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GUERRA MUNDIAL

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1ª GUERRA MUNDIAL (1914-1918) - Capitalismo, monopolismo e imperialismo no 
século XX. 
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) marcou o início do século XX, revelando o 
caráter irracional e inumano do modo capitalista de produção em seu estágio mais 
avançado: o imperialismo. 
Imperialismo: 
 - Monopólios (grandes empresas controlando imensas fatias de mercado e com produção 
industrial em larga escala; 
 - Capital financeiro (associação entre indústria e bancos privados ou estatais); 
 - Exportação de capitais (empresas que investem na produção de suas mercadorias em 
outras áreas do globo, especialmente aquelas onde encontram mão de obra mais barata); 
 - Exportação de excedentes de mercadorias (criação de mercados consumidores ao redor 
do globo). 
O início do século XX apresenta Alemanha e Estados Unidos da América como os 
principais países de economia capitalista no mundo. 
RETOMADA HISTÓRICA: 
1873-1896 (século XIX): Primeira grande de crise do modo capitalista de produção. 
Superprodução de mercadorias e mercado consumidor fragilizado (os trabalhadores 
viviam superexplorados e recebiam salários baixíssimos nas indústrias). 
1900-1903 (século XX): Tem início outra crise global. A saída para os países Europeus e 
para a garantir a sobrevivência do capitalismo é a formação de carteis (empresas que 
passam a se associar, garantindo a elevação dos preços de seus produtos/serviços, 
dividindo mercados, em detrimento dos consumidores). A Alemanha sai fortalecida ao 
final desse processo, o que ameaçava diretamente Inglaterra e França, nações pioneiras 
no processo de dominação colonial e neocolonial. 
Paz Armada: as maiores potências capitalistas do mundo (EUA, ALEMANHA, 
INGLATERRA, FRANÇA e ITÁLIA) investem maciçamente em armamento. 
Política internacional: 
 
 - Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália), formada em 1882. 
 - Tríplice entente (Inglaterra, Rússia e França), formada em 1907. 
 - Dois blocos poderosos que contavam com nações aliadas e que disputavam 
economicamente entre si outras áreas do globo. 
 
Questão Marroquina (1904-1911): Alemanha praticava seu imperialismo em áreas de 
domínio francês e inglês, fruto do colonialismo europeu de séculos anteriores. 
Questão Balcânica: opõe fortemente os países dos dois blocos. 
 - Havia, na Europa, um forte movimento nacionalista e anti-imperialismo alemão, 
francês e inglês, por parte dos povos eslavos, desejosos de uma unificação nacional e 
territorial. A Sérvia capitanearia a anexação dos territórios eslavos e era apoiada pela 
Rússia czarista, servindo como porta de entrada para futura influência do império russo 
naquela região. 
A Questão Balcânica abriu o caminho para o início da Guerra. O império Austro-
Húngaro, contrário a ideia de unificação dos povos eslavos e a de acordo com os 
interesses capitalistas da Alemanha, enviou o Arquiduque e herdeiro do trono austro-
húngaro, Francisco Ferdinando, à Sarajevo, capital da Bósnia para encontrar uma 
“solução diplomática”. O Arquiduque foi assassinado, junto de sua esposa, em uma 
atentado promovido por um grupo sérvio chamado de “Mão Negra”, o que desencadeou 
o início do conflito. 
O império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia (aliada dos Russos da Entente) e as 
demais potências foram acionadas para o combate sangrento que duraria cerca de quatro 
anos. 
O equilíbrio militar entre as nações envolvidas na guerra fez com que as batalhas se 
arrastassem ao longo de quatro anos. Entre os meses de agosto e novembro de 1914, a 
Primeira Guerra Mundial ficou marcada pelo período da chamada “guerra de 
movimento”. 
A partir de 1915, a guerra entrou em uma nova fase chamada “guerra de posições” ou 
“guerra de trincheiras”. O avanço militar dos dois lados (Tríplice Aliança e Tríplice 
Entente) era limitado e cada vitória era obtida a enormes custos financeiros e humanos. 
Somente a partir de 1917 que esse quadro indefinido da Primeira Guerra ganhou novos 
contornos. O uso de tanques e aviões possibilitou o fim da estagnação que marcou o 
período das trincheiras. Entretanto, duas outras modificações políticas tiveram ainda 
maior importância nos destinos do conflito: a saída da Rússia (que enfrentava o início de 
sua revolução socialista); e a entrada dos Estados Unidos (que forneceram mais de um 
milhão de soldados à Tríplice Entente). 
A iminente derrota da Alemanha forçou o kaiser Guilherme II a renunciar ao seu cargo 
político. Desestabilizado e sem nenhum apoio militar, o governo alemão assinou o 
armistício de Compiègne, em novembro de 1918. Dessa maneira, a vitória da Tríplice 
Entente estava assegurada. A partir de então, começaram as negociações diplomáticas 
que resolveriam a situação dos vencedores e dos vencidos na Primeira Guerra Mundial. 
O Tratado de Versalhes (1919): desmilitarização e enfraquecimento econômico da 
Alemanha como forma de conter seu potencial imperialista. Deixou marcas profundas 
que foram utilizadas posteriormente pelas forças reacionárias do nazismo (Segunda 
Guerra Mundial). 
Tanto a Primeira quando a Segunda guerras mundiais serviram para uma nova 
reestruturação da economia mundial, para uma nova e profunda partilha do mundo 
contemporâneo. 
Ao final da Primeira Guerra, o mundo assiste aos Estados Unidos da América afirmarem 
sua posição de grande país imperialista do mundo, superando os ingleses, franceses e 
alemães. 
“Entre Guerras” – A grande depressão e Fascismos 
Os efeitos da Primeira Guerra Mundial foram devastadores na Europa , mas nos Estados 
Unidos temos outra perspectiva. O seu território não foi atingido diretamente pela guerra, 
por outro lado, a produção e venda de armas para o conflito influenciou diretamente no 
seu arrecadamento, o que ampliou a ideia de que o EUA iria se consolidar como a maior 
economia mundial. 
Esse é o momento onde surge a expressão chamada American way of life (Estilo de vida 
americano), onde o consumismo era exacerbado e incentivado. Existia um ideal de que o 
homem e a família só seriam felizes através do consumo dos bens materiais, e para além 
disso, também existia a propagação de que todo homem deveria ser um empreendedor, o 
homem pobre, com muito trabalho duro, poderia se tornar o novo rico empresário. 
A Grande Depressão ou também conhecida como Crise de 1929 (1929-1933) veio para 
mostrar que o Capitalismo está em constante crise e agora o consumo dava lugar ao 
desemprego, a miséria e a fome. 
Essa crise se inicia a partir do momento em que, influenciados pela ideia de um lucro 
fácil, muito empresários começam a investir suas economias em ações, que durante os 
anos 1920 muitas vezes triplicavam de preço, mas isso também acarretou que em pouco 
tempo as ações tinham preços que não correspondiam a realidade monetária das empresas. 
A partir disso os investidores iniciam um processo de queda nos preços para que essas 
ações fossem vendidas, mas não haviam compradores o suficiente. Estava formado o que 
é chamado de “quebra da bolsa” e tal fato ocorre no dia 29 de outubro de 1929. 
 
 
Outros fatores importantes que acarretaram da Crise. 
- Concentração de Riquezas: 13% da população Americana concentrava 90% da riqueza 
nacional. 
- Não ajuste de salário de acordo com a economia: o consumo era incentivado, mas os 
salários dos trabalhadores permanecia praticamente sem ajustes. Aos poucos o consumo 
foi diminuindo. 
- Superprodução: o incentivo desenfreado nas indústrias e na área agrícola não encontrou 
mercado de venda internacional o suficiente. Muitos países que compravam dos EUA 
estavam importando menos por conta dos gastos com a Guerra passada. 
Medidas no EUA: Nas eleições de 1932, com um discurso de que resolveria a crise, 
Roosevelt venceu com grande folga o segundo colocado, Herbert Hoover. 
O grande plano de Roosevelt para resolver a crise era o New Deal, um plano de 
intervenção que se caracterizava como: 
- investimento em obras públicas– criação de escolas, usinas, aeroportos, pavimentações 
de ruas. 
- limitações industriais – medida que esperava frear a superprodução de bens de consumo. 
- reajuste dos salários e alguns benefícios trabalhistas. 
No Brasil: A crise de 1929 atinge o Brasil em um momento muito delicado, que 
posteriormente será chamado de Era Vargas. 
O Governo de Vargas se inicia de forma conturbada com uma derrota nas eleições para a 
presidência em 1930 para o candidato Júlio Prestes, mas em meio a uma contestação, 
alegação de fraude e ameaças de uma revolta armada, principalmente vinda do Rio 
Grande do Sul, sem contar a morte do candidato a vice-presidente pela chapa de Getúlio, 
João Pessoa, Júlio Prestes é deposto e Getúlio Vargas assume o Governo do País. 
O café tinha caído no preço para a exportação, ao mesmo tempo em que a dívida externa 
crescia e o preço dos importados subia. O problema geral era de que o trabalhador tinha 
como seus bens de consumo os importados em geral e agora a situação era crítica. Houve 
inflação, desemprego e fome. 
Os Fascismos: É sempre válido ressaltar que não existe ou existiu apenas uma forma de 
Fascismo, por isso devemos sempre usar esse termo no plural quando citado de forma 
geral. 
Mussolini (comandante Fascista Italiano) e Hitler (comandante Nazista alemão) em discurso 
Segundo o Historiador Robert Paxton, são ideias fascistas: 
- Abandono de Formas tradicionais para superar uma crise; 
- subordinação do indivíduo ao grupo; 
- tudo é justificável contra o inimigo; 
- aversão a Democracia, ao Liberalismo ou ao Socialismo; 
- machismo; 
- culto à violência; 
- domínio de um povo sobre o outro. 
Na Itália Benito Mussolini foi o idealizador do Partido Nacional Fascista, que continha 
as características citadas acima. Mussolini queria reviver as glórias do Império Romano 
e para isso desejava uma nação unida e centralizada, totalmente subordinada ao Estado. 
Incentivava ao máximo as práticas de guerra, ou seja, havia um forte apelo para que todo 
homem soubesse manusear armas e lutasse contra o liberalismo e o comunismo. 
A população apoiou inicialmente a ideia pois, apesar de estar no lado vencedor, a Itália 
estava passando por grandes dificuldades pós a primeira guerra e os sindicatos italianos, 
muitos de origem anarquista ou socialista, estavam ganhando mais força entre os 
operários e os empresários acabaram apoiando as ideias do Partido Fascista em forma de 
se opor as greves e as manifestações dos trabalhadores. 
Nas eleições der 1924 muitas pessoas foram impedidas de votar, houve um grande 
número de fraudes, repressão e violência contra aqueles que iam contra. Dessa forma o 
partido venceu de forma “válida” nas eleições. 
Sendo uma monarquia constitucional, uma das leis implementadas pelo partido de 
Mussolini foi a de que seus atos só seriam subordinados ao rei da Itália. Não haviam mais 
partidos políticos e todos os políticos de oposição foram caçados, alguns exilados e outros 
assassinados. A pena de morte foi implementada na Itália fascista. 
Além do fator violento, o governo utilizava de grande aparato de propaganda e cinema 
para que o público se aproximasse do governo, principalmente os jovens, que eram o foco 
do governo afim de não causar novas revoltas e de sempre ter uma força de exército 
grande. 
Cartaz de propaganda Nazista 
Em 1929 foi assinado o Tratado de Latrão, 
pelo papa Pio XI, que reconheceu o Vaticano 
como Estado independente e inviolável. A 
Igreja passou a reconhecer o governo de 
Mussolini, o catolicismo se tornou a religião 
oficial. Dessa forma ambos os lados saíram 
ganhando na junção de Igreja e Fascismo. 
Na Alemanha: também foi gravemente 
afetada pela Primeira Guerra Mundial e tal 
fato influenciou os acontecimentos 
referentes ao Nazismo. 
O Tratado de Versalhes foi uma condenação 
para a Alemanha que obrigava que o efetivo 
militar fosse diminuído, não fosse produzida 
armas pesadas, que alguns territórios fossem 
desocupados e que fosse pago uma indenização de 33 bilhões e dólares para os 
vencedores. Tal fato gerou uma revolta geral em toda a sociedade alemã. 
O Partido Nazista ou Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães 
(Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP) defendia que a saída para 
aquela situação pela qual passava o país era um estado forte e culpava o governo pela 
derrota alemã. Foi ainda criado um braço paramilitar da organização, a SA (abreviação 
de Sturmabteilung. Tropas de Assalto, em português), que ficou conhecida como 
“camisas marrons”, pois era o uniforme de seus membros. 
Em 1923, os nazistas de Munique, sul do país, tentaram dar um golpe de Estado, mas o 
movimento fracassou e seu líder, Hitler, foi preso. Nesse momento a Alemanhã já havia 
tentado romper com o tratado e com a dívida externa, mas era fortemente reprimida pela 
França. 
Durante os meses em que ficou preso, Hitler escreveu Mein Kampf (Minha luta), obra 
em que expôs os princípios fundamentais do nazismo: anticomunismo, antiliberalismo, 
antimarxismo, ultranacionalismo, militarismo, racismo e o ódio aos judeus 
(antissemitismo), a quem atribuía a culpa pela situação econômica do país. 
 
Enquanto Hitler estava preso, os Estados Unidos iniciaram um processo de mercado e 
ingestão de dinheiro no país, e a economia voltou a crescer, mas isso duraria pouco, afinal, 
1929 a economia americana foi totalmente desestabilizada. 
Havia novamente então um aspecto favorável para o crescimento do partido Nazista. A 
cada fala de Hitler, cada discurso, cada propaganda, mais seguidores ele conseguia. Em 
1928 o partido havia conseguido 2,8% dos votos, em 1933 foi o mais votado, com quase 
44% dos votos. 
Hitler foi nomeado Chanceler, o chefe geral do governo e em 21 de março implementou 
o Terceiro Reich, com o apoio de empresários da Krupp, Bosch e Siemens. 
Outras empresas que apoiaram o Governo Nazista e existem ainda hoje – Kodak, 
Volksvagen (FUSCA), Bayer, Coca Cola (Fanta), Ford (Herry Ford), BMW, General 
Eletric (GE). 
Nesse momento os primeiros atos foram criar uma polícia do governo, a GESTAPO que 
atuava de forma violenta contra os adversários e iniciar um processo de censura nas artes 
e produção de mídia e propaganda a favor do governo em proporção nunca antes vista. 
No poder, o governo iniciou seu processo de fechar os sindicatos, eliminar partidos 
políticos, fechar jornais, prender comunistas, judeus e democratas, onde vários deles 
foram para os campos de concentração. 
Os nazistas utilizaram amplamente a propaganda para difundir suas ideias. Joseph 
Goebbels, ministro da propaganda, controlava a imprensa, o rádio, o teatro, o cinema, a 
literatura, a música, e também as Belas Artes. A esta última, Hitler dedicava particular 
atenção: fanático por arte, condenava a arte moderna, que chamava de degenerada, e 
valorizava a arte clássica. Entendia que as artes deveriam ser realistas e apresentar a 
perfeição do homem ariano e toda a arte produzida durante o Terceiro Reich tinha que 
seguir essas premissas, sob pena de os artistas serem considerados inimigos do regime e 
proibidos de comercializar e expor seus trabalhos. 
Em 1934, com a morte do então presidente alemão Von Hindenburg, Hitler assume o 
posto de Führer e passou a comandar sem ninguém como seu superior. 
Em 1935, foram instituídas as Leis de Nuremberg, que determinavam a segregação racial 
entre judeus e arianos - a “raça” pura que, para os nazistas, não poderia ser misturada com 
outras e deveria ser sanada de imperfeições. A partir de então, o caráter racista do regime 
só se intensificou, levando à perseguição e eliminação de judeus, ciganos, homossexuais 
e deficientes físicos e mentais. A polícia política nazista, Gestapo, era a grande 
responsável pela perseguição desses grupos. Posteriormente, além da perseguição, a 
política nazista incluía o encarceramento, os campos de concentração e a chamada 
"Solução Final",ou seja, a eliminação em massa dessas populações através das câmaras 
de gás, culminando no Holocausto. 
Na economia Hitler não cumpriu com diversas promessas que fez ao povo alemão, como 
uma reforma agrária, reajuste de salários e ainda priorizou investimentos para grandes 
barões das industrias, que acabariam por se tornar multinacionais no século XXI, como 
já citado. 
Por outro lado, com o grande investimento em obras públicas e com a criação de diversas 
fábricas para material bélico, Hitler acabou gerando muitos empregos, mas acaba por 
completo com todas as organizações sindicais existentes. 
Outro fundamento do nazismo era a teoria do espaço vital (Lebensraum), que seria 
utilizada para justificar a invasão alemã de territórios como os Sudetos, na 
Tchecoslováquia. Segundo essa teoria, a chamada raça ariana deveria ser unificada em 
um único território, reiterando o lema de Hitler: um povo, um império, um guia. A 
determinação em perseguir esses ideais levou a Alemanha nazista à invasão da Polônia, 
em 1º de setembro de 1939, o que deu início à Segunda Guerra Mundial. 
Segunda Guerra Mundial 
A Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, é assim chamada por ter se 
tratado de um conflito que extrapolou o espaço da Europa, continente dos principais 
países envolvidos. Além do norte da África e a Ásia, o Havaí, território estadunidense, 
com o ataque japonês a Pearl Harbor, foi também palco de disputas territoriais e ataques 
inimigos. 
Compreender o que levou à eclosão do conflito implica lembrar as consequências da 
Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, culminando com a derrota alemã e a assinatura, 
entre as potências europeias envolvidas, do Tratado de Versalhes, que, culpando a 
Alemanha pela guerra, declarou a perda de suas colônias e forçou o desarmamento do 
país. Diante desse quadro, o país derrotado enfrenta grande crise econômica, agravada 
pela chamada Crise de 1929. Iniciada nos Estados Unidos da América, que ao fim da 
Primeira Guerra tinham se estabelecido como a grande economia mundial e financiador 
da reconstrução da Europa devastada pela guerra, entraram em colapso econômico, 
levando consigo as economias de países dependentes da sua e agravando as dificuldades 
econômicas na Europa. 
O agravamento da crise econômica aumentou o sentimento de derrota e fracasso entre 
alemães e alemãs, que viram nos ideais do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores 
Alemães, o Partido Nazista, a saída para a situação enfrentada pelo país. A frente do 
Partido, fundado em 1920, estava Adolf Hitler, que chegou ao poder em 1933, defendendo 
ideias como a da superioridade do povo alemão, da culpabilização dos judeus pela crise 
econômica e da perseguição, isolamento e eliminação dos mesmos e de outros grupos 
como ciganos, homossexuais e deficientes físicos e mentais. Pregava ainda a teoria do 
espaço vital (Lebensraum), a qual defendia a unificação do povo alemão, então, disperso 
pela Europa e seria utilizada como justificativa para o expansionismo nazista. 
Também na Itália a crise econômica do Período Entreguerras foi aproveitada por um 
grupo político antiliberal e anticomunista, que via na formação de um Estado forte a 
solução para os problemas econômicos e sociais. Tal grupo organizou-se como Partido 
Fascista, liderado por Benito Mussolini, que em 1922 foi nomeado primeiro-ministro pelo 
rei Vítor Emanuel III. Mussolini, chamado pelos italianos de duce, combateu rivais 
políticos e defendeu a expansão territorial italiana, culminando na invasão da Etiópia em 
1935 e na criação da chamada África Oriental Italiana, anexada à Itália. 
Os dois líderes totalitários, Hitler e Mussolini, assinaram em 1936 um tratado de amizade 
e colaboração entre seus países. Estava formado o Eixo Roma-Berlim, que em 1940 
passaria a ser Eixo Roma-Berlim-Tóquio, marcando a aliança do Japão com os dois países 
europeus, formalizada com a assinatura do Pacto Tripartite, que garantia a proteção dos 
três países entre si. Estava formado o Eixo, que durante o conflito mundial enfrentaria os 
Aliados, aliança formada inicialmente por Inglaterra e França que mais tarde contou com 
a entrada de outros países, como os Estados Unidos, em 1941, após sofrer um ataque 
japonês na ilha de Pearl Harbor, seu território no Oceano Pacífico; a União Soviética, em 
1941, quando a Alemanha de Hitler quebrou o Pacto Germano-Soviético de não agressão 
assinado dois anos antes; e até mesmo o Brasil, que em 1942 saiu da neutralidade e entrou 
na Guerra, em 1944 enviou combatentes (Força Expedicionária Brasileira) para combater 
na Europa. 
 
Mas o que, afinal, levou à eclosão da guerra? 
Os nazistas decidiram levar a teoria do espaço vital adiante, promovendo assim o 
expansionismo alemão, primeiramente com a anexação da Áustria, em 1938, depois com 
a tentativa de incorporar a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, pois ali viviam cerca 
de 3 milhões de falantes da língua alemã. França e Reino Unido acordaram com a 
Alemanha, na Conferência de Munique, a anexação de apenas 20% do território tcheco, 
mas Hitler não respeitou acordo, ocupando e em 1939 todo o país. O próximo passo foi a 
invasão da Polônia na tentativa de recuperar Danzig, cidade perdida pelos alemães na 
Primeira Guerra. França e Reino Unido exigiram que os alemães voltassem atrás e, diante 
da negativa de Hitler, declararam guerra à Alemanha em 3 de setembro de 1939. Tinha 
início o conflito mais destrutivo da história. 
A guerra relâmpago 
Erich Von Manstein, general alemão, foi o principal responsável pelo desenvolvimento 
da Blitzkrieg, a guerra relâmpago, uma tática militar que tinha como objetivo destruir o 
inimigo por sua surpresa, rapidez e brutalidade. Tal técnica foi utilizada nas invasões 
alemãs da Polônia e da França, que levaram pouco mais de um mês para se consolidar, 
haja vista a eficiência da na África, Egito Marrocos e Argélia eram conquistados pelos 
forças Aliadas. 
Antissemitismo 
Além do expansionismo e das disputas territoriais, a perseguição a grupos étnicos, 
sobretudo aos judeus e ciganos, foi uma realidade na Segunda Guerra Mundial. Para o 
nazismo, os judeus eram os grandes culpados pela crise do país passara no Período 
Entreguerras, devendo, portanto, ser combatidos. Antes da eclosão da guerra, políticas 
segregacionistas já eram colocadas em prática pelos nazistas, como a obrigatoriedade da 
identificação pelo uso de uma Estrela de Davi, símbolo religioso do judaísmo; proibição 
do casamento entre judeus e alemães; demissão de judeus de cargos públicos; criação dos 
guetos e de campos de concentração; e a mais radical de todas, a chamada solução final, 
que consistia na eliminação de prisioneiros através do uso de gás tóxico. 
Propaganda Soviética contra o fascismo 
Nazista 
Fim da guerra 
Os Aliados começaram a derrotar o Eixo 
em 1942. No Pacífico, Estados Unidos e 
Austrália derrotaram os japoneses. Em 
fevereiro de 1943, os nazistas perderam a 
batalha de Stalingrado, na União Soviética, 
e foram expulsos da Bulgária, Hungria, 
Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia. Na 
África, Egito Marrocos e Argélia foram 
conquistados pelas forças Aliadas. Em 
julho do mesmo ano, Vitor Emanuel III, rei 
da Itália, destituiu Mussolini do governo e 
assinou a rendição italiana aos Aliados. No 
dia 6 de junho de 1944, os Aliados 
desembarcaram na Normandia, França, na 
operação que ficou conhecida como “Dia 
D”. Era o início da libertação francesa e, no 
fim da agosto, Paris estava livre. Em 2 de 
maio de 1945, soviéticos e estadunidenses tomaram Berlim, dois dias depois do suicídio 
de Hitler e do alto-comando do Partido Nazista. Iniciou-se o processo de rendição das 
tropas nazistas, colocando, assim, fim à guerra na Europa. Só o Japão resistia, mas, em 
agosto, diante das bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e 
Nagasaki, o imperador Hirohito se rendeu aos Aliados. Chegava ao fim a SegundaGuerra 
Mundial, deixando cerca de 50 milhões de mortos e 35 milhões de feridos. 
Os países vencedores levaram oficiais nazistas a julgamento no Tribunal de Nuremberg, 
criado para esse fim, sob acusação de crimes contra a humanidade. Outra consequência 
da guerra foi a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas (ONU), cujo 
objetivo é mediar conflitos entre países a fim de evitar novas guerras. 
 
Brasil Pós Era Vargas e o Governo Dutra 
Eurico Gaspar Dutra, 14º presidente do Brasil, governou o país de 1946-1951 após a 
deposição do presidente Getúlio Vargas por um golpe militar. 
A partir de 1932, Eurico Gaspar Dutra, esteve próximo ao presidente Vargas graças ao 
seu combate ao movimento constitucionalista que atacava o governo federal. Também 
teve papel importante ao reprimir a Intentona Comunista, em 1935. Durante a Segunda 
Guerra Mundial defendeu a participação do Brasil ao lado das potências do Eixo 
(Alemanha, Itália e Japão), mas apesar desta posição, coube ao general Eurico Gaspar 
Dutra a organização da Força Expedicionária Brasileira (FEB), enviada para lutar na Itália 
contra os exércitos fascistas. 
Ao final do conflito, quando Governo Vargas perdia apoio, Dutra foi escolhido pela 
oposição para ser o candidato à presidência. Vargas seria deposto por um golpe militar 
que assegurou a eleição de Dutra. 
No plano interno, coube ao governo Dutra promulgar uma Constituição que substituísse 
à outorgada por Getúlio Vargas, em 1937. A nova Carta Magna, de 1946, garantia as 
liberdades individuais e extinguia a pena de morte, além de: 
Igualdade de todos perante a lei; 
Inviolabilidade de correspondências; 
Liberdade de crença; 
Separação e equilíbrio dos três poderes. 
O Governo Dutra tambpem foi marcado pelo crescimento do capital estrangeiro no Brasil. 
Durante seu governo a missão conhecida como Abbink ocorreu e foi permitido a 
instalação de multinacionais no país. 
Segundo Governo Vargas ou Governo Democrático – 1950 a 1945 
“Bota o retrato do velho outra vez 
Bota no mesmo lugar 
 
O sorriso do velhinho faz a gente trabalhar 
O sorriso do velhinho faz a gente trabalhar” Era a música que ecoava durante o período 
de campanha de Getúlio Vargas. 
Em 1951, Getúlio Vargas retornou ao posto de Presidente da República, mas dessa vez 
com os votos da população. Para voltar ao poder, o político gaúcho optou por deixar sua 
imagem política afastada dos palcos do poder. Entre 1945 e 1947, ele assumiu, de forma 
pouco atuante, o cargo de senador federal. Nas eleições de 1950, ele retornou ao cenário 
político utilizando de alguns dos velhos bordões e estratagemas que elogiavam o seu 
antigo governo. 
Querendo buscar amplas alianças políticas, Getúlio abraçou setores com diferentes 
aspirações políticas. Em um período de Guerra Fria, onde a polarização ideológica era 
pauta do dia, Vargas se aliou tanto aos defensores do nacionalismo quanto do liberalismo. 
Dessa maneira, ele parecia querer repetir o anterior “Estado de Compromisso” que 
marcou seus primeiros anos frente à presidência do Brasil. 
Por um lado, os liberalistas, representados pelo empresariado nacional, e militares, 
defendiam a abertura da economia nacional ao capital estrangeiro e adoção de medidas 
monetaristas que controlariam as atividades econômicas e os índices inflacionários. Por 
outro, os nacionalistas, que contavam com trabalhadores e representantes de esquerda, 
eram favoráveis a um projeto de desenvolvimento que contava com a participação maciça 
do Estado na economia e a rejeição ao capital estrangeiro. 
Dada essa explanação, perceberemos que liberalistas e nacionalistas tinham opiniões 
diferentes sobre o destino do país e, até mesmo, antagonizavam em alguns temas e 
questões. Dessa forma, Vargas teria a difícil missão de conseguir se equilibrar entre esses 
dois grupos de orientação política dentro do país. Mais uma vez, sua função mediadora 
entre diferentes setores político-sociais seria colocada à prova. 
As ações polêmicas do governo 
Entre as principais medidas por ele tomadas, podemos destacar a criação de duas grandes 
estatais do setor energético: a Petrobrás, que viria a controlar toda atividade de 
prospecção e refino de petróleo no país, gerando ainda a campanha “O Petróleo é 
Nosso”; e a Eletrobrás, empresa responsável pela geração e distribuição de energia 
elétrica. Além disso, Vargas convocou João Goulart para assumir o Ministério do 
Trabalho. Em um período de intensa atividade grevista, João Goulart aplicou um reajuste 
salarial de 100%. 
Vargas com as mãos 
“sujas” de Petróleo 
 
Todas essas medidas 
tinham forte tendência 
nacionalista e foram 
recebidas com tamanho 
desagrado pelas elites e 
setores do oficialato 
nacional. Entre os 
principais críticos do 
governo, estava Carlos 
Lacerda, membro da 
UDN, que por meio dos 
órgãos de imprensa 
acusava o governo de promover a “esquerdização” do Brasil e praticar corrupção política. 
Essa rixa entre Vargas e Lacerda, ganhou as páginas dos jornais quando, em agosto de 
1954, Carlos Lacerda escapou de um atentado promovido por Gregório Fortunato, guarda 
pessoal do presidente. 
 
O suicídio de Vargas 
A polêmica sob o envolvimento de Vargas no episódio serviu de justificativa para que as 
forças oposicionistas exigissem a renúncia do presidente. Mediante a pressão política 
estabelecida contra si, Vargas escolheu outra solução. Na manhã de 24 de agosto de 1954, 
Vargas atentou contra a própria vida disparando um tiro contra o coração. 
Na carta-testamento por ele escrita, Getúlio denunciou sua derrota perante “grupos 
nacionais e internacionais” que desprezavam a sua luta pelo “povo e, principalmente, os 
humildes”. 
Depois dessa atitude trágica, a população entrou em grande comoção. Vargas passou a 
ser celebrado como um herói nacional que teve sua vida ceifada por forças superiores à 
sua luta popular. Com isso, todo grupo político, jornal e instituição que se pôs contra 
Getúlio Vargas, sofreu intenso repúdio das massas. Tal reação veio a impedir a 
consolidação de um possível golpe de estado. Dessa forma, o vice-presidente Café Filho 
assumiu a vaga presidencial. 
Leia a seguir a carta Testamento de Getúlio Vargas: 
“Getúlio Vargas 
Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se 
desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me 
dão o direito de defesa. 
Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, 
como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. 
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos 
econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o 
trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao 
governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos 
grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros 
extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se 
desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas 
através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A 
Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. 
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária 
que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 
500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas 
de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal 
produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa 
economia, a ponto de sermos obrigados a ceder. Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a 
hora,resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo 
esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda 
desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o 
sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a 
minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis 
minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso 
peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no 
pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa 
bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e 
manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que 
pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me 
liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de 
ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu 
resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado 
de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha 
vida. Agora vos ofereço a minha morte. 
Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para 
entrar na História.” 
(Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas) 
Governo JK – O Presidente “Bossa Nova” - 1956 a 1960 
Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976), conhecido como JK, foi um médico e 
político mineiro, presidente do Brasil, de 1956 a 1960, cuja época é lembrada como um 
tempo de otimismo. 
Entre 1940 e 1945 foi prefeito de Belo Horizonte, onde realizou obras importantes como 
o complexo da Pampulha com projetos de Oscar Niemeyer. 
Com a deposição de Getúlio Vargas, novas eleições são disputadas e Eurico Gaspar Dutra 
é eleito presidente. 
Por sua vez, JK se elege deputado federal e participa da elaboração da Constituição de 
1946. 
Em 1950 foi eleito governador de Minas Gerais. Durante seu governo no estado priorizou 
o binômio “energia e transporte”. Desta maneira, criou a CEMIG (Centrais Elétricas de 
Minas Gerais) e construiu cinco usinas para a produção de energia elétrica. 
No dia 3 de outubro de 1955, Juscelino Kubitschek venceu as eleições para presidente e 
João Goulart era o vice-presidente. 
JK foi eleito por uma coligação entre o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido 
Trabalhista Brasileiro (PTB), partidos de herança getulista. Assumiu a presidência no 
dia 31 de janeiro de 1956. 
Ao assumir o poder, Juscelino Kubitschek estabeleceu o lema de sua política econômica, 
prometendo cinquenta anos de progresso em cinco de governo. 
Plano de Metas para Desenvolver o Brasil 
A coordenação global da política econômica do governo JK era feita com base no Plano 
de Metas, 30 metas. 
Apresentado na campanha eleitoral, o plano definia os principais objetivos a serem 
atingidos, agrupados em cinco setores: energia meta 1 a 5, transporte 6 a 12, alimentação 
13 a 18, indústria 19 a 29 e educação 30. A proposta de Construção de Brasília foi 
colocada no Plano somente durante o período de campanha. A transferência da capital 
para o interior do Brasil exigiu uma grande quantidade de recursos humanos e financeiros. 
JK, ao centro da imagem, inaugurando obras em Brasília 
O processo inflacionário era também alimentado pelas despesas das obras em Brasília, 
que foi inaugurada em 1960. 
Numa época de petróleo barato, o Plano de Metas fez a opção pelo transporte rodoviário. 
Foram construídos 20 mil km de estradas de rodagem, a maioria com capital nacional 
privado. 
A produção de petróleo saltou de dois milhões de barris em 1955, para trinta milhões em 
1960. A produção de aço que era de 1 milhão e 150 mil toneladas, chegou a 2 milhões e 
500 mil toneladas em 1960. 
No setor de bens de consumo duráveis foram instaladas inúmeras fábricas de automóveis 
e caminhões, como Mercedes Benz, Volkswagen, Willis Overland, General Motors e 
Ford. 
Governo Jânio – Jango e o Golpe Civil-Militar 
JK terminou seu governo com a vitória da inauguração de Brasília, mas não conseguiu 
fazer com que seu sucessor General Henrique Teixeira Lott ganhasse força o suficiente, 
sendo assim, com um discurso de “varrer a corrupção” Jânio da Silva Quadros, do PTN, 
foi eleito para a presidência em 1961. 
Jânio se dizia um não político, apesar de estar na vida política a vários anos, chegando a 
ser vereador, deputado, governador e posteriormente prefeito, ao mesmo tempo, não 
figurava numa posição de ser contra ou a favor das heranças getulistas, que marcavam os 
partidos desse momento. Era um homem magro, caricato, e tinha na UDN e em Carlos 
Lacerda grande apoio. 
Com seu vice-presidente João Goulart (1918-1976), oriundo do PTB, formou a chapa 
denominada “Jan-Jan”. 
O cenário do Brasil era de crise, pois o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) 
deixou o país com a economia desestruturada, inflação e o dívida externa maior. 
Para conter estes problemas, Quadros congelou salários, desvalorizou a moeda nacional 
e restringiu o acesso de fundos de crédito, como tentativa de equilibrar a economia. 
Quanto ao cenário externo, o mundo vivia a Guerra Fria (liderada pelas duas 
superpotências mundiais, EUA, capitalista, e a URSS, socialista). Deste modo, Jânio 
permaneceu numa posição neutra e, muitas vezes, sendo pragmático e privilegiando os 
interesses econômicos. 
A despeito de ser considerado conservador e anticomunista, esta posição não refletiu na 
política externa de Jânio Quadros. Aproximou-se de nações socialistas como Cuba, China 
e URSS. 
Jânio, com a vassoura, símbolo da sua campanha anticorrupção 
Em 1961, participou da 
entrega da “Grã-Cruz do 
Cruzeiro do Sul”, a mais 
alta condecoração do 
governo brasileiro a Che 
Guevara (1928-1967), 
líder do movimento 
socialista na América 
Latina. Este gesto 
provocou críticas da 
direita brasileira. 
Foi um líder carismático 
das massas, tentando 
aproximar-se do povo 
usando ternos escuros, 
nos quais deixava cair caspa a fim parecer mais popular, por outro lado teve ações 
controversas a esse ar carismático como a proibição do uso de biquínis nas praias, 
suspensão das rinhas de galo e interdição do uso de lança perfume. Isso demonstrou 
fragilidade nas metas do plano político proposto, afastando assim, a população e perdendo 
sua popularidade. 
Com efeito, após perder apoio dos militares e com a pressão de Carlos Lacerda (1914-
1977), líder da UDN, Jânio renunciou dia 25 de agosto de 1961. 
Seu mandato presidencial foi um dos mais breves (quase sete meses) na história da 
presidência do país. Numa carta ao Congresso Nacional, Jânio Quadros declarou a 
pressão que estava sofrendo por “forças terríveis”, fator determinante para justificar sua 
renúncia. 
O cargo posteriormente foi assumido pelo vice-presidente: João Goulart, mas com uma 
série de ressalvas da oposição. A UDN (União Democrática Nacional), se posicionou 
contra sua ascensão à presidência, uma vez que Jango era visto como um elemento 
perigoso da Esquerda. 
João Goulart teve grande adesão das camadas populares como a classe operária, os 
sindicatos, os estudantes. Quando assume a presidência, o país estava desestruturado, 
marcado por crises políticas e econômicas. 
Assim, Jango pretendia transformar o país, renovando a constituição e sobretudo, 
propondo as reformas de base, nos setores educacional, fiscal, político e agrário, tal qual 
a reforma agrária, reforma tributária, reforma eleitoral (com o voto para analfabetos), a 
reforma universitária, dentre outras. Suas ações foram controversas, de modo que o país, 
em 1963, atingiu um nível altíssimo de dívida externa e inflação, aproximando-se de 74%. 
No dia 13 demarço de 1964, Jango organizou o conhecido “Comício da Estação da 
Central do Brasil”, para o lançamento de sua propostas e reformas. Foi o ápice para as 
elites e a classe média do período. 
Jango com apoiadores em comício 
Dias depois a “Marcha da Família com deus pela Liberdade” foi organizada por 
setores ligados a Igreja, o Empresariado e as classes médias conservadoras. 
Posteriormente é sabido que as alas conservadoras do exército também estavam se 
organizando. Cerca de 400 mil pessoas participaram da marcha. 
Ao mesmo tempo os Estados Unidos e seu embaixador no período Lincoln Gordon, 
juntamente com a CIA ajudaram e apoiaram o golpe militar de 1964. 
Em 20 de março, Castelo Branco emitia uma circular aos oficiais do estado-maior 
indicando que as medidas de João Goulart ameaçava a segurança nacional. Em 31 de 
março, o general Olímpio Mourão Filho arregimentou tropas sediadas em Juiz de Fora -
MG para dirigirem-se ao Rio de Janeiro e instaurar um regime militar. Dessa maneira, no 
1º de abril de 1964, foi realizado o golpe que implementou o regime militar. 
João Goulart exilou-se no Uruguai e retomou a atividade pecuária. No exílio tentou 
organizar, em 1966, uma Frente Ampla pela restauração do regime democrático liberal, 
no entanto, fracassou. E, nos anos que seguiram, dedicou-se à administração das 
propriedades rurais dele no Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil. João Goulart faleceu, 
em dezembro de 1976, na fazenda La Villa situada na Argentina. 
 
Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) 
No dia 31 de março de 1964, o presidente foi deposto, e as forças que tentaram resistir ao 
golpe sofreram dura repressão. Jango refugiou-se no Uruguai e uma junta militar assumiu 
o controle do país. 
No dia 9 de abril foi decretado o Ato Institucional nº 1, dando poderes ao Congresso para 
eleger o novo presidente. O escolhido foi o general Humberto de Alencar Castelo Branco, 
que havia sido chefe do estado-maior do Exército. 
Era apenas o início da interferência militar na gestão política da sociedade brasileira. 
A Concentração do Poder 
Depois do golpe de 1964, o modelo político visava fortalecer o poder executivo. 
Dezessete atos institucionais e cerca de mil leis excepcionais foram impostas à sociedade 
brasileira. 
Com o Ato Institucional nº 2, os antigos partidos políticos foram fechados e foi adotado 
o bipartidarismo.Desta forma surgiram: 
 Aliança Renovadora Nacional (Arena), que apoiava o governo; 
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), representando os opositores, mas cercado 
por estreitos limites de atuação. 
O governo montou um forte sistema de controle que dificultava a resistência ao regime, 
através da criação do Serviço Nacional de Informação (SNI). Este era chefiado pelo 
general Golbery do Couto e Silva. 
Os atos institucionais foram promulgados durante os governos dos generais Castello 
Branco (1964-1967) e Artur da Costa e Silva (1967-1969). Na prática, acabaram com o 
Estado de direito e as instituições democráticas do país. 
Em termos econômicos, os militares trataram de recuperar a credibilidade do país junto 
ao capital estrangeiro. Assim foram tomadas as seguintes medidas: 
contenção dos salários e dos direitos trabalhistas; 
aumento das tarifas dos serviços públicos; 
restrição ao crédito; 
corte das despesa do governo; 
diminuição da inflação, que estava em torno de 90% ao ano. 
Entre os militares, porém, havia discordância. O grupo mais radical, conhecido como 
"linha dura", pressionava o grupo de Castelo Branco, para que não admitisse atitudes de 
insatisfação e afastasse os civis do núcleo de decisões políticas. 
As divergências internas entre os militares influenciaram na escolha do novo general 
presidente. 
 
No dia 15 de março de 1967, assumiu o poder o general Artur da Costa e Silva, ligado 
aos radicais. A nova Constituição de 1967 já havia sido aprovada pelo Congresso 
Nacional. 
Apesar de toda repressão, o novo presidente enfrentou dificuldades. Formou-se a Frente 
Ampla para fazer oposição ao governo, tendo como líderes o jornalista Carlos Lacerda e 
o ex-presidente Juscelino Kubitschek. 
A Resistência da Sociedade 
A sociedade reagia às arbitrariedades do governo. Em 1965 foi encenada a peça 
"Liberdade, Liberdade", de Millôr Fernandes e Flavio Rangel, que criticava o governo 
militar. 
Civil pinta protesto contra a Ditadura 
Os festivais de música brasileira foram cenários importantes para atuação dos 
compositores, que compunham canções de protesto. 
A Igreja Católica estava dividida: os grupos mais tradicionais apoiavam o governo, porém 
os mais progressistas criticavam a doutrina da segurança nacional. 
As greves operárias reivindicavam o fim do arrocho salarial e queriam liberdade para 
estruturar seus sindicatos. Os estudantes realizavam passeatas reclamando da falta de 
liberdade política. 
Com o aumento da repressão e a dificuldade de mobilizar a população, alguns líderes de 
esquerda organizaram grupos armados para lutar contra a ditadura. 
Entre as diversas organizações de esquerda estavam a Aliança de Libertação Nacional 
(ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8). 
O forte clima de tensão foi agravado com o discurso do deputado Márcio Moreira Alves, 
que pediu ao povo que não comparecesse às comemorações do dia 7 de setembro. 
Para conter as manifestações de oposição e reprimir ainda mais a sociedade, o general 
Costa e Silva decretou em dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5. Este suspendia as 
atividades do Congresso e autorizava à perseguição de opositores. 
General Costa e Silva 
Em agosto 
de 1969, o 
presidente 
Costa e Silva 
sofreu um 
derrame 
cerebral e 
assumiu o 
vice-
presidente 
Pedro 
Aleixo, 
político civil 
mineiro. 
Em outubro 
de 1969, 240 
oficiais generais indicam para presidente o general Emílio Garrastazu Médici (1969-
1974), ex-chefe do SNI. Em janeiro de 1970, um decreto-lei tornou mais rígida a censura 
prévia à imprensa. 
Na luta contra os grupos de esquerda, o exército criou o Departamento de Operações 
Internas (DOI) e o Centro de Operações da Defesa Interna (CODI). 
As atividades de órgãos repressivos desarticularam as organizações de guerrilhas urbana 
e rural, que levaram à morte dezenas de militantes de esquerda. 
Com um forte esquema repressivo montado, Médici governou procurando passar a 
imagem de que o país encontrara o caminho do desenvolvimento econômico. Somado à 
conquista da Copa de 70, isso acabou criando um clima de euforia no país. 
 
A perda das liberdades políticas era compensada pela modernização crescente. O 
petróleo, o trigo e os fertilizantes, que o Brasil importava em grandes quantidades, 
estavam baratos, eram incorporados à pauta das exportação, soja, minérios e frutas. 
O setor que mais cresceu foi o de bens duráveis, eletrodomésticos, carros, caminhões e 
ônibus. A indústria da construção cresceu. 
O período estava sendo chamado de “Milagre econômico”, mas em 1973, o "milagre" 
sofreu sua primeira dificuldade, pois a crise internacional elevou abruptamente o preço 
do petróleo, encarecendo as exportações. 
O aumento dos juros no sistema financeiro internacional, elevou o juros da dívida externa 
brasileira. Isto obrigou o governo a tomar novos empréstimos aumentando ainda mais a 
dívida. 
No dia 15 de março de 1974, Médici foi substituído na Presidência pelo general Ernesto 
Geisel (1974-1979). Ele assumiu prometendo retomar o crescimento econômico e 
restabelecer a democracia. 
Mesmo lenta e controlada a abertura política começava, o que permitiu o crescimento das 
oposições. 
O governo Geisel aumentou a participação do Estado na economia. Vários projetos de 
infraestrutura tiveram continuidade, entre elas, a Ferrovia do Aço, em Minas Gerais, a 
construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins e o Projeto Carajás. 
Diversificou as relações diplomáticas comerciais e diplomáticas do Brasil, procurando 
atrair novos investimentos.Nas eleições de 1974, a oposição aglutinada no MDB, obteve ampla vitória. Ao mesmo 
tempo, Geisel procurava conter este o avanço. Em 1976, limitou a propaganda eleitoral. 
No ano seguinte, diante da recusa do MDB em aprovar a reforma da Constituição, o 
Congresso foi fechado e o mandato do presidente foi aumentado para seis anos. 
A oposição começou a pressionar o governo, junto com a sociedade civil. Com a crescente 
pressão, o Congresso já reaberto aprovou, em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso 
não podia mais ser fechado, nem ser cassados os direitos políticos dos cidadãos. 
Geisel escolheu como seu sucessor o general João Batista Figueiredo, eleito de forma 
indireta. Figueiredo assumiu o cargo em 15 março de 1979, com o compromisso de 
aprofundar o processo de abertura política. 
No entanto, a crise econômica seguia adiante, e a dívida externa atingia mais de 100 
bilhões de dólares, e a inflação, chegava a 200% ao ano. 
As reformas políticas continuaram sendo realizadas, mas a linha dura continuava com o 
terrorismo. Surgiram vários partidos, entre eles o Partido Democrático Social (PDS) e o 
Partido dos Trabalhadores (PT). Foi fundada a Central Única dos Trabalhadores (CUT). 
Os espaços de luta pelo fim da presença dos militares no poder central foram se 
multiplicando. 
Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas eleições 
diretas para presidente, as "Diretas Já", que uniram várias lideranças políticas como 
Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ulysses Guimarães, entre outros. 
O movimento que chegou ao auge em 1984, quando seria votada a Emenda Dante de 
Oliveira, que pretendia restabelecer as eleições diretas para presidente. 
No dia 25 de abril, a emenda apesar de obter a maioria dos votos, não conseguiu os 2/3 
necessários para sua aprovação. 
Logo depois da derrota de 25 de abril, grande parte das forças de oposição resolveu 
participar das eleições indiretas para presidente. O PMDB lançou Tancredo Neves, para 
presidente e José Sarney, para vice-presidente. 
Reunido o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou 
Paulo Maluf, candidato do PDS. Desse modo encerrava-se os dias da ditadura militar. 
Personalidades reunidas na Campanha “Diretas Já” 
A Nova República Democrática e os dias Atuais – 1985 a 2016 
No ano de 2018 a Constituição de 1988 completa 30 anos, e junto com ela 30 anos de 
política e história no Brasil. 
A lista de presidentes seguintes seria composta por: 
Sarney – 1985 a 1989 
Collor – 1990 a 1992, sendo “Impeachmado” 
Itamar Franco – 1992 a 1995, assumindo como vice. 
FHC – 1995 a 2002, sendo dois mandatos. 
Luiz Inácio Lula da Silva - 2003 a 2010, sendo dois mandatos. 
Dilma Rousseff – 2011 a 2016, sendo eleita para os dois mandatos, mas terminando em 
2016 também “impeachmada”. 
Constituição de 1988 , "Constituição Cidadã" 
Desde os últimos governos militares (Geisel e Figueiredo), nosso país experimentou um 
novo momento de redemocratização, conhecido como abertura. Esse processo se acelerou 
a partir do governo Sarney, no qual o Congresso Nacional produziu nossa atual 
constituição. 
Características: 
Nome do país – República Federativa do Brasil. 
Carta promulgada (feita legalmente). 
Reforma eleitoral (voltam a ser universais e diretas, sem distinção de classes ou gênero, 
obrigatória para todos maiores de 18 anos). 
Terra com função social. 
Combate ao racismo (sua prática constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à 
pena de reclusão). 
Garantia aos índios da posse de suas terras (a serem demarcadas). 
Novos direitos trabalhistas – redução da jornada semanal, seguro desemprego, férias 
remuneradas acrescidas de 1/3 do salário, os direitos trabalhistas aplicam-se aos 
trabalhadores urbanos e rurais e se estendem aos trabalhadores domésticos. 
Obs.: Em 1993, 5 anos após a promulgação da constituição, o povo foi chamado a definir, 
através de plebiscito, alguns pontos sobre os quais os constituintes não haviam chegado 
a acordo, forma e sistema de governo. O resultado foi a manutenção da república 
presidencialista.- 
Governo Collor – 1990 a 1992 
Na eleição de 1989, Collor destacou-se com o discurso contra a corrupção, vulgarizando 
o termo marajá, ao qual 
dizia que iria combater 
no mandato 
presidencial, além de 
prometer governar para 
os descamisados. Os 
marajás seriam 
funcionários públicos 
que acumulavam 
empregos e salários, no 
entanto, sem trabalhar. 
E os descamisados, aqueles que viviam abaixo da linha da pobreza. A disputa no segundo 
turno das eleições foi bastante acirrada, Collor recebeu 35 milhões de votos, e Lula 31,1 
milhões. Collor assumiu a presidência do país em 15 de março de 1990. 
O governo de Collor herdou o alto índice inflacionário de 1764,8%, do governo 
presidencial antecessor de José Sarney. A política econômica de Collor foi de cunho 
neoliberal, e pretendia adotar a mínima intervenção do Estado nesse plano. O primeiro 
pacote econômico desse governo, o Plano Collor, elaborado pelo então presidente e pela 
ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, propôs: 
 
 
Congelamento de preços e aumento das taxas de juros; 
Cortes de despesas públicas, elevação de impostos e demissão de funcionários públicos; 
Privatizações de empresas estatais, como, por exemplo, as Usinas Siderúrgicas de Minas 
Gerais; 
Facilitou a entrada de mercadorias estrangeiras, com a redução de impostos sobre 
mercadorias importadas; 
Dentre outras medidas mais polêmicas que afetaram, sobretudo, a classe média, como o 
bloqueio da retirada de depósitos bancários superiores ao valor de 50 mil cruzados novos. 
Esse plano econômico gerou forte recessão no país, apesar de conter a inflação. A 
diminuição das taxas sobre importação induziu a redução dos preços das mercadorias 
nacionais, acarretando no encolhimento do comércio, fechamento de indústrias e aumento 
substancial do número de desempregados. Para conter a recessão, lançou-se o II Plano 
Collor que possuíam caráter similar ao pacote anterior para conter a inflação que voltava 
a crescer. Esse segundo pacote propunha, dentre outras coisas, a redução em 10% das 
despesas estatais, o aperfeiçoamento do combate à sonegação de impostos, ampliou 
impostos sobre operações financeiras, e criou o Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) 
e investiu no setor privado para retomar a atividade produtiva. O II Plano Collor também 
fracassou. 
Ironicamente, o governo que dizia ter por alvo o combate à corrupção, foi acusado de 
envolvido em diversos casos de desvio de dinheiro público. O caso PC Farias foi o mais 
destacado desses casos. O irmão de Fernando Collor, Pedro Collor denunciou esse 
esquema realizado entre o presidente e Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de 
Collor à presidência. PC Farias recebia altas quantias de dinheiro de empresários que 
buscavam facilitação de recebimento de verbas públicas. Esses valores eram depositados 
em contas fantasmas para despesas de Fernando Collor e da família dele. Esse esquema 
foi denunciado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), e confirmado pelo 
depoimento do ex-motorista particular de Collor, Francisco Eriberto Freire França. 
Diante desses escândalos, a população manifestou-se nas ruas, destacando-se os caras-
pintadas, jovens que pintavam o rosto de verde e amarelo. Essas manifestações pediam o 
impeachment da presidência de Collor. Em setembro de 1992, a maioria da Câmara dos 
Deputados votou favoravelmente ao pedido de impeachment redigido pela Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Collor 
renunciou à presidência antes de ser efetivado o impeachment. No entanto, o Senado 
confirmou a cassação do mandato e perda dos direitos políticos de Collor por oito anos. 
Em 29 de dezembro de 1992, Collor foi definitivamente impedido de exercer o mandato. 
E foi sucedido pelo vice-presidente Itamar Franco, empossadoem janeiro de 1993. 
 
 
 
 
 
Governo Itamar Franco – 1992 a 1994 
Itamar Franco nasceu em um voo entre Salvador – BA e Rio de Janeiro, em 28 de junho 
de 1930, contudo, seu registro de nascimento constou que foi mineiro de Juiz de Fora, 
nascido em 1931. Em 1954, graduou-se engenheiro pela Universidade Federal de Juiz de 
Fora. Iniciou a carreira política durante o regime militar quando ingressou no partido 
Movimento Democrático Brasileiro, oposição tímida e institucionalizada ao regime. 
Elegeu-se, nesse período, duas vezes prefeito de Juiz de Fora (1967-1971 e 1973-1974), 
e duas vezes senador (1974 e 1982). Após o regime militar, tornou-se vice-presidente da 
República durante a gestão de Fernando Collor de Mello. Em razão do impeachment de 
Collor da presidência, em decorrência de casos de corrupção nos quais ele havia se 
envolvido, Itamar Franco assumiu a presidência do país, em 29 de dezembro de 1992. 
Efetivamente empossado em janeiro de 1993. 
 
Itamar Franco pretendeu estabilizar o governo presidencial por meio da realização de um 
pacto de governabilidade entre os mais diversos partidos políticos, principalmente, com 
membros do Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e o Partido da Social 
Democracia Brasileira (PSDB). A busca pela coalizão pretendia a superação da crise 
política instalada no país, que recém-saído de um regime militar teve um governo eleito 
impedido de ter continuidade. E como previsto na Constituição de 1988, naquele ano de 
1993 realizou-se um plebiscito que definiu a forma e sistema de governos (monarquia ou 
república; e parlamentarista ou presidencialista). Esse referendo, realizado em 21 de abril 
de 1993, decidiu pela república presidencialista. 
 
Economicamente, o país sofria com alta taxa de inflação (por volta de 30% ao mês), 
tornando a vida do trabalhador ainda mais precária e 
inibindo os investimentos no país. Com o objetivo de sanar 
esse problema, foi indicado para o cargo de ministro da 
Fazenda o sociólogo e fundador do PSDB, Fernando 
Henrique Cardoso que elaborou o Plano Real. Esse plano 
econômico, que passou a vigorar em julho de 1994, adotou 
a moeda Real, equiparada ao dólar estadunidense, ou seja, 
um real valeria um dólar. Além da criação da moeda real, 
a gestão de Fernando Henrique Cardoso no ministério da 
Fazenda propôs a redução de gastos públicos e a realização 
de privatização de grandes empresas públicas como a 
Açominas, a Companhia Siderúrgica Nacional, e a 
Companhia Siderúrgica Paulista. 
Dentre eventos que tiveram destaque no governo de Itamar 
Franco esteve o caso de corrupção de vinte e dois deputados federais que desviaram mais 
de cem milhões de dólares do orçamento do país, apenas seis desses deputados tiveram 
os mandatos cassados. Esse caso ficou conhecido como “escândalo dos anões do 
orçamento” devido à baixa estatura dos deputados envolvidos. 
O Plano Real conteve o aumento da inflação e promoveu o crescimento do consumo. 
Desse modo, cresceu a popularidade de FHC, que propiciou a candidatura dele à 
presidência da República. Em abril de 1994, terminou o mandato de Itamar Franco, e em 
outubro desse mesmo ano realizaram-se eleições para presidente da República. Fernando 
Henrique Cardoso foi eleito no primeiro turno das eleições com mais de 54% dos votos, 
em segundo lugar ficou o candidato Luís Inácio Lula da Silva com 27% dos votos. 
Governo FHC – 1995 A 2002 
A proposta política de Fernando Henrique Cardoso era adequar o Brasil ao 
neoliberalismo. Assim declarou que o governo dele poria fim a Era Vargas, ou seja, a 
intervenção do Estado na economia seria mínima, seriam realizadas privatizações de 
empresas estatais, e reduzidos os direitos trabalhistas por meio de flexibilização das 
legislações. O primeiro governo presidencial de Fernando Henrique Cardoso, portanto, 
foi marcado por privatizações e pela entrada de capital estrangeiro no país. Dentre as 
empresas que foram vendidas nesse período estiveram a Vale do Rio Doce, a Empresa 
Brasileira de Telecomunicações (Embratel), e a Companhia Siderúrgica Nacional, todas 
vendidas por valores muito aquém do estimado. 
O aumento dos juros e a política de investimento das importações para o país geraram o 
fechamento de empresas e a demissão de muitos trabalhadores. Em 1998, a taxa de 
desemprego atingiu cerca de 9% da população economicamente ativa no país. Nesse 
mesmo ano de 1998, o Congresso aprovou uma lei que possibilitou a reeleição para os 
cargos de governadores, prefeitos, e presidente da República. Dessa forma, Fernando 
Henrique Cardoso conseguiu reeleger-se presidente da República no primeiro turno das 
eleições de 1998, com o total de 53% dos votos válidos. Em segundo lugar com 31% dos 
votos, ficou o candidato do Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva. 
 
No segundo governo de Fernando Henrique Cardoso houve a implementação da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, que propunha a universalização do Ensino 
Básico. Dessa maneira, reduziu o analfabetismo na população com mais de dez anos de 
idade, em 4 pontos percentuais, entre os anos de 1995 e 2001. E ampliou, 
progressivamente, a inclusão de crianças e jovens na escola, reduzindo em nove pontos 
percentuais a evasão escolar entre os 7 e 14 anos de idade. No que se referiu à saúde, o 
Brasil tornou-se referência no tratamento do HIV e Aids, e reduziu significativamente a 
mortalidade infantil. Em 2000, foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal que previa 
punições aos políticos que gastassem mais do que tivessem em caixa nos governos. 
No segundo mandato, Fernando Henrique Cardoso teve a popularidade reduzida, 
principalmente, pela ampliação do desemprego. Os movimentos sociais manifestavam-se 
contra a política neoliberal de FHC que sujeitava o trabalhador à falta de emprego e a 
baixos salários, gerando acentuada pauperização das camadas proletarizadas do país. 
Outro fator que acarretou nessa diminuição de popularidade do governo FHC foi o 
“apagão”, secas nas usinas hidrelétricas causavam falhas na geração de energia, deixando 
vastas regiões do país sem o fornecimento de energia elétrica. O governo FHC foi acusado 
de não ter investido e planejado o suficiente no setor de energia, ocasionando mudanças 
nos hábitos da população para a economia desse bem. 
Fernando Henrique Cardoso foi sucedido pelo candidato do Partido dos Trabalhadores 
(PT), Luís Inácio Lula da Silva, na presidência da República. Nas eleições de 2002, Lula 
obteve mais de 61% dos votos válidos, vencendo o candidato do PSDB, José Serra que 
obteve mais de 
38% dos votos. 
Governo Lula – 
2003 a 2010 
Luís Inácio da 
Silva é 
pernambucano do 
município de 
Garanhuns, 
nascido em 27 de 
outubro de 1945. 
No ano de 1952, a 
família de Luís 
Inácio emigrou de 
Pernambuco para 
São Paulo, em um 
caminhão “pau de arara”. Aos doze anos, Luís Inácio teve o primeiro emprego em uma 
tinturaria, e somente teve a Carteira de Trabalho assinada aos 14 anos. Atuou em diversas 
profissões até cursar pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) a 
modalidade profissionalizante de torneiro mecânico, tornando-se operário em indústria 
metalúrgica. 
Durante a ditadura militar, migrou por diversas fábricas, até começar a trabalhar na 
Fábrica Villares, em São Bernardo do Campo – SP. 
 
A partir de 1969, começou a engajar-se nas atividades do Sindicato dos Metalúrgicos. E, 
em 1975, foi eleito presidente do Sindicato, e passou a ser cognominado por Lula, apelido 
que adotou como sobrenome. Em 1978, iniciou-se a Greve do ABC paulista que se 
destacou no ano de 1979. Havia dez anos que não ocorriam greves, por conta da repressão 
do regime militar. Desse modo, começou a carreira política de Lula, que em 1980 foi 
indiciado pela Lei de Segurança Nacional, com outros operários e sindicalistas, presos 
durante 31 dias. Também em 1980, foi fundado o Partido dos Trabalhadores porLula, 
operários e intelectuais. Em 1986, Lula foi o deputado federal eleito com mais votos, e 
compôs a Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988. 
Após ter ficado em segundo lugar nos pleitos eleitorais entre 1989 e 1998, Lula foi eleito 
presidente da República com mais de 61% dos votos, no ano de 2002. Nesse mandato 
estabeleceu como prioridade o combate à fome, lançando o projeto “Fome Zero”. 
Segundo uma pesquisa feita no ano de 2001 havia, aproximadamente, 46 milhões de 
pessoas em situação de “insegurança alimentar”, ou seja, que não consumiam os 
alimentos necessários para estarem nutridas da forma adequada. Estavam relacionados ao 
“Fome Zero” programas de educação alimentar e o projeto “Bolsa Família”. O “Bolsa 
Família” consiste em um valor que é fornecido a famílias em situação de pobreza ou 
extrema pobreza. Esse auxílio já existia no governo antecessor de Fernando Henrique 
Cardoso dividido em quatro programas (auxílios para compra de gás, alimentação, e 
artigos escolares), no governo Lula eles foram unificados e ampliados. 
O governo Lula também manteve a política econômica neoliberal adotada pelo governo 
antecessor, de Fernando Henrique Cardoso. O ministro da Fazenda do governo Lula, 
Antonio Palocci deu continuidade às altas taxas de juros para conter a inflação, no 
entanto, essas taxas eram menores do que as do governo anterior. O governo Lula ampliou 
os parceiros comerciais estrangeiros com países da África, América do Sul e Oriente 
(principalmente a China), anteriormente destacava-se apenas o comércio com o Estados 
Unidos da América. 
 
No final do primeiro mandato de Lula na presidência surgiram denúncias de corrupção 
na base governista, destacadamente no Partido dos Trabalhadores (PT), Partido 
Trabalhista Brasileiro (PTB), e Partido Progressista (PP). Esses casos de corrupção 
ficaram conhecidos como “mensalão”, que consistiram no desvio de dinheiro público para 
as campanhas eleitorais do PT e para que deputados votassem nas pautas levantadas pelo 
governo Lula. Esses casos foram investigados em Comissões Parlamentares de Inquérito 
(CPI’s), e foram condenados ao cárcere o publicitário Marcos Valério, o ex-ministro da 
Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-presidente do PP 
Paulo Corrêa, o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha, e o delator, 
deputado Roberto Jefferson (PTB). 
 
Apesar de abalada a confiança dos eleitores do PT, Lula galgou o segundo mandato a 
frente da presidência da República, nas eleições de 2006, obtendo no segundo turno mais 
de 60% dos votos. Em segundo lugar ficou Geraldo Alckmin, do PSDB. Também 
disputou pela primeira vez as eleições para a presidência da República a senadora Heloísa 
Helena, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Esse partido foi formado por uma 
ala de dissidentes do PT que criticaram a adesão de uma agenda neoliberal pelo governo 
Lula. 
No segundo mandato do governo Lula a inflação foi controlada e o índice de desemprego 
diminuiu. Para desenvolver a infraestrutura do país foi criado o Programa de Aceleração 
do Crescimento (PAC), em 2007, que construiu portos, rodovias, ferrovias, investiu-se 
em saneamento básico. Com o crescimento da economia brasileira, o país ingressou no 
Bloco de países emergentes (BRIC) formado também por Rússia, Índia e China, em 2011. 
O crescimento econômico brasileiro também o levou ao ingresso no G-20, constituído 
pela União Europeia e as dezenove maiores economias mundiais. A crise econômica 
mundial de 2008 teve pouca ressonância no Brasil, gerando um clima de otimismo. Além 
disso, houve a descoberta de jazidas de petróleo abaixo das camadas de sal no solo, que 
ficaram conhecidas como Pré-sal, prometendo ainda maior crescimento econômico para 
o país. 
 
Houve crescimento dos níveis de escolarização, e foi criado o Programa Universidade 
Para Todos (Prouni), que concede bolsas em universidades privadas para estudantes 
carentes. Esse programa foi bastante criticado, pois se destinaram verbas para 
universidades privadas que poderiam ser aplicadas nas universidades públicas. Nesse 
período, mais de 20 milhões de pessoas saíram da pobreza e ingressaram na classe C (com 
renda familiar entre 1126 e 4854 reais). Esse fenômeno foi considerando como inclusão 
social; visto que na perspectiva neoliberal o crescimento de renda está associado à 
inclusão social, mesmo que essa parcela da população não tenha acesso a serviços de 
qualidade em setores básicos como educação e saúde. A prática de financiar com recursos 
públicos a iniciativa privada para a resolução de problemas sociais passou a ser 
largamente utilizada. 
Em janeiro de 2011, o governo Lula foi sucedido pelo de Dilma Rousseff, candidata do 
PT à presidência do país, que obteve a maioria dos votos no pleito de 2010. 
Governo Dilma – 2011 a 2016 
Dilma Vana Rousseff nasceu em Belo Horizonte – MG, em 14 de dezembro de 1947. 
Iniciou a atividade política em grupo de oposição ao regime militar, aos dezesseis anos 
de idade. Entre os anos de 1970 e 1972, esteve encarcerada em São Paulo por ser 
considerada subversiva pelo regime militar. Em 1973, mudou-se para Porto Alegre, e 
ingressou na faculdade de Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 
1979, participou da campanha pela anistia dos presos políticos e fundou o Partido 
Democrático Trabalhista (PDT), no Rio Grande do Sul.Dilma atuou como secretária da 
Fazenda (1986-1988), e secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do 
Sul 
(1993 e 
1998). 
 
 
 
 
 
 
No ano de 1998 ingressou no curso de Doutorado em Economia na Universidade Estadual 
de Campinas, no entanto, não o concluiu por conta das atividades políticas. Já filiada ao 
Partido dos Trabalhadores, tornou-se ministra de Minas e Energia (2003 a 2005), e depois 
ministra da Casa Civil (2005-2010). Em 2010, concorreu às eleições presidenciais e 
venceu o pleito com mais de 56% dos votos válidos, ficou em segundo lugar o candidato 
do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), José Serra. Dilma Rousseff foi a 
primeira mulher no Brasil a tornar-se presidente da República. 
O governo de Dilma Rousseff deu continuidade a política do governo antecessor de Luís 
Inácio Lula da Silva, também do Partido dos Trabalhadores (PT). Desse modo, foram 
mantidos os programas de assistência social como “Bolsa Família” e “Minha Casa, minha 
vida”. Economicamente, a pauta neoliberal continuou sendo adotada. Os problemas 
sociais do país foram incumbidos à iniciativa privada, por meio de programas que 
investiam dinheiro público no setor privado (“Minha casa, minha vida”, “Pro-uni”, dentre 
outros). 
Quando Dilma assumiu a presidência havia forte recessão econômica mundial, que 
também atingiu a economia nacional. Tentando reverter essa crise, aumentou os 
investimentos na infraestrutura do país por meio do Programa de Aceleração do 
Crescimento 2 (PAC 2), em 2011. Como os países da União Europeia e Estados Unidos 
estavam em crise, recorreu-se à continuidade de estender comércio com países da 
América Latina e a China. As taxas de juros foram reduzidas, facilitando o crédito para 
as empresas e pessoas físicas. Essas medidas, no entanto, não contiveram a crise 
econômica, que acarretou em uma crise política do governo Dilma. A crise política 
avultou, sobretudo, porque o governo Dilma não conseguiu apoio às pautas propostas no 
Congresso Nacional. 
A crise econômica que abateu a classe trabalhadora e setores proletarizados da população 
não foi empecilho para o governo investir verbas bilionárias para a realização da Copa 
das Confederações no Brasil. Em junho de 2013, a juventude brasileira tomou as ruas em 
protesto contra a precarização da vida de modo geral, sendo o alto custo das passagens 
do transporte público uma das questões principais levantadas pelos manifestantes. As 
manifestações de junho de 2013 ocorreramem diversas cidades do país, destacadamente 
São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que contaram com atos com até um milhão de 
pessoas. Em represália, grupos de manifestantes foram processados e presos por meses. 
A insatisfação popular com o governo Dilma cresceu significativamente nesse período. 
No ano de 2014 vieram à tona casos de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a 
Petrobrás. Esses casos foram investigados pela Polícia Federal, surgindo a operação 
“Lava Jato”. Descobriu-se que grandes empreiteiras pagavam propinas para receberem 
vantagens nos pleitos para escolha de empresas que executariam obras para a Petrobrás. 
No mesmo ano de 2014, ocorreram as eleições para presidente do país e Dilma Rousseff 
foi reeleita com mais de 51% dos votos válidos, em segundo lugar ficou o candidato Aécio 
Neves do PSDB. 
No segundo mandato de Dilma a situação econômica brasileira se agravou ainda mais, e 
no ano de 2015 foi registrado PIB (Produto Interno Bruto) negativo no país (-3,8%). As 
taxas de desemprego e inflação cresceram. Os aliados da presidência no Parlamento, 
reduziram. Manifestantes foram às ruas pedindo o impeachment da presidente, e outros 
em defesa do governo Dilma, gerando polarização política no país. Em abril de 2016, a 
maioria dos deputados federais foi favorável ao impedimento do governo Dilma Rousseff. 
Em maio de 2016, a maioria do Senado votou pela abertura de processo de impeachment 
de Dilma, por crime de responsabilidade fiscal. Os senadores decidiram pelo 
impeachment de Dilma Rousseff, que foi sucedida pelo vice em 31 de agosto de 2016. 
Para muitos estudiosos, e grande parte da população, a forma como o processo de 
Impeachment foi produzido se demonstrou como um Golpe. Tais ideias podem ser 
conferidas em trabalhos escritos pelo sociólogo Jessé de Souza ou no famoso 
Historiadores pela Democracia – O Golpe de 2016: a força do passado. Dentre os autores 
de Historiadores pela democracia: o golpe de 2016 e a força do passado estão Sidney 
Chaloub, Luiz Felipe de Alencastro, James Green, Luiz Carlos Villalta, Kátia Gerab 
Baggio, Martha Abreu, Silvia Hunold Lara e Suzette Bloch, organizados pelas 
historiadoras Hebe Mattos, Tânia Bessone e Beatriz G. Mamigonian.

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