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Aula 02- conceito de crime

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TEORIA GERAL DO CRIME 
 
Conceito: 
Não há um conceito válido de crime na lei penal – Art. 1º da LICP – 
considera crime tudo a que a lei comine pena de detenção ou reclusão e 
contravenção penal tudo a que a lei comine pena de prisão simples. 
 
Entretanto, conforme art. 32 do CP: 
“Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - privativas de liberdade; 
 II - restritivas de direitos; 
 III - de multa.” 
Por outro lado, existem diversos conceitos de crime, sendo os principais os 
conceitos: material, formal e analítico. 
 
O conceito material diz respeito à essência do fenômeno, buscando 
compreender o que é necessário para que uma conduta seja definida como 
crime. 
O conceito material, em virtude disso, tem a importante função de limitar a 
função seletiva do legislador, retirando sua liberdade absoluta e estabelecendo 
parâmetros para que a escolha das condutas que serão definidas como crime 
seja legítima. 
Nesse sentido, crime é “toda ação ou omissão consciente e voluntária, 
que, estando previamente definida em lei, cria um risco juridicamente proibido e 
relevante a bens jurídicos considerados fundamentais para a paz e o convívio 
social.” 
 
O conceito formal de crime, por sua vez, define o delito com foco em suas 
consequências jurídicas, ou na espécie de sanção cominada. 
Com efeito, o conceito formal visa auxiliar o operador do direito a 
identificar, dentre a vasta gama de atos ilícitos previstos no ordenamento, quais 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art32
são os ilícitos penais, o que é importante para se definir qual a forma de apuração 
do ato e quais as consequências que se lhe pode impor. 
Sob o enfoque formal, pois, crime é “todo ato punido com sanções penais, 
isto é, penas ou medidas de segurança”. 
 
O conceito analítico de crime, por sua vez, visa conhecer a estrutura e os 
elementos do crime, sistematizando-os, de maneira organizada, sequenciada e 
inter-relacionada. É ele quem permite uma aplicação racional e uniforme do 
Direito Penal. É o conceito de crime mais complexo, do qual passaremos a tratar. 
 
Teoria bipartite (finalista) X Teoria tripartite (clássica)- 
dominante 
 T + A T + A + C 
A teoria bipartida entende a culpabilidade como pressuposto de aplicação 
da pena e não como requisito ou elemento do crime. 
Ambas as teorias dão importância à culpabilidade, mas enquanto a 
tripartida entende sua existência como condição para a própria consideração de 
uma conduta como crime, a bipartida defende que o crime existe, ainda que não 
esteja presente a culpabilidade, mas sem esta, a aplicação de pena torna-se 
impossível. 
Considerando que o a teoria tripartida é a dominante, será este o conceito 
aqui adotado. 
 
TIPICIDADE: 
 
Elementos: 
a) Conduta dolosa ou culposa: 
− conduta – ação ou omissão; 
− consciência da conduta e do resultado; 
− consciência do nexo causal; 
− vontade de realizar a conduta e provocar o resultado 
b) Resultado 
c) Nexo Causal 
d) Tipicidade 
 
ANTIJURIDICIDADE: cometido fato típico, presume-se que seja, também 
antijurídico, salvo se houver causa excludente de ilicitude prevista em lei. 
 
CULPABILIDADE: 
a) imputabilidade 
b) exigência de conduta diversa 
c) potencial consciência da ilicitude 
 
TIPICIDADE 
 
CONDUTA – materialização da vontade humana através de um ou vários 
atos comissivos ou omissivos. 
 
− objeto da vontade livre e consciente do homem 
 
A conduta abrange: 
a) objeto pretendido; 
b) meios de execução; 
c) consequência do delito. 
 
Não existe vontade nos casos de: 
− Coação física irresistível; 
− reflexo; 
− estados de inconsciência - sonambulismo e hipnose. 
 
Formas de conduta: 
a) Ação – comportamento positivo; 
b) Omissão – comportamento negativo 
− omissivo próprio – a norma impõe dever de fazer. Ex.: omissão de 
socorro 
− omissivo impróprio ou comissivo por omissão – a norma descreve o 
tipo e a omissão é forma de atingir o resultado. Ex: Homicídio – deixar de 
alimentar o bebê. 
 
 
DOLO E CULPA 
 
Crime doloso – art. 18, I 
Quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou assume o risco de 
produzi-lo (dolo eventual) 
* pressupõe consciência e vontade 
− dolo constitui parte integrante da conduta (ação ou omissão) 
 
Crime culposo (art. 18, II) 
 
O agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo, mas a 
ele dá causa por imperícia, imprudência ou negligência. 
− o agente não observa o dever de cuidado a todos imposto no convívio 
social, provocando um resultado típico. 
− O agente deve agir com prudência e discernimento. 
 
a) Imprudência – o agente toma atitude afoita, com falta de cuidado, sem 
cautela. Ex.: dirigir em alta velocidade. 
b) Negligência – há uma indiferença do agente que, podendo tomar a 
cautela necessária, não o faz por preguiça. Ausência de precaução. 
c) Imperícia – incapacidade ou falta de conhecimento técnico no 
desempenho de arte ou ofício. Não se confunde, entretanto, com o erro 
profissional 
 
Culpa pode ser: 
 
Consciente: o agente prevê o resultado, mas acredita que não vai 
acontecer, imagina que, com sua habilidade, pode evitar o resultado. 
Inconsciente: o agente não prevê o resultado – que, entretanto, era 
previsível 
 
Culpa consciente X dolo eventual 
 
* Não existe compensação de culpas – ambos respondem. Ex: acidente de 
carro em que um está em alta velocidade e outro não respeita a preferência. 
Ambos respondem pelo crime. 
 
Crime culposo depende de expressa previsão legal. 
 
Crime preterdoloso – o agente pratica a conduta visando um bem jurídico 
tutelado e culposamente atinge outro. Ex.: lesão corporal seguida de morte – 
tinha intenção de lesionar e acabou matando. 
 
 
Resultado: 
Excluídos do conceito de resultado: 
− fenômenos da natureza; 
− caso fortuito; 
− força maior; 
− comportamento de animais irracionais. 
 
O resultado não é imprescindível para que haja crime. 
 
Crimes formais – não necessário o resultado para a consumação, embora 
ele esteja descrito 
Crime de mera conduta – o tipo só descreve ação sem resultado 
Crime material – descreve a ação e resultado e este é necessário para a 
consumação 
 
Nexo causal – relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado 
− não há que se falar em nexo causal nos crimes formais e de mera 
conduta – vez que se consumam independente da produção do resultado. 
 
Crimes materiais – conduta + resultado + nexo causal + tipicidade 
 
Crimes formais e Crimes de mera conduta – conduta + tipicidade 
 
Causas: 
Código Penal - Art. 13 
 
− Causa é toda circunstância sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
Em princípio tal fórmula pode transparecer que coisas como o próprio 
nascimento do autor do crime pudesse ser considerado como causa, o que, 
entretanto não é verdade. 
 
Art. 13, § 1º – superveniência de causa relativamente independente – 
quando, por si só produz o resultado exclui a imputação. 
 
Concausa é toda causa que concorre para o resultado: 
− dependentes – facada – hemorragia – morte; 
− independentes – por si só produz o resultado: veneno – facada. 
Sempre rompe o nexo causal. 
− preexistente 
− concomitantes 
− supervenientes 
− relativamente independente – por si só produzem o resultado, mas 
decorrem da conduta do agente 
− preexistente – facada em hemofílico – não afasta a causa, pois sem a 
facada a hemofilia não levaria a vítima à morte; 
− concomitante – tiro + infarto pelo susto – não afasta a causa, pois sem 
ela a vítima não morreria; 
− superveniente – tiro + socorro + acidente + morte. Só neste caso se 
rompe o nexo causal 
Nos casos de causas independentes – o agente responde pelos atos já 
praticados 
 
 
OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE 
 
Dever de agir: 
− em virtude de lei – ex.: pai para com filhosmenores; 
− contratual - assumiu a responsabilidade de evitar o resultado – ex.: 
salva-vidas 
− com seu comportamento criou o risco do resultado – ex.: jogar alguém 
na piscina e perceber que ela não sabe nadar. 
 
Tipicidade: 
− enquadramento da conduta na norma penal em abstrato 
 
Tipo penal: norma que descreve condutas criminosas 
 
- Elementos do tipo – objetivos e subjetivos 
 
Elementos subjetivos – dolo ou culpa e elementos específicos – ex.: art. 
131 – Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está 
contaminado, ato capaz de produzir o contágio. 
 
Erro de tipo – é o erro sobre alguma elementar do tipo penal. Exclui o dolo 
 
O agente acredita que não está presente algum elemento do tipo penal – 
Ex.: furto – levar uma mala achando que é sua. Nesse caso, a pessoa não sabe 
que se trata de objeto alheio. 
 
− Essencial – incide sobre elementares ou circunstâncias do crime 
− vencível ou inescusável – o agente poderia ter evitado se tivesse 
cuidado – responde na modalidade culposa – caso haja previsão 
− Invencível ou escusável – o agente não poderia evitar, pois tomou as 
cautelas necessárias – esperadas de um homem médio – exclui o dolo e a culpa. 
 
Erro sobre a pessoa – visa uma pessoa e atinge outra – não exclui o 
crime, mas devem ser levadas em conta as qualidades da pessoa visada e não 
da atingida na aplicação da pena. 
 
Erro na execução – o agente atinge pessoa diversa por erro de pontaria ou 
outra circunstância. Também responde pelo crime levando em consideração as 
características pessoais da vítima pretendida. 
 
Obs.: se atingir duas pessoas – a visada e outra por erro: responde por 
dois crimes – um doloso e um culposo – em concurso formal, desde que exista a 
previsão da modalidade culposa. 
 
Resultado diverso do pretendido – a pessoa deseja praticar um crime, mas 
por erro na execução pratica crime diverso. Ex.: quer praticar dano, joga uma 
pedra na janela, mas acaba atingindo uma pessoa, causando lesões. Responde 
pelo resultado provocado na modalidade culposa, se houver essa previsão. Caso 
não haja, responde pela tentativa do delito pretendido. Se atingir a pessoa e a 
janela, por exemplo, responde pelos dois delitos, um na modalidade dolosa e 
outro na culposa, em concurso formal.

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