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Receptores Sensoriais

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Receptores sensoriais e sinalização 
celular no SN 
Ana Karolliny, Medicina – P2 “B” 
Os receptores sensoriais respondem a estímulos sensoriais, 
como: tato, som, luz, dor, frio e calor. Há uma variedade de 
tipos e cada um reage a um estímulo. 
Mecanorreceptores 
Reagem a sensibilidades táteis, como na epiderme e na 
derme.. Variam quanto ao tipo de terminação, podem ser de: 
terminações nervosas livre, terminações expandidas (discos 
de Merkel, muitas outras), terminações espraiadas 
(terminações de Ruffini), Terminações encapsuladas 
(Corpúsculos de Meissner, corpúsculos de Krause). São 
sensíveis em tecidos profundos: Terminações encapsuladas – 
Corpúsculo de Pacini, terminações musculares – fusos 
musculares, receptores tendinosos de Golgi (grau de tensão; 
se o musculo está contraído ou não) 
Os mecanorreceptores também estão associados ao 
equilíbrio - Receptores vestibulares (canais semicirculares), 
Pressão arterial – Barorreceptores (seios carotídeos e 
aórticos), Audição – receptores da cóclea. Receptores de 
giro – canais semicirculares 
 
 
 
Termorreceptores 
Respondem à sensações de frio e calor. Krause (frio - 
Krrrrr); Ruffini (calor – ruffles; ondas de calor).; terminações 
nervosas livres. 
Nocirreceptores 
Respondem à estímulos de dor, são de terminações nervosas 
livres. 
Receptores eletromagnéticos 
Respondem à estímulos luminosos. Um exemplo destes são os 
cones e bastonetes. 
Quimiorreceptores 
Respondem à estímulos químicos como: gustação (receptores 
das células gustativas), olfação (receptores do epitélio 
olfativo), Oxigênio arterial (receptores dos corpúsculos 
aórticos e carotídeos), CO2 sanguíneo (receptores do bulbo e 
corpúsculos aórtico e carotídeo), Concentração osmolar 
(neurônios dos núcleos supra-ópticos), 
glicose/aminoácidos/AG (receptores do hipotálamo). 
Sensibilidade de receptores 
Os receptores podem reagir de formas distintas, por 
exemplo, alguns podem ser sensíveis a mais de um estimulo, 
enquanto outros têm sensibilidade específica. 
*todo sinal sensorial entra por trás da medula. 
*córtex: sensação consciente do estímulo 
Sinalização celular no SN 
As membranas neuronais são especializadas na geração de 
sinais elétricos. Assim, informações veiculadas através de 
todas as formas de energia devem ser transduzidas em sinais 
elétricos. Essa tarefa é cumprida pelos receptores, 
sensoriais, terminações nervosas ou células particularmente 
diferenciadas, frequentemente associadas a envoltórios de 
tecido conjuntivo ou outras estruturas de suporte. 
O sistema nervoso lança mão de uma forma particular de 
alterações eletroquímicas de membrana, os impulsos 
nervosos, ou potenciais de ação, causados por variações de 
permeabilidade iônica da membrana, e capazes de se 
prolongarem sem perda ao longo dos prolongamentos dos 
neurônios. 
Comparações e integração de informações nos circuitos 
neuronais dependem das sinapses, estruturas especializadas 
na transmissão de informação de uma célula para outra. A 
atividade de várias sinapses é integrada pelo neurônio através 
do somatório das alterações eletroquímicas geradas em cada 
sitio sináptico. Eventualmente o organismo produz as 
Tipos Estímulos sensoriais 
Mecanorreceptores Compressão / estiramento mecânico 
Termorreceptores Alterações da temperatura 
Nociceptores Danos teciduais (físicos / químicos) 
Receptores 
eletromagnéticos 
Luz 
Quimiorreceptores Gosto, odores, níveis de O2 e CO2 
(sangue arterial), concentração de 
substâncias (líquidos corporais) 
*O fuso muscular tem os dois tipos de receptores, 
tônico e fásico, mas é predominantemente tônico. 
respostas motoras pela ativação de efetores como as células 
musculares. 
A sinalização neural envolve, por um lado, variações contínuas 
de potencial elétrico de membrana, cuja amplitude reflete a 
intensidade do sinal gerador. Nesse caso, típico de potenciais 
sinápticos, a informação é codificada através de variação de 
amplitude e de forma de ondas transmitidas. 
 Os dois tipos de sinais constituem o que se pode chamar de 
código neural, isto é, o modo pelo qual o sistema nervoso 
codifica informações através de sinais inteligíveis para os 
neurônios . 
As propriedades passivas da membrana neuronal podem ser 
compreendidas pela aplicação de um circuito elétrico 
equivalente de membrana. Este circuito é composto por uma 
resistência elétrica, representando o conjunto de vias de 
passagem de corrente, em paralelo com uma capacitância, 
que deriva do armazenamento de carga elétrica pela 
membrana. Este tipo de circuito é conhecido como circuito RC. 
Na ausência de estímulos, há um potencial de repouso. Um 
aumento da ddp, torna o interior da célula mais negativo, é 
denominado hiperpolarização, enquanto uma diminuição do 
potencial de membrana, tornando o interior da célula menos 
negativo, é denominado despolarização. 
No caso de pulsos de corrente despolarizantes, o aumento da 
intensidade da corrente aplicada pode, eventualmente, dar 
origem a uma resposta distinta. Em lugar da variação de 
potencial rápida, de grande amplitude, cerca de 120mV no 
total, e duração curta, tipicamente da ordem de 1-2ms, que 
constitui um impulso nervoso ou potencial de ação. Durante o 
potencial de ação, o potencial de membrana atinge cerca de 
+50mV (interior positivo), ocorrendo assim uma inversão na 
polaridade da membrana. 
 
Os sinais propagados, veiculados pelos potenciais de ação, 
diferem dos primeiros por várias propriedades. Em primeiro 
lugar, só aparecem a partir da estimulação da membrana com 
correntes despolarizantes a partir de uma determinada 
intensidade. Essa propriedade é denominada limiar de 
excitabilidade. Correntes que produzem apenas sinais locais 
são ditas subliminares, e correntes suficientes para disparar 
um potencial de ação são chamadas de supraliminares. 
A constância de amplitude e forma do potencial de ação para 
qualquer estímulo de intensidade supraliminar é conhecida 
como lei do tudo ou nada. 
 
 
 
 
 
 
 
Assim para efeito de transmissão das informações, o código 
neural é essencialmente um código de frequências. 
Quando o intervalo entre dois pulsos sucessivos é reduzido, 
no entanto, o limiar de excitação para geração do segundo 
potencial de ação aumenta progressivamente até que, para 
intervalos muito curtos é impossível geral um segundo 
potencial de ação, independentemente da intensidade de 
estimulação. O período após a geração de um potencial de 
ação no qual a membrana é resistente à estimulação elétrica 
é denominado período refratário e se divide em um período 
refratário absoluto, no qual a membrana é inexcitável, e um 
período refratário relativo, durante o qual a membrana 
recupera gradativamente sua excitabilidade. 
Em um segmento da membrana no qual foi gerado um impulso 
nervoso, a polaridade é invertida e geram-se correntes locais 
que tendem a despolarizar o segmento vizinho. Caso sejam de 
amplitude suficiente para atingir o limiar de excitação, gera-
se um potencial de ação com características idênticas, e o 
ciclo de correntes locais e geração de impulso se repete ao 
longo da membrana. 
No entanto, os neurônios intactos in vivo, os potenciais de 
ação são gerados no segmento inicial (ou cone de implantação), 
do axônio e, à medida que o impulso nervoso caminha ao longo 
do axônio, seu retorno é impedido pelo período refratário 
absoluto no segmento por onde o potencial de ação acabou 
de passar. 
O diâmetro do axônio influencia a velocidade de condução dos 
impulsos nervosos. Em qualquer condutor de eletricidade, a 
resistência elétrica é inversamente proporcional à área de 
seção transversa. Assim, quanto maior o diâmetro do axônio, 
maior a velocidade de propagação. Entretanto, a capacidade 
do sistema nervoso de lidar com transmissão de impulsos a 
longas distâncias é limitada por questões de espaço. 
Em sua forma mais simples, o aumento da intensidade de 
um estímulo elétrico sobre um axônio resulta no aumentonão da amplitude, mais sim da frequência de potenciais 
de ação propagados. 
A bainha de mielina, formada pela justaposição de numerosas 
camadas de membrana das células de Schwann (no SNP) ou 
oligodendrócitos (no SNC), aumenta a resistência e diminui a 
capacitância através da membrana axonal. A bainha de mielina 
é interrompida regularmente pelos nós de Ranvier, que não 
possuem as varias camadas justapostas da membrana. 
Nestas Regiões, a resistência transversal da membrana é 
baixa, e a corrente tende a fluir através deste segmentos. 
Os potenciais de ação são gerados nos nós de Ranvier, 
sucessivamente ao longo do axônio, resultando na chamada 
condução saltatória. A mielinização é uma forma 
extremamente eficaz de aumentar a velocidade de condução 
de impulsos nervosos poupando espaço. 
Na esclerose múltipla, reações inflamatórias focais destroem 
a mielina em vários sítios no SNC e SNP, resultando em 
redução da velocidade de condução de impulsos nervosos, que 
pode ser detectada por diversos testes eletrofisiológicos 
clínicos, como o registro de potenciais evocados ou medidas 
de latência de respostas periféricas à estimulação elétrica 
percutânea. A patologia afeta indistintamente sistemas 
sensoriais., motores e cognitivos, produzindo múltiplos sinais e 
sintomas neurológicos. 
Cada íon tende a fluir do lado mais concentrado para o menos 
concentrado, e no sentido do pólo oposto à sua carga elétrica. 
A combinação desses gradientes químico e elétrico, 
respectivamente, determina o chamado gradiente 
eletroquímico. O movimento iônico é estritamente dependente 
da condutância da membrana do íon. 
A geração do potencial de ação depende de um estímulo 
supraliminar produzir um súbito aumento da condutância ao 
sódio, provocando assim uma intensa passagem deste íon 
para dentro do neurônio. 
Durante o potencial de ação, no entanto, a inversão de 
polaridade da membrana causada pela entrada de sódio cria 
um gradiente eletroquímica favorável à saída de potássio 
suficiente para repolarizar a membrana. 
Os canais de sódio que geram o potencial de ação fazem 
parte de um conjunto de canais dependentes de voltagem, 
que incluem vários tipos de canais seletivos de sódio, potássio 
e cálcio. A propriedade unificadora destas estruturas é de 
que a variação de condutância para o íon seleto depende do 
campo elétrico aplicado ao complexo proteico. 
A inativação de canais de sódio, dá origem ao período 
refratário. O período refratário absoluto dura enquanto toda 
a população de canais de sódio está no estado inativado. 
Paulatinamente, a população de canais retorna ao estado 
fechado de repouso e volta a ser sensível à despolarização. 
Durante o período refratário relativo, à medida que a 
proporção de sódio sensíveis aumenta e a condutância do 
potássio cai a níveis basais, o limiar de excitabilidade retorna 
progressivamente ao nível de repouso. 
Em segundo lugar, o canal de potássio não sofre a inativação 
rápida típica do canal de sódio, e sua probabilidade de abertura 
permanece alta durante períodos relativamente longos de 
despolarização da membrana. 
Assim, o potencial de ação resulta essencialmente da entrada 
de sódio, causando despolarização, seguida da saída de 
potássio, produzindo a repolarização da membrana.

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