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Gestao Ambiental E Responsabilidade Social

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Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
• Introdução
• Século XXI, o Desenvolvimento Sustentável 
como Novo Paradigma
• Considerações Finais
 · Apresentar o desenvolvimento histórico das questões ambientais; 
fornecer as bases teóricas e principais conceitos de sustentabilidade.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Introdução a Gestão Ambiental 
e Responsabilidade Social
UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Introdução
Nos últimos séculos, o desenvolvimento da Humanidade foi inigualável, 
com inúmeras descobertas em todos os campos, trazendo enorme capacidade 
de produção e de controle dos elementos da natureza. Concomitante a esse 
desenvolvimento, o ser humano gerou, também, os meios que podem levá-lo à 
extinção, tento dele quanto de outros seres do Planeta. O processo em curso, de 
contaminação excessiva do meio ambiente, acelerou-se de forma surpreendente 
com a Revolução Industrial.
A compreensão desse processo é de fundamental importância para que nos 
conscientizemos da gravidade do processo e para obtermos as soluções para 
sua superação.
Entre todas as espécies existentes, o ser humano é a que apresenta a maior 
capacidade de adaptação ao meio natural. Essa capacidade só é possível porque o 
homem sempre modificou seu ambiente, criando um ambiente próprio, diferente 
do meio circundante, que seria o natural.
Para dominar seu ambiente, o homem aprendeu a criar ferramentas, fazendo com 
que suas capacidades fossem multiplicadas, e se juntou a grupos, que, organizados 
em torno de um objetivo, ampliavam suas capacidades individuais.
A capacidade do homem de conceber suas ações previamente no seu cérebro, 
na forma de planejamento, e a cada ação incorporar novas informações, que 
resultam em diferentes soluções para os mesmos problemas, fazem-no diferente de 
todos os outros animais.
As atividades realizadas que interferem na natureza de modo a transformá-
la para satisfazer as suas necessidades são denominadas trabalho. Desse modo, 
o trabalho é uma atividade desenvolvida pela espécie humana para modificar a 
natureza e adaptá-la para a satisfação de suas necessidades (DIAS, 2011).
Podemos dizer, então, que o trabalho humano tem como objetivo, essencialmente, 
a manutenção da espécie humana no ambiente, melhorando suas condições ou sua 
qualidade de vida.
Quando o homem percebeu que ao unir a grupos alcançava melhor e mais 
facilmente seus objetivos, começou a se organizar e a organizar o trabalho, com a 
distribuição de funções e sequenciamento de tarefas, obtendo maior rendimento. 
Com isso, a capacidade de trabalho do homem aumenta e a sua capacidade de 
intervir na natureza também é ampliada e, assim, aumentam os impactos causados 
pelo homem no meio natural.
Durante milhares de anos, esse processo de alteração do ambiente natural foi 
se desenvolvendo e se intensificando. Há mais ou menos 8.000 anos, os homens 
aprenderam a domesticar os animais e a plantar sementes, permitindo maiores e 
melhores colheitas.
8
9
O domínio de tais atividades provocou uma revolução na história da Humanidade, 
pois possibilitou a fixação de pessoas em determinadas regiões e o aparecimento 
das primeiras vilas e cidades.
Quando o homem conseguiu produzir os alimentos de forma eficiente, houve 
um excedente desses alimentos, trazendo o surgimento de ofícios não ligados 
diretamente à produção de alimentos, surgindo a divisão do trabalho.
Novas necessidades de cooperação continuada surgiam, com pessoas para fins 
específicos, objetivando sempre a qualidade de vida. A partir desse momento, a 
melhoria da qualidade de vida se dava em detrimento do mundo natural, pois havia 
a ideia dominante que era a luta do homem contra a natureza.
Com o domínio da agricultura, consolida-se a relação do homem com a natureza, 
pois a Agricultura demanda a criação de um meio artificial para o cultivo de plantas 
e para a criação do gado. Além disso, torna-se necessária a proteção das plantações 
e do gado dos animais selvagens e, assim, os espaços passam a ser cercados e a 
ser propriedade alguém ou de um grupo, surgindo, dessa maneira, a propriedade 
privada. Com a abundância de comida, ocorre o aumento da população, que acaba 
ocupando cada vez mais espaços, em detrimento do ambiente natural.
Quanto maior as populações humanas, mais destrutivas do ponto de vista 
ambiental. A construção de grandes cidades aumentou a destruição do ambiente 
natural circunvizinho.
As concentrações urbanas, quando destroem o ambiente natural, acabam 
provocando, também, a adaptação dos organismos que existiam nos ambientes 
naturais, como as pragas que se alastram quase sem controle, além de muitos 
outros organismos que transmitem doenças. Assim, durante todos esses milhares 
de anos, tivemos notícias de grandes epidemias que assolaram as cidades.
A Industrialização
A segunda grande mudança após o desenvolvimento da Agricultura ocorreu no 
século XVIII, com a Revolução Industrial. O surgimento da máquina a vapor deu ao 
homem uma nova perspectiva. O que antes era feito de modo artesanal, exigindo 
muito esforço e tempo, passou a ser realizado por máquinas, aumentando muito 
a produtividade e viabilizando a criação de novos produtos. Com o aumento da 
produtividade, aumentou-se, também, claro, o uso dos recursos naturais. Quanto 
mais se desenvolviam os processos de produção, mais se consumiam os recursos 
naturais e novos hábitos foram surgindo, impulsionando o crescimento demográfico.
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, mas rapidamente foi difundida 
para outros países. Com a ela, a urbanização se intensificou de forma descontrolada, 
trazendo problemas sérios como abastecimento de água, esgotos sanitários 
insuficientes, fumaça das indústrias etc. As consequências logo começaram a 
aparecer, como epidemias de cólera, febre tifoide e outras doenças infecciosas.
9
UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Concomitante ao aumento da população, houve maior necessidade de expandir 
a área agrícola, de utilizar a madeira para o carvão vegetal e para a construção de 
moradias; houve grande exploração de minérios e demais recursos naturais, como 
se fossem recursos ilimitados.
O desmatamento sem restrições, principalmente na Europa, dizimou suas 
florestas, gerando problemas ambientais vistos ainda hoje.
Os países mais industrializados, incluindo os Estados Unidos, países da Europa 
Ocidental, o Canadá e o Japão, após a Segunda Guerra Mundial, alcançaram um 
padrão de vida nunca visto antes, com liberdade política, acesso à Educação e à 
Saúde, grande capacidade de renda e consumo, fazendo contraste com o resto 
da população.
Nesse período, utilizaram-se mais recursos naturais para a fabricação de bens de 
consumo que em toda a História da Humanidade.
Esse uso desmedido dos recursos, que ocorreu entre os anos de 1950 e 2000, 
gerou diversos problemas ambientais, como:
• Alta concentração populacional;
• Consumo exacerbado de recursos naturais, alguns não renováveis, como pe-
tróleo e carvão mineral;
• Devastação das florestas, extinguindo espécies de fauna e flora;
• Contaminação do ar, do solo e das águas.
Contaminação Ambiental
O século XX foi, sem dúvida, o mais devastador para a questão ambiental. Nesse 
período, as cidades cresceram consideravelmente em decorrência da industrialização 
e, concomitantemente, as fábricas passaram a poluir os locais em que se instalavam.
Após a criação do automóvel movido a motor de combustão de derivados de 
petróleo, os efeitos nocivos ao meio ambiente foram agravados enormemente.
Por um longo período, não houve qualquer controle do uso de recursos naturais 
e nem era de conhecimento público os efeitos de muitos resíduos expostos na 
natureza; no entanto, grandes acidentes industriais chamaram a atenção da opinião 
pública sobre esses perigos, como a contaminaçãodo ar gerando a chuva ácida, as 
alterações climáticas, a contaminação dos lençóis freáticos e do solo com metais 
pesados e resíduos tóxicos.
Os acidentes industriais que aconteceram causaram muitas mortes e danos 
ambientais. Podemos citar alguns exemplos de acidentes que tiveram um grande 
impacto, como a contaminação da Baia de Minamata no Japão. A contaminação 
ocorreu por um longo período devido a uma Companhia Química instalada às 
margens da Baía. Foram registrados casos de disfunções neurológicas em famílias 
de pescadores e moradores também morriam em função das altas concentrações 
de mercúrio, causando a doença chamada de Doença de Minamata.
10
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Outro exemplo que podemos citar foi um incêndio em uma indústria, ocorrido em 
1986, em Basileia, na Suíça, no qual 30 toneladas de pesticidas foram despejadas 
no Rio Reno, causando a mortandade de peixes ao longo de 193km.
No Brasil, ocorreu uma das mais graves contaminações de águas, o aterro 
Mantovani, situado no município de Santo António de Posse, região metropolitana 
de Campinas (SP), onde mais de 50 indústrias multinacionais despejaram toneladas 
de material tóxico ao longo de 15 anos, contaminando rios e pessoas. E, além 
desses exemplos, temos milhares de outros, no Brasil e no mundo, retratando o 
descaso com o meio ambiente e a saúde das pessoas.
Mais recentemente, no Brasil, tivemos o rompimento da barragem do Fundão, 
localizada na cidade histórica de Mariana (MG), responsável pelo lançamento no 
meio ambiente de 34 milhões de m³ de lama, resultantes da produção de minério 
de ferro pela mineradora Samarco -- Empresa controlada pela Vale e pela britânica 
BHP Billiton.
Seiscentos e sessenta e três quilômetros de rios e córregos foram atingidos; 
1.469 hectares de vegetação foram comprometidos; 207 de 251 edificações 
acabaram soterradas apenas no distrito de Bento Rodrigues. Esses são apenas 
alguns números do impacto, ainda por ser calculado, do desastre, já considerado a 
maior catástrofe ambiental da história do país.
Figura 1
Fonte: Wikimedia/Commons
A Mudança
Foi a partir da década de 1960 que se iniciaram as discussões sobre a relação 
do homem com seu meio ambiente. A partir desse momento, começou a cons-
cientização sobre a importância do gerenciamento ambiental para garantir não só 
a geração presente, mas também às gerações futuras a possibilidade de um desen-
volvimento sustentável.
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UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
No ano de 1962, houve um marco, quando a bióloga Rachel Carson publicou 
o livro Primavera Silenciosa (Silent Spring), no qual a autora denunciava o uso 
abusivo do dicloro difenil tricloroetano (DDT), um agrotóxico que, além de trazer 
sérios riscos de câncer e outras doenças, danificaria também a terra e exterminaria 
os pássaros, pois esse inseticida era amplamente utilizado para proteger a colheita 
contra os insetos.
A publicação do livro foi um alerta a todos os países. Foram realizados, a partir, 
daí vários estudos com o enfoque nos efeitos dessa substância e se constatou 
realmente a nocividade e, mesmo com forte oposição dos agricultores, a substância 
foi proibida nos EUA. O livro abriu espaço para o movimento ambientalista.
O aumento das discussões em torno das questões ambientais culminou em um 
encontro de trinta especialistas de vários países em Roma, Itália (1968). Foram 
pessoas de 10 países entre cientistas, educadores, indústrias e funcionários públicos, 
com o objetivo de abrir uma discussão sobre o futuro do homem.
Desse encontro, nasceu o Clube de Roma, uma organização informal, com a 
finalidade de entender os diversos componentes variados, mas interdependentes 
– econômicos, políticos, naturais e sociais, e chamar a atenção dos tomadores 
de decisões e da população global para esse novo modo de entender e, assim, 
fomentar novas iniciativas e planos de ação.
No início da década de 1970, tornaram-se mais consistentes os questionamentos 
sobre o modelo de crescimento e de desenvolvimento econômico que existia desde 
a Revolução Industrial. Questionava-se que mesmo ocorrendo profundas mudanças 
na Economia, o subdesenvolvimento e a pobreza não diminuíam e a desigualdade 
social entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos se tornava cada vez maior.
Em relação ao meio ambiente, questionava-se, principalmente, o uso dos 
recursos naturais e se constatava que esse modelo de crescimento econômico 
provocava o agravamento da deterioração ambiental, aumentando a contaminação 
e acelerando o esgotamento dos recursos naturais.
Após 10 anos, a Assembleia das Nações Unidas realizou uma conferência 
mundial sobre o meio ambiente humano, em Estocolmo, Suécia, em 1972.
Esse encontro teve como objetivo influenciar e orientar o mundo na preservação 
e na melhoria do ambiente humano. Como resultado, foi elaborado um Documento, 
uma Declaração e um Plano de Ação para o meio ambiente humano e a criação do 
Programa de Nações Unidas sobre o meio ambiente (PNUMA).
O maior mérito dessa Conferência foi o de lançar as bases para a abordagem 
dos problemas ambientais numa ótica global de desenvolvimento, primeiros passos 
do que viria a se constituir mais tarde o conceito de desenvolvimento sustentável 
(DIAS, 2011).
Esse encontro marcou a história do meio ambiente e, desde então, o dia 5 de 
junho passou a ser o Dia Mundial do Meio Ambiente.
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Esses eventos foram desencadeadores de ações normativas-institucionais den-
tro da Organização das Nações Unidas (ONU), com a criação de Ministérios, 
Agências e outras Organizações responsáveis pelo meio ambiente e a criação de 
legislações ambientais.
Continuando a cronologia histórica da evolução das questões ambientais, em 
1983, na Assembleia Geral da ONU, foi criada a Comissão Mundial para o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD). Essa Comissão solicitou um trabalho que 
consistia em uma “Agenda Global de mudança”. Entre os itens solicitados estava:
• Estratégias para viabilizar o desenvolvimento sustentável;
• Propostas dos países desenvolvidos de ajuda na área ambiental para países em 
várias fases de desenvolvimento para atingir objetivos comuns;
• Elaborar uma Agenda a ser colocada em prática por um longo período e 
contribuir com noções comuns a questões ambientais.
Em 1987, essa comissão apresentou o relatório “Nosso Futuro Comum”. 
Esse documento vinculou a Economia à Ecologia, formalizando o conceito de 
desenvolvimento sustentável e apontando as responsabilidades que os estados 
devem ter em relação aos danos ambientais.
Esse relatório vincula estreitamente Economia e Ecologia e define o eixo em 
torno do qual se deve discutir o desenvolvimento, formalizando o conceito de 
desenvolvimento sustentável e estabelecendo os parâmetros em que os governos 
deveriam se pautar, assumindo as responsabilidades pelos danos ambientais e pelas 
políticas que causam esses danos.
Vinte anos após a criação do PNUMA, ocorreu no Rio de Janeiro, em 1992, 
a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CNUMAD), que discutiu as políticas que geram os efeitos ambientais negativos.
No evento, foram firmados cinco documentos que direcionaram as discussões 
para os anos seguintes.São eles:
• Agenda 21 (Agenda para o século XXI);
• Convênio da Diversidade Biológica (CDB);
• Convênio sobre as Mudanças Climáticas;
• Princípios para Gestão Sustentável das Florestas;
• Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
A CNUMAD teve um desdobramento institucional importante, que foi a criação 
da Comissão Sobre o Desenvolvimento Sustentável (CDS), que visou a assegurar a 
implementação das propostas da Rio 92 e, mais tarde, seria o órgão organizador 
da Rio+10, que ocorreu em Johannesburgo, em 2002, com o objetivo de avaliar a 
situação do meio ambiente global, em função das medidas adotadas CNUMAD-92.
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UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Após dez anos desse evento, em 2002, ocorreu em Johannesburgo (África do 
Sul), oencontro da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, para 
avaliar a situação da questão ambiental, em função dos compromissos assumidos 
na Rio-92.
A conclusão foi que os objetivos propostos não foram alcançados. No entanto, 
nesse encontro, foram reiterados os seguintes compromissos na direção de um 
desenvolvimento sustentável: Proteção ao meio ambiente, desenvolvimento social 
e econômico.
A década de 1990 foi quando as empresas dos países desenvolvidos começaram 
a sofrer pressão muito grande das agências ambientais e da Sociedade. Nesse 
período, as empresas começaram a investir no desenvolvimento de Tecnologias 
para um controle mais efetivo da emissão de poluentes, uma maior Economia 
energética, entre outras medidas de proteção ambiental. Algumas indústrias 
como as automobilísticas, química e de papel e celulose transferiram suas plantas 
industriais para os países em desenvolvimento, porque não conseguiam atender à 
Legislação de seus países.
A definitiva vinculação do tema ambiental às propostas de desenvolvimento 
poder ser considerada um marco no debate ambiental, após vinte anos, houve a 
abertura para uma nova abordagem das questões ambientais, fazendo o link com 
os problemas sociais típicos dos países subdesenvolvidos, tais como a desigualda-
de e a injustiça social.
Com a crescente conscientização ecológica nos países mais desenvolvidos, 
constataram que problemas ambientais eram globais e, portanto, de responsabilidade 
de todos. Com isso, tentaram fazer com que as responsabilidades fossem globalmente 
distribuídas, desconsiderando os diferentes estágios de desenvolvimento dos 
diversos países.
Os problemas ambientais dos países desenvolvidos são atribuídos ao desenvolvi-
mento excessivo e sem planejamento. Podemos citar como exemplo o aquecimen-
to global, provocado por gases emitidos nas sociedades industrializadas. O estilo de 
vida das nações mais ricas é ecologicamente insustentável.
No entanto, nos países em desenvolvimento, a degradação dos recursos assumiu 
dimensões mais trágicas, devido à necessidade de exploração da natureza para 
garantir a sobrevivência de suas populações (DIAS, 2002).
Os países em desenvolvimento, além de usarem intensivamente os recursos 
naturais, são grandes consumidores de energia e suas indústrias tem menor 
controle na emissão dos poluentes em relação aos países mais desenvolvidos, tanto 
que algumas empresas saem desses países e se instalam em regiões nas quais esse 
controle ainda é menor. Isso tudo é resultado do modelo econômico adotado, que 
necessita que os produtos sejam mais competitivos no Mercado e, portanto, com 
menor custo de produção.
14
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Todas essas discussões evoluíram muito sobre o real papel do meio ambiente no 
processo de desenvolvimento. A relação entre a proteção do meio ambiente e o 
combate à pobreza foi um salto importante e é uma conquista que dos países em 
desenvolvimento frente à pressão dos países desenvolvidos. Hoje, quase não se 
discute mais sobre a importância da proteção ambiental e a discussão está focada 
em qual deve ser o modelo de desenvolvimento que reduza a desigualdade entre 
os países.
O objetivo está na busca de uma agenda comum, na qual se diminua a pobreza e 
a destruição ambiental, o que une países desenvolvidos e em desenvolvimento nos 
encontros internacionais.
A conscientização das questões ambientais, no final do século XX e início do século 
XXI, foi ocorrendo paralelamente às denúncias sobre problemas de contaminação 
ao meio ambiente. Todo esse processo gerou o desenvolvimento de normas e 
regulamentos internacionais que foram também adotados nos estados nacionais e, 
paralelamente, foram surgindo os órgãos responsáveis por acompanhar e fiscalizar 
a aplicação desses instrumentos legais.
A sociedade civil também se organizou rapidamente, surgindo as Organizações 
não Governamentais (ONGs), que pressionam as organizações políticas da 
Sociedade e atuam também globalmente, participando de fóruns sobre o tema e 
fazendo pressão nos governos, empresas e órgãos de financiamento, entre outros, 
alterando políticas em prol de um desenvolvimento sustentável.
É uma nova realidade que leva a uma mudança de atitude por parte das 
organizações do setor público e privado da Economia, que tem de considerar cada 
vez mais a opinião pública quando se trata de questões ambientais.
Século XXI, o Desenvolvimento Sustentável 
como Novo Paradigma
Com a crescente discussão sobre as questões ambientais, iniciada por volta 
dos anos 60 e desenvolvida nas décadas posteriores, consolida-se uma nova visão 
de desenvolvimento que não se limita somente ao ambiente natural, mas inclui 
também aspectos socioculturais, nos quais a qualidade de vida do ser humano passa 
a ser uma condição para o progresso.
O conceito de desenvolvimento sustentável está baseado na utilização consciente 
dos recursos naturais e da sua preservação para as gerações futuras.
A primeira ideia de desenvolvimento sustentável surgiu na Conferência de 
Estocolmo, em 1972, e foi chamada de “Abordagem do Ecodesenvolvimento”. 
Para alcançá-lo, três critérios deveriam ser atendidos simultaneamente: equidade 
social, prudência ecológica e eficiência econômica.
15
UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Mas foi o relatório produzido pela comissão Brundtland (Nosso Futuro Comum) 
que apresentou, pela primeira vez, uma definição mais elaborada do conceito de 
“desenvolvimento sustentável” (DIAS,2002).
A definição do relatório e a mais difundida até hoje: “O desenvolvimento 
sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer as 
possibilidades das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”.
Embora seja um conceito muito utilizado, não existe visão única do que seja o 
desenvolvimento sustentável. Para muitos, alcançar o desenvolvimento sustentável 
é conseguir o crescimento econômico continuo por meio de um manejo apropriado 
dos recursos naturais e de tecnologias menos poluentes e mais eficientes; para 
outros é um projeto político com o objetivo de erradicar a pobreza e melhorar a 
qualidade de vida.
A passagem de um modelo de desenvolvimento predatório a um sustentável 
inclui, entre outras coisas, modificar nossa relação com a natureza, não somente 
como fonte de matéria prima, mas é o ambiente necessário para a existência 
humana. Nesse processo, é necessário o manejo racional dos recursos naturais, a 
modificação da organização produtiva e social, a alteração das práticas produtivas 
predatórias e o surgimento de nova relações sociais, cujo principal objetivo deixe 
de ser apenas o lucro e passe a ser o bem estar dos seres.
Resumidamente, o conceito baseia-se no equilíbrio entre três eixos principais do 
conceito de sustentabilidade: o crescimento econômico, a preservação ambiental e 
a equidade social.
Quando qualquer um desses eixos predomina, torna-se uma manifestação de 
interesse de grupos isolados e deixa de ser um interesse da Humanidade como 
um todo.
Considerações Finais
É possível afirmar que chegamos ao início do século XXI com um conceito de 
desenvolvimento sustentável bem mais amadurecido, que não está mais restrito 
às discussões acadêmicas e políticas, de defensores e contestadores, mas que se 
popularizou por todos os Continentes, passando a fazer parte da vida cotidiana 
das pessoas.
Um conceito que está presente desde as pequenas atitudes diferenciadas de 
comportamento, como a separação e a reciclagem do lixo doméstico, tomadas 
pelo cidadão comum, até as grandes estratégias e investidas comerciais de algumas 
empresas, as quais se especializaram em atender um mercado consumidor em 
franco crescimento, que hoje cobra essa qualidade diferenciada tanto dos produtos 
que consome, quanto dos processos produtivos que o envolvem; uma verdade 
que abre grandes perspectivas para o futuro. Uma forma de desenvolvimento que 
não está mais no plano abstrato, e que se mostra cada dia mais real e possível, 
principalmente no plano local.(GONÇALVES, 2005).
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Sustentabilidade Econômica
https://youtu.be/2ZiKnt8zqpM
Sustentabilidade como Fator Estratégico na Empresa
https://youtu.be/QwodJ87SyHw
17
UNIDADE Introdução a Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Referências
DIAS, R. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São 
Paulo: Atlas, 2011
GONÇALVES, Daniel Bertoli. Desenvolvimento sustentável: o desafio da presente 
geração. Revista espaço acadêmico, v. 51, 2005.
18
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Desenvolvimento Sustentável
• Introdução
• Desenvolvimento Sustentável no Mundo Empresarial
• Sustentabilidade Econômica, Social e Ambiental
• Considerações Finais
 · Discorrer sobre o conceito de desenvolvimento sustentável.
 · Apresentar como se aplica o desenvolvimento sustentável no meio 
empresarial.
 · Apresentar o protocolo verde e o Princípio do Poluidor-Pagador (PPP).
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Desenvolvimento Sustentável
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Introdução
A primeira ideia de desenvolvimento sustentável surgiu na Conferência de Esto-
colmo, em 1972, e foi chamada de abordagem do ecodesenvolvimento, onde 
para se alcançá-lo três critérios deveriam ser atendidos simultaneamente: equidade 
social, prudência ecológica e eficiência econômica.
A Conferência de Estocolmo contribuiu para gerar um novo entendimento sobre os 
problemas ambientais e a maneira como a sociedade busca a sua subsistência. A prin-
cipal contribuição foi colocar em pauta a relação entre o meio ambiente e as formas 
de desenvolvimento, de modo que dessa vinculação entre o desenvolvimento e o meio 
ambiente é que surge um novo conceito, chamado de desenvolvimento sustentável.
A expressão desenvolvimento sustentável é muito utilizada atualmente e seu 
emprego indiscriminado tem contribuído para dificultar o seu entendimento. Um 
bom ponto de partida, no entanto, para a compreensão do que vem a ser esse novo 
modo de pensar é a definição criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), 
em 1987, em seu relatório intitulado Nosso futuro comum, que é a seguinte:
“Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do pre-
sente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem 
às suas próprias necessidades”.
Essa comissão definiu também os principais objetivos de políticas ambientais e 
de desenvolvimento, os quais derivados desse conceito e que são os seguintes:
 » Retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza;
 » Mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, equitativo e 
menos intensivo em matérias-primas e energia;
 » Atender às necessidades humanas essenciais de emprego, alimentação, 
energia, água e saneamento;
 » Manter um nível populacional sustentável;
 » Conservar e melhorar a base de recursos;
 » Reorientar a tecnologia e administrar os riscos; e
 » Incluir o meio ambiente e a economia no processo decisório.
O desenvolvimento sustentável resultaria, portanto, de um pacto duplo, intergera-
cional, que se traduz na preocupação constante com o gerenciamento e a preserva-
ção dos recursos para as gerações futuras (BARBIERI, 2007).
No Quadro a seguir temos um resumo dos principais acontecimentos relaciona-
dos ao desenvolvimento sustentável:
8
9
Quadro 1
Ano Acontecimento Observação
1962
Publicação do livro Primavera silenciosa – 
Silent spring
Obra publicada por Rachel Carson, com grande repercussão na 
opinião pública porque expunha os perigos do inseticida DDT
1968 Criação do Clube de Roma
Organização informal cujo objetivo era promover o entendimento 
dos componentes variados, mas interdependentes – econômicos, 
políticos, naturais e sociais –, que formam o sistema global
1968
Conferência da Organização das Nações Uni-
das para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(Unesco) sobre a conservação e o uso racio-
nal dos recursos da biosfera
Nessa reunião, foram lançadas as bases para a criação do Programa o 
Homem e a Biosfera (MAB)
1971 Criação do Programa MAB da Unesco
Programa de pesquisa em Ciências Naturais e Sociais para a con-
servação da biodiversidade e para a melhoria das relações entre o 
homem e o meio ambiente
1972
Publicação do livro
Os limites do crescimento
Essa obra previa que se continuássemos nessa tendência de cresci-
mento populacional haveria uma escassez catastrófica dos recursos 
naturais em um prazo de cem anos 
1972
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia
Foi a primeira manifestação dos governos de todo o mundo com 
as consequências da economia sobre o meio ambiente. Um dos 
resultados do evento foi a criação do Programa das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente (Pnuma)
1980 I Estratégia Mundial para a Conservação (IUCN)
A IUCN, com a colaboração do Pnuma e do Word Wildlife Fund 
(WWF), adotou um plano a longo prazo para a conservação dos 
recursos biológicos do Planeta. Nesse documento apareceu, pela 
primeira vez, o conceito de desenvolvimento sustentável.
1983
Foi formada, pela ONU, a Comissão Mundial 
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CMMAD)
Cujo objetivo era examinar as relações entre o meio ambiente e o 
desenvolvimento a fim de apresentar propostas viáveis
1987
Foi publicado o informe Brundtland, da 
CMMAD, conhecido também como Nosso 
futuro comum
Um dos mais importantes registros sobre a questão ambiental e 
o desenvolvimento. Vincula estreitamente economia e ecologia e 
estabelece o eixo em torno do qual se deve discutir o desenvolvi-
mento, formalizando o conceito de desenvolvimento sustentável
1991
II Estratégia Mundial para a Conservação, inti-
tulada Cuidando da Terra
Documento conjunto do IUCN, Pnuma e WWF. Mais abrangen-
te que o formulado anteriormente, preconiza o reforço dos 
níveis políticos e sociais para a construção de uma sociedade 
mais sustentável
1992
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, conhecida 
também como Cúpula da Terra
Realizado no Rio de Janeiro, trata-se de um dos mais importantes 
fóruns mundiais. Definiu mais concretamente o modelo de desen-
volvimento sustentável. Participaram 170 Estados que aprovaram 
vários documentos importantes, entre os quais a Agenda 21
1997 Rio+5 Evento realizado em Nova Iorque, tendo como objetivo analisar a implementação do Programa da Agenda 21
2000
I Fórum Mundial de Âmbito Ministerial, em 
Malmo, Suécia
Aprovação da Declaração de Malmo, que examina as novas 
questões ambientais para o século XXI e adota compromissos 
no sentido de contribuir mais efetivamente para o desenvolvi-
mento sustentável 
2002
Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento 
Sustentável (Rio+10)
Esse encontro procurou examinar se foram alcançadas as metas 
estabelecidas na Conferência Rio 92 e serviu para que os Estados 
reiterassem seu compromisso com os princípios do desenvolvi-
mento sustentável 
2005 Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto entrou em vigor, obrigando países desen-
volvidos a reduzir os gases que provocam o efeito estufa, além do 
estabelecimento do mecanismo de desenvolvimento limpo para 
os países em desenvolvimento
9
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Ano Acontecimento Observação
2007
Relatório do painel das mudanças 
climáticas 
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) 
divulgou seu mais bombástico relatório, apontando as conse-
quências do aquecimento global até 2100, caso nada seja feito
2010 ISO 26000
No dia 1 de novembro de 2010, a International Organization for 
Standardization (ISO) divulgou a norma ISO 26000 para a res-
ponsabilidade social, com grande impacto nas organizações, 
tornando-as mais sensíveis ao engajamento em projetos e vi-
sando o desenvolvimento sustentável
2012 Rio+20 
Com realização na Cidade do Rio de Janeiro, dessa vez no ano de 
2012, a Rio+20, ou Conferênciada ONU sobre o Desenvolvimento 
Sustentável, reuniu um total de 193 representantes de países. O 
resultado foi a avaliação das políticas ambientais então adotadas 
e a produção de um documento final, intitulado O futuro que que-
remos, onde foi reafirmada uma série de compromissos
2015 XXI Conferência do Clima (COP 21)
Realizada em dezembro de 2015, em Paris, teve como principal obje-
tivo “costurar” um novo acordo entre os países para atenuar a emissão 
de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global. Termi-
nou com um acordo histórico que, pela primeira vez, envolveu quase 
todos os países do mundo em um esforço para reduzir as emissões 
de carbono e conter os efeitos do aquecimento global
Fonte: adaptado de Dias (2011).
Desenvolvimento Sustentável 
no Mundo Empresarial
Na Conferência Rio 92, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Susten-
tável participou da temática empresa e meio ambiente. O Conselho de reunião se 
deu com importantes líderes empresariais de diversos países, os quais posteriormen-
te elaboraram um documento sobre desenvolvimento sustentável voltado ao meio 
empresarial e intitulado Mudando o rumo: uma perspectiva global do empresa-
riado para o desenvolvimento e o meio ambiente.
Esse documento defende que o progresso em direção ao desenvolvimento sus-
tentável é um bom negócio, pois cria vantagens competitivas e novas oportunida-
des, mas que, para isso, mudanças profundas na atitude empresarial são necessá-
rias, incluindo uma nova ética no modelo de se fazer negócios.
O documento intitulado Ecoeficiência: criando mais valor com menos impacto, 
apresenta alguns fatores que constroem a sustentabilidade empresarial. A Figura a 
seguir sintetiza tais fatores:
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11
Crescimento
econômico
Emprego
Sucesso
do negócio
Quota de
mercado
Prestação
de serviços
Conhecimento
Novas
competências
Competitividade
Novos
produtos
IncentivosMedidasgovernativas
Inovação
Estratégia da
ecoe�ciência
Visão de
negócio
Utilização
da natureza
Como
separar?
Figura 1
 O conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem sido 
pautado mais no sentido do modo como as empresas assumem as formas de 
gestão mais eficientes como a produção mais limpa. Embora haja um crescimento 
perceptível na direção da sustentabilidade, ainda está muito focada no ambiente 
interno das organizações, voltada principalmente a processos e produtos. Já houve 
um grande avanço, no entanto, falta muito para que as empresas se tornem agentes 
de um desenvolvimento sustentável socialmente justo, economicamente viável e 
ambientalmente correto.
No Brasil (1998), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez sua publicação 
com a Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento susten-
tável. No Quadro a seguir constam as diretrizes tratadas em tal Declaração:
11
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
 
Declaração de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável
1. Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a sociedade, os parlamen-
tares, o governo e organizações não governamentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regula-
mentos padrões ambientais;
2. Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos ambientais;
3. Incrementar a competitividade da indústria brasileira, repeitados os conceitos de desenvolvimento sus-
tentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia;
4. Promover a melhoria contínua eo aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento ambiental, saúde e 
segurança do trabalho nas empresas;
5. Promover a monitoração e a avaliaão dos processos e dos parâmetrosambientais nas empresas. Antecipar 
a análise e os estudos das questões que possam causar problemas ao meio ambiente e à saúde humana, 
bem como implementar ações apropriadas para proteger o meio ambiente;
6. Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos trabalhadores e do com-
prometimento da supervisão nas emprsasa, assegurando que os mesmos tenham o conhecimento e o 
treinamento necessários com relação às quetões ambientais;
7. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de reduzir ou emilinar 
impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade;
8. Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o governo e com a sociedade em geral, na 
busca do desenvolvimento sustentável, bem como na melhoria contínua dos processos de comunicação;
9. Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à sociedade com relação aos 
assuntos ambientais;
10. Incentivar o desenvolvimento e fornecimento de produtos e serviços que produzem impactos inadequa-
dos ao meio ambiente e à saúde da comunidade;
11. Promover a máximo divulgação e conhecimendo da Agenda 21 e estimular sua implementação.
Fonte: CNI (2002, p. 24).
Sustentabilidade Econômica, 
Social e Ambiental
Nas organizações, o desenvolvimento sustentável se manifesta sob três dimen-
sões: social, ambiental e econômica.
Do ponto de vista econômico, a sustentabilidade indica que as empresas devem 
ser economicamente viáveis, o papel na sociedade deve ser atendido considerando a 
sua rentabilidade, ou seja, dar retorno ao investimento realizado pelo capital privado.
No aspecto social da sustentabilidade, a empresa deve atender aos requisitos 
de proporcionar aos seus funcionários as melhores condições de trabalho, 
contemplando as diversidades culturais existentes no local onde atua. Os dirigentes 
também devem participar das atividades socioculturais da comunidade.
12
13
Já no aspecto ambiental da sustentabilidade, a organização deve se alinhar à 
ecoeficiência de seus processos produtivos, procurar adotar uma produção mais 
limpa, dar condições ao desenvolvimento de uma cultura organizacional ambiental, 
ter uma postura de responsabilidade ambiental, não contaminando o ambiente 
natural, além de procurar estar presente nas atividades organizadas pelas autoridades 
locais e regionais quando se tratam de questões ambientais.
O ponto mais relevante na abordagem das três dimensões da sustentabilidade 
é procurar sempre manter o equilíbrio dinâmico, que deve ser considerado pelas 
organizações relacionadas: organizações empresariais – econômicas –, sindicatos 
– sociais – e entidades ambientalistas – ambientais. As organizações devem ter 
um acordo de tal forma que esse equilíbrio seja possível, o que implica em diálogo 
constante para que as três dimensões sejam contempladas a fim de que se mantenha 
a sustentabilidade do sistema.
Os empresários devem buscar o lucro aceitável; os sindicatos devem buscar 
reivindicar o possível, com o objetivo de manter o equilíbrio, enquanto as entidades 
ambientalistas devem saber ceder de tal modo que não se prejudique de forma 
irreversível a condição do ambiente natural.
Social
AmbientalEconômico
Desenvolvimento
Sustentável
Figura 2 – As dimensões da sustentabilidade
Tripé da Sustentabilidade ou Triple Bottom Line
A expressão triple bottom line surgiu na década de 1990 e veio a público em 
1997, com a publicação do livro Cannibals with forks: the triple bottom line 
of 21st century business, de Jonh Elkington. A partir daí diversas organizações, 
como a Global Reporting Initiative (GRI), vem divulgando e promovendo esse 
conceito e seu uso nas empresas, refletindo um conjunto de valores, objetivos e 
processos que uma organização deve estar baseada para criar resultados nas três 
dimensões: ambiental, social e econômica.
13
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Conhecido também como os 3P, ou seja, People, Planet e Profit, ou, pessoas, 
Planeta e lucro, o triple bottom line é o tripé da sustentabilidade, um conceito que 
poderá ser aplicado tanto de forma ampla, para um país ou até mesmo o Planeta, 
como de modo mais localizado, como uma residência, empresa, cidade etc.
Discorrendo um pouco mais sobre os 3P, podemos dizer que people – ou 
pessoas – trata do capital humano de uma empresa ou sociedade;Planet – ou 
Planeta – trata do capital natural de uma empresa ou sociedade; e profit – ou 
lucro – é o resultado econômico. 
Por muito tempo, as empresas focaram apenas em seus resultados financeiros; 
mas nos últimos anos isso vem mudando, com a chegada da responsabilidade so-
cial no meio corporativo, as exigências pela incorporação de novos indicadores, 
fator que quantifica o impacto da organização sobre os stakeholders externos, 
ou seja, as partes interessadas. Foi a partir daí que surgiu o conceito de triple 
bottom line, que trata do resultado de uma empresa medido em termos econô-
micos, sociais e ambientais.
Protocolo Verde
O protocolo verde é um documento do governo federal que, através de seus 
bancos oficiais e ministérios, incorpora na gestão e concessão de crédito e benefí-
cios fiscais a variável ambiental, com o objetivo de criar mecanismos que evitem a 
utilização de créditos e benefícios em empreendimentos e atividades que possam 
prejudicar o meio ambiente.
A política nacional de meio ambiente, em seu Artigo 12, assim dispõe:
As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais con-
dicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licen-
ciamento, na forma da Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios 
e dos padrões expedidos pelo Conama.
Assim, o protocolo verde surgiu para dar suporte a esse artigo. Na mesma Lei 
se prevê que aqueles que não cumprirem essas determinações exigidas terão a “[...] 
perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter 
geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de finan-
ciamento em estabelecimentos oficiais de credito”.
As instituições financeiras participantes do protocolo verde divulgaram um 
documento intitulado Carta de princípios para o desenvolvimento sustentável. O 
seguinte Quadro apresenta esse documento:
14
15
 
Carta de Princípios para o Desenvolvimento Sustentável
Os bancos a seguir assinalados reconhecem que podemo cunprir um papel indispensável na busca de um de-
senvolvimento sustentável que pressuponha contínua melhoria no bem-estar da sociedade e da qualidade 
do meio ambiente. Para tanto, propõem-se a empreender políticas e práticas bancárias que estejam sempre 
e cada vez mais em harmonia com o objetivo de promover um desenvolvimento que não comprometa as ne-
cessidades das gerações futuras.
Princípios gerais do Desenvolvimento Sustentável:
1. A proteção ambiental é um dever de todos que desejam melhorar a qualidade de vida do planeta e extrapola 
qualquer tentaiva de enquadramento espaço-temporal;
2. Um setor fi nanceiro dinâmico e versátil é fundamental para o desenvolvimento sustentável;
3. O setor bancário deve privilegiar de forma crescente o fi nanciamento de projetos que não sejam agressivos ao 
meio ambiente ou que apresentem características de sustentabilidade;
4. Os riscos ambientais devem ser cosiderados nas análises e nas condições de fi nanciamento;
5. A gestão ambiental requer a adoção de práticas que antecipem e previnam degradações do meio ambiente;
6. A participação dos clientes é prescindível na condução da política ambiental dos bancos;
7. As leis e as regulamentações ambientais devem ser aplicadas e exigidas, cabendo aos bancos participar 
da sua divulgação;
8. A execução da política ambiental nos bancos requer a criação e o treinamento de equipes específi cas 
dentro de seus quadros;
9. A eliminaçao de desperdícios, a efi ciência energética e o uso de materiais reciclados são práticas que devem 
ser estimuladas em todos os níveis operacionais;
10. Os princípios aqui assumidos devem constituir compromisso de todas as instituições fi nanceiras.
Os bancos privados, por meio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 
assinaram um protocolo de intenções com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), 
ao qual aderiram ao protocolo verde. De acordo com o protocolo, as linhas de 
financiamento serão liberadas para as empresas comprometidas em desenvolver 
políticas socioambientais, ou seja, respeito aos direitos humanos e trabalhistas, 
preservação da biodiversidade, redução da pobreza e desigualdade e valorização da 
diversidade cultural local.
Princípio do Poluidor-Pagador (PPP) 
Importante instrumento de políticas governamentais e principais normas do 
Direito Ambiental, o princípio do poluidor-pagador, ou de “quem contamina-paga”, 
faz com que a organização que contamine se torne responsável pelo pagamento 
do prejuízo causado.
Teve sua origem na Organisation for Economic Co-operation and Development 
(OECD), em 1972, onde se recomendava que os países-membros adotassem o 
princípio poluidor-pagador. Nos anos seguintes, a OECD publicou um guia, onde 
definiu o princípio da seguinte maneira:
15
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
O poluidor deve arcar com os custos de controle de poluição e medidas de 
prevenção exigidas pela autoridade pública, independentemente se estes cus-
tos são o resultado da imposição de alguma taxa de poluição, ou se é debita-
do por algum outro mecanismo econômico satisfatório, ou ainda, se é uma 
resposta a algum regulamento direto de redução de poluição obrigatória.
O conceito foi introduzido no Brasil por meio da política nacional de meio am-
biente – Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981 –, especificamente no Artigo 4º:
A política nacional do meio ambiente visará:
[...]
VII – a imposição ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar 
e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela 
utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Na Constituição Federal brasileira de 1988, em seu Artigo 225, Parágrafo 
2º, é estabelecido que “[...] aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a 
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo 
órgão público competente, na forma da Lei”. Além disso, no Parágrafo 3º, ratifica-
se que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.
A Agenda 21, documento elaborado na Rio 92, consolidou o princípio do 
poluidor-pagador, onde estabelece:
As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização 
dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em 
vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar 
com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e 
sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais.
Assim, o princípio foi um avanço e uma ferramenta importante para a preservação 
do meio ambiente.
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Considerações Finais
Com a crescente discussão sobre as questões ambientais, iniciada por volta da 
década de 1960 e desenvolvida nas décadas seguintes, consolidou-se uma nova 
visão de desenvolvimento, que não se limitava somente ao ambiente natural, mas 
incluía também aspectos socioculturais, onde a qualidade de vida do ser humano 
passava a ser uma condição para o progresso. Assim, o conceito de desenvolvimento 
sustentável passou a se basear na utilização consciente dos recursos naturais e da 
sua preservação para as gerações futuras.
Um princípio aparentemente simples, popularizou-se tanto que hoje há um 
número incontável de interpretações, reforçando sua importância porque traz ao 
processo de desenvolvimento os limites de uso dos recursos naturais. 
A passagem de um modelo de desenvolvimento predatório para um sustentável 
inclui, entre outras questões, modificar a nossa relação com a natureza, não apenas 
como fonte de matérias-primas, mas como ambiente necessário à existência 
humana. Nesse processo, torna-se fundamental o manejo racional dos recursos 
naturais, a modificação da organização produtiva e social, a alteração das práticas 
produtivas predatórias e o surgimento de novas relações sociais, cujo principal 
objetivo deixe de ser apenas o lucro, e se estenda aobem-estar dos seres.
Resumidamente, o conceito se baseia no equilíbrio entre três eixos principais 
do sentido de sustentabilidade: crescimento econômico, preservação ambiental e 
equidade social. 
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UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
O que é Sustentabilidade?
O QUE É sustentabilidade? 27 jan. 2013.
https://youtu.be/tIz3lbrD0U4
Bloco 2 – Tripé de Sustentabilidade
TAVARES, V. Bloco 2 – tripé de sustentabilidade. 21 mar. 2015.
https://youtu.be/Ep2QsepHOLE
 Leitura
A Sustentabilidade como Ferramenta Estratégica Empresarial: Governança Corporativa e Aplicação do Triple 
Bottom Line na Masisa
BENITES, L. L. L.; POLO, E. F. A sustentabilidade como ferramenta estratégica empresarial: 
governança corporativa e aplicação do triple bottom line na Masisa. Rev. Adm. UFSM, Santa 
Maria, RS, v. 6, n. esp., p. 195-210, maio 2013.
https://goo.gl/bt9ON4
18
19
Referências
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: 
Atlas, 2011.
GONÇALVES, D. B. Desenvolvimento sustentável: o desafio da presente geração. 
Revista Espaço Acadêmico, v. 5, n. 51, ago. 2005.
BARBIERI, J.C., 2007. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e 
instrumentos. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva. 
CNI Indústria sustentável no Brasil : agenda 21: cenários e perspectivas = Sustainable 
industry in Brazil : Agenda 21: scenarios and perspectives. Brasília, 2002.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF, Senado, 1998.
WBCSD. World Business Council for Sustainable Development. Disponível 
em: http://www.wbcsd.org/. Acesso em 12/03/2017.
OECD. Better Policies For Better Lives. Disponível em: http://www.oecd.
org/. Acesso em 12/03/2017.
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Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
As Organizações e o Meio Ambiente
• O Desenvolvimento Sustentável no Mundo Empresarial
• As Empresas e a Contaminação Ambiental 
• A Reação das Empresas
• Competitividade e Gestão Ambiental
• Concluindo a Unidade
 · Apresentar de forma clara e objetiva a relação entre Empresa e 
meio ambiente e como a gestão ambiental pode ser aplicada para a 
Empresa se adequar às questões ambientais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
As Organizações e o Meio Ambiente
UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente
O Desenvolvimento Sustentável 
no Mundo Empresarial
Empresas e meio ambiente é um assunto importante e de difícil equalização. As 
principais responsáveis pelo esgotamento e pelas alterações ocorridas nos recursos 
naturais são as empresas. É na natureza que as organizações obtêm os insumos 
que são usados para a produção de bens utilizados pelos seres humanos. É uma 
atividade crucial a realizada pelas organizações; no entanto, nos últimos anos, 
os problemas ambientais causados pelas indústrias vêm se apresentando como 
prioridade e se tornando o aspecto mais visível de tais organizações. 
Esse papel de vilãs ambientais tem um fundamento, pois os dados estatísticos 
apontam que são poucas as empresas que realmente se empenham em cuidar do 
meio ambiente e tornar seus processos produtivos mais eficientes ecologicamente. 
E quando o fazem, a iniciativa é, normalmente, uma resposta a exigências legais 
e não vem de uma postura de responsabilidade social e ambiental. Sabemos, no 
entanto, que o papel desempenhado por essas organizações é imprescindível e é 
com o avanço da implantação de Sistemas de Gestão pelas empresas que teremos 
uma evolução rumo ao desenvolvimento sustentável.
O conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem sido 
pautado mais no sentido do modo como as empresas assumem as formas de gestão 
mais eficientes como a produção mais limpa. 
Embora haja crescimento perceptível na direção da sustentabilidade, ela ainda 
está muito focada no ambiente interno das organizações, voltada, principalmente, 
para processos e produtos. Já houve grande avanço; no entanto, falta muito para 
que as empresas se tornem agentes de desenvolvimento sustentável socialmente 
justo, economicamente viável e ambientalmente correto.
As Empresas e a Contaminação Ambiental 
A Revolução Industrial deu início à contaminação ambiental de forma exponencial 
e inúmeras catástrofes ambientais foram ocorrendo com repercussões de ordem 
local, regional e global. Nos processos industriais, os insumos utilizados são 
provenientes dos recursos naturais e, devido aos processos empregados, geram 
resíduos que contaminam o meio ambiente. Tais processos podem provocar, além 
do esgotamento dos recursos naturais, contaminações que afetam o meio ambiente 
e a saúde humana.
Ao explorarmos o meio ambiente buscando um benefício privado causando 
diversos impactos ambientais, podemos afetar o bem estar de outras pessoas que 
não têm relação com quem esteja gerando os impactos. Esses impactos são custos 
externos ou externalidades para as empresas. Do ponto de vista econômico, é a 
8
9
internalização dos custos externos ambientais pelas empresas. Isso ocorre quando 
o gerador da externalidade não assume os custos e os transfere a terceiros na 
forma de contaminação ambiental (DIAS, 2011). 
Resumidamente, são custos ambientais que o empresário causa, mas não assume, 
e que diminuem seus custos diretos, pois não investindo no processo produtivo para 
evitar a produção de resíduos, obtém uma vantagem em curto prazo, mas para a 
sociedade como um todo, é negativo, pois leva ao esgotamento e à deterioração 
dos recursos naturais e da saúde pública. 
É importante frisar que na falta de incentivos que induzem a internalização dos 
custos ambientais nas empresas, elas só parariam a geração de resíduos quando 
as externalidades ambientais negativas não gerassem mais benefícios para tais 
organizações. Na verdade, as leis ambientais ou mecanismos fiscais devem garantir 
que tratar os resíduos seja mais barato que se desfazer deles sem tratá-los. 
Na verdade, isso está nas mãos das instituições ambientais; na pressão das 
comunidades e nas exigências do Mercado, tornando mais conveniente a adoção 
de mecanismos prévios que evitem a contaminação.
Produzir Entregar Recolher as sobras Reciclar
Figura 1
Fonte: Adaptado de iStock / Getty Images
Fatores para Induzir Respostas das Empresas
Muitos fatores podem provocar uma resposta das empresas para diminuir os 
impactos ao meio ambiente. Entre esses fatores, temos: o estado, a comunidade, 
o mercado e os fornecedores.
O Estado
Alguns órgãos ambientais, juntamente com a Legislação Ambiental, são 
importantes ferramentas para limitar a liberdade das empresas em contaminar. O 
Estado usa esses instrumentos legais com o intuito de preservar o ambiente, a saúde 
e o bem comum. A regulação formal pode ser atrelada a instrumentos econômicos 
e/ou ao comando e ao controle nos quais o governo estabelece regulamentações 
para o uso dos recursos naturais e fiscaliza o cumprimento da Legislação punindo as 
empresas que não cumprem com multas e até com o fechamento da Organização. 
Nesse caso, a decisão da empresa em contaminar ou não vai depender da diferença 
entre os custos que ela terá e o valor das multas ou dos custos de um possível 
fechamento temporário.
9
UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente
No caso da utilização dos instrumentos econômicos, os bens ambientais devem 
ser valorados da forma mais correta possível, de acordo com a sociedade, de 
forma a se cobrar pelo uso desses bens, direta ou indiretamente, em forma de 
taxas, subsídios etc. A Empresa pode decidir entre contaminar e pagar a taxa ou 
descontaminar e incorrer nos custos para reduzir a emissão de contaminantes.
As medidas de controle ou prevenção da contaminação, mesmo gerando os 
custos iniciais, ajudam a melhorar a competitividade entre as empresas. Para 
que isso realmente ocorra, além de benefícios ambientais, deve também ocorrer 
benefícios privados, que gerariam ao mesmotempo benefícios públicos como 
aumento do emprego e das condições sociais.
Mas o Estado não é o único que incentiva e pressiona as empresas para que 
melhorem seu desempenho no quesito meio ambiente; além da regulação formal, 
outros fatores como pressões da comunidade, grupos organizados, Mercado, 
consumidores e fornecedores também pressionam as organizações para essa 
mudança de postura.
A Comunidade
As comunidades que se localizam próximas às empresas cada vez mais se 
apresentam como fundamentais em relação à pressão aos problemas ambientais, 
porque são as primeiras a sofrerem as consequências da poluição dessas 
organizações e, por conta disso, tem uma capacidade de resposta mais rápida, 
afetando diretamente as decisões da Empresa no controle ambiental.
Outro ponto importante é que cada vez mais as pessoas estão ficando 
informadas sobre os processos que levam à contaminação ambiental. Membros da 
comunidade, intelectuais, jornalistas, educadores, entidades ecológicas e técnico-
científicas, encontram os mecanismos legais para pressionar governos e empresas 
a cumprirem suas responsabilidades junto ao meio ambiente.
O Mercado
As empresas comumente atuam em diversos mercados, tanto locais como 
globais. Com o aumento da consciência ambiental, os mercados consomem cada 
vez mais produtos de empresas que são ecologicamente responsáveis. Países 
mais desenvolvidos ou regiões mais desenvolvidas dentro de um mesmo país, 
normalmente, são os que mais consomem produtos com essa pegada e isso acaba 
colocando a Empresa como benfeitora ou não do meio ambiente, agregando valor 
de Mercado.
10
11
Os Fornecedores
Muitas empresas fornecedoras de outras que necessitam ou já têm uma política 
de bom desempenho ambiental acabam fazendo exigências aos seus próprios 
fornecedores para que eles tenham as certificações ambientais e se tornem 
organizações que atendam aos requesitos ambientais.
Dessa maneira, mesmo que a empresa não sofra pressão direta do Estado 
ou da comunidade, ela se vê obrigada a adotar medidas ambientais para evitar a 
contaminação, porque seus clientes exigem que ela integre uma cadeia produtiva 
ambientalmente correta.
Figura 2 – Descarte de Resíduos Industriais
Fonte: iStock / Getty Images
A Reação das Empresas
A poluição causada pelas indústrias é resultado da dificuldade da transformação 
total dos insumos em produtos. Essas sobras formam os resíduos que podem 
contaminar o ar, a água e o solo. Quando uma empresa necessita reduzir seus 
resíduos, tem basicamente dois caminhos a seguir: instalar tecnologias ao final do 
processo produtivo para barrar a contaminação gerada ou aplicar atividades para a 
prevenção da contaminação ao longo de todo o processo produtivo.
Com a instalação de tecnologias, uma parte dos resíduos é retida antes que saia da 
área ocupada pela Empresa. Esses resíduos devem ser recolhidos e dispostos em local 
específico e em recipientes adequados, o que exige das empresas novas instalações 
que, consequentemente, demandam investimentos e aumento no custo de produção.
Entre outras, as atividades de prevenção da poluição, incluem o uso mais 
eficiente dos recursos naturais e da energia utilizada e a diminuição da geração de 
resíduos. No entanto, as estratégias para reduzir a emissão de poluentes podem 
também gerar muitos benefícios para a Empresa, como a diminuição de custos 
de produção e o melhor posicionamento no Mercado, com maior eficiência no 
processo e produto de melhor qualidade.
11
UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente
Muitas outras vantagens a empresa obtém quando reduz os resíduos e adota 
mecanismos de controle da poluição. Entre esses benefícios, destacamos:
 » Menores gastos com matéria-prima, energia e disposição de resíduos;
 » Diminuição ou eliminação dos futuros custos com processos de descontami-
nação de resíduos.
 » Diminuição das complicações legais e não pagamento de multas ambientais;
 » Custos menores de operação e manutenção;
 » Diminuição dos riscos para funcionários e meio ambiente e, portanto, 
menores despesas.
Muitas vezes, para reduzir a contaminação, não é necessário investimento, apenas 
a melhoria da gestão e das práticas adotadas ao longo do processo de fabricação.
Portanto, tornar-se uma organização ambientalmente responsável exige uma 
mudança profunda no modo de ver e fazer as coisas. 
Competitividade e Gestão Ambiental
Para que uma empresa possa ser considerada competitiva, um conjunto de fatores 
variados, complexos e que se inter-relacionam devem ser analisados; fatores como: 
custos, capital humano, tecnologia, inovação, controle de qualidade, produtos e 
serviços. A Gestão Ambiental, nos últimos anos, desponta como mais um item de 
competitividade, devido aos benefícios que traz ao processo de produção. Entre as 
muitas vantagens competitivas, podemos destacar:
 » Quando a Empresa cumpre as exigências normativas, melhora seu desem-
penho ambiental, trazendo a sua inserção num mercado que é cada vez mais 
exigente em termos ambientais;
 » A redução dos recursos energéticos como um item a ser alcançado na gestão 
ambiental traz consequente redução nos custos de produção;
 » Com a redução da quantidade de insumos utilizados por produto, há redução 
dos custos de matéria-prima e consumo de recursos;
 » Otimizando as técnicas de produção, melhora-se a capacidade de inovação 
da Empresa e se minimiza o impacto ambiental do processo.
A questão ambiental entrará em uma Organização por vários meios e dependerá 
de alguns fatores, como o ambiente externo e próximo à unidade de produção, dos 
recursos naturais que essa empresa utiliza e do grau de contaminação ambiental 
que seu processo produtivo gera, entre outros. 
O quadro a seguir apresenta as diferentes estratégias adotadas pelas empresas 
diante da problemática ambiental e da legislação envolvida.
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13
Tabela 1 - Opções estratégicas das empresas diante da legislação ambiental.
Opções Estratégicas Descrição
Não Cumprimento É a opção adotada pelas empresas que não cumprem a legislação ambiental devido aos custos envolvidos, ou por terem baixa percepção da importância do fator ambiental.
Cumprimento A organização escolhe uma estratégia reativa, limitando-se a cumprir a legislação vigente.
Cumprimento a mais
A empresa adota uma postura proativa em termos de gestão ambiental, adotando uma 
política ambiental que ultrapassa as exigências legais. As emrpesas que assumem esta 
estratégia são as que incorporam instrumentos voluntários de política ambiental, como os 
selos ecológicos e os certificados de gestão ambiental, como o ISO 14001.
Excelência comercial
e ambiental
Estratégia baseada na premissa de que a “gestão ambiental é boa administração”. É 
adotada pelas empresas que buscam a excelência ambiental, com foco na qualidade, 
procurando projetar e desenvolver produtos e precessos limpos. Sob esse ponto de vista, 
essas empresas consideram que a contaminação equivale à ineficiência.
Liderança ambiental
As empresas observam as práticas mais avançadas do seu setor econômuco e incentivam a 
sua força de trabalho para “trabalhar com base numa ética ambiental”. De modo geral são 
as primeiras a assumir novas medidas de cunho ambiental.
Fonte: Dias, 2005 apud Roome, 1992
Na competitividade empresarial, as variáveis ambientais mais relevantes são: a 
Gestão Ambiental de Processos e a Gestão Ambiental de Produtos.
As principais ferramentas na Gestão Ambiental de Processos são as Tecnologias 
Ambientais como a produção mais limpa e a certificação de processos. Na Gestão 
Ambiental de Produtos, temos a análise do ciclo de vida, a certificação dos produtos 
e o eco design.
As empresas, depois de melhorarem os processos de produção, voltam-se para 
o projeto de seus produtos e, nesse ponto, a importância da avaliação do ciclo 
de vida dos produtos é imprescindível, que é a análise dos impactos ambientais 
causados pelo produto, desde a matéria-prima utilizada, seu transporte, modo de 
fabricação, transporte do produto final,utilização do produto e seu descarte. Em 
relação ao produto, muitas outras fases do ciclo de vida podem ser adicionadas a 
essa análise.
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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente
Extração da
Matéria Prima
Transporte e
Armazenamento
Fabricação Venda
Uso
ManutençãoReciclagem
Re-Uso
Descarte
Ciclo de Vida dos Produtos
Figura 3 – Ciclo de vida dos produtos
Fonte: CNI, 2004
Gestão Ambiental – Estímulos para Adoção
Existem diversos estímulos externos e internos para que uma Empresa adote 
um Sistema de Gestão Ambiental. A seguir, apresentaremos os diversos fatores 
que induzem as empresas a adotarem esse sistema como parte de seu processo de 
desenvolvimento e inovação.
Estímulos Internos
1. Redução de custos: benefícios imediatos com a redução de material por 
unidade produzida, utilização mais eficiente de recursos como energia e 
água. Em médio e longo prazos, benefícios com a redução de resíduos com 
menores custos futuros para o manejo e disposição desses dejetos;
2. Qualidade do produto: a obtenção da melhora da qualidade ambiental traz 
a elevação da qualidade do produto, como: durabilidade, confiabilidade e 
facilidade na manutenção;
3. Melhoria da imagem da empresa: uma empresa com reconhecimento 
ambiental tem imagem positiva junto aos consumidores;
4. Inovação: o sistema de Gestão Ambiental acaba incorporando a inovação 
como componente fundamental e permanente na estrutura da Organização. 
A Empresa precisa de inovação por diversos motivos; um exemplo é buscar 
diferenciação em relação a seus concorrentes e, com um produto inovador, 
acessar mercados que antes não teria oportunidade de atingir;
14
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5. Responsabilidade social: gestores das empresas nos seus diversos níveis 
se sentem cada vez mais responsáveis em relação à comunidade, pois já 
compreendem o papel da Empresa na poluição ambiental. A conservação 
do meio ambiente inclui a preocupação com as necessidades das gerações 
futuras, com a diversidade cultural e social na comunidade.
Estímulos Externos
1. Mercado: aumento das exigências ambientais por parte de clientes e 
consumidores. Essa demanda obriga as empresas a adequar sua forma de 
atuar, alterando processos e produtos em desacordo com o meio ambiente;
2. Concorrência: os concorrentes também podem ser um estímulo para a 
adoção de métodos de gestão ambiental. A posição da empresa em relação 
aos concorrentes cada vez mais está relacionada à adoção de sistema de 
Gestão Ambiental;
3. Poder Público e Legislação Ambiental: o controle dos governos em 
relação às questões ambientais está aumentando cada vez mais; então, as 
empresas, além de conhecer a Legislação vigente, deve antever a Legislação 
futura de seus países e dos países para os quais exportam. Hoje a regulação 
ambiental ainda é um dos fatores mais determinantes para que as empresas 
adotem medidas voltadas para a Gestão Ambiental; 
4. Sociocultural: consumidores e sociedade como um todo são as partes mais 
significativas da pressão exercida, colocando exigências sobre os produtos 
e os processos de produção. Processos produtivos antes conhecidos apenas 
por algumas pessoas dentro das empresas, hoje se popularizaram pelos 
meios de comunicação, o que faz com que, em pouco tempo, as empresas 
percam a credibilidade se o objetivo for somente melhor posicionamento no 
Mercado, sem modificar efetivamente seus processos e seus produtos;
5. Certificações ambientais: as certificações que se expressam em selos de 
qualidade ambiental têm cada vez mais se tornado um estímulo de peso para 
as empresas. Muitos clientes de países desenvolvidos exigem uma certificação 
reconhecida, como a norma ISO 14000.
Selos ecológicos são identificações dos produtos por meio de selos ou etiquetas 
emitidos por organizações comerciais e não governamentais, atestando que o 
produto cumpriu certos padrões ambientais previamente estabelecidos. Esses selos 
constituem atitude voluntária e são mais comuns nos países nos quais a consciência 
ecológica é maior.
Os sistemas de gestão ambiental constituem processos sob os quais, de forma 
sistemática e planejada, controlam-se e se minimizam os impactos ambientais 
negativos de uma Organização.
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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente
Para se obter a certificação de um modelo de Gestão Ambiental, como, por 
exemplo, a série ISO 14000. A Empresa deve implementar ferramentas para 
monitorar atividades, produtos ou serviços que podem interagir com o meio ambiente 
e desenvolver programas ambientais que promovam redução ou eliminação do 
impacto eventualmente produzido (DIAS, 2005);
6. Fornecedores: os fornecedores podem influenciar a conduta das empresas 
de várias formas como, por exemplo, introduzindo novos materiais e 
processos que diminuem as agressões ao meio ambiente e que podem ser 
adotados pelas corporações.
45,2
40,6
37,8
16,0
15,9
13,4
12,7
6,7
6,2
3,3
2,9
1,0Outra
Atender pressão de organização
não governamental ambientalista
Atender exigências de instituição
�nanceira ou de fomento
Aumentar a competividade
das exportações
Atender o consumidor com
preocupações ambientais
Atender reivindicação da comunidade
Aumentar qualidade dos produtos
Reduzir custos dos processos industriais
Melhorar a imagem perante a sociedade
Atender exigências para o licenciamento
Atender o regulamento ambiental
Em % 
Estar em conformidade com a política
social da empresa
Figura 4 – Principais razões para a adoção de medidas gerenciais
associadas à Gestão Ambiental pelas indústrias
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Concluindo a Unidade
De todas as instituições que existem na sociedade humana, as empresas são 
os principais agentes para atingirmos o desenvolvimento sustentável. A questão 
envolve o ambiente interno das empresas, pois não há atuação responsável de 
uma empresa na sociedade se internamente seus gestores e funcionários não estão 
convencidos da adoção de práticas ambientalmente corretas. Portanto a importância 
da adoção de Sistema de Gestão Ambiental integrados numa perspectiva mais 
ampla que envolva a mudança da cultura da empresa, introduzindo as questões 
ambientais internamente na empresa.
O envolvimento da Humanidade com a questão ambiental tem colocado as 
empresas como vilãs da sociedade e responsáveis pela degradação do ambiente 
natural. Se analisarmos apenas sob esse prisma, as empresas como unidades 
produtivas isoladas do contexto social, podemos até afirmar isso, no entanto, as 
empresas devem ser também analisadas no contexto social, no meio em que se 
encontram, como fornecedoras indispensáveis de produtos e serviços dos quais os 
seres humanos necessitam e dependem para viver.
É importante termos em mente que a responsabilidade do empresário é 
fundamental para a superação da crise ecológica e este deve assumi-la, ou de forma 
voluntaria ou coercitiva pela aplicação da legislação. 
Portanto, a responsabilidade social e ambiental da empresa é um fato, mas 
deve ser compartilhada pela sociedade que consome seus produtos e os tem como 
extremamente necessário para sua sobrevivência. A responsabilidade pela poluição 
do planeta não pode estar localizada apenas em um agente determinado, mas sim 
uma consequência de uma sociedade como um todo, que deve assumir o problema 
e cada um deve cumprir seu papel para enfrentá-lo.
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UNIDADE As Organizações e o Meio Ambiente
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Ecodesign é a Nova Modalidade de Lucro.
https://youtu.be/9ArVDFMeOZs
Certificação ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental
https://youtu.be/Xgbm_UzGxhM
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Referências
CURI, D. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011.
DIAS, R. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São 
Paulo: Atlas, 2011.
ROOME, Nigel. Developing environmental management strategies. Business 
strategy and the environment, v. 1, n. 1, p. 11- 24, 1992.
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Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Políticas Públicas Ambientais
• Introdução
• Política Pública Ambiental Brasileira
• Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil
 · Tratar das políticas públicas ambientais, de seus instrumentos e da 
Legislação brasileira envolvida nas questões ambientais e na avalia-
ção de impactos ambientais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Políticas Públicas Ambientais
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
Introdução
Mais uma vez é importante enfatizar que o desenvolvimento da sociedade, quer 
seja urbana, quer seja rural, ocorreu sem planejamento; portanto, de forma desor-
denada, implicando níveis crescentes de poluição e degradação ambiental. 
Voltando um pouco no tempo, foi Aristóteles, que era considerado “o grande 
teórico da cidade”, que evidenciou a preocupação com os impactos produzidos 
pelo homem em grandes centros urbanos. 
Essa perspectiva de planejamento vai desde a Grécia Antiga até a Revolução 
Industrial, formulando-se, portanto, uma base teórica sobre construções de núcleos 
populacionais (SANTOS, 2004). 
No entanto, na Europa, no final do século XIX, eram poucos que se preocupavam 
com a relação “construção das cidades e conservação da natureza”. Porém, é 
importante ressaltar que um século depois da Revolução Industrial, diversos estudos 
voltados à ecologia reorientaram a relação do homem com o meio ambiente 
(SANTOS, 2004).
Para falarmos de Gestão Ambiental e Responsabilidade Social, precisamos 
entender um pouco sobre as Políticas Públicas Ambientais. A gestão ambiental se 
iniciou a partir do momento em que os problemas ambientais começaram a surgir. 
Após a Revolução Industrial, tais problemas começaram a ganhar corpo e se deu 
início ao tratamento desses problemas de modo sistemático. 
Por um longo período, as iniciativas dos governos eram, em sua grande maioria, 
de ordem corretiva, ou seja, os governos só tomavam uma atitude em relação 
aos problemas ambientais depois que eles já estavam instalados, apesar de isso 
ainda ocorrer. Foi a partir da década de 1970, que começaram a surgir políticas 
governamentais em diversos países, que tratavam das questões ambientais de modo 
mais integrado e de forma mais preventiva. 
A Gestão Ambiental Pública é a ação do Poder Público conduzida segundo uma 
Política Pública Ambiental. Entende-se por Política Pública Ambiental o conjunto 
de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que o Poder Público dispõe para 
produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente (BARBIERI, 2012). 
Com a diversidade das questões ambientais e a participação cada vez maior 
dos estados nessas questões, surgiram vários instrumentos de Políticas Públicas 
Ambientais com os quais o Poder Público pode contar para evitar mais problemas 
ambientais e também para eliminar ou minimizar os já existentes.
Os instrumentos de Políticas Públicas podem ser explícitos ou implícitos. Os pri-
meiros são criados para atingir aspectos ambientais específicos, enquanto os segun-
dos alcançam os aspectos ambientais indiretamente, pois não foram criados para 
isso. Alguns exemplos podem ser citados: uma Lei que ordena o trânsito de veículos 
para evitar ou diminuir os congestionamentos, indiretamente promoverá a melhora 
8
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da qualidade do ar; outro exemplo: investindo em Educação, a população se torna 
mais consciente dos problemas ambientais, aumentando o número de pessoas que 
irão cobrar melhor desempenho ambiental das empresas e dos órgãos ambientais. 
Quando falamos de instrumentos de Política Pública Ambiental, estamos falando, 
normalmente, dos instrumentos explícitos, que são classificados em três grupos: 
 » Instrumentos de comando e controle;
 » Instrumento econômico; e 
 » Outros instrumentos.
Instrumentos de Comando e Controle, Econômicos e Tecnológicos 
Os instrumentos de comando e controle têm como objetivo alcançar as ações 
que degradam o meio ambiente, condicionando ou limitando o uso de bens. Sem-
pre amparado por normas legais, esse instrumento é manifestado por meio de 
restrições, obrigações e proibições impostas às organizações e aos indivíduos. Os 
que estabelecem padrões ou concentrações máximas aceitáveis de poluentes são 
os instrumentos de controle mais conhecidos, e podem ser de três tipos: padrões 
de emissão, de qualidade ambiental ou de estágio tecnológico.
Os padrões de emissão se referem aos lançamentos de poluentes individuali-
zados por fonte, que podem ser fixas ou móveis. Como exemplo das fontes fixas, 
podemos citar os estabelecimentos de fábricas, e das fontes móveis os automóveis, 
os caminhões etc.
Os padrões de qualidade ambiental se referem aos níveis máximos para os 
poluentes constantes no meio ambiente, normalmente, relacionados ao solo, à 
água e ao ar. Os níveis são estabelecidos, normalmente, como médias aritméticas 
ou geométricas de concentração. Padrões de qualidade ambiental estão atrelados 
às quantidades e às características das emissões das fontes.
O padrão tecnológico pode ser o que estabelece o controle da poluição das 
fontes. Esse termo pode abranger máquinas, ferramentas, instalações, materiais, 
avaliações de fornecedores, roteiro de produção, método de inspeção, treinamento 
e planejamento da manutenção. 
Definir padrões tecnológicos não é uma tarefa fácil, tanto porque as tecnologias 
estão em constante evolução e são ativos privativos dos que as desenvolvem, 
quanto porque uma melhor tecnologia para determinada finalidade nem sempre 
está disponível para todos os agentes produtivos. Por isso, o padrão que será 
adotado deve considerar a disponibilidade daquela tecnologia.
Outros instrumentos de controle são as proibições ou os banimentos de comercia-
lização, produção ou uso de produtos. Podemos dar como exemplo o licenciamento 
ambiental para atividades ou obras com potencial poluidor e o zoneamento ambiental. 
O zoneamento, por exemplo, restringe o direito de propriedade na medida em que 
define categorias de zonas destinadas a unidades produtivas.
9
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
Os instrumentos econômicos procuram influenciar o comportamento das 
pessoas e das organizações em relação ao meio ambiente, utilizando medidas 
que representem benefícios ou custos adicionais para elas (BARBIERI, 2012). 
Temos dois tipos de instrumentos econômicos: fiscais e de mercado. Os Fiscais 
são tributos ou subsídios que são realizados por transferências de recursos entre 
agentes privados e públicos. 
Os tributos ambientais transferem recursos dos agentes privados para o Setor 
Público em decorrência de algum problema ambiental (BARBIERI, 2012).
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), 
que reúne os países mais ricos de Economia de Mercado, denomina esses tributos 
impostos e encargos ambientais. Já a União Europeia os denomina ecotaxas. 
Há diversos tipos desses tributos e os mais conhecidos são: tributação sobre 
emissões, que são encargos cobrados sobre a descarga de poluentes, que 
normalmente são calculados baseados nas características dos poluentes e nas 
quantidades emitidas por uma Empresa; tributação sobre a utilização de serviços 
públicos de tratamento e coleta de efluentes; tributação sobre os preços dos produtos 
que causam poluição ao serem utilizados pelo consumidor final ou no processo 
de produção; tributação sobre produtos supérfluos; tributação sobre produtos em 
alíquotas diferenciadas, marcando os produtos de acordo com o impacto ambiental, 
no sentido de induzir o consumo e a produção de produtos menos prejudiciais ao 
meio ambiente.
Os instrumentos tecnológicos podem reverter situações críticas em relação à 
degradação ambiental. Algumas dessas ferramentas são, segundo Braga (2005): 
 » Métodos de planejamento; 
 » Modelos matemáticos; 
 » Equipamentos para controle de poluição e processos alternativos menos 
poluentes. 
O desenvolvimento dessas ferramentas permitiu a correção de problemas já 
existentes e a estimativa antecipada de efeitos e impactos de situações hipotéticas 
futuras por meio de

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