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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tema – Planejamento e Controle Curso MBA em Engenharia de Produção Disciplina Gestão da Produção Tema Planejamento e Controle Professor John Jackson Buettgen Introdução Olá! Você está prestes a iniciar o estudo do tema “Planejamento e Controle”. Porém, antes de começar a leitura do conteúdo, acompanhe o vídeo a seguir com o professor John, em que ele apresenta os conteúdos a serem abordados, bem como seus objetivos. Bons estudos! Vídeo de introdução disponível no material on-line! Problematização A distribuidora de medicamentos Medicalcenter começou suas atividades em 1982 distribuindo medicamentos para 60 laboratórios farmacêuticos. Devido ao seu crescimento exponencial, a empresa precisou mudar-se de um galpão alugado, onde mantinha suas atividades, para uma estrutura própria de aproximadamente 10.000m2 distribuídos em dois andares. O rápido crescimento está associado à confiabilidade, que é um dos objetivos de desempenho traçado pelos proprietários da empresa. Procurando se certificar de que os clientes sempre encontrassem o que estavam precisando, tanto em termos de quantidade quanto de variedade, a Medicalcenter investiu em grandes estoques de produtos para pronta entrega. As compras dos produtos sempre foram feitas pelos proprietários, baseados em seu apurado feeling comercial e experiência de mercado, pois eles nunca utilizaram nenhuma técnica para fazer as compras. Contudo, ao longo do tempo, os proprietários perceberam que os estoques cresceram muito mais do que o faturamento e o lucro, o que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 apontava que algo estava errado. Porém, eles não conseguiram identificar qual era o problema. Os donos da empresa, na tentativa de melhorar a situação, optaram por contratar um jovem e talentoso gerente de Materiais, e deram a ele a missão de reduzir os valores estocados aumentando os níveis de serviço. E agora? Qual deve ser o primeiro passo do novo gerente de materiais na tentativa de resolver o problema? Vídeo disponível no material on-line! Planejamento e Controle A missão do PCP (Planejamento e Controle da Produção) A principal missão da área de Planejamento das organizações é gerar o equilíbrio de interesses, aparentemente antagônicos, de forma a maximizar o resultado corporativo. Diante desta realidade, podemos nos deparar com duas situações bem diferentes, acompanhe: Situação 1- Uma determinada organização que é gerida de forma a atender somente aos interesses da Produção, ou seja, a Produção é adepta a padronização e a baixa variabilidade, o que aumenta a sua eficiência. Percebam que esse processo talvez não seja adequado para um mercado o qual os consumidores querem cada vez mais opções de produtos. Portanto, essa empresa, provavelmente, terá problemas graves. Situação 2- Uma determinada organização que é gerida com base somente nos interesses na área Comercial, a qual almeja entregar uma grande variedade de produtos para atender aos inúmeros interesses dos clientes. Nessa situação, a produtividade da fábrica, em função da grande necessidade de trocas de produtos despencaria e, provavelmente, grandes problemas de cumprimento de prazo e custo surgiriam. A interferência de uma área neutra preocupada com os interesses organizacionais, e não departamentais, poderia ajudar a resolver essas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 questões, não é mesmo? Pois bem, essa é a atividade desenvolvida pela área de PCP, a qual age através de duas vertentes, acompanhe: Planejamento: É a formalização do que se pretende que aconteça em determinado momento no futuro, ou seja, é uma declaração de intenção. Embora os planos sejam baseados em expectativas, durante a sua implementação as coisas nem sempre acontecem como o esperado. Controle: É o processo de lidar com estas variações e retomar o caminho traçado (solicitar a manutenção, remanejar as pessoas ou fazer horas extras). Qual é a relação entre o planejamento, o tempo e o nível hierárquico? A resposta para esse questionamento você encontra no vídeo disponível no material on-line! Estas duas atividades distintas devem ser executadas por todos os níveis decisórios da organização, porém em proporções diferentes. Essa proporcionalidade irá variar em função do tempo de inércia decisória, ou seja, o tempo que uma determinada decisão leva para causar o efeito a qual se propunha. Gestores de alto nível (presidentes e diretores) tomam decisões cujo impacto levará um longo tempo para ser efetivado. Por exemplo, se a diretoria de uma empresa decide construir uma nova unidade, o efeito dessa decisão pode levar entre três e quatro anos. Esse período compreende comprar um terreno, fazer o projeto, obter todas as licenças, fazer a obra, instalar máquinas e equipamentos, contratar e preparar a mão de obra etc. Isso significa dizer que a diretoria necessita de um esforço de planejamento muito maior, pois o planejamento a longo prazo os afasta da ação propriamente dita. Na outra ponta da hierarquia, por exemplo, estão os supervisores, cuja preocupação maior é a execução das atividades de curto prazo. Logo, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 necessitam de um esforço de controle muito maior, pois precisam se assegurar de que a execução seja coerente com o exposto nos planejamentos da empresa. Uma série de decisões se fazem necessárias para que os objetivos definidos para o futuro sejam alcançados. Essas decisões seguem uma estrutura hierárquica proposta por Fernandes e Godinho Filho, acompanhe na figura a seguir: A estrutura do PCP Gestão de demanda de médio prazo Gestão financeira de médio prazo Planejamento agregado de produção Planejamento da capacidade de médio prazo Plano desagregado de produção Capacidade instalada Controle de suprimento de itens com lead time de suprimento longo Controle da produção Carteira de pedidos Roteiros de fabricação Estrutura de produtos Figura 1 É importante perceber que a gestão financeira, apesar de não ser atividade do planejamento, é um insumo decisório importante, principalmente para a programação de suprimentos. De posse das informações a respeito da demanda e da capacidade financeira é possível determinar a demanda agregada, que nada mais é do que os grandes números a serem perseguidos pela empresa. Esses números, comparados à capacidade produtiva e aos estoques existentes, acabam por determinar o que precisa ser produzido ou comprado pela organização, além de controlar a sua execução. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 As Atividades do PCP As atividades da área de Planejamento e Controle são divididas em quatro, são elas: Carregamento, Sequenciamento, Programação e Controle. Essas atividades farão com que as informações, traduzidas em objetivos e decisões, cheguem à base operacional. Carregamento É a definição da quantidade de trabalho que pode ser alocada para o centro de trabalho. Para obtermos a resposta precisamos nos perguntar: Em um determinado tempo, quanto essa operação consegue produzir? É importante entendermos que diversos eventos “corroem” o tempo total que a operação teria disponível para produzir. Cada um desses eventos desperdiça um pouco de tempo, reduzindo a capacidade de carga. Uma das principais atribuições do gestor de produção é reduzir esse tempo perdido e fazer com que o tempo operacional útil seja o maior possível. Sequenciamento Determina a sequência em que as necessidades dos clientes serão atendidas pela empresa. Além de definir a prioridade da execução das tarefas de acordo com os critérios de sequenciamento definidos pela organização. A empresa pode usar diversos critérios,mas segundo Slack et al (2009) os principais são: as restrições físicas, a prioridade do consumidor, a data prometida, LIFO (last in, first out), FIFO (first in, first out), a operação mais longa ou a operação mais curta. Esses critérios não são obrigatórios para todas as organizações, portanto a empresa pode usar os critérios que lhe pareça o mais adequado. Os critérios para o sequenciamento podem ser usados como uma ferramenta estratégica de valorização do cliente? Para saber a resposta acompanhe o vídeo a seguir com o professor CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 John. Vídeo disponível no material on-line! Programação Algumas operações requerem um nível de detalhamento maior, inclusive com um cronograma detalhado que mostre os momentos em que um determinado trabalho deve começar e terminar. Normalmente essas operações estão associadas a produtos mais complexos e operações com mix bastante variável. A atividade se torna mais complexa devido às máquinas com capacidades e capacitações diferentes, assim como as pessoas, que também apresentam habilidades e desempenhos diferentes. Tal complexidade explica a facilidade com que acontecem erros de programação, principalmente em empresas em que tal atividade é feita manualmente sem o auxílio de computadores. É praticamente impossível acertar a melhor forma de se programar a operação, e esses erros impactam no cumprimento dos prazos de entrega, que é o principal ponto de atrito entre clientes e seus fornecedores. Agora vamos falar um pouco mais sobre a programação da produção. Programar para frente ou para trás, uma escolha estratégica ou de proteção? Vídeo disponível no material on-line! Controle A missão do controle de produção, segundo Fernandes e Godinho Filho (2010), é: “É a atividade gerencial responsável por regular (programar, coordenar, organizar, dirigir e monitorar), no curto prazo (geralmente até três meses), o fluxo de materiais em um sistema de produção por meio de informações, regras de controle e decisões para execução”. (FERNANDES; GODINHO CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 FILHO, 2010, P. 102) A atividade de planejamento tem como objetivo organizar da melhor forma possível as ações que acontecerão no futuro. Como essas ações futuras não podem ser totalmente previstas, podem ocorrer algumas falhas no planejamento. Então, para oferecer a possibilidade de acompanhar o andamento daquilo que foi planejado surgiu o controle. Importante: O controle é responsável pelo acompanhamento e intervenções no processo. O objetivo principal é fazer com que tudo que foi planejado seja executado. Duas ferramentas de controle servem a este propósito: Controle empurrado: Os sinais de intervenção são acionados de uma área central que coordena todas as atividades organizacionais. Um bom exemplo desse tipo de controle são os sistemas de MRP – Material Requirement Planning. Controle puxado: Os sinais são disparados pelo cliente (interno ou externo), eliminando desperdícios por produção em excesso, que gera estoques intermediários. O kanban, técnica de disparo do JIT – Just In Time é um bom exemplo dessa modalidade de controle. Elementos Fundamentais do Planejamento Os elementos considerados fundamentais são aqueles que garantem o atendimento da missão do Planejamento, ou seja, equilibrar a organização. O Estudo da Capacidade Planejar a capacidade é estabelecer a taxa de saída que pode ser atingida por uma instalação. O gestor da produção precisa identificar a taxa ideal para otimizar os resultados, tanto para clientes quanto para a própria operação. Isso não é uma tarefa fácil, afinal errar em qualquer um dos lados pode trazer consequências, acompanhe: Se a taxa de saída for menor do que a demanda, a empresa não CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 conseguirá atender todos os pedidos, gerando atrasos e descontentamentos em seus clientes. Se a taxa de saída for maior do que a demanda, terá uma ociosidade excessiva em sua operação, gerando descontentamento entre os acionistas. Dois conceitos importantes estão envolvidos nesta operação: Volume: É a maior quantidade de trabalho que pode ser realizada em uma operação. Capacidade: É a maior quantidade de trabalho que pode ser realizada pela operação em uma determinada unidade de tempo. Portanto, a capacidade tem relação com o tempo disponível para a realização do processo de transformação, que é a essência da produção. Determinação da capacidade da organização Figura 2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Decisões Sistematizadas Sistematizar algo significa organizar de forma lógica e otimizada uma determinada sequência de eventos, com o intuito de maximizar o resultado obtido de forma continuada. Cada situação pode ser influenciada por inúmeros elementos, como condições e contexto, por exemplo. Mas, para Ritzman, Krajewski e Malhotra (2009), é possível tomar decisões sensatas quando o assunto é capacidade. Para isso, os autores sugerem quatro passos básicos: 1) Estimar as necessidades futuras de capacidade; 2) Identificar as faltas, comparando necessidades com a capacidade disponível; 3) Desenvolver planos alternativos para eliminar as faltas; 4) Avaliar cada alternativa, quantitativa e qualitativamente, e fazer uma escolha final. Importante: Perceba que essas boas decisões mostram que o papel do gestor de produção é criar possibilidades para que a capacidade da operação se ajuste à demanda que lhe é imposta pelo mercado. Gestão da Demanda Outro elemento fundamental para os gestores de produção é a competência para trabalhar com a Demanda. Fazer a gestão da capacidade é relativamente simples, uma vez que todos os elementos influentes estão dentro da empresa. Portanto, com grande possibilidade de interferência dos gestores. Com a demanda não é tão simples, pois ela está do lado de fora da organização, no mercado, portanto fora do alcance das “ordens” dos gestores. O máximo que se pode fazer é tentar influenciá-la. Assim como a produção, a demanda de uma organização deve ser gerenciada. Veja a seguir algumas razões para isso: As empresas dificilmente são tão flexíveis que consigam, de um período para outro, alterar substancialmente seus volumes ou mix de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 produção, de forma que consigam atender as variações da demanda, principalmente no curto prazo. Para empresas muitos grandes, com multidivisões, parte da demanda vem do ambiente externo. Para algumas divisões, a demanda é gerada no interior da própria organização e vale a pena ser gerenciada. Empresas que têm sólidas relações de parceria com seus clientes têm condições de negociar a quantidade e o momento da demanda, adaptando-as as suas capacidades produtivas. Demandas, principalmente de produtos de consumo, podem ser alteradas em termos de quantidade e momento, através de ações de marketing. Mesmo empresas que produzam itens que não são de consumo, têm a possibilidade de influenciar a demanda por meio de esforço de venda, mediante ações de indução de comportamento dos vendedores e representantes comerciais (sistemas de cotas, comissões variáveis etc.). Fazer a gestão da demanda pode ser a diferença entre as organizações sobreviverem ou fazerem sucesso. O artigo sugerido a seguir, de Cesar Mangabeira Barbosa e Carlos Alberto Chaves, aprofunda essa questão. http://www.excelenciaemgestao.org/portals/2/documents/cneg8/anais/t12 _0504_2419.pdf Como tentar influenciar a demanda? Vídeo de resposta disponível no material on-line! http://www.excelenciaemgestao.org/portals/2/documents/cneg8/anais/t12_0504_2419.pdf http://www.excelenciaemgestao.org/portals/2/documents/cneg8/anais/t12_0504_2419.pdfCCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Elementos Essenciais do Planejamento Os elementos essenciais são aqueles que sustentam os elementos fundamentais. Na sequência estudaremos cada um deles detalhadamente. Previsão da Demanda Até aqui estudamos sobre as atividades fundamentais do Planejamento, porém elas não seriam possíveis sem alguns elementos que os tornam operacionais. A gestão da demanda, por exemplo, não seria possível sem as Previsões. Quando falamos em produção é necessário ter a clareza de visão acerca do futuro e não apenas do presente, pois é no futuro que a decisão tomará efeito e também é para o futuro que ela deverá ser adequada. Com isso surgem alguns questionamentos. A seguir o professor John irá discutir sobre as técnicas de previsão, as quais evitam um possível amadorismo na hora da tomada de decisão. Vídeo disponível no material on-line! Quais previsões devem ser feitas? Há diversas variações de previsões a serem feitas. Veja a tipologia sugerida por Slack et al (2009): Previsões econômicas: Tratam do ciclo de negócio, prevendo taxas de inflação, fontes de capital, início de projetos estruturais e outros indicadores de planejamento. Previsões tecnológicas: Lidam com índices de progresso tecnológico, que impactam diretamente sobre as possibilidades de novos produtos e necessidade de novas fábricas e equipamentos. Previsões de demanda: Indicam a busca pelos produtos da empresa. Também conhecidas como previsão de venda, direcionam a produção, a capacidade e os sistemas de programação da empresa. Também servem de input para o planejamento financeiro, de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 marketing e de pessoal. As previsões são incertas, pois não temos “certeza” sobre o que acontecerá no futuro, por isso surgem às dificuldades em relação a elas. Além dessas dificuldades intrínsecas da previsão, alguns problemas de postura gerencial também atrapalham e levam ao erro. Por que as previsões falham? Corrêa e Corrêa (2006) fazem uma análise crítica da postura gerencial que pode gerar falhas no processo de previsão. Nessa análise, os autores apresentam alguns erros comuns, veja: • Primeiro erro: Confundir previsões realistas com metas ou desejos. Previsões se baseiam na vontade do cliente. Metas ou desejos se baseiam nos interesses organizacionais. • Segundo erro: Gastar tempo, esforço e recursos discutindo se a previsão está certa ou errada, quando o foco deveria ser o quanto se está errando e como poderia melhorar os processos para reduzir estes erros. • Terceiro erro: Considerar apenas um número para apoiar decisões nas operações. Essas decisões precisam de dois números, uma previsão e uma margem de erro. • Quarto erro: Desistir ou não se esforçar o suficiente para melhorar os processos de previsão. Nas operações não são necessárias previsões perfeitas, mas previsões consistentemente melhores que as dos concorrentes. As técnicas de previsão são responsáveis pela inserção da lógica no planejamento de operações produtivas. Mas como fazer isso em operações de serviços? Acesse o ícone a seguir e descubra! http://www.empreendedoronline.net.br/fazendo-uma-previsao-de-vendas-para- servicos/ http://www.empreendedoronline.net.br/fazendo-uma-previsao-de-vendas-para-servicos/ http://www.empreendedoronline.net.br/fazendo-uma-previsao-de-vendas-para-servicos/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Controle Para finalizarmos o tema Controle, vamos fazer uma análise crítica da figura apresentada a seguir. Perceba que o centro das atenções está na execução das atividades (o PCP). Essas atividades são o resultado de um processo de combinação dos recursos que adentraram na organização, e cujo resultado é um produto final. O feedback no controle de processos Métodos estatísticos Execução das atividades & Combinação dos recursos CLIENTES Identificando necessidades e expectativas, mutáveis ao longo do tempo. Produtos Pessoal Equipamento Materiais Métodos Meio ambiente Voz do Cliente Voz do Processo ResultadosProcessos / Sistemas (Hardware /Software) Entradas Figura 3 Uma das ferramentas que mais ajudam o controle do planejamento são os sistemas corporativos, conhecidos como ERP – Enterprise Resources Planning. Mas quais são as vantagens que uma empresa tem ao utilizar um ERP? Para Slack, Chambers e Johnston (2002) os ERP’s socializam a informação da organização: Os sistemas permitem que as decisões e as bases de dados de todas as partes da organização sejam integradas, de modo que as consequências das decisões de uma parte da organização sejam refletidas nos sistemas de planejamento e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 controle do restante da organização. (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2002, p. 474) Para os autores, essa socialização das informações proporcionada pelo ERP aprimora de forma significativa o desempenho das organizações, em função da visibilidade das informações agora integradas e pela disciplina imposta pelo software. Assim, podemos concluir que quanto mais as informações forem socializadas, menor será a possibilidade de erros e maiores serão as possibilidades de que os gestores identifiquem os desvios do planejamento. Saiba mais sobre o ERP como ferramenta de controle, de disciplina, de produtividade e de acuracidade acessando o vídeo a seguir. Vídeo disponível no material on-line! Revendo a problematização Acredito que agora você já esteja apto a responder a nossa problematização, não é mesmo? Qual deve ser o primeiro passo do novo gerente de materiais na tentativa de resolver o problema? Opção 1: Introduzir o uso de previsões cientificamente embasadas. Pois essa atitude permitiria um dimensionamento mais apurado dos estoques. Opção 2: Padronizar os itens o máximo possível, pois não há razão para manter dois remédios com o mesmo princípio ativo. Opção 3: Diminuir o estoque pela metade e negociar com os laboratórios os prazos de entrega com intervalos menores. Feedbacks Opção1: Todas às vezes que as compras são feitas de forma empírica corre- se riscos. É certo que a previsão não é perfeita, mas pelo menos orienta as decisões e reduz os erros. As técnicas de previsão têm a vantagem de conciliar informações históricas (técnicas quantitativas), com percepções e feeling CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 (técnicas qualitativas), aproximando a organização de números mais confiáveis. Opção 2: Padronizar sempre é uma boa ideia, pois com uma variedade menor os cálculos e negociações são simplificados. O problema, neste caso específico, é que a empresa em questão é uma distribuidora, e não fabricante de remédios. Todos os laboratórios que tem seus remédios distribuídos por eles querem que seus produtos alcancem os clientes, portanto não abrirão mão deles. Opção 3: Aumentar o giro dos estoques pode ajudar, mas para que essa alternativa funcione é necessário que os laboratórios fornecedores se ajustem à filosofia, e isso nem sempre é fácil. Grandes corporações farmacêuticas têm suas próprias regras, o que pode tornar as negociações difíceis, ainda mais quando se fala de 60 laboratórios, como é o caso dessa empresa. Síntese Durante os nossos estudos vimos que o Planejamento e Controle de Produção (PCP) é o departamento que permite a continuidade dos processos produtivos na indústria. Controla a atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do que foi previsto no tempo e quantidade certa e com os recursos corretos. Em resumo, o PCP trata os dados de diversas áreas, transforma-os em informações, suporta à produção para que o produto seja entregue na data e quantidade solicitada. Vídeo de Síntesedisponível no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Referências CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A.. Administração de Produção e Operações: Manufatura e Serviços. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2006. 690 p. CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G.; CAON, M. Planejamento, Programação e Controle da Produção: MRPII/ERP: conceitos, uso e implantação: base para SAP, Oracle Applications e outros softwares integrados de gestão. 5a ed. São Paulo: Atlas, 2007. 434 p. FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos fundamentos ao essencial. São Paulo: Atlas, 2010. 275 p. KRAJEWSKI, L.; RITZMAN, L.; MALHOTRA, M. Administração de Produção e Operações. 8a ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 615 p. MARANHÃO, M.; MACIEIRA, M. E. B. O processo nosso de cada dia: Modelagem de processos de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. 250 p. SLACK, N. et al. Administração da Produção. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2002. SLACK, N. et al. Gerenciamento de Operações e de Processos: Princípios e Práticas de Impacto Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2008. 552 p. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 3a ed. São Paulo: Atlas, 2009. Referencias de figuras e imagens Figura 1: A estrutura do PCP, Fonte: Baseado em Fernandes e Godinho Filho (2010, p. 9). Figura 2: Determinação da capacidade da organização, Fonte: Baseado em Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 322). Figura 3: O feedback no controle de processos, Fonte: Adaptado de Maranhão e Macieira (2004, p. 18). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 ATIVIDADES 1- Quando falarmos em carregamento, imediatamente devemos associá-lo ao tempo. Pois o carregamento é a determinação de quanto uma determinada operação é capaz de entregar em uma determinada unidade de tempo. O fato de haver uma unidade tempo não significa que durante todo esse tempo haverá produção. Isso acontece porque eventos paralelos ocorrem e acabam por corroer o tempo. Considerando esse fato, quais eventos são esses e qual a ação que se espera de um gestor? a) São eventos programados, portanto dispensam interferência dos gestores de produção. b) São eventos de diversas naturezas que, independentemente de quais sejam, são responsabilidade da área de Tempos & Métodos da organização. c) Esses tempos se referem às perdas evitáveis e inevitáveis, que os gestores precisam eliminar e reduzir, respectivamente. d) Trata-se de tempos evitáveis e inevitáveis, dos quais o gestor deve promover o desconto seguro no tempo disponível, para que os números da área de produção não sejam prejudicados. 2- Considerando que muito se fala e muito se faz em termos de Controle nas organizações, cabe uma pergunta: por que, mesmo com esses cuidados, existem erros? Analise as opções a seguir e aponte qual delas é a mais correta em relação a essência do Controle. a) Identificar distorções entre o planejado e o realizado, disparando ações corretivas e preventivas. b) Estimular a produtividade através da disseminação da sensação de controle e disciplina. c) Promover o uso de competência de controle de gestores organizacionais, oferecendo-lhes uma área de atuação. d) Cumprimento de determinações da cúpula organizacional que percebe o Controle como sendo a sua presença em todos os espaços organizacionais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 3- Analise cuidadosamente a figura a seguir, em seguida escolha a alternativa correta em relação a ela. a) Para aumentar a capacidade produtiva da organização é necessário aumentar a capacidade de projeto. b) Não é possível aumentar a capacidade produtiva através do aumento da capacidade efetiva, porque perdas inevitáveis não podem ser reduzidas. c) O indicador “eficiência” tem como objetivo controlar a ação dos gestores das operações sobre as perdas inevitáveis. d) É possível aumentar a capacidade produtiva da organização reduzindo as perdas evitáveis. 4- Ao fazer uma análise das razões que levam ao fracasso de um planejamento, Corrêa e Corrêa (2006) sugerem que as organizações gastam tempo, esforço e recursos discutindo se a previsão está certa ou errada, quando deveriam se preocupar com a amplitude do erro e como melhorar os processos. Nesse contexto, analise as opções a seguir e aponte aquela que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 melhor explicaria a razão desse acontecimento. a) Pelo fato de ser incerto, pois trata do futuro, o planejamento e suas previsões nunca serão perfeitos. Portanto, a melhor coisa é minimizar os erros, o que se consegue melhorando os processos. b) Os autores acreditam que a previsão, por ser incerta, não vale o esforço. Seria mais indicado resolver os problemas dos processos. c) Um bom planejamento vai muito além das previsões, necessitando de grande esforço gerencial, que poderia ser mais bem aproveitado se não fosse desperdiçado com a busca da perfeição dessas previsões. d) Acertar sempre é uma busca dos bons gestores e estes só aceitam a perfeição, quando se fala em previsão. 5- As organizações modernas buscam otimizar suas operações em todos os aspectos possíveis. Um dos mais importantes é a gestão da informação da organização. Como elementos fundamentais, surgem os sistemas ERP. Ao longo do tema vimos que dois aspectos são contribuições relevantes desses sistemas: a socialização da informação e disciplina imposta pelo uso do software. De que forma um software pode efetivamente contribuir para a disciplina corporativa? a) Os sistemas podem e devem ser auditados, gerando assim, um comprometimento dos colaboradores da empresa. b) Um software requer parâmetros claramente definidos. Contudo, para que funcionem, esses parâmetros precisam refletir a realidade. Assim, obriga as pessoas a seguirem o que elas próprias parametrizaram. c) Um software deste porte significa um vultuoso investimento por parte da empresa. Em função disso, a cúpula organizacional acompanha de perto as atividades impondo a disciplina. d) As pessoas gostam de ter objetivos claros, assim não se perdem em suas tarefas. O software dá esses objetivos claros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Gabarito Comentado Questão1 Alternativa correta letra c: O gestor de produção tem como missão de ofício maximizar os resultados obtidos com os recursos que lhe são disponibilizados. Um desses recursos é o tempo. Portanto, cabe a ele identificar e eliminar qualquer situação que impacte no consumo improdutivo de tempo. Questão 2 Alternativa correta letra a: O planejamento tem como característica complicadora o fato de se referir ao futuro, que por natureza é incerto. Isso demanda uma verificação da adequação do que foi planejado com o que é realizado, permitindo o estabelecimento de ações de retomada dos rumos, sejam elas corretivas ou preventivas. Questão 3 Alternativa correta letra d: A redução das perdas evitáveis certamente aumentará a capacidade produtiva. Portanto, a sua eliminação aumenta o tempo disponível para o processo produtivo. Questão 4 Alternativa correta letra a: Conforme estudamos, o planejamento nunca será perfeito, pois o futuro é incerto. Portanto, a melhor alternativa é minimizar os erros através da melhoria dos processos. Questão 5 Alternativa correta letra b: Os bons softwares corporativos são uma integração de informações de diferentes áreas, informações essas que não têm duplicidade de entrada. Em outras palavras, para que tudo dê certo, cada um deve fazer exatamente aquilo que se espera dele, para que todos da organização possam extrair os melhores resultados do ERP. Falhas podem ser facilmente identificadas e isso também ajuda a estabelecer a disciplina.
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