Buscar

A Atividade Física e o Controle do Peso Corporal

Prévia do material em texto

0 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE PERCEBIDO E QUALIDADE DE VIDA EM 
PESSOAS IDOSAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISABELLA DANTAS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2014
1 
 
 
ISABELLA DANTAS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE PERCEBIDO E QUALIDADE DE VIDA EM 
PESSOAS IDOSAS 
 
 
 
 
 
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
como requisito para a obtenção do título de 
Doutora em Ciências da Saúde. 
 
Orientadora: Profª. Drª Iris do Céu Clara Costa 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2014 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
 (Biblioteca da FCM) 
S586r 
Silva, Isabella Dantas da. 
Relação entre estresse percebido e qualidade de vida em pessoas idosas / 
Isabella Dantas da Silva. -- Campina Grande, 2014. 
 
Originalmente apresentada como Tese ao Programa de Pós-Graduação em 
Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como 
requisito para a obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde da autora 
(Doutora – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014). 
Referências. 
 
1. Envelhecimento. 2. Estresse. 3. Qualidade de vida. I. Título. 
 
CDU-612.67:159.944.4(043.2)(813.2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii 
3 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: 
Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
4 
 
 
ISABELLA DANTAS DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE PERCEBIDO E QUALIDADE DE VIDA EM 
PESSOAS IDOSAS 
 
 
 
Aprovada em: 08/08/2014 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
 
 
Presidente da Banca: 
Profª. Drª. Iris do Céu Clara Costa (UFRN) 
 
Membros da Banca: 
Prof. Dr. Antônio Medeiros Júnior (Membro Interno – UFRN) 
Profª. Drª. Fábia Barbosa de Andrade (Membro Interno – UFRN) 
Profª. Drª. Maria do Carmo Eulálio (Membro Externo – UEPB) 
Profª. Drª. Walda Viana Brígido de Moura (Membro Externo – UFC) 
 
 
 
 
iv 
5 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, que me ilumina e dá forças para continuar 
lutando. A minha família, meu porto seguro, 
presente em todos os momentos da minha vida. Aos 
idosos participantes da pesquisa, sem eles também 
não teria sido possível. 
 
 
 
 
 
 
v 
6 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço, a Deus, pelo dom da vida, as bênçãos e a força para enfrentar as 
dificuldades e superá-las. 
 
À Professora Dra. Iris do Céu Clara Costa, pela confiança e incentivo em todo 
o percurso, sem me deixar desanimar nos momentos mais difíceis, e com muita 
compreensão me permitiu chegar até aqui, sempre mostrando que é possível vencer 
obstáculos. 
 
A minha família, meu alicerce. Em especial aos meus Pais, meus amigos e 
companheiros de todas as horas, que me educaram com muita dedicação e 
dignidade, uniram esforços e sacrifícios para que fosse possível mais esta 
conquista. As minhas filhas, que me ensinaram o sentido da vida, me fizeram 
conhecer o amor incondicional e por elas junto forças para continuar lutando. Ao 
meu esposo, que sempre esteve ao meu lado, apoiando, incentivando e colaborando 
de forma essencial em toda a minha caminhada. 
 
Aos Professores da banca examinadora, pela atenção e disponibilidade de 
participar da banca, colaborando para o aprimoramento deste estudo. 
 
Aos Idosos, que participaram desta pesquisa muito gentilmente e permitiram a 
concretização deste estudo. 
 
Aos amigos, que se fizeram presente, compartilhando angústias, dificuldades, 
experiências e alegrias. 
 
 
Muito Obrigada!!!!!! 
 
 
 
vi 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Concedei-me Senhor, a serenidade 
necessária para aceitar as coisas que não 
posso modificar; coragem para modificar 
aquelas que posso, e sabedoria para 
distinguir umas das outras.” 
Reinhold Niebuhr 
 
 
 
 
 
 
vii 
8 
 
 
RESUMO 
 
O envelhecimento é um processo multifatorial, influenciado por mudanças 
biológicas, sociais e psicológicas que pode estar associado ao desenvolvimento de 
estresse e ao comprometimento da qualidade de vida. O objetivo deste trabalho foi 
investigar a relação entre o estresse percebido e a qualidade de vida em pessoas 
idosas de um município estado da Paraíba. O estudo teve um delineamento 
transversal e descritivo, com abordagem quantitativa, amostragem do tipo snowboll 
e não probabilística, com amostra composta por 253 idosas para a análise dos 
dados. Foram realizados análises descritivas e testes paramétricos e não-
paramétricos entre as características da amostra, adotando um nível de significância 
de 5%. Utilizou-se como instrumentos um questionário sócio-demográfico e 
epidemiológico, o Índice de Barthel, a Escala de Atividades Instrumentais de Vida 
Diária de Lawton e Brody, as Escalas de Estresse Percebido (PSS-14 e PSS-10) e o 
SF-36, para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde. As idosas participantes 
apresentaram o seguinte perfil sócio-demográfico e epidemiológico: idade média de 
71,3 anos; 80,2% casadas ou viúvas; 55,3% praticam alguma atividade física; 
aproximadamente 50% tinham menos de 8 anos de estudo; 76,7% recebiam até dois 
salários mínimos por mês; a maioria, 82,2%, vivia com a família; e 87,4% 
apresentava alguma doença crônica. Com relação ao estresse percebido foi possível 
identificar que as pontuações da PSS-14 e PSS-10 variaram entre 2 e 53 e 4-39, 
respectivamente, sendo que a quantidade de participantes com valores PSS-14 ≥ 28 
e PSS-10 ≥ 21 foram de 15,8% (n = 40) e 20,6% (n= 52), respectivamente. Na 
avaliação da qualidade de vida relacionada a saúde, os escores do SF-36 foram 
menores nas dimensões de dor (62,7) e aspectos físicos (63,6) e maior nas 
dimensões aspectos sociais (84,4) e saúde mental (75,6). Observou-se uma 
correlação negativa e estatisticamente significativa entre os valores de estresse 
percebido e os domínios do SF-36 (p <0,001). O estresse percebido relacionou-se 
tanto com os aspectos físicos e funcionais, como com a saúde mental das idosas, 
apresentando uma associação com a qualidade de vida de forma global, sendo um 
ótimo indicador da qualidade de vida das idosas. 
PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento. Estresse. Qualidade de vida 
viii 
9 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABVD’s Atividades Básicas de Vida Diária 
AIVD’s Atividades Instrumentais de Vida Diária 
ANOVA Análise de Variância 
CEP Comitê de Ética em Pesquisa 
CESED Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento 
CNS Conselho Nacional de Saúde 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
OMS Organização Mundial de Saúde 
PSS Perceived Stress Scale 
QV Qualidade de Vida 
SF-36 Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
10 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO 12
2 JUSTIFICATIVA 16
3 OBJETIVOS 17
3.1 OBJETIVO GERAL 17
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17
4 MÉTODOS 18
4.1 TIPO DE ESTUDO 18
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 18
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 19
4.4 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS 19
4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS 20
4.6 ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 21
4.7 ASPECTOS ÉTICOS 22
5 ARTIGOS PRODUZIDOS 23
5.1 ARTIGO 1 – PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E HÁBITOS DE VIDA DE 
IDOSOS PARTICIPANTES DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIA (SOCIO- 
DEMOGRAPHIC PROFILE AND LIFESTYLE OF ELDERLY PARTICIPANTS 
MEMBERS OF COMMUNITY GROUPS). Aceito para publicação naRevista 
Fisioterapia Ser. ISSN: 1809-3469. Qualis B5 da CAPES para Área Medicina 
II 
23
5.2 ARTIGO 2 – ASSESSING THE PERCEIVED STRESS AND QUALITY 
OF LIFE OF ELDERLY WOMEN. Submetido para publicação Archives of 
Gerontology and Geriatrics. ISSN: 0167-4943. Qualis B1 da CAPES para 
Área Medicina II. 
37
5.3 ARTIGO 3 ASSESSING ASPECTS OF SOCIAL NETWORK ON THE 
QUALITY OF LIFE OF ELDERLY WOMEN. Submetido para publicação no 
Journal of Aging Studies. ISSN: 0890-4065. Fator de impacto 1,4. Qualis B2 
da CAPES para Área Medicina II. 
63
6 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES 80
6.1 PRODUÇÃO CIENTÍFICA 83
x 
11 
 
 
REFERÊNCIAS 84
APÊNDICES 91
APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO SÓCIO-DEMOGRÁFICO E 
EPIDEMIOLÓGICO 
92
APÊNDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 94
ANEXOS 97
ANEXO 1 – ÍNDICE DE BARTHEL 98
ANEXO 2 - ESCALA DE ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 
DE LAWTON E BRODY 
100
ANEXO 3 – ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO (PERCEIVED STRESS 
SCALE -PSS) 
101
ANEXO 4 - INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA 
RELACIONADA À SAÚDE (MEDICAL OUTCOMES STUDY 36-ITEM 
SHORT-FORM HEALTH SURVEY / SF-36) 
102
ANEXO 5 - APROVAÇÃO DO CEP/CESED 106
ANEXO 6 - CÓPIA DE ACEITE DO ARTIGO NA REVISTA FISIOTERAPIA 
SER 
107
ANEXO 7 - CÓPIA DA SUBMISSÃO DO ARTIGO NA REVISTA ARCHIVES 
OF GERONTOLOGY AND GERIATRICS 
108
ANEXO 8 - CÓPIA DA SUBMISSÃO DO ARTIGO NO JOURNAL OF AGING 
STUDIES 
110
ANEXO 9 - PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO DA FRAGILIDADE EM IDOSOS 
BRASILEIROS (REDE FIBRA) 
112
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Os primeiros estudos acerca do estresse, como conhecido atualmente, 
remontam a década de 50 do século passado, onde, inicialmente buscava-se 
compreender o comportamento dos soldados no pós-guerra e também o 
comportamento/desempenho do indivíduo na execução de atividades, quando 
submetido a condições estressantes1,2,3. 
 As pesquisas desenvolvidas por Selye e Lazarus1,2,3,4,5, destacam que os 
indivíduos podem responder ao estresse de várias maneiras, havendo o surgimento 
da síndrome da adaptação geral, a qual indica que algo que provoca estresse coloca 
em perigo a vida, e fatores que coloquem em risco a vida provocam respostas 
adaptativas na forma de estresse. 
 A partir de então, tem havido muito interesse em todo o mundo na análise da 
influência do estresse no comportamento social e no desenvolvimento de doenças 
em vários segmentos/tipos de populações. Os estudos destacam que o estresse tem 
se tornado uma das características mais importantes da sociedade moderna, com 
grande impacto no comportamento social, na saúde física e mental e, por 
conseguinte, na qualidade de vida (QV) da população6,7,8,9,10. Há várias evidências 
relacionando estresse, com problemas de saúde como depressão, ansiedade, 
doenças cardiovasculares, câncer e vários outros problemas5,11,12,13,14. Por outro 
lado, uma situação ou evento para ser considerado estressante, deve ser percebido 
como tal, assim, é importante avaliar o nível de estresse percebido quando se avalia 
o impacto do estresse psicológico na saúde, porque o estresse só ocorre, quando o 
indivíduo percebe que as demandas impostas pelo meio, pela sociedade, excedem 
sua capacidade adaptativa12,14. 
Nesse sentido, observa-se também que o estresse está intimamente 
associado às alterações do envelhecimento, visto que este é um processo 
multifatorial, influenciado por mudanças biológicas, sociais e psicológicas15. Estas 
mudanças, podem levar à deficiência, dependência, redução da interação social, 
alterações hormonais, o surgimento de doenças, limitações físicas, alteração na 
forma de visualização de sua função na sociedade16,17,18,19,20,21 e ao 
desenvolvimento de elevados níveis de estresse, os quais estão intimamente 
13 
 
 
associados ao desenvolvimento de diversas doenças relacionadas a velhice, como 
depressão, suicídio, alterações hormonais, etc18,19,20. 
Os pioneiros em destacar associações entre estresse e envelhecimento16,17 
indicaram a importância da execução em conjunto de estudos longitudinais e 
transversais para um melhor entendimento da influência e interação do estresse com 
o envelhecimento; e que o envelhecimento da população mundial requer um 
acompanhamento e um aumento contínuo do interesse de psicólogos e profissionais 
da saúde, para se ter uma melhor análise das causas do estresse e de formas para 
uma melhor convivência com estas causas por parte da população idosa. 
 Buscando uma maneira de melhor lidar com o estresse na população idosa, a 
literatura3,16,17 advoga que: deve-se abandonar abordagens simplistas do estresse, 
já que este é um reflexo de efeitos fisiológicos, sociais e emocionais e característico 
de cada indivíduo; que a convivência/gerenciamento do estresse deve levar em 
consideração a variabilidade no processo de envelhecimento, as fontes estressoras 
e os padrões de comportamento que surgem em resposta as condições do meio; 
como também não se deve levar em consideração a idade por si só na análise do 
envelhecimento, mas o significado dos acontecimentos estressantes vistos na 
continuidade da vida de uma pessoa devem ser considerados. 
 A população idosa, proporção de pessoas com mais de 60 anos de idade, 
vem aumentando rapidamente em todo o mundo, como reflexo da queda da 
mortalidade e da taxa de fecundidade. No Brasil, essa tendência provocou a 
duplicação da população idosa entre 1900 e 1989 e vem fazendo com que se estime 
uma população em 2050 com mais de 22% de idosos22. 
 Desde os primeiros estudos fundamentais16,17,23, abordando a influência do 
estresse no comportamento social e sua associação com o envelhecimento, foi 
observado que existiam dificuldades em mensurar os níveis de estresse no 
indivíduo. Nesses estudos, já se destacava que o estresse deve ser considerado 
como um reflexo complexo do indivíduo ao meio ambiente, consistindo de diferentes 
variáveis inter-relacionadas, ao invés de uma variável simples que possa ser 
facilmente mensurada. 
 Os primeiros trabalhos evidenciaram uma enorme dificuldade em associar o 
estresse à dinâmica do envelhecimento, particularmente pela dificuldade de se 
mensurar o estresse do indivíduo/idoso de forma adequada. Fato este, que gerou 
14 
 
 
uma grande lacuna no conhecimento, e no entendimento da sistemática entre 
estresse, envelhecimento e o enfrentamento/gerenciamento do estresse na velhice, 
em virtude da falta de ferramentas que subsidiem a análise de uma variável 
complexa, multidimensional e multidisciplinar como o estresse, permitindo sua 
análise de forma global e, ao mesmo tempo, que leve em consideração a visão do 
indivíduo com relação a sua própria situação. 
 Neste sentido, vários instrumentos e escalas para análise dos níveis de 
estresse nas populações foram desenvolvidos. Segundo a literatura24 existem 
basicamente três formas de medir o estresse. A primeira é direcionada à presença 
de agentes estressores específicos; a segunda, aos sintomas físicos e psicológicos 
do estresse e a terceira visa mensurar a percepção de estresse individual de forma 
global, independente dos agentes estressores. Buscando contribuir para uma 
análise mais global da percepção do estresse, Cohen, Kamarck, e Mermelstein25 
desenvolveram um instrumento para medida do estresse de forma global, a escala 
de estresse percebido, do inglês Perceived Stress Scale (PSS). A PSS é um 
instrumento de avaliação através de auto-relato, que mensura como situações na 
vida de um indivíduo são percebidas, por ele, como situações ou estados 
estressantes. Como uma avaliação global do estresse, a PSS não mede o mesmo 
conceito de sofrimento psíquico, ela mede o grau em que situações na vida de um 
indivíduo são avaliadas como estressantes24,25, tendo sido projetada para avaliar a 
importância da interpretação subjetiva dos acontecimentos da vida. 
 A PSS foi originalmente desenvolvida25 como uma escala de 14 itens (PSS-14) que avalia a percepção de experiências estressantes em relação ao mês 
anterior, através de uma escala tipo Likert de cinco pontos. Em seguida, os autores 
Cohen e Williamson24 observaram que uma escala com 10 itens (PSS-10) 
apresentava maior associação com características psicométricas em relação a 
escala original. 
 Com a popularização da escala PSS, vários estudos investigaram a 
associação entre estresse percebido e uma variedade de questões de saúde, como 
depressão, resposta imunológica e anti-inflamatória, riscos de infecção em idosos, 
autoestima e déficits de memória em idosos13,26,27. Dentre os vários 
estudos28,29,30,31,32,33 que vêm utilizando a PSS, muitos vêm buscando analisar as 
relações entre estresse percebido e qualidade de vida em populações específicas, 
15 
 
 
como em grávidas, sobreviventes de suicídio, pacientes amputados, cegos, 
mulheres obesas na pós-menopausa, pessoas com incontinência urinária, pacientes 
com câncer, dentre outros. 
 No entanto, pouquíssimos estudos34,35,36,37 são observados abordando a 
relação entre estresse percebido e a qualidade de vida em idosos, apesar da 
importância desta relação no entendimento de como o idoso percebe as alterações 
do envelhecimento e as demandas e exigências da sociedade moderna, e as reflete 
na sua percepção de qualidade de vida. 
 O conceito de qualidade de vida surgiu como terminologia científica na 
década de 1960. Ele é descrito como o grau em que as pessoas se percebem 
capazes fisicamente, emocionalmente, mentalmente e socialmente38. Segundo a 
Organização Mundial de Saúde (OMS) a QV é conceitualmente definida como a 
percepção do indivíduo de seu/sua posição dentro de um contexto de cultura 
particular e de um sistema de valor, nos quais vive, bem como sua posição em 
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Esta definição 
está relacionada ao bem-estar pessoal através de vários aspectos, tais como saúde 
física, lazer, satisfação pessoal, hábitos e estilo de vida, estado psicológico, nível de 
dependência, suas crenças e relações com o ambiente/sociedade e suas relações 
sociais38,39,40. 
 Vários aspectos da qualidade de vida de idosas, têm sido analisados, 
buscando relacioná-los com características como socialização, prática de atividades 
físicas, nível econômico, escolaridade, qualidade do sono, mas não se observa a 
mesma intensidade de estudos objetivando a análise da inter-relação entre estresse 
no envelhecimento e qualidade de vida de populações idosas. Por outro lado, a 
literatura indica37 que a mensuração dos níveis de estresse percebido e a análise de 
suas correlações com a qualidade de vida pode trazer informações valiosas para 
uso médico, saúde pública e também para intervenções sociais na população idosa. 
Assim, este trabalho busca analisar a influência da percepção de estresse na 
qualidade de vida de pessoas idosas residentes em uma cidade do estado da 
Paraíba e a influência de características sócio-demográficas nesta percepção. 
16 
 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
 A motivação para o desenvolvimento desta pesquisa advém de dois fatores 
de grande importância, social e econômica, atualmente, os elevados níveis de 
estresse da sociedade moderna e o envelhecimento da população. A Organização 
Mundial de Saúde41,42, considera o estresse uma epidemia global, estando vinculado 
ao desenvolvimento de várias doenças e a um grande montante de custos para 
empresas e governos. 
 O Brasil também segue esta tendência mundial, atingindo, segundo a 
literatura43, o marco de 40% na população de São Paulo. Outros estudos44,45 
reforçam esses dados e indicam que uma parcela de 79% a 88% das amostras 
populacionais analisadas no estado de São Paulo apresentam sintomas 
significativos de estresse. 
 Por outro lado, a OMS em 200546 destacava que até 2025, o Brasil será o 
sexto país do mundo em número de idosos, já tendo ultrapassado 21,7 milhões em 
2010, representando 11,3% da população total47. 
 Relacionado a estes dois fatores, tem-se que o envelhecimento pode estar 
associado ao estresse, em virtude das alterações sociais, físicas e, por vezes, 
econômicas, que o idoso sofre durante a velhice. Esse comportamento de estresse 
vem se acentuando, em consonância com a tendência mundial, particularmente no 
Brasil, onde o idoso se depara com questões como suporte social inadequado, 
atendimento de saúde deficiente e baixos valores de aposentadorias, o que dificulta 
o envelhecimento de forma saudável e compromete sua qualidade de vida. Assim, 
verifica-se a grande importância da análise dos níveis de estresse nos idosos. 
 No entanto, não se observam na literatura muitos estudos abordando a 
associação entre o estresse no idoso e sua qualidade de vida, apesar da enorme 
importância social e econômica da questão. Neste contexto, tem-se ainda que a 
apreciação do nível de estresse percebido em idosos pode ser usada como uma 
ferramenta de monitoramento na análise da situação médica, saúde pública e 
comportamento social37, por parte de órgãos governamentais, visando o 
desenvolvimento de programas de qualidade de vida. Deste modo, acredita-se que o 
estudo desenvolvido possui importância social e econômica, se adequando a um 
trabalho de doutoramento. 
17 
 
 
3 OBJETIVOS 
 
3.1 OBJETIVO GERAL 
 
• Investigar a relação entre o estresse percebido e qualidade de vida em pessoas 
idosas residentes em um município do estado da Paraíba. 
 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
• Traçar o perfil sócio-demográfico de idosas no município de Campina Grande – PB. 
• Avaliar a qualidade de vida e a capacidade funcional das idosas participantes da 
pesquisa. 
• Identificar a presença e o nível de estresse entre as idosas participantes do estudo. 
• Verificar a influência do estresse na qualidade de vida das idosas. 
18 
 
 
4 MÉTODOS 
 
4.1 TIPO DE PESQUISA 
 
A pesquisa foi realizada segundo a abordagem quantitativa, sendo um estudo 
sobre qualidade de vida relacionada à saúde das idosas em Campina Grande-PB e 
sua relação com o estresse. 
 O enfoque quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto 
nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de 
técnicas estatísticas. 
O estudo teve um delineamento transversal e descritivo, onde foram 
apresentadas características do grupo pesquisado, com relação ao perfil sócio-
demográfico, a presença e o nível de estresse, qualidade de vida, capacidade 
funcional e a relação entre ambos. 
 
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 
 
A população do estudo foi compreendida por idosos com 60 anos ou mais 
residentes no município de Campina Grande-PB. O critério utilizado para definir a 
pessoa idosa é o adotado pela Organização Mundial de Saúde, considerando o 
aspecto cronológico, que configura idoso nos países em desenvolvimento, a 
exemplo do Brasil, as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. 
A amostra foi composta por 253 idosas da comunidade que aceitaram 
participar da pesquisa, através de uma amostragem do tipo “snowboll” e não 
probabilística. Para a elaboração desta tese foram descartados os do sexo 
masculino, em virtude do predomínio de idosas (96,3%), inviabilizando a 
comparação entre os sexos e 61 idosas foram excluídas da pesquisa por não 
responder completamente pelo menos um dos instrumentos para coleta de dados. 
Portanto, dos 326 idosos, pesquisados, de ambos os sexos, 253 idosas totalizaram 
a amostra para a análise dos dados. 
 
 
 
19 
 
 
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 
 
Os critérios de inclusão para participação na pesquisa foram: ter idade maior 
ou igual a 60 anos; morar em Campina Grande-PB e aceitar o convite para participar 
voluntariamente. 
Os critérios de exclusão foram: ter algum tipo de dificuldade de compreensão 
ou demência que impossibilitasse entender plenamente os instrumentos para coleta 
de dados; ter se submetido a algum procedimentocirúrgico nos últimos três meses; 
ou não completar a entrevista. 
 
4.4 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS 
 
 Dentre os instrumentos, inicialmente, foi utilizado um questionário contendo 
questões de caráter socioeconômico, demográfico e hábitos de vida (APÊNDICE 1), 
elaborado para esta pesquisa. 
Para avaliação da capacidade funcional foram utilizados: 
- O Índice de Barthel48 (ANEXO 1), para avaliar a independência física nas 
atividades básicas da vida diária (ABVD’s), que consiste em um questionário de 10 
itens com três níveis de respostas, com a pontuação variando de 0 a 100 pontos, 
onde: 0-60 sugere dependência total ou dependência severa, 61-90 dependência 
moderada e 91-99 ligeira dependência. Uma pontuação de 100 indica que o 
paciente é independente da assistência de outros49,50. 
- A Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton e Brody51,52 
(ANEXO 2), é composta por 8 itens referentes a capacidade de usar o telefone, fazer 
compras, preparar refeição, tarefas domésticas, trabalhos manuais, usar meio de 
transporte, manejo de medicações e dinheiro. Esses itens são pontuados de 1 a 3: 
independência nessas atividades é marcada como "3", precisando de ajuda parcial é 
classificada como "2", e precisando de ajuda total é pontuado como "1". A soma das 
pontuações dos itens representa a pontuação total, que variam de 8-24. Aqueles 
com pontuação de 17 ou mais, são considerados independentes na realização das 
atividades instrumentais de vida diária (AIVD’s)53-56. 
O estresse percebido foi avaliado por meio da Perceived Stress Scale (Escala 
de Estresse Percebido -PSS)24,25. (ANEXO 3). A PSS mede o grau em que um 
20 
 
 
indivíduo se sente oprimido por situações estressantes que ocorreram no mês 
anterior. Os itens são pontuados em uma escala do tipo Likert de 5 pontos, variando 
de nunca (0); quase nunca (1); às vezes (2); com bastante frequência ou quase 
sempre (3); a muito frequentemente ou sempre (4). A soma das pontuações dos 
itens representa a pontuação total, com uma possível faixa de 0 a 56 no PSS-14 e 
de 0 a 40 no PSS-10 (retiradas as questões 4, 5, 12 e 13). As questões com 
conotação positiva (4, 5, 6, 7, 9, 10 e 13) têm sua pontuação somada invertida, da 
seguinte maneira, 0=4, 1=3, 2=2, 3=1 e 4=0. As demais questões são negativas e 
devem ser somadas diretamente e escores mais altos refletem maior estresse 
percebido. 
O estresse percebido foi classificado baseado na pontuação total para PSS-
14 como "baixo ou moderado" (0 - 28) ou "alto ou muito alto" (29-56) e na pontuação 
total de PSS-10 como "baixo ou moderado" (0 - 20) ou "alto ou muito alto" (21 - 40). 
As escalas de estresse percebido, PSS14 e PSS-10, foram traduzidas e validadas 
em Português do Brasil13, 57. 
A qualidade de vida relacionada à saúde foi avaliada através do Medical 
Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-36) (ANEXO 4), que é um 
questionário amplamente utilizado, validado para quantificar relatos subjetivos de 
saúde em termos de estado funcional, estado emocional e bem-estar geral. O SF-36 
foi traduzido e validado em vários idiomas e culturas, incluindo Português do Brasil58, 
composto por 36 itens, distribuídos em oito domínios: capacidade funcional (dez 
itens); aspectos físicos (quatro itens); dor (dois itens); estado geral da saúde (cinco 
itens); vitalidade (quatro itens); aspectos sociais (dois itens); aspectos emocionais 
(três itens); saúde mental (cinco itens) e mais uma questão de avaliação que permite 
comparar a condição de saúde atual com a de um ano atrás. Cada dimensão é 
pontuada em uma escala de 0 a 100, com escores mais altos, refletindo uma melhor 
qualidade de vida. 
 
4.5 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS 
 
Antecedendo a coleta de dados, o projeto de pesquisa foi submetido à 
apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro de Ensino Superior e 
21 
 
 
Desenvolvimento (CESED) e só teve início após a emissão de parecer favorável 
(ANEXO 5), com o número da CAAE: 4991.0.000.405-09. 
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 2), 
contendo informações acerca da pesquisa, foi previamente lido pelo entrevistador, 
para o conhecimento dos objetivos, métodos a serem utilizados e aspectos éticos 
que serão resguardados, e posteriormente aos esclarecimentos o termo foi assinado 
pelo participante. 
Para a coleta de dados, o entrevistador leu todos os instrumentos, mesmo 
para os instrumentos auto-aplicáveis, uma vez que a dificuldade dos idosos em 
responder os questionários, poderia influenciar nos resultados da pesquisa. Os 
idosos foram entrevistados individualmente, não sendo delimitado o tempo de 
duração e respeitando as suas limitações. 
A coleta dos dados foi realizada no município de Campina Grande – PB, 
segunda maior cidade do estado da Paraíba, durante o período de novembro de 
2012 a março de 2013. 
 
4.6 ANÁLISE DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 
 
Após a coleta dos dados, todos foram inseridos e armazenados em uma 
planilha eletrônica do programa Microsoft Excel®, para posterior análise estatística 
descritiva das características e aspectos sócio-demográficos da amostra, utilizando 
medidas de frequência absoluta e relativa, tendência central (média) e de 
variabilidade (desvio-padrão) das variáveis. As demais análises foram realizadas nos 
softwares OriginPro 8 (OriginLab Coorpororation) e Statistica 7 (StatSoft, Inc.), de 
acordo com a padronização e validação de cada instrumento, com o nível de 
significância de 5%. 
A consistência interna dos dados foi analisada usando o alfa de Cronbach. 
Para análise dos dados, foram utilizadas análises descritivas, testes paramétricos e 
não-paramétricos, como: Shapiro–Wilk, Qui-quadrado, Mann Whitney, correlação de 
Spearman, Análise de Variância (ANOVA), Post Hoc de Tuckey, Kruskal-Wallis e 
regressões múltiplas, para examinar as associações entre as características da 
amostra e os valores da PSS com os domínios do SF-36. Os resultados foram 
22 
 
 
apresentados em forma de tabelas, cruzando-se os dados para melhor 
compreensão e discussão. 
 
4.7 ASPECTOS ÉTICOS 
 
Esta pesquisa teve seu desenvolvimento de acordo com a Resolução 
466/1259 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que aprova as diretrizes e normas 
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, baseando-se nos 
princípios básicos da bioética: autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça. 
As informações sobre a pesquisa estão contidas no TCLE (APÊNDICE 2) que 
foi assinado pelos participantes, atestando a voluntariedade de participação no 
estudo, ficando assegurado total anonimato e sigilo sobre as informações coletadas, 
como também, a privacidade e o direito de desistir em qualquer momento da 
pesquisa. 
Enquanto pesquisador responsável pelo estudo assume-se toda a 
responsabilidade da pesquisa e diante dos resultados levantados, mantendo 
respeito ao participante da pesquisa e sigilo das informações coletadas, por um 
período de cinco anos após o término desta. 
23 
 
 
5 ARTIGOS PRODUZIDOS 
 
5.1 ARTIGO 1 – PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E HÁBITOS DE VIDA DE 
IDOSOS PARTICIPANTES DE GRUPOS DE CONVIVÊNCIA (SOCIO- 
DEMOGRAPHIC PROFILE AND LIFESTYLE OF ELDERLY PARTICIPANTS 
MEMBERS OF COMMUNITY GROUPS). Aceito para publicação na Revista 
Fisioterapia Ser. ISSN: 1809-3469. Qualis B5 da CAPES para Área Medicina II. 
 
RESUMO 
 
A população idosa vem aumentando em todo mundo e este crescimento traz 
a consciência da existência da velhice como uma questão social. Objetivo: Traçar o 
perfil sócio-demográfico e hábitos de vida de idosos participantes de grupos de 
convivência. Métodos: Estudo transversal e exploratório, realizado em centros de 
convivência para idosos no município de Campina Grande-PB, composto por 109 
idosos, com idade superior a 60 anos, com amostragem não probabilística. Para 
avaliação do perfil utilizou-se um formulário contemplandoaspectos sócio-
demográficos e hábitos de vida. Resultados: A idade variou de 60-88 anos, com 
uma média de 73,4 anos (± 6,7), havendo a predominância do sexo feminino (89%), 
da faixa etária de 70-79 anos em ambos os sexos; 62,4% (n=68) são aposentados, 
56,9% (n=62) possuem menos de 8 anos de estudo, 92,7% (n=101) apresentam 
rendimentos entre 1 e 2 salários mínimos, 45,9% (n=50) são viúvos, embora 76,1% 
(n=81) tenham referido morar com algum familiar. Todos os entrevistados estão 
ligados a uma religião; 70,6% (n=77) praticam algum tipo de atividade física e dentre 
os que praticam atividades 36,7% (n=40) a fazem de 1 a 3 vezes por semana. 
Conclusões: Os idosos participantes de grupos de convivência apresentaram perfil 
semelhante ao de idosos participantes de outros grupos de convivência de regiões 
culturalmente e economicamente distintas, havendo uma predominância de 
mulheres, com baixa escolaridade e renda, que moram com a família e que têm 
hábitos de vida saudáveis. 
Palavras-Chave: Grupos de Convivência. Envelhecimento. Qualidade de vida. 
Socialização. 
 
24 
 
 
ABSTRACT 
 
The elderly population is increasing worldwide and this growth brings the awareness 
of the existence of old age as a social issue. Objective: Describe the socio- 
demographic profile and lifestyle of elderly participants members of community 
groups. Methods: Cross-sectional exploratory non-probability sampling study, 
conducted in elderly support groups of the city of Campina Grande- PB, containing a 
sample of 109 individuals aged over 60 years. It was used a questionnaire containing 
socio-demographic and lifestyle characteristics. Results: The age ranged from 60-88 
years with an average of 73.4 years (± 6.7), with female predominance (89 %). There 
is a predominance of elderly in the range of 70-79 years, in both genders. The 
majority of the elderly were retired 62.4 % (n = 68), 56.9 % (n = 62) had less than 8 
years of studying time, 92.7 % ( n = 101) have incomes between 1 and 2 minimum 
wages, 45.9 % (n = 50) are widowed, although 76.1 % ( n = 81) said they live with a 
family member. All respondents have some kind of religion, 70.6 % ( n = 77) and is 
engaged in some kind of physical activity. Among those who practice activities 36.7 
% (n = 40) to do it one to three times a week. Conclusions: The elderly participants of 
support groups in Campina Grande have characteristic similar to those of older 
participants of other support groups from culturally and economically distinct regions. 
The elderly had a predominance of women with low education and income, live 
mostly with family and have healthy lifestyle. 
Keywords: Support group. Aging. Quality of life. Socialization. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A população idosa vem aumentando em todo mundo, particularmente nos 
países em desenvolvimento, onde se observa aumentos significativos. O 
envelhecimento populacional está associado a melhorias na cobertura do sistema de 
saúde, nas categorias de habitação, saneamento básico, trabalho e alimentação.[1] 
Esse crescimento traz a consciência da existência da velhice como uma questão 
social, a qual demanda grande atenção, pois está diretamente relacionada com crise 
de identidade; mudança de papéis; aposentadoria; perdas diversas e diminuição dos 
contatos sociais[2]. A transição demográfica e epidemiológica vem ocorrendo de 
25 
 
 
forma rápida e não é acompanhada de melhorias nas condições socioeconômicas e 
de assistência à saúde da população. 
Os idosos nem sempre recebem o suporte social adequado para conviver 
com o envelhecimento de forma saudável, verificando-se que o processo de 
envelhecimento torna o idoso mais vulnerável a processos patológicos, ao 
isolamento e segregação social, fatores estes que podem proporcionar um impacto 
na qualidade de vida da pessoa que envelhece[3]. 
Dentre os vários aspectos que vêm sendo analisados com relação a 
qualidade de vida da população idosa tem-se a socialização e a prática de 
atividades físicas. A influência das relações sociais na qualidade de vida de idosos 
vem sendo foco de várias pesquisas,[4-8] observando-se que a integração social é um 
fator positivo à saúde, importante para proteger os idosos de riscos psicossociais e 
para diminuir os sentimentos de insegurança no ambiente urbano. 
A Qualidade de Vida envolve aspectos amplos, baseia-se em três princípios 
fundamentais: capacidade funcional, nível socioeconômico e satisfação com as 
atividades diárias, apresentando também, relação com a autoestima, bem-estar 
pessoal, capacidade física, estado emocional, interação social, atividade intelectual, 
suporte familiar e situação econômica,[9] podendo ser comprometida, mediante as 
consequências do próprio envelhecimento, que comumente sobrevém associado a 
patologias crônico-degenerativas, estilo de vida, fatores políticos e de 
desenvolvimento humano em que o indivíduo está inserido.[10,11] 
No Brasil uma ferramenta que busca integrar os idosos da comunidade 
através de atividade de lazer, exercícios físicos, auxílio às atividades diárias e 
dinâmicas de grupo a fim de melhorar sua qualidade de vida é o grupo de 
convivência. Os grupos de idosos são delineados para manter e aumentar a 
interação social e melhorar o estado funcional dos participantes. No entanto, poucos 
trabalhos[12-14] vêm abordando o perfil e características dos idosos participantes 
destes grupos. Assim, este artigo tem por objetivo traçar o perfil sócio-demográfico e 
hábitos de vida de idosos participantes de grupos de convivência. 
 
 
 
 
26 
 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
A pesquisa foi do tipo transversal e exploratória, onde foram apresentadas 
características do grupo pesquisado, com relação ao perfil sócio-demográfico e 
epidemiológico e hábitos de vida, em um período de tempo determinado. 
A população foi composta por idosos com idade igual ou superior a 60 anos 
residentes no município de Campina Grande-PB e a amostra não probabilística por 
acessibilidade, composta por 109 idosos que participam de grupos de convivência e 
desejaram participar voluntariamente deste estudo. 
Antecedendo a coleta de dados, o projeto de pesquisa foi submetido à 
apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ensino Superior e 
Desenvolvimento e só teve início após a emissão de parecer favorável, com número 
de CAAE 0152.0.405.000-11 e assinatura do Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido pelos participantes. 
Foram coletadas informações sobre os aspectos sócio-demográficos e 
epidemiológicos e hábitos de vida, para determinação dos parâmetros: sexo, idade, 
estado civil, condição trabalhista e de moradia, escolaridade, rendimentos, prática de 
atividades físicas, religião, qualidade subjetiva do sono e presença de doenças 
crônicas. A qualidade subjetiva do sono foi analisada com base na pergunta: “Como 
você classifica a qualidade do seu sono?” e nas possíveis respostas: “muito ruim”, 
“ruim”, “regular”, “bom” e “muito bom”. 
Foi realizada a análise estatística descritiva das características e dados sócio-
demográficos da amostra. Foram usados os testes de variância, teste t e teste de χ2 
de Pearson para avaliar possíveis diferenças significativas entre as características 
dos idosos participantes do grupo. Todas as análises estatísticas foram executadas 
com um nível de significância de 5%. As análises foram realizadas no software 
OriginPro 8 (OriginLab Coorpororation). 
 
RESULTADOS 
 
O estudo teve a participação de 109 idosos, sendo 11% (n=12) homens e 
89% (n=97) mulheres, entre os quais a idade variou de 60-88 anos, com uma média 
de 73,4 anos, e desvio padrão de ± 6,7. Não houve diferença significativa entre as 
27 
 
 
idades dos sexos (p=0,103), ao nível de significância de 5%. Verifica-se 
predominância de homens e mulheres na faixa etária de 70-79 anos. 
Com base na Tabela I, observa-se que 62,4% (n=68) dos idosos são 
aposentados, 56,9% (n=62) possuemmenos de 8 anos de estudo, 92,7% (n=101) 
apresentam rendimentos entre 1 e 2 salários mínimos, 66,6% (n=8) dos homens são 
casados e 49,5% (n=48) das mulheres são viúvas, embora 76,1% (n=83) tenham 
referido morar com algum familiar. Não foi observada relação de dependência entre 
as características “condição de trabalho”, “escolaridade”, “rendimentos” e “condição 
de moradia” com o gênero. Entretanto, verificou-se que, no nível de 5% de 
significância, há dependência entre o “estado civil” e o gênero, havendo uma 
predominância dos homens na condição “casado”, e nas mulheres na condição 
“viúva”. 
 
Tabela I. Características Sócio-Demográficas da amostra. Campina Grande-PB, 
2013. 
Característica Total 
n (%) 
Homens 
n (%) 
Mulheres 
 n (%) 
P 
Idade (Anos) 
60-69 32 (29,4) 1 (8,3) 31 (32,0) 
70-79 58 (53,2) 7 (58,4) 51 (52,6) 
> 80 19 (17,4) 4 (33,3) 15 (15,4) 
Média (Desvio Padrão) 73,4 (6,7) 76,4 (5,0) 73,1(6,8) p = 0,103 
Condição Trabalhista 
Aposentado 68 (62,4) 11 (91,6) 57 (58,7) 
Trabalhando Fora de Casa 12 (11,0) 1 (8,4) 11 (11,3) 
Dona de Casa 29 (26,6) 0(0,0) 29 (30,0) p > 0,05 
Escolaridade (anos) 
< 8 62 (56,9) 6 (50,0) 56 (57,7) 
9-12 35 (32,1) 4 (33,3) 31 (32,0) 
> 12 12 (11,0) 2 (16,7) 10 (10,3) p > 0,05 
Rendimento (em salários 
mínimos) 
 
1 a 2 101 (92,7) 11 (91,6) 90 (92,8) 
3 a 4 8 (7,3) 1 (8,4) 7 (7,2) p > 0,05 
Estado Civil 
Casado 35 (32,1) 8 (66,6) 27 (27,8) 
Divorciado 8 (7,3) 2 (16,7) 6 (6,2) 
Solteiro 15 (13,8) 0 (0,0) 15 (15,5) 
Viúvo 50 (45,9) 2 (16,7) 48 (49,5) 
Outro 1 (0,9) 0 (0,0) 1 (1,0) p < 0,05 
Condição de Moradia 
Com a Família 83 (76,1) 10 (83,3) 73 (75,3) 
Sozinho 26 (23,9) 2 (16,7) 24 (24,7) p > 0,05 
Fonte: Dados da pesquisa, 2013. 
28 
 
 
Para análise dos hábitos de vida, foram pesquisadas informações acerca da 
qualidade subjetiva do sono, prática de atividades físicas, alcoolismo e tabagismo, 
conforme apresentadas na Tabela II. 
 
Tabela II. Hábitos de vida e doenças crônicas da amostra. Campina Grande-PB, 
2013. 
Característica Total 
n (%) 
Homens 
n (%) 
Mulheres 
 n (%) 
p 
Atividade Física 
(vezes/semana) 
 
0 32 (29,4) 2 (16,6) 30 (30,9) 
1-3 40 (36,7) 3 (25,0) 37 (38,2) 
≥ 4-5 37(33,9) 7 (58,3) 30 (30,9) p > 0,05 
Qualidade do Sono 
Muito Ruim 8(7,3) 0(0,0) 8 (8,2) 
Ruim 9 (8,3) 1 (8,3) 8 (8,2) 
Regular 40 (36,7) 5 (41,7) 35 (36,2) 
Boa 32 (29,4) 6 (50,0) 26 (26,8) 
Muito Boa 20 (18,3) 0 (0,0) 20 (20,6) p > 0,05 
Número de Doenças Crônicas 
0 12 (11,0) 2 (16,7) 10 (10,3) 
1 37 (33,9) 7 (58,3) 30 (30,9) 
2 29 (26,7) 3 (25,0) 26 (26,8) 
≥ 3 31 (28,4) 0 31 (32,0) p > 0,05 
Alcolismo 
Sim 2 (1,8) 0 (0,0) 2 (2,1) 
Não 107 (98,2) 12 (100) 95 (97,9) p > 0,05 
Fuma 
Sim 5 (4,6) 0 (0,0) 5 (6,2) 
Não 104 (95,4) 12 (100) 92 (94,8) p > 0,05 
Fonte: Dados da pesquisa, 2013. 
 
Todos os entrevistados estão ligados a uma religião e 70,6% (n=77) praticam 
algum tipo de atividade física e dentre os que praticam atividades, 58,3% (n=7) dos 
homens a fazem de 4 a 5 vezes por semana e 38,2% (n=37) das mulheres de 1 a 3 
vezes por semana. Quando questionados acerca do consumo de bebida alcoólica, 
98, 2% (n=107) negaram tal consumo e 95,4% (n=104) não fumam. 
Na qualidade subjetiva do sono foi observado que 52,3% indicaram uma 
qualidade muito ruim, ruim ou regular do sono, enquanto 47,7% avaliaram o sono 
como bom ou muito bom. No que concerne à presença de doenças crônicas, apenas 
11% (n=12) negaram, sendo que 58,3% (n=7) dos homens referiram possuir pelo 
menos uma patologia e 32% (n=31) das mulheres referiram apresentar três ou mais 
doenças crônicas. 
29 
 
 
Tanto na prática de atividades físicas, avaliação da qualidade subjetiva do 
sono, presença de doenças crônicas e características de fumar e beber não houve 
diferença significativa entre os sexos, ao nível de significância de 5%. 
Ao se analisar possíveis relações de dependência entre a prática de atividade 
física e a qualidade subjetiva do sono e entre a prática de atividade física e a 
presença de doenças crônicas (e sua quantidade) não se observou associações 
estatisticamente significativas, ao nível de 5%. No entanto, ao se analisar a 
dependência entre qualidade do sono e número de doenças crônicas, observou-se, 
ao nível de significância de 5%, um valor de χ2 de Pearson calculado superior ao 
valor tabelado, rejeitando-se a hipótese de independência, verificando-se nos idosos 
analisados uma relação de dependência entre que a qualidade do sono e o número 
de doenças crônicas. Aqueles que referiram apresentar nenhuma ou apenas 1 
doença crônica têm uma melhor qualidade de sono. 
 
DISCUSSÃO 
 
Os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da 
população têm repercutido na expectativa média de vida do brasileiro, que em 1940 
era de 45,5 anos de idade, passando para 72,7, em 2008, ou seja, mais 27,2 anos 
de vida. Segundo a projeção do IBGE, em 2050 o país alcançará uma expectativa 
média de vida de 81,29 anos na sua população[15]. Fato que já pode ser observado 
na presente pesquisa, onde a faixa etária de 70-79 anos é a mais representativa. 
Estudos afirmam que a vida mais longa das mulheres tem sido atribuída a 
diversos fatores como: menos vulnerabilidade biológica, busca por assistência 
médica com mais frequência, menor exposição aos riscos e maior procura por apoio 
social. Entretanto, dentro dos grupos de idosos analisados a média de idade foi 
similar entre homens e mulheres, apesar da absoluta maioria de mulheres que 
compõe o grupo. 
Rocha et al [12] em uma pesquisa envolvendo 266 idosas, com idade de 60 a 
96 anos, identificaram 48,5% (n=129) que relataram ser viúvas. De acordo com 
Ferreira, Cunha e Menut [16], em seu estudo, 41,5% dos entrevistados são viúvos, 
acompanhados por 25,2% de casados e 20% de solteiros. Na atual pesquisa, 
30 
 
 
também foi observado um maior número de viúvas (48%), e entre os homens 
participantes de casados, 66,6%. 
Estudo da ONU mostra que, nos países mais desenvolvidos, a proporção de 
idosos vivendo com os filhos diminuiu substancialmente com o avançar da idade, 
verificando-se que quanto maior o nível de desenvolvimento econômico do país, 
menores são as taxas de co-residência entre os idosos. Isso pode estar relacionado 
a melhora nas condições física e mentais do idosos desses países, com o aumento 
dos serviços de apoio de saúde e social, possibilitando maior independência ao 
idoso. Em contrapartida, em muitos países em desenvolvimento, a porcentagem de 
pessoas idosas que moram com os filhos continua elevada, mesmo com o aumento 
da longevidade, seja por uma questão cultural, seja por limitações no grau de 
independência dos idosos[15,17]. 
No caso do Brasil, particularmente, a co-residência permanece elevada entre 
os idosos, tal como evidenciado na Tabela I; contudo, cresce, ao longo dos anos, a 
proporção de idosos brasileiros morando sozinhos. De acordo com o IBGE,[15] o 
número de idosos que moram sozinhos no Brasil vem aumentando, alcançando a 
proporção de 13,2% em 2006. 
Apesar da velhice não ser sinônimo de doenças ou incapacidades, sabe-se 
que nessa fase da vida as pessoas tendem a estar mais susceptíveis a problemas 
de saúde e, conseqüentemente, carentes de apoio. Idosos que vivem e convivem 
com outras pessoas, sejam elas parentes ou não, parecem estar mais bem 
amparados em caso de problemas de saúde[18]. 
Dados do IBGE, 2009, demonstram que somente 22,6% das pessoas de 60 
anos ou mais de idade declararam não possuir doenças, entre as mulheres no Brasil 
são 19,6% e no Nordeste 22%. Para aqueles de 75 anos ou mais de idade, esta 
proporção cai para 19,7%. Quase metade 48,9% dos idosos sofria de mais de uma 
doença crônica e, no subgrupo de 75 anos ou mais de idade, a proporção atingia 
mais da metade 54,0%[19]. Os dados encontrados na pesquisa estão de acordo com 
os referidos anteriormente do IBGE, corroborando com aliteratura, que ressalta o 
maior aparecimento de doenças crônicas a medida que se envelhece, havendo a 
necessidade de se conhecer o perfil desta população que envelhece para prevenir e 
intervir. 
31 
 
 
As políticas públicas governamentais brasileiras têm procurado implementar 
modalidades de atendimento aos idosos tais como, Centros de Convivência – 
espaço destinado à prática de atividade física, cultural, educativa, social e de lazer, 
como forma de estimular sua participação no contexto social que se está inserido. 
Os múltiplos aspectos que caracterizam o processo de envelhecimento clamam para 
a necessidade de propiciar à pessoa idosa atenção abrangente à saúde na prática. 
Busca-se com isso não somente o controle das doenças, mas, e principalmente, 
bem-estar físico, psíquico e social, com a preservação da sua autonomia pelo maior 
tempo possível e melhora da qualidade de vida[20]. 
Pesquisas[21] evidenciam que grupos de convivência proporcionam aos idosos 
um sentimento de perseverança e de vinculação social, com o desenvolvimento de 
laços de amizades, trocas de sentimentos, experiências e conhecimentos que 
contribuem para melhora da qualidade de vida. Por outro lado, estudos evidenciam 
que a falta de socialização dos idosos provoca diminuição da qualidade de vida[22]. 
O bem-estar proporcionado pela participação do idoso em atividades em 
grupo contribui para sua conscientização sobre a importância do autocuidado, como 
também, oportuniza a vivência e troca de experiências que movimentam suas vidas. 
Estudos[23,24] revelaram dados positivos sobre a qualidade de vida dos idosos 
pertencentes a uma instituição de recreação, destacando que a saúde e a 
independência foram os principais determinantes da felicidade, bem como o reforço 
da percepção de convívio social, o que melhora a autoestima. 
Todos os idosos participantes da pesquisa estão ligados a uma religião, e 
estudos destacam, que a fé religiosa e a espiritualidade estão associadas a uma 
melhor forma de enfrentar problemas, maior maleabilidade ao estresse, orientação 
otimista da vida, maior apoio social e menores níveis de ansiedade, com 
consequente, melhor percepção do estado geral de saúde e favorecendo a 
socialização, independente do tipo de crença/religião[25]. 
Ursine, Cordeiro e Morais [26] afirmam em sua pesquisa que a baixa renda e 
escolaridade, representariam fatores limitantes a um estilo de vida saudável, 
informação esta que não foi observada na pesquisa atual, visto que 92,7% 9 (n=101) 
dos idosos possuem rendimentos entre 1 e 2 salários mínimos e 56,9% (n=62) 
tiveram menos de 8 anos de estudo, no entanto, os mesmos apresentam hábitos de 
vida saudáveis. 
32 
 
 
Conforme Cruz[27] todas as mudanças sofridas com o avançar da idade fazem 
com que as pessoas busquem meios para viver melhor, reduzindo os fatores de 
risco para morbidades e mortalidade, onde o controle de vícios como o fumo e o 
álcool, estão incluídos, uma vez que adotando um estilo de vida mais saudável 
aumentam a expectativa de vida. 
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009[19] 
destacam que na avaliação subjetiva do estado de saúde, mesmo que 77,4% dos 
idosos tenham declarado sofrer de doenças crônicas, 45,5% declararam seu estado 
de saúde como muito bom ou bom. Apenas 12,6% disseram ter a saúde ruim ou 
muito ruim, em especial, os idosos com 75 anos ou mais, os de cor preta ou parda e 
os que viviam com renda familiar de até ½ salário mínimo. A percepção do próprio 
estado de saúde entre as mulheres com 60 anos ou mais ficou distribuída da 
seguinte forma: 45,2% muito bom/bom; 41,9% regular e 12,9% ruim/ muito ruim, 
resultados positivos também foram observados na presente pesquisa, o que permite 
observar que a socialização, através da participação em grupos de convivência, o 
convívio familiar e a prática de atividades físicas e religiosas e hábitos de vida 
saudáveis, favorecem uma melhor avaliação da saúde e da qualidade de vida. 
 
CONCLUSÃO 
 
Com base neste estudo, pode-se concluir que os idosos participantes de 
grupos de convivência apresentaram perfil semelhante ao de idosos participantes de 
outros grupos de convivência de regiões culturalmente e economicamente distintas, 
havendo uma predominância de mulheres, aposentadas ou donas de casa, com 
baixa escolaridade e renda, que moram com a família, que praticam atividades 
físicas, e que têm, de forma geral, hábitos de vida saudáveis. Conclui-se também 
que os estudos sobre o perfil dos idosos são informações relevantes para possibilitar 
o planejamento de ações assistenciais e educativas de modo a fomentar a 
participação em grupos de convivência e o desenvolvimento de atividades físicas. 
 
 
 
 
33 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. Pereira RJ, Cotta RM, Franceschini SCC et al. Contribuição dos domínios físico, 
social, psicológico e ambiental para a qualidade de vida global de idosos. Rev 
Psiquiatr RS 2006; 28:27-38. 
 
2. Joia LC, Ruiz T, Donalision MR. Condições associadas ao grau de satisfação com 
a vida entre a população de idosos. Rev Saúde Pública 2007; 41(1):131-8. 
 
3. Lima MG, Barros MBA, César CLG et al. Health related quality of life among the 
elderly: a population-based study using SF-36 survey. Cad. Saúde Pública 2009; 
25:2159-2167. 
 
4. Cavaleiro P, Morino-Abbele F, Bertocci, B. The social relations of the elderly. 
Archives of Gerontology and Geriatrics, Suppl. 2007; 1:7–100. 
 
5. Routasalo PE, Tilvis RS, Kautiainen H, Pitkala KH. Effects of psychosocial group 
rehabilitation on social functioning, loneliness and well-being of lonely, older 
people: randomized controlled trial. Journal of Advanced Nursing 2009;65(2):297–
305. 
 
6. Fothergill KE, Ensminger ME, Robertson J, Green KM, Thorpe RJ, Juon HS. 
Effects of social integration on health: A prospective study of community 
engagement among African American women. Social Science & Medicine 
2011;72:291-298. 
 
7. Nicholson NR. A Review of Social Isolation: An Important but Underassessed 
Condition in Older Adults. The Journal of Primary Prevention 2012;33:137–152. 
 
8. Schwarzbach M, Luppa M, Forstmeier S, König HH, Riedel-Heller SG. Social 
relations and depression in late life—A systematic review, International Journal of 
Geriatric Psychiatry 2014;29:1–21. 
 
34 
 
 
9. Santos SR, Santos IBC, Fernandes MGM et al. Qualidade de vida do idoso na 
comunidade: aplicação da Escala de Flanagan. Rev Latino-Am Enfermagem 
2002;10(6):757-64. 
 
10. Ribeiro AP, Souza ER, Atie S et al. A influência das quedas na qualidade de vida 
de idosos. Ciência & Saúde Coletiva 2008; 13:1265-1273. 
 
11. Almeida EA, Madeira GD, Arantes PMM et al. Comparação da qualidade de vida 
entre idosos que participam e idosos que não participam de grupos de 
convivência na cidade de Itabira-MG. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010; 13:435-43. 
 
12. Rocha, S V. et al. Qualidade de vida entre mulheres participantes de grupos de 
convivência. Revista APS. Juiz de Fora, 2010; 13(3):352-356, jul/set 
 
13. Rufine MFC, Formiga NS, Valentini F, Melo GF. Escala de Qualidade de Vida: 
análise estrutural de uma versão para idosas. Ciência & Saúde Coletiva, 2013; 
18(3):1993-2000. 
 
14. Lustosa LP, Marra TA, Pessanha FPAS, Freitas JC, Guedes RC. Fragilidade e 
funcionalidade entre idosos frequentadores de grupos de convivência em Belo 
Horizonte, MG. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio de Janeiro, 2013; 16(2):347-354 
 
15. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sinopse dos resultados do 
censo. Brasil 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse>. 
Acesso em: 30 set. 2013. 
 
16. Ferreira, J. M.; Cunha, N. C. V.; Menut, A. Z. C. Qualidade de Vida na Terceira 
Idade: um Estudo de Caso do SESC Alagoas. Revista eletrônica de gestão 
organizacional. Alagoas, 2010; 8:118-135, jan/Abr. 
 
17. Camargos, MCS, Rodrigues, RN, Machado, CJ. Idoso, família e domicílio:uma 
revisão narrativa sobre a decisão de morar sozinho. Revista brasileira do estudo 
populacional, Rio de Janeiro, 2011, 28:217-230, jan./jun. 
35 
 
 
18. Camargos, MCS, Rodrigues, RN. Idosos que vivem sozinhos: como eles 
enfrentam dificuldades de saúde. CEDEPLAR/UFMG, Caxambu, MG. Trabalho 
apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, set./out 2008. 
 
19. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores 
Sociais: Uma Análise das condições de vida da população brasileira. Rio de 
Janeiro, 2010. 
 
20. Freitas, EV, Py, L, Cançado, FAX, et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
 
21. Oliveira, MQ, Queiroz MB. O “olhar” da pessoa idosa acerca da participação em 
grupos de convivência: contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Revista 
portal de divulgação 2012; 19:31-40. 
 
22. Bodner, E, Cohen-Fridel, S, Yaretzky, A. Sheltered housing or community 
dwelling: quality of life and ageism among elderly people, International 
Psychogeriatrics 2011; 23:1197–1204 
 
23. Penna, FB, Santo, FHE. O movimento das emoções na vida dos idosos: um 
estudo com um grupo da terceira idade. Revista eletrônica de enfermagem 2006; 
8:17-24. 
 
24. Ferraz AF, Peixoto MRB. Qualidade de vida na velhice: estudo em uma 
instituição pública de recreação para idosos. Revista eletrônica de enfermagem 
1997; 31:316-38. 
 
25. Faria, EC, et al. Avaliação cognitiva de pessoas idosas cadastradas na 
Estratégia Saúde da Família: município do Sul de Minas. Revista escola de 
enfermagem – USP. Pouso Alegre, 2011; 45(2):1748-1752. 
 
36 
 
 
26. Ursine, PGS, Cordeiro, HÁ, Morais, CL. Prevalência de idosos restritos ao 
domicílio em região metropolitana de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil). 
Ciência e saúde coletiva. Belo Horizonte 2011;16(6):2953-2962. 
 
27. Cruz, KCM. Análise do estilo de vida de idosos do grupo de ginástica da unidade 
de saúde fanny-lindóia da cidade de Curitiba. Revista eletrônica de educação 
física, abr. 2008. 
37 
 
 
5.2 ARTIGO 2 – ASSESSING THE PERCEIVED STRESS AND QUALITY OF LIFE 
OF ELDERLY WOMEN. Submetido para publicação Archives of Gerontology and 
Geriatrics. ISSN: 0167-4943. Qualis B1 da CAPES para Área Medicina II. 
 
Abstract 
 
The aim of this work was to analyze the influence of perceived stress on the quality 
of life of elderly female residents in a small town. Data were obtained from the 
responses of 253 elderly women to the PSS-14, PSS-10 and SF-36 questionnaires. 
The internal consistency of the instruments was assessed using Cronbach’s alpha. 
Parametric and non-parametric tests were applied to identify possible significant 
differences in the distribution of the values among the groups. Spearman and 
Pearson correlations were used to analyze the instruments and characteristic 
relationships. Multiple regressions were performed to examine the associations 
between the perceived stress and characteristics of the sample and the domains of 
the SF-36. Cronbach’s α of the PSS-14 and PSS-10 were 0.75 and 0.89, 
respectively, and ranged from 0.76 to 0.91 in the dimensions of the SF-36, indicating 
adequate internal consistency of the data. The level of perceived stress in the elderly 
of this study has a statistically significant influence (p <0.001) on the distribution of 
values in all the domains of the SF-36. A significant correlation was found between 
perceived stress values determined by the PSS-14 and PSS-10 scales and all the 
domains of the SF-36 (p<0.001). Higher levels of stress are associated with lower 
values in the domains of the SF-36 (p <0.001). Perceived stress shows a statistically 
significant negative association with the domains of the SF-36 and is an excellent 
indicator of the quality of life in the group of elderly people under study. 
 
Keywords: Perceived stress; Quality of life; Elderly women 
 
INTRODUCTION 
 
The proportion of people older than 60 is increasing rapidly all over the world, 
reflecting the decline in mortality and fertility rates. In Brazil, this tendency has led the 
elderly population to double from 1900 to 1989, and it is estimated that the elderly will 
38 
 
 
represent more than 22% of the population in 2050 (Carvalho, Rossato, Fuchs, 
Harzheim, & Fuchs, 2013). 
Aging is a multifactorial process that is influenced by biological, psychological 
and social (Santos, Dantas, & Moreira, 2011) changes. These changes can lead to 
disabilities, dependence, and diminished social interaction, altering ways of viewing 
their function in society (Faria, Teixeira-Salmela, Nascimento, Costa, Brito, & 
Rodrigues-de-Paula, 2011), and may lead to the development of high stress levels. 
Stress is also a reflection of the changes caused by aging, and when high, is closely 
associated with various diseases of old age (Aquino et al., 1996, Beekman et al., 
2000 and Swaab et al., 2005), such as depression, suicide, hormonal changes, etc. 
In recent years, many researchers have shown increasing interest in 
understanding the influence of stress on the behavior and quality of life of 
populations. Psychological stress occurs when a person perceives that demands 
imposed by the environment, by society, exceed their adaptive capacity (Cohen et 
al., 1995 and Wang et al., 2011). There is ample evidence linking stress with health 
problems such as depression, anxiety, cardiovascular disease, cancer, and other 
adverse health outcomes (Cohen et al., 1993, Reis et al., 2010 and Wang et al., 
2011). On the other hand, a situation or event to be considered stressful must be 
perceived as stressful via perceptual processes; hence, it is important to evaluate the 
level of perceived stress when assessing the impact of psychological stress on 
health. 
To this end, several instruments and scales have developed to analyze stress 
levels in populations. According to the literature (Cohen & Williamson, 1988), stress 
can basically be measured in three ways. The first focuses on the presence of 
specific stressors; the second, on physical and psychological symptoms of stress; 
and the third aims to measure the overall individual perception of stress, 
independently of stressors. Seeking to contribute to a more comprehensive analysis 
of perceived stress Cohen, Kamarck, and Mermelstein (1983) developed an 
instrument for measuring stress globally, the Perceived Stress Scale (PSS). The PSS 
is an assessment tool by means of a self-report measure, which measures the 
degree to which situations in an individual's life are perceived by him as stressful 
situations or states. As an overall assessment of stress, the PSS does not measure 
the same concept of psychological distress; instead, it measures the degree to which 
39 
 
 
situations in an individual's life are assessed as stressful (Cohen et al., 1983 and 
Mitchell et al., 2008). The PSS was designed to assess the importance of the 
subjective interpretation of life events. 
The PSS was originally developed (Cohen, Kamarck, & Mermelstein, 1983) as 
a scale of 14 items (PSS-14), which evaluates the perception of stressful 
experiences in the previous month, using a five-point Likert scale. The authors 
(Cohen & Williamson, 1988) subsequently found that a 10-item scale (PSS-10) 
(removing the four lowest loading items of the 14-item version) showed stronger 
psychometric characteristics than the original scale. 
Pursuant to the popularization of the PSS scale, several studies have 
investigated the association between perceived stress and a variety of health issues 
such as depression, immune and anti-inflammatory response, risk of infection in the 
elderly, self esteem and memory deficits in the elderly, etc. (Stowell et al., 2001, 
Santos et al., 2012 and Reis et al., 2010). Among the several studies (Mitchell et al., 
2008, Cox et al., 2004, Daubenmier et al., 2006, Imayama etal., 2011, Karam et al., 
2012, Rasmussen et al., 2012 and Tudoran and Furtunescu 2013) that have used 
the PSS, many have sought to analyze the relationships between perceived stress 
and quality of life in specific populations, such as in pregnant women, suicide 
survivors, eye amputated patients, sarcoidosis patients, postmenopausal obese 
women, people with urinary incontinence, cancer patients, etc. However, no studies 
are available involving the analysis of the relationship between perceived stress and 
quality of life of elderly women. 
The concept of quality of life emerged as a scientific term in the 1960s. It is 
described as people’s perception of the degree of their physical, emotional, mental 
and social capabilities (Bryła, Burzyńska, & Maniecka-Bryła, 2013). According to the 
World Health Organization, quality of life is defined conceptually as the individual’s 
perception of his/her position within the particular context of culture and system of 
values in which he lives, as well as his position vis-à-vis his goals, expectations, 
standards and concerns. This definition is associated with personal well-being 
through various aspects, such as physical health, leisure, personal satisfaction, 
habits and lifestyle, psychological state, level of dependence, beliefs and 
relationships with the environment/society and social relations (The WHOQOL 
Group, 1995, Pucci et al., 2012 and Bryla et al., 2013). 
40 
 
 
Various aspects of quality of life of the elderly have been analyzed, seeking to 
correlate them with characteristics such as socialization, practice of physical activity, 
economic and educational level, sleep quality, etc. However, there are very few 
studies (Chao and Lu, 2011 and Tudoran and Furtunescu, 2013) that address the 
relationship between perceived stress and the quality of life of the elderly, despite the 
importance of this relationship in understanding how the elderly accept the changes 
resulting from aging and the demands and requirements of modern society, and 
which are reflected in their perception of quality of life. Moreover, measuring 
perceived stress levels and assessing their correlations with perceived Health 
Related Quality of Life scores may provide valuable information for medical doctors, 
public health officers, and for social interventions (Tudoran & Furtunescu, 2013). This 
study therefore aims to analyze the influence of perceived stress on the quality of life 
of elderly female residents in a small town and the influence of socio-demographic 
characteristics on this perception. 
 
METHODS 
 
Study design 
 
This is a cross-sectional study of elderly people in the city of Campina Grande, 
PB, Brazil. Data were collected from November 2012 to March 2013 by means of 
individual structured interviews with questionnaires administered by a single 
investigator. The data were garnered from support groups and in the community, 
among elderly people selected randomly. The inclusion criteria for participation in the 
study were: 60 years of age or older; residing in Campina Grande; and acceptance of 
the invitation to participate. The exclusion criteria were: having some form of 
cognitive impairment or dementia that would prevent a full understanding of the 
questionnaire; surgical procedure undergone in the last three months; and an 
incomplete interview. The survey started with a total of 314 elderly participants, 61 of 
which were later excluded, and ended with a total of 253 elderly in the final analysis. 
The study was approved by the Ethics Committee of the Faculty of Medical Sciences 
(Brazil). All the participants signed a written consent form to participate in the study. 
 
41 
 
 
Instrument 
 
The participants answered a socio-demographic questionnaire, from which the 
following data were obtained: age, employment status, years of (formal) education, 
income, housing condition, marital status, frequency of weekly physical activity, 
subjective sleep quality, number of chronic diseases, and participation in elderly 
support groups. Subjective sleep quality was assessed based on the question: “How 
do you rate the quality of your sleep?” and on the possible responses: “very poor,” 
“poor,” “fair,” “good” and “very good.” In the data analysis, the responses “very poor,” 
“poor” and “fair” were grouped in the category of ‘Poor sleep,’ while the responses 
“good” and “very good” were placed in the category of ‘Good sleep’ 
The perceived stress of elderly women was assessed using the Perceived 
Stress Scale (PSS) (Cohen et al., 1983 and Cohen and Williamson, 1988). PSS 
measures the extent to which an individual feels overwhelmed by stressful situations 
that occurred during the preceding month. The items are scored on a Likert-type 
scale ranging from never (0); almost never (1); sometimes (2); and fairly often (3); to 
very often (4). The sum of the item scores represents the total score, with a possible 
range of 0 to 56 in the PSS-14 and 0 to 40 in the PSS-10; and higher scores reflect 
greater perceived stress. There are no specified thresholds in the literature; thus, in 
this study, the perceived stress was classified, based on the global PSS-14 score, as 
“Low or Moderate” (0 – 28) or “High or Very High” (29 – 54), and upon the global 
PSS-10 score as “Low or Moderate” (0 – 20) or “High or Very High” (21 – 40). The 
perceived stress scales, PSS14 and PSS-10, have been translated and validated in 
Brazilian Portuguese (Luft et al., 2007 and Reis et al., 2010). 
The Barthel Scale (Barthel Index, BI) (Mahoney & Barthel, 1965) was used to 
evaluate physical independence in basic activities of daily living (BADL), such as 
feeding, bathing, grooming, dressing, bladder control, toileting, chair/bed transfer, 
mobility and stair climbing. The BI consists of a 10-item questionnaire with three 
levels of answers, which assesses the level of independence with activities of daily 
living. The BI scores range from 0 to 100 points. A total BI score of 0-60 suggests 
total dependence or severe dependence, 61-90 suggests moderate dependence and 
91-99 slight dependence. A score of 100 indicates that the patient is independent on 
42 
 
 
assistance from others [Shah et al., 1989, Peruzza et al., 2003 and Sainsbury et al., 
2005). 
The functional abilities of older adults and the evaluation of the impact of 
cognitive impairment on routine activities were assessed using Lawton and Brody’s 
Instrumental Activities of Daily Living (IADL) Scale (Lawton and Brody, 1969 and 
Lawton, 1988). The IADL scale consists of 8 items involving the ability to use the 
telephone, food preparation, shopping, housekeeping, laundry, transportation, taking 
medications and money management. These items are scored from 1 to 3: 
independence in these activities is scored as “3,” needing partial help is scored as 
“2,” and needing total help is scored as “1” point. The sum of the item scores 
represents the total score, ranging from 8–24. Those with scores of 17 or more are 
considered independent in performing instrumental activities of daily living (Shelkey 
and Katz, 1999, Gold 2012, Karakurt and Ünsal, 2013 and Arslanta et al., 2014). 
The quality of life of elderly women was assessed using the SF-36, which is a 
widely used questionnaire validated to quantify subjective reports of health in terms 
of functional status, emotional status and general well-being. The SF-36 (Short-Form 
(36) Health Survey) has been translated and validated in many languages and 
cultures, including Brazilian Portuguese (Ciconelli et al., 1999). The SF-36 is a 
generic measure of eight domains of overall physical and mental health, comprising 
36 questions distributed among eight different dimensions of health: physical 
functioning (PF); role-physical (RP); bodily pain (BP); general health (GH); vitality 
(VT); social functioning (SF); role-emotional (RE); and mental health (MH).Each 
dimension is scored on a scale of 0 to 100, with higher scores reflecting better quality 
of life. 
 
Statistical Analysis 
 
A descriptive statistical analysis was made of the characteristics and socio-
demographic data of the sample. The internal consistency of the dimensions of the 
PSS, BI, IADL and SF-36 was assessed using Cronbach’s alpha. The normality of 
the data was verified by the Kolmogorov-Smirnov test. Parametric (one way ANOVA 
Student’s t-test, Tukey’s test and/or Levene’s test for variance) or nonparametric 
tests (Mann-Whitney U-test or Kruskal Wallis) were used to identify possible 
43 
 
 
significant differences in the distribution of the scale values or in the means among 
the groups. Spearman and Pearson correlations were used to analyze the 
instruments and characteristic relationships. Multiple regressions were performed to 
examine the associations between the characteristics of the sample and the scales 
or domains of the SF-36. All the statistical analyses were performed at a 5% level of 
significance. The analyses were performed using OriginPro 8 (OriginLab 
Corporation) and Statistica 7 (StatSoft, Inc.) software. 
 
RESULTS 
 
The average age of the study participants (Table 1) was 71.3, with ages ranging 
from 60 to 100 years; 80.2% of the participants were married or widowed; 55.3% of 
the participants engage in some physical activity; approximately 50% of the 
participants had less than 8 years of schooling; 76.7% received up to 2 minimum 
wages per month; the majority, 82.2%, lived with their family; and 87.4% of the 
participants had some type of chronic disease. The majority of the participants 
(88.1%) presented a slight dependence or independence according to the BI score, 
and 97.6% were considered independent in performing instrumental activities of daily 
living. 
The PSS-14 and PSS-10 (Table 2) scores ranged from 2 to 53 and from 4 to 
39, respectively, and presented Cronbach’s alpha of 0.89 and 0.78, respectively. The 
literature reports Cronbach’s alpha values ranging from 0.75 to 0.89 for the PSS-14, 
and from 0.75 to 0.91 for the PSS-10 (Cohen et al., 1983, Cohen and Williamson, 
1988, Mitchell et al., 2008, Reis et al., 2010 and Wang et al., 2011). The SF-36 
scores were lower in the dimensions of bodily pain (62.7) and role-physical (63.6) 
and higher in the dimensions of social functioning (84.4) and mental health (75.6). 
The values of Cronbach’s alpha ranged from 0.76 to 0.91: PF (0.89), RP (0.89), BP 
(0.77), GH (0.80), VT (0.79), SF (0.76), RE (0.91), and MH (0.85), indicating internal 
consistency of the data (Brazier et al., 1992 and Bland and Altman, 1997). 
Table 3 lists the PSS and SF-36 scores stratified according to the 
characteristics of the sample. A comparison of the two groups indicates that the 
stress levels obtained with the PSS scales, expressed by the means of the scores, 
presented statistically significant differences in terms of educational level, housing 
44 
 
 
condition, frequency of physical activity, quality of sleep, number of chronic diseases, 
and the condition of dependence or independence in performing basic daily activities. 
Note that the groups that presented altered stress levels also showed statistically 
significant changes in the distributions of values in some of the SF-36 domains. 
Except for the educational level of the group, all the other aforementioned indicators 
showed changes in five or more of the SF-36 domains. These changes were 
observed not only in the domains that strongly influence the participants’ mental 
health (VT, SF, RE and MH) (Ware & Kosinsli, 2001) but also in the other domains. 
This indicates that factors that influence stress levels also strongly influence the 
quality of life of the elderly analyzed in this study, not only in the domains high 
correlated with physical health (such as PF and RP) (Ware & Kosinsli, 2001) but also 
in those significantly correlated with mental health. 
 
Table 1. Characteristics of the study sample 
Characteristic n (%) 
Age (years) 
60-69 112 (44,3%) 
70-79 106 (41,9%) 
≥ 80 35 (13,8%) 
Mean (Standard Deviation – SE of mean) 71.3 (7.4a – 0.5b) 
Work status 
Inactive/Retiree 121 (47.8%) 
Active 51 (20.2) 
Homemaker 81 (32.0) 
Education (years) 
≤ 8 126 (49.8%) 
9-11 75 (29.6% 
≥ 12 52 (20.6%) 
Monthly per capita income (minimum wage) 
1-2 194 (76.7%) 
3-4 48 (19.0%) 
> 4 11 (4.3%) 
Living condition 
Lives with family 208 (82.2%) 
Lives alone 44 (17.4%) 
Other 1 (0.4%) 
Marital Status 
Married 101 (39.9%) 
Divorced 19 (7.5%) 
Single 30 (11.9%) 
Widower 102 (40.3%) 
Other 1 (0.4%) 
Participation in conviviality group 
Yes 102 (40,3%) 
No 151 (59,7%) 
 
45 
 
 
Physical activity (Times per week) 
0 113 (44.7%) 
1-3 72 (28.5%) 
≥ 4 68 (26.8%) 
Sleep Quality 
Very Poor 14 (5.5%) 
Poor 22 (8.7%) 
Regular 93 (36.8%) 
Good 77 (30.4%) 
Very Good 47 (18.6%) 
Number of Chronic Diseases 
0 32 (12.6%) 
1 84 (33.2%) 
2 75 (29.7%) 
3 47 (18.6%) 
> 3 15 (5.9%) 
Barthel Scale – Score > 90 223 (88.1%) 
Lawton and Brody’s IADL – Score > 16 247 (97.6%) 
a Standard deviation, b Standard Error 
 
 
 
Table 2. PSS and SF-36 scores and stratification according to the perceived stress 
level 
Instrument Mean 
(SD)a 
Median; 
Range 
PSS-14 (SF-36 Mean (SD)a) PSS-10 (SF-36 Mean 
(SD)a) 
SF-36 PSS ≤ 28 PSS > 28 p value PSS ≤20 PSS>20 p value 
PFb 66.7 (26.2) 
70.0; 0-100 69.9 
(25.3) 
49.3 
(23.8) 
< 0.001c 69.8 
(25.2) 
53.4 
(26.7) 
< 0.001c 
RPb 63.6 (41.8) 
75.0; 0-100 70.7 
(39.2) 
25.6 
(34.2) 
< 0.001c 70.8 
(38.9) 
33.2 
(39.8) 
< 0.001c 
BPb 62.7 (22.9) 
62.0; 0-90 65.5 
(22.1) 
47.5 
(21.2) 
< 0.001c 65.2 
(22.0) 
50.1 
(23.3) 
< 0.001c 
GHb 68.4 (24.0) 
72.0; 5-100 72.3 
(21.8) 
47.3 
(24.3) 
< 0.001c 72.6 
(21.8) 
48.2 
(24.1) 
< 0.001c 
VTb 68.0 (21.7) 
70.0; 5-100 72.6 
(18.5) 
44.4 
(20.9) 
< 0.001c 72.5 
(18.7) 
47.7 
(22.7) 
< 0.001c 
SFb 84.4 (23.3) 
100.0; 0-100 88.6 
(18.6) 
61.9 
(31.8) 
< 0.001c 88.7 
(18.7) 
65.4 
(30.8) 
< 0.001c 
REb 70.8 (41.7) 
100.0; 0-100 77.3 
(38.5) 
36.7 
(42.0) 
< 0.001c 77.3 
(38.4) 
43.6 
(44.1) 
< 0.001c 
MHb 75.6 (21.4) 
100.0; 0-100 80.2 
(17.3) 
50.9 
(24.0) 
< 0.001c 80.2 
(17.4) 
54.8 
(24.3) 
< 0.001c 
PSS-14 19.9 (9.1) 19; 2-53 
PSS-10 14.7 (7.2) 14; 0-39 
a Standard deviation; b PF, Physical functioning; RP, Role-physical; BP, Bodily pain; GH, General health; VT, 
Vitality; SF, Social functioning; RE, Role-emotional; MH, Mental health; c The two distributions are significantly 
different at 0.001 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
Table 3 – PSS and SF-36 scores of the characteristics of the participants in this 
study, stratified by groups* 
 PSS-14 PSS-10 PFa RPa BPa GHa VTa SFa REa MHa 
Age (years) 
60-69 21.1 (9.2) 
15.8 (7.3) 67.8 
(25.2) 
59.6 
(41.7) 
59.1 
(21.8) 
65.7 
(25.9) 
65.9 
(22.0) 
80.0 
(25.9) 
65.5 
(44.7) 
70.6 
(23.4) 
70-79 19.0 (9.1) 
13.9 (7.3) 69.9 
(24.9) 
66.3 
(41.5) 
66.0 
(24.3) 
72.2 
(21.6) 
70.2 
(21.6) 
87.5 
(20.2) 
76.7 
(37.4) 
80.1 
(18.1) 
> 80 18.9 (8.5) 
13.8 (6.9) 53.3 
(29.5) 
68.6 
(43.0) 
64.4 
(21.0) 
65.3 
(23.4) 
68.0 
(20.9) 
88.9 
(21.8) 
70.5 
(42.6) 
77.7 
(21.3) 
p value 0.182 0.116 0.011 0.303 0.046 0.152 0.319 0.085 0.226 0.008 
Work status 
Inactive/Retiree 19.6 (8.2) 
14.8(6.8) 65.8 
(26.8) 
68.1 
(40.4) 
62.4 
(22.0) 
68.1 
(23.9) 
68.6 
(20.5) 
85.7 
(21.4) 
76.3 
(38.8) 
76.0 
(19.9) 
Active 18.2 (9.4) 
13.1(7.3) 71.8 
(24.2) 
65.2 
(39.7) 
61.7 
(22.1) 
73.2 
(22.6) 
74.4 
(17.7) 
84.3 
(23.7) 
74.5 
(39.8) 
78.3 
(19.2) 
Homemaker 21.3(10.0) 
15.7(7.9) 64.8 
(26.3) 
55.9 
(44.4) 
63.8 
(24.9) 
65.9 
(24.9) 
63.2 
(24.7) 
82.4 
(25.8) 
60.5 
(45.4) 
73.2 
(24.7) 
p value 0.143 0.139 0.294 0.128 0.681 0.203 0.049 0.601 0.030 0.694 
Education (years) 
≤ 8 21.7 (8.7)b 
16.2(7.0) 
b 
62.4 
(25.5) 
58.1 
(43.2) 
60.6 
(24.4) 
65.7

Continue navegando