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1 Curso: Engenharia Ambiental Disciplina: Química Analítica TÓPICO 4 – EQUILÍBRIO DE SOLUBILIDADE E TITULAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO Profª. Drª. Elisandra Scapin 2 Equilíbrio de Solubilidade e Constantes do Produto de Solubilidade Quase todos os sais pouco solúveis encontram-se essencial e totalmente dissociados em soluções aquosas saturadas. Ex.: quando um excesso de Ba(IO3)2 está em equilíbrio com a H2O, o processo de dissociação é : é a fase que está separada mas em contato com a solução saturada. 3 A concentração de um composto em seu estado sólido é constante. Em outras palavras, o número de mols de Ba(IO3)2 dividido pelo volume do Ba(IO3)2 sólido é constante, independentemente do excesso de sólido presente. Portanto, a equação pode ser reescrita: constante do produto de solubilidade ou produto de solubilidade. 4 A Equação mostra que: - a posição do equilíbrio é independente da quantidade de Ba(IO3)2 enquanto o sólido estiver presente; isto é: - não importa se a quantidade for alguns miligramas ou vários gramas. Hg2Cl2(s) Hg2 2+ + 2Cl- Kps = [Hg2 2+][Cl-]2 = 1,2 10-18 5 Na análise química a questão da solubilidade é encontrada em titulações de precipitação, células eletroquímicas de referência e análise gravimétrica. O produto de solubilidade é a cte de equilíbrio para a reação na qual um sal sólido se dissolve, liberando seus íons constituintes em solução. Nesta constante de equilíbrio Kps, a concentração do sólido é omitida, pois este está em seu estado padrão. Ex.: 6 Significado físico do Kps: se uma solução aquosa é deixada em contato com Hg2Cl2(s), o sólido irá se dissolver até que a condição Kps = [Hg2 2+][Cl-]2 seja satisfeita. A partir deste momento a quantidade de sólido não-dissolvido permanece constante. Se Hg2 2+ e Cl- são misturados, (com contra-íons apropriados), de modo que o produto [Hg2 2+][Cl-]2 exceda o valor de Kps, teremos então a precipitação de Hg2Cl2. 7 Ex.: Qual é a concentração de Hg2 2+ em equilíbrio com Cl- 0,10M em uma solução de KCl contendo excesso de Hg2Cl2(s) não dissolvido? Hg2Cl2(s) Hg2 2+ + 2Cl- Kps = [Hg2 2+][Cl-]2 Kps = 1,2 10 -18 [Hg2 2+] = Kps [Cl-]2 [Hg2 2+] = = 1,2 10-18/(0,10)2 = 1,2 10-16 M 8 A Kps para o Ba(IO3)2 é 1,57 x 10 -9. O equilíbrio entre o sólido e seus íons presentes na solução é e assim Quantos gramas de Ba(IO3)2 (487 g/mol) podem ser dissolvidos em 500 mL de água a 25°C? Portanto, solubilidade molar do Ba(IO3)2 = [Ba 2+] 1 mol de Ba2+ é formado cada mol do Ba(IO3)2 que se dissolve 2 mols de IO3 - são produzidos para cada mol de Ba2+ → a concentração de IO3 - é o dobro da concentração Ba2+: Substituindo-se na equação da constante de equilíbrio: Como 1 mol de Ba2+ é produzido para cada mol do Ba(IO3)2: 9 Logo o número de mols de Ba(IO3)2 dissolvidos em 500 mL: 10 O Efeito de um Íon Comum na Solubilidade de um precipitado O efeito do íon comum é um efeito da ação das massas previsto a partir do princípio de Le Châtelier. Ex.: Calcule a solubilidade molar do Ba(IO3)2 em uma solução de Ba(NO3)2 0,0200 molL -1. Existem duas fontes de íons bário: Ba(NO3)2 e Ba(IO3)2. - Contribuição do Ba(NO3)2 é 0,0200 molL -1 - Contribuição do Ba(IO3)2 é igual à solubilidade molar: 1/2[IO3 -]. - A solubilidade não é mais igual a [Ba2+], visto que o Ba(NO3)2 também é uma fonte de íons bário. - Sabemos que a solubilidade está relacionada com [IO3 -]. 11 Substituindo na expressão do produto de solubilidade: E considerando que 0,0200 é grande em relação a 1/2 [IO3 -]: 12 Se a formação do Ba(IO3)2 for completa, a [IO3 -] em excesso será: Ex.: Calcule a solubilidade do Ba(IO3)2 em uma solução preparada pela mistura de 20 mL de Ba(NO3)2 0,0100 molL -1 com 10 mL de NaIO3 0,100 molL -1. [IO3 -] = (0,02 L x 0,0100 molL-1)–(0,01L x 0,100 molL-1 ) = 0,02 mol/L ( 0,02 L + 0,01L) solubilidade molar do Aqui, entretanto, Para obter uma resposta ~ considerarmos que: [IO3 -] ~ 0,0200 Logo: 13 PRECIPITAÇÃO Reação de Precipitação → o produto é uma fase condensada (sólida ou líquida) pouco solúvel em água. Quando a [ ] de um produto começa a exceder a solubilidade daquela substância, qualquer quantidade a mais deste produto precipita na solução, desde que esta não fique supersaturada. Ex.: O sulfato de bário, BaSO4, tem baixa solubilidade em água: 4 x 10-5mol/L a 25º BaSO4(S) Ba 2+ SO4 2- 4 x 10-5 mol/L 4 x 10-5 mol/L 4 x 10-5 mol/L Neste caso a solução foi preparada por simples adição de sulfato de bário à água, 14 A solução de BaSO4 pode ser preparada também a partir de BaCl2 e Na2SO4. BaCl2(S) Ba 2+ SO4 2- 2Cl-(aq) Na2SO4(S) 2Na+(aq) 1 mol 2 mol 1 mol 1 mol 1 mol 2 mol Por litro Por litro A solução preparada pela mistura de igual quantidades de BaCl2 1mol/L e Na2SO4 1 mol/L é supersaturada com relação ao BaSO4. Os íons Ba2+ e SO4 2- combinam-se para formar BaSO4, que precipita: Ba2+(aq) SO4 2-(aq) BaSO4(S) A precipitação do BaSO4 ocorre até que as concentrações de Ba 2+ e SO4 2- sejam reduzidas a 4 x 10-5mol/L. 15 Equações Para Reações de Precipitação Compostos Solúveis e Insolúveis ( Soluções Aquosas) 1. Todos os compostos de amônio comuns (NH4 +) e compostos de metais alcalinos são solúveis. Exceções: alguns compostos de lítio. 2. Todos os nitratos NO3 - são solúveis 3. A maioria dos haletos são solúveis Exceções: a) Cloretos, brometos e iodetos de Ag(I), Pb(II) e Hg(I), HgI2 são insolúveis b) Fluoretos de Mg, Ca, Sr, Ba e Pb(II) são insolúveis. 4. Todos os ácidos inorgânicos são insolúveis 16 5. A maioria dos acetatos (C2H3O 2-) são solúveis Exceções:AgC2H3O2 e Hg2(C2H3O2)2 são insolúveis 6. A maioria dos sulfatos (SO4 2-) são solúveis Exceções: CaSO4, SrSO4, BaSO4, PbSO4, Ag2SO4 e HgSO4 são insolúveis 7. A maioria dos carbonatos (CO3 2-), cromatos (CrO4 2-), oxalatos (C2O4 2-), Fosfatos (PO4 2-), sulfetos (S2-) e sulfitos (SO3 2-) são Insolúveis. 8. A maioria dos hidróxidos são insolúveis Exceções: a) ver item 1 b) Os hidróxidos de Sr e Ba são moderadamente solúveis. 17 18 19 19 Cálculos de Concentração Molar de solução Padrão Descrever a preparação de 2,00L de AgNO3 0,050mol/L (169,87 g/mol) a partir de um sólido de grau padrão primário: - quantidade de AgNO3 (mol) = Vsolução(L) x MAgNO3 (mol/L) = 2,00L x 0,050mol/L = 0,10 mol de AgNO3 - Massa de AgNO3 (gramas) = = 0,10 mol x (169,87 g AgNO3/mol AgNO3) = 16,98g AgNO3 - Então, a solução é preparada pela dissolução de 16,98g de AgNO3 em água e diluição até exatamente 2,00L. 20 20 Uma porção de 50mL de solução de HCl necessitou de 29,71 mL de Ba(OH)2 0,01963 mol/L para alcançar o ponto final usando verde de bromocresol, como indicador. Calcular a molaridade de HCl. Na titulação : Ba(OH)2 + 2HCl BaCl2 + 2H2O Pela estequiometria: 2mol de HCl – 1 mol de Ba(OH)2 - Nº mols Ba(OH)2 = (0,02971L) x 0,01963 mol/L Ba(OH)2 = 5,832 10 −4 mol mols Ba(OH)2 - MHCl= 1,1664x10 −3 mol HCl / 0,050L HCl = 0,02338 mol/L HCl 1 mol de Ba(OH)2 2mol de HCl 5,832 10−4 mol Ba(OH)2 X X = 1,1664x10−3 mol HCl 21 Titulometria Gravimétrica A Titulometria Gravimétrica ou por peso difere da Titulometria Volumétrica pelo fato de que uma massa de um titulante é medida em vez de volume. Ou seja: a bureta e sua marcações são substituídas por uma balança e dosador de massa. Surgiu 50 anos antes que a Titulometria Volumétrica mas é menos usada que esta. 22 Vantagens da titulação Gravimétrica Maior rapidez e conveniência; São eliminadasas calibrações e cansativa limpeza das vidrarias; São desnecessárias as correções de T porque a moralidade em peso não se altera com a T. é Particularmente importante em titulações não-aquosas em virtude do alto coeficiente de expansão da maioria do líquidos orgânicos. As medidas de peso podem ser feitas com maior extradição e precisão do que as medidas em volume. As titulações em peso são mais facilmente automatizadas que as titulações volumétricas. 23 Alteração na concentração durante a Titulação O ponto de equivalência, PE, é caracterizado por alterações significativas na concentração relativa do reagente e do analito. 24 25 AGENTES PRECIPITANTES ORGÂNICOS: Existem dois tipos de reagentes orgânicos: -formam produtos não iônicos pouco solúveis – compostos de coordenação; - formam produtos nos quais a ligação entre a espécie inorgânica e o reagente é fortemente iônica. Os reagentes orgânicos que geram os compostos de coordenação pouco solúveis tem pelo menos 2 grupos funcionais e cada um deles se liga a um cátion doando pares de elétrons. 26 Os grupos funcionais estão localizados de modo que resulte em um anel de 5 ou 6 membros. Os reagentes que formam compostos deste tipo são chamados quelantes e os produtos quelatos. 27 Agentes Precipitantes Orgânicos Comuns: 28 28 Métodos Titulométricos – Titulometria de Precipitação Os métodos titulométricos incluem um grupo de procedimentos quantitativos baseados na medida da quantidade de um reagente que é consumida pelo analito. -Titulometria Volumétrica: envolve a medida de volume de uma solução conhecida necessária para reagir completamente com o analito. -Titulometria Coulométrica: o “reagente” é uma corrente elétrica direta constante de grandeza conhecida que consome o analito. O tempo requerido e a carga total para completar a reação eletroquímica são medidos. 29 29 Titulometria Volumétrica – Termos Importantes Uma solução padrão (ou um titulante padrão) é um reagente de concentração conhecida que é usado para se fazer uma análise volumétrica. A titulação é realizada pela lenta adição de uma solução padrão de uma bureta a uma solução de analito até que a reação seja completa. 30 Às vezes é necessário adicionar um excesso de titulante padrão e então determinar a quantidade excedente por retrotitulação com um segundo titulante padrão. Exemplo: a quantidade de fosfato na amostra pode ser determinada pela adição de excesso medido de AgNO3: 3Ag+ + PO4 3- Ag3PO4(s) O excesso de AgNO3 é então titulado com solução padrão de KSCN: Ag+ + SCN- AgSCN(s) 31 Ponto de equivalência é o ponto teórico alcançado quando a quantidade adicionada de titulante é quimicamente equivalente a quantidade de analito na amostra. Padrão primário é um composto altamente purificado que serve como material de referência em métodos titulométricos volumétricos ou de massa. Um padrão primário deve possuir: -Alta pureza; -Estabilidade à atmosfera -Ausência de água de hidratação -Custo baixo -Solubilidade razoável 32 Titulação de Precipitação Baseada nas reações que produzem os compostos iônicos de baixa solubilidade – é uma das técnicas mais antigas - 1800. Em virtude da baixa velocidade de formação da maioria dos precipitados, existem poucos agentes precipitantes que podem ser utilizados. O mais importante é o AgNO3, que é empregado da determinação de haletos, ânions (SCN-, CN-, CNO-), mercaptanas, ácidos graxos e ânions inorgânicos. Os métodos titulométricos com base em nitrato de prata - Métodos Argentométricos. 33 Curva de titulação de Precipitação A curva de titulação é um gráfico que mostra como a [reagentes] varia quando o titulante é adicionado. Função p: pX = -log [X] Considere a titulação: I- + Ag+ AgI(s) E suponha que estamos monitorando a [Ag+] com um eletrodo. A reação de dissolução de AgI(s) cujo Kps é: AgI(s) I- + Ag+ Kps = [I -][Ag+] = 8,3 10-17 34 Curvas de Titulação de Precipitação Envolvendo íons Prata O método mais comum para determinação de haletos é a titulação com solução padrão de AgNO3. O produto da reação é o haleto de prata sólido. Haleto (Cl-, Br-, I-) + Ag+ AgHaleto (Cl, Br, I)(s) 35 35 Para se construir uma curva de titulação são necessários três tipos de cálculos: - Pré-equivalência -Na equivalência - Pós-equivalência Ex.: Realizar os cálculos necessários para gerar uma curva de titulação para uma alíquota de 50mL de solução de NaCl 0,050mol/L com AgNO3 0,10 mol/L (para o AgCl Kps = 1,82 10-10). M1V1 = M2V2 36 36 1. Antes do Ponto de Equivalência: Ex.: Quando 10mL de AgNO3 é adicionado: MNaCl = nº original de mol de NaCl – nº mol de AgNO3 adicionado Volume total da solução MNaCl = (0,05L x 0,050mol/L ) – (0,010L x 0,10mol/L) = 0,060 MNaCl = 1,5 x 10 -3mol / (0,060L) = 0,0250 mol/L de NaCl Kps =[Ag+][Cl-] [Ag+]= Kps / [Cl-] [Ag+]= 1,82 x 10-10/0,0250= 7,28 x 10-9 mol/L pAg = - log(7,28 x 10-9 ) = 8,14 37 37 2. pAg no Ponto de Equivalência: [Ag+] = [Cl-] [Ag+][Cl-] = [Ag+]2 = 1,82 x 10-10 [Ag+] = 1,349 x 10-5 mol/L pAg = - log(1,349 x 10-5 ) = 4,87 3. Após o Ponto de Equivalência: Ex.: Com a adição de 26mL de AgNO3, o Ag + está em excesso (1mL): [Ag+]= MAgNO3 = 0,001L x 0,10 M = 1,316 x 10 -3 mol/L (0,050 + 0,026)L pAg = - log(1,316 x 10-3 ) = 2,88 38 38 Conforme o gráfico, um indicador de Ag+ que produza um sinal na faixa de pAg entre 4,0 e 6,0 deve resultar num erro mínimo para a solução mais concentrada. Curva de titulação para: A) 50mL de NaCl 0,050mol/L com AgNO3 0,10 mol/L B) 50mL de NaCl 0,0050mol/L com AgNO3 0,010 mol/L 39 Curvas de titulação para mistura de ânions As curvas de titulação podem ser estendidas para misturas que formem precipitados com diferentes solubilidades. A curva para o estágio inicial da titulação é idêntica a mostrada para o I-, pois o AgCl, cujo Kps é muito maior, não começou a precipitar até este ponto da titulação. 40 Um volume de 25 mL de uma solução de Hg2(NO3)2 0,04132 M foi titulada com uma solução de KIO3 0,05789 M. Hg2 2+ + 2OI3 - Hg2(IO3)2(s) O produto de solubilidade para o Hg2(IO3)2 é Kps = 1,3 x 10 -18. Calcule a [Hg2 2+] na solução em a), b) e c): O volume de iodato necessário para atingir o PE é: Atenção!!!!!! 41 a) Quando V = 34,00 mL, a precipitação de Hg2 2+ ainda não está completa: - nº original de mol de Hg2 2+= (0,025L x 0,04132M)= 1,033 x 10-3mols - nº original de mol de OI3 - = (0,034 x 0,05789 M) = 1,96 x 10-3mols Como a reação é: 1 mol de Hg2 2+ ---------------------- 2 mols de OI3 - X---------------------------1,96 x 10-3mols X = 9,84 x 10-4 mols de Hg2 2+ [Hg2 2+] = (1,033 x 10-3mols) – (9,84 x 10-4 mols) 0,059 L [Hg2 2+] = 8,29 x 10-4 mol/L 42 b) No Ponto de Equivalência temos IO3 - suficiente para reagir como todo o Hg2 2+. Podemos imaginar que todos os íons precipitam e então uma pequena parte de Hg2(IO3)2(s) torna a se dissolver, dando 2 moles de IO3 - para cada mol de íon mercuroso. 43 c) Quando V = 36,00 mL a precipitação está completa. Passamos: 36,00 – 35,69 = 0,31 mL além do PE. A concentração em excesso de IO3 - é: 44 44 Indicadores para Titulações Argentométricas Três tipo de pontos finais são encontrados em titulações com AgNO3: 1) Químico 2) Potenciométrico: O ponto final potenciométrico é obtido pela diferença de potencial entre um eletrodo de prata e um eletrodo de referência, em função do volume de titulante, cujo potencial é constante e independentedo reagente adicionado. 1) Amperométrico. A corrente gerada entre um par de microeletrodos de prata na solução do analito é medida e representada em forma de gráfico em função do volume de titulante. 45 45 O ponto final produzido por um indicador químico consiste em uma variação de cor ou no aparecimento de desaparecimento de turbidez na solução diluída. Requisitos para empregar um indicador na titulação de precipitação: 1) A variação de cor deve ocorrer em faixa limitada da função p do titulante ou do analito. 2) A alteração de cor deve ocorrer dentro da parte da variação abrupta da curva de titulação para o analito. 46 46 Íon Cromato – Método de Mohr O Na2CrO4 serve como indicador para determinações argentométricas de íons Cl-, Br- e CN- por meio de reações com íons Ag+. Forma-se um precipitado vermelho-tijolo de cromato de prata (Ag2CrO4) na região do ponto de equivalência. A [Ag+] no ponto de equivalência é: Reação de Titulação: Ag+ + Cl- AgCl(s) branco Reação do indicador: 2Ag+ + CrO4 2- Ag2CrO4(s) vermelho pp primeiro 47 A [CrO4 2-] necessária para iniciar a formação de Ag2CrO4 sob estas condições é: A titulação de Mohr deve ser realizada em pH de 7 a 10 porque o íon cromato é a base conjugada do ácido crômico. Em soluções ácidas a [CrO4 2-] é muito pequena para se produzir o precipitado próximo ao ponto de equivalência. Raramente é utilizado na atualidade porque o Cr(VI) é carcinogênico. 48 Indicadores de Adsorção – Método de Fajans Indicadores de Adsorção: é um composto orgânico que adsorve na ou dessorve da superfície do sólido em uma titulação de precipitação. A adsorção ou dessorção ocorre próximo ao P.E. e além da alteração de cor, ocorre uma transferência de cor da solução para o sólido (ou vice-versa). A fluoresceína é um indicador útil para titulação de íon Cl- com AgNO3. Em solução aquosa a fluoresceína se dissocia parcialmente em íons hidrônio e íons fluoresceinato negativos verde-amarelados. OO OH COOH Fluoresceína 49 O íon fluoresceinato forma sal de prata de cor vermelho intenso. As titulações que envolvem os indicadores de adsorção são rápidas, precisas e confiáveis. Sua aplicabilidade é limitada a poucas reações de precipitação nas quais um precipitado coloidal se forma rapidamente. Íons Ferro (III) – Método de Volhard No Método de Volhard os íons prata são titulados com solução padrão do íon tiocianato: Ag+ + SCN- AgSCN(s) O ferro (III) serve como indicador. 50 50 A solução torna-se vermelha com um leve excesso do íon tiocianato: Fe3+ + SCN- FeSCN2+ vermelho Kf = 1,05 x 103 = [FeSCN2+] [Fe3+][SCN-] A titulação deve ser realizada em solução ácida para prevenir a precipitação dos íons ferro(III) como hidróxido. Isto é uma vantagem sobre as outras titulações de íons haleto pois estes são solúveis em meio ácido mas apenas ligeiramente solúveis em meio neutro. 51 A aplicação mais importante do método de Volhard é a determinação indireta de íons haleto. No Método de Volhard há a formação de um complexo solúvel colorido no ponto final. Um excesso medido de solução padrão de AgNO3 é adicionado à amostra e o excesso de Ag é determinado por retrotitulação com uma solução padrão de KSCN. Experimentos mostram que consegue-se observar a cor vermelha do Fe(SCN)2+ somente quando sua concentração é 6,4 x 10-6 mol L-1. 52 52 Na titulação de 50,00 mL de Ag+ 0,050 mol/L com KSCN 0,100 mol/L, qual concentração de Fe3+ deveria ser empregada para reduzir o erro de titulação próximo a zero? Para zerar o erro de titulação a cor do Fe(SCN)2+ deveria aparecer quando a [Ag+] fosse idêntica à soma das duas espécies de SCN, ou seja no PE: 53 A constante de formação para o Fe(SCN)2+ é: 54 55 56 Alguns métodos volumétricos de Precipitação Específicos 57 Análise de Nitrogênio pelo método de Kjeldahl -Desenvolvida em 1883 – continua sendo um dos métodos mais exatos e utilizados para determinação de N. - usada para amostras como proteínas, leite, cereais e farinhas. -O sólido é digerido em H2SO4 em ebulição , que converte o N em NH4 + e oxida outros elementos presentes: -Digestão de Kjeldahl: 58 - Os compostos de Hg, Se e Cu catalisam o processo de digestão. - Para acelerar a reação, eleva-se o ponto de ebulição do H2SO4 (338ºC) adicionando K2SO4. -O balão de Kjeldahl de colo longo evita perda de amostra devido aos respingos. -Após a digestão alcaliniza-se a solução contendo NH4 + e o NH3 liberado é destilado para um recipiente contendo quantidade conhecida de HCl. (a) Balão de digestão de Kjeldahl com colo longo para minimizar as perdas devido à ebulição turbulenta. (b) Digestor de seis lugares para múltiplas amostras provido de exaustão para vapores. [Cortesia da Labconco Corp.] 59 -O excesso de HCl que não reagiu é titulado com NaOH para determinar o quanto de HCl foi consumido pelo NH3. -Neutralização do NH4 + : NH4 + + OH- NH3(g) + H2O -Destilação de NH3 para solução de HCl: NH3 + H + NH4 + -Titulação de HCl que não reagiu com NaOH: H+ + OH- H2O H2O 60 Ex.: Uma proteína contém 16,2% pp de nitrogênio. Uma alíquota de 0,500 mL de uma solução de proteína foi digerida e o NH3 liberado foi destilado para um frasco contendo 10,00 mL de uma solução de HCl 0,02140 M. O HCl que não reagiu consumiu 3,26 mL de uma solução de NaOH 0,01968 M para a titulação completa. Determine a concentração da proteína (mg de proteína /mL) na amostra original. -Qtidade inicial de HCl = (0,01L x 0,02140mol/L) = 2,14 x 10-4mol - NaOH necessário para a titulação do HCl que não reagiu = (0,00326L x 0,0198 mol/L) = 6,45 x 10-5mol -Qtidade de NH3 produzida: 2,14 x 10 -4 – 6,45 x 10-5= 1,49 x 10-4mol 61 -1 mol de NH3 – tem 1 mol de N, assim : há 1,49 x 10-4mol de N na proteína, correspondendo a: = 1,49 x 10-4mol x 14 g de N/mol = 2,086 x 10-3g de N Se a proteína contém 16,2% pp de N, há: 16,2 mg de N 100 mg de proteína 2,086 mg de N X X = 12,87 mg de proteína [proteína] = 12,87 mg de proteína = 25,75 mg de proteína/mL 0,500mL 62 Referências Bibliográficas: 1. HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 8ª Edição., Rio de Janeiro, Editora Livros Técnicos e Científicos S. A., 2012. 2. SKOOG, D. A.; West, D. A.; Holler, F. J.; Crouch, S. R.; Fundamentos de Química Analítica, 9ª Edição, Editora Thomson, 2014. 3. VOGEL, A. I. Analise Química Quantitativa. 6 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. 2002. 4. BACCAN, N. Química Analítica Quantitativa Elementar. São Paulo: Edgard Blücher. 2001.
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