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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DO TERMO JUDICIÁRIO DE SÃO JOSE DE RIBAMAR COMARCA DE SÃO LUIS/MA. Justiça Gratuita Com prioridade no trâmite processual, nos termos da Lei .º 10.741/03. Tutela Provisória FATIMA FIGUEREDO OLEGÁRIO, brasileira, viúva, pensionista do INSS, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº 405.044.093-87 (Doc.02) , domiciliada na 2ª Travessa bom Jesus, nº13, Bairro Vila Sarney Filho, CEP: 65.110.000, São Jose de Ribamar/MA.(Doc.03),vem à presença de Vossa Excelência, mui respeitosamente, por intermédio de seus procuradores e advogados infra-assinados e devidamente constituídos, conforme procuração em anexo (Doc. 01), vem, perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE CONTRATO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS POR REPETIÇÃO DE INDÉBITO, nos termos do artigo 932 da Lei 10.406/02 (Código Civil) e do artigo 14 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), em face BANCO ITAU BMG CONSIGNADO S.A, instituição financeira de direito privado, estabelecido na Praça Alfredo Egidyo de Souza Aranha, nº100, Torre Conceição 9º andar, Bairro Parque Jabaquara. São Paulo-SP, CEP: 04.344-902, inscrito no CNPJ sob o nº 33.8857240001-19., pelos motivos e fundamentos de direito aqui expostos: 1. DO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA A autora pede seja-lhe concedido o benefício da justiça gratuita, na forma prevista na atual legislação processualista, o Novo Código de Processo Civil de 2015, nos art’s 98 e ss., posto que, atualmente, encontra-se impossibilitada de pagar as despesas do processo e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, conforme declaração em anexo (Doc. 04). Salienta-se que para a concessão do benefício pleiteado, basta a simples afirmação da parte NA PRÓPRIA PETIÇÃO INICIAL de que não está em condições de prover a custa do processo, imperando sobre tal afirmação presunção de veracidade, constituindo-se um mecanismo de garantia do amplo acesso ao Judiciário. Tal posicionamento, que já era pacífico na jurisprudência, agora se encontra explícito no próprio Código de Processo Civil de 2015, art. 99, §4º, vejamos: Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. § 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. § 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça. Conforme dito, outro não era o posicionamento da jurisprudência conforme segue: PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. DECLARAÇÃO DO AUTOR DE QUE NÃO POSSUI CONDIÇÕES DE ARCAR COM AS CUSTAS DO PROCESSO. DEFERIMENTO DO PEDIDO. I - Nos termos da lei, apenas a afirmação do peticionante "de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família" mostra-se suficiente para a concessão do benefício da assistência judiciária. II - Agravo de instrumento provido. (AGTR nº 110584/PB (0015924-26.2010.4.05.0000), 4ª Turma do TRF da 5ª Região, Rel. Margarida Cantarelli. j. 07.12.2010, unânime, DJe 14.12.2010) (grifei). DTZ4593956 - PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE POBREZA. PRESUNÇÃO DE BOA SITUAÇÃO FINANCEIRA NÃO AFASTA O DIREITO AO BENEFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARA CONCEDER O BENEFÍCIO. UNANIMIDADE. O artigo 4º, da Lei Nº 1.060/50, determina que a parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família. Já o seu parágrafo 1º, estatui que se presume pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos da lei. (TJMA - AI 031109/2008 - 3ª C.Cív. - Relª Desembª Cleonice Silva Freire - DJ 15.05.2009) (grifei). DTZ4572835 - PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. IMPUGNAÇÃO À CONCESSÃO. ALEGAÇÃO DE BOA SITUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA. NÃO COMPROVAÇÃO. BENEFÍCIO MANTIDO. RECURSO DESPROVIDO. I. O art. 4º, § 1º, da Lei 1.060/50 é muito claro ao disciplinar que a necessidade do benefício de assistência judiciária gratuita é aferida pela afirmação da própria parte. A negativa do benefício fica condicionada à comprovação da assertiva não corresponder à verdade, mediante provocação do réu. Nesta hipótese, o ônus é deste de provar que o Autores não se encontra em estado de miserabilidade jurídica (REsp 851.087/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05.09.2006, DJ 05.10.2006 p. 279). II. É do impugnante o ônus de provar que a favorecida não se encontra em estado de necessidade. III. Apelo desprovido. (TJMA - AC 27060-2008 - 2ª C.Cív. - Rel. Desemb. Antonio Guerreiro Júnior - DJ 30.04.2009) (grifei). Cabível, pois, o benefício em tela, o que, desde já, fica postulado. 2. DOS FATOS: A Sra. FATIMA FIGUEREDO OLEGÁRIO, ora Requerente, idosa, hipertensa, possuindo consideráveis gastos com medicação, recebe sua aposentadoria pelo INSS, no valor de um salário mínimo, que serve exclusivamente para comprar seus remédios e algumas outras necessidades básicas, carecendo, muitas vezes, da ajuda dos filhos para sustentar-se (Doc. 11). Acontece, que a situação financeira da autora tem sido agravada por sucessivas defraudações em seus rendimentos, o que tem afetado seu sustento, pois primeiro verifica-se em seus rendimentos o desconto de seis empréstimos realizados de forma fraudulenta junto a demandada (objeto do processo nº 0800605-81.2017.8.10.0059, tramitando neste juízo) e agora, no mês de setembro, foi acrescido mais desconto nos rendimentos da autora. Para sua surpresa, na Agência do INSS, foi-lhe informado que o mencionado desconto se referia a mais um empréstimo, sob o contrato nº 306034662-8 (Doc.05), feito em seu nome, junto à demandada, seguem dados do contrato: ORD. VALOR DO EMPRÉST. (R$) QNT. DE PARCELAS VALOR POR PARCELA (R$) QNT. PARCELAS PAGAS TOTAL PAGO (R$) 1. 906,56 72 26,00 01 26,00 TOTAL 26,00 Acontece, Excelência, que, assim como os outros seis empréstimos que estão sendo contestados no processo nº 0800605-81.2017.8.10.0059, a Requerente nunca contratou o empréstimo acima listado (Docs.05 a 09), revelando-se, no caso, que os documentos da autora tem sido usados fraudulentamente e a instituição financeira demandada não tem se cercado dos cuidados devidos, causando deste modo, graves danos ao patrimônio da autora. Ademais, frise-se que nenhum valor foi depositado em favor da Requerente (Doc.05 a 09), verificando-se assim, que está jamais foi favorecida por ele, todavia tem o ônus de pagar a dívida tem sido imputado a autora. Diante do exposto é evidente a lesão sofrida, de maneira que não resta a Requerente, uma pessoa senil e humilde, outra opção, senão a de valer-se da via judicial para que seja indenizada e ressarcida pelos danos materiais e morais suportados. Frise-se que com seu ato imprudente e negligente a instituição financeira Requerida força a Requerente a experimentar, situações vexatória, porquanto o acumulo dos descontos afetam essencialmente parcelas alimentares, a saber, aquelas pagas pela previdência social, que por si só já não são suficientes para o sustento da Demandante. Deste modo, a única opção que resta a autora é valer-se do Poder Judiciário para minimamente ser ressarcida dos danos sofridos. 3. 3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS O Requerido, sem nenhuma razão, cobra da Requerente pela contratação de empréstimo que não solicitou. Desta maneira, o Requerido desrespeita norma básica expressa pelo art. 39, III, da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), in verbis: Art 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: [...] III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. O Requerido ao efetuarempréstimo sem o consentimento do verdadeiro titular está atuando de maneira negligente no mercado e ferindo a honra e a moral de pessoas íntegras e cumpridores de suas obrigações como é o caso da Requerente. Desta forma, o Requerido, desrespeitou norma de defesa do consumidor expressa no art. 6º, VI, da Lei 8.078/90, in verbis: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: [...] IV. Proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. A conduta do Requerido gerou um dano na esfera moral da Requerente, porquanto, cometeu ato ilícito, conforme verifica-se entabulado na Lei 10.406/02 (Código Civil), nos Art. 186 e 187, segundo os quais: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Tendo em vista que o Requerido agiu negligentemente e imprudentemente, ao efetuar contrato sem a anuência da Requerente, pode-se concluir que cometeu um ato ilícito, e, consequentemente, deve sanar os danos materiais e morais suportados pela Requerente, como chancela o Art. 927 da Lei 10.406 (Código Civil), in verbis: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo Único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, ou sua natureza, risco para os diretos de outrem. O Requerido ao descuidar-se de zelar pela segurança dos consumidores, responde objetivamente pelos danos que vier a causar. Assim, quando procede de modo ilícito (dolosa ou culposamente) e cria situações de fato vexatórias, está atuando abusivamente no mercado, causando dano e gerando para si o dever de indenizar pelos danos causados, é o que se detrai do Art. 14 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), vejamos: Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Deve-se destacar que as circunstâncias expostas encontram amplo respaldo na jurisprudência nacional, conforme a qual caberá às instituições financeiras o dever de indenizar aqueles nas circunstâncias expostas forem lesados: TJPR-283715) PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 1. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. AFASTADA. 2. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE RECLAMAR REPARAÇÃO DO DANO. INOCORRÊNCIA. PRAZO PRESCRICIONAL DE TRÊS ANOS NÃO DECORRIDO. APLICAÇÃO PARA O CASO DO ART. 206, § 3º, V, E DO ART. 2.028, DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. 3. CELEBRAÇÃO DE CONTRATO DE EMPRESTIMO POR TERCEIROS COM DOCUMENTOS DO AUTOR. DANO MORAL. NÃO CONFIGURADO. 4. MODIFICAÇÃO (REDUÇÃO/MAJORAÇÃO) DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. ANÁLISE PREJUDICADA. 1. Objetivando o autor a anulação do ato jurídico - contrato de empréstimo - e indenização por danos morais, em virtude da celebração do contrato por terceiro com os dados da sua documentação pessoal, é evidente que a instituição financeira tem legitimidade para responder a ação. 2. Não há que se falar em prescrição para o exercício de pretensão de reparação civil de danos (art. 206, § 3º, inciso V, do Código Civil), se entre a data da celebração do contrato de empréstimo e da interposição da ação anulatória de ato jurídico c/c indenização por danos morais, não decorreram três anos. Inteligência dos artigos 206, § 3º, inciso V e 2028 do Código Civil. 3. É sabido que o mero dissabor, o aborrecimento, a irritação ou a sensibilidade exacerbada, não têm o condão de acarretar o dano moral, menos ainda, de constituir título indenizatório. Apelação Cível parcialmente provida. (Apelação Cível nº 0578038-7, 15ª Câmara Cível do TJPR, Rel. Jucimar Novochadlo. j. 20.05.2009, unânime).sublinhei e negritei. AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL E CANCELAMENTO DE EMPRÉSTIMO INDEVIDO COM PEDIDO LIMINAR. ALEGAÇÃO DE NÃO CONTRATAÇÃO. DESCONTOS REALIZADOS NO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA AUTORA. DESCONTOS DESCONHECIDOS. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES INICIAIS. A verossimilhança das alegações iniciais, neste momento processual, milita mais em prol da autora do que do réu, ora agravante, mostrando-se razoável, ante os direitos em conflito, a manutenção da tutela deferida na origem, para suspenderem-se os descontos, impedindo-se, igualmente, o cadastramento negativo. Decisão mantida. SEGUIMENTO NEGADO EM DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70055140677, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado em 05/07/2013) (TJ-RS - AI: 70055140677 RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Data de Julgamento: 05/07/2013, Décima Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 10/07/2013). Desta maneira, podemos destacar que os danos sofridos pela Requente são de responsabilidade do fornecedor, porquanto a responsabilidade deste é objetiva, ou seja independente de dolo ou culpa, o fornecedor responde pelos danos causados no exercício de suas atividades. 4 DANO MORAL Considerando que a honra e a moral da Requerente foram feridas, ela também deverá ser indenizada pelo dano moral, como chancela a Constituição Federal no seu artigo 5º, X, In Verbis: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 4.1 Do valor dos danos morais, sua justificativa e fundamentação A simples leitura da narração dos fatos é suficiente para se verificar a gravidade da lesão de que foi vítima a Autora, porquanto ela, uma pessoa idosa, tendo como único meio de prover seu sustento, seu benefício previdenciário, viu-se aviltada quando teve de seu salário descontada a importância mensal de R$ 26,00 (vinte seis reais). Importa destacar que o valor retro foi descontado indevidamente de parcela alimentícia, com a qual se mantem a Demandante, causando-lhe assim dificuldades no seu sustento. Assim, até aqui justifica-se, com base no exposto e com fundamento no art. 186, do Código Civil, art. 6.º, inciso VI, do CDC[footnoteRef:1], que se arbitre indenização em favor da autora no importe de R$ 6.000,00 (seis mil reais). [1: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;] Contudo, sabe-se que o arbitramento de danos morais deve considerar, quando da determinação do seu quantum, além das circunstâncias já expostas, os efeitos preventivos e punitivos que causarão no perpetrador do dano. Explica-se, é que a importância da indenização vai além do caso concreto, posto que a sentença tem alcance muito elevado, na medida em que traz consequências ao direito e toda sociedade. Por isso, defende-se que o quantum da indenização só produzirá seus efeitos e alcançará sua finalidade se esse quantum for suficientemente alto a ponto de apenar a demandada, e assim coibir que outros casos semelhantes aconteçam. A eminente jurista MARIA HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7.º vol., 9.ª ed., Saraiva), ao tratar do dano moral, ressalva que a REPARAÇÃO tem sua dupla função: (...) constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando à diminuiçãode seu patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser violado impunemente", e a função satisfatória ou compensatória, pois "como o dano moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos extra patrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço, a reparação pecuniária visa proporcionar ao prejudicado uma satisfação que atenue a ofensa causada. Daí, a necessidade de observarem-se as condições de ambas as partes. Deste modo, considerando que, além de ressarcir o dano moral sofrido pela autora a indenização deverá também servir de punição e prevenção, sendo aquela (punição) uma maneira (como bem se traduz a própria palavra) de penalizar o causador do ato ilícito por sua pratica indevida, ilícita e danosa; E a segunda (prevenção), é o meio pelo qual se busca coibir a ocorrência de novas práticas como estas, ou seja, busca-se a impedir a realização praticas semelhantes. Assim, não é demasiado determinar que estas duas causas devem elevar o valor dos danos morais em R$ 3.000,00 (três mil reais), ou seja, faz somar o montante de R$9.000,00 (nove mil reais) o valor dos danos morais. Além do exposto, apontou-se ainda que a jurisprudência e a doutrina entendem que as diferenças intelectuais, de conhecimento e financeira entre as partes são fatores que justificam a majoração dos danos morais. Como bem foi exposto, a diferença entre autor e réu notória, pois a autora é pessoa de pouca instrução e com um baixíssimo poder aquisitivo, aspectos estes que contrastam com o fato de a demandada ser uma Instituição Financeira, com assessoria jurídica e técnica especializadas, sem se mencionar o aparato tecnológico de que dispõe para efetivar suas negociações e prestar seus serviços, de sorte que não se justifica a prática de atos tão esdrúxulos e danosos como o praticado pela demandada. Tal aspecto, por certo, é suficiente para elevar em mais R$ 2.000,00 dois mil reais o valor dos danos morais, somando assim a importância de R$11.000,00 (onze mil reais). Outro ponto que se deve considerar na determinação do quantum indenizatório do presente caso, é a privação a que a autora teve que se submeter quando teve reduzida remuneração por meio de sucessivos atos alheios a sua vontade. Neste ponto excelência, cabe destacar que a autora é pessoa humilde e recebe apenas um salário-mínimo, valor com o qual tem que se manter e comprar seus medicamentos, bem como custear as despesas de sua casa. Assim, o quantum indenizatório deverá considerar além dos fatos já elencados, a circunstância de até o presente momento estar sendo privada de ter a seu dispor o seu salário de forma integral o que a limita seu sustento pessoal. Tais fatos indubitavelmente, justificam que o quantum dos danos morais seja elevado em R$1.000,00 (um mil reais), o que soma a importância de R$12.000,00 (doze mil reais). As circunstâncias expostas encontram amplo respaldo na jurisprudência nacional, conforme se passa a expor, vejamos: APELAÇÃO INDENIZAÇÃO DANOS MORAIS EMPRÉSTIMO INDEVIDO - QUANTUM. - A fraude de terceiros é inserida na teoria do risco profissional da atividade da instituição financeira Súmula 479 e Recurso Repetitivo do C. STJ;- Quantum indenizatório reduzido de acordo com a média praticada por esta Câmara em casos análogos e condizente com o dano sofrido (artigo 944 do CC), R$15.000,00;- Honorários advocatícios percentual reduzido para 15%, de acordo com as alíneas do artigo 20, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil;RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. A Requerente pretende obter do Judiciário a rápida e eficazes prestações jurisdicionais, no sentido de que seja reparado o dano sofrido, a aplicação da lei em toda sua plenitude como medida punitiva, para que leve as empresas, com desempenha condutos com as características explicitadas anteriormente, a modificarem seus atos, de modo a zelar pela qualidade dos serviços prestados aos seus clientes, de sorte a não expô-los à constrangimentos desnecessários, como os já relatados. 04 – DO PEDIDO DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. Para que a ré não ofereça resistência ao pleito de exibição de documento necessários à citação de dispositivos do CPC que não podem ser esquecidos. Vejamos: Art. 378 do CPC - Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade. A busca pela VERDADE REAL não deve ser vista como desnecessária. Com amparo na dicção e penas previstas (admissão dos fatos alegados pela parte como verdadeiros), nos arts. 344 e 370 do CPC, a autora requer a intimação da parte ré para que junte com a contestação o contrato de empréstimo consignado nº 306034662-8. 5_ DAS CONCLUSÕES E DOS PEDIDOS Diante de todos os fatos e fundamentos anteriormente dispostos, REQUER: a) A prioridade na tramitação do presente processo, nos temos do art. 71 da Lei n.º 10.741/2003 (Estatuto do Idoso); b) A citação do Requerido através de seu representante legal, no endereço antes mencionado, para que, querendo, responda aos termos da presente ação; c) Os benefícios da justiça gratuita, por ser pessoa pobre, sem condições de arcar com as despesas e custas processuais sem prejuízo próprio e de sua família, conforme declaração em anexo (Doc. 04). d) Requer que o Réu seja informado que poderá contestar a petição inicial, até 15 (quinze) dias contatos da audiência de mediação/conciliação, conforme art. 335 do CPC/2015, e caso não conteste a ação, incorrerá em revelia, art. 344 do CPC/2015. A autora deixa consignado a sua opção pela realização da audiência de conciliação; e) A condenação do Requerido ao cancelamento em definitivo do empréstimo consignado indevido. f) A condenação do Requerido ao pagamento de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) em favor do Requerente; h) A devolução em dobro do valor que foi descontado indevidamente dos rendimentos da Requerente que até a presente data somam a importância de R$ 26,00 (vinte seis reais), referente a 01(uma ) parcela já descontada. i) Sejam os presentes pedidos julgados totalmente procedentes, ; j)A inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º, inciso VIII, da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor); sob as penas do disposto nos arts. 334 e 355 do CPC, aplicados subsidiariamente a lei 9.099/95, que a ré junte com a contestação o contrato de empréstimo consignado nº 306034662-8, conforme pedido de exibição; Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente depoimento pessoal das partes adversas, documentos colacionados, oitiva de testemunhas a serem oportunamente arroladas, sem prejuízo de quaisquer outros que se fizerem necessárias no curso da instrução processual. Dá-se a causa o valor de R$ 12.052,00 ( doze mil cinquenta e dois reais ). Termos em que Pede e Espera Deferimento. São Luís (MA), 27 de setembro de 2017. 13 Av. 13, Qda.128, nº 43 – Bairro Maiobão, Paço do Lumiar-MA Fone: (98) 3237-4529 / 9 8216-1433 / 9 9609-3255 Email: rosenildeborgesadv@gmail.com