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Escola da Antropologia e seu contexto sócio histórico

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS 
CURSO DE PSICOLOGIA CLÍNICA 
 
 
 
 
 
Teoria Marxista na Antropologia e Pós-Modernismo 
 
 
 
 
 Leopordina de A. Paulo Inlitxe 
 
 Liedson Correia de Souza 
 
 Rafaela Paulo Rodriguês 
 
 Zaida Rúben Malhope 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Beira, Julho de 2019 
 
 
 
Trabalho de carácter investigativo da cadeira 
de Antropologia curso de Licenciatura em 
Psicologia Clínica, 1º ano – período Laboral. 
Sobre a orientação da docente. 
 
 Leopordina de A. Paulo Inlitxe 
 
 Liedson Correia de Souza 
 
 Rafaela Paulo Rodriguês 
 
 Zaida Rúben Malhope 
 
 
 
 
Teoria Marxista na Antropologia e Pós-Modernismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Docente: 
 Drª.: Maria da Glória 
 
 
 
 
 
 
 
 
Beira, Julho de 2019. 
 
 
ÍNDICE 
 
Introdução ....................................................................................................................... 1 
Escola da Antropologia e seu contexto sócio histórico - Teoria Marxista na 
antropologia e Pós Modernismo .................................................................................. 2 
Teoria Marxista na antropologia .................................................................................. 2 
Marxismo ..................................................................................................................... 2 
Marxismo na Antropologia ............................................................................................ 4 
Pós-Modernismo ............................................................................................................ 7 
Uso do termo .............................................................................................................. 8 
Gênese histórica da pós-modernidade ...................................................................... 8 
Etapas históricas a caminho do Pós-Modernismo ............................................... 9 
Marxismo ................................................................................................................... 10 
O Marxismo real-existente ..................................................................................... 10 
A Escola de Frankfurt .............................................................................................. 10 
Fases da pós-modernidade ....................................................................................... 11 
Características do Pós-Modernismo ......................................................................... 12 
A tendência à diversidade .......................................................................................... 12 
Conclusão ..................................................................................................................... 14 
Bibliografia .................................................................................................................... 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como tema a “Teoria Marxista na Antropologia e Pós-
modernismo”, que tem o seu contexto sócio histórico enquadrado nas Escolas da 
Antropologia. O Objectivo geral é demonstrar a visão marxista e os impactos do pós-
modernismo visto pela antropologia. É de extrema importância e relevância estudar a 
teoria marxista e o pós-modernismo, pois é um excelente estudo na concepção do ser 
humano, uma vez que é preciso refletir um pouco sobre a antropologia marxista, suas 
causas e seus efeitos, suas vantagens e seus inconvenientes, e entender que a pós 
modernidade, na verdade, não é uma corrente única, mas sim uma combinação de 
diversas tendências, e que está em vigor até os dias atuais, promovendo uma nova 
forma de se fazer arte. Para a efectivação do trabalho, recorremos ao uso de métodos 
bibliográficos e web. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
ESCOLA DA ANTROPOLOGIA E SEU CONTEXTO SÓCIO HISTÓRICO - TEORIA 
MARXISTA NA ANTROPOLOGIA E PÓS MODERNISMO 
 
TEORIA MARXISTA NA ANTROPOLOGIA 
 
MARXISMO 
 
O marxismo é um dos sistemas de pensamento que mais influenciaram o Século XX 
e exerce uma grande influência ainda hoje. No contexto do pensamento social, o 
marxismo desenvolveu conceitos como luta de classes, ideologia, alienação, mais 
valia, proletariado, fetichismo, socialismo e comunismo. 
 
O marxismo pode ser entendido como um conjunto de ideias desenvolvidas a partir 
das obras de Karl Marx e Friedrich Engels e que causaram grande impacto no mundo 
todo. Filho de judeus convertidos ao protestantismo, Karl Marx (1818–1883) é natural 
da Renânia na Prussia (oeste da atual Alemanha). Completou seus estudos 
secundários aos 17 anos e aos 23 anos defende sua tese de doutorado em Filosofia, 
tendo passado pelas universidades de Bomn, Berlin e Jena. Na filosofia, toma contato 
com o pensamento de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770–1831), que tem uma 
influência decisiva no seu pensamento. 
 
 Como corrente teórica, o marxismo oferece um método específico para a análise 
social de alguns aspectos da sociedade moderna, especialmente aqueles ligados aos 
conflitos de classe e a organização produtiva. O marxismo é uma teoria sobre a 
evolução da sociedade que pretende explicar cientificamente o capitalismo. Além 
disso, também se apresenta como uma corrente política voltada para a transformação 
radical da ordem socioeconômica. O termo “marxismo” só passou a ser utilizado anos 
após a morte de Marx e agrega pensamentos distintos e, as vezes, até discordantes. 
Vejamos alguns pontos de comum acordo entre os marxistas. 
 
As contínuas mudanças na sociedade só podem ser explicadas quando 
compreendemos a forma como os seres humanos, em um determinado tempo 
histórico, produzem aquilo que lhes é necessário para viver. Isso é, a forma como nos 
 
3 
 
organizamos coletivamente para sanar nossas necessidades (de comer, estudar ou 
vestir-se, por exemplo) é fundamental para compreender outros aspectos de 
organização da sociedade. Por isso, para Marx, captar as dinâmicas do modo de 
produção capitalista e as relações entre as classes sociais é fundamental para 
entender a organização política e as ideias dominantes de nossa época. Essa 
metodologia de análise social, própria do marxismo, foi batizada de materialismo 
histórico dialético. 
 
Para os marxistas, a sociedade moderna está marcada por interesses antagônicos, 
isso é, inconciliáveis, entre as classes que possuem e as que não possuem os meios 
de produção – tudo aquilo que é necessário para trabalhar: como as ferramentas, o 
espaço ou a matéria-prima. As classes despossuídas não tem outra fonte de 
subsistência senão a venda de sua própria força de trabalho, o que faz com que se 
tornem empregadas das classes que detém os meios de produção. A existência de 
interesses antagônicos gera conflitos, que ficam especialmente explícitos em 
episódios de greve e mobilizações por aumento de salários ou pela ampliação dos 
direitos trabalhistas. Esses conflitos entre as classes sociais, para o marxismo, é 
central para compreender a própria história da humanidade. 
 
O marxismo se coloca como uma teoria voltada para a ação. Suas perspectivas se 
articulam de forma a criticar o sistema econômico desde o ponto de vista do 
trabalhador e indicando a necessidade de melhoria das condições de vida dos 
trabalhadores, que geralmente são a maior parte da população. Nesse sentido, o 
marxismo estabelece a indispensabilidade de uma ruptura com o capitalismo rumo a 
adoção de um sistema político-econômico mais generoso, que rompa com as 
desigualdades sociais. Como seria esse sistema e de que forma chegaríamos até ele 
é objeto de larga discussão e discordância entre os teóricos.O fundamental aqui, é a 
rejeição de teorias sociais que não estejam orientadas para a ação de mudança. 
 
É um método de análise socioeconômica sobre as relações de classe e conflito social, 
que utiliza uma interpretação materialista do desenvolvimento histórico e uma visão 
dialética de transformação social. A metodologia marxista utiliza inquéritos 
econômicos e sociopolíticos e que se aplica à crítica e análise do desenvolvimento do 
 
4 
 
capitalismo e o papel da luta de classes na mudança econômica sistêmica. Na 
segunda metade do século XIX, os princípios intelectuais do marxismo foram 
inspirados por eles: Karl Marx e Friedrich Engels. Análises e metodologias marxistas 
influenciaram várias ideologias políticas e movimentos sociais. O marxismo engloba 
uma teoria econômica, uma teoria sociológica, um método filosófico e uma visão 
revolucionária de mudança social. 
 
O marxismo desenvolveu-se em diferentes ramos e escolas de pensamento. Algumas 
vertentes colocam uma maior ênfase em determinados aspectos do marxismo 
clássico, enquanto rejeitam ou tiram a ênfase de outros aspectos do marxismo, às 
vezes combinando a análise marxista com conceitos não marxistas. Outras variantes 
do marxismo veem algumas de suas características como uma força determinante no 
desenvolvimento social como modo de produção, de classe, relações de poder ou 
propriedade, enquanto discutem outros aspectos como menos importantes ou 
irrelevantes. Apesar de compartilhar premissas semelhantes, as diferentes escolas de 
pensamento do marxismo podem chegar a conclusões contraditórias entre si. Por 
exemplo, diferentes economistas marxistas têm explicações contraditórias de crise 
econômica e previsões diferentes para o resultado de tais crises. 
 
Apesar de ter ganhado muita visibilidade por conta da Revolução Russa e da 
instauração da URSS, o marxismo foi usado de forma tosca nesse processo, 
apresentando uma versão ortodoxa e pretensiosa demais (que certamente seria 
reprovada pelo próprio Karl Marx). A crítica a perspectiva soviética foi apresentada 
por marxistas críticos, que admitiram os limites de sua teoria e buscaram novas 
interpretações menos ortodoxas para a obra de Marx e Engels, adaptando-as para 
compreender questões contemporâneas. 
 
MARXISMO NA ANTROPOLOGIA 
 
É comum dentro dos debates antropológicos a advertência de que o marxismo não 
poderia servir como teoria útil para a Antropologia, devido a um suposto carácter 
economicista-reducionista. Importante ressaltar que esta negativa está muito 
 
5 
 
relacionado à influência do pensamento pós-moderno nas últimas décadas, e não 
generalizado na história da Antropologia. 
 
Primeiramente, considerando que a caricatura stalinista do marxismo lhe deu uma 
visão evolucionista e mecânica, a antropologia também não esteve salva das 
contaminações evolucionistas, positivistas, economicistas e etc. O seu 
desenvolvimento, principalmente na chamada antropologia econômica, possui uma 
convivência com as teorias utilitaristas e com a concepção burguesa de homo 
economicus. Estas noções surgiram no bojo dos clássicos da economia política e com 
a escola neoclássica ganhou a forma de uma tendência universal da prática humana. 
O homem seria entendido sempre com uma tendência de maximizar os fins e reduzir 
os meios, buscar o prazer e fugir da dor. O homo economicus seria uma concepção 
universal que transpassa distintas realidades sociais e os momentos históricos. Desse 
ponto de vista, o homem é sempre um animal calculista, que se satisfaz pelo mercado, 
guia-se pelo valor de uso dos produtos. O Marxismo, em compensação, foi a teoria 
que surgiu contra a naturalização destas categorias capitalistas. Toda a crítica da 
economia política de Marx implica em um radical combate à a-historização das 
categorias da economia-política burguesa, mostrando por um lado seu carácter 
ideológico, e por outro seu carácter efêmero, transitório. 
 
Em segundo lugar, a Antropologia precisou de um longo e tortuoso caminho para se 
livrar das categorias econômicas burguesas e do próprio evolucionismo. Na nossa 
opinião, para desgosto dos pós modernos, Franz Boas não é o único responsável por 
essa separação. O contato da Antropologia com o Marxismo contribuiu muito para 
isso, com o mérito de não descartar a reflexão econômica e se debruçar sobre a 
ecologia, técnicas e relações produtivas. Em diversos países, muitos antropólogos se 
valeram do arcabouço marxista para entender sociedades não capitalistas e 
sociedade camponesas. 
 
Não somente a escola estruturalista francesa, da segunda metade do século XX, com 
Godelier e Meillaseux são exemplos, mas também, na primeira metade deste século 
(período de surgimento da Antropologia moderna) Leslie White, Este influenciou uma 
 
6 
 
geração de antropólogos simpáticos ao marxismo, como Marshal Sahlins (antes de 
seu acerto de contas em "Caltura e Razão Prática"), Erick Wolf e Elman Service. 
 
Segundo Antropólogo Mauro Almeida, mesmo a antropologia estrutural-funcionalista 
de Malinowski e Radcliffe-Brown possuia certa correspondência com os preceitos da 
Ideologia Alemã, ao priorizar tanto a vida econômica quanto as relações de 
parentesco, e os sistemas políticos que dela emergem, como estruturas. Na segunda 
metade do século XX Max Gluckman, e a escola de Manchester, criticou a falta de 
dinamicidade das teorias e análises antropológicas anteriores tomando os conceitos 
de contradições estruturais, conflitos e revolução. E, novamente, nos Estados Unidos, 
Michael Taussig se influenciava pelas leituras marxianas das sociedades pré-
capitalistas e pelas análises sobre história de Walter Benjamin. Mesmo o surgimento 
da antropologia estrutural-simbólica não descartou o marxismo, como o senso comum 
acadêmico atual. Lévi-Strauss, além de "beber" muito do próprio Marx para suas 
diferenciações de mudanças históricas, afirmou que o estruturalismo seria uma teoria 
da superestrutura que não invalidava a tese da determinação em última instância da 
superestrutura pela estrutura. 
 
É evidente que para um destes testes contactos da Antropologia com o Marxismo 
cabe uma infinidade de debates: a-historicidade, alguns traços positivistas e uma 
concepção ainda utilitarista de cultura (pelo menos em Malinowski) do estrutural 
funcionalismo; o mecanicismo e neo-evolucionismo da escola norte-americana; as 
influências de um marxismo social-democrata, reformista, nas análises de Mauss; a 
inflação gnoseológica do estruturalismo; o teoricismo althusseriano de Godelier; 
recusa de Meilassoux em compreender relações de parentesco como relações de 
produção sua expansão do conceito de classe para as mulheres nas sociedades sem 
Estado. Porém estes contatos são importantes para contrapormos a recusa de 
qualquer relação entre Marxismo e Antropologia e para afirmamos: a noção de "crítica 
da economia política" continua um ponto-chave para compreensão das dinâmicas 
sociais, e a Antropologia precisou deste diálogo para escapar da naturalização dos 
conceitos econômicos burgueses. 
 
 
7 
 
Por outro lado o desenvolvimento do marxismo também se nutriu da Antropologia 
nascente e da reflexão sobre "o outro" (aqui, no sentido de povos não capitalistas). 
Ainda que a reflexão guia do marxismo seja o desenvolvimento histórico do 
capitalismo e seu funcionamento, sua exposição madura necessitou de uma ampla 
apropriação, principalmente das pesquisas de Morgan e outros precursores da 
etnografia como John Budd Phear, Georg Maurer e John Lubbock. Marx e Engels 
encontraram em Morgan exposições empíricas sobre a transitoriedade do estado e 
das classes sociais também a correspondência entre produção material e do Estado 
e formações sociais e políticas exposto como teoria em “A Ideologia Alemã”. Outra 
afinidade marxiana com o pensamento antropológico nascente foi a valorização de 
certos traços das comunidades ditas primitivas.Marx debruçou muitas anotações 
elogiosas sobre a democracia gentílica dos iroqueses descrita por Morgan. 
 
A segunda relação que podemos estabelecer entre o mundo não civilizado e o 
pensamento marxiano é a relação histórica entre europeus e não europeus, 
colonizadores e colonizados, como condição de surgimento do capitalismo. O 
processo de acumulação primitiva de capital implicou por um lado a separação 
violenta do camponês do dos seus meios de produção na Europa, e por outro a 
espoliação massiva do resto do mundo e do trabalho das populações não europeia. 
Lévi-Strauss ainda afirma que uma das inovações marxistas sobre a relação entre 
"civilizados e não civilizados" é o reconhecimento das inovações técnicas das 
sociedades antigas, sem as quais o mundo ocidental não seria possível. 
 
PÓS-MODERNISMO 
 
A pós-modernidade é um conceito da sociologia histórica que designa a condição 
sociocultural e estética dominante após a queda do Muro de Berlim (1989), o colapso 
da União Soviética e a crise das ideologias nas sociedades ocidentais no final do 
século XX, com a dissolução da referência à razão como uma garantia de 
possibilidade de compreensão do mundo através de esquemas totalizantes. Também 
conhecido como pós-industrial, o movimento pós-modernista vem acontecendo desde 
o fim do Modernismo e é uma expressão usada para designar as mudanças que a 
ciência, as artes e a sociedade sofreram dos anos ‘50 para cá. Caracterizado pela 
 
8 
 
disseminação dos meios de comunicação e da informática, além da influência do 
universo digital e do apelo consumista, o pós-modernismo é um processo ainda em 
desenvolvimento que cultua a individualização, a liberação dos medos e preconceitos, 
além da liberdade de expressão, da tecnologia e da facilidade da comunicação. 
 
USO DO TERMO 
 
Pós-modernidade é o estado ou condição de ser pós-moderno depois ou em reação 
àquilo que é moderno, como na arte pós-moderna. A modernidade é definida como 
um período ou condição largamente identificado com a Revolução Industrial, a crença 
no progresso e nos ideais do Iluminismo. Em Filosofia e na Teoria Crítica, pós-
modernidade refere-se ao estado ou condição da sociedade existir depois da 
modernidade – uma condição histórica que marca o fim da modernidade. Essa 
concepção é assumida pelos filósofos Jean-François Lyotard e Jean Baudrillard. 
 
O uso do termo se tornou corrente embora haja controvérsias quanto ao seu 
significado e a sua pertinência. Algumas escolas de pensamento situam sua origem 
no alegado esgotamento do projeto moderno, que dominou a estética e a cultura até 
final do século XX. O relacionamento entre a pós-modernidade e a Teoria Crítica, a 
Sociologia e a Filosofia é ferozmente contestado, e os termos "pós-modernidade" e 
"pós-modernismo" são difíceis de distinguir, sendo o primeiro muitas vezes o resultado 
do posterior. 
 
GÊNESE HISTÓRICA DA PÓS-MODERNIDADE 
 
A segunda metade do século XX assistiu a um processo sem precedentes de 
mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração 
avassaladora nas tecnologias de comunicação, de artes, de materiais e de genética, 
ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas 
instituições. 
 
De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos conceitos sobre a 
humanidade e seus aspectos, constituídas no século XV e consolidadas no século 
 
9 
 
XVIII. A Modernidade surgida nesse período é criticada em seus pilares fundamentais, 
como a crença na Verdade, alcançável pela Razão, e na linearidade histórica rumo ao 
progresso. Para substituir estes paradigmas, são propostos novos valores, menos 
fechados e categorizantes. Estes serviriam de base para o período que se tenta 
anunciar - no pensamento, na ciência e na tecnologia de superação da Modernidade. 
Seria, então, o primeiro período histórico a já nascer batizado: a pós-modernidade. 
Um movimento cultural de mudanças expressivas em vários segmentos sociais. 
Houve modificações nas artes, na filosofia, na sociologia, como também na ciência. 
Sacudido pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o mundo ansiava por mudanças 
significativas. O Movimento Modernista já não respondia mais a esses anseios sociais. 
Esse conceito de pós-moderno criado em 1945 foi modificado nos anos 1960, numa 
segunda fase. Aqui ele foi marcado pelo surgimento da internet, assim como da Era 
Digital. 
 
Alguns autores, assim como Lyotard e Baudrillard, acreditam que a modernidade 
terminou no final do século XX e apesar de ter definido um período subsequente a 
modernidade, nomeado pós-modernidade, enquanto outros, tais como Bauman e 
Giddens, estenderiam a modernidade para cobrir o desenvolvimentos denotados pela 
pós-modernidade, outros ainda afirmam que a modernidade terminou com a Era 
Vitoriana em 1900. 
 
ETAPAS HISTÓRICAS A CAMINHO DO PÓS-MODERNISMO 
 
Gellner vê duas ou três grandes etapas na evolução do tipo de pensamento que 
culminaria no Pós-Modernismo. Para compreender o Pós-Modernismo há que 
compreender a evolução do marxismo. 
 
1. Marxismo teórico 
2. Marxismo na prática, tal como este foi vivido na União Soviética. 
3. Escola de Frankfurt 
 
 
10 
 
No fundo, as linhas da árvore genealógica do Pós-Modernismo são traçadas ao longo 
da evolução do Marxismo, da teoria para a sua aplicação prática (e os sinais do seu 
fracasso). Comecemos pela raiz. 
 
MARXISMO 
 
Segundo alguns estudiosos, o pós-modernismo teria origem no marxismo. Trata-se 
de uma posição polêmica, já que o marxismo é uma filosofia materialista segundo a 
qual as forças de produção são determinantes das estruturas sociais. Ainda por cima, 
o marxismo afirmava-se científico enquanto os intelectuais pós-modernos colocam em 
questão precisamente a possibilidade de se chegar a uma visão única. 
 
 O MARXISMO REAL-EXISTENTE 
 
"Com a passagem do tempo, e especialmente após o estabelecimento da União 
Soviética, a quantidade de criticismo hostil que necessitava de ser explicado, cresceu 
a um novo ritmo e a proporção do Marxismo que consistia nas explicações 
denunciando os críticos do Marxismo aumentou correspondentemente. O marxismo 
quase se tornou uma espécie de tema especial cuja ocupação era a desilusão das 
construções-de-mundo dos outros". No entanto, nesta fase, os marxistas acreditam 
ainda numa verdade única, que eles próprios detinham, como é óbvio. Os críticos 
falhavam em alcançá-la, por culpa própria. 
 
A ESCOLA DE FRANKFURT 
 
Com o fim do Estalinismo, as reformas de Khrushchov e a crescente dúvida no 
empreendimento comunista, o panorama tinha evoluído num sentido ainda mais 
radical (e absurdo, para alguns). 
 
"Toda esta tendência foi desenvolvida ainda mais por um movimento influente que já 
não se encontrava ligado ao comunismo internacional e desde logo se encontrava 
livre da obrigação da defesa do balanço do marxismo aplicado na prática - o 
 
11 
 
movimento filosófico conhecido como a Escola de Frankfurt e a sua chamada Teoria 
Crítica. 
 
A escola de Frankfurt tinha muitos traços em comum com os marxistas do partido, 
dado que explicava ao lado das visões dos seus opositores; mas havia uma diferença 
interessante. Os marxistas da velha guarda não se opunham à noção de objectividade 
como tal, eles apenas argumentavam que os seus oponentes tinham falhado em 
serem genuinamente objectivos, meramente tinham fingido observar as normas da 
objectividade cientifica, quando na verdade serviam e eram guiados pelos seus 
interesses de classe. 
 
FASES DA PÓS-MODERNIDADE 
 
A pós-modernidade tem passado por duas fases relativamente distintas: a primeira, 
começando em 1950 e terminando com a Guerra Fria (quando a mídia analógica com 
a banda limitada era monopolizada por grupos estatais de mídia autoritários) e a 
segunda começou no início do fim da Guerra Fria (marcado pela popularização da 
televisão à cabo e a"nova mídia" baseada em significados digitais de disseminação 
de informação e transmissão). Foi uma fase de inquietação intelectual. 
 
A segunda fase da pós-modernidade é definida pela "digitalidade" - o aumento do 
poder individual e a descentralização digital através dos meios de comunicação 
(máquinas de fax, modems, cabo e internet de alta velocidade) que alteraram a 
condição da pós-modernidade dramaticamente: produção digital de informação passa 
a permitir que indivíduos selecionem e manipulem virtualmente todo aspecto do 
ambiente da mídia. Isso tem levado produtores e consumidores a conflitos 
relacionados ao capital intelectual e vem permitindo a criação de uma nova economia 
defendida como sendo capaz de alterar fundamentalmente a sociedade devido à 
queda drástica dos custos gerados pela criação da informação, ou seja, a segunda 
Fase Pós-Modernista se inicia com grandes inventos tecnológicos, assim como 
modificações sociais, artísticas e até arquitetônicas, a internet conecta pessoas e 
encurta distâncias, só que junto vem o individualismo e o consumismo. 
 
 
12 
 
Começou-se a discutir que a digitalidade ou o que Esther Dyson referiu-se ser como 
"ser digital", tem emergido como uma condição separada da pós-modernidade. 
Aqueles mantendo essa posição discutem que a habilidade de manipular itens da 
cultura popular, a World Wide Web (www), o uso de engenharias de busca para 
indexar conhecimento e telecomunicações foram produzindo uma "convergência" na 
qual seria marcada pelo surgimento da "cultura participatória” nas palavras de henry 
Jenskins e o uso de aparelhos de mídia, tais como iPods da Apple. 
 
O período tem tido diversas ramificações políticas: suas "ideias anti-ideológicas" 
parecem ter sido positivamente associadas com o movimento feminista, aos 
movimentos de igualdade racial e a favor dos direitos dos homossexuais, a maioria 
das formas do anarquismo do final do século XX, de movimentos pacifistas e vários 
híbridos destes com os atuais movimentos antiglobalização. Apesar de nenhuma 
dessas instituições abarcarem inteiramente todos aspectos do Movimento Pós-
Moderno, todos eles refletiram ou pegaram emprestado alguma de suas ideias mais 
centrais. 
 
CARACTERÍSTICAS DO PÓS-MODERNISMO 
 
As principais características do movimento pós-moderno são a ausência de valores e 
regras, imprecisão, individualismo, pluralidade, mistura do real e do imaginário (hiper-
real), produção em série, espontaneidade e liberdade de expressão. Oposto ao 
modernismo, racionalismo, ciência e aos valores burgueses, podemos considerar o 
pós-modernismo como uma combinação de várias tendências. Essas tendências 
vigoram até hoje nas artes (plásticas, arquitetura, literatura), filosofia, política e no 
âmbito social. A 2ª Fase desse movimento foi pega em cheio pelos intensos avanços 
tecnológicos. Com a entrada na Era Digital, as pessoas se abstraíram, tornaram-se 
mais individualistas e integradas à globalização. 
 
A TENDÊNCIA À DIVERSIDADE 
 
Essas tendências vigoram ainda nas artes, posto que influenciam na literatura, nas 
artes plásticas e até na arquitetura. Mas também há influência na política, como 
 
13 
 
também no âmbito social. A arte no Pós-Modernismo não é pura, mas influenciada 
pela ampla variedade de estilos. Inexistem as diferenciações de gêneros no sexo, por 
isso essa mistura abstrata. A sociedade está despida de qualquer formalismo, tanto 
no trajar, quanto no linguajar. E essa informalidade reflete obviamente na maneira de 
o artista se expressar. 
 
O Pós-modernismo que surge a partir dos anos 1960 logo é alcançado pelo avanço 
da tecnologia digital. Com a internacionalização da Internet, os relacionamentos são 
abstratos, uma vez que reduziram os contatos físicos. Nos momentos de lazer, não 
se veem mais leitores de livros, mas sim frequentadores de redes sociais. Os textos 
são curtos e displicentes, a arte é descartável e efêmera. Até a arquitetura é marcada 
pela praticidade, em detrimento da beleza. 
 
O individualismo, nascido com o Modernismo, foi acrescentado de um exagero 
narcisista que desfaz princípios, regras, valores, práticas e realidades, promovendo a 
desreferencialização e a dessubstancialização das pessoas. O hiper-real que 
caracteriza o pós-modernismo fascina, pois é o real, mas intensificado no que se trata 
de cores, tamanho e propriedades, exagerando expectativas e gerando imagens 
sedutoras, mas é um ambiente que não informa sobre o mundo, mas o refaz. Isso 
pode causar um choque e perturbação nos homens da atualidade, uma vez que torna, 
em determinado momento, difícil a diferenciação entre a realidade e a ficção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
CONCLUSÃO 
 
Com a realização do trabalho concluímos que, a relação entre o Marxismo e a 
Antropologia tem sido frutífera e muitas vezes antagônica. Existem várias fases 
distintas que podem ser descritas, há os próprios escritos de Marx e Engels sobre 
temas antropológicos que formaram a base de muitas investigações auto 
conscientemente ortodoxas na antropologia oficial russa e chinesa. Entendemos 
também, que a grande troca de bens imateriais – informação e serviços – além da 
imposição da mentalidade relativista são as principais características do período que 
vivemos atualmente, o pós-modernismo. Essa fase está diretamente ligada à 
globalização, já que o consumismo, utilizando-se dos meios de comunicação e da 
indústria da cultura, pretende inserir todas as culturas em um único mecanismo. Com 
muitas inovações políticas, técnicas, sociais, artísticas e literárias, o pós-modernismo 
opõe-se ao Modernismo. Essa época atual mostra a capacidade de consumo, além 
da capacidade de rir levianamente de tudo, encarando o mundo como ausente de 
valores e do sentido para a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
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