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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE PLANO DISTRITAL DE ESPECIALIDADE ATENÇÃO AO PORTADOR DE DOENÇA NEUROLÓGICA Abril, 2010 Mirian Conceição Moura Governador do Distrito Federal ROGÉRIO SCHUMANN ROSSO Secretário de Estado de Saúde JOAQUIM CARLOS DA SILVA BARROS NETO Secretário-Adjunto de Saúde ALBA MIRINDIBA BONFIM PALMEIRA Subsecretário de Programação Regulação Avaliação e Controle DÉA MARA TARBES DE CARVALHO Subsecretária de Assistência à Saúde JOSÉ CARLOS QUINÁGLIA E SILVA Subsecretária de Vigilância à Saúde ALLAN KARDEC REZENDE NÁPOLI Unidade de Administração Geral ARMANDO ASSUNÇÃO LAURINDO DA SILVA Subsecretaria do Fator Humano em Saúde MARIA ADÉLIA SOBRAL Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde JOSÉ RUBENS IGLESIAS Elaboração: MIRIAN CONCEIÇÃO MOURA - Coordenação de Neurologia - GRMH/DIASE/SAS/SES Colaboração: EQUIPE TÉCNICA GEDEPS/DIPSS/SUPRAC SES DF Rodrigo Rodrigues Miranda – Gerente de Desenvolvimento de Políticas de Saúde – GEDEPS/DIPPS/SUPRAC Álvaro César de Alencar – NEPP/GEDEPS/DIPPS /SUPRAC Anna Karina Vieira – NRE/GEDEPS/DIPPS/SUPRAC Claúdia Simioli – NMOS/GEDEPS/DIPPS/SUPRAC Inara Bessa de Meneses – NEPP/GEDEPS/DIPPS/SUPRAC Maria Letícia Mendes – GEDEPS/DIPPS/SUPRAC Nilvânia Soares – NMOS/GEDEPS/DIPPS/SUPRAC Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................4 ANÁLISE SITUACIONAL DA ESPECIALIDADE – ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DA SAÚDE NO DF.............................................................7 FLUXOS E MECANISMOS DE REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA ............14 REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA....................................................14 FLUXOGRAMA DE ATENÇÃO AO PACIENTE NEUROLÓGICO NA SES/DF DE ACORDO COM O GRAU DE COMPLEXIDADE............................................15 POLÍTICA DE ATENÇÃO À ESPECIALIDADE – ATENÇÃO A SAÚDE DO PORTADOR DE DOENÇA NEUROLÓGICA NA ALTA COMPLEXIDADE.............17 MECANISMOS DE CONTROLE (SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA ESPECIALIDADE) ...............................................................................25 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................25 ANEXOS..........................................................................................................................26 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 3 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE PLANO DISTRITAL DE ESPECIALIDADE – ANO: 2010 ATENÇÃO AO PORTADOR DE DOENÇA NEUROLÓGICA INTRODUÇÃO 1.1. NEUROLOGIA NA SES/DF A Neurologia é a especialidade médica que faz o diagnóstico, trata e acompanha os portadores das doenças do sistema nervoso central e periférico, englobando ainda a Neurofisiologia Clínica. As principais patologias observadas na clínica neurológica são: 1- Cefaléias 2- Epilepsia 3- Desordens do Movimento, sendo a mais freqüente a Doença de Parkinson 4- Doenças Cerebrovasculares 5- Doenças Medulares 6- Neuropatias Periféricas 7- Demências 8- Esclerose Múltipla 9- Ataxias 10- Desordens do Sono Existem protocolos vigentes na SES-DF, criados pela Coordenação de Neurologia e aprovados pela Comissão Permanente de Protocolos , em anexo, organizando os atendimentos primário, secundário e terciário de Acidente Vascular Cerebral, Epilepsia e Cefaléia, que são as doenças de maior prevalência na população. No Sistema Único de Saúde, vários fatores contribuem para a identificação de dificuldades percebidas na rede de saúde, interferindo diretamente no pleno desempenho organizacional da área hospitalar. De um modo geral, podem ser considerados fatores limitantes no sistema: 1-a baixa capacidade física operativa de algumas unidades da rede pública; 2-a inexistência de uma cultura voltada para a qualificação permanente dos servidores, 3-dificuldades de contratação e fixação de profissionais de algumas especialidades médicas, como a Neurologia, Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 4 4-dificuldade de construção de redes integradas e hierarquizadas de referência e contra-referência, e, 5-problemas estruturais que comprometem a optimização dos recursos físicos, humanos e tecnológicos existentes. A atual situação enfrentada pela rede pública do DF, com relação ao cuidado neurológico, além de complexa, traz a necessidade inadiável de reorganização desta especialidade dentro de uma linha de cuidado que envolve, necessariamente, a integração entre os vários níveis de atenção à saúde. Deve-se ampliar o potencial de resolução do atendimento primário e secundário, por intermédio de reestruturação e ampliação dos recursos humanos das unidades, reorganizando-se também os fluxos assistenciais (rede de referência/fluxo e contra-referência/contrafluxo). Têm papel crucial nessa organização as estratégias de capacitação continuada dos servidores da rede, priorizando o atendimento de doenças neurológicas mais prevalentes como a cefaléia, a epilepsia e as doenças cerebrovasculares. A população do Distrito Federal está estimada mais de 2,6 milhões de habitantes (projeção do CENSO 2007), acrescidos de mais de 1 milhão de habitantes da RIDE-DF(Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno do DF). Como o Distrito Federal é uma cidade-estado, que não possui municípios, os serviços assistenciais na rede SES/DF são descentralizados e divididos em 07 regiões, conforme preconizado pela Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS/SUS/02) e pelo Plano Diretor de Regionalização (PDR, 2005). As regiões são: centro-sul, centro-norte, sul, sudoeste, leste, norte e oeste. Os estudos relatados no PDR, 2005 mostram que os gastos apurados para assistência à população do DF extrapolam anualmente em relação ao teto financeiro do Ministério da Saúde ao SUS/DF, o que caracteriza uma prestação de serviços médico-assistencial a uma população maior que a do DF, em razão da demanda da população do Entorno e das demais regiões do país,principalmente norte e nordeste. PARÂMETROS ASSISTENCIAIS: O atendimento da Neurologia no âmbito da SES/DF está afastado do ideal. O PT/GM no. 1101 de 12/06/2002,estabelece a necessidade de cobertura assistencial da população como sendo duas consultas/habitantes/ano. Utilizando-se os dados do Censo 2007, chegamos à necessidade da população do DF e Entorno, que seria de cerca de seis milhões de consultas/ano, das quais 1,2% em Neurologia, perfazendo um total de 72.000 consultas/ano em Neurologia (1 consulta de Neurologia/569 hab). Os dados do departamento de estatística da SES/DF nos informam que no ano de 2009, tomando- se por base o primeiro trimestre,serão realizadas 33.112 consultas na Neurologia da Rede SES-DF,valor inferior em mais de 50% do ideal. Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 5 1.2. PORTARIAS O Plano Diretor de Regionalização do Distrito Federal (PDR) de 2005 forneceu a base de dados para a formulação deste plano de especialidade para o atendimento do paciente neurológico na alta complexidade. A Portaria Nº. 1.161/GM, de 7 de julho de 2005 instituiu a Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica no nível de SUS. As portarias que regulamentam a atenção a saúde ao portador de doença neurológica são: Portaria SAS/MS No. 756, de 27 de dezembro de 2005, que regulamenta e define as Redes Estaduais e/ou Regionais de Assistência ao PacienteNeurológico na Alta Complexidade; Portaria SAS/MS No. 503 de 18 de setembro de 2007, que prorroga para competência dezembro de 2007 o prazo para credenciamento/habilitação de três áreas de Alta Complexidade, incluindo a Política de Atenção ao Portador de Doença Neurológica; e a Portaria SAS/MS no. 723, de 28 de dezembro de 2007, que em seu Art. 13 estabelece as compatibilidades dos procedimentos de alta complexidade com as habilitações em traumato-ortopedia, neurocirurgia e oncologia. A Portaria N°. 1.161/GM, de 07 de julho de 2005, que institui a Política Nacional de Atenção ao portador de Doença Neurológica e de acordo com a portaria SAS/MS no. 756 de 27/12/2005 que normatiza a atenção ao portador de doença neurológica na alta complexidade, referem que: “Considerando a necessidade de garantir a esses pacientes a assistência na alta complexidade, por intermédio de equipes multiprofissionais, utilizando-se de técnicas e métodos terapêuticos específicos;” “Considerando-se a necessidade de uma nova conformação das Redes Estaduais e/ou Regionais de Atenção ao Portador de Doença Neurológica na Alta Complexidade, bem como a de determinar o seu papel na atenção à saúde e as qualidades técnicas necessárias ao bom desempenho de suas funções;” “Considerando a necessidade de atualizar os modelos de credenciamento e habilitação e, adequá-los a prestação de procedimentos de Alta Complexidade, Alta Tecnologia e Alto Custo;” “Considerando a necessidade de aperfeiçoamento do sistema de informação, referente à Atenção ao Paciente Neurológico de Alta Complexidade;” “Considerando a necessidade de estabelecer mecanismos de regulação, controle e avaliação da assistência prestada a esses pacientes; e” Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 6 “Considerando que a assistência aos pacientes portadores de doenças neurológicas que necessitam ser submetidos a procedimentos neurointervencionistas e/ou neurocirúrgicos exige uma estrutura hospitalar de alta complexidade, com área física adequada, profissionais qualificados e suporte de serviços auxiliares de diagnóstico e terapia.” O DOU no. 49, Seção 1, pag. 71, de 12 de março de 2008, habilitou o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) como Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia, e o FUB-Hospital Universitário de Brasília como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia. No momento atual, está em andamento a Câmara Técnica de Neurologia e Neurocirurgia, no âmbito da Subsecretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde , a fim de rever a normatização do credenciamento das Unidades de Alta Complexidade em Neurologia. ANÁLISE SITUACIONAL DA ESPECIALIDADE – ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DA SAÚDE NO DF 1.3. SITUAÇÃO ATUAL REDE EM NEUROLOGIA NA SES: O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) , de natureza terciária, foi habilitado como CENTRO DE REFERÊNCIA DE ALTA COMPLEXIDADE EM NEUROLOGIA (DOU Nº.49,12 de março de 2008, Seção 1, pag. 71), sendo o único hospital da Secretaria de Estado de Saúde do DF, com atendimento de Neurologia durante as 24 horas do dia, funcionando em regime de parecer na Unidade de emergência, com internações em enfermaria da Neurologia, Setor de Neurofisiologia Clínica e atendimento ambulatorial. Conta ainda com a parceria da Unidade de Neurocirurgia com atendimento na emergência durante 24 horas, com cirurgias eletivas e de urgência. As principais patologias atendidas em nível de SUS no HBDF são a Doença Vascular Cerebral, Traumatismo crânio- encefálico e raquimedular, Epilepsia, Cefaléia, Desordens do Movimento, Esclerose Múltipla, Doenças Neuromusculares, tumores cerebrais (adultos e pediátricos), neurocirurgia para Epilepsia, funcional, dor e estereotaxia e o suporte à Central de Captação de Órgãos. Em relação ao atendimento primário, é necessário implementar protocolos de tratamento de hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes mellitus a nível da Atenção Básica, essenciais à prevenção do Acidente Vascular Cerebral. Na Atenção secundária, necessita-se total reformulação do atendimento ao paciente neurológico, criando-se sistema de referência e contra-referência com a Atenção Básica. Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 7 ACESSO EM NEUROLOGIA NA SES: O acesso da maioria dos pacientes com patologias neurológicas e neurocirúrgicas aos serviços de alta complexidade no DF se faz através das Unidades Básicas de Saúde, das equipes dos Programas da Saúde da Família (PSF), dos Postos de Saúde Rural (PSR), dos Postos de Saúde Urbana (PSU), dos Centros de Saúde (CS), com equipes multiprofissionais dando assistência a cada comunidade de referência. Estas unidades devem encaminhar os casos de suspeita de patologias neurológicas para os hospitais regionais que possuam quadro de pessoal com médicos neurologistas e ao Hospital de Base do DF. DADOS DE PRODUÇÃO: A Unidade de Neurologia do Hospital de Base do Distrito Federal é responsável por mais de 40% do atendimento neurológico no DF.Segundo dados da SUPRAC, no ano de 2008 foram realizadas 15.256 consultas ambulatoriais na Neurologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e 37.532 atendimentos em toda a rede SES-DF.Foram ainda realizados 9.225 consultas no ambulatório de neurocirurgia do HBDF, e 11.289 atendimentos de Neurologia no Pronto Socorro do HBDF. No ano de 2007, a Unidade de Neurocirurgia do HBDF realizou 2.019 procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, sendo 1.141 cirurgias eletivas e 878 cirurgias de emergência. RH EM NEUROLOGIA NA SES: Atualmente a distribuição de neurologistas na SES/DF está detalhada nas tabelas abaixo. Parâmetros Assistenciais – Identificação das necessidades Tabela 1: Necessidades de Neurologistas para SES/DF de acordo com a Portaria nº 1101/MS Médicos Neurologistas Número de Neurologistas Total de Neurologistas necessários 193,62 Total atual de Neurologistas atuantes SES/DF 43 Déficit atual de acordo com o Ministério da Saúde - 150 Portaria 1101/GM/MS 1.4. DEMANDA REPRIMIDA DE TRATAMENTO NEUROLÓGICO POR REGIONAL DE SAÚDE (dados obtidos em agosto de 2009, através de consulta às regionais de saúde): Está de acordo com O PT/GM no. 1101 de 12/06/2002 estabelece a necessidade de cobertura assistencial da população como sendo duas consultas/habitantes/ano. Tabela 2: Demanda reprimida de Neurologia na SES-DF Regional de Saúde Neurologia adulto Neurologia infantil tempo médio de espera Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 8 Samambaia 852 64 4 anos Paranoá 750 * 1 ano Recanto das Emas 896 237 18 meses Asa Sul 2455 * 3 anos Asa Norte 834 * 3 meses a 2 anos São Sebastião 2176 * 4 anos Gama 1477 * 9 meses Taguatinga 4243 915 variável Ceilândia 3875 516 1 a 2 anos Guará * * * Sobradinho * * * Planaltina * * * Brazlandia 1785 2125 3 meses a 2 anos Núcleo Bandeirante 382 * 4‐6 anos Recanto das Emas 358 32 6 a 8 meses Total 18083 3889 ‐‐ Total geral 21972 21972 ‐‐ (*) não informado. Fonte : Coordenação de Neurologia/GRMH/DIASE/SAS/SES 1.5. SITUAÇÃO PROPOSTA O objetivo imediato deste plano é reduzir a demanda por atendimento ambulatorial de pacientes portadores de Cefaléia e Epilepsia e implementar medidas que melhorem a qualidade do atendimento às Doenças Cerebrovasculares na Rede SES-DF. Considerando o grande volume de atendimento de Neurologia Infantil, as peculiaridades da doença neurológica nas crianças e o grande volume de pareceres da área infantil, torna-se necessária a criação da Coordenação de Neurologia Pediátrica , que deverá atuar conjuntamente com a Coordenação de Neurologia, afim de criar e implementar os protocolos de atendimento ambulatorial. O objetivo a médio e longo prazo é descentralizar e melhorar a assistência neurológica em todas as regionais do DF a nível primário e secundário, implementando paralelamente medidas para melhorar a qualidade do atendimento terciário de alta complexidade no HBDF. 2.3.1- Atendimento ambulatorial: Com relação ao atendimento ambulatorial, estima-se a demanda reprimida proveniente das UBS’s em quase 20.000 pacientes, com tempo médio de espera pela primeira consulta de seis meses a quatro anos. Acredita-se que esses dados estejam Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 9 superestimados, uma vez que cerca de 80% dos atendimentos em ambulatórios da especialidade se devam a cefaléia e epilepsia controlada, que poderiam permanecer sob controle em ambulatórios de Clínica Médica na Atenção Básica. Por essa razão, o ideal é implementar parceria entre o especialista e o Médico da Atenção Básica, incentivando este a realizar o acompanhamento dos pacientes, orientando-os sobre o momento certo de realizar o encaminhamento ao Neurologista das Regionais. Para tal, são necessários cursos de capacitação e de educação continuada e a aproximação dos Neurologistas das Regionais ao profissional da Atenção Básica, com encontros mensais a fim de discutir as condutas – Matriciamento.Tais medidas levariam a um efeito multiplicador do Neurologista na rede SES-DF. Os ambulatórios de Neurologia do HBDF passam então a ser terciários e de Subespecialidades, cada um deles em número de, no mínimo, dois semanais, com número de consultas de 5 consultas de primeira vez e 7 retornos: 1- Cefaléias Primárias – englobando casos refratários ao tratamento convencional. 2- Epilepsia Refratária e Cirurgia para Epilepsia 3- Demências 4- Desordens do Movimento 5- Esclerose Múltipla e Neuroimunologia 6- Doenças Neuromusculares e Doenças Degenerativas 7- Desordens do Sono 8- Doenças Cerebrovasculares 9- Dor Neuropática 10- Neuroinfecção O acesso a esses ambulatórios deve ser realizado diretamente por Neurologistas das Regionais de Saúde do DF e através de três ambulatórios semanais gerais que receberão os pacientes provenientes das UBS’s e farão a triagem para os ambulatórios terciários. Os ambulatórios de Neurologia devem atender cinco consultas de primeira vez e sete consultas de retorno. Deverá ocorrer a criação de pelo menos 26 ambulatórios gerais de Neurologia na região Sudoeste, que seriam sediados na Policlínica de Taguatinga, no HRT e no HRC. Na região norte, é necessária a criação de oito a dez ambulatórios gerais no HRS e seis ambulatórios gerais no HRAN. Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 10 No Hospital Regional de Sobradinho, considerando que o mesmo é referência para a região norte, é necessária a criação de condições mínimas para a atuação do neurologista com a instalação de Exame de Tomografia Computadorizada. 2.3.2: Atendimento nas Emergências: O atendimento da Neurologia nas Emergências se dará da seguinte forma: 1- Nas Regionais de Sobradinho, Gama e Ceilândia, os pacientes atendidos pela Clínica Médica e internados com suspeita de doença neurológica serão avaliados através de solicitação de Parecer Neurológico ao Neurologista da própria Regional, havendo para tal um Neurologista escalado. Na falta desse Neurologista e em casos considerados urgentes, por se tratar de AVC agudo nas primeiras três horas de evolução ou pela sua gravidade, o encaminhamento será ao Pronto-Socorro do HBDF. Na Regional de Planaltina, o encaminhamento para resposta de pareceres será inicialmente ao HRS. 2- Provisoriamente, enquanto não existe ainda Unidade de Neurologia na região sudoeste, é necessário,na Regional de Taguatinga (HRT), instituir Parecer Neurológico para pacientes internados em todo o período diurno, tornando-se esse Serviço Referência para os hospitais de Samambaia, Brazlândia, Hospital São Vicente de Paulo e Ceilândia (na ausência do Neurologista desta Regional). Em casos considerados urgentes, por se tratar de AVC agudo nas primeiras três horas de evolução ou pela sua gravidade progressiva o encaminhamento será ao Pronto-Socorro do HBDF para Parecer Neurológico. 3- Estima-se a médio prazo , a criação de Unidade de Neurologia no HRC, o que demanda a ampliação da área física do Hospital. À partir daí, todos os pareceres neurológicos dessa região serão referenciados ao HRC. 4- Os pacientes atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) serão encaminhados ao Hospital Regional mais próximo para atendimento inicial pela Clínica Médica e subseqüente parecer neurológico, exceto aqueles com suspeita de AVC agudo elegíveis para trombólise (máximo de três horas de início da instalação do quadro), que serão diretamente encaminhados ao HBDF, após contato prévio com o Parecerista da Neurologia. Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 11 5- Nas regionais do Paranoá e Guará, a solicitação de parecer será diretamente ao HBDF, até o momento em que existam Neurologistas nesses hospitais. 6- A Emergência de Neurologia do HBDF será referência para: a- Todas as Regionais que não disponham de Neurologistas, exceto a Região Sudoeste, onde a referência será o HRT ou o HRC; b- Para o encaminhamento feito pelos Neurologistas das Regionais, que porventura considerem o caso de maior complexidade; c- Para o atendimento primário de AVC agudo nas primeiras três horas de sua instalação. No Setor de emergência do HBDF, A Neurologia funcionará sob a forma de Parecer, após atendimento por outras Unidades ou pelo SAMU, entre 7:00h e 19:00h, mantendo 02(dois) Pareceristas por período. No período noturno, é necessário manter 02(dois) plantonistas que também farão o atendimento aos casos agudos de AVC e responderão pelas intercorrências aos pacientes internados na Enfermaria e no Pronto-Socorro de Neurologia. O segundo parecerista escalado ficará em posição móvel, a fim de atender à demanda da Central de Captação de Órgãos no diagnóstico de morte encefálica. 2.3.4 : Neurofisiologia Clínica: Quanto ao atendimento de Neurofisiologia Clínica, é necessário manter funcionantes os Serviços de Eletroencefalografia nos Hospitais Regionais de Taguatinga, Gama e Sobradinho, Hospital de Base do DF e COMPP. Torna-se necessário criar Serviço de Eletroencefalografia no Hospital Regional da Asa Sul, pela grande demanda de Neuropediatria. Deve ser mantido o Serviço de Potenciais Evocados e Eletroneuromiografia do HBDF, sendo necessário a contratação de 2(dois) Médicos com carga horária de 20 horas no referido setor. É necessária a criação de Setor de Video-Eletroencefalografia da Unidade de Neurologia do HBDF a fim de promover a criação de Centro de alta complexidade em Cirurgia de Epilepsia. O ideal é que esses procedimentos de Neurofisiologia Clínica aqui listados sejam regulados através de protocolos de regulação, a fim de garantir o acesso de todos e priorizar os pacientes com maior gravidade. Em anexo, encontra-se o projeto básico que determina a ampliação dos serviços de neurofisiologia Clínica na rede SES-DF. Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 12 Quadro geral de Unidades da SES a receber os equipamentos e recursos humanos de Neurofisiologia Clínica Unidade Equipamento Quantidade RH Quantidade HRAS EEG de 32 canais 01 Tec EEG 02 COMPP EEG de 32 canais 01 - - Policlínica de Taguatinga Eletromiográfo 02 Agente adm Eletromiografista 01 02 Policlínica de Taguatinga EEG de 32 canais 02 Agente adm Tec EEG 01 04 HBDFEEG portátil 01 - - HBDF Vídeo EEG de 64 canais 02 Tec EEG (Video EEG) 07 2.3.5: Atendimento Neurológico a nível secundário: A região Sudoeste composta pelas Regionais de Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia e Samambaia necessita da criação de um Serviço de Neurologia que deve ,em nível secundário, ser referência para as demais regionais da Região.O Hospital que no momento atual comporta esse Serviço é o Hospital Regional de Taguatinga,pelo seu maior porte, por estar localizado geograficamente de forma centralizada, por possuir policlínica onde seriam instalados os ambulatórios da especialidade sem custo adicional e por possuir serviço de fisioterapia. O Hospital Regional de Ceilândia, pelo grande fluxo de pacientes necessita ampliação do quadro de neurologistas para seis profissionais,em um momento inicial. Após a ampliação de sua área física, o HRC deve receber uma Unidade de Neurologia. A Regional do Gama possui dois neurologistas e três clínicos exercendo em horário parcial a especialidade. O ideal seriam dez médicos com carga horária de 20 horas semanais. Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 13 As Regionais de Sobradinho e Planaltina possuem apenas 01 neurologista e 02 neuropediatras, o que é insuficiente. É importante a manutenção de um quadro clínico de pelo menos seis neurologistas na região norte. Os Hospitais do Guará e Paranoá por não possuírem grande fluxo de pacientes e pela proximidade com os hospitais do Plano Piloto não necessitam em primeiro momento de neurologista para resposta de pareceres na Emergência e ambulatórios. Pode-se programar dois especialistas a médio prazo ( cerca de 5 anos ) para cada uma dessas Unidades. FLUXOS E MECANISMOS DE REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA ENCAMINHAMENTO DE CASOS NEUROLÓGICOS E NEUROCIRÚRGICOS As Unidades Básicas de Saúde (UBS) deverão encaminhar os casos que necessitem de avaliação neurológica, através de encaminhamento ambulatorial ou de pedido formal de parecer em caráter de urgência, aos hospitais regionais de referência que possuam os profissionais com esta especialidade, os quais atualmente seriam: HRC, HRT, HRG, HRAN. Os pacientes que necessitam de atendimento neurocirúrgico de urgência devem ser encaminhados diretamente para o Pronto-Socorro de Neurocirurgia do HBDF, porque são pacientes potencialmente graves, onde a perda de tempo ao se passar antes pelo Neurologista para um diagnóstico de certeza pode significar a diferença entre a vida e a morte ou o maior risco de seqüelas neurológicas e incapacidade. Nesse aspecto, devem ser realizados treinamentos sistemáticos dos Médicos de todas as Unidades de Urgência e Emergência baseados em Protocolos clínicos da SES-DF. ENCAMINHAMENTO DE CASOS NEUROCIRÚRGICOS Uma vez avaliados por Neurologistas e Clínicos, em caso destes julgarem da necessidade de avaliação neurocirúrgica, devem encaminhar tais pacientes para avaliação neurocirúrgica nos Hospitais referenciados como de alta complexidade: Hospital de Base do DF (HBDF) e Hospital Universitário de Brasília (HUB). Estas unidades deverão diagnosticar e tratar estes pacientes respeitando-se a especificidade exigida em cada um destes pacientes. REFERÊNCIA E CONTRA-REFERÊNCIA Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 14 Os pacientes ambulatoriais portadores de cefaléia primária e epilepsia que, após avaliação pelos Neurologistas e Neuropediatras das Regionais e do HBDF, não necessitarem de acompanhamento contínuo de Neurologia serão re-encaminhados / contra-referenciados às Unidades de Atenção Básicas de Saúde para acompanhamento. Caso haja descompensação ou mudança do quadro durante o acompanhamento pelo Clínico ou Pediatra da Unidade Básica, os pacientes podem ser novamente encaminhados /referenciados ao Neurologista ou Neuropediatra para avaliação. Os sistemas de fluxo e contrafluxo dependem de implementação de medidas de educação continuada e matriciamento de especialistas para se tornarem eficazes. FLUXOGRAMA DE ATENÇÃO AO PACIENTE NEUROLÓGICO NA SES/DF DE ACORDO COM O GRAU DE COMPLEXIDADE UBS Atenção Básica HRSa HRC HRBz HSVP HRT HBDF Nível terciário HRPa HRP HRS HRGu HRG CARACTERIZAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO DA ESPECIALIDADE O plano diretor de regionalização da especialidade tem como objetivos: • Descentralizar o atendimento das doenças neurológicas mais comuns como as cefaléias primárias e a epilepsia, desde que o paciente seja Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 15 considerado controlado do ponto de vista clínico, devendo retornar ao Neurologista nas intercorrências e a critério do Médico assistente. • Permitir ao paciente portador de doença neurológica que necessite de procedimentos de alta complexidade o acesso a estes tratamentos. • Organização de uma rede que propicie a detecção, quantificação e classificação de maneira precoce e adequada dos casos; • Permitir aos pacientes portadores de patologias neurocirúrgicas tratamento em tempo hábil para redução do impacto da doença no contexto psicossocial e cognitivo, melhorando suas qualidades de vida. • A criação , a médio prazo – cinco anos- de Unidade de Neurologia na região sudoeste do DF, preferencialmente na regional de Taguatinga, que possui atualmente condições físicas e demanda suficiente para recebê-la • A longo prazo, deve-se programar a criação de Serviços de Neurologia nas Regionais do Gama e de Sobradinho. • Portanto , deve-se priorizar a contratação de médicos neurologistas para as regionais de Taguatinga, Gama e Sobradinho,respeitando essa ordem de prioridade, a fim de que as principais portas de entrada dos pacientes tenham maior resolutividade. MAPA DAS REGIÕES DE SAÚDE DO DF (PDR, 2005) UNIDADES HOSPITALARES DE ALTA COMPLEXIDADE – SES/DF (PDR 2005) Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 16 Fonte: DICOAS/SUPLAN • HAB – Hospital de Apoio de Brasília • HRAN – Hospital Regional da Asa Norte • HBDF – Hospital de Base do Distrito Federal • HRT – Hospital Regional de Taguatinga • HRG – Hospital Regional do Gama • HRS – Hospital Regional de Sobradinho POLÍTICA DE ATENÇÃO À ESPECIALIDADE – ATENÇÃO A SAÚDE DO PORTADOR DE DOENÇA NEUROLÓGICA NA ALTA COMPLEXIDADE Metas e Ações Propostas na Especialidade de Neurologia - Alta Complexidade: Para composição desse Plano de estruturação da especialidade é necessário agruparmos as metas e ações da seguinte forma: 1. ADEQUAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ALTA COMPLEXIDADE 2. ADEQUAÇÃO DO QUADRO DE RECURSOS HUMANOS 3. MANUTENÇÃO DO CREDENCIAMENTO DO HBDF COMO CENTRO DE REFERÊNCIA E UNIDADE DE ALTA COMPLEXIDADE EM NEUROLOGIA. 4. CRIAÇÃO DA COORDENAÇÃO DE NEUROLOGIA PEDIÁTRICA 1. ADEQUAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ALTA COMPLEXIDADE Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 17 1.1. Dos Equipamentos: Os serviços de atenção a Saúde Neurológica de Alta Complexidade deverão dispor, no mínimo dos materiais e equipamentos abaixo discriminados: 1- Equipamento de ecodoppler 2- Equipamento de mensuração de TTPA e tempo de coagulação 3-Sugere-se a Criação de Unidade de Cuidado Intermediário - Unidade Vascular - com 15 (quinze) leitos, podendo ser em conjunto com a Unidade de Dor Torácica, cujo objetivo é o tratamento do AVC agudo, como especificado abaixo: Criação de Unidade De Cuidado Intermediário ( Unidade Vascular) As instalações físicas deverão estar de acordo com o estabelecido na Portaria GM/MS n.º 1884,de 11 de novembro de 1994 Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, além de apresentar: a) área física adequada, com espaçamento de no mínimo 1 (um) metro entre os leitos, exceto a cabeceira, com circulação mínima de 2 (dois) metros; b) rede elétrica que atenda à norma NBR 13534; c) área de prescrição médica; d) área de cuidados e higienização – 01 (um) para cada 15 (quinze) leitos ou fração; e) posto de enfermagem 01(um) para cada 15 (quinze) leitos ou fração; f) sala de serviço 01(um) para cada posto; g) área de internação; h) ambientes de apoio e i) pontos de oxigênio e ar comprimido com válvulas reguladoras de pressão e pontos de vácuo para cada leito. Recursos Materiais e Equipamentos a) 15 macas b) material para reanimação Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 18 01(um) ambú com reservatório e válvula, para cada 03 (três) leitos c) máscaras ; d) oxímetro de pulso – 01 (um) para cada 03 (três) leitos; e) termômetro eletrônico portátil, esfignomanômetro, estetoscópio, ressuscitador manual 01(um) para cada 04 (quatro) leitos; f) otoscópio e oftalmoscópio; g) monitor de pressão não invasiva; h) monitor de beira de leito com visoscópio – 01 (um) para cada leito; i) carro ressuscitador com monitor, material de entubação endotraqueal – 01 (um) para cada 15 (quinze) leitos; j) ventilador ciclado a tempo, com limite de pressão 01(um) para 15 (quinze) leitos; k) conjunto de nebulizador em máscara – 01 (um) para cada leito; l) aspirador portátil; m) bomba de infusão 01(um) para cada 02 (dois) leitos; n) aparelhos de fototerapia 01(um) para cada 04 (quatro) leitos; o) bandejas para procedimentos punçãolombar, drenagem torácica, curativos, flebotomia, acesso venoso, sondagem vesical e traqueostomia; p) balança eletrônica; q) negatoscópio. Recursos Humanos: a) 01 (um) responsável técnico com título de especialista em Neurologia reconhecida pelo Ministério da Educação, ABN ou AMB com experiência de 02 (dois) anos . b) 01 (um) médico diarista parecerista com título de especialista em Neurologia , reconhecida pelo Ministério da Educação ou título de especialista pela ABN ou AMB , com experiência de 02 (dois) anos . c) 01 (um) médico plantonista com especialidade em Clínica Médica, Medicina Intensiva ou Neurologia exclusivo para cada 15 (quinze) leitos ou fração, por turno de trabalho; d) 01 (um) enfermeiro coordenador; Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 19 e) 01 (um) enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada 15 (quinze) leitos ou fração; f) 01 (um) técnico/auxiliar de enfermagem para cada 05 (cinco) leitos, por turno de trabalho; g) 01 (um) funcionário exclusivo responsável pela limpeza do serviço. AUMENTO DO SUPORTE DE UTI: Atualmente dispomos de aproximadamente 96 leitos de UTI regulados em toda a rede. Necessitamos ainda de criação de 15(quinze) leitos de cuidado intermediário na Enfermaria da UNN/HBDF, para o atendimento de pacientes graves neurológicos e de AVC agudo elegíveis para trombólise. Com essa medida, haveria melhora no atendimento aos casos de AVC e redução da permanência de pacientes neurológicos nas UTIs. A Unidade de cuidado intermediário doravante denominada Unidade Vascular deverá, por motivo de economia , funcionar em conjunto com a Unidade de Dor Torácica, sob supervisão do Neurologistas , Cardiologistas e Palntonistas da Clínica Médica ou UTI. 1.2. Dos Recursos Diagnósticos e Terapêuticos: 1.2.1.1. Laboratório de Análises Clínicas com provas de atividade inflamatória e provas de coagulação 1.2.1.2. Serviço de Imagenologia com Radiologia, Ultra-sonografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância magnética 1.2.1.3. Serviço de Eletroencefalografia e Vídeo-eletroencefalografia 1.2.1.4. Serviço de Eletroneuromiografia 1.2.1.5. Serviço de Potenciais Evocados 1.2.1.6. Serviço de Polissonografia 1.2.1.7. Serviço de Imunohistoquímica para o diagnóstico de doenças neuromusculares. 1.2.1.8. Serviço de diagnóstico de líquor com a possibilidade de realização de PCR. 1.2.1.9. Disponibilidade, mesmo que através de convênio ou contrato com outras instituições públicas ou privadas, de realização de exames de genética/Biologia Molecular para as doenças degenerativas . 1.2.1.10. Unidade de Terapia Intensiva Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 20 1.2.1.11. Unidade de Reabilitação 1.2.1.12. Unidade de Neurocirurgia 2. ADEQUAÇÃO DO QUADRO DE RECURSOS HUMANOS 2.1.1. Dos Recursos Humanos: 2.1.1.1. Responsável técnico médico com título de especialista em Neurologia, comprovado por certificado de Residência Médica reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) ou título de especialista da Associação Médica Brasileira (AMB). 2.1.1.2. No mínimo, mais dois médicos neurologistas com as especificações técnicas acima descritas 2.1.1.3. Neurofisiologista clínico, também com as especificações acima descritas 2.1.1.4. Enfermeiro coordenador com experiência em Neurologia 2.1.1.5. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem nas respectivas enfermarias e atividades desempenhadas pela Unidade 2.1.1.6. Equipe de saúde complementar de suporte nos Hospitais onde serão realizados os procedimentos neurológicos de alta complexidade (HBDF e HUB), composta por: Clínico geral Psiquiatria Serviço Social Serviço de nutrição Farmácia Anatomia patológica Medicina Física e Reabilitação Fonoaudiologia Hemoterapia 2.1.1.7 CONTRATAÇÃO DE NOVOS NEUROLOGISTAS: Necessitamos de mais 53 ( cinqüenta e três) neurologistas para contratação a curto prazo, em regime de 20 horas semanais a serem distribuídos na Rede SES-DF de acordo com o especificado abaixo: Tabela 3: Recursos humanos Médicos-Neurologia por região administrativa (RA) do DF População – nº Nº 20h em Nº 20h ideal Nº necessário Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 21 R A habitantes IBGE 2009 2010 para 2010 de contratações Brazlândia 50.568 0 0 0 Ceilândia 398.688 4 8 4 Samambaia 194.319 0 0 0 Taguatinga 355.123 3 16 13 Gama 158.761 5 16 11 Santa Maria 108.679 0 0 0 Planaltina 235.873 0 0 0 Sobradinho 195.007 0 8 8 Paranoá 82.136 + São Sebastião 1 0 -1 Guará 156.757 0 0 0 Núcleo Bandeirante Dados indisponíveis 0 0 0 Brasília HRAS HRAN HBDF 550.000 0 0 02 33 0 0 01 22 0 0 01 -11 TOTAL 2.606.885 48 71 37 Fonte : Coordenação de Neurologia/GRMH/DIASE/SAS/SES Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 22 OBS: Conhecida como RIDE, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno compreende o Distrito Federal mais os municípios goianos de Novo Gama, Valparaíso, Cidade Ocidental, Luziânia, Cristalina, Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas, Alexânia, Abadiânia, Pirenópolis, Corumbá, Cocalzinho, Padre Bernardo, Água Fria, Planaltina de Goiás, Vila Boa, Formosa e Cabeceiras, e os municípios mineiros de Unaí e Buritis. Conta com total de 3.906.967 habitantes (IBGE/2009). 2.1.1.8 COMPLETAR O QUADRO DE ENFERMAGEM NA UNN/HBDF: A Unidade de Neurologia do HBDF é a única unidade pública de alta complexidade de neurologia do Distrito Federal, com capacidade para 24 leitos (masculinos e femininos) e atende pacientes do DF, entorno e outras estados, tais como Acre, Roraima, Tocantins, etc. A equipe de enfermagem está muito aquém da necessidade real para atendermos dignamenteos pacientes. Dispomos atualmente de 04 enfermeiros (140 horas semanais) e 600 horas semanais de técnicos de enfermagem (cálculo adotado pela Gerência de Enfermagem do HBDF). O número ideal é de 616 horas semanais de enfermeiros e 1498 horas de técnicos de enfermagem. O déficit em número de horas para Técnicos de Enfermagem é de 922 horas e para Enfermeiros é de 476 horas, segundo dados fornecidos pela Gerência de Enfermagem do HBDF. 3- MANUTENÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ALTA COMPLEXIDADE EM NEUROLOGIA Devemos manter as condições adequadas de funcionamento no já credenciado Centro de Referência de alta Complexidade em Neurologia existente no HBDF.A PT N°. 756, de 27 de dezembro de 2005, Artigo 3°, §2°, estabelece que “Centro de Referência em Alta Complexidade em Neurologia” é uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia que exerça o papel auxiliar, de caráter técnico, ao respectivo Gestor do SUS na Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica e que possua os seguintes atributos: I. Ser Hospital de Ensino, certificado pelo Ministério da Saúde, de acordo com a Portaria Interministerial MEC/MS N°. 1000, de 15 de abril de 2004; II. Definir base territorial de atuação, com um máximo de um centro de referência para cada 5 (cinco) milhões de habitantes; Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 23 http://pt.wikipedia.org/wiki/RIDE http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Integrada_de_Desenvolvimento_do_Distrito_Federal_e_Entorno http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Integrada_de_Desenvolvimento_do_Distrito_Federal_e_Entorno http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Gama http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Gama http://pt.wikipedia.org/wiki/Valpara%C3%ADso http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_Ocidental http://pt.wikipedia.org/wiki/Luzi%C3%A2nia http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristalina http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ant%C3%B4nio_do_Descoberto http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81guas_Lindas http://pt.wikipedia.org/wiki/Alex%C3%A2nia http://pt.wikipedia.org/wiki/Abadi%C3%A2nia http://pt.wikipedia.org/wiki/Piren%C3%B3polis http://pt.wikipedia.org/wiki/Corumb%C3%A1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Cocalzinho http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Bernardo http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_Fria http://pt.wikipedia.org/wiki/Planaltina_de_Goi%C3%A1s http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Boa http://pt.wikipedia.org/wiki/Formosa http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabeceiras http://pt.wikipedia.org/wiki/Una%C3%AD http://pt.wikipedia.org/wiki/Buritis http://pt.wikipedia.org/wiki/IBGE http://pt.wikipedia.org/wiki/2007 III. Participar de forma articulada e integrada com o sistema local e regional; IV. Ter estrutura de pesquisa e ensino organizada, com programas e protocolos estabelecidos; V. Possuir adequada estrutura gerencial, capaz de zelar pela eficiência, eficácia e efetividade das ações prestadas; VI. Subsidiar as ações dos gestores na regulação, fiscalização, controle e avaliação, incluindo estudos de qualidade e estudos de custo- efetividade O Artigo 5° da Portaria 756 estabelece que além dos itens do Artigo 4° (que estabelece os critérios para a Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia (item 5.3)), o Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia, pode ainda se credenciar ou habilitar-se em um ou mais serviços relacionados a seguir: I. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Investigação e Cirurgia da Epilepsia II. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Tratamento Endovascular III. Serviço de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia Funcional Estereotáxica O Artigo 6°, §2° da PT 756, estabelece que preferencialmente, deverão ser autorizados como Centro de Referência os hospitais públicos, privados filantrópicos e privados lucrativos, nesta ordem. O Artigo 7° da PT/MS 756 define que a supervisão dos Centros de Referência de Alta Complexidade em Neurologia será exercida pelo Departamento de Atenção Especializada, da Secretaria de Atenção à Saúde/MS, por intermédio da Coordenação Geral de Alta Complexidade. O Parágrafo único deste Artigo estabelece que as Sociedades Científicas das Especialidades envolvidas e reconhecidas pela Associação Médica Brasileira-AMB são os órgãos civis de apoio técnico-científico na execução das ações objeto desta Portaria. No caso do Distrito Federal o Hospital de Base do Distrito Federal, mais especificamente a Unidade de Neurologia, é o Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia (DOU N°49, quarta-feira, 12 de março de 2008, pag. 71: Portaria N° 144, de 11/02/2008) e a Sociedade Científica responsável pelo apoio técnico científico é a ABN-Capítulo do DF (Academia Brasileira de Neurologia do Distrito Federal). Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 24 4-CRIAÇÃO DA COORDENAÇÃO DE NEUROLOGIA PEDIÁTRICA Com o objetivo de criar e supervisionar as ações de saúde necessárias ao paciente neurológico infantil e fornecer os pareceres necessários à dispensação de medicamentos , é necessária a criação da Coordenação de Neurologia Pediátrica. MECANISMOS DE CONTROLE (SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA ESPECIALIDADE) As informações utilizadas neste planejamento de especialidades provém do Banco de Dados da Secretaria da Unidade de Neurologia e dos Setores de Estatística do Hospital de Base do Distrito Federal e das demais Regionais de Saúde da SES-DF. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o anexo II da PT 1161/GM, de 07/07/2005 o Distrito Federal comporta 3 (três) Unidades de Assistência de Alta Complexidade e 1 (um) Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia no HBDF. Devido a esta portaria e aos dados levantados em 2009, propõe-se a criação imediata inicialmente de Serviço de Neurologia na região Sudoeste do DF. Essa estratégia de descentralização do atendimento deverá se estender , a longo prazo, à medida que existam os recursos humanos necessários, às regiões sul e norte do Distrito Federal. Brasília, 2010. Mirian Conceição Moura Neurologia e Neurofisiologia Clínica Coordenadora da Neurologia SES / DF Matrícula:134.351-3 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 25 ANEXOS Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 26 PROJETO BÁSICO AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE DE REALIZAÇÃO DE EXAMES DE NEUROFISIOLOGIA CLÍNICA NA REDE SES-DF INTRODUÇÃO A necessidade de ampliação da capacidade de realização de eletroencefalograma e de eletroneuromiografia tem o objetivo de diminuir o tempo de diagnóstico de epilepsia e das neuropatias periféricas e radiculopatias. Conforme o Plano Diretor de Regionalização (PDR) o Distrito Federal é dividido em sete Regiões de Saúde: NORTE ( Planaltina- HRP e Sobradinho- HRS), CENTRO NORTE ( Asa Norte- HRAN, Lago Norte e Cruzeiro), CENTRO SUL( Asa Sul- HRAS, Candangolândia, Guará, Lago Sul, Núcleo Bandeirante e Riacho Fundo), SUL( Gama- HRG e Santa Maria), LESTE (Paranoá- HRPa e São Sebastião), OESTE (Brazlândia- HRBz e Ceilândia- HRC) e SUDOESTE ( Recanto das Emas, Samambaia- HRSAm e Taguatinga- HRT) . A Unidade de Neurologia do Hospital de Base do Distrito Federal é atualmente responsável por mais de 40% do atendimento neurológico no DF.Segundo dados da SUPRAC, no ano de 2008 foram realizadas 15.256 consultas ambulatoriais na Neurologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e 37.532 atendimentos em toda a rede SES-DF.Foram ainda realizados 9.225 consultas no ambulatório de neurocirurgia do HBDF, e 11.289 atendimentos de Neurologia no Pronto Socorro do HBDF.Essa Unidade foi habilitada como único Centro de Alta Complexidade em Neurologia no Distrito Federal. O Plano Distrital de Atenção ao paciente neurológico prevê incremento no atendimento neurológico nas regiões oeste e sudoeste, onde há maior demanda reprimida em Neurologia. Deverá ocorrer a criação de pelo menos 26 ambulatórios gerais de Neurologia na região Sudoeste, que seriam sediados na Policlínica de Taguatinga, no HRT e no HRC. Na região norte, é necessária a criação de oito a dez ambulatórios gerais no HRS e seis ambulatórios gerais no HRAN. Com essa medida , teremos cerca de 500 novos pacientes atendidos em uma semana. É também de crucial importância a montagem do Setor de Vídeo-EEG na Unidade de Neurologia do HBDF , com quatro leitos e possibilidade de realização de Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 27 Monitorização por Vídeo e Eletroencefalografia simultâneos, a fim de diagnosticar os pacientes com epilepsia refratária e candidatos ao tratamento cirúrgico. É necessário recordar que não há, no momento atual, qualquer centro para realização de Cirurgia para Epilepsia na região Centro-Oeste. Com a finalidade de melhorar a capacidade de diagnóstico dos novos ambulatórios, com o aumento de demanda, é necessária a ampliação dos Setores de Neurofisiologia Clínica, que englobam a realização de Eletroencefalograma e Eletroneuromiografia. Com a ampliação solicitada, serão gerados cerca de 600 exames de eletroencefalograma e 400 exames de eletroneuromiografia ao mês na rede SES-DF. OBJETIVO GERAL Ampliar a capacidade de diagnóstico dos pacientes portadores de doença neurológica. OBJETIVO ESPECÍFICO . Aumentar a capacidade de atendimento dos serviços de Neurofisiologia Clínica, conferindo resolutividade dos ambulatórios de Neurologia, Neurocirurgia e Ortopedia. JUSTIFICATIVA Incapacidade da Rede Pública de Saúde do Distrito Federal em atender ao número elevado de solicitações de eletroneuromiografia e eletroencefalograma. ESTRATÉGIA Equipar as Unidades de maior demanda por exames neurofisiológicos com setores de eletroencefalograma e eletroneuromiografia. AÇÕES Para aumentar a capacidade de atendimento em Neurofisiologia Clínica, há necessidade de contratação de médicos neurologistas e eletromiografistas, técnicos de Eletroencefalograma e de agentes administrativos e ainda, de aquisição de equipamentos e mobiliários específicos. METAS Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 28 Aumentar em 100% a realização de eletroneuromiografia(ENMG) na Rede SES-DF. Aumentar em 50 % a realização de eletronecefalograma( EEG) na Rede SES- DF. Realizar o mínimo de 16 exames mensais de Vídeo-EEG, com objetivo de realização de Cirurgia de Epilepsia. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO AÇÕES PRAZO Contratação de médicos neurologistas,eletromiografistas, técnicos de EEG e agentes administrativos Março, abril e maio de 2010 Aquisição de equipamentos e mobliário Março , abril e maio de 2010 RECURSOS Fonte 100 – SES-DF. INDICADORES Tempo de espera para se realizar EEG, Vídeo EEG e ENMG VALOR DO PROJETO Para estruturação da unidade o custo mensal com a contração de pessoal foi estimado em R$ 38.867,42. A fonte utilizada para consulta foi à tabela de remuneração dos servidores da SES-DF, disponibilizada no menu servidor do site: portal do GDF (www.distritofederal.df.gov.br) . O valor estimado para compra de equipamento, material de consumo e mobiliários foi orçado em R$ 1.817.290,00 . A estimativa de custo operacional para convocação de pessoal e aquisição dos equipamentos e mobiliários está exposta nas tabelas abaixo e ainda o comparativo de custos de contratação de pessoal & custo da diária na rede privada Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 29 http://www.distritofederal.df.gov.br/ Total de custo mensal* estimado com a contratação de profissionais para montagem dos setores de Neurofisiologia (Médicos, Técnicos de EEG e agentes administrativos) Total do custo mensal com 1000 exames na rede privada % de economia R$ 38.867,42 R$ 250.000,00 84% *Considerou-se apenas o valor mensal dos salários nas categorias iniciais. Levantamento de custo dos materiais e equipamentos para a ampliação dos setores de Neurofisiologia Clínica Equipamento/Materiais Quantidade Valor Unitário Subtotal Mesa 06 R$450,00 R$ 2.700,00 Mesa para exames em madeira 04 R$700,00 R$2.800,00 Cama hospitalar 04 R$5.000,00 R$20.000,00 Cadeira giratória 06 R$300,00 R$1.800,00 Cadeira 08 R$ 220,00 R$ 1.760,00 Escada de dois degraus 08 R$190,00 R$ 1.530,00 Armário 04 R$ 450,00 R$ 1.800,00 Eletroencefalógrafo de 32 canais 04 R$130.000,00 R$520.000,00 Eletromiógrafo de 8 canais 02 R$264.000,00 R$ 528.000,00 Eletroencefalógrafo portátil 01 R$123.900,00 R$123.900,00 Video Eletroencefalógrafo de 64 canais 02 R$249.000,00 R$ 498.000,00 Aterramento de sala para execução de exames 03 R$ 5.000,00 R$ 15.000,00 Contrato de manutenção anual dos equipamentos 02 R$50.0000,00 R$100.000,00 TOTAL R$ 1.817.290 Categoria Profissional Déficit de RH em horas Déficit em nº de profissionais Salário Individual (mensal) Subtotal Médico Neurologista (20h) 80 4 R$ 3.533,19 R$14132,76 Agente admnistrativo(30h) 60 2 R$2.546,87 R$5093,74 Tec de EEG ou de enfermagem (24h) 294 13 R$ 1.510,84 R$19640,92 Total (Mensal) R$38867,42 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 30 Especificações do material e equipamentos necessários: ÍTEM 1 Sistema de vídeo EEG com as seguintes especificações: Quantidade necessária : 02 (duas) unidades - Computador de mesa com monitor LCD de 19 polegadas e carrinho para transporte - Sistema operacional Windows XP - Possibilidade de conexão de dois painéis de eletrodos por porta USB , permitindo o exame simultâneo em dois pacientes - Fotoestimulador com três programas automáticos - Revisão dos dados já gravados sem interrupção da aquisição - Impedância de entrada: 200 M Ω - Rejeição de modo comum : maior que 110 dB - Conversor A/D maior ou igual a 16 bits - Filtro de passa alta de 0,016 Hz - Filtro de passa baixa entre 300 e 3000 Hz - Taxa de amostragem de até 10.000 Hz - Filtro para eliminação de interferência de ECG - Painel de eletrodos com entrada para 64 eletrodos de EEG - Sistema de anotação de observações sobre o registro de EEG - Revisão Simultânea de até 4 exames para comparação - Revisão do exame gravado em CD em qualquer computador independente de instalação de software específico. Esta revisão deverá possibilitar a visualização das formas de ondas sincronizadas com a imagem do paciente e possibilitar a mudança de montagens e filtros. - Gráfico de densidade espectral que permita independente da duração do registro, a visualização da variação da amplitude e freqüência das ondas , permitindo a rápida localização de mudanças de forma de ondas - mapa de voltagem tridimensional - possibilidade de cópias, por arrasto, de partes do registro para comparação - exibição na tela , durante toda a aquisição e revisão, de um mapa indicativo da montagem que está sendo utilizada - Sistema de vídeo EEG utilizando câmera CCD com zoom e controle remoto -Software para detecção de espículas e crises - Dispositivo de avanço do registro com arrasto de mouse - Impressoralaser - Carrinho para montagem do sistema - Deverão acompanhar o equipamento : 01 cabo de força; 01 cabo terra; 01 fusível; 10 jogos de eletrodos com 24 peças cada; 10 eletrodos de orelha; 40 potes de pasta para EEG; 03 cabos para eletrodos de ECG; 06 eletrodos para ECG; 05 tubos de pasta para ECG Preço unitário : R$249.000,00 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 31 ÍTEM 6 Eletroencefalógrafo com 32 canais com as seguintes especificações: Quantidade necessária : 04 (�onfec) unidades - Computador de mesa com monitor LCD de 19 polegadas e carrinho para transporte do sistema - Sistema operacional Windows XP - Possibilidade de conexão de dois painéis de eletrodos por porta USB , permitindo o exame simultâneo em dois pacientes - Fotoestimulador com três programas automáticos - Revisão dos dados já gravados sem interrupção da aquisição - Impedância de entrada: 100 M Ω - Rejeição de modo comum : maior que 110 dB - Conversor A/D maior ou igual a 16 bits - Filtro de passa alta entre 0,008 e 159 Hz - Filtro de passa baixa entre 15 e 300 Hz - Taxa de amostragem de até 10.000 Hz - Filtro para eliminação de interferência de ECG - Painel de eletrodos com entrada para 32 eletrodos de EEG e apresentação na tela de até 64 canais simultâneos - Sistema de anotação de observações sobre o registro de EEG - Revisão Simultânea de até 4 exames para comparação - Revisão do exame gravado em CD em qualquer computador independente de instalação de software específico. Esta revisão deverá possibilitar a mudança de montagens e filtros. - Gráfico de densidade espectral que permita independente da duração do registro, a visualização da variação da amplitude e freqüência das ondas , permitindo a rápida localização de mudanças de forma de ondas - mapa de voltagem tridimensional - possibilidade de cópias, por arrasto, de partes do registro para comparação - exibição na tela , durante toda a aquisição e revisão, de um mapa indicativo da montagem que está sendo utilizada -Software para detecção de espículas e crises - Dispositivo de avanço do registro com arrasto de mouse - Impressora laser - Carrinho para montagem do sistema - Deverão acompanhar o equipamento : 01 cabo de força; 01 cabo terra; 01 fusível; 10 jogos de eletrodos com 24 peças cada; 10 eletrodos de orelha; 30 potes de pasta para EEG; 03 cabos para eletrodos de ECG; 06 eletrodos para ECG; 03 tubos de pasta para ECG Preço Unitário: R$130.000,00 ÍTEM 5 Eletroencefalógrafo portátil com as seguintes especificações: Quantidade necessária : 01 (uma) unidade - Computador laptop com tela LCD de 14 polegadas Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 32 - Sistema operacional Windows XP - Possibilidade de conexão de dois painéis de eletrodos por porta USB , permitindo o exame simultâneo em dois pacientes - Fotoestimulador com três programas automáticos - Revisão dos dados já gravados sem interrupção da aquisição - Impedância de entrada: 100 M Ω - Rejeição de modo comum : maior que 110 dB - Conversor A/D maior ou igual a 16 bits - Filtro de passa alta entre 0,008 e 159 Hz - Filtro de passa baixa entre 15 e 300 Hz - Taxa de amostragem de até 10.000 Hz - Filtro para eliminação de interferência de ECG - Painel de eletrodos com entrada para 32 eletrodos de EEG e apresentação na tela de até 64 canais simultâneos - Sistema de anotação de observações sobre o registro de EEG - Revisão Simultânea de até 4 exames para comparação - Revisão do exame gravado em CD em qualquer computador independente de instalação de software específico. Esta revisão deverá possibilitar a mudança de montagens e filtros. - Gráfico de densidade espectral que permita independente da duração do registro, a visualização da variação da amplitude e freqüência das ondas , permitindo a rápida localização de mudanças de forma de ondas - mapa de voltagem tridimensional - possibilidade de cópias, por arrasto, de partes do registro para comparação - exibição na tela , durante toda a aquisição e revisão, de um mapa indicativo da montagem que está sendo utilizada -Software para detecção de espículas e crises - Dispositivo de avanço do registro com arrasto de mouse - Impressora laser - Carrinho para montagem do sistema - Deverão acompanhar o equipamento : 01 cabo de força; 01 cabo terra; 01 fusível; 05 jogos de eletrodos com 24 peças cada; 10 eletrodos de orelha; 30 potes de pasta para EEG; 03 cabos para eletrodos de ECG; 06 eletrodos para ECG; 03 tubos de pasta para ECG - peso total médio de 7 Kg Preço: R$123.900,00 ÍTEM 7 Equipamento de 08 canais pra eletromiografia, potencial evocado e monitorização intraoperatória com possibilidade de expansão para até 16 canais, com a seguinte especificação: Quantidade necessária : 02 (duas) unidades - Computador de mesa com monitor LCD de 17 polegadas e carrinho para transporte do sistema - Sistema operacional Windows XP - Possibilidade de programar no mínimo 384 condições Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 33 diferentes de exames - Geração de relatórios através do Word ou Excel - Estimulador elétrico de dois canais - Possibilidade de abrir até 08(oito) protocolos simultaneamente através do sistema multi-tarefas do windows - Painel de operação dedicado a fim de facilitar o manuseio do aparelho - Faixa de latências definidas pelo usuário alternando a or caso exceda o limite pré-estabelecido, facilitando a identificação se a latência está dentro dos limites. - Possibilidade de armazenar até 99 formas de ondas de 600 segundos contínuos de eletromiografia - Monitorização contínua antes e durante a aquisição da forma da onda - Protocolos básicos existentes no equipamento para os seguintes exames: eletromiografia, velocidade de condução motora,velocidade de condução sensitiva, estimulação repetitiva, reflexo de piscamento (blink), onda F, reflexo H, resposta cutâneo-simpática, potencial evocado sensitivo disparado pelo ECG, potencial evocado de medula espinhal, potencial evocado auditivo, eletrococleograma, potencial evocado visual, eletroretinograma, eletrooculograma,resposta lenta do vértex., resposta de latência média - Software para eletromiografia de fibra única, potencial evocado P300, MRCP e CNV - Amplificadores com impedância de entrada maior ou igual a 1000MΩ, ruído de 0,6 µVrms ou menor, rejeição de modo comum de 112 dB ou maior, sensibilidade entre 1 e 10 mV, filtro de passa alta e 0,01 Hz, filtro de passa baixa de 10 Hz e 20 KHz, checagem de impedância da pela com indicação entre 2 e 20 KΩ. - conversor A/D de 16 bits - estimuladores elétricos com intensidade entre 0 mA e 100 mA - estimulador auditivo com intensidade entre 0 e 135 dB SPL - estimulador de flash - monitor para padrão alterno-reverso - impressora laser - carrinho para montagem do sistema - no-break compatível com o sistema e autonomia para duas horas. - O equipamento deverá ser fornecido com os seguintes acessórios : 02 fones de ouvido, 50 agulhas concêntricas reutilizáveis de 30 mm,30 agulhas monopolares reutilizáveis, 10 agulhas de fibra única, 12 cabos para agulha concêntrica, 10 cabos para agulhas monopolares, 30 eletrodos de superfície, 08 eletrodos de estimulação adulto , 02 eletrodo de estimulação infantil, 10 eletrodos terra com velcro, 06 eletrodos terra com placa, 04 sensores de temperatura, 06 eletrodos de anel, 01 óculos LED. Preço unitário: R$264.000,00 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 34 Mesa para Exames em Madeira Sinônimos: Mesa para Exames em Madeira, Mesa de Exames Descrição Técnica: Mesa para exames construída em madeira, utilizada em ambientesonde a mesa para exames não pode ser fabricada com material metálico. Características Técnicas/Acessórios: Além da descrição básica, deve conter características e/ou informações referentes a(o): Possuir estrutura maciça em madeira; Definir material empregado no acabamento da mesa (ex: verniz poliuretano); Possuir coxim de espuma. Necessidades especiais de infra-estrutura: Não se aplica. Observações: Não se aplica. Potência: Não se aplica. Parâmetro: 1 a cada 20.000 habitantes (Portaria GM 544/01) Mínimo: R$ 300,00 Máximo: R$ 700,00 Intermediário: R$ 550,00 Custo total : R$ 2.800,00 Ambientes relacionados a este Equipamento Código Nome MGR04 Sala de eletroencefalografia – EEG MGR05 Sala de eletromiografia Mesa de Escritório Sinônimos: Mesa de Ecritório, Escrivaninha Descrição Técnica: Móvel para escritório com gavetas. Características Técnicas/Acessórios: Além da descrição básica, deve conter características e/ou informações referentes a(o): No mínimo de 3 gavetas com chave; Definir material de �onfecção: madeira revestida em fórmica ou aço. Necessidades especiais de infra-estrutura: Não se aplica. Observações: No caso de uso em consultório, deve ser de aço, na cor branca. Potência: Não se aplica. Parâmetro: Não Aplica Mínimo: R$ 180,00 Máximo: R$ 450,00 Intermediário: R$ 200,00 Custo Total: R$1.800,00 Características Custos Estimados de Aquisição Tipo: Material Permanent Cadeira Giratória Sinônimos: Cadeira Giratória Descrição Técnica: Cadeira giratória com braços para uso geral. Características Técnicas/Acessórios: Além da descrição básica, deve conter características e/ou informações referentes a(o): Possuir assento; Possuir encosto; Possuir cinco pés com rodízios duplos; Poderá ser estofada; Possuir apoio para os braços; Possuir construção em metal ou aço, Possibilidade de ajuste de altura; Possibilidade de ajustedo ângulo do encosto. Necessidades especiais de infra-estrutura: Não se aplica. Observações: Observar o material em que serão confeccionados o encosto e o assento, dependendo do ambiente em que serão colocadas as cadeiras. Potência: Não se aplica. Parâmetro: Não Aplica Mínimo: R$ 90,00 Máximo: R$ 300,00 Intermediário: R$ 150,00 Custo total: R$ 1.200,00 Cadeira Sinônimos: Cadeira Descrição Técnica: Cadeira de uso geral (assistecial, administativo, etc.) Características Técnicas/Acessórios: Além da descrição básica, deve conter características e/ou informações referentes a(o): Possuir encosto; Definir estrutura em madeira ou metálica; com necessidade de estofamento. Necessidades especiais de infra-estrutura: Não se aplica. Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 35 Observações: Tomar cuidado com o material em que são confeccionados o encosto e o assento, dependendo do ambiente em que serão colocadas as cadeiras. Potência: Não se aplica. Parâmetro: Não Aplica Mínimo: R$ 56,00 Máximo: R$ 220,00 Intermediário: R$ 160,00 Custo total : R$ 1.760,00 Tipo: Material Permanente Escada com 02 Degraus Sinônimos: Escada com 02 Degraus, Escadinha para Leito, Escada Hospitalar Descrição Técnica: Escada auxiliar para leitos hospitalares. Características Técnicas/Acessórios: Além da descrição básica, deve conter características e/ou informações referentes a(o): Possuir 02 degraus; Suportar peso mínimo de 120 kg;Possuir base anti- derrapante; Definir o material (resistente e não corrosivo). Necessidades especiais de infra-estrutura: Não se aplica. Observações: Avaliar a necessidade por fixação de borracha para evitar deslocamento em piso úmido. Potência: Não se aplica. Parâmetro: Não Aplica Mínimo: R$ 50,00 Máximo: R$ 190,00 Intermediário: R$ 120,00 Custo total: R$ 760,00 Armário de Aço Sinônimos: Armário de Aço Descrição Técnica: Móvel em aço para guarda de equipamentos, ferramentas e diversos tipos de materiais. Características Técnicas/Acessórios: Além da descrição básica, deve conter características e/ou informações referentes a(o): Definir o número de portas: 2 portas; Possuir maçaneta para abertura da porta; Possuir sistema de trava ou fechadura; Possuir prateleiras com altura regulável. Necessidades especiais de infra-estrutura: Não se aplica. Observações: Não se aplica. Potência: Não se aplica. Parâmetro: Não Aplica Mínimo: R$ 250,00 Máximo: R$ 450,00 Intermediário: R$ 290,00 Custo total : R$ 1.800,00 Cama Hospitalar Fawler com Colchão Sinônimos: Cama Hospitalar Fawler com Colchão, Cama Fawler, Leito Hospitalar Descrição Técnica: Cama hospitalar de armação tubular quadrada de aço com capacidade de realizar movimentos. Características Técnicas/Acessórios: Além da descrição básica, deve conter características e/ou informações referentes a(o): Possibilitar fixação de suporte de soro; Possuir cabeceiras em fórmica, com proteção de cinta em aço inoxidável; Definir pintura epóxi e demais detalhes, se necessário; Possuir rodízios com movimentos livre e sistema de trava; Definir sistema de movimentos (ex: Fawler, Trendelemburg); Especificar manivelas, se cromadas e escamoteáveis e/ou outra característica; Necessidade de opcionais: cabeceira e peseira removíveis em poliuretano rígido.Acessórios: Colchão adulto, revestido em material impermeável; Travesseiro impermeável. Necessidades especiais de infra-estrutura: Não se aplica. Observações: Não se aplica. Potência: Não se aplica. Parâmetro: Não Aplica Mínimo: R$ 1.000,00 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 36 Máximo: R$ 5.000,00 Intermediário: R$ 2.500,00 Custo total : R$20.000,00 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 37 Anexos Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Categoria Profissional Déficit de RH em horas Déficit em nº de profissionais Salário Mensal Subtotal Médico Neuropediatra (20h) 40 horas 2 R$ 3.533,19 R$ 7.066,38 Auxiliar de enfermagem – Tec EEG (24h) 48 horas 2 R$ 1.510,84 R$ 3.021,60 Total R$ 10.087,98 Setor de Neurofisiologia Clínica - Policlínica de Taguatinga – Regional de Taguatinga Categoria Profissional Déficit de RH em horas Déficit em nº de profissionais Salário Mensal Subtotal Médico Neurologista (20h) 40 horas 2 R$ 3.533,19 R$ 7.066,38 Médico Eletromiografia (20h) 80 horas 4 R$ 3.533,19 R$14132,76 Agente administrativo (30 h) 60 horas 2 R$ 2.546,87 R$5.093,74 Auxiliar de enfermagem ou tec EEG (24h) 192 horas 4 R$ 1.510,84 R$6043,36 Total R$32.336,24 Quadro geral de Unidades da SES a receber os equipamentos e recursos humanos de Neurofisiologia Clínica Unidade Equipamento Quantidade RH Quantidade HRAS EEG de 32 canais 01 Tec EEG 02 COMPP EEG de 32 canais 01 - - Policlínica de Taguatinga Eletromiográfo 02 Agente adm Eletromiografista 01 02 Policlínica de Taguatinga EEG de 32 canais 02 Agente adm Tec EEG 01 04 HBDF EEG portátil 01 - - HBDF Vídeo EEG de 64 canais 02 Tec EEG (Video EEG) 07 Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 38 Protocolo para tratamento da Epilepsia na SES- DF 1-Introdução Epilepsia é o segundo diagnóstico mais comum na prática neurológica. É também uma das doenças de descrição mais antiga, tendo sido detalhada por Hipócrates há mais de 2000 anos. A palavra vem do grego significando “apossar-se de” ou “acometer”. Apesar disto, não existe uma definição consensual desta desordem. Considera-se que a epilepsia não é uma condição patológica, mas um conjunto de desordens que têm como elementos fundamentais: 1. História de pelo menos uma crise; 2. Presença de uma alteração cerebral mantida, que aumente a possibilidade de crises futuras; 3. Presença de distúrbios neurobiológicos, cognitivos,psicológicos e sociais (1). Os elementos 1 e 2 são necessários e suficientes para o diagnóstico. Dentro deste contexto um paciente pode apresentar múltiplas crises epilépticas e não ter epilepsia, desde que cada um dos eventos tenha tido uma etiologia diferente (metabólica, tóxica, ou mesmo estrutural, mas, neste caso, aguda e transitória). O elemento 3 vem enfatizar o fato de que pacientes com epilepsia estão submetidos frequentemente a restrição e exclusão social, discriminação e isolamento. Além disto, entre as comorbidades observadas na epilepsia, as psiquiátricas são as mais comuns. As crises epilépticas refletem sempre uma atividade anormal, excessiva e transitória de um grupo de neurônios. A região cerebral de início da crise e seu padrão de propagação, são cruciais na determinação do evento clínico resultante. Sendo assim, qualquer alteração paroxística e transitória nos sistemas motor, sensorial ou autonômico, assim como alterações comportamentais, emocionais ou cognitivas podem ser uma crise. A epilepsia é uma doença muito comum, ocorrendo em cerca de 0,5 a 1% da população mundial (5). Dados brasileiros indicam uma prevalência de 1,8%. Isso significa um total aproximado de 3 milhões de pacientes no país. Soma-se a isto uma incidência estimada (para países em desenvolvimento) de 100/100.000 pessoas/ano com epilepsia - o que significa 150.000 novos casos por ano. Não há distinção de raça, sexo ou condição social. Existe uma distribuição bimodal da incidência, estando mais alta nas duas primeira décadas e no final da vida (5). O não tratamento e o tratamento inadequado da epilepsia são muito significativos no nosso país, sedo estimado em aproximadamente 50-70% do total de pacientes. Obviamente uma doença tão prevalente não tem como ser diagnosticada e tratada somente pelo especialista. É absolutamente necessário que haja o suporte de toda a rede de atenção primária para diminuir a lacuna de tratamento. Os diversos estudos que avaliam o prognóstico de remissão de longo prazo da epilepsia evidenciam aproximadamente 65% dos pacientes com 5 anos de controle completo das crises após 10 anos do diagnóstico. Aproximadamente 70% dos pacientes em remissão conseguem fazer a retirada completa da medicação (6). Existe uma clara diferença de prognóstico na dependência da etiologia . De maneira geral, deve-se considerar que um indivíduo recém diagnosticado como epiléptico tem uma chance de aproximadamente 70% de ter suas crises controladas com a medicação. Destes aproximadamente 40% conseguirão retirar a medicação após um período de 2-5 anos. Os pacientes não responsivos a medicação têm ainda a opção da abordagem cirúrgica, Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 39 que oferece em média 40-70% de chance de controle das crises, na dependência da etiologia e localização. 2- Classificação das crises epilépticas O elemento fundamental para o diagnóstico da epilepsia é a crise epiléptica. É importante que se diferencie a crise da “doença” epilepsia ou síndrome epiléptica. Para a classificação da doença epilepsia devemos considerar diversos outros elementos além do tipo de crises, tais como: idade de início, alterações no desenvolvimento neuro-motor, alterações no exame neurológico, achados do eletroencefalograma e de neuroimagem. O quadro 01 sumariza a proposta de classificação de crises epilépticas proposta em 1981 pela ILAE (International Liga Against Epilepsy) se baseia em duas dicotomias: 1. Distinção entre crises focais e generalizadas; 2. Separação das crises focais em simples e complexas. A dicotomia “focal vs. generalizada” se estende também para a classificação de síndromes epilépticas da ILAE (quadro 2), proposta em 1989, onde as epilepsias são classificadas em 1. Epilepsias parciais ou focais; 2. Epilepsias generalizadas; 3. Epilepsias indeterminadas se focais ou generalizadas; 4. Síndromes especiais. Em 2001 a ILAE publicou uma nova proposta de esquema diagnóstico para pessoas com epilepsia, onde inclui diversas mudanças no esquema anterior. Está além da proposta deste artigo uma discussão detalhada desta nova proposta, mas vale a pena ressaltar alguns pontos: 1. A proposta se baseia em 5 eixos diagnósticos: glossário de termos da fenomenologia ictal, classificação da crise, classificação da síndrome, etiologia e, por último, o prejuízo psico-social para o paciente; 2. Fica extinto o termo parcial devendo ser substituído por focal; 3. Fica extinto o termo criptogenética na classificação das epilepsias, devendo ser substituído por “provavelmente sintomática”; 4. A classificação de crises, eletro-clínica pela classificação de 1981, passa ser exclusivamente clínica. 3- Diagnóstico da Epilepsia O diagnóstico de pacientes com crises epilépticas pode ser um grande desafio, mesmo para clínicos muito experientes. Algumas particularidades podem tornar o diagnóstico especialmente difícil: 1. Raramente é possível surpreender ou reproduzir os sinais/sintomas em consulta sendo a avaliação clínica feita no período intercrítico; 2. A anamnese e o exame físico geral e neurológico são frequentemente a base do diagnóstico, mas fornecem informações pouco específicas; 3. A ocorrência freqüente de alteração de consciência limita a descrição dos sintomas pelo paciente; 4. Os exames complementares disponíveis para avaliação intercrítica são de baixa sensibilidade e especificidade; 5. O registro de um evento é habitualmente limitado pela baixa freqüência do fenômeno e o custo das avaliações; 6. Erros diagnósticos podem ocorrer como conseqüência da tendência diagnóstica do médico, variável de acordo com especialidade. a) Anamnese e Exame Físico O detalhamento da semiologia das crises é o primeiro e decisivo passo no estabelecimento da estratégia inicial de investigação complementar. Deve-se obter a história Plano Distrital de Atenção ao Portador de Doença Neurológica – SES-DF / 2010 40 clínica do paciente e de um acompanhante, que já tenha presenciado as crises, processo que exige tempo, paciência e habilidade. O detalhamento da “aura” é o ponto chave nesta fase. 1. Quando a crise evolui para generalização motora, o evento motor é, naturalmente, muito mais impactante para o paciente e observadores do que alterações (sinais ou sintomas) ocorridas imediatamente antes. Deve-se explicitar esta situação em consulta. 2. Relembrar detalhadamente algum episódio ictal recente. 3. Supor que uma crise irá ocorrer durante a consulta, perguntando se teria tempo de avisar o evento e o que sentiria. 4. Apresentar, inicialmente, perguntas mais gerais. Em um segundo momento realizar perguntas mais direcionadas, sugerindo sintomas. A tabela 1 lista informações que devem ser lembradas na obtenção da história. O exame físico deve ser cuidadoso, apesar de ser raramente decisivo para o diagnóstico. Em especial deve-se realizar uma avaliação neurológica e cardiovascular detalhadas (sinais neurológicos focais, hipotensão postural, arritmias, sopros cardíacos e carotídeos). b) Exames Complementares A investigação complementar deve ser guiada pela anamnese e exame físico, tendo em vista as principais hipóteses diagnósticas para cada caso. O EEG é uma avaliação dinâmica da função cerebral que, se bem utilizado, pode fornecer informações decisivas para o diagnóstico. A sua interpretação, no entanto, é difícil e fortemente dependente do observador. A crítica do resultado é freqüentemente difícil para o neurologista não especializado em neurofisiologia e muito mais difícil para médicos de outras especialidades. Pacientes com Epilepsia tem 50-70% de chance de ter o seu primeiro EEG normal. A inclusão de um período de sono ou a realização de um segundo exame diminui esta taxa para 10- 20%. Sabe-se ainda que entre 0,4 e 3% de uma população, em especial crianças, sem história
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