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FISIOPATOLOGIA 21.02.20202 AULA 9 Embolia Representa uma massa intravascular solida, liquida ou gasosa transportada pelo sangue até um local distante de sua origem. Mais de 98% têm como origem trombos (tromboembolia). Em ramificações com a redução da luz do vaso. Em alguns casos raros, há êmbolos de gotas de gordura, bolhas de ar ou fragmentos tumorais. Os êmbolos que surgem nas veias impactam nos pulmões e podem causar tromboembolismo pulmonar, cuja principal complicação é a embolia pulmonar. Os êmbolos que surgem ao lado arterial da circulação, mais amiúde nos trombos intracardíacos, costumam impactar para as pernas, cérebro e vísceras e, em geral, causam infartos. Tromboembolismo Pulmonar: os êmbolos venosos originam-se de trombos venosos profundos da coxa, e são, em geral, carregados através de canais progressivamente maiores, passando para o lado direito do coração e, daí, para a vasculatura pulmonar. Dependendo do tamanho do êmbolo, ele pode ocluir a principal artéria pulmonar. Dependendo do tamanho do êmbolo, ele pode ocluir a principal artéria pulmonar, impactar-se através da bifurcação ou distribuir-se nas arteríolas menos ramificadas. Consequência: dependendo do tamanho do êmbolo que chega no pulmão ele pode obstruir a artéria pulmonar, se impactar através da bifurcação do vaso ou se distribuir nas arteríolas menores ramificações. Esse tipo de embolo ocorre em quantidades considerável de pacientes hospitalizados. Apesar da redução dos óbitos nos últimos 30 anos, ainda é preocupante. A maioria dos êmbolos se origina de TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (Veias Ileofemurais e Veias Profundas da Panturrilha). • Êmbolos Grande: obstrução do tronco da artéria pulmonar. Quando mais de 60% do leito arterial é ocluído o tromboemvolismo é letal. Derivado de trombose venosa profunda impactado num ramo arterial pulmonar. Impediu o fluxo de sangue nas duas artérias, resultando em isquemia nos órgãos que não estarão recebendo o suprimento sanguíneo causando o infarto. FISIOPATOLOGIA O bloqueio mecânico caracteriza-se pela vasoconstrição, aumento da resistência pulmonar, desencadeando o aumento da pressão pulmonar havendo uma menor saída de sangue do pulmão pro coração de volta. A falência do ventrículo direito aumentando sua carga de pressão para tentar desobstruir, haverá também um aumento da pressão pulmonar. • Êmbolo Médio: se alojam nos ramos pulmonares de médio calibre. Pode ser assintomático e as artérias brônquicas evitam a necrose. Insuficiência cardíaca: diminui a pressão sanguínea artérias brônquicas, causando a necrose hemorrágica. Pulmão com irrigação dupla, dependendo de como ocorre a embolia pulmonar, teremos a irrigação por outra artéria, devido a isso, não haverá necrose. C oá gu lo s er á se m pr e ex tra va sc ul ar FISIOPATOLOGIA 21.02.20202 AULA 9 Tromboembolismo Sistêmico: refere-se aos êmbolos que viajam dentro da circulação arterial. A maioria surge de trombos formados no coração dois terços dos quais estão associados a infartos da parede ventricular esquerdo e outro com átrios esquerdos dilatados e fibrilantes. Podem também serem originados de placas ateromatosas. Ao contrário dos êmbolos venosos que tendem a alojar-se principalmente num leito vascular (o pulmão), os êmbolos arteriais podem viajar para uma ampla variedade de locais. Podem se alojar em diversos locais diferentes, principalmente extremidades inferiores (75%) e cérebro (10%), mas também podem atingir intestino, rins e pâncreas. Consequências dependem da extensão do aporte vascular do local afetado, do calibre do vaso obstruído e da vulnerabilidade do tecido à isquemia. - Encéfalo: acidente vascular cerebral isquêmico; - Artérias mesentéricas: infarto intestinal; - Membros inferiores: isquemia e dor – se obstrução persistente = necrose. FISIOPATOLOGIA 21.02.20202 AULA 9 Embolia Gordurosa: presença de glóbulos microscópicos de lipídeos pode ser encontrados na circulação após fraturas de ossos longos (que tem medula óssea amarela) ou, raramente, no cenário do trauma de tecido mole e queimaduras. Placas ateromatosas podem ainda formar êmbolos migratórios. A síndrome embólica gordurosa é caracterizada por insuficiência pulmonar, sintomas neurológicos, anemia e trombocitopenia. Os pacientes apresentam sintomas que se originam 3 dias após a lesão: taquipnéia, dispneia e taquicardia; podem apresentar ainda trombocitopenia devido à adesão plaquetária a miríades de glóbulos gordurosos, sendo removidos da circulação; a anemia pode resultar como consequência da agregação plaquetária. Outros meios que podem contribuir para a presença dessas gotículas de lipídeos apareçam são: - Traumatismo extenso - Queimadura tecido adiposo; - Lipoaspiração Menos frequente: diabetes, anemia falciforme, pancreatite, necrose hepática e intoxicações. *Obstrução capilar e liberação de ácidos graxos que são nocivos ao endotélio = aumento permeabilidade vascular e coagulação. Po de se r c au sa da ta m bé m p or : ( 1) in fu sã o in ad eq ua da d e su bs tâ nc ia s o le os as n a ci rc ul aç ão sa ng uí ne a; (2 ) e sm ag am en to d o te ci do a di po so o u da m ed ul a ós se a am ar el a em in di ví du os po lit ra um at iza do s; (3 ) l ise d e he pa tó ci to s c om es te at os e ac en tu ad a, o q ue c au sa m ig ra çã o de go rd ur as p ar a as v ei as h ep át ic as . FISIOPATOLOGIA 21.02.20202 AULA 9 Embolia Séptica: causada por infecções com fungos ou bactérias no sítio de origem ou após embolização. Acompanha-se de vasculite e/ou supuração (inflamação purulenta) do território embolizado e causa, entre outros efeitos, os chamados (impropriamente) aneurismas micóticos. Ateroembolia: representada por fragmentos de placas ateromatosas. Como geralmente são pequenos e múltiplos, podem causar obstrução de vasos menores, em vários órgãos simultaneamente. Neoplasias Angioinvasicas: invadem vasos sanguíneos e linfáticos, as vezes em blocos e originam êmbolos tumorais que podem resultar em metástases. Raramente, tais êmbolos são volumosos e podem obstruir vasos, Embolo Gasoso: as bolhas gasosas dentro da circulação podem obstruir o fluxo vascular. As bolhas (geralmente de nitrogênio ou gás hélio) agem como obstruções físicas e podem coalescer-se para formar massas espumosas suficientemente grandes parar ocluir os grandes vasos. Os mergulhadores e os praticantes de pesca submarina, os trabalhadores de construções subaquáticas e indivíduos em aeronaves despressurizadas em rápida ascensão estão todos sob risco. • Embolia Gasosa Venosa IATROGÊNICA: punções, traumatismos, pneumotórax e cirurgias de cabeça, pescoço e tórax. FISIOPATOLOGIA 21.02.20202 AULA 9 • Embolia Gasosa Arterial Passagem para a circulação arterial de capilares pulmonares, defeitos cardíacos sistêmicos; Cateteres arteriais, oxigenadores, cirurgias cardíacas; Doença da descompressão (Mergulhadores respiram o ar em alta pressão e quantidades elevadas de gás (especialmente nitrogênio) podem se dissolver no sangue. Se subir muito rápido, vai haver despressurização rápida e o nitrogênio se expande nos tecidos e borbulha, formando ÊMBOLOS GASOSOS que causam ISQUÊMIA). Bolhas músculo esquelético e tecido de suporte articulações = CIRVATURAS Bolhas gasosas na vasculatura pulmonar = EDEMA, HEMORRAGIA, ATELECTASIA = ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA. Embolia Líquido Amniótico: resulta das contrações uterinas que forçam a passagem do líquido para o interior das veias uterinas expostas durante o trabalho de parto. Complicação rara na gestação, embolia de líquido amniótico é grave e tem alta taxa de mortalidade. O líquido amniótico tem atividade pró-coagulante, o que desencadeia a formação de microtrombos disseminadosque, juntamente com as lesões pulmonares, é responsável pela maioria dos óbitos. Isquemia É a redução (isquemia parcial) ou a cessação (isquemia total) do fluxo sanguíneo para um órgão ou território do organismo, ou seja, o aporte insuficiente de sangue para manter as necessidades metabólicas dos tecidos. Com isquemia, portanto, surge hipóxia ou anóxia. Isquemia resulta de redução de pelo menos 70% da luz do vaso. As principais causas são: Obstrução da luz vascular: é a causa mais frequente e mais importante. Pode causada por: - Obstrução anatômica (compressão por tumor, aterosclerose, trombos, hematomas, úlceras de decúbito na região sacral de pacientes acamados: ESPESSAMENTO DA PAREDE ARTERIAL = aterosclerose BLOQUEIO INTRALUMINAL = trombos ou êmbolos. - Espasmos vasculares: disfunção ou lesão endotelial predispõe ao aparecimento de espasmos e/ou à formação de trombos. Diminuição da pressão entre artéria e veias: ocorre em estados de choque por redução da pressão arterial, de forma que o fluxo sanguíneo nos capilares é reduzido. Aumento da viscosidade sanguínea: diminui o fluxo especialmente na microcirculação. Ocorre geralmente na desidratação severa. Fluidez ou resistência interna do sangue e depende da composição do sangue. Aumento da demanda: geralmente, de forma isolada, não causa isquemia, porém torna-se um fator de piora quando associadas a outras causas. Ao ter o fluxo sanguíneo diminuído ou interrompido, a célula entra em metabolismo anaeróbico e, consequentemente, há uma redução progressiva dos níveis de ATP na célula. A redução dos níveis de ATP leva a perda da função celular e, se persistente, a morte celular. As consequências da isquemia dependem de vários fatores: (1) extensão da área isquêmica e sua localizaçao; (2) velocidade de instalação (súbita ou lenta); (3) existência de circulação coleteral; (4) sensibilidade dos tecidos atingidos à hipóxia ou à anóxia. FISIOPATOLOGIA 21.02.20202 AULA 9 Infarto É uma área localizada de necrose isquêmica, dada pela oclusão do suprimento arterial ou venoso. Na maioria dos casos têm origem trombótica ou embólica Nem todas as oclusões vasculares levam a infarto. Os fatores que modificam os resultados incluem: Estado geral do sangue e do sistema cardiovascular (anemia e ICC aumentam a probabilidade); Velocidade do desenvolvimento de oclusão; Vulnerabilidade do tecido à isquemia: os neurônios e as células miocárdicas e epiteliais dos túbulos proximais dos rins são especialmente sensíveis à isquemia (hipóxia). Podem ser classificados em: Infarto Branco: região afetada fica mais clara do que a cor normal do órgão. É causado por obstrução arterial em território sem ou com escassa circulação colateral. Essa coloração fica mais acentuada devido a lise de hemácias remanescentes na área infartada e por difusão da hemoglobina através dos tecidos. No SNC, infartos brancos são reconhecidos como áreas de amolecimento devido ao caráter liquefativo necrótico. Principais órgãos: rins, pâncreas, coração e cérebro – nos órgãos sólidos com circulação terminal, a solidez do tecido limita a quantidade de sangue que consegue entrar na área necrótica. Infarto Vermelho (hemorrágicos): região comprometida adquire coloração vermelha em razão da hemorragia que se forma na área infartada. Pode ser causado por obstrução tanto Infarto anêmico bem delimitado no baço. Infarto agudo do miocárdio na parte posterolateral do ventrículo esquerdo. Setas indicam as áreas de necrose. Há uma cicatriz (cabeça de seta) indicando infarto antigo. O asterisco mostra região hemorrágica por ruptura da parede do ventrículo. FISIOPATOLOGIA 21.02.20202 AULA 9 arterial como venosa, ocorre caracteristicamente em órgãos com estroma frouxo e/ou com circulação dupla ou com rica rede de vasos colaterais. Material necrótico tem cor vermelho-escuro, e pela mistura dos restos celulares como o sangue extravasado. Situações nas quais pode ocorrer: • Oclusão venosa por torção (comum nos ovários); • Tecidos frouxos (pulmão) após isquemia (a moleza do tecido permite a entrada do sangue); • Circulação dupla (pulmão, intestino, fígado): sangue chega pelo vaso desobstruído. Infarto Intestinal Hemorrágico