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EPILEPSIAS -Crise convulsiva: evento clínico consequente à atividade elétrica cerebral anômala, ou seja, manifestação clínica de hiperssincronia da atividade elétrica cerebral -Epilepsia: patologia funcional ou estrutural que cursa com crises epiléticas/convulsivas -Crise provocada: decorrente de situações ou drogas que são conhecidos gatilhos para provoca-los -Crises não provocadas: em indivíduos hígidos, sem qualquer gatilho conhecido ou detectável a sua avaliação inicial -Recorrência da primeira crise: 10-17% (não provocadas); após 2ª crise, >23% recorrem (24h após a primeira crise) -Dois picos: crianças (paralisia cerebral, epilepsia genética) e idosos (>65 anos, lesionais) Classificação: · Início focal · Início generalizado · Início desconhecido -Epilepsia do lobo temporal pode mimetizar síndrome do pânico SÍNDROMES EPILÉPTICAS ESPECÍFICAS 1) SÍNDROME DE WEST -Crise generalizada -Meses até 3 anos -85%: hipóxia perinatal -Clínica: eventos de flexão e extensão que afetam cabeça, tronco e MMSS (adução da cabeça, extensão do pescoço) -EEG característico: hipsarritmia 2) SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT -Vários tipos: generalizadas ou focais, motoras, perceptivas, indeterminadas... -Geralmente após os 4 anos -Retardo DNPM -Refratários aos tratamentos 3) CRISE DE AUSÊNCIA DA INFÂNCIA -Crise generalizada -4 aos 12 anos -Disperceptivas. Rápida, curta duração, “olhar vago”, 3-5s, sem pós-ictal -Perda do desempenho escolar. Pode simular TDAH. Pedir EEG! -Achado EEG: descargas bilaterais tipo espículas, ondas ritmadas de 3Hz -Boa resposta ao valproato (ácido valpróico) 4) EPILEPSIA MIOCLÔNICA JUVENIL -A partir do começo da 2ª década -Crises mioclônicas pela manhã, crises tônico-clonicas generalizadas, ausência (“como se fosse um susto”); principalmente musculatura apendicular -Nas mulheres, piora no período perimenstrual -Grande sensibilidade à privação de sono. Fotossensibilidade pode estar presente. -Boa resposta ao tratamento. Lamotrigina, valproato, levetiracetam. 5) CRISES PÓS-TRAUMÁTICAS/LESIONAIS -A clínica depende do local do trauma -Gliose cerebral pós-trauma área hiperexcitável crise epilética -Exame de imagem tem muito valor para caracterizar a lesão -Tratamento farmacológico INVESTIGAÇÃO · Exames de imagem -Podem ser normais. -Triagem: tomografia -Diagnóstico definitivo: RNM -Displasia cortical: erro de migração neuronal na embriogênese. Pode gerar crises desde a infância ou até ter início idade adulta. -Neurocisticercose: imagem em céu estrelado · Estudos eletrofisiológicos (EEG) -Atesta topografia e diagnóstico etiológico do quadro -Espícula em onda lenta: epilepsia no geral -Ondas beta: uso de benzodiazepínicos 1ª crise convulsiva da vida Classificar: -Provocada – medicações, drogas, distúrbios metabólicos (retirada de benzodiazepínicos, hiponatremias) -Crise sintomática aguda – devido a AVC, encefalite -Crise sintomática remota – devido a anormalidades cerebrais pré-existentes -Causa indeterminada DD: · Síncope · AIT · Pseudocrises · Causas metabólicas · Arritmias cardíacas · Distúrbios do sono · Enxaquecas/migrâneas Como selecionar o paciente que pode se beneficiar do tratamento? Aumento do risco de recorrência: · Anormalidades epileptiformes no EEG, anormalidades na neuroimagem, crise noturna (sono limita os imitadores, transição sono-vigília provoca hiperssincronia da atividade elétrica cerebral, aumentando a chance de crises convulsivas): considerar tratamento · Sempre tratar a segunda crise pelo maior risco de recorrência -Sd. Das pernas inquietas: na transição entre vigília-sono, paciente sente dor nas pernas que passa quando mexe as penas -Mioclonia do sono TRATAMENTO -Fenitoína: pode causar síndromes atáxicas e Stevens-Johnson; pode causar hiperplasia gengival; -Fenobarbital (gardenal): potencializa GABA – efeito depressor, diminui atenção, causa sono -Carbamazepina: bloqueia canal de sódio -Valproato (atua nos 3 mecanismos de ação) -Gabapentina -Pregabalina -Canabidiol 3 mecanismos de ação: 1) Aumento da atividade GABA (benzodiazepínicos, gabapentina) 2) Bloqueio canal de sódio (carbamazepina) 3) Bloqueio canal de cálcio -Lembrar: Anticonvulsivanetes são teratogênicos (o pior é o ácido valpróico; o mais seguro é lamotrigina). Maioria reduz efeito dos ACO; maioria reduz DMO – osteopenia. -Gestantes epilépticas: crises durante a gravidez aumentam risco de TPP; -Se o risco de ter crises é maior que o risco do uso de DAE: manter medicação, tentar fracionar as doses; o pico da dose aumenta chance de malformações; repor ácido fólico; -Se a paciente pretende gestar, optar por drogas mais seguras -Na crise: retirar objetos próximos, virar em DL, pedir socorro;
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