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LUDOTERAPIA APOSTILA 4

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A Importância do Brincar: A Ludoterapia na 
Interverção Terapêutica 
A Importância do Brincar: A Ludoterapia na Interverção 
Terapêutica 
 
A criança precisa de muitas coisas para ser feliz principalmente de amor, familia, respeito, 
educação, saúde, no entanto por vezes esquecemo-nos de incluir o brincar. 
Segundo a Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959), à criança deve ser dada 
oportunidade de contacto com o mundo à sua volta. Ela deve ser livre para brincar e para 
descobrir. Brincar ajuda a criança a ser imaginativa, a criar e a imitar situações que já 
vivenciou, interiorizar regras e a assimilar padrões culturais. Brincar também é cultura. 
Brincar ajuda a desenvolver as suas capacidades, aprender a lidar com frustrações e a 
gerir stress. 
De acordo com Papalia (1986), brincar é fundamental para as crianças aprenderem o que 
nunca ninguém foi capaz de ensinar, aprendem a lidar com o mundo simbólico cheio de 
significados e valores. Por outro lado, brincar é extremamente útil para gastar as energias, 
aprender a lidar com situações próximas da vida real e ajuda a aprender a ulltrapassar 
frustrações e a lidar com os outros. 
A função simbólica do brincar é muito importante, pois é ela que faz a ponte entre a 
experiência concreta e o pensamento abstracto. Enquanto a criança brinca, esta lida com 
os objectos de forma sensório-motora que são concretos (existem, são reais), mas que 
simbolizam outra coisa, algo que a criança experiênciou directa ou indirectamente. O 
brincar dá forma ao mundo interno da criança, isto é as experiências emocionais da 
criança são projetadas para as brincadeiras e para a maneira como a criança manipula 
objectos enquanto brinca. 
A Ludoterapia é uma técnica utilizada com crianças entre os 3 e os 11 anos e que tem 
como objetivo principal o contacto com o mundo interno da criança, permitindo 
compreender a sua linguagem simbólica. Quando as crianças têm difculdade para se 
expressarem verbalmente, o brincar é utilizado como o único recurso que lhes permite 
sentir segurança para expressar coisas que são dificeis de explicar ou de verbalizar (por 
exemplo: abuso sexual, mau trato, medos, angústias, dúvidas). 
Os brinquedos (objetos físicos e reais), são utilizados como ferramentas para expressar o 
que a criança pensa ou sente em determinado momento, ou sobre uma situação 
específica. No fundo, os brinquedos são como as palavras e o brincar como a linguagem 
que a criança usa para comunicar. Através do brincar a criança sente-se segura, pois 
encontra-se no seu meio natural, sendo mais fácil expressar as suas emoções (a raiva, a 
dor, a alegria, a tristeza, a felicidade, a frustração). 
Mas se brincar é tão importante, porque é que não nos lembramos de falar disso 
no contexto terapêutico? 
Hermine Hug-Hellmuth em 1921, parece ter sido a primeira terapeuta a dar importância ao 
brincar no contexto terapêutico com a criança, apercebendo-se que se disponibiliza-se 
brinquedos às crianças era mais fácil para estas se expressarem. 
Anna Freud começou por utilizar a ludoterapia como técnica para se relacionar com as 
crianças. Ao longo do tempo, foi percebendo que brincar com elas aproximava-as 
afetivamente e ajudava a que fosse estabelecida com melhor qualidade e segurança a 
relação terapêutica, fundamental para a continuidade do trabalho terapêutico. 
Melanie Klein utilizada o brincar como forma de encorajar a criança a participar ativamente 
na expressão de fantasias, ansiedades e defesas. Nesta altura Melanie, interpretava 
consciente e inconscientemente o simbolismo da criança ao brincar. 
Nos anos 30 a ludoterapia ganhou outra visibilidade pelas ideias de David Levy. Levy 
desenvolveu a técnica de ludoterapia livre, utilizada principalmente em situações em que a 
criança tinha passado por algum episódio traumatizante. Segundo Levy, a ação 
centralizava-se na relação emocional que o terapeuta estabelecia com a criança, que 
consequentemente era responsável pela cura da problemática da criança. 
Mais tarde em 1947, Axline desenvolveu a ludoterapia não-diretiva, que se baseava no 
princípio que nada deve ser alterado, ou seja a criança não deve ser incentivada a brincar 
com um objecto em detrimento de outro. Ela deve ser livre para escolher o que quer e 
como quer fazê-lo, o terapeuta surge como agente passivo na relação, mas que ajuda a 
criança a atingir a sua auto-realização. 
Atualmente, os brinquedos e a interpretação do comportamento é menos relevante, a 
ludoterapia é sobretudo centralizada na criança, no presente e na vivência da experiência, 
a chave para o crescimento é a relação estabelecida entre o terapeuta e a criança. 
A ludoterapia é uma intervenção psicoterapêutica que apresenta resultados positivos nas 
seguintes perturbações: 
- Diminuição de comportamentos agressivos 
- Melhorias no ajuste emocional de pais separados 
- Melhorias no ajuste emocional de crianças abusadas e negligenciadas 
- Melhorias no ajuste emocional de crianças abusadas sexualmente e crianças 
testemunhas de violência doméstica 
- Redução da ansiedade e stress 
- Melhorias no desempenho escolar 
- Melhorias no ajuste emocional e social 
- Redução de sintomas de depressão na criança 
- Aumento da auto-estima 
- Diminuição da ansiedade de separação

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