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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS CURSO DE PSICOLOGIA CLÍNICA Teoria Marxista na Antropologia e Pós-Modernismo Leopordina de A. Paulo Inlitxe Liedson Correia de Souza Rafaela Paulo Rodriguês Zaida Rúben Malhope Beira, Julho de 2019 Trabalho de carácter investigativo da cadeira de Antropologia curso de Licenciatura em Psicologia Clínica, 1º ano – período Laboral. Sobre a orientação da docente. Leopordina de A. Paulo Inlitxe Liedson Correia de Souza Rafaela Paulo Rodriguês Zaida Rúben Malhope Teoria Marxista na Antropologia e Pós-Modernismo Docente: Drª.: Maria da Glória Beira, Julho de 2019. ÍNDICE Introdução ....................................................................................................................... 1 Escola da Antropologia e seu contexto sócio histórico - Teoria Marxista na antropologia e Pós Modernismo .................................................................................. 2 Teoria Marxista na antropologia .................................................................................. 2 Marxismo ..................................................................................................................... 2 Marxismo na Antropologia ............................................................................................ 4 Pós-Modernismo ............................................................................................................ 7 Uso do termo .............................................................................................................. 8 Gênese histórica da pós-modernidade ...................................................................... 8 Etapas históricas a caminho do Pós-Modernismo ............................................... 9 Marxismo ................................................................................................................... 10 O Marxismo real-existente ..................................................................................... 10 A Escola de Frankfurt .............................................................................................. 10 Fases da pós-modernidade ....................................................................................... 11 Características do Pós-Modernismo ......................................................................... 12 A tendência à diversidade .......................................................................................... 12 Conclusão ..................................................................................................................... 14 Bibliografia .................................................................................................................... 15 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como tema a “Teoria Marxista na Antropologia e Pós- modernismo”, que tem o seu contexto sócio histórico enquadrado nas Escolas da Antropologia. O Objectivo geral é demonstrar a visão marxista e os impactos do pós- modernismo visto pela antropologia. É de extrema importância e relevância estudar a teoria marxista e o pós-modernismo, pois é um excelente estudo na concepção do ser humano, uma vez que é preciso refletir um pouco sobre a antropologia marxista, suas causas e seus efeitos, suas vantagens e seus inconvenientes, e entender que a pós modernidade, na verdade, não é uma corrente única, mas sim uma combinação de diversas tendências, e que está em vigor até os dias atuais, promovendo uma nova forma de se fazer arte. Para a efectivação do trabalho, recorremos ao uso de métodos bibliográficos e web. 2 ESCOLA DA ANTROPOLOGIA E SEU CONTEXTO SÓCIO HISTÓRICO - TEORIA MARXISTA NA ANTROPOLOGIA E PÓS MODERNISMO TEORIA MARXISTA NA ANTROPOLOGIA MARXISMO O marxismo é um dos sistemas de pensamento que mais influenciaram o Século XX e exerce uma grande influência ainda hoje. No contexto do pensamento social, o marxismo desenvolveu conceitos como luta de classes, ideologia, alienação, mais valia, proletariado, fetichismo, socialismo e comunismo. O marxismo pode ser entendido como um conjunto de ideias desenvolvidas a partir das obras de Karl Marx e Friedrich Engels e que causaram grande impacto no mundo todo. Filho de judeus convertidos ao protestantismo, Karl Marx (1818–1883) é natural da Renânia na Prussia (oeste da atual Alemanha). Completou seus estudos secundários aos 17 anos e aos 23 anos defende sua tese de doutorado em Filosofia, tendo passado pelas universidades de Bomn, Berlin e Jena. Na filosofia, toma contato com o pensamento de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770–1831), que tem uma influência decisiva no seu pensamento. Como corrente teórica, o marxismo oferece um método específico para a análise social de alguns aspectos da sociedade moderna, especialmente aqueles ligados aos conflitos de classe e a organização produtiva. O marxismo é uma teoria sobre a evolução da sociedade que pretende explicar cientificamente o capitalismo. Além disso, também se apresenta como uma corrente política voltada para a transformação radical da ordem socioeconômica. O termo “marxismo” só passou a ser utilizado anos após a morte de Marx e agrega pensamentos distintos e, as vezes, até discordantes. Vejamos alguns pontos de comum acordo entre os marxistas. As contínuas mudanças na sociedade só podem ser explicadas quando compreendemos a forma como os seres humanos, em um determinado tempo histórico, produzem aquilo que lhes é necessário para viver. Isso é, a forma como nos 3 organizamos coletivamente para sanar nossas necessidades (de comer, estudar ou vestir-se, por exemplo) é fundamental para compreender outros aspectos de organização da sociedade. Por isso, para Marx, captar as dinâmicas do modo de produção capitalista e as relações entre as classes sociais é fundamental para entender a organização política e as ideias dominantes de nossa época. Essa metodologia de análise social, própria do marxismo, foi batizada de materialismo histórico dialético. Para os marxistas, a sociedade moderna está marcada por interesses antagônicos, isso é, inconciliáveis, entre as classes que possuem e as que não possuem os meios de produção – tudo aquilo que é necessário para trabalhar: como as ferramentas, o espaço ou a matéria-prima. As classes despossuídas não tem outra fonte de subsistência senão a venda de sua própria força de trabalho, o que faz com que se tornem empregadas das classes que detém os meios de produção. A existência de interesses antagônicos gera conflitos, que ficam especialmente explícitos em episódios de greve e mobilizações por aumento de salários ou pela ampliação dos direitos trabalhistas. Esses conflitos entre as classes sociais, para o marxismo, é central para compreender a própria história da humanidade. O marxismo se coloca como uma teoria voltada para a ação. Suas perspectivas se articulam de forma a criticar o sistema econômico desde o ponto de vista do trabalhador e indicando a necessidade de melhoria das condições de vida dos trabalhadores, que geralmente são a maior parte da população. Nesse sentido, o marxismo estabelece a indispensabilidade de uma ruptura com o capitalismo rumo a adoção de um sistema político-econômico mais generoso, que rompa com as desigualdades sociais. Como seria esse sistema e de que forma chegaríamos até ele é objeto de larga discussão e discordância entre os teóricos.O fundamental aqui, é a rejeição de teorias sociais que não estejam orientadas para a ação de mudança. É um método de análise socioeconômica sobre as relações de classe e conflito social, que utiliza uma interpretação materialista do desenvolvimento histórico e uma visão dialética de transformação social. A metodologia marxista utiliza inquéritos econômicos e sociopolíticos e que se aplica à crítica e análise do desenvolvimento do 4 capitalismo e o papel da luta de classes na mudança econômica sistêmica. Na segunda metade do século XIX, os princípios intelectuais do marxismo foram inspirados por eles: Karl Marx e Friedrich Engels. Análises e metodologias marxistas influenciaram várias ideologias políticas e movimentos sociais. O marxismo engloba uma teoria econômica, uma teoria sociológica, um método filosófico e uma visão revolucionária de mudança social. O marxismo desenvolveu-se em diferentes ramos e escolas de pensamento. Algumas vertentes colocam uma maior ênfase em determinados aspectos do marxismo clássico, enquanto rejeitam ou tiram a ênfase de outros aspectos do marxismo, às vezes combinando a análise marxista com conceitos não marxistas. Outras variantes do marxismo veem algumas de suas características como uma força determinante no desenvolvimento social como modo de produção, de classe, relações de poder ou propriedade, enquanto discutem outros aspectos como menos importantes ou irrelevantes. Apesar de compartilhar premissas semelhantes, as diferentes escolas de pensamento do marxismo podem chegar a conclusões contraditórias entre si. Por exemplo, diferentes economistas marxistas têm explicações contraditórias de crise econômica e previsões diferentes para o resultado de tais crises. Apesar de ter ganhado muita visibilidade por conta da Revolução Russa e da instauração da URSS, o marxismo foi usado de forma tosca nesse processo, apresentando uma versão ortodoxa e pretensiosa demais (que certamente seria reprovada pelo próprio Karl Marx). A crítica a perspectiva soviética foi apresentada por marxistas críticos, que admitiram os limites de sua teoria e buscaram novas interpretações menos ortodoxas para a obra de Marx e Engels, adaptando-as para compreender questões contemporâneas. MARXISMO NA ANTROPOLOGIA É comum dentro dos debates antropológicos a advertência de que o marxismo não poderia servir como teoria útil para a Antropologia, devido a um suposto carácter economicista-reducionista. Importante ressaltar que esta negativa está muito 5 relacionado à influência do pensamento pós-moderno nas últimas décadas, e não generalizado na história da Antropologia. Primeiramente, considerando que a caricatura stalinista do marxismo lhe deu uma visão evolucionista e mecânica, a antropologia também não esteve salva das contaminações evolucionistas, positivistas, economicistas e etc. O seu desenvolvimento, principalmente na chamada antropologia econômica, possui uma convivência com as teorias utilitaristas e com a concepção burguesa de homo economicus. Estas noções surgiram no bojo dos clássicos da economia política e com a escola neoclássica ganhou a forma de uma tendência universal da prática humana. O homem seria entendido sempre com uma tendência de maximizar os fins e reduzir os meios, buscar o prazer e fugir da dor. O homo economicus seria uma concepção universal que transpassa distintas realidades sociais e os momentos históricos. Desse ponto de vista, o homem é sempre um animal calculista, que se satisfaz pelo mercado, guia-se pelo valor de uso dos produtos. O Marxismo, em compensação, foi a teoria que surgiu contra a naturalização destas categorias capitalistas. Toda a crítica da economia política de Marx implica em um radical combate à a-historização das categorias da economia-política burguesa, mostrando por um lado seu carácter ideológico, e por outro seu carácter efêmero, transitório. Em segundo lugar, a Antropologia precisou de um longo e tortuoso caminho para se livrar das categorias econômicas burguesas e do próprio evolucionismo. Na nossa opinião, para desgosto dos pós modernos, Franz Boas não é o único responsável por essa separação. O contato da Antropologia com o Marxismo contribuiu muito para isso, com o mérito de não descartar a reflexão econômica e se debruçar sobre a ecologia, técnicas e relações produtivas. Em diversos países, muitos antropólogos se valeram do arcabouço marxista para entender sociedades não capitalistas e sociedade camponesas. Não somente a escola estruturalista francesa, da segunda metade do século XX, com Godelier e Meillaseux são exemplos, mas também, na primeira metade deste século (período de surgimento da Antropologia moderna) Leslie White, Este influenciou uma 6 geração de antropólogos simpáticos ao marxismo, como Marshal Sahlins (antes de seu acerto de contas em "Caltura e Razão Prática"), Erick Wolf e Elman Service. Segundo Antropólogo Mauro Almeida, mesmo a antropologia estrutural-funcionalista de Malinowski e Radcliffe-Brown possuia certa correspondência com os preceitos da Ideologia Alemã, ao priorizar tanto a vida econômica quanto as relações de parentesco, e os sistemas políticos que dela emergem, como estruturas. Na segunda metade do século XX Max Gluckman, e a escola de Manchester, criticou a falta de dinamicidade das teorias e análises antropológicas anteriores tomando os conceitos de contradições estruturais, conflitos e revolução. E, novamente, nos Estados Unidos, Michael Taussig se influenciava pelas leituras marxianas das sociedades pré- capitalistas e pelas análises sobre história de Walter Benjamin. Mesmo o surgimento da antropologia estrutural-simbólica não descartou o marxismo, como o senso comum acadêmico atual. Lévi-Strauss, além de "beber" muito do próprio Marx para suas diferenciações de mudanças históricas, afirmou que o estruturalismo seria uma teoria da superestrutura que não invalidava a tese da determinação em última instância da superestrutura pela estrutura. É evidente que para um destes testes contactos da Antropologia com o Marxismo cabe uma infinidade de debates: a-historicidade, alguns traços positivistas e uma concepção ainda utilitarista de cultura (pelo menos em Malinowski) do estrutural funcionalismo; o mecanicismo e neo-evolucionismo da escola norte-americana; as influências de um marxismo social-democrata, reformista, nas análises de Mauss; a inflação gnoseológica do estruturalismo; o teoricismo althusseriano de Godelier; recusa de Meilassoux em compreender relações de parentesco como relações de produção sua expansão do conceito de classe para as mulheres nas sociedades sem Estado. Porém estes contatos são importantes para contrapormos a recusa de qualquer relação entre Marxismo e Antropologia e para afirmamos: a noção de "crítica da economia política" continua um ponto-chave para compreensão das dinâmicas sociais, e a Antropologia precisou deste diálogo para escapar da naturalização dos conceitos econômicos burgueses. 7 Por outro lado o desenvolvimento do marxismo também se nutriu da Antropologia nascente e da reflexão sobre "o outro" (aqui, no sentido de povos não capitalistas). Ainda que a reflexão guia do marxismo seja o desenvolvimento histórico do capitalismo e seu funcionamento, sua exposição madura necessitou de uma ampla apropriação, principalmente das pesquisas de Morgan e outros precursores da etnografia como John Budd Phear, Georg Maurer e John Lubbock. Marx e Engels encontraram em Morgan exposições empíricas sobre a transitoriedade do estado e das classes sociais também a correspondência entre produção material e do Estado e formações sociais e políticas exposto como teoria em “A Ideologia Alemã”. Outra afinidade marxiana com o pensamento antropológico nascente foi a valorização de certos traços das comunidades ditas primitivas.Marx debruçou muitas anotações elogiosas sobre a democracia gentílica dos iroqueses descrita por Morgan. A segunda relação que podemos estabelecer entre o mundo não civilizado e o pensamento marxiano é a relação histórica entre europeus e não europeus, colonizadores e colonizados, como condição de surgimento do capitalismo. O processo de acumulação primitiva de capital implicou por um lado a separação violenta do camponês do dos seus meios de produção na Europa, e por outro a espoliação massiva do resto do mundo e do trabalho das populações não europeia. Lévi-Strauss ainda afirma que uma das inovações marxistas sobre a relação entre "civilizados e não civilizados" é o reconhecimento das inovações técnicas das sociedades antigas, sem as quais o mundo ocidental não seria possível. PÓS-MODERNISMO A pós-modernidade é um conceito da sociologia histórica que designa a condição sociocultural e estética dominante após a queda do Muro de Berlim (1989), o colapso da União Soviética e a crise das ideologias nas sociedades ocidentais no final do século XX, com a dissolução da referência à razão como uma garantia de possibilidade de compreensão do mundo através de esquemas totalizantes. Também conhecido como pós-industrial, o movimento pós-modernista vem acontecendo desde o fim do Modernismo e é uma expressão usada para designar as mudanças que a ciência, as artes e a sociedade sofreram dos anos ‘50 para cá. Caracterizado pela 8 disseminação dos meios de comunicação e da informática, além da influência do universo digital e do apelo consumista, o pós-modernismo é um processo ainda em desenvolvimento que cultua a individualização, a liberação dos medos e preconceitos, além da liberdade de expressão, da tecnologia e da facilidade da comunicação. USO DO TERMO Pós-modernidade é o estado ou condição de ser pós-moderno depois ou em reação àquilo que é moderno, como na arte pós-moderna. A modernidade é definida como um período ou condição largamente identificado com a Revolução Industrial, a crença no progresso e nos ideais do Iluminismo. Em Filosofia e na Teoria Crítica, pós- modernidade refere-se ao estado ou condição da sociedade existir depois da modernidade – uma condição histórica que marca o fim da modernidade. Essa concepção é assumida pelos filósofos Jean-François Lyotard e Jean Baudrillard. O uso do termo se tornou corrente embora haja controvérsias quanto ao seu significado e a sua pertinência. Algumas escolas de pensamento situam sua origem no alegado esgotamento do projeto moderno, que dominou a estética e a cultura até final do século XX. O relacionamento entre a pós-modernidade e a Teoria Crítica, a Sociologia e a Filosofia é ferozmente contestado, e os termos "pós-modernidade" e "pós-modernismo" são difíceis de distinguir, sendo o primeiro muitas vezes o resultado do posterior. GÊNESE HISTÓRICA DA PÓS-MODERNIDADE A segunda metade do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias de comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos conceitos sobre a humanidade e seus aspectos, constituídas no século XV e consolidadas no século 9 XVIII. A Modernidade surgida nesse período é criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na Verdade, alcançável pela Razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir estes paradigmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes. Estes serviriam de base para o período que se tenta anunciar - no pensamento, na ciência e na tecnologia de superação da Modernidade. Seria, então, o primeiro período histórico a já nascer batizado: a pós-modernidade. Um movimento cultural de mudanças expressivas em vários segmentos sociais. Houve modificações nas artes, na filosofia, na sociologia, como também na ciência. Sacudido pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o mundo ansiava por mudanças significativas. O Movimento Modernista já não respondia mais a esses anseios sociais. Esse conceito de pós-moderno criado em 1945 foi modificado nos anos 1960, numa segunda fase. Aqui ele foi marcado pelo surgimento da internet, assim como da Era Digital. Alguns autores, assim como Lyotard e Baudrillard, acreditam que a modernidade terminou no final do século XX e apesar de ter definido um período subsequente a modernidade, nomeado pós-modernidade, enquanto outros, tais como Bauman e Giddens, estenderiam a modernidade para cobrir o desenvolvimentos denotados pela pós-modernidade, outros ainda afirmam que a modernidade terminou com a Era Vitoriana em 1900. ETAPAS HISTÓRICAS A CAMINHO DO PÓS-MODERNISMO Gellner vê duas ou três grandes etapas na evolução do tipo de pensamento que culminaria no Pós-Modernismo. Para compreender o Pós-Modernismo há que compreender a evolução do marxismo. 1. Marxismo teórico 2. Marxismo na prática, tal como este foi vivido na União Soviética. 3. Escola de Frankfurt 10 No fundo, as linhas da árvore genealógica do Pós-Modernismo são traçadas ao longo da evolução do Marxismo, da teoria para a sua aplicação prática (e os sinais do seu fracasso). Comecemos pela raiz. MARXISMO Segundo alguns estudiosos, o pós-modernismo teria origem no marxismo. Trata-se de uma posição polêmica, já que o marxismo é uma filosofia materialista segundo a qual as forças de produção são determinantes das estruturas sociais. Ainda por cima, o marxismo afirmava-se científico enquanto os intelectuais pós-modernos colocam em questão precisamente a possibilidade de se chegar a uma visão única. O MARXISMO REAL-EXISTENTE "Com a passagem do tempo, e especialmente após o estabelecimento da União Soviética, a quantidade de criticismo hostil que necessitava de ser explicado, cresceu a um novo ritmo e a proporção do Marxismo que consistia nas explicações denunciando os críticos do Marxismo aumentou correspondentemente. O marxismo quase se tornou uma espécie de tema especial cuja ocupação era a desilusão das construções-de-mundo dos outros". No entanto, nesta fase, os marxistas acreditam ainda numa verdade única, que eles próprios detinham, como é óbvio. Os críticos falhavam em alcançá-la, por culpa própria. A ESCOLA DE FRANKFURT Com o fim do Estalinismo, as reformas de Khrushchov e a crescente dúvida no empreendimento comunista, o panorama tinha evoluído num sentido ainda mais radical (e absurdo, para alguns). "Toda esta tendência foi desenvolvida ainda mais por um movimento influente que já não se encontrava ligado ao comunismo internacional e desde logo se encontrava livre da obrigação da defesa do balanço do marxismo aplicado na prática - o 11 movimento filosófico conhecido como a Escola de Frankfurt e a sua chamada Teoria Crítica. A escola de Frankfurt tinha muitos traços em comum com os marxistas do partido, dado que explicava ao lado das visões dos seus opositores; mas havia uma diferença interessante. Os marxistas da velha guarda não se opunham à noção de objectividade como tal, eles apenas argumentavam que os seus oponentes tinham falhado em serem genuinamente objectivos, meramente tinham fingido observar as normas da objectividade cientifica, quando na verdade serviam e eram guiados pelos seus interesses de classe. FASES DA PÓS-MODERNIDADE A pós-modernidade tem passado por duas fases relativamente distintas: a primeira, começando em 1950 e terminando com a Guerra Fria (quando a mídia analógica com a banda limitada era monopolizada por grupos estatais de mídia autoritários) e a segunda começou no início do fim da Guerra Fria (marcado pela popularização da televisão à cabo e a"nova mídia" baseada em significados digitais de disseminação de informação e transmissão). Foi uma fase de inquietação intelectual. A segunda fase da pós-modernidade é definida pela "digitalidade" - o aumento do poder individual e a descentralização digital através dos meios de comunicação (máquinas de fax, modems, cabo e internet de alta velocidade) que alteraram a condição da pós-modernidade dramaticamente: produção digital de informação passa a permitir que indivíduos selecionem e manipulem virtualmente todo aspecto do ambiente da mídia. Isso tem levado produtores e consumidores a conflitos relacionados ao capital intelectual e vem permitindo a criação de uma nova economia defendida como sendo capaz de alterar fundamentalmente a sociedade devido à queda drástica dos custos gerados pela criação da informação, ou seja, a segunda Fase Pós-Modernista se inicia com grandes inventos tecnológicos, assim como modificações sociais, artísticas e até arquitetônicas, a internet conecta pessoas e encurta distâncias, só que junto vem o individualismo e o consumismo. 12 Começou-se a discutir que a digitalidade ou o que Esther Dyson referiu-se ser como "ser digital", tem emergido como uma condição separada da pós-modernidade. Aqueles mantendo essa posição discutem que a habilidade de manipular itens da cultura popular, a World Wide Web (www), o uso de engenharias de busca para indexar conhecimento e telecomunicações foram produzindo uma "convergência" na qual seria marcada pelo surgimento da "cultura participatória” nas palavras de henry Jenskins e o uso de aparelhos de mídia, tais como iPods da Apple. O período tem tido diversas ramificações políticas: suas "ideias anti-ideológicas" parecem ter sido positivamente associadas com o movimento feminista, aos movimentos de igualdade racial e a favor dos direitos dos homossexuais, a maioria das formas do anarquismo do final do século XX, de movimentos pacifistas e vários híbridos destes com os atuais movimentos antiglobalização. Apesar de nenhuma dessas instituições abarcarem inteiramente todos aspectos do Movimento Pós- Moderno, todos eles refletiram ou pegaram emprestado alguma de suas ideias mais centrais. CARACTERÍSTICAS DO PÓS-MODERNISMO As principais características do movimento pós-moderno são a ausência de valores e regras, imprecisão, individualismo, pluralidade, mistura do real e do imaginário (hiper- real), produção em série, espontaneidade e liberdade de expressão. Oposto ao modernismo, racionalismo, ciência e aos valores burgueses, podemos considerar o pós-modernismo como uma combinação de várias tendências. Essas tendências vigoram até hoje nas artes (plásticas, arquitetura, literatura), filosofia, política e no âmbito social. A 2ª Fase desse movimento foi pega em cheio pelos intensos avanços tecnológicos. Com a entrada na Era Digital, as pessoas se abstraíram, tornaram-se mais individualistas e integradas à globalização. A TENDÊNCIA À DIVERSIDADE Essas tendências vigoram ainda nas artes, posto que influenciam na literatura, nas artes plásticas e até na arquitetura. Mas também há influência na política, como 13 também no âmbito social. A arte no Pós-Modernismo não é pura, mas influenciada pela ampla variedade de estilos. Inexistem as diferenciações de gêneros no sexo, por isso essa mistura abstrata. A sociedade está despida de qualquer formalismo, tanto no trajar, quanto no linguajar. E essa informalidade reflete obviamente na maneira de o artista se expressar. O Pós-modernismo que surge a partir dos anos 1960 logo é alcançado pelo avanço da tecnologia digital. Com a internacionalização da Internet, os relacionamentos são abstratos, uma vez que reduziram os contatos físicos. Nos momentos de lazer, não se veem mais leitores de livros, mas sim frequentadores de redes sociais. Os textos são curtos e displicentes, a arte é descartável e efêmera. Até a arquitetura é marcada pela praticidade, em detrimento da beleza. O individualismo, nascido com o Modernismo, foi acrescentado de um exagero narcisista que desfaz princípios, regras, valores, práticas e realidades, promovendo a desreferencialização e a dessubstancialização das pessoas. O hiper-real que caracteriza o pós-modernismo fascina, pois é o real, mas intensificado no que se trata de cores, tamanho e propriedades, exagerando expectativas e gerando imagens sedutoras, mas é um ambiente que não informa sobre o mundo, mas o refaz. Isso pode causar um choque e perturbação nos homens da atualidade, uma vez que torna, em determinado momento, difícil a diferenciação entre a realidade e a ficção. 14 CONCLUSÃO Com a realização do trabalho concluímos que, a relação entre o Marxismo e a Antropologia tem sido frutífera e muitas vezes antagônica. Existem várias fases distintas que podem ser descritas, há os próprios escritos de Marx e Engels sobre temas antropológicos que formaram a base de muitas investigações auto conscientemente ortodoxas na antropologia oficial russa e chinesa. Entendemos também, que a grande troca de bens imateriais – informação e serviços – além da imposição da mentalidade relativista são as principais características do período que vivemos atualmente, o pós-modernismo. Essa fase está diretamente ligada à globalização, já que o consumismo, utilizando-se dos meios de comunicação e da indústria da cultura, pretende inserir todas as culturas em um único mecanismo. Com muitas inovações políticas, técnicas, sociais, artísticas e literárias, o pós-modernismo opõe-se ao Modernismo. Essa época atual mostra a capacidade de consumo, além da capacidade de rir levianamente de tudo, encarando o mundo como ausente de valores e do sentido para a vida. 15 BIBLIOGRAFIA ALTHUSSER, Louis et Badiou, Alain (1979). Materialismo histórico e materialismo dialético São Paulo, Global Editora. BOTTOMORE, Tom (editor). Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. CARVALHO, E. de A. Marxismo e antropologia: a constituição de uma possibilidade teórica. Estudos Goianenses, 70(3/4): 213-6, 1982. CONHECIMENTO CIENTÍFICO, Pós-Modernismo. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/pos-modernismo/>. Acesso em 5 de julho 2019. ESQUERDA DIÁRIO, Marxismo e Antropologia. Disponível em: http://www.esquerdadiario.com.br/Marxismo-e-Antropologia>. Acesso em 5 de julho 2019. ESTUDO PRÁTICO, Pós-Modernismo. Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/pos-modernismo/>. Acesso em 5 de julho 2019. GODELIER, M. Anthropologie et economie. In: Horizons: trajeis marxistes en anthropologie. Paris, Maspero, 1973. p. 13-82
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