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Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II FARMACOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Conceito: níveis sustentadamente elevados de pressão arterial que conferem maior risco de lesão em órgãos- alvo em vários leitos vasculares, entre eles: retina (retinopatia), cérebro (acidente vascular encefálico), coração (doença coronariana aguda, insuficiência cardíaca) e rins (insuficiência renal crônica). Consiste na principal causa de AVE isquêmico, principal fator de risco para coronariopatias, um dos principais fatores de risco para insuficiência cardíaca, insuficiência renal e aterosclerose. A hipertensão arterial é um importante fator de risco modificável de doenças cardiovasculares. A etiologia da HAS pode ser dividida em primária ou secundária. A HAS primária, essencial ou idiopática corresponde a 95% dos casos, não tem uma causa definida e é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientes como obesidade, resistência insulínica e aumento da ingestão de sódio. Já a HAS secundária é consequente de outra condição de saúde como estenose das artérias renais, problemas endócrinos como a síndrome de Cushing e o feocromocitoma, além do uso de drogas ilícitas. Os principais fatores de risco para a HAS incluem: sedentarismo, sobrepeso/obesidade, abuso de bebida alcoólica, transtornos do sono, uso de anticoncepcional hormonal, aumento do consumo de sódio, baixo consumo de frutas, vegetais e potássio, histórico familiar de HAS e estresse. FISIOPATOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA A pressão arterial média é determinada pelo produto entre o débito cardíaco e a resistência vascular periférica. Os principais determinantes do débito cardíaco (o quanto o ventrículo esquerdo ejeta de sangue por intervalo de tempo) são a frequência cardíaca, contratilidade, pré-carga e pós-carga. O aumento crônico e sustentado da pressão arterial leva a um remodelamento vascular, mediado pela proliferação e hipertrofia de células musculares lisas vasculares, que leva ao aumento da resistência vascular periférica. Além disso, na hipertensão arterial ocorre a superativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. O aumento da atividade da angiotensina II, somado ao aumento da resistência vascular periférica, leva à vasoconstrição arterial e venosa, além da retenção de sódio e água, aumentando a volemia. Dessa forma, a hipertensão arterial sistêmica é caracterizada por um aumento tanto na pré-carga (devido ao aumento da volemia), quanto na pós-carga (devido ao aumento da resistência vascular periférica). Um dos processos mais importante relacionados à HAS é a aterosclerose, que envolve a obstrução gradual do lúmen arterial, a consequente fraqueza da parede arterial e a trombose da placa. Isso pode levar às complicações relacionadas à HAS, como o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e a isquemia mesentérica aguda. PRINCÍPIOS DA TERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA O objetivo principal do tratamento da hipertensão é a redução do risco de complicações cardiovasculares. Antes de se traçar a conduta terapêutica, deve-se: confirmar o diagnóstico e classificar o grau de hipertensão; avaliar a presença de outros fatores de risco cardiovasculares; pesquisar sintomas de doença arterial coronariana, doença renal, diabetes e outras complicações; avaliar os fatores de risco modificáveis como dislipidemia e obesidade; pesquisar fármacos que possam aumentar a pressão arterial como glicocorticoides, AINEs, anticoncepcionais hormonais, agonistas adrenérgicos, antidepressivos tricíclicos e inibidores da MAO. A terapia não farmacológica é um componente importante do tratamento de todos os pacientes hipertensos e inclui a perda de peso em pacientes com sobrepeso, restrição do sódio alimentar, aumento de exercícios aeróbios e moderação no consumo de álcool. Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II Os fármacos de primeira linha na terapia anti-hipertensiva, que reduzem a morbimortalidade cardiovascular, incluem diuréticos, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da ECA, bloqueadores do receptor AT1 e betabloqueadores. Os últimos, no entanto, não são fármacos de primeira linha para todos os pacientes com HAS, somente para aqueles com histórico de coronariopatias e portadores de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER). DIURÉTICOS TIAZÍDICOS DE ALÇA POUPADORES DE POTÁSSIO INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA HIDROCLOROTIAZIDA CLORTALIDONA INDAPAMIDA METOLAZONA FUROSEMIDA BUMETANIDA TORSEMIDA AMILORIDA TRIANTERENO ESPIRONOLACTONA EPLERENONA ACETAZOLAMIDA DICLORFENAMIDA METAZOLAMIDA AGENTES SIMPATOLÍTICOS ANTAGONISTAS BETA ANTAGONISTAS ALFA ANTAGONISTAS ALFA E BETA PROPANOLOL PINDOLOL TIMOLOL ATENOLOL BISOPROLOL METOPROLOL NEBIVOLOL PRAZOSINA TERAZOSINA DOXAZOSINA TANSULOSINA FENOXIBENZAMINA FENTOLAMINA LABETALOL CARVEDILOL AGENTES DE AÇÃO CENTRAL METILDOPA CLONIDINA BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO NÃO DIIDROPIRIDINAS DIIDROPIRIDINAS VERAPAMIL DILTIAZEM NIFEDIPINO NICARDIPINO NIMODIPINO ANLODIPINO FELODIPINO INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (iECA) CAPTOPRIL ENALAPRIL LISINOPRIL QUINAPRIL RAMIPRIL ANTAGONISTAS DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II (BRA) LOSARTANA CANDESARTANA VALSARTANA IRBESARTANA VASODILATADORES ARTERIAIS ARTERIAIS E VENOSOS HIDRALAZINA MINOXIDIL NITROPRUSSETO Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II DIURÉTICOS DIURÉTICOS TIAZÍDICOS São os fármacos de primeira escolha no tratamento da HAS. Podem ser usados em monoterapia ou combinados com outros agentes anti-hipertensivos. São intercambiáveis entre si. Os efeitos anti-hipertensivos surgem de 4 a 6 semanas após o início do tratamento. Inibem no simportador Na+Cl- localizado no túbulo contorcido distal. Reduzem a volemia, a pré-carga e o débito cardíaco. Durante a terapia prolongada causam redução da resistência vascular periférica. Reduzem a retenção de sódio e água comumente provocada por vasodilatadores e agente simpatolíticos. Perdem a eficácia em pacientes com taxa de filtração glomerular inferior a 30 mL/min, podendo haver a necessidade de diuréticos mais potentes como a Furosemida. São indicados no tratamento da hipertensão e do edema associada à insuficiência cardíaca, cirrose hepática, doença renal crônica e síndrome nefrótica. Aumentam a excreção de potássio, reduzem a excreção de ácido úrico a longo prazo e aumentam a excreção de magnésio (principalmente em idosos). Sua eficácia pode ser reduzida por AINEs e sequestradores de sais biliares. EFEITOS ADVERSOS Distúrbios do sistema nervoso central, como vertigem e cefaleia, são raros. Disfunção sexual (principalmente a Clortalidona), alcalose metabólica, arritmias cardíacas (taquicardias ventriculares e fibrilação ventricular isquêmica), intolerância à glicose (diminuição da liberação de insulina), dislipidemias (aumento de triglicerídeos e colesterol). HIPOs: hipotensão, hipovolemia, hipopotassemia/hipocalemia, hipocloremia, hipomagnesemia, hiponatremia. HIPERs: hipercalcemia, hiperglicemia, hiperuricemia. Podem reduzir os efeitos de: anticoagulantes, agentes uricosúricos, sulfonilureias e insulina. Podem aumentar os efeitos de: anestésicos, glicosídeos digitálicos, lítio e diuréticos de alça. Quando combinados com fármaco que prolonga QT podem causar arritmias. DIURÉTICOS DE ALÇA No tratamento da hipertensão são indicados somente para situações de hipertensão associada à insuficiência renal, quando a taxa de filtração glomerular for inferior a 30 mL/min. Inibem o simportador Na+K+2Cl- no ramo ascendente espesso da alça de Henle, bloqueando as suas reabsorções. Em relação ao cálcio, apresentam efeito oposto aos diuréticos tiazídicos, podendo causar hipocalcemia. EFEITOS ADVERSOSOs principais efeitos adversos incluem hiponatremia, hipotensão e hipovolemia, alcalose hipoclorêmica, hipopotassemia/hipocalemia (podendo provocar arritmias cardíaca, principalmente em pacientes em uso de glicosídeos cardíacos), hipomagnesemia (fator de risco para arritmias), hipocalcemia, ototoxicidade, hiperuricemia, hiperglicemia e dislipidemias (aumento de LDL e triglicerídeos). DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO Apresentam efeito anti-hipertensivo somente quando combinados com um diurético de outra classe, pois têm ação fraca. Nunca devem ser utilizados em monoterapia. CLOROTIAZIDA HIDROCLOROTIAZIDA CLORTALIDONA INDAPAMIDA METOLAZONA FUROSEMIDA BUMETANIDA TORSEMIDA AMILORIDA TRIANTERENO ESPIRONOLACTONA EPLERENONA Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II A Amilorida e o Triantereno são bloqueadores dos canais de sódio no final do túbulo distal e no ducto coletor, reduzindo as taxas de excreção de potássio, hidrogênio, cálcio e magnésio. Já a Espironolactona e a Eplerenona são fármacos que agem no bloqueio da ação da aldosterona. AGENTES SIMPATOLÍTICOS ANTAGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS Atuam na redução da contratilidade do miocárdio, da frequência cardíaca e do débito cardíaco (pelo bloqueio da ação da adrenalina e da noradrenalina nos receptores beta-adrenérgicos do músculo cardíaco). Atuam também na redução da secreção de renina e consequente menor produção de angiotensina II devido ao bloqueio dos receptores β1 do complexo justaglomerular. Os betabloqueadores são fármacos de primeira linha no tratamento de pacientes hipertensos com coronariopatias ou com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER). Os antagonistas beta adrenérgicos Labetalol e Carvedilol também bloqueiam os receptores α1 dos vasos sanguíneos, promovendo vasodilatação. Outro betabloqueador que também possui ação vasodilatadora é o Nebivolol, mas que tem como mecanismos de ação uma maior liberação de óxido nítrico pelo epitélio vascular. Os betabloqueadores também podem ser classificados quanto à afinidade pelo tecido adiposo. Os betabloqueadores lipofílicos apresentam um acesso amplificado ao sistema nervoso central e, portanto, podem causar maiores efeitos adversos a nível de SNC. Betabloqueadores lipofílicos: Propranolol, Carvedilol, Bisoprolol e Metroprolol; betabloqueadores lipofóbicos: Atenolol e Labetalol. Estudos clínicos demonstraram menor eficácia da ação anti-hipertensiva dos betabloqueadores em pacientes idosos e/ou afrodescendentes. O tratamento nunca deve ser iniciado em pacientes com insuficiência cardíaca clinicamente descompensada, mas somente em condições clinicamente estáveis. Não devem ser combinados com outros fármacos que inibem a condução atrioventricular. Deve-se evitar a suspensão do fármaco de maneira abrupta devido ao maior risco de isquemia miocárdica e arritmia. A interrupção brusca após o tratamento de longa duração pode agravar angina e aumentar risco de morte súbita. Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II CONTRAINDICAÇÕES Pacientes com insuficiência cardíaca descompensada, infarto agudo do miocárdio ou cardiomegalia. Devem ser evitados em pacientes com doença reativa das vias respiratórias (asma) ou com disfunção do nó sinoatrial ou atrioventricular. EFEITOS ADVERSOS Bradicardia e hipotensão. Efeitos a nível de SNC, principalmente em relação aos betabloqueadores lipofílicos, como fadiga, letargia, insônia, aumento de sonhos vívidos, pesadelos. Podem diminuir a libido e causar disfunção erétil. Maior risco de reações hipoglicêmicas em pacientes diabéticos que usam insulina. Também podem mascarar as reações hipoglicêmicas. Dislipidemia com aumento de triglicerídeos e redução de HDL, sem alterar as concentrações de colesterol total. Os betabloqueadores de terceira geração (Carvedilol e Nebivolol) parecem ter um perfil lipídico positivo. ANTAGONISTAS ALFA-1 ADRENÉRGICOS Não são fármacos de primeira linha no tratamento da HAS, mas podem ser usados quando o paciente ainda não alcançou a meta da pressão arterial, apesar do uso de outros anti- hipertensivos. Não reduzem os riscos cardiovasculares. Não devem ser usados em monoterapia. A Prazosina, Terazosina, Doxazosina e Tansulosina são antagonistas α1 seletivos, enquanto a Fenoxibenzamina e a Fentolamina não são seletivos. Promovem a redução da resistência vascular periférica, causando hipotensão. Em uso isolado podem causar taquicardia reflexa à hipotensão causada por eles. Têm efeito benéfico sobre o perfil lipídico do paciente, causando redução de LDL e triglicerídeos e aumento dos níveis de HDL. Também são importantes no tratamento da hiperplasia prostática benigna, especialmente a Doxazosina e a Tansulosina. EFEITOS ADVERSOS Hipotensão postural principalmente quando utilizados pela primeira vez (“fenômeno da primeira dose”) ou após aumento na posologia. Quando utilizados como monoterapia para a HAS podem aumentar o risco de insuficiência cardíaca. Podem gerar incontinência urinária, principalmente em mulheres. AGONISTAS ALFA-2 ADRENÉRGICOS METILDOPA A Metildopa é um agente anti- hipertensivo de ação central que age nos receptores α2 pré- sinápticos do tronco cerebral sob a forma de α- metilnorepinefrina. É o fármaco anti-hipertensivo de escolha na gestação, devido a sua efetividade e segurança tanto para a mãe quanto para o feto. A Metildopa é metabolizada pela enzima L- aromatase descarboxilase no neurônios adrenérgicos, sendo convertida em α- metilnorepinefrina, que por sua vez age nos receptores α2, reduzindo a liberação de noradrenalina e o tônus adrenérgico. EFEITOS ADVERSOS Sedação (temporária na maioria dos casos), xerostomia, redução da libido, sinais de parkinsonismo e hiperprolactinemia. A hipotensão pode precipitar uma grave bradicardia e parada sinusal. CLONIDINA A Clonidina é um anti-hipertensivo de ação central que age diretamente sobre os receptores α2 pré- sinápticos do tronco cerebral. Não é fármaco de primeira escolha para o tratamento da HAS. Estimula os receptores α2A, causando redução na corrente simpática oriunda do sistema nervoso central. PRAZOSINA TERAZOSINA DOXAZOSINA TANSULOSINA FENOXIBENZAMINA FENTOLAMINA METILDOPA CLONIDINA Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II Em altas doses, causa a estimulação dos receptores α2B, que provocam vasoconstrição inicial e podem causar uma crise hipertensiva (efeito rebote). EFEITOS ADVERSOS Sedação, xerostomia, hipotensão postural e disfunção erétil. Bradicardia e parada sinusal em pacientes com disfunção no nodo sinoatrial e bloqueio atrioventricular, podendo precipitar insuficiência cardíaca em pacientes suscetíveis. A interrupção súbita pode causar síndrome da retirada, com cefaleia, apreensão, dor abdominal, transpiração e taquicardia. ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE CÁLCIO São fármacos importantes no tratamento da hipertensão, principalmente as diidropiridinas de liberação prolongada e ação longa, que estão entre os fármacos de primeira escolha para HAS. Não devem ser usados como monoterapia. Reduzem a pressão arterial ao relaxar o músculo liso das artérias e reduzir a resistência vascular periféricas. As diidropiridinas são também chamados de vasosseletivos, pois atuam sobre os canais de cálcio do tipo L dos vasos sanguíneos, causando vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. Já as não-diidropiridinas são chamados de cardiosseletivos, atuando nos canais de cálcio cardíacos e provocando efeitos inotrópico e cronotrópico negativos. Caso sejam utilizadas de forma isolada podem provocar taquicardia reflexa. EFEITOS ADVERSOS Os principais efeitos adversos das diidropiridinas são edema de membros inferiores (devido à redução doretorno venoso em resposta à venodilatação), palpitações, hipotensão/tontura, cefaleia e rubor facial. Já os principais efeitos adversos das não-diidropiridinas incluem constipação (devido ao relaxamento da musculatura lisa do trato gastrintestinal), rubor facial e diminuição da contratilidade miocárdica. A associação entre não-diidropiridinas e betabloqueadores aumenta o risco de bradicardia intensa. INIBIDORES DA ECA São vantajosos em pacientes diabéticos, com insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio. Efeito nefroprotetor: ao usar um inibidor da ECA, ocorre uma vasodilatação da artéria eferente renal, devido à supressão da produção da angiotensina II. Essa vasodilatação da AER provoca uma redução na pressão intraglomerular, que por sua vez diminui a proteinúria e o estresse mecânico renal. Esse efeito é positivo principalmente em pacientes diabéticos, reduzindo o desenvolvimento e a progressão de glomerulopatias nesses pacientes. As chances de um inibidor da ECA causar redução da taxa de filtração glomerular são maiores diante de doença renal crônica prévia avançada, estenose bilateral de artéria renal ou unilateral em rim único, insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida prévia avançada, cirrose hepática e hipovolemia. NÃO DIIDROPIRIDINAS: VERAPAMIL DILTIAZEM DIIDROPIRIDINAS: NIFEDIPINO NICARDIPINO NIMODIPINO ANLODIPINO FELODIPINO CAPTOPRIL ENALAPRIL LISINOPRIL QUINAPRIL RAMIPRIL Jéssica N. Monte Turma 106 Farmacologia II CONTRAINDICAÇÕES São contraindicados em pacientes com estenose bilateral da artéria renal, devido à precipitação de insuficiência renal aguda, e na gestação. Devem ser suspensos se houver aumento significativo nos níveis de creatinina (30% a 35% do nível basal) ou na hipercalemia (hiperpotassemia). EFEITOS ADVERSOS Os principais efeitos adversos incluem: tosse seca (5% a 15% dos pacientes), angioedema (0,7% dos pacientes; 3x mais comum em pacientes negros) e hipotensão. Pode haver elevação dos níveis séricos de potássio (hiperpotassemia), de creatinina e de ureia (devido à possível redução da taxa de filtração glomerular). A hiperpotassemia ou hipercalemia ocorre especialmente quando os inibidores da ECA são associados a diuréticos poupadores de potássio. Deve-se atentar ao surgimento de insuficiência renal aguda. Como os inibidores da ECA podem reduzir a taxa de filtração glomerular, em pacientes que já tem uma taxa de depuração de creatinina muito baixa pode haver a precipitação de uma insuficiência renal aguda. BLOQUEADORES DOS RECEPTORES AT1 (BRA) Os receptores AT1 para a angiotensina II apresentam efeitos hipertensivos: promovem vasoconstrição, fibrose, estresse oxidativo e hipertrofia cardíaca. São tão eficazes quanto os inibidores da ECA no tratamento da hipertensão. A Losartana apresenta uma vantagem específica adicional, pois exerce efeito uricosúricos, sendo indicada para o tratamento da hipertensão em pacientes com gota. EFEITOS ADVERSOS Hipotensão, hipercalemia e redução da função renal. Tosse e angioedema (menor que inibidores da ECA). VASODILATADORES Não são fármacos de primeira linha. Não devem ser usados como monoterapia devido ao risco de taquicardia reflexa, aumento do consumo de oxigênio e aumento das concentrações plasmáticas de renina. Geralmente são associados a betabloqueadores e diuréticos para evitar os efeitos cardíacos e o aumento de volemia que podem ser causados por eles. A Hidralazina é indicada para o tratamento de emergências hipertensivas em mulheres grávidas, particularmente pré-eclâmpsia. A Hidralazina deve ser utilizada com cautela em pacientes idosos e em hipertensos com coronariopatias, devido à possibilidade de precipitar isquemia miocárdica em resposta à taquicardia reflexa. EFEITOS ADVERSOS Cefaleia, taquicardia, precipitação de angina e lúpus induzido por fármaco. LOSARTANA VALSARTANA CANDESARTANA IRBESARTANA HIDRALAZINA MINOXIDIL NITROPRUSSETO
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