new era of education. It was concluded that the inclusion of children in regular schools teaching is a complex process that involves ensuring the success of learning in a respectful and harmonious environment, contributing to the construction of citizenship with justice and dignity. Key words:special education, social inclusion and school enrollment; 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A INCLUSÃO A discussão sobre inclusão social é de grande importância em nossa sociedade, por estarmos vivendo em uma época em que o respeito à diversidade e a garantia ao direito à participação social de cada pessoa, o respeito as suas características (de gênero, étnicas, socioeconômicas, religiosas, físicas e psicológicas), têm emergido como uma questão ética, promovendo a reivindicação por uma sociedade mais justa e igualitária. Nesse sentido, a temática da inclusão social traz, como pressuposto, a ideia de uma sociedade que considera e acolhe a diversidade humana, nos diferentes tipos de atividades e nas diversas redes de relacionamentos, “estruturando-se para atender às necessidades de cada cidadão, das maiorias às minorias, dos privilegiados aos marginalizados” (Werneck, 1999, p. 108). Ao tratarmos de inclusão de crianças com necessidades especiais, somos enviados ao campo da educação, pois ele está presente no dia-a-dia, defendida como para Todos, sem nenhum tipo de distinção, traçando diretrizes para que o processo inclusivo seja deflagrado. Contudo, percebe-se que dez anos após a implantação da Declaração de Salamanca, sobre princípios, políticas e práticas em Educação Especial, ainda caminhamos a passos lentos, pois se faz necessário derrubar muitos paradigmas, no intuito de preparar a sociedade para receber e aceitar a diversidade biopsicossocial. A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais. É um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. Ela está ligada a todas as pessoas que não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade. No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o direito de todos à educação – e assim diz a Constituição. De acordo com Sassaki, “é um processo que contribui para um novo tipo de sociedade através de transformações, nos ambientes físicos (...) e na mentalidade de todas as pessoas” (2010, p. 40). Já para Aranha (2002), inclusão significa afiliação, combinação, compreensão, envolvimento, continência, circunvizinhança, ou seja, inclusão significa convidar aqueles que (de alguma forma) têm esperado para entrar e pedir-lhes para ajudar a desenhar novos sistemas que encorajem todas as pessoas a participar da completude de suas capacidades como companheiros e como membros, ou seja, incluir aquele que de alguma forma teve seus direitos perdidos ou por algum motivo não os exercem. A inclusão perpassa por saber quais as necessidades especiais que os alunos possuem deficiências, déficits de aprendizagem antes de incluí-los na rede regular de ensino. Acreditamos que todos os defensores da inclusão devem unir-se no reconhecimento de que as escolas que implementam práticas educacionais sólidas são boas para todos os alunos. [...]. O fator mais importante é ter coragem para fazer o que é certo, apesar dos desafios e das barreiras que surgem. O resultado é um sistema educacional mais forte e mais eficiente para todos os alunos (STAINBACK & STAINBACK, 1999, p. 85). Esse tema tem como foco levantar questionamentos e inquietar professores e educadores, assim como outros profissionais que se interessam pela temática. É nesse espaço que serão construídos os cidadãos de amanhã, estes que precisam ser orientados a co nviver com as diferenças, respeitando os outros que estão ao seu lado, para construir uma sociedade digna e democrática. Inclusão engloba uma educação para todos, centrada no respeito e valorização das diferenças. Uma posição que reforça a necessidade do respeito à diferença, o conhecimento e o preparo para lidar com as potencialidades e limitações das pessoas. A partir dessa proposta, esperamos quebrar alguns tabus que cercam a educação em relação a esse assunto, pois a inclusão requer um movimento de adesão, não somente a uma proposta coletiva, mas também, um movimento interno, da ordem da subjetividade e dos relacionamentos interpessoais. Concebemos, assim, que o momento pedagógico diz respeito não apenas a conteúdos e métodos de ensino, mas também aos afetos, à visão de mundo e de homem, dos sujeitos que interagem no espaço escolar. Sabe-se que o processo inclusivo é frágil e falta o imaginário da aceitação do diferente como diferente; existem fragilidades no processo de formação profissional; atividades pedagógicas diferenciadas resultam de iniciativas particulares de professores; existe ainda resistência e uma espécie de falta de compromisso coletivo da comunidade escolar com o processo inclusivo. Diante disso, pode-se dizer que: a inclusão escolar continua um tema aberto e de muitas entradas para reflexão; a efetivação da educação inclusiva sendo ainda muito incipiente e uma de suas maiores dificuldades está no não reconhecimento do outro como diferente, o que denota a não aceitação dessa diferença, fa ltando a colaboração e consenso na redefinição de procedimentos didáticos pedagógicos capazes de qualificara aprendizagem para cada aluno. Sendo assim, percebe-se que a inclusão envolve convivência regada pelo diálogo, pela humildade, pelo reconhecimento das próprias fragilidades, além da superação de paradigmas tão impregnados em nossa formação cultural, religiosa, social, enfim fazendo parte de todo nosso desenvolvimento histórico. 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA Num momento em que o direito ganha novos espaços e abre novas áreas por meio das grandes transformações pelas quais passa o mundo contemporâneo, é importante ter o conhecimento de realidades que, no passado, significaram e no presente ainda significam passos relevantes no sentido da garantia de um futuro melhor para todos. O direito à educação escolar é um desses espaços que não perderá sua atualidade (CURY, 2002, p. 07). Uma das grandes particularidades do século XX foi ser capaz de produzir legislação internacional que atuasse sobre os Estados soberanos e que servisse de modelo para leis internas dos Estados – nação. O surgimento de um corpo de leis que defende os direitos fundamentais da pessoa humana, em vários aspectos e níveis, representou, sem dúvida, um avanço importantíssimo na construção de uma sociedade mundial baseada no direito. O debate sobre a educação especial teve início no século XVI. Inicialmente, a educação dos portadores de necessidades especiais era baseada na discriminação e com o decorrer do tempo, houve uma evolução direcionada para a inclusão desses alunos nas escolas regulares. Os direitos básicos do cidadão estão garantidos em vários documentos. Destaca-se em âmbito internacional e nacional, respectivamente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) e a Constituição Brasileira (1988), onde ambas enfatizam que todos somos iguais perante a lei. A ênfase se justifica porque pessoas são vítimas de violação dos direitos do homem, com destaque os portadores de deficiências que costumam ser discriminados, e nessa condição, ficam excluídos do acesso e usufruto dos bens e serviços socialmente disponíveis. Ou seja, do princípio de igualdade entre todos. A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9394/96) estabelecem que os portadores de necessidades especiais devam estudar de preferência nas escolas regulares e que todos têm direito à educação. A Conferência Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990) realizada em Jomtien na Tailândia, fixou metas para melhorar a educação de crianças e jovens com necessidades especiais. A Declaração de Salamanca, aprovada em 1994, na Conferência Mundial de Educação Especial, passou a considerar a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais em classes regulares como a forma mais avançada de democratização das oportunidades educacionais. A Declaração de Salamanca é considerada um dos principais documentos mundiais que visam á inclusão social. Esta defende que inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e ao desfrutamento e exercício dos direitos humanos. Dentro do campo da educação, isto se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram promover a genuína equalização de oportunidades (...). Ao mesmo tempo em que as escolas inclusivas preveem um ambiente favorável à aquisição da igualdade de oportunidades e participação total, o sucesso delas requer um esforço claro, não somente por parte dos professores e dos profissionais na escola, mas também por parte dos colegas, pais, família, voluntários. A reforma das instituições sociais não constitui somente uma tarefa técnica, ela depende, acima de tudo, de convicções, compromisso e disposição dos indivíduos que compõem a sociedade (UNESCO, 1994, p. 5). A “educação de qualidade para Todos” tem a ver com a inclusão total, incondicional, de todos os alunos às escolas de seu bairro, como cita a Declaração de Salamanca (1994), e que ultrapassa o âmbito dos alunos com deficiência, englobando-os sem dúvida. Em outras palavras, este especial qualifica as escolas que são capazes de incluir os alunos excluídos, indistintamente, descentrando os problemas relativos à inserção total dos alunos com necessidades educativas especiais e focando o que realmente produz situação lamentável de nossas escolas. A prática da inclusão escolar, segundo Mantoan (2003), pauta-se na capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes; é acolher todas as pessoas, sem exceção. É construir forma s de interagir com o outro, que, uma vez incluídas, poderão ser atendidas as suas necessidades especiais. Sá (2012) afirma que a escola inclusiva exige novas estruturas e novas competências. Observa-se que as escolas públicas não têm correspondido às características individuais e socioculturais diferenciadas de seu alunado, funcionando de forma seletiva e excludente. Ainda, segundo o autor citado acima, especial é a educação que legitima esquemas, espaços e dimensões do conhecimento e dos direitos humanos sem atributos restritivos. Vale salientar, segundo Mazzotta (1996), que estudos realizados na Inglaterra, afirmam que os pais de crianças “com necessidades especiais” frequentemente manifestam preferência por recursos integrados à escola comum. Para Mantoan (2003), os pais, no Brasil, contrariamente a outros países, na sua maioria, ainda não se posicionaram em favor da inclusão escolar de seus filhos. Apesar dessa preferência constar na nossa Constituição Federal (1988), observa-se uma tendência dos pais de se organizarem em associações especializadas para garantir o direito à educação de seus filhos com deficiência. Esse posicionamento, que vai contra o compromisso legal estabelecido desde Jomtien (1990), causa estranheza. Porém, não é de todo absurdo. Muitos pais segregam seus filhos, pelo medo da discriminação. Ou, ainda, os pais querem proteger seus filhos em uma escola cercada pelos muros da indiferença e, sendo assim, confirmam sua exclusão social e escolar. Como afirma Cury, “o contorno legal indica possibilidade e limites de atuação, os direitos, os deveres, proibições, enfim, regras” (2002, p. 08), porém, a conversão para as realizações no cotidiano entra em choque com as condições sociais. Inegavelmente, tudo isso tem impacto nas vidas das pessoas, pois sabe-se que a educação tem um papel de destaque na formação do cidadão. 3 O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR NA INCLUSÃO A imagem de que existem alunos incapazes de aprender e adquirir conhecimentos é muito comum na sociedade brasileira. Difundiu-se o estereótipo de que essas pessoas são destituídas de intelecto capaz de lhes oferecer as condições para desenvolver suas habilidades cognitivas. Nesse sentido, as escolas se inserem com participação decisiva para a sua formação e para a condição de cidadãos políticos e sociais. Cabe, portanto, a escola a difícil tarefa de prepará-los para inserção nessa sociedade tão complexa e excludente, incapaz de lidar com as diferenças, pois segundo Mantoan (2003), a inclusão escolar faz repensar o papel da escola e conduz a adoção de posturas mais solidárias e para a convivência. A educação brasileira tem se demonstrado ineficiente para o atendimento da maioria de sua clientela, pois conforme ideia de Gurgel (2007), a educação especial foi tradicionalmente concebida como destinada a atender o deficiente mental, visual, auditivo, físico e motor, além daqueles que apresentam condutas típicas, de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos e psiquiátricos. Também estariam inseridos nessa modalidade de ensino os alunos que possuem altas habilidades e superdotação. O conceito de inclusão é uma dificuldade a ser enfrentada pelos professores das escolas, necessita de tempo para ser implementado, da mudança de paradigmas e concepções de educadores, de um projeto que seja tomado como de toda a escola e concomitante a isso, é necessário a mudança de práticas escolares, permitindo o acesso de alunos com necessidades educacionais especiais, mas antes de tudo, buscando garantir sua permanência nos espaços regulares de ensino.Rosseto nos diz que a inclusão é um programa a ser instalado no estabelecimento de ensino a longo prazo. Não corresponde a simples transferência de alunos de uma escola especial para uma escola regular, de um professor especializado para um professor de ensino regular. O programa de inclusão vai impulsionar a escola para uma reorganização. A escola necessitará ser diversificada o suficiente para que possa maximizar as oportunidades de aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais (2005, p. 42). As dificuldades no processo de inclusão formam uma rede de situações que vão influenciando umas às outras, gerando, novos processos de exclusão dos alunos. Mantoan (2003) acredita que recriar um novo modelo educativo com ensino de qualidade, q ue diga não é a exclusão social, implica em condições de trabalho pedagógico e uma rede de saberes que entrelaçam e caminham no sentido contrário do paradigma tradicional de educação segregadora. É uma reviravolta complexa, mas possível, basta que lutemos por ela, que nos aperfeiçoemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos caminhos pedagógicos da inclusão. Pois nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Ela tem diferenças e igualdades, mas entre elas nem tudo deve ser igual, assim como nem tudo deve ser diferente. Santos apud MANTOAN, diz que “é preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza” (2003, p. 79). Os alunos com necessidades educacionais especiais requerem um trabalho específico, com ferramentas e posturas diferenciadas dos demais alunos, para que possam atender e se desenvolver. Nessa perspectiva, a dificuldade apresentada pelo aluno não é o parâmetro fundamental, mas as potencialidades, as possibilidades de descobrir outras formas de conhecer. Incluir requer, portanto, uma postura crítica dos educadores e dos educandos em relação aos saberes escolares e à forma como os mesmos podem ser trabalhados. Incluir implica considerar que a escola não é uma estrutura pronta, acabada, inflexível, mas uma estrutura que deve acompanhar o ritmo dos alunos, em um processo que requer diálogo nos grupos de trabalho, na relação com a comunidade escolar e com os outros campos do conhecimento. Também é importante destacar o papel do professor, diante dos alunos com necessidades educacionais especiais, em colaborar com o desenvolvimento integral do aluno, respeitando as diferenças e valorizando as potencialidades de cada um; oferecer um espaço em que o aluno possa aprender e se perceber como sujeito ativo na construção do conhecimento, por meio de atividades individualizadas e também em grupo, para que haja uma cooperação entre os alunos e para que esse processo se desenvolva de forma conjunta, pois é na relação com o outro que o sujeito se constitui e se transforma; trabalhar em parceria com a equipe especializada que acompanha o aluno, dentro e/ou fora da escola, bem como com as respectivas famílias, com o intuito de ampliar as possibilidades de inclusão. O ofício do professor não pode mais ser visto como vocação, e sim como profissão que requer muito estudo, reflexão e uma prática realmente transformadora. A capacitação docente é um dos meios de começar a mudança na qualidade do ensino para criar contextos educacionais inclusivos, capazes de propiciar a aprendizagem de todos os alunos, respeitando ritmos, tempos, superando barreiras físicas, psicológicas, espaciais, temporais, culturais, dentre outras. A formação de professores para a inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais não deve se restringir a torná-los conscientes das potencialidades dos alunos, mas também de suas próprias condições para desenvolver o processo de ensino inclusivo. Portanto, a inclusão consiste em adequar os sistemas gerais da sociedade, de tal modo, que sejam eliminados os fatores que excluíam certas pessoas do seu meio e as mantinham afastadas. A eliminação de tais fatores deve ser um processo contínuo e concomitante com o esforço que a sociedade deve empreender no sentido de acolher todas as pessoas independentemente de suas diferenças individuais e de suas origens na diversidade humana. Para que haja a inclusão, a sociedade, deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é e precisa ser, capaz de atender às necessidades de seus membros. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A inclusão, social e escolar, exige mudança de mentalidade, mudança nos modos de vida, muitas reflexões e, como princípio fundamental, valorizar a diversidade humana. Ela é importante para o desenvolvimento social, pois iremos trabalhar com os novos indivíduos que irão ditar as regras e padrões da nova sociedade que estaria se formando, por meio da nova geração. Através da convivência com as diferenças, as crianças vão construindo o processo para inclusão social, um mundo melhor, no qual todos saem ganhando. Aceitar e valorizar a diversidade das classes sociais, de culturas, de estilos individuais de aprender, de habilidades, de línguas, de religiões e etc, é o primeiro passo para a criação de uma escola de qualidade para todos. Educando todos os alunos juntos, as pessoas com deficiências têm oportunidade de preparar-se para a vida na comunidade, os professores melhoram suas habilidades profissionais e a sociedade toma a decisão consciente de funcionar de acordo com o valor social da igualdade para todas as pessoas, com os consequentes resultados de melhoria da paz social (STAINBACK; STAINBACK, 1999, p. 21). O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes. E só se consegue atingir esse sucesso, quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada. Para que as escolas sejam verdadeiramente inclusivas, ou seja, abertas à diversidade, há que se reverter o modo de pensar, e de fazer educação nas salas de aula, de planejar e de avaliar o ensino e de formar e aperfeiçoar o professor, especialmente os que atuam no ensino fundamental. Entre outras inovações, a inclusão implica também em uma outra fusão, a do ensino regular com o especial e em opções alternativas/aumentativas da qualidade de ensino para os aprendizes em geral (BELISÁRIO, 2005, p. 130). A inclusão do aluno com alguma deficiência também requer a inclusão dos próprios professores de modo que estes disponham de um ambiente favorável à reflexão da prática e os sentimentos que a presença de uma dada peculiaridade suscita. É preciso investir na construção de um espaço de escuta desses profissionais, para que possam dar vazão aos sentimentos sejam estes de amor, de raiva, dor, angústia, frustação ou (in)satisfação, compartilhando e re(significando) sua experiência. O desafio de ensinar a todos os alunos, na escola que se quer inclusiva, exige, portanto, o compromisso com indagações, de modo que consiga subverter o ideal de turmas homogêneas à revelia de quadros diagnósticos pré-definidos. Incluir significa ver além da deficiência e as diferenças consideradas peculariedades que a escola precisa se dispor a acolher. Precisamos rever a nós mesmos, sujeitos da ação, reconhecendo nossas atitudes, valores, limites, preconceitos, desejos e possibilidades, enquanto elementos contribuintes na efetivação do arquétipo inclusivo. Vale salientar que a efetivação do ideário inclusivo requer ma is que boa vontade dos professores, os quais não podem ser tomados como os únicos responsáveis por esse processo. Com a inclusão, torna-se grande o comprometimento de todos e a preocupação da escola em criar condições para que sejam supridos possíveis impasses estruturais, funcionais e formativos de seu corpo docente. Também é importante lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoassão colocadas em um grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades diante da vida. A forma holística de entender as necessidades auxilia na compreensão das necessidades do próximo criando ambiente favorável para que todos possam desenvolver seus potenciais. Se realmente desejamos uma sociedade justa e igualitária, em que todas as pessoas tenham valor igual e direitos iguais, precisamos reavaliar a maneira como operamos em nossas escolas, para proporcionar aos alunos com deficiência as oportunidades e habilidades para participar da nova sociedade que está surgindo (STAINBACK; STAINBACK, 1999, p. 29). É preciso levar em conta que se os alunos com necessidades especiais participarem da aprendizagem com outros os demais alunos da escola de forma inclusiva, eles terão melhores oportunidades de prepararem-se para a vida em comunidade, os professores melhoram suas habilidades e a sociedade toma a decisão consciente de agir de acordo com o valor social da igualdade para todos os seres humanos. No que se refere à escola inclusiva, é no constante desequilíbrio provocado pelas diferenças existentes entre os alunos com necessidades educativas especiais e os sem que ocorrem as trocas entre eles e a permanente reorganização do conhecimento pelo aluno (STAINBACH; STAINBACK, 1999, p. 39). Acreditamos que a convivência dos alunos com necessidades especiais com outros alunos da escola inclusiva vai ganhar espaço, avançando, continuamente, para a construção dos seus próprios com conceitos; essas crianças vão progredir, superando os desafios criados pelos problemas da conjuntura vivenciada na escola. Nós como professores e educadores temos que nos adaptar e essa nova realidade de diferença nas salas de aulas, modificando posturas e criando instrumentos de inclusão com olhares voltados ao ser humano em sua total complexidade de ensino e aprendizagem. A inclusão é uma proposta, um ideal. Se quisermos que a sociedade seja acessível e que dela todas as pessoas possam participar, em igualdade de oportunidades, é preciso fazer desse ideal uma realidade a cada dia. As ações de cada indivíduo, das instituições e dos órgãos públicos, devem ser pensadas e executadas no sentido de divulgar os direitos, a legislação e programar ações que garantam o acesso de todas as pessoas a todos os se us direitos. Sabe-se que mudar o contexto de uma hora para outra é impossível. O objetivo do diagnóstico é identificar o O objetivo do diagnóstico é identificar quociente intelectual (QI) e as limitações para que se possa estabelecer o tipo de escola especializada, assim como o nível do agrupamento apropriado para a criança. habilidades prévias e necessidades de apoio com a finalidade de elaborar um programa educacional individualizado. Atendimento em classe ou escola especializada, isto é, separado das demais crianças. Atendimento em classe regular junto a seus pares de idade; apoio especializado com suporte ao professor. Escolas preparadas para receber os alunos com uma especificidade de problema: escola só para deficientes mentais moderados; escolas que só recebem surdos etc. Escolas preparadas para educar na diversidade. Professores especialistas em determinada deficiência. Educadores preparados para oferecer ensino de qualidade a qualquer criança. Objetivo educacional centrado no treinamento, com o intuito de favorecer a adaptação social da pessoa. Objetivo educacional centrado na aprendizagem significativa, favorecendo a aquisição de habilidades pessoais, sociais e profissionais que contribuam para a inclusão social da pessoa com deficiência. Fonte: Darcy,Machado e Prioste (2006, p. 19-20) Pode-se notar que educação especial e a educação inclusiva são completamente distintas, como já foi relatado neste trabalho. Enquanto a especial foca na deficiência da criança, a inclusiva foca no que essa criança pode aprender embora possua suas dificuldades, procurando junto com o corpo docente atender essas dificuldades e se adaptar as necessidades da criança, para que ela consiga se socializar. As autoras explicam em sua obra a diferença entre as duas educações, o que deixa claro que para que se ocorra uma igualdade social é essencial que possua uma inclusão escolar das crianças com necessidades especiais, para que elas consigam conviver em sociedade, pois mesmo que elas tenham dificuldades em aprender, elas ainda aprendem da mesma forma que as outras crianças, basta a escola e todo o corpo docente se adaptar as necessidades das mesmas. Por exemplo, colocar rampas e corrimões para as que fazem uso de cadeira de rodas, o professor criar uma folha especial com linhas mais fortes para crianças com deficiência visual, entre outras mais. Depende dos métodos utilizados pelos professores em se adaptar as dificuldades dos alunos. Os professores precisam promover uma aula interessante e que instigue essas crianças a querer aprender. Independente da disciplina, é o professor que vai ser a ponte para uma aprendizagem de qualidade para esses alunos. 3 IMPORTÂNCIA DA ARTE PARA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS Cada criança possui suas próprias habilidades em se expressar, sendo que algumas crianças possuem mais facilidade em se expressar verbalmente, outras em atividades físicas e assim por diante. E uma disciplina muito interessante para a auto-expressão das crianças é a disciplina de artes, pois é com a arte que as crianças vão criar e expressar todos seus sentimentos, e muitas vezes suas próprias dificuldades. No que se refere ao ensino de artes, coloca-se que: A Arte na Educação como expressão pessoal e como cultural é um importante instrumento para a identificação cultural e o desenvolvimento individual. Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver capacidade critica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que dói analisada (BARBOSA, 2008, p.18). As crianças vão utilizar a arte como um meio de comunicação, de expressão, e não irão vê-la como uma forma decorativa. Serão a partir de meios artísticos que essas crianças vão começar a se desenvolver, como a dança aguçando a coordenação motora e descobrindo os movimentos do corpo e o desenho, para descobrir formas, linhas e cores. Por essa razão a arte se torna tão importante para o desenvolvimento de crianças com necessidades especiais. Lowenfeld e Brittain (1997, p. 16) expressam suas ideias dizendo: Um dos ingredientes básicos, de uma experiência artística criadora, é a relação entre o artista e seu meio. Pintar, desenhar ou construir são processos constantes de assimilação e projeção: absorver através dos sentidos, uma vasta soma de informações, integrá-las no seu psicológico, e dar uma nova forma aos elementos que parecem ajustar-se às necessidades estéticas do artista nesse momento. A criança quando está criando, utiliza de meios que ela conhece do seu dia a dia. E assim pode-se conhecer como ela se desenvolveu em sociedade, as coisas que vem aprendendo e assimilando. E o professor de arte pode analisar o quanto essa criança se desenvolveu mentalmente, além do seu conhecimento de mundo e o desenvolvimento do seu intelectual através das criações artísticas dessas crianças. Um exemplo é através das garatujas, que são os chamados rabiscos que as crianças fazem desde pequenas, através das quais podemos reconhecer o desenvolvimento das crianças. Quando pequenas elas apenas rabiscam para descobrir, mas conforme vão crescendo seus rabiscos também vão evoluindo, vão sendo descobertas formas, e então imagens vão sendo formadas, e assim podemos perceber que o conhecimento de mundo das crianças cresce e elas se desenvolvem. Correia (2012, p. 13) afirma que “o desenho da criança é encarado como um instrumento de medida, ou como meio de desenvolvimento de aspetos importantes da criança, dos quais são destacados a inteligência, a motricidade e o sentidoestético” A arte, então, é de total importância para o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais, pois é através da arte que as mesmas irão se expressar, mostrar seus sentimentos, sua evolução mental e intelectual. Além de que é através da arte as crianças irão desenvolver coordenação motora, desenvolvimento dos sentidos. É por meio da arte, portanto, que a criança vai aprender a interagir com outras crianças, conforme o trecho abaixo demonstra. A criança revela, através do seu modo de pensar, agir e interagir com os outros, a sua capacidade imensa de buscar, de explorar, de criar e aprender. A criança é um ser curioso e apto a explorar sempre. Neste sentido, no contexto escolar, ela precisa vivenciar situações que estimulem e despertem ainda mais a sua curiosidade, para que possa revelar as suas características, externar as suas dificuldades, os seus sentimentos e os seus talentos e expressões próprias. (CHAGAS, 2009. p.12) Assim sendo, cabe ao professor de arte instigar essas crianças a quererem conhecer a aprender, além de adaptar suas aulas de acordo com a necessidade que cada criança possui, sendo essa criança, deficiente visual, física ou com qualquer outra deficiência, é dever do professor adaptar suas aulas para que elas consigam aprender e se desenvolver. O professor pode criar jogos educativos, envolvendo todos os seus alunos, onde uma educação sobre a arte também seja posta nos jogos, ensinando a arte e não tornando a aula monótona para o aluno com deficiência. Um exemplo pode ser o quebra cabeças, onde o professor traga uma obra de arte e mostre para todos os alunos, incentivando assim a memorização quando for montar o jogo. Quando a criança estiver montando, ela irá conhecer a obra, investigar as cores e as pinceladas do artista. Deste modo, Ao brincar e jogar, a criança explora e desenvolve sua percepção, fantasia e sentimentos. A brincadeira favorece a apreensão de signos sociais e culturais e nas aulas de artes pode ser uma maneira prazerosa de a criança experimentar novas situações e ajudá-la a compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético. (FERRAZ; FUSARI, 2009, p.123) Portanto, quando o professor de artes incentiva a brincadeira com esses jogos, todas as crianças irão aprender sobre a arte, além de incentivar a memória e percepção de crianças com necessidades especiais. A adaptação das aulas de artes é de total importância para o desenvolvimento e inclusão dos seus alunos. 4 ADAPTAÇÕES NA AULA DE ARTES PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS VISUAIS Como já foi dito no decorrer desse trabalho, a inclusão deve ser feita para que o aluno consiga aprender e, para tanto, a escola e os professores devem se adaptar as necessidades desses alunos, para assim realizarem a inclusão. Assim sendo, o professor deve adaptar suas aulas de acordo com as necessidades dos seus alunos, melhorando o ensino e a aprendizagem. [...] possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam a planificação pedagógica e as ações docentes fundamentadas em critérios que definem o que o aluno deve aprender; como e quando aprender; que formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de aprendizagem; como e quando avaliar o aluno (BRASIL, 1998, p.33). O professor deve ser flexível para poder conhecer as necessidades especiais e dificuldades que cada aluno terá, e assim desenvolver técnicas que possibilitam a aprendizagem de todos. Nas aulas de arte isso se aplica muito bem, pois cada aluno irá se expressar de uma forma, então cada um aprende de um jeito, além de que, o professor pode ter além de alunos com necessidades especiais, crianças com outras dificuldades. O professor de arte terá que adaptar suas aulas de acordo com cada aluno. Compete ao professor saber tratar esses materiais segundo o encaminhamento de sua aula, de tal maneira que possam estimular a percepções ajudar a concretizar os conhecimentos referentes a arte. Em qualquer idade a criança tem capacidade para vislumbrar e ampliar suas percepções das semelhanças e diferenças de estruturas, formas, texturas e cores existentes no mundo do qual participa. (FERRAZ; FUSARI, 2009, p.74). O professor deve saber utilizar todos os métodos e materiais para ensinar esses alunos. Nas aulas de arte, se o professor possui um aluno cego, por exemplo, ele pode incentivar ainda mais a utilização dos outros sentidos que a criança possui, por exemplo, levando seus alunos para fora da sala de aula. Vedar os olhos de todos os alunos, e fazer com que eles usem o tato, conhecendo texturas, percebendo a diferença de tamanho das coisas, seu calor e seu peso. Fazendo com que todos os alunos possam aprender sobre dimensão e textura da mesma forma, fazendo-as enxergar como a criança cega enxerga. Pesquisadores da deficiência visual afirmam que é possível construir uma noção totalizadora dos objetos, utilizando materiais e método adequados, permitindo às crianças cegas de modo tátil, compreender as bordas dos objetos e suas “linhas de contorno”, através de uma “seqüência temporal” como uma possível alternativa à inexistência da visualidade espacial (MORAIS, 2006, p. 8). Então, o professor de artes irá criar formas de ensinar através dos outros sentidos dessa criança, deixar a crianças descobrir, brincar e sentir. Como é dito no documento do Ministério da Educação acerca dos Saberes e práticas de inclusão: [...] cegos são definidos como educandos que não têm visão suficiente para aprender ler e escrever em tinta, e necessitam, portanto, utilizar outros sentidos (tátil, auditivo, olfativo, gustativo e sinestésico) no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem (MONTE; SANTOS, 2004, p.13). Uma forma de adaptar o ensino para essas crianças é através das suas sensações, ligá-las à arte, o que pode ser uma aula bem divertida e dinâmica para todos os alunos. O professor precisa mostrar para essa criança que a arte está presente quando ela necessite se expressar. Assim sendo, ensinar a criança cega que existem outros meios artísticos em que ela pode se expressar, utilizando seus outros sentidos. Como a dança, por exemplo, um meio artístico que possibilita a criança conhecer os limites do próprio corpo e para o cego se expressar utilizando o próprio corpo, além de ser de total importância para os outros alunos. A dança no contexto escolar pode ser uma forma muito construtiva de experiência lúdica, pois esta ao alcance de todos, uma vez que seu instrumento principal é o corpo. Sem a intenção de formar bailarinos, a escola pode proporcionar ao aluno um contato mais efetivo e intimista com a possibilidade de se expressar criativamente com o movimento (CARBONERA, 2004, p.38). Assim, considerada a importância da dança, o professor de artes pode utilizá- la como forma de expressão para os alunos cegos e para os demais, pois com a dança ele vai utilizar o que ele tem e sabe usar de melhor para se expressar, que é o próprio corpo. Além da utilização da música, uma junção bem interessante para a aula e o desenvolvimento dos sentidos desses alunos. O professor pode pedir que as crianças fechem os olhos, e sintam a música, e deixem que o corpo se conecte com a música e se movimente de forma livre. E cada criança irá se movimentar e dançar de forma diferente, pois cada uma irá sentir a música e a dança de um jeito único. O professor de arte deve conhecer seus alunos, e saber como adaptar suas aulas, independente de qual dificuldade ou necessidade especial ele tenha. Cabe ao professor, mostrar para os alunos que não é apenas o desenho e a pintura que estão presentes na arte, que mesmo que eles possuam algumas necessidades e dificuldades, a arte pode estar presente,através da musica, dança, o teatro e artes visuais. É necessário, entretanto, que o professor saiba como auxiliar todos seus alunos e fazer as adaptações necessárias em suas aulas. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa acadêmica foi realizada com o objetivo de compreender a diferença entre educação especial e inclusiva, além de verificar importância da arte para crianças com necessidades especiais, e a importância da adaptação curricular e trazer um exemplo de meios a serem utilizados durante a aula para crianças com necessidades especiais. Uma pesquisa bibliográfica foi realizada para alcançar os objetivos. Foi possível observar através da pesquisa que na educação especial o aluno se adapta a escola, e na inclusiva a escola deve se adaptar as necessidades de cada aluno, independente de qual seja. Além de que, percebeu-se que a arte é de total importância para as crianças com necessidades especiais, pois esta pode auxiliar o professor a identificar o processo do desenvolvimento das crianças através de meios artísticos, além de ajudar as crianças a se expressar e demonstrar todos seus sentimentos e medos através da arte. Além disso, foi possível refletir, com este estudo, que é de total importância para a educação da criança que o professor tenha uma adaptação das suas aulas, de acordo com a necessidade de cada aluno, para que ele consiga utilizar da arte como meio de expressão como todos os outros alunos. REFERÊNCIAS BARBOSA, Ana Mae. As Mutações do conceito e da prática. In: BARBOSA, Ana Mae. (Org). Inquietações e Mudanças no ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 2008. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Arte. Brasília: MEC-SEF/SEESP, 1998. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasilia: 1996 CARBONERA, Daniele. A importância da dança no contexto escolar. 2004. Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACA O_FISICA/monografia/DANCA_ESCOLA.pdf>. Acesso em: 27 maio. 2015. CHAGAS, Cristiane Santana. Arte e educação: a contribuição da arte para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental. 2009. Disponível em:. Acesso em: 18 abr. 2015. CHAVES, Raquel Dutra. Artes visuais como recurso para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais de alunos com síndrome de down. Maringá: Unicesumar, 2014. CORREIA, Vânia Sofia Rosa. A importância atribuída ao Desenho Infantil pelos Adultos. 2012. Disponível em: < http://comum.rcaap.pt/bitstream/123456789/3965/1/Estudo%20- %20A%20importancia%20atribuida%20ao%20desenho%20infantil%20pelos%20adu ltos.pdf> Acesso em: 15 abr.2015. COSTA, Vera Lucia Pereira. Função social da escola. 2000. Disponível em: . Acesso em: 18 maio. 2015. DARCY, Raiça; PRIOSTE, Cláudia; MACHADO, Maria Luiza Gomes. 10 questões sobre a educação inclusiva da pessoa com deficiência mental. São Paulo: Avercamp, 2006. FERRAZ, Maria Heloisa C. de T.; FUSARI, Maria F. de Rezende. Metodologia do Ensino da Arte: Fundamentos e proposições. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009. LOWENFELD, Viktor; BRITTAIN, W, Lambert. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1970. MONTE, F.R.F. de; SANTOS, I.B. dos (Org.) Saberes e práticas de inclusão: dificuldade de comunicação e sinalização: deficiência visual. Brasília: MEC, SEESP, 2004. Disponível em:. Acesso em: 26 abr. 2015. MORAIS, Diele Fernanda Pedrozo de. O ensino do desenho para crianças cegas: uma pesquisa-ação junto à escola de educação especial professor osny macedo Saldanha. UFPR, 2006. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2006/anaisEvento/docs/CI-206-TC.pdf Acesso em: 27 maio. 2015.

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